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3 Ação penal

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Ação penal
Apresentação
As ações penais, tanto públicas quanto privadas, estão fundamentadas no direito de ação previsto 
na Constituição Federal Brasileira, o qual prevê que qualquer pessoa que sofrer um dano, físico ou 
moral, poderá se socorrer do Poder Judiciário.
No caso da ação penal, pode ser utilizada tanto pelo Ministério Público quanto pela vítima 
ofendida. Se o crime for de ação penal pública, o Ministério Público atuará desde o início. Se o 
crime for de ação penal pública condicionada, o Ministério Público atuará, mas dependerá de 
representação da vítima. Se o crime for de ação penal privada, a vítima terá seis meses para 
oferecer queixa-crime, por meio de advogado, o qual representará a vítima por meio desse 
instrumento jurídico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá as ações penais: ação penal pública, ação penal 
pública condicionada à representação da vítima e ação penal privada. Vai aprender também sobre 
seus conceitos, requisitos e sobre os titulares dessas ações, ou seja, aqueles que podem tomar a 
iniciativa de fazer com que elas sejam propostas perante o juízo criminal, materializadas por meio 
da denúncia e da queixa-crime. Além disso, vai compreender o que é e qual o papel do assistente 
de acusação no processo penal brasileiro.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Classificar as ações penais.•
Identificar a titularidade, os prazos e os requisitos da queixa-crime.•
Descrever o papel do assistente de acusação.•
Desafio
Nos crimes de ação penal privada, a vítima possui seis meses para oferecer queixa-crime. Se não o 
fizer nesse prazo, ocorrerá a decadência do direito de oferecer queixa. Nos crimes de ação penal 
pública, o Ministério Público não depende de qualquer atitude da vítima, pois, assim que toma 
ciência do fato criminoso, ele tem o dever legal de propor a ação penal, caso verifique haver 
indícios de autoria e materialidade do fato.
Suponha que em sua conduta profissional você conheceu o seguinte caso:
Nesse caso, responda as seguintes perguntas:
a) Qual medida Manieta poderia tomar e qual o fundamento legal, considerando que foi vítima de 
um crime de ação penal pública, de titularidade do Ministério Público?
b) Quais atitudes o Ministério Público ainda poderia tomar caso fosse dado andamento ao 
processo?
Infográfico
Em relação ao trâmite das ações no Direito Processual Penal, a regra é que a ação penal é de 
iniciativa pública, exceto nos casos expressos em lei. Ou seja, é o Ministério Público o titular da 
ação e ele não depende de representação ou denúncia da vítima para propor a ação penal.
Porém, é importante que você saiba que, dependendo do tipo de crime, as ações penais ou 
dependerão de representação da vítima para que o Ministério Publico atue na condição de 
titular ou a vítima será titular da ação, podendo ou não propor a ação penal, por meio do 
instrumento jurídico denominado queixa-crime.
Veja, neste Infográfico, uma classificação das ações penais, as quais são divididas em ação penal 
pública, ação penal pública condicionada e ação privada. Além disso, você pode observar quem são 
os titulares responsáveis pela propositura destas ações.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para 
acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6b0a8ac4-bb18-4d89-9d94-34dc636ff973/6e8f3dda-b525-4480-b98d-0a07ebeb19bc.jpg
Conteúdo do livro
No Brasil, o direito de punir está nas mãos do Estado. Ou seja, não se aplica mais a Lei de Talião 
(olho por olho, dente por dente). Por isso, é o Ministério Público o titular da ação penal, o qual vai 
decidir, com base em todos os elementos de prova colhidos durante o inquérito policial e durante a 
instrução criminal, se propõe a ação penal ou se requer o arquivamento da ação.
Existem alguns crimes menos graves que interferem muito na intimidade da vítima, podendo lhe 
causar mais sofrimento se forem a julgamento em que a titularidade da ação é da própria vítima. 
Porém, mesmo assim, é o Estado-Juiz quem vai decidir se o acusado será condenado ou não.
No capítulo Ação penal, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você terá acesso aos 
conceitos de ação penal pública, ação penal pública condicionada e ação penal privada, bem como 
compreenderá quem são os titulares dessas ações, ou seja, quem pode propor essas ações e quais 
são seus requisitos e prazos. Além disso, você ainda vai entender o que é uma queixa-crime e seus 
requisitos e qual o papel do advogado nessas ações. Por fim, verá no que consiste a figura do 
assistente de acusação e em que momentos ele pode atuar no processo penal.
Boa leitura.
PRÁTICA PENAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Classificar as ações penais.
 > Identificar a titularidade, os prazos e os requisitos da queixa-crime.
 > Descrever o papel do assistente de acusação.
Introdução
Os direitos de ação penal e cível estão fundamentados na Constituição Federal 
de 1988, conforme art. 5°, inciso XXXV, o qual prevê que “[…] a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (BRASIL, 1988, documento 
on-line). No caso do direito penal, somente crimes previstos no Código Penal e 
em leis penais específicas serão objeto de ação penal para o fim de se chegar 
a uma sentença de condenação ou absolvição do acusado. A ação penal está 
prevista no Código de Processo Penal Brasileiro, do art. 24 até o art. 62, por meio 
dos quais você pode conhecer os tipos de ações penais existentes e as pessoas 
legitimadas para usá-las. 
Neste capítulo, você vai estudar a classificação das ações penais, a titulari-
dade, os prazos e os requisitos da queixa-crime, além de ler sobre a função do 
assistente de acusação. 
Classificação das ações penais
Antes de classificar as ações penais, tenha em mente que a ação penal “[…] é 
um direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito 
penal objetivo ao caso concreto” (TÁVORA; ALENCAR, 2017, p. 245). Isso significa 
que, quando alguém é vítima de um crime, tem direito de pedir ao Estado-Juiz 
Ação penal
Eduardo Augusto de Souza Massarutti
a aplicação do crime previsto no Código Penal, para que o acusado receba 
a pena devida. Esse pedido poderá ser feito tanto pela ação penal privada, 
por meio da queixa-crime, quanto pela ação penal pública, pela iniciativa 
direta do Ministério Público, por meio da denúncia, temas que vamos estudar 
a seguir. As ações penais podem ser classificadas em ação penal pública 
incondicionada, ação penal pública condicionada e ação penal privada.
Ação penal pública incondicionada
A ação penal pública incondicionada é aquela proposta pelo próprio Ministério 
Público (MP), diretamente, sem que seja necessária a iniciativa da vítima, 
qualquer denúncia por parte desta ou de terceiros, a qual possui natureza 
jurídica de direito subjetivo e público. Ela tem início por meio de denúncia do 
MP com a finalidade de investigar a ocorrência de crimes previstos no Código 
Penal ou em leis especiais, os quais guardam relação com o interesse geral 
da sociedade. Sua propositura não depende da manifestação de vontade 
expressa ou tácita da vítima do crime, de seu advogado, de seus sucessores 
ou de qualquer terceiro interessado (AVENA, 2017).
Por exemplo, o cidadão A está andando pela calçada, e o indivíduo B o 
assalta a mão armada. Assim que o cidadão A fizer um boletim de ocorrência 
na delegacia, o MP, ao tomar conhecimento da ocorrência e após a realização 
do inquérito policial, deverá dar início aos trâmites para instauração da ação 
penal, mesmo que a vítima não solicite ou não queira. Além disso, se a vítima 
não fizer boletim de ocorrência, mas o MP tomar conhecimento do ocorrido 
por outros meios, O MP também deverá tomar a iniciativa da propositura da 
ação penal pública incondicionada. Podemos afirmar, então, que o titular da 
ação penal pública incondicionada é o MP.
A peça processual que dá início à ação penal públicaincondicionada recebe 
o nome de denúncia, e os prazos para que o MP a ofereça estão previstos no 
art. 46 do Código de Processo Penal Brasileiro, o qual estabelece:
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 
dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do 
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, 
se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o 
prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos 
(BRASIL, 1941, documento on-line).
Então, se alguém é preso em flagrante delito pelo crime de furto, assim 
que o MP receber os autos de inquérito policial, terá o prazo de cinco dias 
Ação penal2
para dar início à ação penal oferecendo a denúncia. Porém, se o acusado de 
furto não estiver preso no momento do recebimento do inquérito, o MP terá 
15 dias para oferecer a denúncia.
No entanto, em determinadas situações, o MP pode dispensar o inquérito 
policial, como quando ele dispõe de elementos suficientes para oferecer 
a denúncia. Nessa hipótese, de acordo com o §1º do art. 46, “[…] o prazo 
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido 
as peças de informações ou a representação” (BRASIL, 1941, documento 
on-line). Além disso, há prazos especiais para oferecimento da denúncia 
pelo MP, quais sejam:
 � 10 dias para crime eleitoral;
 � 10 dias para crime de tráfico de drogas;
 � 48 horas para crime de abuso de autoridade
 � 2 dias para crime contra a economia popular.
Ação penal pública condicionada
A ação penal pública condicionada também é de responsabilidade do MP; é 
ele que tem a titularidade. Apesar disso, depende de uma provocação por 
parte da vítima, daí porque está condicionada à representação da vítima. 
Isso ocorre porque, em alguns crimes, a vítima é ofendida em sua intimidade 
de tal forma que preferiu o legislador condicionar a sua propositura a uma 
permissão por parte da vítima ou de seu representante legal, no caso de 
menores de 18 anos. Nesses casos, “[…] o constrangimento de reconstruir 
os fatos já passados e expor a intimidade em juízo ou na delegacia é mais 
desgastante do que a própria impunidade do criminoso” (TÁVORA; ALENCAR, 
2017, p. 245).
A título de exemplo, você pode imaginar a seguinte hipótese. Homem A, 
ciente de que tem a doença venérea denominada gonorreia, mantém relações 
sexuais com a mulher B sem informá-la dessa condição. Essa situação carac-
teriza o crime de Perigo de Contágio Venéreo. Porém, o § 2º, do art. 130 do 
Código Penal estabelece que esse crime “[…] somente se procede mediante 
representação” (BRASIL, 1940, documento on-line). Isso significa que, se a 
vítima não oferecer representação formal, o MP não poderá oferecer denúncia 
para dar início à ação penal pública.
Quanto ao prazo, a vítima tem seis meses, contados a partir do conheci-
mento da infração penal, para oferecer a representação, conforme art. 38, 
do Código de Processo Penal, o qual estabelece:
Ação penal 3
Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no 
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis 
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso 
do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia 
(BRASIL, 1941, documento on-line).
Ação penal privada
Ao contrário da ação penal pública, a ação penal privada somente tem início 
se houver iniciativa da vítima. É ela quem decide se vai dar andamento à ação 
penal, por meio do instrumento jurídico denominado queixa-crime. Portanto, 
a titularidade da queixa-crime pertence à vítima e não ao MP.
Qualquer tipo de crime, previsto atualmente no Código Penal e em 
qualquer outra lei especial, ou que passe a ser previsto no futuro, 
somente será apurado com base na modalidade “ação penal pública condicio-
nada” quando a lei expressamente assim estabelecer. Se a norma penal nada 
mencionar a respeito, a análise e o julgamento do processo referente ao crime 
seguirão o trâmite da ação penal pública incondicionada.
Titularidade, prazos e requisitos 
da queixa-crime
O art. 100 do Código Penal Brasileiro estabelece em seu § 2º que: “A ação de 
iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha 
qualidade para representá-lo” (BRASIL, 1940, documento on-line), ou seja, a 
própria parte ofendida ou um representante legal, como no caso de menores 
de idade. A titularidade da ação foi transferida à parte ofendida porque alguns 
tipos de crimes atingem a intimidade dessa parte. A finalidade foi impedir o 
constrangimento que o processo pode causar a ela e, por isso, foi concedida 
a escolha de apresentar a queixa ou não (TÁVORA; ALENCAR, 2017).
O prazo para que a vítima apresente a queixa-crime está previsto no art. 
38 do Código de Processo Penal Brasileiro, o qual estabelece: 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, 
decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do 
prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, 
ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
denúncia (BRASIL, 1941, documento on-line).
Ação penal4
Na elaboração e na apresentação da queixa-crime, a peça escrita que a 
materializa deverá preencher alguns requisitos, os quais estão previstos no 
art. 41 do Código de Processo Penal Brasileiro: “Art. 41. A denúncia ou queixa 
conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-
-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas” 
(BRASIL, 1941, documento on-line). 
Em relação ao fato criminoso, a vítima não precisa mencionar corretamente 
o tipo de crime ou sua previsão exata no Código Penal, mas tão somente 
narrar os fatos da forma mais completa possível. A classificação do crime 
será indispensável apenas quando estivermos diante da denúncia na ação 
penal pública, pois, no caso da queixa-crime na ação penal privada, a vítima 
não tem a obrigação de classificá-lo corretamente, mas sim narrar os fatos. 
Isso não significa que possa narrar os fatos de qualquer forma, de maneira 
que acabe dificultando a instrução processual e a defesa. Se a narração do 
fato for muito deficiente, superficial ou com elementos não suficientes para 
compreender o que realmente aconteceu no caso concreto, pode dificultar a 
defesa do acusado, o que alguns juristas denominam criptoimputação. Nesse 
caso, a queixa-crime não será recebida.
A qualificação do acusado deverá ser a mais completa possível para facilitar a 
sua localização. Contudo, se a vítima não souber todos os dados, outros elementos 
poderão ser utilizados, tais como porte físico, sexo, tamanho, cabelo, algum defeito 
físico, etc. Além disso, outro requisito é a apresentação do rol de testemunhas, 
que é facultativa, porque nem sempre a vítima consegue identificar possíveis 
testemunhas ou porque pode ser que ninguém tenha presenciado o crime.
Apesar de a ação penal privada ser de titularidade da vítima, não significa 
que o MP não se manifestará em nenhum momento nessa espécie de ação 
penal. Alves (2017, p. 232) explica que:
A atuação do Ministério Público é também obrigatória na ação penal privada, 
devendo operar como fiscal da lei (custos legis), sob pena de nulidade relativa 
do feito (art. 564, inciso III, “d”, do CPP). Nesta espécie de ação penal, o órgão 
ministerial possui o poder de aditar a queixa, no prazo de 3 (três) dias — se não 
se pronuncia nesse prazo, entende-se que não há o que aditar, devendo a ação 
prosseguir normalmente (art. 46, §2º, CPP).
O jurista complementa que, no entanto:
No exercício desta atividade, o Parquet poderá elaborar correções de ordem formal 
e incluir novos fatos delitivos. Porém, [...], não pode o Ministério Público incluiragente que o ofendido não incluiu, por faltar-lhe legitimidade ad causam ativa, 
Ação penal 5
sob pena de violação do princípio da oportunidade. Nessa hipótese, velando pelo 
princípio da indivisibilidade, percebendo que o querelante não agiu de má-fé, deve 
o Ministério Público propor ao mesmo que adite a queixa para incluir autores que 
ficaram de fora, sob pena de implicar renúncia ao direito de queixa contra um deles, 
extensível aos demais. Se, no entanto, o querelante excluiu outros autores agentes 
dolosamente, deverá órgão ministerial oferecer parecer pugnando pela extinção 
da punibilidade de todos os envolvidos, por força da renúncia (ALVES, 2017, p. 233).
Por outro lado, apesar de majoritariamente se entender que o MP não pode 
incluir novos réus, juristas de renome, como Tourinho Filho (2003), entendem 
que o MP pode sim adicionar outros réus que também participaram do crime 
contra a vítima que está propondo a queixa-crime:
Ora, dispondo o CPP, no art. 48, que a queixa crime contra qualquer dos autores 
do crime obrigará ao processo de todos e que o Ministério Público velará pela 
sua indivisibilidade, e, no art. 45, explicitando que a queixa, ainda quando a ação 
penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a 
quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo, não se pode 
deixar de concluir que o aditamento, in casu, implica inclusão de corréu ou corréus 
(TOURINHO FILHO, 2003, p. 633).
Por fim, lembre-se de que o papel dos advogados, tanto na ação penal 
pública quanto na ação penal privada, é fundamental. Na ação penal pública, 
atuam na condição de assistentes de acusação dos promotores públicos, e 
suas argumentações podem influenciar na decisão final. Já na ação penal 
privada, podem representar a vítima e elaborar na íntegra a queixa-crime, 
com todas as fundamentações jurídicas necessárias, com a finalidade de 
melhorar a condução da ação penal privada.
Assistente de acusação
É provável que você já tenha se deparado com assistentes de acusação atu-
ando na prática, especialmente em filmes, quando auxiliam os promotores 
de justiça no tribunal do júri em casos de crimes contra a vida. O art. 268 do 
Código de Processo Penal Brasileiro prevê que: “[…] em todos os termos da ação 
pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido 
ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas 
no art. 31” (BRASIL, 1941, documento on-line). O art. 31 trata da hipótese do 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do ofendido. Os assistentes de 
acusação atuam somente no caso de ação penal pública. O assistente é a 
vítima que atua ao lado do MP por meio de um advogado. 
Ação penal6
De acordo com o art. 269 do Código de Processo Penal Brasileiro, o momento 
processual adequado para que assistentes de acusação possam habilitar-se 
no processo é enquanto ocorrer o trânsito em julgado da sentença, ou seja, 
quando não couber mais recursos (BRASIL, 1941). Receberão o processo no 
estado em que se encontrar quando sua habilitação for admitida. Não há, 
portanto, um momento específico estabelecido, desde que não seja após o 
trânsito em julgado da ação penal. Além disso:
[…] para que possa praticar atos processuais, impõe-se que o assistente, repre-
sentado por advogado, requeira ao magistrado da vara em que tramita o processo 
que o declare habilitado. Acostado o requerimento aos autos, deverá o juiz, [...], 
ouvir o Ministério Público, conforme prevê o art. 272 do CPP (AVENA, 2017, p. 107).
Em relação aos atos que assistentes de acusação podem requerer no pro-
cesso, o art. 271 do Código de Processo Penal Brasileiro estipula que: “Ao 
assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às tes-
temunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar 
os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos 
dos arts. 584, § 1º, e 598” (BRASIL, 1941, documento on-line). Note que assistentes 
de acusação podem indicar testemunhas a serem ouvidas ou outros meios de 
prova a serem produzidos, fazer perguntas às testemunhas durante a instru-
ção processual, sugerir alterações no libelo (requerimento da promotoria no 
qual articula os fatos criminosos no tribunal do júri), participar do debate oral 
durante o tribunal do júri e manifestar-se nos recursos apresentados pelo MP.
Além disso, “[…] sendo o assistente de acusação a vítima ou pessoas e ela 
vinculadas, seu interesse não se limita à obtenção de um título executivo civil, 
objetivando, isto sim, à condenação do réu como forma de repressão ao crime 
praticado” (AVENA, 2017, p. 107), conforme entendimento da maioria da doutrina 
e jurisprudência atual. Isso significa que a vítima, que atua como assistente 
de acusação por meio de advogado, não busca apenas uma condenação cri-
minal do acusado para que posteriormente possa requerer, por exemplo, uma 
indenização por danos morais. Ela atua para auxiliar na condenação justa do 
acusado, servindo de efeito pedagógico pelo crime que cometeu.
Referências
ALVES, L. B. M. Processo penal: parte geral. 7. ed. Salvador: JusPODIVM, 2017.
AVENA, N. C. P. Processo penal. 9. ed. São Paulo: Método, 2017.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 28 jun. 2021.
Ação penal 7
BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Rio de Janeiro: 
Presidência da República, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
BRASIL. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Rio 
de Janeiro: Presidência da República, 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
TÁVORA, N.; ALENCAR, R. R. Curso de direito processual penal. 12. ed. Salvador: Jus-
PODIVM, 2017.
TOURINHO FILHO, F. C. Processo penal. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Ação penal8
Dica do professor
As ações penais podem ser públicas, de titularidade exclusiva do Ministério Público, condicionadas, 
também de titularidade do Ministério Público, mas que dependem de representação da vítima, e 
privadas, ou seja, é a vítima quem decide se vai dar andamento à ação penal por meio do 
oferecimento da queixa-crime no prazo de seis meses, possuindo titularidade exclusiva, nesta 
última hipótese.
Nesta Dica do Professor, você vai ver que, apesar da regra que estipula que nos casos de crimes de 
lesões corporais leves a ação penal deve ser pública condicionada à representação da vítima, no 
caso de crimes de lesões corporais leves cometidos no contexto familiar, disciplinados pela Lei 
Maria da Penha, essa regra não se aplica.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/566cd5980c5e3c21ff3e5bb594e70644
Exercícios
1) Santos estava voltando para sua casa de carro. Ao tentar entrar em sua residência, foi 
impedido por um assaltante armado, que levou sua carteira contendo R$ 500,00. Santos, 
com medo de denunciar o crime, decidiu não fazer boletim de ocorrência. Tanto a polícia 
local quanto o Ministério Público tomaram ciência do ocorrido. Porém, não houve 
propositura de ação penal. Conforme o enunciado, assinale a alternativa correta:
A) A atitude do Ministério Público está correta, pois nos crimes quecausam muito medo à 
vítima, a ação correta é a pública condicionada à representação da vítima. 
B) Somente se houver realização de inquérito policial é que o Ministério Público pode propor 
ação penal.
C) Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a ação somente pode ser proposta se 
houver oferecimento de queixa-crime.
D) O Ministério Público, ao tomar conhecimento de crimes de ação penal pública 
incondicionada, deve oferecer denúncia, mesmo se a vítima não fizer boletim de ocorrência.
E) Nos crimes de ação penal privada, a ação penal somente pode ser proposta se o Ministério 
Público oferecer queixa-crime.
2) Jurema conheceu Cícero numa festa de fim de semana. Naquela noite, manteve relações 
sexuais com o rapaz e contraiu HIV (AIDS). Cícero sabia que poderia transmitir a doença e o 
fez de forma proposital, tanto isso é verdade que ele pediu para manter relações sem o uso 
de preservativo. Ao contar o que houve para sua mãe, ela sugeriu que Jurema não fizesse 
boletim de ocorrência em razão da vergonha que poderia causar a toda a família. Conforme 
o enunciado, assinale a alternativa correta:
A) No âmbito do Direito Penal brasileiro, todos os crimes, sem exceção, são processados por 
meio de ação penal pública incondicionada.
B) O crime de contágio venéreo é de ação penal pública condicionada; a propositura de ação 
penal pública pelo Ministério Público dependeria de representação da vítima.
C) No caso, a mãe da vítima não poderia impedi-la de oferecer boletim de ocorrência, porque a 
ação correta é ação penal pública incondicionada.
D) Independetemente da representação da vítima, nos casos de crimes que afetem a intimidade 
da vítima e possam lhe causar muito constrangimento, a ação penal sempre será pública 
incondicionada.
E) A vítima somente pode oferecer queixa-crime nos casos de crimes de ação penal pública 
condicionada à representação.
3) O Código Penal Brasileiro prevê, para o julgamento dos crimes, as seguintes ações: ação 
penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada à representação da vítima e 
ação penal privada. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta:
A) Sempre que a vítima não denunciar à polícia o crime que sofreu, o Ministério Público não 
poderá oferecer denúncia independente do tipo de ação penal pública.
B) Nos crimes de ação penal pública condicionada, o Ministério Público não depende de 
denúncia ou representação da vítima para que ele proponha a ação penal, por meio do 
oferecimento da denúncia.
C) Os crimes somente serão submetidos à modalidade ação penal condicionada à 
representação se na mesma lei que prevê o crime também esteja previsto que ele será julgado 
por ação penal condicionada.
D) A opção pelo uso da ação condicionada à representação da vítima é uma escolha que cabe 
exclusivamente à vítima e não depende de qualquer previsão legal.
E) Se a lei penal nada disser a respeito do tipo de ação penal a ser utilizada, necessariamente 
deverá ser escolhida a ação penal condicionada à representação da vítima.
4) Maria, ao sair do mercado, esbarrou com seu carro no veículo de João. João, irritado, saiu do 
carro e xingou Maria com palavras muito ofensivas, o que caracterizou o crime de injúria, ao 
qual somente se procede mediante queixa-crime por parte da vítima. Porém, Maria, ao 
oferecer a queixa-crime, em vez de descrever o crime de injúria, acabou descrevendo o 
crime de calúnia.
Sobre esse caso, assinale a alternativa correta:
A) A queixa-crime não será recebida, pois não foi feita a classificação correta do crime. 
B) A vítima nunca precisa classificar ou descrever o tipo de crime, nem informar o nome do 
acusado.
C) A vítima deve narrar os fatos da forma mais completa possível, porém não está obrigada a 
classificar corretamente o tipo de crime conforme descrito no Código Penal.
D) Como o crime é de ação penal condicionada, a vítima somente pode oferecer queixa-crime se 
o Ministério Público aceitar, pois a titularidade da ação pertence a este último.
E) O prazo para oferecimento de queixa-crime é de 10 meses e pertence exclusivamente ao 
Ministério Público.
5) Silva estava estacionando o carro para ir ao cinema, quando foi surpreendido com um 
assalto à mão armada. Silva não reagiu, porém ele foi atingido por um tiro e veio a óbito. 
Após algumas semanas, a mãe de Silva procurou você para atuar como advogado na ação 
penal. De acordo com o enunciado, assinale a alternativa correta:
A) Na ação penal não existe a possibilidade de atuação do advogado, pois a ação é sempre 
pública incondicionada. 
B) Considerando que o crime se processa por meio de ação penal privada, o advogado poderá 
oferecer queixa-crime.
C) O crime mencionado se processa por meio de ação penal pública incondicionada, então o 
advogado poderá atuar como assistente de acusação do Ministério Público. 
D) No Direito Penal, somente a vítima pode contratar advogado para atuar como assistente de 
acusação.
E) No crime mencionado, o advogado poderá atuar como assistente de acusação, mas somente 
se fizer o pedido de habilitação no início do processo, junto com a denúncia do promotor de 
justiça.
Na prática
O Direito Processual Penal prevê a figura do assistente de acusação, que se materializa como sendo 
o advogado contratado pela vítima.
A vítima não é obrigada a contratar um advogado para atuar como assistente de acusação, pois o 
Ministério Público atuará com diligência para que a sentença de condenação ou absolvição seja a 
mais justa possível. Porém, há situações em que o MP pode equivocar-se, deixar de analisar alguma 
prova importante ou de ouvir alguma testemunha fundamental. Nessas hipóteses, o assistente de 
acusação poderá atuar de forma relevante, apresentando recursos e, inclusive, possibilitando a 
reversão de uma sentença de improcedência da ação penal.
Neste Na Prática, você vai acompanhar um caso de atuação de um assistente de acusação, 
contratado pela vítima para requerer a prisão preventiva dos acusados.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
A modalidade de ação penal no crime de estelionato e suas 
implicações após o advento da Lei 13.964/2019
Neste artigo jurídico, você vai entender a regra de tramitação do crime de estelionato, a qual ocorre 
por meio da ação penal pública condicionada à representação da vítima. Vai saber também de 
algumas exceções em que o Ministério Público não depende de representação da vítima.
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O que é violência doméstica
No texto a seguir, você vai encontrar dicas interessantes sobre os mitos a respeito da violência 
doméstica, bem como orientações sobre como a vítima pode buscar ajuda.
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Programa Rede Catarina frente ao (des)cumprimento das 
medidas protetivas de urgência trazidas pela Lei Maria da 
Penha na região norte da Ilha de Santa Catarina
Neste link você pode acessar um estudo sobre a eficácia acerca da imposição das medidas 
protetivas de urgência trazidas pela Lei Maria da Penha na região que compreende o norte da Ilha 
de Santa Catarina, na cidade de Florianópolis.
https://www.migalhas.com.br/depeso/325683/a-modalidade-de-acao-penal-no-crime-de-estelionato-e-suas-implicacoes-apos-o-advento-da-lei-13-964-2019
https://www.institutomariadapenha.org.br/violencia-domestica/o-que-e-violencia-domestica.html
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https://seer.ufrgs.br/redppc/article/view/104912/60177

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