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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4° VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO W AUTOS N° XXXXXXXXX SOCIEDADE EMPRESÁRIA ABC, empresa de direito privado, devidamente registrada no CNPJ sob o n° xxxxxx, com sede estabelecida na Cidade xxxx, Estado XX, na Rua xxxxxxx, n° x, Bairro xxxxxx, CEP: xxxxxxx, por seu procurador, que a esta subscreve, instrumento de mandato anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 914 e seguintes do NCPC, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO, nos autos do processo n° xxxxxxx, que lhe move o ESTADO W, pessoa jurídica de direito público interno, com sede nesta capital, endereço eletrônico, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: I. Da Tempestividade Este presente instrumento esta sendo utilizado dentro do prazo legal, com fulcro no art. 16, III da Lei n° 6830/80. O prazo é de 30 dias a contar da intimação da penhora, sendo assim tempestivo. II. Síntese dos Fatos A Sociedade Empresária ABC, intrigada com a taxa criada pelo Estado W, deixou de realizar o pagamento, pois, acredita que esta seja inconstitucional. Após não realizar o recolhimento e não obter êxito no processo administrativo a embargante teve seu nome inscrito em dívida ativa e bens nomeados pelo Estado W, afim de garantir a execução. III. Do Efeito Suspensivo Diante do fato, é possível verificar a possibilidade de grave lesão ao patrimônio da embargante, uma vez que esta teve seus bens nomeados e passiveis de penhora, devido a ato inconstitucional flagrante de exação do embargado. Sendo assim deseja a concessão de efeito suspensivo nos termos do art. 919, §1° do NCPC, a fim de evitar que o dano se consuma. Para das maior força ao pedido, segue abaixo decisão do TJ/RS favorável a concessão de tal medida. Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PARCIAL CONHECIMENTO. INOVAÇÃO RECURSAL. QUESTÕES NÃO ANALISADAS PELO JUÍZO DE ORIGEM. CASO. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO. ART. 919, § 1º DO CPC/15. EXCEPCIONALIDADE PREVISTA NA LEI PROCESSUAL. PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES. DECISÃO MANTIDA. Parcial conhecimento. Inovação recursal. As questões relacionadas à extinção da execução e a eventual possibilidade de prosseguimento contra os coobrigados não pode ser analisada através do presente agravo de instrumento, porquanto ainda não houve manifestação acerca do mérito no juízo a quo. Com efeito, tais alegações deverão ser objeto de análise da sentença dos embargos à execução, e não neste momento processual, pois a decisão ora agravada apenas indeferiu a concessão de efeito suspensivo aos embargos, sob pena de inovação recursal. Caso. Presença dos requisitos do artigo 919, § 1º, do CPC. Concessão de efeito suspensivo. Os embargos à execução, em regra, não serão recebidos no efeito suspensivo. Serão, entretanto, dotados de efeito suspensivo caso exista expresso pedido do embargante nesse sentido e estiverem conjugados os requisitos os seguintes requisitos: a) relevância da argumentação apresentada; b) grave dano de difícil ou incerta reparação e c) garantia suficiente para caucionar o juízo e pedido. No presente caso, no juízo da execução há fundamentação relevante e risco de dano de difícil reparação, bem como garantia do juízo, o que permite a atribuição do efeito suspensivo, nos termos do preconizado pelo art. 919, caput c/c §1º do CPC/15. No caso dos autos, considerando a peculiaridade da situação posta em litígio, é de ser deferida a concessão do efeito suspensivo aos embargos, pois, ainda que ausente a penhora nos autos da execução, a inclusão do crédito do exequente nos autos da recuperação judicial pode ser compreendida como garantia do juízo, nesse contexto, bem como enseja probabilidade ao direito do embargante a respeito da alegação de ausência dos pressupostos para o prosseguimento da execução. CONHECERAM PARCIALMENTE DO RECURSO E, NA PARTE CONHECIDA, DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNÂNIME.(Agravo de Instrumento, Nº 70083392191, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em: 25-06-2020) IV- DO MÉRITO Não prospera a alegação do ente, uma vez que a taxa em apreço atribuída possui base de cálculo própria de imposto, já alcançado pelo ICMS, o que vai de encontro ao Art. 145, § 2º, da Constituição Federal: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Se faz necessário também mencionar o Art. 77, parágrafo único, do CTN. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. No caso em tela não é possível invocar em favor da taxa instituída sequer a Súmula Vinculante nº 29, pois a hipótese do tributo instituído pelo Estado W é questão de integral identidade entre as duas bases de cálculo. A taxa de vendas interestaduais não não se opõe ao exercício do poder de polícia ou a serviço público específico e divisível, prestando-se exclusivamente a aumentar a arrecadação fiscal, desrespeitando, assim, a norma contida no Art. 145, inciso II, da CRFB/88 e no Art. 77, caput, do CTN. Que se ressalte que, a referida taxa compromete a livre circulação de mercadorias ao onerar as operações de venda interestadual e estabelecer tratamento diferenciado em razão do destino do bem, como põe o Art. 150, inciso V. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público; Asservera também o Art. 152, também da CRFB/88: Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Deste modo, não restou a demandante outra opção que não fosse ajuízar a seguite demanda, vista os desmandos do ente pública, que, em seu ato, mostrou-se totalmente contra os preceitos instituídos através de nosso ordenamento jurídico. IV – PEDIDOS Ante o exposto, requer-se: A) que seja atribuído efeito suspensivo aos presentes embargos, nos termos do disposto no artigo 919, § 1º do CPC/2015; B) o julgamento procedente dos embargos para o fim específico de extinguir a execução fiscal epigrafada, com base na inconstitucionalidade da exação, determinando-se também o levantamento dos bens penhorados; C) a intimação do Exequente para apresentar impugnação; D) a condenação da exequente em custas e honorários; E) o deferimento da juntada dos documentos que instruem a Inicial. Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito. Dá-se à causa o valor... Termos em que pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB nº... COMPONENTES: HERBERT DE CARVALHO ROCHA – 201909156825 FRANK WENDY MARINHO – 201512556671 ISABELLY SOUSA SOARES – 201702051358 LETICIA OLIVEIRA DA SILVA- 2016033322103
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