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Infecção por Trypanosoma Cruzi na Polpa do Açaí

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universidade maurício de nassau
faculdade de farmácia
JOSÉ ADAUTO PEREIRA DOS SANTOS E
agostinho tadeu de sousa 
trabalho de conclusão de curso
Infectividade do trypanosoma cruzi na polpa do açai: revisão literária
fortaleza
2019
JOSÉ ADAUTO PEREIRA DOS SANTOS E 
AGOSTINHO TADEU DE SOUSA 
INFECTIVIDADE DO TRYPANOSOMA CRUZI NA POLPA DO AÇAI: REVISÃO LITERÁRIA
Trabalho de conclusão de curso submetido ao corpo docente da faculdade de farmácia da Universidade Maurício de Nassau, como requisito parcial para a conclusão do curso de bacharel em farmácia.
FORTALEZA-CE
2019
INTRODUÇÃO
 A doença de chagas descoberta em 1009 pelo pesquisador Brasileiro Carlos Chagas no interior de Minas Gerais, está entre as vinte doenças tropicais negligenciadas. Dados da organização mundial de saúde (OMS), com dez milhões de infectados na américa latina e dois milhões de indivíduos no Brasil. O banco mundial classificou a doença de chagas no início dos anos noventa, como uma das doenças parasitárias mais grave da américa latina, entre todas as infecções é a que tem maior impacto socioeconômico (FERREIRA et al, 2014). O Trypanosoma Cruzi é o transmissor da doença de chagas, que acontece quando o indivíduo entra em contato com as fezes do Triatomíneos (barbeiro) contaminado, ocorrendo por diversas vias de transmissão, onde a via oral por alimentos contaminados vem se destacando por sua alta incidência (ARAUJO, 2018). O mecanismo de transmissão por via oral do Trypanosoma Cruzi como exposição ao consumo de açaí processado ou beneficiado com dejetos do triatomíneo contaminado, tem causado infecção ao consumidor, causando surtos urbanos, o que reflete uma questão de vigilância sanitária (PASSOS et al, 2012). A complexidade do ciclo biológico em que se estabelece a doença pela transmissão do Trypanosoma Cruzi, um protozoário hemoflagelado, da ordem kinoplastida e da família Trypanosomatidae. Este ciclo contém dois tipos de hospedeiro, um é o inseto triatomíneo também conhecido como barbeiro, hemíptero e hematófago, o outro é um mamífero reservatório, entre eles o homem. A propagação no Brasil da doença de chagas tem relação direta com a presença das principais espécies de triatomíneos em residências, Triatoma Infestans, Triatoma Sordida, Triatoma Brasiliensis, Triatoma Pseudomaculata e Panstrogylus Megistus (FERREIRA et al, 2014).
 A doença de chagas apresenta sintomas diferentes nas duas fases que apresentam: Fase aguda e fase crônica, nessas fases a pessoa pode apresentar sinais leves e até mesmo não apresentar sintomas.
Fase aguda: Febre prolongada (até 7 dias), dor de cabeça e inchaço no rosto e pernas.
Fase crônica: Na maioria dos casos são assintomáticos, alguns indivíduos apresentam problemas digestivos, como megacólom e megaesófago (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). O diagnóstico etiológico da doença de chagas no país deve ser feito sempre que for considerado casos suspeitos, devendo ser realizados em ambas as fases. Existem várias técnicas laboratoriais para complementar o diagnóstico, com critérios definidos dependendo da fase da doença. (DIAS et al,2016). Nos anos de 2000 a 2013 foi observado que a forma de transmissão oral foi a maior entre todos os casos (1081 – 68,9%), seguida pela transmissão vetorial 100 casos (6,4%) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). 
As mudanças nos padrões epidemiológicos da doença de chagas no país, tem sido resultado das ações de controle implantada a várias décadas, seguida por importantes mudanças ambientais, demográficas e socioeconômicas, sobretudo de uma concentração da população em áreas urbanas. O mecanismo relacionado ao ciclo da infecção, além da transmissão oral, passam a ser relevante como principais meios de transmissão de Trypanosoma Cruzi ao ser humano (DIAS et al,2016). Doença de chagas e o açai, está associado a um maior número de infecção por via oral de alimentos contaminados com Trypanosoma Cruzi da região norte, por contaminação do fruto ou da polpa do açai. A polpa do açai tem sido a base alimentar de milhões de pessoas diariamente, as vezes sendo a única refeição, seu consumo e venda é feito logo após seu processamento e in natura, o que aumenta o risco das pessoas se contaminarem (FERREIRA et al, 2014). O tratamento da doença de chagas na fase aguda teve uma melhora significativa com o uso do benznidazol. Na fase crônica o tratamento é direcionado de acordo como diagnóstico, doença cardíaca crônica chagástica, ou forma digestiva da doença de chagas (DIAS et al, 2015).
 Os alimentos estão passiveis a contaminação que podem levar a desencadear uma doença por microrganismos patogênicos ou suas toxinas, sendo a segurança alimentar um desafio desenvolvido em toda cadeia alimentar (SILVA et al, 2017). Estudos vêm relacionando o açaí como sendo um veiculador do agente etiológico da doença de chagas, sendo comprovado cientificamente que o Trypanosoma Cruzi sobrevive na polpa do açaí em temperatura ambiente tanto quanto em temperatura sob congelamento (BARBIERI, 2010).Os surtos urbanos da doença de chagas são decorrentes do consumo do açaí semi industrializado e comercializado refletindo em questões de vigilância sanitária, segurança alimentar e boas práticas de manipulação do alimento (DIAS et al, 2016). O açaí vem do açaizeiro que é uma espécie de palmeira da família Arecaceae nativa da região norte do Brasil, podendo ser também conhecida como juçara no estado do Maranhão e nacionalmente como açaí (SILVA et al., 2012). A polpa do açaí passa por processo de industrialização que é o de pasteurização que consiste em aquecer em uma temperatura de 80°C a 90C e imediatamente resfriar eliminando toda forma patogênica. Sendo assim a polpa do açaí pode ser consumida de forma que não ofereça riscos para o consumidor se esta estiver dentro dos padrões, seguindo regras sanitárias, pois em alguns locais ainda não se conhece a procedência do açaí. A polpa do açai teve um aumento no seu consumo mundialmente, devido a sua fama de alimento super nutritivo, in natura, pasteurizada e congelada. Na região norte seu consumo se dá preferencialmente sem tratamento térmico e imediatamente após ser despolpado, o que está relacionado com o aumento da contaminação do Trypanosoma Cruzi por via oral, muitos estudos estão sendo realizados pelos órgãos de saúde para a inativação do protozoário nos processos artesanais (BEZERRA et al, 2017).
 Reconhecer que devido ao aumento nacional no consumo do açai em suas várias receitas, houve um aumento substancial de infecções pelo Trypanosoma Cruzi e consequentemente o número de óbitos. Demostrar a importância das Boas Práticas de Manipulação de Alimentos pela população envolvida em toda cadeia de processamento do açai e buscar mais eficácia no controle e fiscalização pelos órgãos de saúde pública.
OBJETIVO
Descrever a infecção da doença de chagas oriunda da contaminação pelo açai nos estados da região norte, dando maior ênfase ao conhecimento da epidemiologia dos casos de doença de chagas no país.
2. MÉTODOS
	Trata-se de um estudo de revisão integrativa, conduzido conforme a metodologia de publicações. Como base no presente estudo, foram utilizadas seis etapas para a conclusão desta revisão: 1) Elaboração da pergunta de partida; 2) busca e seleção das pesquisas que irão compor o estudo; 3) Definição das características dos estudos; 4) Análise crítica para inclusão dos estudos; 5) Interpretação e discussão dos resultados; 6) Apresentação da revisão (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
	Para atender esse propósito, a presente questão norteadora, construída para este estudo foi: Como acontece a contaminação do Trypanosoma Cruzi na polpa do açaí?
Os critérios de inclusão foram: artigos completos em português, no período de 2015 a 2019 e que salientasse a temática. Os critérios de exclusão foram trabalhos de revisão, relatos de caso, dissertações, teses, capítulos de livros, editoriais e textos não científicos.
	A pesquisa foi realizada entre os meses de maio a outubro de 2019, disponíveis nas bases de dados:Base de Dados de Enfermagem (BDENF); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e que contivessem os descritores “Trypanosoma Cruzy” “Contaminação” e “Açaí”. 
Com base nas publicações selecionadas durante a leitura e busca, obedecendo rigorosamente aos critérios de inclusão e exclusão apresentados, realizou-se o cruzamento dos descritores mencionados e utilizando o operador booleano AND.
A figura abaixo mostra quantos artigos foram encontrados em cada base de dados, e como foi feita a exclusão daqueles que não atendiam aos critérios do presente estudo.
Figura 1– Seleção dos artigos encontrados nas bases de dados eletrônicas. Fortaleza (CE), 2019.
Descritores: Recém-nascidos, Prematuros, Unidade de terapia intensiva neonatal, Manuseio e Cuidados de Enfermagem.
LILACS: 741 Resultados
BDENF: 122 Resultados
Não interessa: 479
Repetidos: 163
Não interessa: 67
Repetidos: 28
Título, Resumo: 94
Título, Resumo: 24
07 Artigos Selecionados
03Artigos
Selecionado
	
Fonte: Elaborado pelos autores.
	Feito o cruzamento dos cincos descritores foram encontrados no total de xxx publicações com palavras no título ou texto que pertenciam ao objetivo desejado. Ao cruzar os descritores: recém-nascidos AND prematuros foram achados (232); recém-nascido AND manuseio (121); unidade de terapia intensiva neonatal AND Cuidados de enfermagem (329); manuseio AND cuidados de enfermagem (105); recém-nascidos AND unidade de terapia intensiva neonatal (76). De todos os achados, somente 109 continham semelhanças com o objetivo da pesquisa. Ainda assim, foram excluídos aqueles a qual o tema fugia aos critérios de inclusão e aqueles que se repetiam, resultando em 10 artigos, sendo três encontradas na BDENF e cinco na LILACS.
 Nessa fase, foi realizado a distribuição em categorias temáticas, que consiste em leitura e em fichamento dos artigos, desmembrando-os em várias unidades, ou seja, em categorias (MINAYO, 2012). Para tanto, foram referenciados os seguintes aspectos: periódico, título, autoria, ano/país, objetivo, metodologia, resultados e conclusão (FRANCISCHETTI et al., 2017).
	Por fim, para interpretar os resultados da presente revisão, optou-se por construir um quadro síntese, o qual contempla as principais informações contidas no instrumento de coleta de dados, anteriormente citado.
	Por não se tratar de pesquisa com seres humanos, esta revisão não está sujeita à aprovação de Comitê de Ética em Pesquisa. Vale salientar, que os princípios éticos foram mantidos, respeitando-se os direitos autorais, mediante a citação de cada um dos autores.
	
REFERÊNCIAS
1- Chagas JR, 1009
2- WHO,2010
3- Dias Silveira, 2002
4- Ferreira, RTB. ; Branquinho, M.R, 2014
5- Nobrega, AA. ; Garcia, MH. ; Tatto, E. ; Obara, MT. ; Costa, E. ; Sobel, J. ; et al. 2009
6- Organização pan americana de saúde 2009
7- MS (BR) 2014
8- Vicente, VC 2014
9- MS (BR) 2018
10- MS (BR) 2005
11- MS (BR) 2014
12- Luquetti, AO 2000
13- MS (BR) 2015
14- Coura, JR. Dias, JC. 2009
15- Ramos Junior, NA. Carvalho, DM.2009
16- Silveira, AC. Silva, GR. Prata, A. 2011
ANEXOS

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