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CUNHA, S. D., & GUERRA, A. J. T. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand,2000. Cap. 6 e Cap.7

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CUNHA, S. D., & GUERRA, A. J. T. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand,2000. Cap. 6 e Cap.7
A gênese ambiental do ponto de vista do homem
A paisagem, elementos que estão dispostos na superfície terrestre, sempre foi alterada pelo homem. A paisagem natural, é alterada sempre que necessária para suprir as "necessidades" de uma determinada população ou sociedade. Contudo, quando a maior parte de paisagem natural é retirada de uma determinada região, este solo exposto fica à mercê não só dos fatores climáticos locais, mais assim, como os genéticos, ou seja, características intrínsecas do solum. 
Quando solo é exposto aos diversos processos erosivos, ele tende a perder nutrientes e torna-se menos atraente aos olhares dos produtores agrícolas, que tendem a procurar novos solos. Tais solos ainda estão com a sua carga de nutrientes elevada e são favoráveis ao cultivo de alimentos, em geral. A partir desse contexto, nota-se a formação de um pequeno ciclo vicioso, em que uma área é desmatada, posteriormente essa mesma área sofre o esgotamento dos nutrientes do seu solo, em seguida, ela é deixada exposta aos processos erosivos e o agricultor busca novas terras para receberem as suas plantações.
Isso ocorre quando só levamos em consideração a agricultura de um determinado local, sendo que existem questões associadas à industrialização, urbanização, problemas habitacionais e outros.
Para tratar dessas questões, o governo criou órgãos de fiscalização para que as terras não fossem desmatadas discriminadamente e para que houvessem formulações que buscavam conciliar os interessas ambientais e dos empresários. Tendo em vista essas questões, foram criados os chamados EIA's (Estudos de Impactos Ambientais) e RIMAs (Relatório de Impacto Ambiental). Estes estudos são obrigatório para pessoas físicas ou jurídicas que queiram realizar intervenções em um determinado local, como a construção de um prédio, de um indústria ou, até mesmo, formular uma nova região de plantio. Sem esse avaliação local, realizado por um especialista na área, o alvará de construção não pode ser emitido.
O estudo serve para delimitar as beiras da construção, ou seja, ele pauta as ações que são permitidas em lei, sem violar as Áreas de Proteção Ambiental, o Código Florestal, entre outras. Para fiscalizar se estes relatórios são feitos da maneira correta, foram criados órgãos reguladores, como é o caso da CETESB, CONAMA e SEMAs, por exemplo. Contudo, esses órgãos ganharam o papel de fiscalizar não só os empreendimentos privados, mas assim como, os inúmeros empreendimentos públicos que são realizados.
As áreas em que esse relatório é indispensável, são diversas: estradas, ferrovias, portos, extração de minérios, aeroportos, construção de oleodutos, gasodutos, entre outros. No livro são apontados os principais pontos que devem estar presentes no relatório, " Nos EIAs - RIMAs deve-se estabelecer quais serão as medidas mitigadoras, ou seja, soluções técno-científicas que possam diminuir os efeitos dos impactos adversos previamente identificados e qualificados." (p.305). Segundo Ross, deveria existir um acompanhamento da evolução de adversidades que podem ser decorrentes da intervenção da construção humana, contudo sabe-se que os órgão de fiscalização não são imponentes o suficiente para dar continuidade à real intenção do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental. 
Ross deixa claro os inúmeros fatores que, essencialmente devem ser levados em consideração para a implantação de uma nova cultura de alimentos, a implementação de um novo núcleo urbano ou, até mesmo, a construção de um grande empreendimento. O que também é deixado claro no capítulo do livro é, sobre como a fiscalização acaba não conseguindo ser tão efetiva, mediante à inúmeras construções que são realizadas diariamente e como que, muitas vezes, o que está presente no relatório apresentado não é seguido. Na teoria, esses relatórios deveriam ser seguidos à risca e não servir só como um mero enfeite para conseguir o alvará de construção e realização do empreendimento.

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