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Resenha: ROSS, Jurandyr L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. Oficina de texto, 2006.

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Resenha: ROSS, Jurandyr L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. Oficina de texto, 2006.
Em um contexto geral o livro apresenta questões relacionadas à tópicos ligados ao meio ambiente, mais precisamente está ligado aos inúmeros métodos de abordagem que podem ser dados sobre um mesmo assunto e como resolver problemas relacionados à fragilidade ambiental, a partir do fornecimento de informações sobre o relevo brasileiro como um todo.
É interessante notar, logo no início do livro no primeiro capítulo, que são propostos vários sub-sistemas, no caso são geossistemas, que compõe um sistema completo. A divisão de um único tema (sistema) pode ser feita a partir de um ponto de vista adotado pelo pesquisador, ou seja, pode dar prioridade para sub-sistemas inseridos em limites de paisagens, de solo, território político e outros.
Com as divisões, assumidas com o ponto de vista do autor, é possível repassar ao leitor uma perspectiva diferente do assunto que é abordado no mapa. Esse conceito associado à sistemas e sub-sistemas foi construído ao longo dos anos dentro das escolas alemã e francesa, com tais preceitos foram redigidas as noções que temos atualmente sobre construção e observação do espaço e que serviram de base para fundamentar as teorias que são conhecidas hoje.
A formação de uma base metodológica permitiu certa sistematização do repasse de conhecimento dentro de cada escola, ou seja, na escola alemã passou a existir uma "maneira" de transmitir os conhecimentos que foram adquiridos ao longos dos anos de pesquisa, por exemplo. No caso da escola australiana, houve uma sistematização de descrição de um sub-sistema. Essa descrição levava em consideração três características de destaque: a qualidade da unidade estudada, a caracterização da unidade e a o padrão de fisionomia.
Como encerramento do capítulo, o autor explica que esses foram os fundamentos utilizados para a construção da geografia que conhecemos hoje. Além disso, Jurandyr explica que é a partir das classificações que foram descritas no capítulo que tornou-se possível dimensionar a intensidade das ações antrópicas dentro do meio.
São estruturadas relações entre o ser humano e a natureza, sobre como que as ações do homem afetam, inicialmente, a cobertura vegetal do solo em diversos fatores. No decorrer do texto as relações são construídas e buscam encontrar um certo equilíbrio com a intenção de estabelecer as conexões mais fundamentais entre entrada e saída de matéria prima.
Ainda que exista transitoriedade de matéria e energia, deve-se entender que para analisar como que as associações entre a natureza e natureza-homem são edificadas, segundo Milton Santos, só é possível com uma análise do contexto histórico presente, seja ele cultural, social ou de outro cunho, e que é colocado em questão nos levantamentos para o estudo. Além disso, todas as informações devem ser colocadas lado a lado e vistas como um totalidade, unidade. 
Dentro da questão de transitoriedade uma questão interessante é abordada, o fato de que a natureza não consegue repor a energia e matéria que é retirada pelo homem, assim nasce o termo correlacionado à fragilidade ambiental. Com isso, nasce o desequilíbrio ambiental, contudo este último fator não está unicamente ligado às ações antrópicas, mas assim como as características genéticas que construíram a unidade estudada, levando em conta os fatores com maior dependência da geografia física. As alterações nos componentes afetam a natureza como uma totalidade, interferindo no fluxo de energia que é transpassado entre os componentes do sistema.
Dependendo do tipo de relevo presente na natureza o tipo de modificação realizada nele pelo homem, também é diferente. O homem sempre tenta produzir na natureza a melhor forma possível para atender as suas necessidades. A condição natural, inicialmente, molda o relevo. Sendo assim, a morfogênese do território brasileiro foi, em boa parte, modificada, dividindo-se em regiões mais alteradas e menos alteradas. 
A partir destas últimas análises são dadas soluções que visam a melhoria para os problemas que são constatados, assim como a tentativa de se atingir o equilíbrio para a retirada de matéria prima da natureza e as necessidades do homem.
De maneira geral, sobre o livro, todos os métodos de estudos elaborados ao longo dos anos possuem a principal intenção de formar zoneamentos com diferentes tópicos sobre um único assunto, como é a questão apontada sobre a fragilidade ambiental. Sendo levantadas questões de planejamento ambiental e de ordenamento territorial, fundamentais para que sejam direcionados de maneira correta investimento em obras públicas para melhorias e o mínimo de transtornos para a população local.

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