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Perguntas e respostas desindustrialização, migração de indústrias e desindustrialização

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1) Porque Routhron (1999) considera falsa a afirmação que a estagnação ou declínio da participação do emprego na indústria de transformação nas economias avançadas é muitas vezes atribuído à "nova tecnologia", que estaria criando um crescimento sem emprego?
A queda do emprego na indústria de transformação, a partir de 1970 se dá pela grande redução do crescimento do produto, combinada com as baixas taxas de crescimento da produtividade, com isso inserção de novas tecnologias, não explicam em si, o fator de diminuição de empregos na indústria de transformação. O que ocorre de fato, é que os trabalhadores sem qualificação acabam ficando sem lugar dentro dá indústria e, acabam dando seus lugares, para os trabalhadores que possuem algum grau de instrução e de especialização, já que as novas formas de produção acabam por eliminar boa parte dos postos de trabalho manuais. Com isso, o declínio da participação do emprego na indústria pode ser atribuído com maior clareza à outros fatores, como a demanda, o aumento da produtividade e a divisão internacional do trabalho. Já que o que a inserção da tecnologia faz dentro do mercado de trabalho industrial é seleciona trabalhadores especializados para atuarem na indústria.
2) Em Routhron (1999), porque as evidências não sustentam a tese de que a passagem para a sociedade pós-industrial é vista como parte de uma transformação mais ampla da divisão internacional do trabalho, em que a indústria de transformação migra para os países mais pobres e os países mais ricos se especializam nos serviços?
Não há nenhum sinal de que as economias avançadas do "norte" estejam abandonando as importações de manufaturados em favor dos serviços. Se isso de fato ocorresse, iríamos observar um crescimento grande no excedente do comércio de serviços com os países do "sul". Na verdade, o que de fato ocorreu foi que o norte possui um pequeno excedente na exportação de serviços do que com os manufaturados, contudo, ao longos dos anos essa taxa está decrescendo e chega a 0,2% do PIB do norte. O que Brown e Julius (autores que propuseram a tese) fizeram foi generalizar o período dos anos 80, em que o superávit de manufaturas dos países avançados estavam de fato caindo em um período de crise econômica nas principais mercados que estão em desenvolvimento do mundo. Com isso, as importações de bens manufaturados dos países mais pobres estão aumentado, mas o mesmo ocorre com as exportações de manufaturados em sentido contrário, e as economias avançadas continuam sendo as maiores produtoras e importadoras de bens manufaturados. A importação de manufaturados não foram financiadas pela exportação dos serviços, mas sim pela exportação de outros produtos como bens de capital e produtos intermediários como os químicos. 
3) Baseando-se em Cano (2014), porque a desindustrialização dos países latino americanos é diferente da que ocorre nos países avançados?
A crise dos anos 80 e 90 prejudicou os países da América Latina e explica a desindustrialização regressiva, já que houve queda no investimento nas indústrias; reajustes das políticas econômicas que incluíam: controle inflacionário e estabilização dos preços; elevação das taxas de juros; elevação da taxa de câmbio; abertura econômica dos países ao capital externo. Desse modo, se diferem da desindustrialização progressiva dos países desenvolvidos, já que a principal causa destes, é que foi dada maior atenção e investimento para o setores associados ao setor de serviços, como consultorias e procedimentos bancários, deixando o investimento na indústria um pouco de lado.
4) De acordo com Cano quais são as principais causas da desindustrialização no país?
No Brasil a desindustrialização é considerada pelo autor, precoce e nociva e que está gerando uma certa regressão no progresso econômico do país. A desindustrialização pode ser construída em 5 etapas. A primeira está associada à politica cambial realizadas a partir do Plano Real (FHC), junto com ela vieram as reformas do neoliberalismo e estabilização do câmbio excessivamente valorizado, que ajudam a manter os juros altos e desregulamentação da economia. A Segunda parte está relacionada à abertura comercial do país com quedas das tarifas e enfraquecimento de diversos mecanismos que protegiam a indústria brasileira e a deixava com o preço competidor para com as demais. A terceira razão está correlacionada com a taxa de juros elevada no país, que faz com que o empresário compare-a com a taxa de lucro, a fim de acumular capital. Com isso a alta taxa de juros, proporcionada no Brasil pela Selic faz com que o empresário só realize investimentos na indústria em última instância, isto faz com que a indústria fique atrasada, gerando perda de competitividade e, como consequência, sucateamento. A quarta razão é destinada aos investimentos financeiros, no volume aplicado e na participação do PIB, tais investimentos deixaram de ser aplicados cada vez mais pois, apareceram países como a China e os Tigres Asiáticos que ofereciam para as empresas mão-de-obra barata, câmbio desvalorizado e uma indústria de alta competitividade. Desse modo, a indústria brasileira passou a receber remessas menores de investimentos, assim como perdeu a sua competitividade. A quinta, e última razão, está relacionada à economia mundial como um todo, que sofre um processo de desaceleração desde 2007, taç fato é notável já que os grandes blocos mundiais e países desenvolvidos passaram a adotar políticas econômicas mais agressivas dentro do mercado internacional de produtos manufaturados, por exemplo, tentando desse modo, aumentar as exportações e recuperar parte do mercado que foi "roubado" pelos países que estavam em desenvolvimento.

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