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01 Teoria da Comunicação

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TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Teorias da Comunicação 
As Teorias da Comunicação são uma série de estudos sobre a Comunicação Social, podendo en-
globar filosofia, sociologia e psicologia, a depender do tipo de abordagem e da área a ser estudada. 
Essas teorias estudam o desenvolvimento e a aplicação da Comunicação Social em todos os seus 
aspectos políticos, sociais, econômicos e tecnológicos. Tais estudos começaram a se desenvolver a 
partir do início do uso da Comunicação de Massa pelas políticas totalitárias da Europa no período en-
treguerras. A primeira das teorias comunicacionais inclusive, a Teoria Hipodérmica, que tratava toda 
a massa de indivíduos de forma idêntica, supondo que a informação atingisse a todos da mesma ma-
neira e sem resistência, surgiu neste período. 
Como na Teoria Hipodérmica, todo o desenvolvimento inicial das Teorias da Comunicação teve foco 
nas mensagens enviadas pela mídia e nos seus efeitos sobre os indivíduos da massa, no entanto, 
este modo revelou-se demasiadamente superficial para compreender os verdadeiros efeitos da Co-
municação sobre a sociedade, foi então que o caráter dos estudos comunicacionais passou a salien-
tar o processo de seleção das informações midiáticas, geração e divulgação, valorizando assim o 
conteúdo e a forma que o mesmo era veiculado, pois se percebeu que a qualidade do que era difun-
dido tinha ligação direta com os efeitos causados no receptor. 
Após a Teoria Hipodérmica surgiu o Modelo de Lasswell. Apesar de baseado na Teoria Hipodér-
mica, este modelo, criado pelo cientista político Harold Lasswell, apontava as falhas da mesma e foi 
um dos responsáveis pela sua defasagem. O Modelo de Lasswell apontava cinco questões cruciais 
para a compreensão correta da mensagem midiática: “Quem? Diz o quê? Através de que canal? A 
quem? Com que efeito?”. A partir da obtenção das respostas para tais perguntas, a mensagem era 
caracterizada como clara e completa. 
Logo após surge a Teoria da Persuasão que, diferentemente da Hipodérmica, é baseada em aspec-
tos psicológicos, e defende que a mensagem enviada pela mídia não é assimilada imediatamente 
pelo indivíduo, dependendo de várias perspectivas individuais. Portanto essa Teoria não seria de do-
minação ou manipulação como a Hipodérmica e sim de persuasão, pois o indivíduo tende a se inte-
ressar por informações que estejam inseridas em seu contexto sócio-cultural e político, e com as 
quais ele esteja de acordo. 
Sucessivamente surge a Teoria Empírica de Campo (ou Teoria de Efeitos Limitados) que, embora 
baseada na Teoria da Persuasão, fundamenta-se em aspectos sociológicos, e deduz que a mídia tem 
influência limitada na sociedade por ser apenas um instrumento de persuasão, pois a mídia é apenas 
parte da vida social. A Teoria Empírica de Campo entende que a mídia exerce influência social limi-
tada assim como qualquer outra força social (igreja, política, escola, etc.), ou seja, a mensagem midi-
ática passa por diversos filtros individuais de caráter social do indivíduo antes de ser absorvida pelo 
mesmo. Derivando daí a intensidade do efeito da mensagem no indivíduo, a Teoria Empírica de 
Campo conclui que os filtros individuais são de caráter sociológico e não psicológico, como da Teoria 
da Persuasão. 
Posteriormente surge a Teoria Funcionalista que estuda o papel da mídia na sociedade e não mais 
apenas os seus efeitos. O indivíduo deixa de ser analisado apenas por seu comportamento, e passa 
a ser estudado por sua ação social, os valores que considera e os modelos sociais que adquire em 
comunidade. 
Logo depois surge a Teoria Crítica, inaugurada pela Escola de Frankfurt, baseada em teorias marxis-
tas que encaram a mídia como instrumento de influência social capitalista. A Teoria Crítica age por 
meio de repetição, e é nela que surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a ser re-
produzida tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde seu caráter artís-
tico e passa a ter um caráter capitalista de consumo. 
Em seguida surge a Teoria Culturológica, que parte do pressuposto de que a mídia não produz uma 
padronização cultural, e sim se baseia em uma padronização já existente nas sociedades, que surge 
a partir de características nacionais, religiosas e/ou humanísticas. Ou seja, a cultura de massa não é 
autônoma, mas depende de muitos aspectos particulares a cada organização social. 
Depois disso, desenvolve-se uma segunda fase das Teorias da Comunicação. Ainda muito recentes, 
as Teorias da segunda fase dividem-se em três: 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Teoria do Agendamento, Gatekeeper e Newsmaking. A Teoria do Agendamento estuda a capaci-
dade que os meios de comunicação possuem de enfatizar algum tema, estuda a importância que a 
mídia tem ao aproximar o indivíduo de uma realidade distante da sua. Já o Gatekeeper (Guardiões do 
Portão) estuda as características que levam uma mensagem a ser ou não divulgada na mídia, depen-
dendo de cada veículo e seus pressupostos particulares como relevância, influência, confiabilidade, 
contexto político-social e até mesmo política empresarial. Por fim, o Newsmaking, que é um aperfei-
çoamento do Gatekeeper, estuda com maior minúcia o trabalho dos profissionais de mídia, na indus-
trialização das informações cedidas pela realidade, ou seja, a transformação da informação em notí-
cia. 
Teoria da comunicação são estudos acadêmicos que pesquisam os efeitos, origens e funciona-
mento do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, 
políticos e cognitivos. Englobam psicologia, filosofia e sociologia, dependendo do tipo de abordagem 
e dos objetivos da pesquisa. 
Os estudos em Comunicação Social começaram com a crescente popularização das tecnologias mi-
diáticas e seu uso durante as experiências totalitárias da Europa. Em sua primeira fase, concentraram 
suas atenções sobre as mensagens da mídia e seu efeito sobre os indivíduos; na segunda, enfatiza-
ram o processo de seleção, produção e divulgação das informações através da mídia. 
Primeira Fase 
Em seus primórdios, os estudos em Comunicação Social dedicaram-se principalmente ao papel e 
efeito social do rádio, uma vez que este veículo fora a primeira mídia a alcançar proporções e popula-
ridade suficientes para ser caracterizado como meio de comunicação de massa. Além disso, seu al-
cance o levou a ser amplamente utilizado pelos estados totalitários que emergiram na Europa no perí-
odo entre-guerras. 
Teoria Hipodérmica 
Também conhecida como "Teoria da Bala Mágica", a Teoria Hipodérmica estudou o fenômeno da mí-
dia a partir de premissas behavioristas. Seu modelo comunicativo é baseado no conceito de "estí-
mulo/resposta": quando há um estímulo (uma mensagem da mídia), esta adentraria o indivíduo sem 
encontrar resistências, da mesma forma que uma agulha hipodérmica penetra a camada cutânea e 
se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa. Daí o porquê de esta teoria também ser co-
nhecida como "Teoria da Bala Mágica", pois a mensagem da mídia conseguiria o mesmo efeito "hipo-
dérmico" de uma bala disparada por uma arma de fogo. 
O conceito de "massa" é fundamental para se compreender a abordagem da teoria hipodérmica. Se-
gundo os estudiosos desta corrente, a massa seria um conjunto de indivíduos isolados de suas refe-
rências sociais, agindo egoisticamente em nome de sua própria satisfação. Uma vez perdido na 
massa, a única referência que um indivíduo possui da realidade são as mensagens dos meios de co-
municação. Dessa forma, a mensagem não encontra resistências por parte do indivíduo, que as assi-
mila e se deixa manipular de forma passiva. 
Modelo de Lasswell 
O cientista político Harold Lasswell desenvolveu um modelo comunicativo que, embora baseado na 
teoria hipodérmica, apontava suas lacunas e contribuiria posteriormente para a sua superação. Para 
Lasswell, compreender o alcance e efeito das mensagens transmitidas pela mídia requerresponder 
às seguintes questões: Quem? Diz o quê? Através de que canal? A quem? Com que efeito? Os des-
dobramentos das indagações correspondem: o "quem" está ligado aos emissores da mensagem; o 
"diz" corresponde ao conteúdo da mensagem; o "canal" à análise dos meios e, por último, o "efeito" à 
análise da audiência e reflexos na sociedade. 
Características do modelo de Lasswell: - A comunicação é intencional, consciente e voluntária; - A 
comunicação é individual, ou seja, os papeis do emissor e receptor surgem isolados. - Não há reci-
procidade; 
Mais tarde, e como forma de aprofundar, Lasswell e outros investigadores criaram a Comunication 
Research que se centrou na forma como os meios de comunicação de massas alteravam os indiví-
duos. Com a evolução dos estudos observou-se uma superação da Teoria Hipodérmica. 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Teoria da Persuasão 
Diferentemente da abordagem hipodérmica, a Teoria da Persuasão afirma que a mensagem da mídia 
não é prontamente assimilada pelo indivíduo, sendo submetida a vários filtros psicológicos individu-
ais. Portanto, os efeitos da mídia não seriam de manipulação, mas de persuasão. O modelo comuni-
cativo desta teoria é bastante semelhante ao behaviorista – porém, acrescido de processos psicológi-
cos que determinam a resposta. Tais processos psicológicos são relativos à audiência e à mensa-
gem. 
Em relação à audiência, o indivíduo ficará interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto; 
além disso, tenderá a consumir as informações com as quais esteja de acordo. Em algumas ocasi-
ões, o indivíduo até mesmo distorcerá o conteúdo das mensagens recebidas, de forma a adequa-las 
à sua forma de entender a questão. 
Em relação à mensagem, o indivíduo a consumirá de acordo com o grau de prestígio e de confiança 
que depositar naquele que a transmite (o comunicador). Conta também a maneira como os argumen-
tos são distribuídos; se todos ou apenas parte dos argumentos estão presentes; a exposição implícita 
ou explícita das intenções da mensagem; e o grau de envolvimento do indivíduo com o assunto. 
Teoria Empírica de Campo (Teoria dos Efeitos Limitados) 
A Teoria Empírica de Campo ou Teoria dos Efeitos Limitados (nome dado como resposta à Teoria 
dos Efeitos Ilimitados de Lasswell) baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a mídia cum-
pre papel limitado no jogo de influência das relações comunitárias. Em outras palavras, a mídia é 
apenas mais um instrumento de persuasão na vida social, uma vez que é apenas parte desta. Assim, 
a Abordagem Empírica de Campo abandona a relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o 
comportamento do indivíduo. 
Antes, enfatiza a influência indireta que a mídia exerce sobre o público tal como faria qualquer outra 
força social (igreja, família, partido político etc). O alcance das mensagens midiáticas depende do 
contexto social em que estão inseridas, ficando sujeitos aos demais processos comunicativos que se 
encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros individuais pelos quais as mensagens pas-
sam seriam de origem muito mais social do que psicológica. 
O estudo dos efeitos dos meios de comunicação teve início nos anos 1930 com a chegada dos cen-
tros de ciências sociais empíricas aos Estados Unidos. Paul Lazarsfeld, integrante do Bureau of Ap-
plied Social Research da Universidade de Columbia, foi o principal nome da pesquisa sobre os efei-
tos. Teve um papel central no desenvolvimento da pesquisa social organizada em todo o mundo e 
também na constituição da disciplina de comunicação. 
Os estudos de Lazarsfeld sobre formação da opinião pública e sobre a influência dos líderes de opi-
nião em campanhas comerciais e eleitorais foram modelos para as pesquisas sobre os efeitos limita-
dos que dominaram o campo da comunicação por muitos anos. Estes estudos procuravam compre-
ender como as campanhas veiculadas por meios de comunicação influenciavam as tomadas de deci-
sões. 
Numa pesquisa sobre as eleições presidenciais de 1940, Lazarsfeld e outros pesquisadores descobri-
ram que os líderes de opinião tinham papel de destaque na tomada de decisões e assim formularam 
o chamado “modelo de comunicação em duas etapas”: os conteúdos partiam da mídia para os líderes 
de opinião e destes para segmentos menos ativos da população. O tal modelo também apontou que 
a mídia tende a reforçar predisposições em vez de alterá-las, visto que através do processo de expo-
sição seletiva as pessoas tendem a consumir informações que confirmem suas crenças. 
Lazarsfeld e seus pares encontraram assim efeitos de curto prazo e concluíram que os efeitos políti-
cos e sociais da mídia eram pouco significativos. Porém, a pesquisa sobre os efeitos limitados da mí-
dia não chegou às estruturas mais complexas, como as empresas de comunicação, porque vinha de-
las boa parte do financiamento para as pesquisas de Lazarsfeld. Mesmo com as limitações econômi-
cas, é notório que dentre as contribuições mais significativas do pesquisador e de seu grupo está a 
constatação que a comunicação é um processo complexo e mediado por vários fatores. As pesquisas 
anteriores tratavam a mídia como dotada de onipotência. A partir desses estudos, a pesquisa sobre 
os efeitos foi sendo aprimorada para abranger estruturas mais complexas, que passaram a analisar 
os efeitos de longo prazo da mídia. 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Efeitos de longo prazo 
A partir da década de 1950, os estudos no campo dos efeitos da mídia evoluíram para compreensões 
mais sistemáticas. Três características sugerem uma reviravolta na pesquisa sobre os efeitos. São 
elas: 
1. ênfase maior nos efeitos de longo prazo 
2. maior atenção aos efeitos cognitivos 
3. atenção aos efeitos mais significativos 
Algumas teorias foram elaboradas a partir desse período para dar suporte a esses estudos. São elas: 
teoria do agendamento, teoria do cultivo, teoria dos usos e gratificações e teorias do processamento 
da informação. 
Processamento da Informação 
Teoria do Agendamento 
A teoria do agendamento defendia a tese que a mídia determinava os temas nas campanhas políticas 
e salientava a importância dos temas para a opinião pública. A partir do agendamento surgiram novos 
estudos para ampliar a pesquisa sobre os efeitos da mídia. A teoria foi importante e inovadora para o 
campo de estudos, mas desconsiderou importantes variáveis relacionadas ao conteúdo da mídia que 
podem ser importantes na formação da opinião pública. Ela não levou em conta, inicialmente, que as 
formas de apresentação da informação têm papel fundamental na sua apreensão pelo público. Para 
suprir essas carências, surgiu o conceito de enquadramento. Com esse complemento, os estudos 
passaram a abordar não só como a mídia afeta sobre o que o público pensa, mas como ele percebe 
os temas que lhes são apresentados. 
Teoria do cultivo ou Análise do cultivo 
A análise do cultivo foi outro enfoque que enfatizou os efeitos de longo prazo e sugeriu que a mídia 
seria ainda mais poderosa. Como exemplo de pesquisa utilizando essa teoria, George Gerbner anali-
sou programas de ficção da televisão norte-americana desde 1967 e conduziu uma série de estudos 
com outros pesquisadores a fim de descobrir como esses programas influenciavam a visão de mundo 
dos telespectadores. Por fim, Gerbner concluiu que a exposição a esses conteúdos leva ao cultivo de 
concepções compartilhadas da realidade entre diversos públicos. 
Apesar de não compreender a comunicação como uma via de mão única, os teóricos da análise do 
cultivo concebiam os conteúdos televisivos com certa homogeneidade e ignoravam a divergência 
quanto ao que era exibido, principalmente entre os usuários mais fieis, chamados de heavy viewers. 
Outro questionamento levantado sobre a teoria do cultivo diz respeito à concepção simplista sobre a 
recepção da televisão, levando em conta apenas a exposição, deixando de lado as interpretações e 
ressignificações que aspessoas fazem sobre os conteúdos. 
Teoria dos Usos e Gratificações 
A teoria dos usos e gratificações foi além da teoria do cultivo e procurou descobrir o que o público fa-
zia com as mensagens da mídia. Foi pioneira ao conceber o consumidor de mídia como ator racional 
que buscava satisfazer necessidades específicas através daqueles conteúdo. 
Teorias sobre o Processamento da Informação 
Foram desenvolvidas a partir de teorias da psicologia cognitiva, o que representou um avanço nos 
campos conceituais e metodológicos do campo dos estudos da mídia. Alguns estudiosos dessa cor-
rente questionavam a afirmação de que a televisão é a principal fonte de informação do público por 
ela enfrentar dificuldades de se fazer presente na memória coletiva. As teorias do processamento da 
informação estão baseadas na “concepção da comunicação como transporte” na qual a decodificação 
da mensagem não é considerada problemática ou capaz de transformar o significado da mensagem. 
Teoria Funcionalista 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
A Teoria Funcionalista estuda as funções exercidas pela mídia na sociedade, e não os seus efeitos. 
Em lugar de pesquisar o mero comportamento do indivíduo, estuda-se a sua ação social enquanto 
consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente. Seus métodos de pesquisa dis-
tanciam-se dos métodos da teoria Hipodérmica, Empírico-Experimental e de Efeitos Limitados por 
não estudar a mídia em casos excepcionais, como campanhas políticas, mas em situações corriquei-
ras e cotidianas. 
Teoria Crítica 
Inaugurada pela Escola de Frankfurt, a Teoria Crítica parte do pressuposto das teorias marxistas e 
investiga a produção midiática como típico produto da era capitalista. Desvendam assim a natureza 
industrial das informações contidas em obras como filmes e músicas: temas, símbolos e formatos são 
obtidos a partir de mecanismos de repetição e produção em massa, que tornam a arte adequada para 
produção e consumo em larga escala. 
Assim, a mídia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. É o que foi denomi-
nado indústria cultural. Nesta, o aspecto artístico da obra é perdido. O imaginário popular é reduzido 
a clichês. O indivíduo consome os produtos de mídia passivamente. O esforço de refletir e pensar so-
bre a obra é dispensado: a obra "pensaria" pelo indivíduo. 
Indústria midiática pressupõe três dimensões básicas: os processos midiáticos, que configuram as 
técnicas de produção e difusão de conteúdo; Divulgação e projetos elaborados e conteúdos culturais 
que justificam as mensagens elaboradas. 
Teoria Culturológica 
A Teoria Culturológica parte de uma análise à Teoria Crítica e desenvolve assim um pressuposto dife-
rente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funções da mídia, procura definir a 
natureza da cultura das sociedades contemporâneas. Conclui assim que a cultura de massa não é 
autônoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou 
humanística. Ou seja, a cultura de massa não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a pa-
dronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário popular. 
A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um lado, cumpre a padronização indus-
trial exigida pela produção artística, por outro, corresponde à exigência por individualização por parte 
do espectador. É o que se define como sincretismo. Os produtos da mídia transitam entre o real e o 
imaginário, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato de fantasia. 
Segunda Fase 
Gatekeeper 
Os estudos sobre os gatekeepers ("guardiões do portão") analisam o comportamento dos profissio-
nais da comunicação, de forma a investigar que critérios são utilizados para se divulgar ou não uma 
notícia. Isso porque estes profissionais atuariam como guardiões que permitem ou não que a informa-
ção "passe pelo portão", ou melhor, seja veiculada na mídia. A decisão de publicar algo ou não publi-
car depende principalmente dos acertos e pareceres entre os profissionais, que estão subordinados a 
uma cultura de trabalho ou uma política empresarial e ainda aos critérios de noticiabilidade. E que 
não raro exclui o contato com o público. Nesta teoria é levado muito em conta a percepção do próprio 
editor (gatekeeper) sobre como ele planeja anunciar a noticia e qual caminho este dará a ela. Ou 
seja, o editor não leva em conta o contexto social em que a notícia será publicada e sim sua própria 
percepção e suas experiências. 
Newsmaking 
Os estudos sobre os emissores desenvolveram-se de forma progressiva, ao contrário dos estudos 
sobre os meios de comunicação de massa. A abordagem desses estudos é essencialmente socioló-
gica, com metodologias que podem variar do questionário à observação participante. Mauro 
Wolf afirma que, inicialmente, os estudos sobre os emissores exploraram pouco os níveis mais altos, 
os fatores políticos e econômicos relacionados aos mass media, de onde vem questões extrema-
mente relevantes para a compreensão dos processos de produção de notícias. Posteriormente esses 
estudos evoluíram a partir de duas abordagens: uma ligada à sociologia das profissões, que analisa 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 
6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
características sociológicas, culturais e profissionais dos emissores e outra, que observa a lógica dos 
processos de produção da comunicação de massa e a organização do trabalho jornalístico, onde 
ocorre a construção das mensagens. 
Os estudos sobre os emissores passaram da análise dos critérios utilizados pelos jornalistas para se-
lecionar as notícias (gatekeeping) para a observação dos fatores influenciadores da produção de notí-
cias (newsmaking). 
O newsmaking utiliza-se da técnica da observação participante para reunir dados fundamentais sobre 
as rotinas produtivas dos mass media. Esta observação deve ser teoricamente orientada e fazer parte 
de um projeto de pesquisa. A metodologia utilizada, aliada ao período da observação, permite obser-
var as mudanças adotadas pelas redações em épocas de crise, contrariando a ideia de um processo 
automático da produção noticiosa. O newsmaking articula-se entre a cultura profissional dos jornalis-
tas e a organização dos processos produtivos. Gaye Tuchman afirma que, para produzirem notícias, 
os órgãos de informação devem obedecer a três premissas básicas. São elas: 
1. tornar relevante um fato até então desconhecido 
2. tentar relatar os acontecimentos de forma clara, evitando refletir valores pessoais 
3. organizar, temporal e espacialmente, o trabalho, de modo que os acontecimentos noticiáveis pos-
sam seguir uma linha de apresentação 
A aptidão de um acontecimento para ser transformado em notícia (noticiabilidade) é determinada de 
acordo com imposições ligadas à organização do trabalho e de acordo com o profissionalismo dos 
jornalistas. Em suma, notícias são aquilo que os jornalistas definem como tal. 
As notícias são responsáveis pela criação de uma memória fragmentada que indica elementos bási-
cos para a compreensão de um fato. Geralmente não apontam causas e consequências de um acon-
tecimento. A noticiabilidade é um critério baseado em decisões dos grupos de comunicação, não indi-
viduais, contido na cobertura informativa dos mass media. Este fator sempre está atrelado aos inte-
resses das organizações e dos jornalistas. 
Segundo Mauro Wolf, as fontes são um dos pilares básicos para a qualidade da informação transmi-
tida. Por isso, é importante cultivar fontes estáveis e ter um bom relacionamento com elas. Essas fon-
tes fixas podem, muitas vezes, dar preferência a determinado repórter, além de que o jornalista passa 
a ter maior confiança nas informações repassadas. As fontes mais confiáveis a partir do ponto de 
vista dos jornalistas são as institucionais, oficiais. 
A escolha das fontes também é uma decisão ideológica do grupo de comunicação, da mesma forma 
que tantas outras decisões tomadas no processoprodutivo. Citando Herbert J. Gans, Wolf diz que “a 
relação entre fontes e jornalistas se assemelha a uma dança, com as fontes a tentarem ter acesso 
aos jornalistas e estes a tentarem aproximar-se das fontes”. 
Os fatores mais importantes na relação jornalista-fonte são os incentivos, o poder da fonte, a sua ca-
pacidade de fornecer informações credíveis e a proximidade social e geográfica em relação aos jor-
nalistas. Para Wolf, dos quatro, o mais relevante é o quarto, os outros são complementares. 
Já do ponto de vista dos jornalistas com a conveniência na utilização das fontes, os fatores são: 
a oportunidade revelada com antecedência (fontes que forneceram materiais credíveis outras ve-
zes têm preferência e continuam a ser utilizadas até se tornarem fontes regulares); a produtivi-
dade (explica que as fontes institucionais são as que mais normalmente se recorre, porque são elas 
que fornecem material suficiente para as matérias, evitando um excesso de fontes); a credibili-
dade (fontes institucionais e regulares são mais confiáveis); a garantia (se o jornalista não tem como 
confirmar a informação, ele procura a credibilidade da fonte); a respeitabilidade (preferência em fa-
zer referência às fontes oficiais ou que ocupam posição de autoridade, por serem mais credíveis 
e por representarem o ponto de vista oficial). 
Além das fontes comuns, a agenda dos outros veículos de comunicação e as agências de notí-
cias também são fontes importantes, mas diferem das comuns por serem empresas de comunicação 
e trabalharem com notícias.

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