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Anatomia e Histologia do colo do útero

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O colo do útero é o terço inferior cilíndrico e relativamente estreito do útero, que tem comprimento aproximado de 2,5 cm em uma mulher adulta não grávida. Para fins descritivos, é dividido em duas porções: uma porção supravaginal entre o istmo e a vagina, e uma porção vaginal, que se projeta para a parte superior da parede anterior da vagina. A porção vaginal arredondada circunda o óstio do útero e, por sua vez, é circundada por um recesso estreito, o fórnice da vagina. A porção supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente por tecido conjuntivo frouxo (paramétrio) e do reto posteriormente pela escavação retouterina. 
O colo uterino é dividido na porção vaginal (ectocérvix) e endocérvix. O ectocérvix é visível a olho nu ao exame vaginal e coberto por um epitélio escamoso estratificado não queratinizado em continuidade com a abóbada vaginal. O epitélio escamoso converge centralmente em uma pequena abertura chamada de óstio externo. Em mulheres nulíparas, este óstio é virtualmente fechado. À medida que as células se superficializam, a quantidade de citoplasma aumenta, as células achatam-se e adquirem glicogênio, que aparece como vacúolos claros no citoplasma.
 Em posição imediatamente cefálica ao óstio está o endocérvix, que é revestido por um epitélio colunar secretor de muco, que se aprofunda para o estroma subjacente produzindo as glândulas endocervicais. 
O ponto no qual o epitélio escamoso e o colunar mucinoso endocervical se encontram é chamado de junção escamocolunar. A posição da junção é variável devido a influências da anatomia cervical e hormonais relacionadas à idade. A diferenciação das células basais de reserva na junção escamocolunar em tipos celulares escamosos ou glandulares governa a microanatomia desta região e resulta em uma migração progressiva para cima da junção escamocolunar com a idade. A chamada zona de transformação ou zona T é a porção da endocérvice mais próxima do orifício externo do canal cervical e, portanto, limítrofe com a ectocérvice. Nesta região é comum a ocorrência de metaplasia escamosa. O epitélio de revestimento da endocérvice, que deveria ser cilíndrico mucoso igual ao das glândulas, sofre metaplasia para epitélio plano estratificado não corneificado semelhante ao da ectocérvice. As glândulas endocervicais abaixo da superfície mantêm aspecto normal. Os cistos de Naboth, frequentemente observados nesta região, são glândulas endocervicais dilatadas porque seu orifício de saída foi obstruído pelo epitélio metaplásico. Seu revestimento é de epitélio cilíndrico simples mucoso, igual ao de outras glândulas endocervicais.
O epitélio evertido, mais delgado, é menos resistente às adversidades existentes na luz vaginal, como pH ácido, microbiota residente e traumatismos aos quais o colo fica exposto durante as relações sexuais. Esses fatores são os responsáveis pela ocorrência de um outro fenômeno fisiológico e adaptativo: nas áreas de epitélio evertido, surge metaplasia escamosa, que é caracterizada pela substituição progressiva do epitélio colunar endocervical por epitélio escamoso, mais resistente.
Quando os mesmos processos irritativos indutores da transformação metaplásica se perpetuam, muitas vezes surgem inflamação crônica ou displasias, as quais resultam em alterações no padrão colposcópico da zona de transformação, que passa a ser denominada zona de transformação atípica (ZTA).
Em 1961, um comitê internacional definiu displasia como a lesão caracterizada por distúrbios da polaridade e da diferenciação celulares do epitélio de revestimento, não raro estendendo-se ao epitélio de superfície glandular, na ausência de invasão. Segundo essa definição, as displasias poderiam ser graduadas como discreta (leve), moderada ou acentuada, de acordo com o grau de alterações citológicas e arquiteturais do epitélio afetado.
Histologicamente, nesse grupo de lesões encontram-se distúrbios da proliferação e maturação celulares de intensidade variada. Na displasia leve, as alterações celulares estão presentes no terço basal do epitélio, onde se encontram proliferação basocelular, atipias e modificações da polaridade. Na displasia moderada, os distúrbios celulares são mais intensos e alcançam metade da espessura do epitélio; figuras de mitose são mais frequentes, inclusive acima da camada basal; atipias celulares são mais pronunciadas. Na displasia acentuada, as alterações da polaridade e diferenciação celulares são ainda mais intensas, atingindo praticamente toda a espessura do epitélio; figuras de mitose, típicas e atípicas, são mais comuns. Achado importante na infecção pelo HPV é a coilocitose, em que as células escamosas, além de atipias nucleares, mostram vacúolos citoplasmáticos perinucleares (efeito citopático). À medida que a lesão progride, intensificam-se as atipias nucleares, aumenta a relação núcleo/citoplasma e perde-se a polaridade das células. A diferenciação entre displasia acentuada e CIS, baseia-se no encontro, na primeira, de algum grau de diferenciação na camada mais superficial do epitélio. As lesões podem estender-se ao canal cervical e atingir o epitélio escamoso não metaplásico.
Microscopicamente, o carcinoma de colo uterino trata-se de carcinoma de células escamosas, em que as células, geralmente grandes, têm núcleo vesicular e nucléolo evidente, com ceratinização individual e formação de pérolas córneas.

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