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Unidade 4

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Economia & Mercado 
Módulo IV 
 
 
CARTEL 
DENIS FERREIRA JANEIRO 8, 2016 
 
Para que servem as empresas? 
Do ponto de vista econômico dos controladores da empresa ela serve 
para dar lucro e trazer retorno sobre o investimento realizado pelos 
sócios da companhia. 
Já do ponto de vista social, uma empresa serve para atender as nossas 
necessidades de forma eficiente e com um preço justo, deixando 
ambas as partes (quem demanda e quem oferta) satisfeitas. 
Mas e quando uma empresa ou um grupo de empresas resolvem se unir 
pra prejudicar a vida dos clientes? A quem podemos recorrer? Para 
entender como isso funciona, vamos ao tema do artigo. 
 
O cliente nem sempre tem a razão. 
Imagine um bairro que tem apenas uma padaria para atender todas as 
pessoas que vivem ali. Não foi por imposição de ninguém nem pela 
criação de uma lei, mas como só existe uma empresa fornecedora dos 
produtos que a população do bairro demanda, iniciou-se 
um monopólio espontâneo. 
Agora imagine que uma segunda padaria seja inaugurada algumas 
quadras abaixo trazendo maior competitividade para o mercado e 
consequentemente melhora no padrão dos produtos e preços 
oferecidos pelos consumidores. 
Para atrair mais clientes e assim lucrar mais, ambos os padeiros 
começam a realizar promoções e descontos em seus produtos a fim de 
aumentar seu market share. Com o passar do tempo, o preço de 
ambos chega a um nível em que não é interessante mais para a 
empresa, visto que o lucro das vendas caiu consideravelmente. 
Eis que a padaria A vai até a padaria B e propõem o seguinte acordo: 
“Que tal nós combinarmos um preço pelos nossos produtos? Ambos 
lucraremos com nossas vendas e não precisaremos mais brigar pelos 
clientes do bairro”. 
Então as padarias A e B combinam que venderão somente pães por um 
preço mínimo de R$ X,XX e no máximo produzirão 100 pães por dia 
cada, obrigando os clientes a ter de ir na padaria concorrente, caso 
não encontrem pão na sua padaria preferida. 
Com o passar das semanas o acordo se torna tão benéfico que ambos 
as padarias começam a elevar seu preço de forma igual, tirando 
proveito dos clientes que se veem obrigados a adquirir os produtos ali. 
Esse tipo de acordo existe de verdade e muitas empresas os realizam… 
eles se chamam carteis. 
 
 
 
 
http://economiasemsegredos.com/monopolio-maos/
 
Assista ao vídeo sobre Cartel 
 
Link 
https://www.youtube.com/watch?v=V2oeTv49dGQ 
 
O que é Cartel? 
Quando as empresas formam um cartel, elas estão de forma intencional 
tentando tirar proveito do controle do mercado que elas possuem a fim 
de prejudicar o consumidor em benefício próprio. 
Eles se formam geralmente em mercados onde existem oligopólios, ou 
seja, onde um número reduzido de empresas possui poder suficiente 
para controlar preços, produção, custos e até a entrada de novos 
concorrentes no mercado. 
Em alguns países, os carteis organizados pelas grandes empresas são 
tão bem estruturados que se demoram anos para que os órgãos de 
investigação identifiquem e consiga julgar e punir todos os culpados. 
http://economiasemsegredos.com/mercados-a-estrutura-da-concorrencia/
No Brasil, o CADE é o órgão que fiscaliza esse tipo de atividade em 
conjunto com mais duas outras instituições: 
a) Secretária de acompanhamento econômico: tem a função de 
investigar e emitir parecer sobre condutas anticoncorrenciais realizadas 
pelas empresas. 
b) Conselho administrativo de defesa econômica: auxilia o CADE na 
investigação de crimes contra a ordem econômica, concentração 
econômica de mercado, além de análises de fusões e aquisições. 
Eles são amparados pela Lei Antitruste nº 12.159, a qual dispõe sobre a 
prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica no país. 
Caso alguma empresa, ou grupo de empresas, seja pega realizando 
práticas que prejudiquem a livre concorrência ou os consumidores, está 
será acusada e após julgamento poderá receber uma pena em forma 
de multa que pode variar de 0,1% até 20% do seu faturamento, além da 
proibição de atuar em licitações no caso de empresas que realizaram 
carteis contra o governo. 
Como todas as empresas que praticarem tal ato serão punidas, por 
vezes algumas delas podem resolver colaborar com a justiça através de 
um acordo de leniência, onde a companhia identifica os demais 
envolvidos na formação do cartel e entrega documentos que 
comprovem suas denúncias. 
Para estimular que empresas realizem o acordo de leniência de forma 
espontânea, o CADE concede o benefício de redução de multa 
somente à primeira das envolvidas que resolver delatar as demais 
empresas. 
Casos famosos no Brasil. 
Alguns casos ficaram famosos no país pelo fato de grandes empresas 
participarem deles. Conheça abaixo alguns: 
Em parênteses a data de descoberta do cartel. 
http://economiasemsegredos.com/cade-o-juiz-das-empresas/
Empresas aéreas (2013): a empresa Lufthansa confessou, através de um 
acordo de leniência, a participação de um acordo entre as empresas 
Air France, KLM, BSA, Alitalia, American Airlines, United Airlines, VarigLog 
e Swiss International. Nesse cartel, as empresas combinaram o preço de 
repasse do valor dos combustíveis na passagem entre 2003 e 2005, 
encarecendo o valor cobrado aos clientes. 
Empresas de cimento (2006): as empresas Votorantim Cimentos, Holcim 
do Brasil, Cimpor Cimentos, Companhia de Cimentos Itambé, Itabira 
Agro Industrial e a Intercement realizavam a fixação dos preços a serem 
vendidos de concreto e cimento no Brasil, além de realizar a divisão de 
clientes entre as empresas envolvidas no cartel, impedindo a entrada 
de novas empresas no ramo. Segunda dados das investigações o cartel 
iniciou-se em 1987 e gerou um ganho ilegal aos participantes no 
montante aproximado de R$ 30 Bilhões durante o período. 
Foi proposta uma multa total de mais de R$ 3 Bilhões para todas as 
envolvidas, além da obrigação de venda de parte de seus negócios 
para que não houvessem mais concentrações no setor. 
Companhias de metrô (2012): foram denunciadas as empresas Alstom, 
Trans Sistemas de Transportes e Bombardier, Siemens, MGE, Tejorfan, 
MPE, MGE, Temoinsa e CAF pela divisão de contratos antecipadamente 
às licitações das obras na construção da linha 5 lilás em São Paulo, além 
da compra de trens e equipamentos com preços supervalorizados. 
Segundo as investigações, as empresas participantes acordaram preços 
pré-estipulados com vencedores já determinados entre as concorrentes 
dentre o período de 2000 a 2007, sendo a empresa Siemens a cabeça 
do cartel. 
O valor pedido pelo Ministério Público para ressarcimento dos danos é 
de aproximadamente R$ 2,5 Bilhões de reais. 
Companhias automotivas (2014): a companhia Bosch em conjunto com 
a NGK do Brasil realizaram um cartel nos preços e no total produzido de 
velas de ignição dentre 2000 a 2013 com a combinação de reajustes 
dos preços de seus produtos de forma anticompetitiva, alinhando 
interesses entre as duas empresas. Entre os principais afetados estão as 
maiores companhias automotivas do Brasil como a Ford, Fiat, Peugeot, 
Volkswagen, GM e Renault. 
Então é isso… agora você já sabe como funcionam os esquemas de 
carteis e suas consequências. Se gostou não deixe de compartilhar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://economiasemsegredos.com/o-que-e-cartel/ 
Cartéis, Trustes e Holdings 
 
Por Leandro Carvalho 
 
No final do século XIX, alguns países europeus (como a Inglaterra, 
França e Alemanha) tiveram uma aceleração na industrialização e, 
consequentemente, uma ascensão na concentração de capital. Após 
a Grande Depressão capitalista, entre 1880 e 1896, as empresas e as 
indústrias passaram a concentrar capital e formar os grandes 
monopólios. Ou seja, com a concorrência entre as empresas, somente 
as mais fortes prevaleceram e incorporaram as pequenas empresas, 
formando, assim, as grandes indústrias.Com a formação dos monopólios, a concorrência entre as empresas 
deixou de existir acirradamente como antes. No lugar das grandes 
concorrências, começaram a surgir grupos de empresários, chamados 
de cartéis, trustes e holdings. Estes efetuaram uma união de interesses 
próprios contra os consumidores, a fim de aumentar seus lucros. Logo 
adiante, ressaltaremos as principais características dos cartéis, trustes 
e holdings. 
O cartel é a união secreta de empresas do mesmo ramo de negócios, 
que estabelecem entre si acordos para fixar um mesmo preço para seus 
produtos. Com a tabelação do mesmo preço entre os produtos de 
diferentes empresas, elas acabam com a concorrência entre si, ou seja, 
quem sai prejudicado é o consumidor, que perde a possiblidade de 
procurar o menor preço, pois sem a concorrência entre as empresas 
não existe menor preço. Dessa forma, o cartel é a padronização dos 
preços dos mesmos produtos em diferentes empresas. A empresa que se 
recusa a participar do cartel é sabotada e seus proprietários, 
ameaçados. 
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Os trustes são associações de empresas que surgiram a partir da fusão 
de várias empresas que já controlavam a maior parte do mercado. 
Portanto, trustes são formados quando proprietários de empresas 
concorrentes se tornam sócios de uma única grande empresa. Assim, 
passam a controlar grande parte do mercador consumidor, diminuindo 
também a concorrência e a possibilidade de o consumidor encontrar 
produtos com menores preços. 
A partir do momento que grandes empresários, no lugar de montar suas 
próprias indústrias, passam a comprar ações de empresas de um 
mesmo ramo de negócio, surgem as holdings. Dessa maneira, os 
empresários começam a controlar ações de duas ou três empresas 
concorrentes, que produzem um mesmo produto. Portanto, se um 
mesmo empresário é o proprietário de três empresas que produzem 
copos descartáveis, a concorrência não existe, configurando-se como 
uma farsa. 
Atualmente, no Brasil, a formação de cartéis e trustes foi proibida por lei, 
mas alguns setores ainda continuam formando os cartéis para 
padronizar o preço dos mesmos produtos, evitando a concorrência. O 
governo brasileiro criou um órgão do Ministério da Justiça, o Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica, para evitar a formação dos 
trustes. Já as holdings continuam como prática efetiva nas bolsas de 
valores, que controlam os mercados das ações das empresas. 
 
O principal objetivo dos cartéis, trustes e holdings foi evitar a livre 
concorrência de mercado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/carteis-trustes-e-
holdings.htm 
Case de Cartel 
Entenda o caso do cartel do Metrô 
Rafael Alencar Jordão e Rafael Mendes Gomes 
Segundo denúncia de 2012, todos sabiam antecipadamente quais 
empresas venceriam cada trecho em licitação porque os preços 
ofertados já estavam combinados entre eles. 
Quinta-feira, 5 de setembro de 2013 
 
1. Contexto Inicial 
O caso tem seu impacto inaugural na mídia em maio de 2012, quando 
a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia de prática de cartel na 
licitação para construção da Linha 5 – Lilás, do metrô paulista. À época, 
a denúncia do Ministério Público paulista versava sobre fraudes 
supostamente ocorridas no processo licitatório, relatando que os 
executivos das 12 empreiteiras investigadas teriam dividido entre si os 
contratos de seis trechos (de 3 a 8) da Linha 5, direcionando o resultado 
da licitação da obra. Segundo a denúncia, todos sabiam 
antecipadamente quais empresas venceriam cada trecho em licitação 
porque os preços ofertados já estavam combinados entre eles. 
Paralelamente, existiam denúncias de práticas anticoncorrenciais e de 
formação de cartel em outros contratos firmados em benefício do 
Metrô paulistano. Essas investigações, porém, ganharam maiores 
proporções com a colaboração do conglomerado alemão Siemens, 
que firmou um pacto de leniência com o CADE - Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica, comprometendo-se a ceder 
informações confidenciais e documentos em troca de leniência pelo 
auxílio à Justiça. 
A Siemens confessa que participou de diversos esquemas para dirigir as 
licitações de que fizera parte. Segundo seus relatos e documentos, o 
conglomerado firmava acordos prévios com as empresas concorrentes 
e adentrava ao certame licitatório com preços combinados, já 
sabendo de antemão quem sairia vencedor. A partir de então, o 
pretenso cartel propõe duas situações distintas: 1- O vencedor teria 
obrigação de subcontratar a empresa vencida para realizar parte dos 
serviços contratados por meio da licitação, como ocorrido no caso da 
Linha 5 - Lilás, do Metrô paulista; 2 - O vencedor da licitação figuraria 
como concorrente em outra licitação, apresentando uma proposta 
menos atraente ao erário público e sagrando o que perdera a primeira 
licitação como vencedor da segunda licitação, como ocorrido no caso 
da licitação para manutenção de trens da CPTM. 
A conduta da Siemens de colaborar com as investigações não deve, no 
entanto, causar nenhuma estranheza. Nos últimos anos, o 
conglomerado alemão tem adotado estratégias para colaborar com 
as autoridades em todo mundo em casos de investigações que 
envolvam suas atividades. O marco fundamental para mudança da 
conduta do conglomerado ocorreu em meados de 2008, quando a 
empresa foi investigada por infração à lei norte-americana 
denominada FCPA - Foreign Corrupt Practices Act, e firmou com o 
Departamento de Justiça dos Estados Unidos um Plea Agreement, 
acordo judicial, assumindo responsabilidade pela prática de atos de 
corrupção para vencer licitação em vários países em troca de 
benefícios na aplicação de suas penas. 
O caso foi notícia em todo mundo, sendo acompanhado, à época, 
pelo jornal The New York Times, que frisa em seu noticiário, dentre todas 
as sanções e penalidades aplicadas à empresa, o pagamento de $1,6 
bilhões às autoridades americanas e europeias. Os documentos deste e 
de outros casos similares podem ser acessados no site do Departamento 
de Justiça dos Estados Unidos. 
A partir do ano de 2008, então, a Siemens adotou o entendimento de 
que a cooperação com as autoridades nas investigações seria a melhor 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
maneira de se apurar essas espécies de condutas, adotando uma rígida 
política de "compliance" que atualmente é considerada como 
benchmarking. 
No Brasil, a situação se encaminha para o mesmo sentido. Foi 
sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em 2/8/13, a chamada lei 
anticorrupção (lei ordinária 12.846/13). Tal diploma é fundamental para 
a real mudança de atitude das grandes empresas no Brasil, pois atribui 
punições administrativas e civis mais rígidas às empresas consideradas 
corruptas, obrigando-as a indenizar os cofres públicos com multas 
pesadas. É também novedoso que a lei atribui um tratamento 
diferenciado às empresas que possuem programas de "compliance", 
fator preponderante para a redução das sanções, além de dar crédito 
pela colaboração efetiva das empresas investigadas com as 
autoridades. 
No caso da Siemens, é clara a mudança de postura em relação às suas 
administrações anteriores ao ano de 2008. Tal afirmação é corroborada 
com a entrevista do diretor mundial de "compliance" concedida ao 
jornal Folha de São Paulo, onde, entre outras informações sobre a 
atuação da empresa no caso do Metrô de São Paulo, ele afirma que 
"Estamos muito calmos. Achávamos que tudo isso iria ocorrer. O 
processo normal logo voltará. Mas as pessoas, nossos funcionários e 
parceiros que tentarem combinar preços vão saber que nós vamos 
chamar a polícia". 
Ademais, o elevado padrão da atual diretoria da Siemens na área de 
"compliance" é elogiado em todo mundo, sendo reconhecida, em 
pouco tempo, comoreferencia mundial na matéria. Prova disso temos 
no noticiado pelo Estadão, em 30/8/13, que relata que o presidente do 
conglomerado, Paulo Stark, teria sido convidado pelo Ministério Público 
Federal para dar palestra na Procuradoria-Geral sobre seu sistema de 
"compliance", mesmo sendo a Siemens parte investigada em São Paulo. 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
Ao todo, a investigação sobre os contratos feitos no sistema metroviário 
paulistano abarca 20 empresas que participaram dos procedimentos 
licitatórios suspeitos, entre elas subsidiárias da francesa Alstom, da 
canadense Bombardier, da espanhola CAF e da japonesa Mitsui. 
Segundo estimativas feitas pelo site de notícias G1, os valores 
atualizados dos contratos suspeitos chegam a quase R$ 2 bilhões, 
incluindo os cinco contratos firmados no período compreendido entre 
os anos de 2000 e 2007. 
 
2. Das investigações 
As investigações sobre o esquema em tela estão concentradas em 
cinco contratos firmados pelas autoridades de São Paulo e do Distrito 
Federal que tinha por objetivo a melhoria no sistema de transporte 
coletivo local, sendo elas: 1- Compra de Trens e equipamentos para o 
Trecho 1 da Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo, firmado em agosto de 
2000; 2- Compra de Trens e equipamentos para expansão da Linha 2-
Verde do Metrô de São Paulo, firmado em maio de 2005; 3- 
Manutenção de trens das séries S2000, S2100 e S3000 da CPTM em São 
Paulo, firmado entre 2001 e 2002; 4- Modernização da Linha 12-Safira da 
CPTM em São Paulo, novembro de 2004 e; 5- Manutenção do Metrô do 
Distrito Federal, em maio de 2007. 
Em todas elas, o CADE é a autoridade responsável, em âmbito 
administrativo, pela apuração e pela repressão de eventuais práticas 
infracionais à ordem econômica, sendo o órgão que tem concentrado 
o recebimento de todas as provas produzidas, inclusive aquelas 
advindas do conglomerado delator, Siemens. 
No entanto, o CADE não é o único órgão envolvido no caso, sendo que 
a Polícia Federal e o Ministério Público também têm atuado de maneira 
a assessorar do melhor modo na apuração do caso. A Polícia Federal 
tem auxiliado sobremaneira na inquirição das testemunhas do caso, 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
como na inquirição do atual presidente da Siemens, o senhor Paulo 
Ricardo Stark, feita em 21 de agosto de 2013, como noticiou o Estadão. 
Já o Ministério Público tem auxiliado na avaliação dos contratos em 
vigor, verificando se não há irregularidades junto ao TCU - Tribunal de 
Contas da União, com noticiou o mesmo jornal. 
Não há dúvida de que os fatos apurados espraiam-se para além da 
violação à norma de direito concorrencial, esbarrando em diversas 
condutas, diplomas legais, competências administrativas e judiciais de 
todos os níveis. As ações investigadas podem caracterizar fraude à 
licitação, mas também, conforme se apure, ato de corrupção ou 
improbidade administrativa. Como a lei 12.846/13 foi publicada 
posteriormente aos fatos, ela não se aplica para punir a pessoa jurídica 
pelo ato de corrupção. 
 
3. Pagamento de propina 
Como visto, os contratos até então objeto de investigação são 
provenientes de licitações feitas entre os anos de 2000 e 2007, 
entretanto se levarmos em consideração as prévias deliberações e 
pactos firmados entre as empresas investigadas com o objetivo de 
fraudar as licitações e a própria natureza licitatória, que segue um longo 
procedimento administrativo para a contratação, certamente o tempo 
de início das práticas anticoncorrenciais poderia retroceder para 
meados dos anos de 1997 e 1998. 
Em todo este período, São Paulo foi governado por um mesmo partido 
político, o PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira, 
respectivamente nos governos de Mario Covas, Geraldo Alckmin e José 
Serra. No entanto, o que a princípio não se mostraria mais que uma 
ingrata coincidência, tornou-se objeto de investigação a medida que, 
segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, em 2/8/13, a 
Siemens apresentou documentos ao CADE comprovando que o 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
governo do Estado de São Paulo teria conhecimento das práticas para 
direcionar as licitações e que teria recebido, inclusive, suborno para 
acobertar o caso. 
Em nota, o PSDB afirmou que "nunca compactuou, nem nunca há de 
compactuar, com o erro e com a falta de conduta ética" e que ao 
governo de São Paulo "interessa buscar ressarcimento e punir os 
eventuais responsáveis pela suposta formação de cartel". 
O PSDB, ainda, acusa o CADE de agir como "instrumento de polícia 
política" para prejudicar as administrações do PSDB, afirmando em nota, 
segundo o site de notícias G1, que "causa estranheza, no entanto, que 
o CADE se negue a fornecer o conteúdo das investigações para que a 
Corregedoria de São Paulo faça seu trabalho" e criticou o órgão por 
fazer "vazamentos seletivos" com o "claro objetivo de confundir e de 
produzir efeitos políticos e eleitorais". 
Com uma economia e política cada vez mais globalizada, casos como 
este são reiteradamente comentados ao redor do mundo, causando 
grande repercussão negativa e manchando a imagem institucional do 
país no exterior. O caso foi notícia nos principais jornais do mundo, 
incluindo no The Wall Street Journal, que aborda principalmente os 
recorrentes casos de propina em países subdesenvolvidos, como é o 
caso do Brasil. 
 
4. Últimos acontecimentos 
As investigações, como visto, estão em grande evolução e a cada 
informação prestada ou documento apresentado é descoberto um 
novo esquema ou, pelo menos, mais alguma ramificação do esquema 
já investigado. 
Em 15/8/13, em acordo com as informações do site de notícias G1, o 
CADE apresentou um relatório sobre a análise de e-mails que 
comprovariam um pacto não concretizado onde os executivos da 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
Siemens impuseram à Alstom, como condição para fazer parte de um 
cartel na licitação para manutenção do Metrô DF, em 2005, a futura 
subcontratação da empresa alemã na licitação da Linha 4 - Amarela 
do Metrô de São Paulo. 
A situação do metrô do Distrito Federal também suscita dúvidas quanto 
à austeridade do procedimento para a sua manutenção. Segundo 
informações veiculadas nos site de notícias do Novo Jornal, do Estadão 
e até do irlandês The Irish Times, existiriam casos de pagamento de 
propina ao governo do PSDB por intermédio de contas de seus 
integrantes na Suíça, em contrapartida do aval para o procedimento 
licitatório. O dinheiro das propinas teria sido pago por meio de offshore 
no Uruguai, sendo que, para justificar a saída do dinheiro, o esquema 
contrataria empresas de consultoria no Brasil. 
Reportagem veiculada pelo Estadão, em 23/8/13, noticia que em uma 
carta de 2008 à matriz na Alemanha, um ex-executivo da Siemens 
afirmava que a formação de cartel e pagamento de propina a 
agentes públicos não eram exclusivos da área de transportes, mas 
também nos setores de energia e de equipamentos médicos da 
empresa. 
Diante do cenário apresentado, e a partir da vigência da lei12.846/13, 
a tendência é que cada vez mais empresas participantes de esquemas 
similares a este procurem as autoridades públicas, levando todas as 
informações que possuem em troca de tratamento diferenciado para 
imposição das sanções e penalidades. Da mesma forma, é esperado 
que, com a adoção de programas de compliance, as empresas 
consigam aumentar o controle de relações comerciais potencialmente 
problemáticas, e evitem incorrer nas ações penalizadas no âmbito da 
lei anticorrupção (lei 12.846/13) e demais legislações que promovam o 
respeito aos princípios da administração pública. 
_____________ 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI185721,41046-Entenda+o+caso+do+cartel+do+Metro
* Rafael Alencar Jordão, advogado, com a colaboração de Rafael 
Mendes Gomes, sócio, do escritório Chediak, Lopes da Costa, 
Cristofaro,Menezes Côrtes, Rennó, Aragão Advogados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A nova lei antitruste brasileira: uma 
agressão à livre concorrência 
 
 
 
 
Recentemente, a legislação antitruste brasileira foi reformulada, e a 
nossa autoridade antitruste ganhou mais dinheiro e mais poder. Desde 
então, é notória a maior intervenção nos mercados levada a cabo pelo 
CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Veja dois 
exemplos aqui e aqui. 
 
Notícias sobre atos de concentração empresarial reprovados ou 
submetidos a restrições têm aumentado consideravelmente. Também 
aumentou bastante o número de investigações e acusações sobre 
cartéis e outras "infrações contra a ordem econômica". 
A propósito dessa situação, o professor da USP Calixto Salomão Filho, um 
dos mais renomados especialistas brasileiros na área do direito 
antitruste, escreveu artigo na Folha de São Paulo (aqui para não-
http://www.portalapas.org.br/imagens/pdf_svarejo/144MatCapa.pdf
http://www.aasp.org.br/aasp/imprensa/clipping/cli_noticia.asp?idnot=12178
http://www.cade.gov.br/Default.aspx?83a364ac739193b78fb0
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/04/1438954-calixto-salomao-filho-concorrencia-e-intervencao-na-economia.shtml
http://noticias.widmi.com/index.php/brazil/folha-de-s-paulo/opiniao/91087-calixto-salomo-filho-concorrncia-e-interveno-na-economia
assinantes) enaltecendo essa postura mais intervencionista do 
CADE. Segundo ele, não se deve considerar a defesa da concorrência 
— missão institucional de uma autoridade antitruste — com o livre 
funcionamento do mercado. Nas suas palavras, "nada poderia ser mais 
equivocado, tanto do ponto de vista histórico quanto conceitual". 
Ele ainda confessa claramente não apenas sua visão, mas a de todo 
o mainstream acadêmico: "defesa da concorrência eficaz sempre foi 
sinônimo de intervenção econômica, por meio da restrição e mesmo do 
desfazimento de monopólios, sancionamento de cartéis, restrições 
verticais etc. Afirmar que defesa da concorrência não pode ser 
interventiva é uma contradição em termos". 
De fato, a tal "defesa da concorrência" exercida pelas autoridades 
antitruste nunca significou a defesa do livre funcionamento do 
mercado. Tal expressão foi e continua sendo usada apenas por soar 
bem aos ouvidos. O que uma autoridade antitruste faz é qualquer 
coisa, menos a defesa da concorrência. 
Portanto, pode-se dizer que o professor Calixto está certo: tanto do 
ponto histórico, quanto do ponto de vista conceitual, acreditar que o 
direito antitruste tem como função assegurar o livre funcionamento do 
mercado é algo que exige muita ingenuidade e desconhecimento dos 
fatos e da teoria econômica. Foi o que eu tentei demonstrar nesse 
artigo publicado exatamente no dia em que a nova lei antitruste 
brasileira entrou em vigor, em maio de 2012. 
 
No dia 29 de maio de 2012 entrou em vigor a Lei nº 12.529, publicada 
em 30 de novembro de 2011, mas submetida, dada a sua relevância, a 
um vacatio legis de 180 (cento e oitenta) dias. 
Basicamente, essa lei "estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência e dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações 
contra a ordem econômica". É a nossa nova lei antitruste, que substituirá 
a Lei nº 8.884/1994. 
O principal órgão criado e disciplinado pela legislação antitruste é o 
CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), cujas principais 
atribuições, em linhas gerais, são as seguintes: (i) analisar 
preventivamente atos de concentração empresarial, como fusões e 
incorporações de empresas (controle de estruturas), (ii) punir agentes 
econômicos que atentem contra a ordem econômica, praticando atos 
como cartéis ou preços predatórios (repressão de condutas) e (iii) 
difundir a chamada "cultura da concorrência" pelo País (advocacia da 
concorrência). 
A nova lei altera a estrutura do SBDC (Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência) e traz também algumas mudanças importantes no 
procedimento de análise dos atos de concentração empresarial. 
Quanto à estrutura, o que há de mais relevante é a "transformação" da 
antiga Secretaria de Direito Econômico, antes ligada ao Ministério da 
Justiça, em Superintendência Geral, órgão agora integrante do próprio 
CADE. Quanto ao procedimento, a grande mudança é na previsão de 
análise prévia dos atos de concentração — no regime da lei revogada, 
as empresas tinham até 15 (quinze) dias úteis após a realização do ato 
de concentração para submetê-lo ao exame do CADE. 
Meu objetivo neste artigo, porém, não é discutir o que a lei nova muda 
em relação à lei anterior, mas questionar a própria necessidade de uma 
legislação de "defesa" da concorrência. 
Em um estudo recente que coordenei, por ocasião do II Congresso 
Brasileiro de Direito Comercial[1], procurei demonstrar que leis e órgãos 
antitruste são a verdadeira antítese da livre concorrência e que, por 
conseguinte: (i) o CADE deveria ser abolido e (ii) sua lei de regência 
deveria ser revogada. 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn1
Nas linhas a seguir, tentarei resumir os argumentos contidos no referido 
estudo, focando em três pontos: (i) as leis antitruste foram forjadas sobre 
mitos e falácias; (ii) o direito antitruste é embasado em uma teoria 
econômica falha; e (iii) os burocratas que ocupam os órgãos antitruste 
não possuem superpoderes e não podem, portanto, controlar o 
mercado. 
 
Assista ao Vídeo sobre Trust 
 
Link: 
https://www.youtube.com/watch?v=yex1BKDWens 
 
1. Os mitos e falácias que forjaram a criação das leis antitruste 
Grosso modo, pode-se dizer que a origem das leis antitruste hoje 
vigentes, inclusive a brasileira, é o Sherman Act, a lei antitruste 
americana, de 2 de julho de 1890, complementada posteriormente 
pelo Clayton Act, de 1914, e pela lei que criou, no mesmo ano, 
o Federal Trade Comission, a agência antitruste americana, na qual o 
nosso CADE se inspirou. 
Segundo os manuais de direito antitruste (aqui também chamado de 
direito concorrencial ou direito econômico), o Sherman Act foi editado 
numa época em que a economia americana assistia à formação de 
grandes grupos monopolistas, que lucravam às custas dos consumidores 
praticando preços abusivos. Chega-se a afirmar que o Sherman 
Act teria sido a salvação do liberalismo, que estaria sendo destruído 
pelo excesso de liberdade econômica, causadora de concentrações 
monopolísticas que distorciam as regras naturais de competição. 
A propósito, confira-se o que afirmam dois dos mais respeitados 
especialistas em direito antitruste no Brasil sobre as origens do Sherman 
Act: 
A exposição dos fatores político-econômicos relevantes para 
aprovação do Sherman Act permite focalizar corretamente a questão. 
Em primeiro lugar, fica bastanteevidente que a maior preocupação 
relativamente aos monopólios naquela época eram os efeitos 
econômicos negativos sobre o consumidor.[2] 
O Sherman Act de 1890 representa, para muitos, o ponto de partida 
para o estudo dos problemas jurídicos relacionados à disciplina do 
poder econômico. Com efeito, essa legislação deve ser entendida 
como o mais significativo diploma legal que corporificou a reação 
contra a concentração de poder em mãos de alguns agentes 
econômicos, procurando discipliná-la. Não se deve dizer que o Sherman 
Act constitui uma reação ao liberalismo econômico, pois visava, 
justamente, a corrigir distorções que eram trazidas pela excessiva 
acumulação de capital, ou seja, corrigir as distorções criadas pelo 
próprio sistema liberal. Não obstante a opinião contrária de parte da 
doutrina norte-americana, o Sherman Act tratou, em um primeiro 
momento, de tutelar o mercado (ou o sistema de produção) contra 
seus efeitos autodestrutíveis.[3] 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn2
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn3
 O estudo da História, porém, mostra que a afirmação de que 
o Sherman Act surgiu para proteger o ambiente concorrencial e, 
consequentemente, os consumidores é uma falácia. 
Dominick Armentano, professor emérito da Universidade de Hartford e 
talvez o mais especializado estudioso das leis antitruste ligado à Escola 
Austríaca de Economia, afirma que as leis antitruste "foram criadas 
precisamente para serem usadas pelos concorrentes menores para 
arrasar concorrentes mais eficientes".[4] 
Outro estudioso ligado à Escola Austríaca que compartilha dessa 
opinião é o professor da Loyola University Thomas DiLorenzo, para 
quem "na verdade, a história do antitruste tem sido uma história de 
caça às bruxas lançada contra as empresas mais inovadoras e 
empreendedoras da América"[5]. 
Ninos P. Malek, PhD em Economia pela George Mason University, é mais 
enfático ainda, afirmando que as leis antitruste, na verdade, são "um 
porrete usado por empresas contra seus concorrentes com melhor 
desempenho"[6]. 
Como dito, basta estudar a História com um pouco de cuidado para 
identificar as mentiras sobre as quais foi construído todo o arcabouço 
normativo que fundamenta o direito antitruste. 
Analisando a economia americana no período das discussões sobre 
o Sherman Act e no início de sua vigência, Thomas DiLorenzo verificou 
que as empresas acusadas de monopolização dos mercados estavam 
aumentando sua produção e reduzindo seus preços num ritmo muito 
maior do que o resto da economia como um todo. Nas suas palavras: 
Num estudo publicado em junho de 1985 na International Review of Law 
and Economics, eu mostrei que as indústrias acusadas de 
'monopolização' pelo senador Sherman e seus colegas em 1890 
estavam expandindo sua produção quatro vezes mais rápido do que a 
economia como um todo (algumas até dez vezes mais rápido) e 
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https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn6
baixando os seus preços ainda mais rápido do que o nível geral de 
preços estava caindo durante aquele período deflacionário.[7] 
Alguns casos históricos são realmente impressionantes, como o da 
ALCOA, uma das empresas que foi acusada de "monopolização" na 
fase inicial do direito antitruste americano. Mas sabem qual é a 
verdadeira história desse caso, contada em detalhes por Dominick 
Armentano? A ALCOA foi fundada em 1887, quando ela se chamava 
Pittsburgh Reduction Company e a libra de alumínio custava 5 dólares. 
Em aproximadamente 50 anos, ela passou a dominar o mercado de 
alumínio, razão pela qual foi acusada, em 1937, de "monopolização". 
Ocorre que durante esse período ela, com base na sua eficiência, 
reduziu o preço da libra de alumínio para ínfimos 22 centavos de dólar. 
Em suma: a ALCOA foi processada porque reduziu em 
aproximadamente 95% o preço final do produto que comercializava[8]. 
Outro caso conhecido é o da Standard Oil, de John Rockfeller, acusada 
de monopolizar a indústria do petróleo, praticar preços predatórios para 
destruir rivais e cobrar preços abusivos de seus consumidores[9]. Na 
verdade, durante o suposto "monopólio" da Standard Oil o preço do 
barril de querosene caiu de 30 centavos para 6 centavos[10]. 
Foi esse tipo de efeito negativo sobre os consumidores provocado pelos 
"monopólios" que preocupou os criadores do Sherman Act e todas as 
leis antitruste que o copiaram? Claro que não! Obviamente, não eram 
os consumidores que estavam preocupados com essa postura das 
empresas "monopolistas" de aumentar a produção e baixar os preços. 
Quem estava preocupado com isso eram os concorrentes dessas 
empresas, e foram eles que passaram a pressionar os políticos a 
aprovarem uma lei antitruste. 
Quem mais pressionou o governo para aprovação do Sherman 
Act foram os pequenos produtores rurais, por meio de seus sindicatos 
(os grangers). Esses pequenos produtores não estavam agindo em 
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defesa da liberdade econômica ou dos consumidores, mas de seus 
próprios interesses, já que grandes empresas — como a Swift — estavam 
lhes tomando mercado oferecendo produtos mais baratos e 
melhores.[11] 
A afirmação de que a lei antitruste americana foi criada para combater 
efeitos nocivos de supostos monopólios é, portanto, uma falácia 
cuidadosamente forjada ao longo de anos. A real história americana 
do final do século XIX mostra grandes empresas aumentando sua 
produção, reduzindo seus preços e impulsionando o desenvolvimento 
econômico e social dos EUA. Nas palavras sempre precisas de 
DiLorenzo: 
Os economistas que acreditam que houve uma "idade de ouro do 
antitruste" nunca produziram qualquer evidência disso. Como 
demonstrei neste trabalho, o Sherman Act foi um instrumento usado 
para regular algumas das indústrias mais competitivas da América, que 
foram expandindo rapidamente sua produção e reduzindo os seus 
preços, para o desespero de seus menos eficientes (mas politicamente 
influentes) concorrentes. O Sherman Act, além disso, foi usado como um 
despiste para esconder a verdadeira causa do monopólio no final dos 
anos 1880: protecionismo. O principal patrocinador do projeto de lei 
tarifária de 1890, que passou apenas três meses após o Sherman Act, 
não era outro senão o próprio senador Sherman.[12] 
No mesmo sentido se manifesta Thomas Woods, historiador americano 
formado em Harvard e com PhD na Columbia University: 
Na realidade, era muito difícil para as grandes empresas manterem sua 
posição dominante em várias áreas industriais dos EUA do final do 
século XIX. Isso era válido para ramos industriais tão diversos quanto 
petróleo, aço, ferro, automóveis, maquinaria agrícola, cobre, 
acondicionamento de carne e serviços de telefonia. A concorrência 
era extremamente vigorosa.[13] 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn11
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn12
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn13O que motivou a criação da lei antitruste americana — e o que sustenta 
todas as leis antitruste até os dias atuais — foi o protecionismo e o 
intervencionismo. É interessante para o governo ter, como moeda de 
troca, a possibilidade de fustigar empresas que estejam incomodando 
os amigos do rei. E muitas empresas também gostam de saber que 
podem contar com a ajuda do governo na hora de atacar 
concorrentes mais eficientes. 
2. As falhas da teoria econômica que fundamenta o direito antitruste 
O direito antitruste foi construído sob as bases da teoria econômica 
neoclássica, a qual utiliza, para análise de concentrações empresariais 
ou supostas condutas anticompetitivas, conceitos econômicos que 
possuem falhas grotescas. Uma dessas falhas, por exemplo, é confundir 
concentração com monopólio. 
Para a teoria liberal clássica, o fato de um determinado mercado de 
bens ou serviços estar concentrado, havendo apenas uma empresa ou 
poucas empresas atuando nunca foi suficiente para caracterizar a 
existência de um monopólio (ou duopólio ou oligopólio), que devesse 
ser combatido por meio de intervenção estatal. A noção de monopólio 
sempre esteve ligada à existência de barreiras legais à entrada de 
competidores, algo que não pode ser criado por nenhum agente 
econômico privado, por mais poder de mercado que ele ostente. Só 
quem pode criar barreiras legais à entrada e, portanto, criar 
monopólios, duopólios ou oligopólios é o estado, através de 
regulamentações, políticas protecionistas etc. Nesse caso, realmente, os 
danos ao mercado são evidentes. 
Num ambiente de livre iniciativa e livre concorrência, uma determinada 
empresa só consegue abocanhar expressiva fatia de mercado sendo 
mais eficiente que seus competidores, isto é, ofertando bens ou serviços 
mais baratos, de melhor qualidade ou ambas as coisas. E ela só 
conseguirá se manter com essa expressiva fatia de mercado, ou mesmo 
ampliá-la, se continuar sendo eficiente. Nesse caso, pois, a 
concentração, ainda que seja chamada de monopólio, não gera dano 
nenhum ao mercado. 
Comparando as duas situações mencionadas nos parágrafos 
anteriores, Hans Sennholz, PhD em Economia pela New York University, 
distinguiu o monopólio ruim — gerado pelo estado por meio da criação 
de barreiras legais à entrada — do que ele chamava de monopólio 
bom — alta concentração decorrente de eficiência competitiva. 
Em uma economia de mercado livre e desimpedida, sem agências 
reguladoras e conselhos antitruste, um monopólio não é causa para 
alarde. Uma empresa que porventura detenha o controle exclusivo de 
uma mercadoria ou de um serviço em um mercado específico será, 
ainda assim, incapaz de explorar essa situação, e pelos seguintes fatores 
competitivos: a concorrência potencial, a concorrência de substitutos, 
e a elasticidade da demanda. 
(...) 
Em um sistema de liberdade econômica irrestrita, uma posição 
monopolística de mercado só pode ser conquistada pela 
eficiência. Sem intervenções governamentais, uma empresa eficiente 
tende a crescer até atingir seu tamanho ótimo, quando os custos por 
unidade produzida são os menores. 
(...) 
Não se pode negar que, no atual mundo intervencionista em que 
vivemos, vários monopólios de fato possuem o poder de restringir a 
produção e praticar preços monopolísticos. Porém, a causa desta 
lamentável situação está na multiplicidade de restrições 
governamentais à livre concorrência, como regulamentações, 
burocracias, restrições ambientalistas e carga tributária alta, que serve 
como uma barreira protecionista que defende quem já está no 
mercado. Se o governo impede concorrentes de entrarem no 
mercado, os consumidores perdem a proteção oferecida pela 
concorrência potencial. 
(...) 
Por meio de concessões, licenças, patentes, tarifas e outras restrições, o 
governo na prática criou milhares de monopólios.[14] 
Mas os neoclássicos questionam, afirmando que, ao conseguir uma 
concentração expressiva, a empresa adquire o chamado poder de 
mercado, o que permite que ela atue como se monopolista fosse, 
abusando dessa posição. Errado! 
Pouco importa se apenas uma empresa domina um mercado de bens 
ou serviços, desde que não existam barreiras legais à entrada, as quais, 
repita-se, só podem ser criadas pelo estado. Sem barreiras legais à 
entrada, ainda que uma empresa se torne "monopolista" ela não 
poderá abusar de sua "posição dominante". Se ela aumentar os preços 
injustificadamente, por exemplo, seus consumidores reagirão, 
comprando produtos substitutos. Ademais, preços altos atraem 
concorrentes, os quais, se não houver barreiras legais à entrada, 
correrão para atender os consumidores insatisfeitos com os "preços 
abusivos" do monopolista. Como disse Ludwig von Mises, o grande 
expoente da Escola Austríaca de Economia, 
se um empreendedor não obedecer estritamente às ordens do público 
tal como lhe são transmitidas pela estrutura de preços do mercado, ele 
sofrerá prejuízos e irá à falência. Outros homens que melhor souberam 
satisfazer os desejos dos consumidores o substituirão.[15] 
Enfim, os neoclássicos desconhecem o conceito de "soberania do 
consumidor", tão bem trabalhado e explicado pela Escola Austríaca. 
O conceito de monopólio ou de poder de monopólio [usado pelo 
direito antitruste] é equivocado. Não importa quantos concorrentes 
estão no mercado e sim se há livre entrada e saída. Somente quando 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn14
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn15
há barreiras legais à entrada, ou seja, concessões de privilégios 
governamentais, que monopólios são constituídos.[16] 
É preciso não confundir, também, liberdade de entrada e capacidade 
de entrada, como bem destaca George Reisman, PhD em Economia e 
professor emérito da Pepperdine University: 
Liberdade de entrada não significa capacidade de entrar em um dado 
setor. Se as pessoas não possuem a capacidade de entrar em uma 
determinada área da economia (porque, por exemplo, elas não 
possuem o capital para isso), isso não significa que a liberdade de 
entrada no mercado foi violada. Assim, por exemplo, se for necessário 
um investimento mínimo de, digamos, $1 bilhão, para se ter uma mínima 
esperança de poder competir no setor de aparelhos eletrônicos e 
informática, isso não significa de modo algum que tal setor não possui 
liberdade de entrada, ou que a minha liberdade, como indivíduo, de 
entrar em tal setor foi violada de alguma forma só porque eu 
pessoalmente não tenho a capacidade de levantar o bilhão 
necessário. 
O fato de eu não possuir ou não poder levantar o capital necessário 
não implica uma violação da minha liberdade de entrada, assim como 
o fato de eu não possuir um canal de televisão ou um jornal, e não 
gozar do apoio de nenhum deles, não implica uma violação da minha 
liberdade de expressão ou de imprensa. 
Sob quais circunstâncias a liberdade de entrada estaria sendo 
violada? Ela estaria sendo violada se eu realmente possuísse ou 
pudesse obter o capital necessário— e, obviamente, fosse também 
capaz de satisfazer vários outros requerimentos necessários para poder 
concorrer, como ter montado uma equipe com administradores 
capacitados e mão-de-obra qualificada, dominar conceitos 
tecnológicos etc. — e fosse coercivamente impedido de entrar neste 
setor pelo governo.[17] 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn16
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn17
Assim, liberdade de entrada não é garantia de entrada. Longe de ser 
algo ruim para o ambiente concorrencial, o fato de um determinado 
mercado de bens ou serviços exigir altos investimentos para entrada 
mostra que nele existe concorrência.E mais: "se a entrada num 
determinado mercado exige recursos vultosos, isso tem o mérito de 
desencorajar amadores e diletantes, pois entregar recursos escassos a 
produtores ineficientes significa desperdiçá-los".[18] 
Outro problema do direito antitruste é que toda a sua abordagem se 
baseia em mais um conceito econômico falho: a "concorrência 
perfeita". 
A teoria macroeconômica neoclássica, prevalecente no meio 
acadêmico nos dias atuais e que deu origem à legislação antitruste, 
assenta-se na teoria dos modelos estáticos de competição perfeita, 
elaborados sobre cenários de equilíbrios cartesianos pré-estabelecidos, 
nos quais foram convencionalmente isoladas estas e aquelas variáveis e 
arbitrariamente impostas algumas condições que jamais se verificariam 
no mundo real, tais como um número idealmente infindo de 
competidores, o conhecimento completo do mercado, os produtos 
absolutamente homogêneos, a inexistência de restrições artificiais à 
circulação dos produtos e a ausência de inovações tecnológicas ou 
mercadológicas que interferissem nos preços e nas preferências dos 
consumidores. 
O que esta escola econômica pretende demonstrar é que quaisquer 
desvios dos modelos ideais de competição perfeita tendem a gerar 
uma pior utilização dos recursos, e consequentemente, uma redução 
do bem-estar geral da sociedade, com base na presunção de que os 
operadores de um mercado não atomizado tendam a majorar os 
preços e reduzir a produção, gerando consequentemente a alegação 
da necessidade de que tais condutas devam ser monitoradas e 
reprimidas por meio da intervenção estatal.[19] 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn18
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn19
Como se vê, o modelo de concorrência perfeita é absolutamente irreal, 
porque desconsidera o fato óbvio de que o mercado é um processo 
dinâmico, e não um dado estático, que pode ser capturado e 
manipulado. Assim, podemos afirmar sem medo de errar que a 
concorrência perfeita é: 
(...) um modelo fundado em pressupostos irrealistas, concebido para 
tratamento matemático de modo a que as contas "fechem" no final, e 
que contribui pouco para a compreensão do que se propõe a retratar. 
A concorrência perfeita é uma situação de equilíbrio, estática, morta. 
Um trabalho famoso de F. Hayek (The Meaning of Competition, no livro 
Individualism and Economic Order), economista vencedor do Nobel de 
1974, demonstrou que, enquanto a concorrência no mundo real é um 
processo, evidentemente dinâmico, o modelo da concorrência perfeita 
esboça (por ironia, imperfeitamente) o resultado idealizado e 
esterilizado desse processo num determinado momento. Esse 
paradigma teórico não fornece ao estudioso nenhuma pista de como 
as coisas chegaram ao ponto em que chegaram, nem tampouco razão 
alguma para que se aceite o estado final imaginário apresentado 
como estado final concreto e muito menos motivo e legitimidade 
científica ou prática para que o modelo se preste a elemento normativo 
para julgamento e reforma dos mercados vivos. 
O fracasso da concorrência perfeita se deve ao fato de que ela abstrai 
justamente o que é absolutamente fundamental no estudo da 
economia: o homem. Na economia de mercado é o homem em seu 
papel de consumidor quem determina o que deve ser produzido, em 
que quantidades e a que preços. E é o homem na qualidade de 
empresário quem procura organizar a produção no sentido de 
antecipar, descobrir e atender corretamente as preferências e gostos 
dos consumidores. E essas preferências e gostos estão em perene 
transformação porque essa é a natureza humana. As pessoas querem 
mais disso e menos daquilo, querem melhor qualidade e menor preço, 
querem coisas que ainda nem foram inventadas. O estudo fecundo da 
concorrência deve levar em conta o seu atributo dinâmico, sua 
natureza como processo, a inter-relação de todos os mercados, as 
preferências mutantes dos consumidores e a função dos empresários. 
Devemos aos economistas da escola austríaca a restauração e o 
refinamento da concepção correta e dos parâmetros adequados para 
a abordagem do fenômeno, que eram conhecidos e utilizados pelos 
economistas clássicos (v. por ex. Israel Kirzner, Competição e Atividade 
Empresarial).[20] 
Ora, é da essência do mercado a imperfeição, já que a concorrência é 
um processo de descoberta, onde empreendedores se arriscam e 
buscam, constantemente, descobrir as preferências dos seus 
consumidores, sempre em busca do lucro. 
Para a Escola Austríaca, o mercado é um processo de permanentes 
descobertas, de tentativas e erros, o qual, ao amortecer as incertezas, 
tende sistematicamente a coordenar os planos formulados pelos 
agentes econômicos. Como as diversas circunstâncias que cercam a 
ação humana estão ininterruptamente sofrendo mutações, segue-se 
que o estado de coordenação plena jamais é alcançado, embora os 
mercados tendam para ele.[21] 
Não há, pois, como justificar a atuação estatal para corrigir supostas 
falhas de mercado, proibindo atos de concentração empresarial que 
tendam a permitir o surgimento de empresas com poder de mercado. É 
absurdo tentar impedir o funcionamento natural do mercado, em razão 
de suas "imperfeições" reais, e usar como parâmetro o modelo 
econômico irreal e estático da "concorrência perfeita". Isso significa 
negar a própria natureza do mercado como processo dinâmico de 
descoberta e ajuste em que os empreendedores atuam diante de 
incertezas. Com efeito, "a desorganização do mercado não é um 
problema, mas sim um sinal de vitalidade"[22]. Em suma: "usar o modelo 
de competição perfeita como objetivo das políticas de competição 
https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=67
https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=67
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn20
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn21
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn22
confunde o modelo com processos competitivos reais e leva a enormes 
erros de políticas".[23] 
Diversos outros conceitos econômicos equivocados que fundamentam 
o direito antitruste poderiam ser mencionados, como o de "monopólio 
natural"[24]. Mas esse breve artigo não é o local apropriado para 
tanto[25]. 
3. Burocratas não possuem 
superpoderes 
Assim como não existe, no 
mundo real, o modelo de 
concorrência perfeita dos 
economistas neoclássicos, 
também não existem serem 
humanos perfeitos. Os 
burocratas que ocupam as 
agências antitruste não são 
dotados de poderes 
sobrenaturais que lhes 
permitem adivinhar como o 
mercado deve funcionar para 
atingir seu desempenho ótimo. 
O que se afirmou no parágrafo anterior deve parecer óbvio para 
muitos, não é mesmo? Mas será que todos já pararam para pensar que 
o direito antitruste exige que nós também ignoremos essa inexorável 
realidade? 
Quando duas empresas resolvem se fundir, o que acontece? Alguns 
burocratas (no Brasil, são sete, de acordo com o art. 6º da nossa lei 
antitruste) se reúnem, discutem e decidem se aquela fusão vai ser boa 
ou ruim para o mercado. Nessa discussão, todos os conceitos 
econômicos equivocados da teoria econômica neoclássica são 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn23
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn24
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn25
expostos como se fossem dogmas, e as empresas ficam reféns da 
decisão do "tribunal". Pare um pouco, reflita e depois se pergunte: isso 
está certo? É evidente quenão! Se isso for a coisa certa a fazer, então é 
melhor planificarmos totalmente a economia e entregarmos o seu 
destino aos ditames desses burocratas iluminados. 
O fato é que no sistema [do direito antitruste] os agentes estatais sabem 
melhor do que os próprios produtores o que deve ser produzido, em que 
quantidade e qualidade e a que preço, e do mesmo modo sabem 
melhor do que os consumidores o que é bom para eles. Ora, se o, 
digamos, "homo publicus" é um ser perfeito, ou ao menos não tão 
imperfeito quanto o "homo privatus", não existe razão de ordem lógica 
que impeça que o sistema superior absorva integralmente o sistema 
inferior. Ou, o que é a mesma coisa, se o estado é capaz de organizar o 
mercado melhor do que o fariam espontaneamente os milhões de 
compradores e vendedores que constituem este último, se o mercado 
entregue a si mesmo gera inexoravelmente concentração e miséria, por 
que não simplesmente suprimir a economia capitalista e deixar que o 
estado ordene justa e racionalmente a produção, distribuição e 
consumo? (...) Não há motivos para não abolir tout court a economia 
de mercado se aceitarmos os postulados básicos do [direito 
antitruste].[26] 
É impossível prever os resultados de uma determinada concentração 
empresarial. Nem as empresas que estão se fundindo sabem o que vai 
acontecer. Pode ser que a decisão delas se mostre acertada, e a fusão 
acarrete diminuição de custos e aumento da eficiência. Porém, pode 
ser que a fusão não produza os efeitos esperados. Não há como 
adivinhar uma coisa ou outra.[27] 
Mas o problema de conferir poderes de controlar a economia a 
burocratas não se esgota nesse aspecto. Antes fosse apenas isso. Alguns 
servidores públicos passam por um processo de lavagem cerebral e 
tendem a acreditar que eles são pessoas diferentes, imunes ao erro e a 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn26
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn27
desvios éticos, os quais seriam privilégio do setor privado. Alguém 
consegue levar a sério uma afirmação dessa? Servidores públicos são 
seres humanos como quaisquer outros (sim, lembrem a eles isso!), mas 
que possuem uma diferença essencial em relação aos agentes do 
mercado: estes não possuem o aparato coercitivo estatal para impor 
suas vontades; aqueles, sim. 
Embora pouco divulgados no Brasil, os economistas da chamada 
escola da Public Choice desenvolveram extensas e profundas análises 
do universo político partindo de premissas muito mais realistas do que as 
desposadas por Benayon, como a de que os agentes estatais atuam 
segundo seus próprios motivos egoísticos (motivo do lucro) tanto quanto 
seus pares no setor privado. A diferença entre uns e outros é que o 
operador estatal conta, em última análise, com a força policial para 
fazer valer sua vontade, ou seja, ele tem o privilégio, negado aos 
particulares, mesmo aos maiores conglomerados econômicos, de 
coagir legalmente terceiros a se submeterem aos seus ditames. Daí se 
infere que, uma vez munidos de poderes para se imiscuir na esfera 
econômica, os agentes do estado tendem a se servir deles em seu 
próprio benefício. De sorte que subsídios serão concedidos mediante 
comissões "por fora", licenças e autorizações burocráticas serão 
vendidas pela melhor oferta, a concorrência será proibida mediante 
retorno em dinheiro sonante ou votos de sindicatos de empregados dos 
setores protegidos e assim por diante, das altas esferas até o âmbito 
mais humilde dos camelôs de rua e seus algozes do "rapa". (...)[28] 
Outro problema grave decorrente da concessão de poderes de 
controlar a economia aos burocratas das agências antitruste é a 
captura regulatória. As empresas bem relacionadas não encontram 
dificuldades para usar a regulação antitruste em seu favor. Vale lembrar 
que os especialistas em direito antitruste afirmam, sem rodeios, que na 
atual fase desse ramo jurídico-econômico ele deve ser utilizado como 
instrumento de políticas públicas. 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn28
Tendo-se em mente os objetivos da lei antitruste, aparece clara, 
conjuntamente com o aspecto instrumental desse tipo de norma, sua 
aptidão para servir à implementação de políticas públicas, 
especialmente de políticas econômicas entendidas como "meios de 
que dispõe o estado para influir de maneira sistemática sobre a 
economia". 
Ou seja, o antitruste já não é visto apenas em sua função de eliminação 
dos efeitos autodestrutíveis do mercado, mas passa a ser encarado 
como um dos instrumentos (...) de que dispõe o estado para conduzir o 
sistema. Vale a referência às palavras de Siro Lombardini, mencionando 
um dos objetivos que pode ser perseguido mediante a aplicação da lei 
antitruste: "oferecer um instrumento para que as administrações públicas 
possam orientar as decisões dos grandes grupos de empresas para 
realizar o processo de desenvolvimento tido como possível e desejável". 
Também no que se refere ao antitruste, ao vê-lo como um instrumento 
de implementação de políticas públicas, não estamos restringindo sua 
atuação ao campo da superestrutura. Ao contrário, trata-se de "um 
nível funcional de todo o social" (...).[29] 
Fica claro, portanto, que a atuação de uma agência antitruste pode 
variar ao sabor das conveniências políticas. Se uma empresa está 
ganhando mercado em razão de sua eficiência, que tal abrir um 
processo contra ela, alegando a prática de "preço predatório", "abuso 
de posição dominante" ou qualquer outra "conduta 
anticompetitiva"?[30] Por outro lado, se uma empresa está em crise, que 
tal pedir o afrouxamento das regras do direito antitruste para permitir 
que ela, com o dinheiro do BNDES, faça uma fusão e adquira uma 
concentração de mercado que, em princípio, não seria permitida pela 
lei antitruste?[31] Aqui vale aquela famosa máxima: "aos amigos, tudo; 
aos inimigos, a lei". 
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https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn30
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn31
4. E os ataques estatais à livre iniciativa e à livre concorrência? Quem 
pune? 
Ficando claro que a regulação antitruste é absolutamente 
desnecessária num ambiente de livre mercado, sendo mesmo 
incompatível com a idéia de livre concorrência, resta ainda um 
questionamento: na medida em que é o estado o único agente capaz 
de criar barreiras legais à entrada e, consequentemente, produzir 
monopólios, duopólios, oligopólios e cartéis, estes sim nocivos à 
economia, não seria interessante ter uma autoridade antitruste para 
combater justamente esses ataques estatais ao ambiente 
concorrencial? 
Sim, poderia até ser interessante, se a própria autoridade antitruste não 
fosse ela mesma um ente estatal. Por mais que os teóricos do direito 
administrativo moderno defendam a autonomia e a independência das 
agências reguladoras, como é o caso da autoridade antitruste, isso na 
prática não ocorre. Os burocratas dessas agências sabem, ainda que 
inconscientemente, que obedecem a "ordens" superiores, e qualquer 
passo fora da linha pode custar muito caro. Burocratas "autônomos e 
independentes", alheios às pressões dos altos escalões, não possuem 
vida longa na burocracia estatal. 
Para que minhas afirmações não sejam qualificadas como suposições 
ou ilações, vou dar alguns exemplos práticos. 
O que a autoridade antitruste faz quando o estado regulamenta 
profissões, criando "guildas" que impedem o livre exercício de ofício por 
qualquer pessoa? Nada, a despeito de isso ser uma violenta agressão à 
livre iniciativa.O que a autoridade antitruste faz quando o estado pratica 
protecionismo, impedindo, por exemplo, empresas estrangeiras de 
competir com empresas nacionais? Nada, a despeito de isso ser uma 
violenta agressão à livre concorrência. 
O leitor sabe que eu poderia citar 'n' outros exemplos de agressões 
estatais à livre iniciativa e à livre concorrência: regulamentações, 
licenças, autorizações etc. E a maioria dessas agressões é praticada 
justamente por "irmãs" da autoridade antitruste, as agências 
reguladoras: a ANAC impede que companhias aéreas estrangeiras 
façam voos domésticos; a ANCINE impõe cotas de programação 
nacional às empresas de TV a cabo; o BACEN impõe uma moeda e 
proíbe a criação de outras. E a autoridade antitruste faz o quê contra 
isso? Nada! Ela prefere ficar perseguindo empresas eficientes que estão 
conquistando consumidores oferecendo produtos e serviços que eles 
decidem comprar voluntariamente. 
Alguns podem objetar dizendo que a lei não confere poderes para a 
autoridade antitruste agir contra essas agressões estatais à livre iniciativa 
e à livre concorrência. Não é verdade. Como eu disse no início deste 
artigo, uma das funções da autoridade antitruste é a "advocacia da 
concorrência", que consiste na prática de difundir a importância da 
livre iniciativa e da livre concorrência para o funcionamento sadio do 
mercado. No mínimo, caberia à autoridade antitruste, diante dessas 
agressões estatais ao ambiente concorrencial, recomendar a não 
realização de tais práticas ou a sua cessação. Por que a autoridade 
antitruste não opina nos projetos de lei que regulamentam profissões, 
pedindo ao Congresso Nacional a não aprovação deles, ou 
recomendando ao Presidente o seu veto, em razão de eles 
configuraram uma agressão à livre iniciativa? Por que a autoridade 
antitruste não emite uma recomendação formal contra todas as 
medidas protecionistas orquestradas pela equipe econômica do 
governo federal, em razão de elas serem uma agressão à livre 
concorrência? Alguém já leu na grande mídia uma matéria noticiando 
que a autoridade antitruste brasileira fez algo desse tipo? 
 
 
5. O que a nova lei realmente significa 
Murray Rothbard, talvez o mais brilhante aluno de Mises, nos alertou 
para o fato de que a burocracia estatal tende a crescer sempre, e para 
tanto vai convencer os políticos e a opinião pública de que sua missão 
é defender o interesse público. 
Portanto, ao passo que a tendência natural de empresas e instituições 
que operam no livre mercado é ser a mais eficiente possível em atender 
às demandas dos consumidores, a tendência natural da burocracia 
estatal é crescer, crescer e crescer, e tudo à custa dos espoliados, 
extorquidos e ignorantes pagadores de impostos. 
Se o lema da economia de mercado é o lucro, o lema da burocracia é 
o crescimento. Como esses respectivos objetivos devem ser 
alcançados? A maneira de se obter lucro em uma economia de 
mercado é superando seus concorrentes no dinâmico e continuamente 
volátil processo de satisfazer as demandas dos consumidores da melhor 
forma possível: criar restaurantes self-service em vez de restaurantes à la 
carte, notebooks em vez de computadores, ou mesmo inventar 
fotocopiadoras e máquinas fotográficas digitais. Em outras palavras, 
produzir bens ou serviços concretos, pelos quais os consumidores 
estarão dispostos a pagar. Por outro lado, para conseguir seu 
crescimento, o chefe da burocracia estatal terá de convencer a 
legislatura ou o comitê de planejamento de que seus serviços serão, de 
alguma maneira indefinida, benéficos ao "interesse público" ou ao 
"bem-estar da população como um todo".[32] 
A nova lei antitruste brasileira é uma prova cabal de que Rothbard 
estava certo. A lei cria nada menos do que 200 cargos, fato que fez o 
CADE procurar um novo endereço, numa área de aproximadamente 13 
(treze) mil metros quadrados[33]. O contrato de aluguel saiu pela 
bagatela de R$ 44 milhões (quarenta e quatro milhões de reais).[34] 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn32
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn33
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn34
Não deve ter sido difícil para o CADE conseguir convencer o governo a 
aumentar seu poder e seu tamanho. O CADE arrecada muito dinheiro 
para os cofres públicos, mais até do que recebe do governo como 
dotação orçamentária[35]. Só para submeter um ato de concentração 
ao exame do CADE uma empresa paga R$ 45 mil (quarenta e cinco mil 
reais). As multas aplicadas são astronômicas, como as que o CADE 
aplicou à AMBEV[36] — R$ 350 milhões (trezentos e cinquenta milhões 
de reais) — e ao chamado "cartel dos gases"[37] — mais de R$ 2 bilhões 
(dois bilhões de reais). 
O meio empresarial já está chamando a autoridade antitruste brasileira 
de "Super CADE"[38], em razão de a lei ter aumentado seu poder e seu 
tamanho. Isso significa que as empresas devem ficar ainda mais 
atentas, infelizmente. Vale lembrar que isso gera um custo enorme para 
as empresas. 
Em nenhum aspecto podemos considerar positiva a atuação de 
organizações antitruste sobre o sistema econômico. Primeiro, ficar 
processando empresas, de forma praticamente aleatória, apenas reduz 
o grau de estabilidade econômica e dificulta qualquer plano de ação 
de longo prazo, principalmente para empresas de grande porte ou 
empresas em trajetória de crescimento. Segundo, ao impedir a livre 
fusão de empresas os ganhos derivados da fusão deixam de ser 
explorados (como ganhos em escala). Terceiro, é relevante para as 
empresas antecipar as consequências da atuação do CADE para seu 
ambiente de negócios. Por isso conseguir driblar a organização se torna 
mais um custo e mais uma complicação no grau de incerteza com que 
a empresa se defronta o que resulta no desperdício do conhecimento 
dos empreendedores no processo de descobrir como driblar esse tipo 
de órgão estatal. Em outras palavras, ao invés de se focar em servir aos 
consumidores, as empresas precisam se focar em como lidar com 
órgãos estatais criados para intervir no ambiente de negócios (onde o 
órgão antitruste é um deles), resultando na perda de eficiência do 
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processo de mercado. Por esses motivos eu defendo a extinção dessa 
organização.[39] 
Nada indica, porém, que o Super CADE vá combater, de alguma 
forma, os ataques estatais à livre iniciativa e à livre concorrência. 
Agências reguladoras vão continuar sendo criadas, e as já existentes 
vão aumentar seu poder cada vez mais, assim como fez o CADE. O 
governo continuará intervindo na economia, controlando a moeda, 
praticando protecionismo, anunciando pacotes de socorro a empresas 
em crise etc. A regulamentação de profissões continuará avançando, 
criando novos cartéis corporativos. Livre iniciativa e livre concorrência 
continuarão a existir apenas no papel. Na prática, continuaremos a ter 
uma iniciativa regulada e uma concorrência regulada. 
6. Conclusão 
Eu já fui um entusiasta do direito antitruste e cheguei a trabalhar no 
CADE por quase 3 (três) anos. Estudando a fundo o assunto, sobretudo a 
partir da leitura dos economistas ligados à Escola Austríaca — muitos 
dos quais foram citados ao longo deste artigo —, convenci-me de que 
leis e órgãos antitruste são, realmente, desnecessários numa economia 
de livre mercado.Como bem disse o professor George Reisman: 
Legislações antitruste e agências reguladoras não têm lugar em uma 
sociedade livre. Legislações antitruste e agências reguladoras devem 
ser totalmente eliminadas. Seus conceitos filosóficos, políticos e 
econômicos devem ser totalmente desacreditados, e as leis que 
permitem sua prática devem ser eliminadas.[40] 
As leis antitruste fazem com que os empresários fiquem mais 
preocupados em atender às determinações arbitrárias dos burocratas 
do que as preferências dos consumidores[41]. Livre mercado significa 
justamente ausência de qualquer regulação estatal, inclusive a 
equivocada regulação antitruste. 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn39
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn40
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftn41
 
 
 
[1] O estudo teve a participação dos estudantes de Direito Patrick 
Coelho Campos Gappo, Adriel Santos Santana, Jean Monteiro, Odilon 
Cândido e Daniel Tisi, bem como a contribuição do economista Daniel 
Marchi, fundador do Grupo de Estudos de Escola Austríaca do DF, do 
qual faço parte. O relatório final do estudo está disponível no seguinte 
endereço 
eletrônico: http://www.congressodireitocomercial.org.br/2012/relatorios/
2_ANALISE_CRITICA_DO_DIREITO_ANTITRUST.pdf. Parte das idéias do 
estudo também foram usadas por mim em minha palestra no referido 
congresso, a qual pode ser vista 
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZaYjc6SEjzI. 
[2] SALOMÃO FILHO, Calixto. Direito concorrencial: as estruturas. 3ª Ed. 
São Paulo: Malheiros, 2007, p. 71. 
[3] FORGIONI, Paula. Os fundamentos do antitruste. 3ª Ed. São Paulo: RT, 
2008, pp. 69/70. A opinião contrária mencionada nessa passagem é de 
Thomas DiLorenzo, que é citado pela professora Paula em algumas 
notas de rodapé, numa das quais ela o associa à Escola de Chicago. 
[4] ARMENTANO, Dominick. Antitrust: the case for 
repeal. https://mises.org/document/6061/ 
[5] DiLORENZO, Thomas. Anti-trust, anti-truth. http://mises.org/daily/436 
[6] MALEK, Ninos P. Anti-trust is anti-
competitive. http://mises.org/daily/1555 
[7] DiLORENZO, Thomas. Anti-trust, anti-truth. http://mises.org/daily/436 
[8] ARMENTANO, Dominick. Antitrust: the case for 
repeal. https://mises.org/document/6061/. Armentano destaca que em 
primeira instância a ALCOA foi absolvida, mas a Corte de Apelações 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref1
http://www.congressodireitocomercial.org.br/2012/relatorios/2_ANALISE_CRITICA_DO_DIREITO_ANTITRUST.pdf
http://www.congressodireitocomercial.org.br/2012/relatorios/2_ANALISE_CRITICA_DO_DIREITO_ANTITRUST.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=ZaYjc6SEjzI
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref2
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref3
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref4
https://mises.org/document/6061/
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref5
http://mises.org/daily/436
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref6
http://mises.org/daily/1555
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref7
http://mises.org/daily/436
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref8
https://mises.org/document/6061/
reformou tal decisão e a condenou, mesmo reconhecendo que ela 
conquistou mercado com base na sua maior eficiência. Uma decisão 
dessa não protege consumidores, mas concorrentes. 
[9] GALLES, Gary. 100 years of myths about Standar 
Oil. http://mises.org/daily/5274/100-Years-of-Myths-about-Standard-Oil. 
O professor Galles, da Pepperdine University, afirma que: "O problema 
com o mito do caso de preços predatórios da Standard Oil, que é a 
base da legislação antitruste e das montanhas de processos judiciais 
que ela tem gerado, é que os fatos não são apenas falsos, mas na 
verdade o oposto do que realmente aconteceu". 
[10] ARMENTANO, Dominick. Antitrust: the case for 
repeal. https://mises.org/document/6061/. 
[11] PIRES, Klauber Cristofen. Lei antitruste: proteção da concorrência ou 
dos concorrentes? http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=70. 
[12] DiLORENZO, Thomas. The truth about 
Sherman. https://mises.org/daily/331. 
[13] WOODS, Thomas. Monopólio e livre mercado: uma 
antítese. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=366. 
[14] SENNHOLZ, Hans F. Monopólio bom e monopólio ruim: como são 
criados e como são 
mantidos. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1057. 
[15] MISES, Ludwig von. Mercado, praxeologia, lucros e 
prejuízos. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1107. 
[16] ABREU, Mariana Piaia. Metodologia brasileira de análise de atos de 
concentração horizontal: a perspectiva da Escola 
Austríaca versus o mainstream. Monografia disponível 
em http://www.mises.org.br/mwg-
internal/de5fs23hu73ds/progress?id=4hX38LmKYQ. 
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref9
http://mises.org/daily/5274/100-Years-of-Myths-about-Standard-Oil
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref10
https://mises.org/document/6061/
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref11
https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=70
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref12
https://mises.org/daily/331
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref13
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=366
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref14
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1057
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref15
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1107
https://www.mises.org.br/article/1319/a-nova-lei-antitruste-brasileira-uma-agressao-a-livre-concorrencia#_ftnref16
https://www.mises.org.br/mwg-internal/de5fs23hu73ds/progress?id=4hX38LmKYQ
https://www.mises.org.br/mwg-internal/de5fs23hu73ds/progress?id=4hX38LmKYQ
[17] REISMAN, George. Legislações antitruste e agências reguladoras 
não podem existir em uma sociedade 
livre. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1210. 
[18] GARCIA, Alceu. Concorrência, monopólio e 
Estado. http://www.profpito.com/CONCORRENCIAMONOPOLIOEESTAD
O.html. 
[19] PIRES, Klauber Cristofen. Lei antitruste: proteção da concorrência ou 
dos concorrentes? Monografia ainda não publicada. 
[20] GARCIA, Alceu. Crítica à economia política do professor 
Benayon. http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0201.htm. 
[21] IORIO, Ubiratan Jorge. O processo de 
mercado. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=636. 
[22] HORWITZ, Steven. A desorganização dos 
mercados. http://www.ordemlivre.org/2011/11/a-desorganizacao-dos-
mercados/. 
[23] HORWITZ, Steven. A desorganização dos mercado: parte 
2. http://www.ordemlivre.org/2011/12/a-desorganizacao-dos-mercados-
parte-2/. 
[24] Sobre o assunto, conferir: DiLORENZO, Thomas. O mito do monopólio 
natural. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1309. 
[25] Para entender melhor os erros dos conceitos econômicos que 
fundamentam o direito antitruste, conferir: ABREU, Mariana 
Piaia. Metodologia brasileira

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