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Obrigações
Alternativas e Facultativas
D – DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS (OU DISJUNTIVAS)
“Obrigação alternativa é aquela que tem por objeto duas ou várias prestações que são devidas de tal maneira que o devedor se libera inteiramente executando uma só dentre elas” (Planiol).
 
É aquela que compreende dois ou mias objetos e que se extingue com a prestação de apenas um deles. Comumente, é aquela em que muitas coisa estão na obrigação , mas uma só no pagamento. Há previsão de vários objetos, mas o devedor se exonera cumprindo apenas um deles.
I – Distinções
Distingue-se da obrigação cumulativa ou conjuntiva, porque esta, apesar de ter por objeto duas ou várias prestações, o devedor somente se desonera se cumprir todas elas.
Distingue-se das obrigações facultativas: porque estas têm por objeto apenas uma prestação, permitindo a lei ou o contrato que o devedor a substitua por outra para facilitar-lhe o pagamento. Assim sendo, o credor não pode reclamar o cumprimento da prestação substitutiva eis que o objeto da obrigação é apenas a prestação principal. Só o devedor poderá optar por aquela, eis que se trata de uma faculdade que lhe é conferida. Se a prestação devida se tornar impossível, sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. Se a impossibilidade da prestação devida decorrer de culpa do devedor, poderá o credor exigir o equivalente mais perdas e danos ou, segundo Maria Helena Diniz, o cumprimento da obrigação supletória.
Distingue-se das obrigações simples porque estas têm por objeto apenas uma prestação.
Distingue-se das obrigações de dar coisa incerta: 
1- nas obrigações alternativas há vários objetos, e a escolha deva recair sobre um deles apenas; nas genéricas há um único objeto, ma que é indeterminado pela qualidade. Por isso, na primeira a escolha recai sobre o objeto; na segunda recai sobre a qualidade do objeto; 
2 – nas obrigações alternativas as partes têm em vista os diversos objetos na sua individualidade própria; na de dar coisa incerta, as partes consideram apenas o gênero em que a prestação se integra, sem qualquer atenção para os exemplares nele presentes.
II – Direito de Escolha 
Escolha: Para se tornar possível a execução da obrigação alternativa, afigura-se indispensável a escolha da prestação a ser oferecida. Após a escolha, somente a prestação escolhida passa a ser o objeto da obrigação, desaparecendo o caráter múltiplo que a caracterizava. No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o Juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. Se o título deferir a opção à terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao Juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 
 
Titularidade da escolha: A escolha , que só se considera feita após comunicação à parte contrária, cabe ao devedor, salvo estipulação em contrário. Não poderá este, porém, obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
 
- Segundo Maria Helena Diniz, “a escolha terá lugar in solutione quando couber ao devedor, bastando simples declaração unilateral de vontade seguida de oferta real, tornando-se definitiva pelo pagamento de uma das prestações por inteiro (...). Quando a escolha tocar ao credor, ela terá lugar in petitione, mediante uma declaração de vontade receptícia, pois somente quando a outra parte tomar conhecimento dela é que se terá a concentração do débito”. Ver ainda art. 817 CC sobre sorteio.
Transferência do direito de escolha: se a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de dez dias (571 CPC), se outro prazo não lhe foi determinado em lei, no contrato ou na sentença. Devolver-se-á ao credor a opção se o devedor não a exercitar no prazo marcado. Se a escolha couber ao credor, será ele citado para este fim, sob pena de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher. (342 CC e 894 CPC)
III – Impossibilidade ou inexeqüibilidade de uma das prestações: 
Se a escolha competir ao devedor, a obrigação se concentra na prestação remanescente. Se a escolha competir ao credor e uma das prestações se tornar impossível ou inexeqüível sem culpa do devedor, a solução será a mesma. Entretanto, se a impossibilidade ou inexequibilidade se der por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos.
IV – Impossibilidade ou inexequibilidade de todas as prestações:
 Se não decorrer de culpa do devedor, a obrigação extinguir-se-á. Se decorrer de culpa do devedor, cabendo a este a escolha, ficará o mesmo obrigado a pagar o valor da prestação que por último se impossibilitou, mais perdas e danos que o caso determinar. Se decorrer de culpa do devedor, cabendo ao credor a escolha, poderá este reclamar o valor de qualquer das duas além de indenização por perdas e danos.
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
Conceito
Os doutrinadores mencionam uma espécie sui generis de obrigação alternativa, que denominam FACULTATIVA. Trata-se de obrigação simples, em que é devida uma única prestação, ficando, porém, facultado do devedor, e só a ele, exonerar-se mediante cumprimento de prestação diversa de predeterminada. É obrigação com faculdade de substituição.
Essa faculdade pode derivar de convenção especial ou expressa disposição de lei. O Código Civil brasileiro não trata das obrigações facultativas, visto que, praticamente, não deixam elas de ser alternativas, para o devedor, e simples para o credor, que só pode exigir daquele o objeto principal.
Características e Efeitos
Na obrigação facultativa não há escolha pelo credor, que só pode exigir a prestação devida. Não há, em consequência, necessidade de citar o devedor, para, previamente, exercer a sua opção, como se sucede nas obrigações alternativas.
Apesar das semelhanças com a obrigação facultativa, há diferenças entre as mesmas. Se há perecimento do único objeto da obrigação sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação, pois o credor não pode exigir o cumprimento da obrigação acessória. Assim por exemplo, se o devedor se obriga a entregar um animal ou facultado em substituição um veículo, caso o animal venha a falecer, se extingue a obrigação, pois o credor não pode exigir a entrega do veículo. Se o devedor quiser cumprir a obrigação, pode entregar o veículo, mas isso é uma ATRIBUIÇÃO/FACULDADE sua. Não há concentração na segunda prestação como nas obrigações alternativas.
Outra diferença entre as obrigações alternativas e facultativas reside no perecimento de todos os objetos. No caso das obrigações alternativas, caso haja perecimento de uma prestação, há cumprimento da outra prestação, permanecendo eficaz. No caso das obrigações facultativas, perecendo os objetos, ou seja, sem possibilidade do devedor de cumprir a prestação principal e a em substituição, a obrigação se torna nula e não se resolve.

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