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disrupt endocrino 6

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REVISTA BRASILEIRA 
DE TOXICOLOGIA
BRAZILIAN JOURNAL 
OF TOXICOLOGY
Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 1 - 8
© 2008 Sociedade Brasileira de Toxicologia
direitos reservados
Exposição ambiental a desreguladores endócrinos: 
alterações na homeostase dos hormônios esteroidais 
e tireoideanos
Natália V. Moraes, Marcella D. Grando, Daniel A. R. Valerio, Danielle P. Oliveira*
Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, 
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil
Abstract
Environmental exposure to endocrine disruptors: alterations in steroidal and thyroid hormones homeostasis
Endocrine disruptors, exogenous compounds that alter the endogenous hormone homeostasis, have been systematically 
discharged in the environment during the last 60 years. These contaminants have been related to the decrease of human 
sperm number and increased of the incidence of testicular, breast and thyroid cancer. During the same period, developmental 
and reproductive effects have also been documented in wildlife species. This work presents a review of the effects and 
mechanisms of action of steroidal and thyroid disruptors. Several studies from 1950 until 2008 were reviewed in PubMed, 
ScienceDirect databases and text books. Our findings showed that endocrine disruptors can act by the following mechanisms: 
i) inhibition of enzymes related to hormone synthesis; ii) alteration of free concentration of hormones by interaction with 
plasmatic globulins; iii) alteration in expression of hormone metabolism enzymes; iv) interaction with hormone receptors, 
acting as agonists or antagonists; v) alteration of signal transduction resulting from hormone action. The importance of the 
identification of endocrine disruptors involves characterization of environmental contaminants and inquiry of new substances 
discharged in the environment. The minimization of exposure and/or rationalization of the use of these compounds are related 
to the preservation of some species, in order to prevent extinction process.
Keywords: endocrine disruptors, environmental contaminants, steroid hormones, thyroid hormones, ecotoxicology
INTRODUçãO
Em 1938, Paul Muller anunciou a síntese química 
do composto organoclorado 1,1,1-tricloro-2,2-bis(4-cloro-
fenil)etano, conhecido por DDT. Esse composto foi durante 
algum tempo considerado um praguicida “milagroso”, 
tornando seu inventor vencedor do Prêmio Nobel de 
1948 (1). Durante os anos subseqüentes ao evento, os 
benefícios da aplicação dos organoclorados começaram a 
ser questionados. Em 1953, estudos já atribuíam atividades 
estrogênicas a algumas substâncias, entre elas o DDT (2, 
3). Contudo, os organoclorados continuaram sendo usados 
*Autor para correspondência: Danielle Palma de Oliveira, Faculdade 
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Departamento de 
Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Universidade 
de São Paulo, Av. Do Café S/N, 14040-903, Ribeirão Preto, SP, 
Brasil. Tel.: (+55 16) 3602-4878. E-mail: dpalma@usp.br
indiscriminadamente, devido à sua elevada produtividade 
agrícola.
Em 1962, Rachel Carson publicou o livro “Silent 
Spring” alertando para os riscos iminentes do uso de 
praguicidas para o homem e para os ecossistemas (4). A 
partir da obra de Carson, agências governamentais de 
diversos países, como a Environmental Protection Agency 
(USEPA), adotaram medidas restritivas ao uso e fabricação 
em virtude dos riscos de contaminação do meio ambiente (5). 
Fortalecendo a necessidade de restrições, a tragédia ocorrida 
no Lago Ontário (Grandes Lagos - EUA) na década de 70, 
evidenciou como esses contaminantes poderiam prejudicar 
o meio ambiente. Naquela ocasião, ocorreu contaminação 
do sedimento do lago com bifenilas policloradas (BCPs) 
e conseqüente biomagnificação, resultando em alterações 
neurológicas, endócrinas, imunes e no sistema reprodutor e 
grande quantidade de animais (6).
Apesar disso, indústrias localizadas em países 
que adotaram restrições (EUA e Europa, principalmente) 
migraram para países subdesenvolvidos, onde a legislação 
era inadequada, trazendo prejuízos a eles. Em 1989, por 
exemplo, o Brasil ainda fazia uso de praguicidas à base de 
carbaril, o qual já se encontrava proibido na Europa em 
Oliveira D.P./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)2
virtude de um incidente ocorrido em Bhopal, na Índia, em 
1984 (7).
Vários desses poluentes orgânicos antropogênicos 
persistem no ambiente por muito tempo. Visto que são 
substâncias químicas resistentes a degradação física, 
química e bioquímica, permanecem disponíveis para 
absorção e bioacumulação. Devido à sua similaridade 
estrutural com hormônios endógenos, sua capacidade de 
interagir com proteínas transportadoras de hormônios ou 
de alterar o metabolismo hormonal, vários contaminantes 
antropogênicos mimetizam ou bloqueiam os efeitos de 
hormônios endógenos (8). Devido a estes efeitos, em 1991 
o termo endocrine disruptor (desregulador endócrino) 
foi proposto para essas substâncias, em uma conferência 
organizada pela Dra. Theo Colborn, na cidade de 
Wingspread (EUA) (3).
Para a USEPA, desreguladores endócrinos são 
agentes exógenos que interferem na produção, liberação, 
transporte, metabolismo, ligação, ação ou eliminação 
de hormônios naturais responsáveis pela manutenção 
da homeostase, regulação do desenvolvimento e 
comportamento (9). Outros autores, considerando apenas 
os efeitos em humanos, os definem como substâncias 
estranhas ao organismo que provocam efeitos deletérios 
ao indivíduo ou aos seus descendentes em decorrência 
de intervenções com o sistema endócrino (9,10). Embora 
sejam complementares, ambas definições sugerem que os 
efeitos induzidos pelo desreguladores endócrinos envolvem 
mecanismos relacionados a ação e homeostase hormonal. 
Considerando o papel crítico dos hormônios 
em muitos tecidos, o desenvolvimento do organismo é 
particularmente vulnerável a exposição a substâncias com 
atividade hormonal ou anti-hormonal. Várias classes de 
substâncias químicas, como praguicidas, plastificantes, 
surfactantes, organometálicos, hidrocarbonetos 
poliaromáticos halogenados, fitoestrógenos podem ser 
classificados como desreguladores endócrinos. Em geral, 
um desregulador endócrino apresenta um dos seguintes 
mecanismos de ação: ligação em receptor hormonal; 
interação com enzimas que sintetizam ou metabolizam 
hormônios; alteração da liberação hipotalâmica-hipofisária 
de hormônios;e/ou alteração da transdução de sinais. A 
exposição humana a esses desreguladores endócrinos 
ocorre através de diversas vias, sendo alimentos, água, ar e 
pele as vias mais comuns de introdução dessas substâncias 
(9).
Os desreguladores endócrinos podem ser agrupados 
de acordo com a classe de hormônios cuja função eles 
afetam. A grande parte dos estudos está relacionada aos 
desreguladores esteroidais, que interferem na atividade de 
hormônios sexuais, incluindo testosterona e estrogênio; e 
aos desreguladores tireoidianos que prejudicam a função 
de hormônios tireoidianos, como triiodotirononina (T3) 
e tiroxina (T4). Mas também há relatos da ação desses 
desreguladores em outros hormônios, como a prolactina e 
hormônio do crescimento (11).
Dessa forma, a importância da pesquisa 
envolvendo desreguladores endócrinos inclui: (i) a 
investigação das novas substâncias lançadas no meio 
ambiente, (ii) a identificação de desreguladores endócrinos, 
previamente conhecidas ou não, e (iii) monitorização dos 
níveis de desreguladores endócrinos identificados tanto em 
ecossistemas quanto nos indivíduos expostos.
O objetivo do presente trabalho foi revisar os efeitos 
e mecanismos de ação dos desreguladores endócrinos 
que alteram a homeostase dos hormônios esteroidais e 
tireoideanos. Foi realizado um levantamento de artigos 
através das bases de dados PUBMED e ScienceDirect, 
além de livros relacionados ao assunto através das palavras-
chave: endocrine disruptors,environmental contaminants, 
steroid hormones, thyroid hormones, ecotoxicology. O 
período de levantamento foi de 1950 a 2008 e os artigos 
obtidos através da Biblioteca Central da USP de Ribeirão 
Preto. 
EFEITOS Em hORmôNIOS 
ESTEROIDAIS 
Os desreguladores endócrinos que alteram a 
homeostase dos hormônios esteroidais podem acarretar 
prejuízos à diferenciação sexual, com conseqüente 
masculinização ou feminização, e ao sistema reprodutivo, 
causando danos à fertilidade (12). 
Essas alterações podem ocorrer através de 
diversos mecanismos (Figuras 1 e 2): indução ou inibição 
da síntese ou metabolismo desses hormônios; interferência 
no transporte; interação com receptores e alteração da 
transdução de sinais.
Vários desreguladores podem prejudicar a 
esteroidogênese, inibindo enzimas específicas envolvidas 
na biossíntese desses hormônios (Figura 1).
 20
 
 
 
 
 
Figura 1. Ação dos desreguladores endócrinos na homeostase dos 
hormônios androgênicos. StAR = proteína esterodoigênica regulatória aguda; T = 
testosterona; DDT = 1,1,1-tricloro-2,2-bis(4-cloro-fenil)etano. 
 
 
 
Figura 1. Ação dos desreguladores endócrinos na homeostase 
dos hormônios androgênicos. StAR = proteína esterodoigênica 
regulatória aguda; T = testosterona; DDT = 1,1,1-tricloro-2,2-
bis(4-cloro-fenil)etano.
Oliveira D.P./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 3
A síntese dos hormônios esteroidais ocorre a partir 
do colesterol, sendo necessário inicialmente que esse seja 
transportado para o interior da mitocôndria. Esse transporte 
é mediado pela proteína esteroidogênica reguladora aguda 
(StAR), cuja expressão pode ser alterada por praguicidas 
como o dimetoato, glifosato e lindano (13-15). Em 
seguida, o colesterol é convertido em pregnenolona, reação 
catalisada pela desmolase cuja atividade pode ser inibida 
pelo dimetoato, glifosato, 2,2-bis(p-hidroxifenil)-1,1,1-
tricloroetano, um metabólito do metoxiclor, e cetoconazol 
(13,14,16,17). Por esses passos serem limitantes na síntese 
de testosterona, os níveis desse hormônio ficam reduzidos na 
presença dessas substâncias, que, por isso, são consideradas 
anti-androgênicas. O cetoconazol também mostrou inibir 
a atividade de diversas enzimas que atuam na biosíntese 
de testosterona como a desmolase, 17-alfa-hidroxilase e 
17-beta-hidroxiesteróide dehidrogenase, o que também 
leva a diminuição na concentração de testosterona (18,19).
Outra etapa da síntese que pode sofrer a interferência 
de desreguladores é a conversão da testosterona a estrógeno, 
reação catalisada pela enzima aromatase (Figura 2).
 21
 
 
 
 
Figura 2. Ação dos desreguladores endócrinos na homeostase dos 
hormônios estrogênicos. E = estrógeno; DDT = 1,1,1-tricloro-2,2-bis(4-cloro-
fenil)etano. 
 
 
Figura 2. Ação dos desreguladores endócrinos na homeostase dos 
hormônios estrogênicos. E = estrógeno; DDT = 1,1,1-tricloro-2,2-
bis(4-cloro-fenil)etano.
A atividade dessa enzima pode ser induzida in vitro 
por herbicidas 2-cloro-tiazina, como a propazina, simazina e 
atrazina, com conseqüente aumento dos níveis de estrógeno 
e diminuição da testosterona, caracterizando-se assim como 
uma ação anti-androgênica e estrogênica (20). Há também 
substâncias que podem inibir in vitro a expressão dessa 
enzima, acarretando um efeito anti-estrogênico, como é o 
caso dos fungicidas fenarimol e procloraz (21,22).
Após a síntese, esses hormônios são transportados 
até o local de ação pela corrente sanguínea. A maior parte 
é transportada ligada à globulina ligante de hormônios 
sexuais esteroidais, sendo apenas a fração livre disponível 
para a ação nos receptores. Contaminantes que interfiram 
na concentração dessas globulinas podem alterar a 
concentração livre e, portanto, ativa de hormônio (23). 
Alguns desreguladores podem induzir enzimas 
responsáveis pelo metabolismo desses hormônios 
sexuais, como é o caso dos análogos do DDT que são 
potentes indutores in vivo da atividade das monoxigenases 
microssomais, enzimas hepáticas que atuam na depuração 
de testosterona (24).
A ação dos desreguladores ainda pode ocorrer por 
interação com receptores esteroidais. Os contaminantes 
podem se ligar ao receptor ativando-o e, dessa forma, 
mimetizando a ação do hormônio, como é o caso do DDT 
e do metoxiclor, que mostraram ter ação estrogênica in 
vivo (25-28). Ou então, podem se ligar aos receptores sem 
ativá-los e impedindo a ligação dos hormônios naturais, 
prejudicando sua ação normal, como é o caso do fungicida 
vinclozolin, do DDT e do seu principal metabólito o DDE, 
que têm ação anti-androgênica (12,29).
Por fim, os desreguladores podem inibir a 
transdução de sinais dentro da célula, como é o caso do 
lindano, que reduz a reposição de fosfatidil inositol na 
membrana, comprometendo a ativação da proteína quinase 
C (30). A ativação desses receptores esteroidais também 
pode ser modificada de forma indireta pela diminuição 
nos níveis desses, como quando ocorre exposição ao 
2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina (TCDD) (31,32).
EFEITOS NO SISTEmA hORmONAL 
TIREOIDEANO 
A exposição à desreguladores endócrinos que 
alteram a homeostase dos hormônios tireoideanos (HTs) está 
relacionada principalmente a efeitos no desenvolvimento 
pós-embrionário, tais como alterações na maturação do 
sistema nervoso central em mamíferos, bem como prejuízos 
na metamorfose de anfíbios (33). O aparecimento de bócio 
endêmico, apesar do uso de sal iodado, e de tumores 
de tireóide também têm sido relacionados à exposição 
ambiental a desreguladores endócrinos tireoideanos (34, 
35). 
Tratam-se de compostos que inibem o transporte 
ativo de iodo inorgânico para a célula folicular tireoideana; 
mimetizam ou antagonizam a ação dos HTs; induzem a 
expressão ou inibem enzimas reguladoras associadas à 
síntese e metabolismo dos HTs; alteram concentrações 
circulantes ou nos tecidos dos HTs; alteram os níveis de 
receptores de HTs; ou alteram a transdução de sinais 
resultante da ação hormonal (36). 
A alteração da homeostase dos hormônios 
tireoideanos por desreguladores endócrinos deve considerar 
também qualquer alteração no eixo hipotálamo-hipófise-
tireóide, visto que os hormônios tireotrófico (TRH) e 
tireoestimulante (TSH) estão diretamente relacionados 
com a síntese dos hormônios tireoideanos. Por exemplo, a 
exposição a praguicidas como o alaclor resulta em elevados 
Oliveira D.P./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)4
níveis de TSH que promove proliferação de células 
foliculares tireoideanas levando a neoplasia de tireóide 
(34). 
A síntese de hormônios tireoideanos é realizada a 
partir da iodetação da tirosina através das enzimas iodinase 
e tireoperoxidase (TPO) (Figura 3).
 22
 
 
 
 
 Figura 3. Ação dos desreguladores endócrinos na homeostase dos 
hormônios tireoideanos. TPO = tireoperoxidase; PBDEs = difenil éteres 
polibromados; UDPGT = uridina-difosfato glicuroniltransferase. 
Figura 3. Ação dos desreguladores endócrinos na homeostase 
dos hormônios tireoideanos. TPO = tireoperoxidase; PBDEs 
= difenil éteres polibromados; UDPGT = uridina-difosfato 
glicuroniltransferase. 
Isoflavonas (fitoesteróides presentes na soja), 
etilenouréia (substância presente em inúmeros fungicidas) 
e tionamidas (classe de fármacos usada no tratamento 
de hipertireoidismo) são desreguladores endócrinos que 
inibem a enzima TPO (37). A exposição a esses compostos 
está relacionada ao aparecimento de bócio, hipotireoidismo 
e transtornos autoimunes tireoideanos (38-41). A síntese 
de T3 e T4 é dependente da entrada de iodeto na glândula 
tireóide, etapa esta que pode ser inibida por substâncias 
como o perclorato, fármaco usado no tratamento de 
hipertireoidismo (42,43). A exposição a este fármaco 
promove redução dos níveis de HTs e conseqüente elevação 
dos níveis de TSH (42).
Os HTs são liberados das células foliculares 
tireoideanas e difundem-se para o interior dos capilares 
circundantes, sendo dessa forma liberados no sangue. 
Na circulação os HTs são transportadosprincipalmente 
ligados a globulina transportadora de tiroxina (44). Alguns 
metabólitos dos difeniléteres polibromados (PBDEs), 
substâncias usadas como retardantes de chama, ligam-se a 
essa proteína, promovendo um aumento dos níveis de T3 e 
T4 livre (45).
Os desreguladores endócrinos podem apresentar 
ação tóxica por se ligarem aos receptores. Nesse contexto, 
essa ação pode (i) promover ativação do receptor - ação 
agonista - desencadeando efeito biológico relacionado à 
atividade específica desse componente celular, nesse caso 
mimetizando a ação de T3 e T4 ; (ii) atuar como antagonistas 
ligando-se aos receptores e impedindo a ação do ligante 
endógeno natural, os HTs, como é o caso do composto 
usado na produção de plásticos bisfenol-A (46-48). 
Ademais, os desreguladores endócrinos podem 
intervir em diversas vias de metabolismo dos hormônios 
tireoideanos exercendo toxicidade, incluindo sulfatação, 
deiodação e glucuronidação (49). Dentro deste contexto, 
estudos demonstram a inibição in vitro da sulfatação do 
hormônio tireoideano por ação de BCPs e do retardante de 
chama tetrabromobisfenol A (50, 51). Brouwer et al. (52) 
demonstraram que compostos organoclorados hidroxilados 
são capazes de interferir com o metabolismo de T4 por meio 
da inibição da atividade da enzima deiodinase, assim como 
prevenir a formação de T3. 
A eliminação dos HTs se dá após metabolização no 
fígado pela enzima uridina-difosfato glicuroniltransferase 
(UDPGT). Este processo pode ser alterado pela exposição 
com PBDEs, que induzem a expressão da enzima UDPGT 
resultando em aumento da eliminação de HTs (53). Essa 
indução da atividade de glucuronidase hepática por 
desreguladores endócrinos, evidenciada por uma elevação 
na eliminação de T4, tem sido reportada em diversos estudos 
(54-57). 
EFEITOS Em pOpULAçõES 
Diversas populações de peixes, aves, anfíbios, 
répteis e mamíferos apresentam alterações da homeostasia 
dos hormônios esteroidais e tireoideanos que têm sido 
relacionadas à exposição ambiental a substâncias químicas. 
A presença dessas substâncias como contaminantes no 
ambiente apresenta um potencial impacto negativo para 
populações em desenvolvimento, podendo colocar em 
risco a saúde humana, e a de várias espécies de animais. 
Em geral, as alterações em animais incluem feminização de 
machos, masculinização de fêmeas, redução da fertilidade, 
redução da viabilidade da prole, aumento da secreção 
hormonal, aumento da atividade hormonal e alteração do 
comportamento sexual (58).
A exposição cumulativa de desreguladores 
endócrinos com efeito estrogênico é bem documentada 
tanto em animais de experimentação quanto silvestres. 
Na maioria das vezes, os efeitos observados em animais 
silvestres são explicados por meio das observações em 
laboratório, embora existam diferenças entre evidências 
obtidas em animais de experimentação e animais selvagens 
e humanos. Os efeitos em pássaros, anfíbios e peixes 
machos têm sido avaliados pela determinação dos níveis 
de vitelogenina. A vitelogenina, proteína utilizada na 
síntese da gema do ovo, é produzida no fígado sob controle 
estrogênico em fêmeas ovíparas vertebradas. Os machos, 
em condições normais, não produzem vitelogenina. No 
entanto, quando expostos a substâncias estrogênicas, a 
vitelogenina pode ser produzida em quantidades similares às 
produzidas pelas fêmeas (59-61). Estudos demonstram um 
aumento na prevalência de hermafroditismo em peixes de 
Oliveira D.P./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 5
lagoas de tratamento de efluente na Inglaterra com aumento 
significativo da concentração plasmática de vitelogenina. A 
elevada concentração de vitelogenina nos peixes machos 
é um indicativo da contaminação da água com compostos 
estrogênicos (62,63).
Sabe-se que a masculinização é dependente da 
ação hormonal e este processo é susceptível a ação de 
desreguladores. Esta susceptibilidade é ilustrada pela alta 
frequência de anormalidades de masculinização congênitos 
como criptorquidia (testículos não descendidos) em 
crianças; baixa contagem espermática e câncer de testículos 
na população de adultos jovens; além de hipospadias, efeito 
no qual a uretra não se prolonga até o final do pênis (64-
67). O aumento da prevalência desses transtornos nas 
últimas décadas é bem documentado em humanos e em 
espécies de animais selvagens. Essas observações sugerem 
que a saúde reprodutiva masculina piorou desde a Segunda 
Guerra Mundial como resultado de alterações ambientais e 
no estilo de vida (68).
Estudos em humanos revelam que substâncias 
que alteram o sistema de hormônios tireoideanos afetam 
o desenvolvimento intelectual em crianças. Embora o 
papel dos hormônios tireoideanos no desenvolvimento do 
sistema nervoso central não seja completamente entendido, 
sabe-se que o hipotireoidismo resulta em retardo mental 
e outros efeitos sérios no desenvolvimento (69). Segundo 
Haddow et al. (70) pequenas alterações na concentração 
de hormônios tireoideanos durante a gestação podem afetar 
significativamente a inteligência em crianças. Nesse estudo, 
os níveis de tiroxina (T4) nas crianças de quoeficiente de 
inteligência (QI) mais baixo estavam próximos do limite 
inferior dos valores de referência de T4 (70). Colborn (71) 
observou que a exposição a desreguladores tireoideanos, 
mesmo em baixas concentrações afetam o desenvolvimento 
intelectual e comportamental de embriões e fetos. Há 
evidências de que a exposição a bifenilas policloradas e 
dioxinas podem causar danos cognitivos em humanos, efeito 
que pode ser mediado pela indução de hipotireoidismo (72, 
73). 
CONCLUSõES
O número de substâncias que possuem ação como 
desreguladores endócrinos é muito grande. Algumas dessas, 
como o DDT, possuem uma ação muito bem definida, 
enquanto outras mostram resultados ainda controversos, 
sem considerar inúmeras substâncias, amplamente 
utilizadas pelo homem, que ainda não tiveram esse efeito 
descoberto. Além do grande número de substâncias, a 
dificuldade de estudo dos desreguladores deve-se também 
aos vários mecanimos pelo qual uma mesma substância 
pode agir, sendo difícil estabelecer o efeito exato desses 
contaminantes. Também deve-se considerar que no 
ambiente os desreguladores não são encontrados de forma 
isolada, podendo haver interação desses com possível 
potencialização dos efeitos.
Apesar de muitas dessas substâncias que têm ação 
como desreguladores endócrino não serem mais utilizadas, 
como os praguicidas organoclorados, o estudo desses é 
de fundamental importância devido a grande estabilidade 
que muitos deles possuem, podendo ser encontrados até 
hoje no ambiente. Além disso, é importante estudar novas 
substâncias antes mesmo de serem lançadas no mercado.
A elucidação dos danos ambientais desses 
contaminantes não implica na sua proibição, uma vez que 
são produtos já amplamente utilizados pelo homem, e esse 
tipo de ação traria problemas econômicos. São necessárias 
medidas para a redução da liberação desses para o ambiente 
e/ou estabelecimento de tratamentos eficazes de forma a 
minimizar os prejuízos. 
Considerando as centenas de espécies 
conhecidamente afetadas ou com suspeita de serem 
afetadas pelos desreguladores endócrinos, há uma 
constante necessidade de continuar as pesquisas com tais 
substâncias a fim de realizar um maior controle, com o 
estabelecimento de novas regulamentações e realização das 
devidas inspeções. Entender os mecanismos e os efeitos 
das interações entre esses contaminates e os organismos 
presentes em ambientes contaminados é o primeiro passo 
para estabeler estratégias de gestão ambiental.
RESUmO
Desreguladores endócrinos, substâncias exógenas 
que alteram a homeostase de hormônios endógenos, 
têm sido constantemente lançados no ambiente durante 
os últimos 60 anos. Esses contaminantes têm sido 
relacionados à diminuição da contagem espermática 
humana e ao aumento da incidência de câncer de testículo, 
mama e tireóide. No mesmo período, alterações no 
desenvolvimentoe reprodução foram documentadas em 
espécies de animais selvagens. O objetivo do trabalho foi 
revisar os efeitos e mecanismos de ação dos desreguladores 
endócrinos que alteram a homeostase dos hormônios 
esteroidais e tireoideanos. Foi realizado um levantamento 
de artigos do período de 1950 a 2008 através das bases de 
dados PUBMED e ScienceDirect, além de livros da área. 
Os resultados mostram que os desreguladores endócrinos 
podem agir pelos seguintes mecanismos: i) inibição de 
enzimas relacionadas com a síntese de hormônios; ii) 
alteração da concentração livre de hormônios através 
da interação com globulinas plasmáticas; iii) alteração 
da expressão de enzimas relacionadas ao metabolismo 
hormonal; iv) interação com receptores hormonais, agindo 
como agonistas ou antagonistas; v) alteração da transdução 
de sinais resultante da ação hormonal. A importância da 
identificação dos desreguladores endócrinos envolve o 
estudo dos contaminantes ambientais e a investigação 
de novas substâncias lançadas no meio ambiente. A 
minimização da exposição e/ou a racionalização do uso 
desses compostos está relacionada a preservação de 
espécies, para previnir processos de extinção.
Oliveira D.P./Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008)6
Unitermos: desreguladores endócrinos, contaminantes 
ambientais, hormônios esteroidais, hormônios tireoideanos, 
ecotoxicologia
REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS
Colborn T, Dumanoski D, Myers JP. O futuro roubado. 1. 
Porto Alegre. L&PM, 1997.
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