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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA Riberto de Sousa Junior PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR VII (PIM VII) Analise de gestão da SAE – Superintendência de Água e Esgoto de Araguari. Araguari – Minas Gerais. 2020. RESUMO O presente Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM VII, tem por objetivo analisar junto à organização escolhida pesquisas de avaliação de itens específicos apontados para cada disciplina, as disciplinas do semestre são: Captação e Gerenciamento de Recursos, Controle e Auditoria Pública e Desenvolvimento Sustentável. Para este projeto foi escolhido a empresa SAE - Superintendência de Água e Esgoto da cidade de Araguari. Criada em 1968 pela lei municipal 1333 com o nome DAE - Departamento de Água e Esgoto, sofreu importantes alterações em sua constituição pela lei municipal 2625 de 1990, onde passou as ser uma Autarquia Municipal, denominada SAE - Superintendência de Água e Esgoto e a possuir autonomia econômica, financeira e administrativa, dentro dos limites estabelecidos pela presente Lei. A empresa responsável pela captação, tratamento e distribuição de água, além da coleta e tratamento de esgoto, possui sistemas internos de auditoria e controle, além de também prestar contas e estar sujeita aos órgãos municipais de controle e auditoria como a Controladoria Geral do Município, onde Conclui-se que a auditoria interna no setor público é indispensável, sendo uma ferramenta de controle social formada por um conjunto de procedimentos e técnicas, que tem por objetivo examinar a adequação, a eficácia e legitimidade dos controles internos, dos atos e das informações contábeis, financeiras, operacionais e físicas das unidades públicas. O controle interno é o principal instrumento da auditoria interna, e juntamente com a contabilidade contribuem diretamente para a realização de um bom trabalho. Palavras Chave: SAE, Planejamento, Finanças, Legislação. ABSTRACT The present Integrated Multidisciplinary Project - PIM VII, aims to analyze together with the chosen organization, evaluation research of specific items pointed out for each discipline, the subjects of the semester are: Fundraising and Management of Resources, Public Control and Audit and Sustainable Development. For this project, the company SAE - Water and Sewage Superintendence of the city of Araguari was chosen. Created in 1968 by municipal law 1333 with the name DAE - Department of Water and Sewage, it underwent important changes in its constitution by municipal law 2625 of 1990, where it became a Municipal Authority, called SAE - Superintendence of Water and Sewer and to be owned. economic, financial and administrative autonomy, within the limits established by this Law. The company responsible for the collection, treatment and distribution of water, in addition to the collection and treatment of sewage, has internal auditing and control systems, in addition to being accountable and subject to municipal control and audit bodies such as the Municipal Comptroller General, where it is concluded that the internal audit in the public sector is indispensable, being a tool of social control formed by a set of procedures and techniques, which aims to examine the adequacy, effectiveness and legitimacy of internal controls, acts and information accounting, financial, operational and physical characteristics of public units. Internal control is the main instrument of internal audit, and together with accounting, it directly contributes to the performance of good work. Keywords: SAE, Planning, Finance, Legislation. Sumário 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4 2. CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS PÚBLICOS. .................................. 5 2.1 Fontes fundamentais de obtenção de recursos da empresa. ........................................... 5 2.2 A empresa e o mercado financeiro .................................................................................. 5 2.3 Relação da empresa com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). .................................................................................................................................. 6 2.4 A empresa e os Fundos Incentivados .............................................................................. 6 2.5 A empresa e as Leis de Incentivo à Cultura ..................................................................... 7 3. CONTROLE E AUDITORIA PÚBLICA. ........................................................................... 7 3.1 A importância do controle e auditorias no setor público. .................................................. 7 3.2 Auditoria interna na empresa ........................................................................................... 8 3.3 A empresa e o controle externo. ...................................................................................... 9 3.4 Governança corporativa na empresa. ............................................................................ 10 3.5 Transparência pública. ................................................................................................... 11 4. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................................................... 11 4.1 Captação de água. ......................................................................................................... 11 4.2 Tratamento de água. ...................................................................................................... 12 4.3 Reserva e distribuição.................................................................................................... 12 4.4 Captação de esgoto. ...................................................................................................... 12 4.5 Tratamento de Esgoto.................................................................................................... 12 5. CONCLUSÃO. ................................................................................................................. 13 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 14 4 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, há no país uma forte tendência do setor público brasileiro no que diz respeito a moralização dos seus gastos, e uma das ferramentas utilizadas para estas mudanças é o orçamento público. O orçamento público é amparado por lei, o qual consta na sua dimensão a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício ou ano. Dessa forma, para fazer frente aos desafios causados pelas mudanças da globalização, o crescimento populacional, a escassez de recursos financeiros para gerir os municípios, torna-se fundamental que o Gestor Público possua assessoria de profissional capacitado em gestão pública e tenha uma relação de parceria com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A lei complementar 101/2000 também conhecida popularmente por LRF, surgiu como importante e indispensável aliada gerencial a serviço do gestor e da administração pública à partir de 4 de maio de 2000, tendo como principal objetivo, limitar o endividamento dos Municípios, estados e união ao passo que define os princípios básicos de responsabilidade, derivados da noção de prudência na gestão de recursos públicos. O presente Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM, tem por objetivo analisar junto à organização escolhida, pesquisas de avaliação de itens específicos apontados para cada disciplina estudada neste semestre. Abase do PIM VII é a disciplina Captação e Gerenciamento de Recursos e os conceitos desta disciplina deverão ser aplicados à realidade da organização estudada, utilizando-se também os ensinamentos apresentados nas disciplinas Controle e Auditoria Pública e Desenvolvimento Sustentável. A empresa analisada atualmente fornece água potável e tratamento de esgoto para uma população de aproximadamente 85% dos 120.000 habitantes da área urbana e distritos rurais do município de Araguari. A água de Araguari é captada nos lençóis subterrâneos por intermédio de poços semiartesianos, que possuem em média 70 metros de profundidade e a água é conduzida através de tubulações até a caixa de areia e em seguida aos reservatórios. A SAE, possui 114 poços que são divididos em poço semiartesiano de Baterias e poço semiartesiano isolado. Sendo 66 poços localizados em 9 Baterias e 48 poços são solteiros, pois localizam-se fora destas Baterias. A média de cada poço é de 20 m3/h e a SAE opera diariamente com 84 poços. O planejamento da SAE é diminuir o número de poços, substituindo poços existentes por novos poços com vazões maiores, e para isso já foi realizado o estudo geológico e hidro geológico. É meta da SAE, chegar à universalização do abastecimento de água nas localidades operadas e aumentar progressivamente o índice de esgotamento sanitário para que o desenvolvimento social esteja inserido no desenvolvimento econômico, elevando a qualidade de vida e o bem-estar da população, além da proteção do meio ambiente. 5 2. CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS PÚBLICOS. A captação e o gerenciamento de recursos podem ser compreendidos a partir da reforma bancaria pela Lei 4.595/64 (BRASIL, 1964), assim como da reforma do Mercado de Capitais pela Lei 4.728/65 (BRASIL,1965), seguindo o modelo europeu, não deixando apenas os bancos como elementos principais da manutenção e do gerenciamento de recursos financeiros. 2.1 Fontes fundamentais de obtenção de recursos da empresa. A empresa analisada é considerada uma autarquia superavitária e lucrativa, tendo fechado o ano de 2019 com uma arrecadação de R$13.204.492 acima do previsto (figura 1) e com um balanço positivo em mais de R$9.000.000,00 no mesmo ano. Figura 1 – Fonte de arrecadação de recursos do ano de 2019. Fonte: http://saearaguari.horusdm.com.br/transparencia/escolhedata A maior parte dessas receitas são oriundas da realização de serviços relativos à distribuição de água a residências e empresas do município, além do recebimento de aplicações realizadas no mercado financeiro. 2.2 A empresa e o mercado financeiro O mercado financeiro é um ambiente que reúne um conjunto de instituições, entre tomadores de recursos e investidores, permitindo a negociação de produtos financeiros, como títulos públicos, ações, fundos de investimentos, entre outros. A SAE utiliza contas próprias para realização de diversas operações monetárias e financeiras para realizar aquisição de bens, financiamento de obras e melhorias, mas principalmente, para equalizar operações no curto prazo, pois dada a característica de operação com elevado valor pulverizado em milhares de pequenas operações de recebimento de diversos valores ao longo do mês, é possível obter rentabilidade em http://saearaguari.horusdm.com.br/transparencia/escolhedata 6 prazos de 1 dia, 3 dias, 2 semanas, 1 mês, e até 18 meses. Tais operações hoje concentram-se em uma carteira de negócios com uma instituição financeira local, sendo esta, uma cooperativa de crédito integrante do sistema Sicoob, que é capaz de prover serviços ideais para empresa que hora necessita de liquidez imediata e que em outros momentos possui excesso de liquidez. Todos os atos e movimentações financeiras da empresa passam pelo crivo da auditoria interna, autorização do poder executivo e auditoria externa através da CGM, Controladoria Geral do Município. 2.3 Relação da empresa com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A instituição desempenha relevante papel no processo de financiamento das empresas nacionais, pois ela oferece diversos instrumentos de financiamento a médio e longo prazo para suprir as necessidades dos agentes econômicos, tais como debêntures, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIS), títulos externos, e também oferece financiamento com prazo indeterminado, como as operações que envolvem a emissão de ações. A SAE financia sempre que possível e necessário, os gastos correntes, bem como os investimentos de maior prazo de maturação, já que no processo de produção o fluxo de receitas não se compatibiliza necessariamente com as despesas referentes a salários e matérias-primas. Dentre os meios possíveis, a empresa obtém os recursos, que superam sua renda corrente, por meio de três canais: • Antecipação de recebíveis, gerados no próprio negócio e que consistem em uma fonte de financiamento interna própria. • Lançamento títulos de renda fixa no mercado de capitais; e • Obtenção de empréstimos bancários, em geral, atrelados a realização de projetos de maior valor e longo prazo, como a construção da ETE (estação de tratamento de esgotos) Central, que teve início das obras em Fevereiro de 2018 e início de operação em Outubro de 2019, que teve um custo de aproximadamente 42 milhões de reais, financiados em 30 anos. 2.4 A empresa e os Fundos Incentivados A política de investimento do fundo da SAE consiste em investir, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) de seu patrimônio líquido em um fundo de investimento privado, que por sua vez, investe seus recursos preponderantemente em debentures de infraestrutura que atendam aos critérios de elegibilidade previstos na Lei 12.431/2011 (“Ativos de Infraestrutura”). 7 2.5 A empresa e as Leis de Incentivo à Cultura A SAE possui projetos de exposições, publicações e patrocínios culturais, entre outros, aprovados e prontos para receber sua contribuição com incentivos fiscais, tanto para os projetos aprovados por meio da Lei Federal 8.313 de 23 de dezembro de 1991, popularmente conhecida por “Lei Rouanet”, que trata de fomento e incentivo à cultura onde o patrocinador beneficia-se com abatimento em Imposto de Renda, quanto para projetos aprovados em âmbito municipal pela lei 4.292, de 7 de dezembro de 2006, que institui o PMIC, Programa Municipal de Incentivo à Cultura, que estabelece benefícios para o patrocinador, em abatimentos do ISS, Imposto Sobre Serviços. 3. CONTROLE E AUDITORIA PÚBLICA. A auditoria surgiu em decorrência da própria evolução da contabilidade. Tornou-se condição preponderante ter uma ferramenta que validasse os registros das operações contábeis no âmbito de todas as organizações, sejam públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. A preocupação principal da auditoria é a verificação da existência de erros ou fraudes no processo de contabilização. Os erros podem ser entendidos como um ato não intencional na elaboração dos registros e demonstrações contábeis. Já as fraudes se caracterizam como erros intencionais de omissões, manipulações de transações, adulterações de documentos, registros e a consequente elaboração de demonstrações contábeis que não representem efetivamente a posição patrimonial do ente em determinado momento. 3.1 A importância do controle e auditorias no setor público. Uma característica fundamental que difere a administração de órgãos e empresas públicas das instituições privadas, é o fato de que os gastos governamentais somente podem ser concretizados após dotações e regularizações constantes dos orçamentos anuais e assim, as auditorias nos entes governamentais envolvem maior complexidade, já que além dos elementos comuns a qualquer auditoria, existe também a necessidade de se verificarse o gasto ou despesa realizada está devidamente prevista e autorizada no orçamento. Além da verificação da competência do gestor público ao realizar as despesas, também existe preocupação quanto a legitimidade dos documentos que autorizam os gastos ou desembolsos e se eles obedeceram a todas as exigências prescritas em lei, ou seja, não basta a despesa estar autorizada, mas também, que a contratação das despesas siga todos os preceitos existentes nas leis de licitações públicas. A auditoria surgiu em decorrência da própria evolução da contabilidade, e tornou-se condição preponderante ter uma ferramenta que validasse os registros das 8 operações contábeis no âmbito de todas as organizações, sejam públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. A preocupação principal da auditoria é a verificação da existência de erros ou fraudes no processo de contabilização, onde erros podem ser entendidos como um ato não intencional na elaboração dos registros e demonstrações contábeis, enquanto as fraudes se caracterizam como erros ou omissões intencionais de dados, manipulações de transações, adulterações de documentos, registros e a consequente elaboração de demonstrações contábeis que não representem efetivamente a posição patrimonial do ente em determinado momento. Todas essas questões levam ao fato de que a auditoria na área governamental é um campo bastante amplo e de que o controle interno se destaca como elemento fundamental na validação das transações efetuadas. 3.2 Auditoria interna na empresa A empresa conta com um setor específico denominado Departamento de Auditoria, que além de funcionários administrativos, conta com corpo técnico especializado composto por sete funcionários público admitidos via concurso público para o cargo de Auditor Interno, sendo três destes de formação acadêmica ligada a contabilidade e administração de empresas e outros quadros com formação em outras áreas do conhecimento. Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à administração da entidade. Os testes de observância visam à obtenção da segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e administradores da entidade, e na sua aplicação, devem ser considerados os seguintes procedimentos: a) inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis; b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; c) investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou fora da entidade. Já os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação da entidade, sendo que os dados que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são denominadas de “evidências”, e estas devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à administração da entidade. 9 O processo de obtenção e avaliação das informações compreende a obtenção de dados sobre os assuntos relacionados aos objetivos e ao alcance da Auditoria Interna, devendo ser observado que: a) a informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno; b) a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Interna; c) a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às recomendações da Auditoria Interna; d) a informação útil é a que auxilia a entidade a atingir suas metas. A avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a aplicação de procedimentos da Auditoria Interna, incluindo testes substantivos quando necessários, é um processo que é supervisionado para alcançar razoável segurança de que o objetivo do trabalho da Auditoria Interna foi atingido. São adotados procedimentos para assegurar que as contingências ativas e passivas relevantes decorrentes de processos judiciais e extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de contribuições em disputa, foram identificadas e são do conhecimento da administração da entidade. No trabalho da Auditoria Interna, segue os Princípios Fundamentais de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a entidade. Quando ao perfil do auditor, o professor João Batista Mendes (1996 Contab. Vista e Rev. p. 9-11) faz uma importante observação: “A coisa mais importante que se espera do Auditor Interno é um alto grau de objetividade. Para consegui-lo é necessário que ele se coloque no lugar do setor que está sendo analisado. Conhecer o outro lado da questão é fundamental para se conseguir uma análise objetiva. Quanto maior o grau de objetividade da análise, mais o pessoal executivo encarará os fatos com mentalidade objetiva.” 3.3 A empresa e o controle externo. No Brasil, o controle externo é função exercida atualmente por dois órgãos autônomos: o Poder Legislativo e o órgão de controle externo, com competências constitucionalmente definidas e distintas, e que compreende o controle e a fiscalização de toda a Administração Pública. As empresas estatais exploradoras de atividade econômica ficam sujeitas ao regime do art. 173 da CRFB. Nestes casos, a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será possível quando imprescindível para atender os imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo. Hoje temos uma orientação no mandado de segurança 25.181 - DF (STF) reconhecendo a competência do Tribunal de Contas para fiscalizar as atividades das empresas 10 públicas e sociedades de economia mista com fundamento na necessidade de se preservar o controle externo. O patrimônio da SAE é constituído pelo patrimônio público, e como tal, suas contas ficam sujeitas a análise da Controladoria Geral do Município (CGM), e compõe o orçamento e prestação de contas do poder executivo para controle externo pelo poder legislativo, ou seja, pela Câmara de Vereadores de Araguari, e também pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE MG). A gestão das empresas públicas e sociedades de economia mista não podem se dar com base em negócios temerários, por mais que se trate de exploração econômica o objeto desta identidade. A ideia é a fiscalização das Cortes de Contas como consequência do texto constitucional, objetivando tornar efetivo o bom trato da coisa pública e a eficiência administrativa. Para isso, o Tribunal de Contas pode realizar auditoria, fiscalizações, vistoria, pode instaurar tomada de contas especiais, sempre que há pressupostos para que isso aconteça. Já quando as empresas públicas ou sociedades de economia mista são criadas para prestarem serviços públicos, como é o caso da SAE, elas ficam submetidas às regras do art. 175 e art. 37 § 60 da Constituição Federal, e não obstante as empresas públicas e sociedades de economia mista seguirem o regime jurídico de direito privado, elas devem respeitar os princípios constitucionais da Administração Pública. Desta forma, diz-se que tais empresas estatais estão submetidas ao regime jurídico híbrido ou misto. 3.4 Governança corporativa na empresa. A missão prioritária de qualquer empresa, que se pretenda moderna, é atuar de forma consentânea com as aspirações dasociedade, sob responsabilidade e compromisso social. Se esta premissa deve prevalecer para as empresas privadas, com muito mais razão para as estatais, instituídas exatamente com o fim de atender ao interesse público. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, “governança corporativa” é o sistema que assegura aos sócios proprietários o governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá por meio do conselho de administração, da auditoria independente e do conselho fiscal, instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A boa governança assegura aos sócios equidade, transparência, responsabilidade pelos resultados (accountability) e obediência às leis do país (compliance). A governança corporativa significa, de modo muito objetivo, um sistema de gestão das sociedades no qual se privilegia a probidade, a transparência, a ampliação e a compatibilização dos direitos daqueles que se relacionam com a companhia. A governança corporativa da SAE utiliza um conjunto de práticas de gestão, envolvendo, entre outros, os relacionamentos entre conselhos de administração e fiscal, ou órgãos com funções equivalentes, diretoria e auditoria independente, com a 11 finalidade de otimizar o desempenho da empresa e proteger os direitos de todas as partes interessadas, com transparência e equidade, com vistas a maximizar os resultados econômico-financeiros da empresa estatal. 3.5 Transparência pública. A autarquia publica seus todos os seus atos no Diário Oficial do Município, e além disso mantém um espaço denominado “Transparência” em seu site na internet, onde são periodicamente atualizados os dados financeiros e administrativos, como balanços patrimoniais, demonstrativos de receita e despesa, salários dos funcionários, contracheques e outros. 4. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Atualmente a Superintendência de Água e Esgoto monitora 114 poços semiartesianos. Além de realizar análises de aproximadamente 400 amostras coletadas mensalmente das redes de distribuição e dos sistemas de abastecimento de água do município, o Laboratório de Análises da Autarquia segue um cronograma anual para realizar análises físico-químicas completas de todos os poços da SAE, assim, além do relatório de qualidade, todos os meses o cidadão pode conferir o resultado físico-químico de alguns poços da cidade. Além disso, no ano de 2019 entrou em operação a ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) Central, que através de estações de bombeamento espalhadas pela cidade, e trabalhando em Paralelo com outra ETE de menor porte no Distrito Industrial, é capaz de captar e tratar até 95% do esgoto produzido na zona urbana do município. 4.1 Captação de água. A água de Araguari é captada nos lençóis subterrâneos por intermédio de poços semiartesianos, que possuem em média 70 metros de profundidade e a água é conduzida através de tubulações até a caixa de areia e em seguida aos reservatórios. A SAE, possui 114 poços que são divididos em: - Poço semiartesiano de Baterias - Poço semiartesiano isolado Sendo 66 poços localizados em 9 Baterias e 48 poços são solteiros, pois localizam-se fora destas Baterias. A média de cada poço é de 20 m3/h e a SAE opera diariamente com 84 poços. O planejamento da SAE é diminuir o número de poços, substituindo poços existentes por novos poços com vazões maiores. Para isso já foi realizado o estudo geológico e hidrogeológico. 12 4.2 Tratamento de água. O tratamento da água é feito através de bombas dosadoras (desinfecção com cloro). O produto químico utilizado é o hipoclorito de sódio. A quantidade de cloro utilizada produz um residual em torno de 0,8 mg/l e está de acordo com a portaria 518 de 25/03/04 do Ministério da Saúde. Após o tratamento, realiza-se o controle da qualidade da água, através de análises microbiológicas e físico-químicas. As análises são feitas de amostras das redes de distribuição e das saídas dos sistemas de tratamento. 4.3 Reserva e distribuição. Nas baterias após a captação da água e a passagem pelo processo da separação da areia a água vai para o reservatório baixo onde recebe o tratamento e faz-se a acumulação desta água nos reservatórios, e em seguida é distribuída à população, que poderá ser por dois processos: Por gravidade: quando existe reservatório elevado esta água é bombeada para ele e distribuída por gravidade para as redes de água sem a utilização de bombas. Por recalque: quando não existe reservatório elevado esta água é distribuída por recalque, utilizando bombas para as redes de distribuição de água. 4.4 Captação de esgoto. O Sistema de saneamento de nossa cidade é bem simples, todo o esgoto sanitário é coletado e direcionado para o interceptor tronco da bacia do Córrego Brejo Alegre. Todas as redes que possuem condições naturais de encaminhamento para o Córrego são direcionadas a ele e as redes que não possuem condições naturais por gravidade são direcionadas para a E.E.E (Estação Elevatória de Esgoto) e dali são bombeadas por recalque até o interceptor do córrego. 4.5 Tratamento de Esgoto. O córrego Brejo Alegre é afluente do Rio Jordão, que por sua vez, deságua no Rio Paranaíba que faz parte da Bacia do Rio Grande/Paraná e desce até a Bacia do Prata na Argentina. Estudos da água coletada no Jordão, mostrou níveis alarmantes de poluição nos últimos anos e pra sanar o problema foi implantada uma ETE - Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário de grande porte em acordo com licença prévia emitida pelo COPAM (Conselho Estadual Política Ambiental), que desde de 2019 opera em conjunto com a primeira a primeira Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), construída em Araguari, localizada na Rua 04, no Distrito Industrial, foi inaugurada no 13 dia 05 de junho de 2006, Dia Mundial do Meio Ambiente. As ETEs atendem aproximadamente 100 mil moradores nos bairros e zonas urbanas do município e foi projetada para ser suficiente ao crescimento da cidade por um prazo estimado de 20 anos. O esgoto recebe tratamento especializado sem utilização de produtos químicos e desde a inauguração está sendo realizado um controle mensal para assegurar a eficiência do tratamento que vem apresentando excelentes resultados, com parâmetros importantes que superam 98% de eficiência, monitorados pelo órgão ambiental competente. O tratamento do esgoto, além de zelar pela preservação do meio ambiente, está ligado à manutenção da saúde pública e à garantia da qualidade de vida para a população. Atualmente, 95% do esgoto da área urbana é coletado e tratado, e a empresa tem a meta de coletar e tratar 100% dos esgotos gerados em Araguari dentro de 10 anos e para isso, já estão em andamento os projetos de construção das seguintes ETE’s: ETE – Distrito de Amanhece; ETE – Distrito de Piracaíba; ETE – Bairro São Sebastião; ETE – Córrego dos Verdes. 5. CONCLUSÃO. Analisamos ao longo deste Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM VII), que a Autarquia Municipal de Araguari-MG, denominada SAE, Superintendência de Água e Esgoto, é uma empresa que se esforça para cumprir parâmetros rígidos de competência e governança do mesmo nível de grandes empresas privadas, sem deixar de lado as particularidades e legislações próprias ao erário e orçamento públicos. Apesar dos esforços acima citados, identifiquei algumas falhas que aponto junto com sugestões para suas soluções, como o processo de auditoria da empresa ser muito voltado a auditoria interna e apresentar falhas na regularidade e no aproveitamento de resultados das auditorias externas, e sugiro a contratação de mais auditores internos via concurso público próprio, bem como atualização e seguimento a risca de um calendário de auditorias externas. Também identifiquei que o site da empresa estácom balanços e relatórios fiscais desatualizados há vários meses, incluindo a falta de dados referentes ao fechamento do ultimo exercício fiscal, o que contraria diretamente a lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e sugiro que tais dados sejam atualizados e os sistemas internos integrados diretamente ao banco de dados do portal da transparência online presente no site da empresa, para que desta forma, as atualizações ocorram de maneira automatizada e dentro dos prazos legais. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.527-2011?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.527-2011?OpenDocument 14 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA, MARCELO CAVALCANTI. AUDITORI: UM CURSO MODERNO E COMPLETO. SÃO PAULO: 5A ED. ATLAS, 1996. BASTOS, CELSO RIBEIRO. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: SÃO PAULO: SARAIVA, 1994. BEZERRA FILHO, J. E. CONTABILIDADE PÚBLICA: 2. ED. RIO DE JANEIRO: ELSEVIER, 2006. BRASIL. BANCO DO NORDESTE. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL- FORNECEDORES. FORTALEZA, [S.D.]A. FELGUEIRAS, J. A. CONTABILIDADE PÚBLICA: RIO DE JANEIRO: MARIA AUGUSTA DELGADO LIVRARIA, 2007. FIGUEIRÊDO, C. M.; NÓBREGA, C. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL TEORIA E JURISPRUDÊNCIA. 5. ED. RIO DE JANEIRO: ELSEVIER, 2007. FORTUNA, E. MERCADO FINANCEIRO PRODUTOS E SERVIÇO. 15. ED. RIO DE JANEIRO: QUALITYMARK, 2002. LIMA, D. V.; CASTRO, R. G. DE. CONTABILIDADE PÚBLICA 3. ED. SÃO PAULO: ATLAS, 2007. NAKAGAWA, MASAYUKI. INTRODUÇÃO À CONTROLADORIA. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 1993. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. SAFÁRI DE ESTRATÉGIA UM SAFÁRI PELA SELVA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. PORTO ALEGRE: BOOKMAN, 2000. MEIRELLES, HELY LOPES. DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO 22. ED., SÃO PAULO: MALHEIROS, 1997. PADOVEZE, CLÓVIS LUÍS. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS 4° ED. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 2004. SANTOS, JOSÉ LUIZ DOS; SCHMIDT, PAULO; FERNANDES, LUCIANE ALVES; MACHADO, NILSON PERINAZZO. TEORIA DA CONTABILIDADE SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 2007. 15 PARDINI, RUBÉNS E COL. DITTÍCIO, CLÁUDIO; NIZA, RACHEL. CAPTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RECURSOS. 1.ED. SÃO PAULO: EDITORA SOL, 2015. PARDINI, RUBÉNS E COL. DITTÍCIO, CLÁUDIO; NIZA, RACHEL. CONTROLE E AUDITORIA PÚBLICA. 1.ED. SÃO PAULO: EDITORA SOL, 2015. PALÁCIO DO PLANALTO. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.PLANALTO.GOV.BR/CCIVIL_03/_ATO2011-2014/2011/LEI/L12527.HTM. ACESSO EM: 21 SET. 2020. SAE – SUPERINTENDENCIA DE ÁGUA E ESGOTO DE ARAGUARI. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.SAEARAGUARI.COM.BR/2013/INDEX.PHP. ACESSO EM: 21 SET. 2020. PORTAL DE AUDITORIA. O QUE É AUDITORIA INTERNA DISPONÍVEL EM: HTTPS://PORTALDEAUDITORIA.COM.BR/O-QUE-E-AUDITORIA-INTERNA/. ACESSO EM: 21 SET. 2020 http://www.saearaguari.com.br/2013/index.php
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