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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA Riberto de Sousa Junior PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR VIII (PIM VIII) Analise de gestão da SAE – Superintendência de Água e Esgoto de Araguari. Araguari – Minas Gerais. 2020. RESUMO O presente Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM VIII, tem por objetivo analisar junto à organização escolhida, pesquisas de avaliação de itens específicos apontados para cada disciplina estudada no semestre, que são: Planejamento Estratégico Planejamento urbano e ambiental e Licitações e Contratos Públicos. Para este projeto foi escolhida a empresa SAE - Superintendência de Água e Esgoto da cidade de Araguari. Criada em 1968 pela lei municipal 1333 com o nome DAE - Departamento de Água e Esgoto, sofreu importantes alterações em sua constituição pela lei municipal 2625 de 1990, onde passou as ser uma Autarquia Municipal, denominada SAE - Superintendência de Água e Esgoto e a possuir autonomia econômica, financeira e administrativa, dentro dos limites estabelecidos pela presente Lei. A empresa responsável pela captação, tratamento e distribuição de água, além da coleta e tratamento de esgoto, possui sistemas internos de planejamento e auditoria, além de também prestar contas e estar sujeita aos órgãos municipais de controle e auditoria como a Controladoria Geral do Município e de operar em consonância com a secretária municipal de planejamento e com o plano diretor, onde Conclui-se que o planejamento estratégico e processos de auditoria interna no setor público é indispensável, sendo uma ferramenta de controle social formada por um conjunto de procedimentos e técnicas, que tem por objetivo examinar a adequação, a eficácia e legitimidade dos atos e das informações contábeis, financeiras, operacionais e físicas das unidades públicas. Palavras Chave: SAE, Planejamento, Finanças, Legislação. ABSTRACT The present Integrated Multidisciplinary Project - PIM VIII, aims to analyze with the chosen organization, research evaluations of specific items pointed out for each discipline studied in the semester, which are: Strategic Planning Urban and environmental planning and Public Bids and Contracts. For this project, the company SAE - Water and Sewage Superintendence of the city of Araguari was chosen. Created in 1968 by municipal law 1333 with the name DAE - Department of Water and Sewage, it underwent important changes in its constitution by municipal law 2625 of 1990, where it became a Municipal Authority, called SAE - Superintendence of Water and Sewer and to be owned. economic, financial and administrative autonomy, within the limits established by this Law. The company responsible for capturing, treating and distributing water, in addition to collecting and treating sewage, has internal planning and auditing systems, in addition to being accountable and subject to municipal control and audit bodies such as the Municipal Comptroller General and to operate in line with the municipal planning secretary and the master plan, where it is concluded that strategic planning and internal audit processes in the public sector are indispensable, being a social control tool formed by a set of procedures and techniques, which aims to examine the adequacy, effectiveness and legitimacy of acts and accounting, financial, operational and physical information of public units. Keywords: SAE, Planning, Finance, Legislation. Sumário 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 4 2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. ................................................................................ 5 2.1 Conceitos de Planejamento. ............................................................................................ 5 2.2 A empresa e o planejamento estratégico. ........................................................................ 6 2.3 Os planejamentos em andamento dentro da empresa. .................................................... 6 2.4 Como é o planejamento para a construção da usina. ...................................................... 7 2.5 Problemas com a falta de planejamento no maior projeto da empresa. ........................... 7 3. PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL. ................................................................. 7 3.1 A Empresa e o Plano Diretor............................................................................................ 8 3.2 A Empresa e seu papel de assegurar a função social da cidade. .................................... 8 3.3 Planejamento Ambiental. ................................................................................................. 9 4. LICITAÇÕES E CONTRATOS PÚBLICOS. .................................................................... 9 4.1 A empresa como compradora através de licitações. ...................................................... 10 4.1 A empresa como fornecedora através de licitações. ...................................................... 10 5. CONCLUSÃO. ................................................................................................................. 11 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 11 4 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, há no país uma forte tendência do setor público brasileiro no que diz respeito a moralização de suas ações e processos, e uma das ferramentas utilizadas para estas mudanças é o planejamento estratégico como forma de melhor aproveitamento do tempo e recursos dentro do orçamento público. O orçamento público é amparado por lei, o qual consta na sua dimensão a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício ou ano. Dessa forma, para fazer frente aos desafios causados pelas mudanças da globalização, o crescimento populacional, a escassez de recursos financeiros para gerir os municípios, torna-se fundamental que o Gestor Público possua assessoria de profissional capacitado em gestão pública e tenha uma relação de parceria com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A lei complementar 101/2000 também conhecida popularmente por LRF, surgiu como importante e indispensável aliada gerencial a serviço do gestor e da administração pública à partir de 4 de maio de 2000, tendo como principal objetivo, limitar o endividamento dos Municípios, estados e união ao passo que define os princípios básicos de responsabilidade, derivados da noção de prudência na gestão de recursos públicos. O presente Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM, tem por objetivo analisar junto à organização escolhida, pesquisas de avaliação de itens específicos apontados para cada disciplina estudada neste semestre. A base do PIM VIII é a disciplina Planejamento Estratégico e os conceitos desta disciplina deverão ser aplicados à realidade da organização estudada, utilizando-se também os ensinamentos apresentados nas disciplinas Planejamento Urbano e Ambiental e Licitações e Contratos Públicos. A empresa analisada atualmente fornece água potável e tratamento de esgoto para uma população de aproximadamente 85% dos 120.000 habitantes da área urbana e distritos rurais do município de Araguari. A água de Araguari é captada nos lençóis subterrâneos por intermédio de poços semiartesianos, que possuem em média 70 metros de profundidade e a água é conduzida através de tubulações até a caixa de areia e em seguida aos reservatórios. A SAE, possui 114 poços que são divididos em poço semiartesiano de Baterias e poço semiartesiano isolado. Sendo 66 poçoslocalizados em 9 Baterias e 48 poços são solteiros, pois localizam-se fora destas Baterias. A média de cada poço é de 20 m3/h e a SAE opera diariamente com 84 poços. O planejamento estratégico da SAE engloba atualmente como principais projetos: diminuir o número de poços, substituindo poços existentes por novos poços com vazões maiores, e para isso já foi realizado o estudo geológico e hidro geológico, chegar à universalização do abastecimento de água nas localidades operadas em 05 anos, aumentar progressivamente o índice de esgotamento sanitário, implantar uma usina fotovoltaica (energia solar) para reduzir seu impacto ambiental e também para reduzir em 90% os custos de consumo de energia elétrica em 20 anos para que o desenvolvimento socioambiental esteja inserido no desenvolvimento econômico, elevando a qualidade de vida e o bem-estar da população, além da proteção do meio ambiente. 5 2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. O planejamento estratégico é uma maneira de pessoas ou empresas de qualquer porte, organizarem suas estratégias e ações de maneira que as coisas funcionem conforme foram imaginadas e arquitetadas previamente. Embora os passos, conceitos e ferramentas gerais possam ser amplamente utilizados e compartilhados como vimos no curso, o planejamento em si deve ser feito de maneira individualizada e levando em conta os fatores inerentes a realidade da empresa, pessoa, objetivo ou ambiente em que eles se encontram. Podemos ter duas empresas de um mesmo ramo, mas que uma é especializada em clientes de maior poder aquisitivo que a outra, ou, que uma esteja melhor localizada em relação aos seus fornecedores, ou se encontre em uma região geográfica em que seu produto é mais aceito, ou ainda que tenha objetivos diferentes, enquanto uma pode estar se programando para manter a produção atual realizando um reposicionamento de mercado e focando na qualidade, enquanto outra pode estar planejando crescer e reduzir custos e preço final através do ganho em escala; enfim; um bom plano estratégico visa o longo prazo, tem objetivos bem definidos e deve ser sempre realista. “Planejamento é uma ferramenta administrativa que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro – estruturando o trâmite adequado – e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina, sendo, portanto, o lado racional da ação. Trata-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Essa deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos predefinidos”. (GHALLAB et al., 2004) 2.1 Conceitos de Planejamento. “Planejamento é uma ferramenta administrativa que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro – estruturando o trâmite adequado – e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina, sendo, portanto, o lado racional da ação. Trata-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Essa deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos predefinidos”. (GHALLAB et al., 2004) A primeira e maior dúvida é em relação a própria utilização dos termos “Planejamento estratégico” e “Planejamento a longo prazo” como se estes fossem sinônimos, mas de fato, somente um reduzido numero de empresas utilizam verdadeiramente o planejamento estratégico ao passo que grande parte das organizações ainda baseiam-se em metodologias ultrapassadas que basicamente se baseiam em métodos de tentativas e erros ou de extrapolação de situações passadas, como, por exemplo, grande número de empresas, principalmente as estatais, quando tratam do planejamento da sua folha de pagamento para o ano seguinte, simplesmente adequam índices de reajustes sobre os valores globais do ano anterior e planejam maneiras para se cobrir este custo, ao passo que em um planejamento estratégico bem feito em fases bem definidas, além do simples reajustes, também seriam levados em conta a necessidade de contratação ou remanejamento de pessoal entre setores e adequação salarial trabalhada sobre índices de expectativas de produtividade, invertendo a lógica anterior, seriam motivadas a produzir mais e melhor para que isso se reflita também no ganho salarial. 6 Podemos conceituar, portanto, que o planejamento estratégico é um processo que considerando os aspectos particulares abordados em cada empresa, é desenvolvido para o alcance de uma situação desejada dentro de um tempo preestabelecido de um modo mais eficiente e eficaz através da melhor concentração de esforços e recursos pela empresa. O planejamento estratégico da empresa pode ser definido como o documento formal pelo qual a empresa traça seu caminho para ser bem-sucedida. É um processo-chave para toda gestão, que deve elaborar um plano estratégico adequado, no qual formalize a estratégia de negócios de forma a ficar claro para toda a organização. É o local certo para inserir várias informações úteis sobre o mercado, tendências esperadas e estratégias sobre como a empresa se movimentará nos próximos anos. Em outras palavras, o planejamento estratégico da empresa é o processo pelo qual a administração tenta definir os cenários futuros de uma empresa e entender qual será o plano de ação para que os objetivos sejam alcançados. 2.2 A empresa e o planejamento estratégico. Não há na empresa analisada uma politica ou cultura de planejamento estratégico amplamente difundida e empregada, sendo que só recentemente a atual gestão vem trabalhando no sentido de modernizar o planejamento na empresa visando chegar aos níveis desejados e comparáveis com as práticas do mercado privado, sendo que somente nos últimos dois anos houve um foco na definição de missão, visão e valores da empresa conforme descritos abaixo: Missão: Prestar serviços de saneamento de água e esgoto garantindo seu aperfeiçoamento contínuo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Visão: Ser um modelo de gestão pública, reconhecida pelo seu contínuo e sólido crescimento no setor de saneamento de água e esgoto, plenamente integrada e comprometida com a sociedade e o meio ambiente. Valores: Buscar a melhoria contínua dos nossos processos, através do desenvolvimento tecnológico e capacitação de nossos colaboradores, visando a satisfação dos nossos clientes. 2.3 Os planejamentos em andamento dentro da empresa. Atualmente a empresa contra com dois grandes projetos em andamento, e embora não siga exatamente um modelo de planejamento estratégico, consta para os próximos dois anos a reserva financeira de caixa próprio para a construção de duas estações de pequeno porte em distritos da zona rural, uma por ano, com a primeira já em construção e previsão de entrada em operação para março de 2021 e a segunda para ter inicio de operação em meados de 2022, e com isso, elevando o total de esgoto tratado do município para percentuais próximos dos 95%. O segundo planejamento trata de um projeto da ordem de 17 milhões de reais para a construção de uma central de geração de energia fotovoltaica (Solar), capaz de deixar a empresa energeticamente auto suficiente, e reduzindo os custos com energia em mais de 92% nos próximos 20 anos, sendo que no momento atual, já existe o projeto aprovado pela 7 companhia elétrica do local que fará a compensação dos créditos gerados em abatimento nas contas a serem pagas. 2.4 Como é o planejamento para a construção da usina. O planejamento apresentado é bastante rudimentar, onde aponta em um período de 04 anos os estudos e etapas a serem superadas até a entrada em operação, com um cronograma do modo que assim descrevo: 06/ 2017 – Início do projeto ou da ideia da construção da usina. 09/2017 – Processo delicitação para projeto elétrico e estrutural. 01/2018 – Entrega do projeto. 05/2018 – Processo de licitação para a construção. 01/2019 – Início das obras. 07/2020 – Entrada em operação. Como podem notar, a empresa não cumpriu os prazos determinados em seus planos e atualmente encontra-se na fase 02 que deveria ter sido realizada em 2017, e não há nenhuma documentação referente a formalização do planejamento estratégico para o empreendimento e muito menos, sequer alterações formais no cronograma rudimentar apresentado, já que somente em 10/2020 a licitação para contratação de empresa de engenharia para realização do projeto orçado em 290.000 reais, foi formalmente terminada, e dado o período eleitoral municipal, com previsão para efetivo certame somente para inicio de 2021, já sob administração de nova gestão municipal. 2.5 Problemas com a falta de planejamento no maior projeto da empresa. Como disse Lewis Carroll, “pra quem não sabe onde vai qualquer caminho serve”, e deste modo, fica evidente que não ouve o devido planejamento mensurável e em etapas realistas dentro da empresa para a efetiva realização de seu maior projeto, sendo que embora no seu cronograma rudimentar que a própria empresa apresenta como “planejamento”, esteja em atraso de aproximadamente três anos, estando na fase de licitação para elaboração de projeto de construção, em outras frentes a empresa já possui um orçamento aproximado de 17 milhões de reais para a obra e ainda já existem contatos formais com bancos públicos para formalização do contrato de financiamento, demonstrando que diversas etapas são realizadas desorganizadamente em paralelo sem cumprimento de nenhum cronograma ou organograma de funções e ainda sem nenhuma documentação de etapas cumpridas ou a cumprir. 3. PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL. O planejamento urbano é o processo de criação e desenvolvimento de programas e serviços que visam a melhorar a qualidade de vida da população de áreas urbanas (como cidades ou vilas) existentes ou a serem planejadas, enquanto que o Planejamento ambiental é um conceito utilizado no contexto de diversas áreas do conhecimento para se referir a processos e mecanismos de sistematização de ações que visam atingir metas e objetivos de 8 caráter ambiental. Suas definições, instrumentos e metodologias têm sido discutidos desde pelo menos a década de 1970. 3.1 A Empresa e o Plano Diretor. O plano diretor é um plano municipal que tem por objetivo ordenar o território e conduzir o crescimento local. Ele deve ser aprovado pela câmara dos vereadores e revisado pelo menos a cada dez anos, e dessa forma, ele não é usado apenas por um prefeito ou gestor específico, mas por todos os subsequentes a sua aprovação, e a obrigatoriedade da sua existência está descrita tanto na Constituição Federal quanto no estatuto das cidades. A SAE, como uma autarquia pública de água e esgoto, precisa trabalhar em consonância com o Plano diretor, pois uma vez que é ele quem diz como a cidade irá crescer, a obrigação da empresa é crescer no mesmo sentido levando água e coleta de esgoto a cada região em quantidade e velocidade suficientes para acompanhar o desenvolvimento urbano, e para tal, a cada revisão do plano, um representante da autarquia é designado para acompanhar os trabalhos da secretária de planejamento do governo executivo municipal e também para participar de todas as audiências públicas relativas ao tema e em todas as sessões de discussão na câmara dos vereadores. 3.2 A Empresa e seu papel de assegurar a função social da cidade. A Constituição Federal estabelece que: “Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.” “Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.” Para regulamentar a aplicação destes dois artigos citados, foi criado o Estatuto das Cidades pela lei federal 10.257 em 10 de julho de 2001, que entre outras coisas, tem por principal objetivo estabelecer o caráter social da propriedade privada e do plano diretor ao ditar entre outras coisas as regras para posse e ocupação do zoneamento urbano, e neste cenário, embora a SAE seja uma autarquia com caráter de empresa, ela também não pode se furtar das suas responsabilidade enquanto órgão de governo, por muitas vezes, assumindo funções típicas de secretaria municipal, não raro priorizando o atendimento em si sobre o próprio lucro, onde realiza serviços a populações e clientes de baixa renda por determinação da prefeitura em ações de baixo lucro ou mesmo prejuízo, em detrimento da paralização de novos projetos potencialmente mais rentáveis. Isso posto, fica evidente a imensa necessidade da empresa em conhecer previamente as ações propostas no plano diretor para os próximos dez anos, de modo a se planejar financeiramente para os desafios técnicos impostos pelo crescimento da cidade, uma vez que saneamento básico é item fundamental para a completa realização social da moradia e zoneamento urbano. 9 3.3 Planejamento Ambiental. Atualmente a Superintendência de Água e Esgoto monitora 114 poços semiartesianos. Além de realizar análises de aproximadamente 400 amostras coletadas mensalmente das redes de distribuição e dos sistemas de abastecimento de água do município, o Laboratório de Análises da Autarquia segue um cronograma anual para realizar análises físico-químicas completas de todos os poços da SAE, assim, além do relatório de qualidade, todos os meses o cidadão pode conferir o resultado físico-químico de alguns poços da cidade. Além disso, no ano de 2019 entrou em operação a ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) Central, que através de estações de bombeamento espalhadas pela cidade, e trabalhando em Paralelo com outra ETE de menor porte no Distrito Industrial, é capaz de captar e tratar até 85% do esgoto produzido na zona urbana do município, e atualmente, está construindo mais uma estação de tratamento de esgoto em um distrito da zona rural com previsão de entrega para o inicio do próximo ano e outra que deve iniciar sua construção nos próximos meses com previsão de entrega para o inicio de 2022, levando o município ao patamar de ter aproximadamente 95% do seu esgoto tratado até o final de 2022. Outro projeto em andamento, é relativo à construção de uma usina fotovoltaica (solar) capaz de reduzir os gastos com energia elétrica em mais de 90% pelos próximos 20 anos, o que também gera impactos ambientais indiretos à medida que deixa de consumir energia de outras fontes externas causadoras de impacto ambiental. A SAE também possui um programa de manutenção de áreas verdes e de plantio de arvores de acordo com o plano diretor e as leis de compensação ambientais vigentes pelo uso da água regulados pelo IGAM MG (Instituto de gestão das águas), e para tal, além de contar com equipe própria de biólogos, técnicos e jardineiros, também trabalha em parceria com o viveiro municipal e secretaria municipal de meio ambiente, onde a mesma entra com recursos do caixa próprio para financiar as atividades de plantio e criação de mudas de espécies adequadas para o plantio em área urbana, além de promover constante monitoramento das matas ciliares e zonas de reposição de águas do aquífero que abastece toda a cidade. 4. LICITAÇÕES E CONTRATOS PÚBLICOS. A licitação é o procedimento administrativo pelo qual a Administração abre a todos os interessados, que estiverem dispostos a se enquadrar nas condições expostas no instrumentoconvocatório (edital), a oportunidade de apresentar propostas para realização da obra ou serviço em pauta, sendo selecionada aquela que apresentar elementos mais viáveis ao atendimento do interesse público. Na licitação, o ente público seleciona a proposta mais vantajosa para realização do contrato, bem como possibilita a participação de qualquer interessado pela disputa das contratações. É através do edital, previsto em lei, que a Administração convida os interessados a participar da licitação, sendo também o meio pelo qual os licitantes tomam conhecimento das condições para a apresentação da proposta e celebração do contrato. Tais condições presumem-se aceitas quando houver proposição pelos interessados, não cabendo alteração posterior por parte da Administração nem do particular, o qual não poderá apresentar proposta em desacordo com o exigido no edital, sob pena de desclassificação. 10 4.1 A empresa como compradora através de licitações. A SAE é uma empresa pública municipal, e como tal, embora subordinada ao poder executivo e ao controle externo da controladoria, procuradoria e câmara dos vereadores, ela possui autonomia na realização de suas próprias licitações, e para tal, possui um corpo técnico em finanças formado por pregoeiros, contadores, administradores e gestores, e também um corpo jurídico formado atualmente por 04 advogados. Todos os processos de aquisição e contratação de bens e serviços realizados pela SAE, obedecem às leis das licitações e seguem os princípios básicos das licitações públicas, que são: Princípio da publicidade: não há licitação sigilosa, sendo públicos todos os atos relativos ao procedimento, salvo o conteúdo das propostas até sua abertura (Lei nº 8666/93, art.3º, §3º). Princípio da igualdade: está implícito ao princípio da competitividade, já que assegura igualdade de direitos a todos os interessados em contratar, constituindo crime aquele que fraudar ou frustrar o caráter competitivo deste procedimento para obter vantagem (Lei nº 8666/93, art. 90). Princípio da legalidade: o procedimento licitatório deve estar inteiramente vinculado à lei, cabendo aos participantes a observância do conteúdo estabelecido na mesma (Lei nº 8666/93, art. 4º). Princípio do julgamento objetivo: o edital deve ser claro quanto ao julgamento a ser utilizado, devendo este último conter regras prévias e induvidosas (Lei nº 8666/93, art. 45). Princípio da vinculação ao edital: este ato convocatório é a “lei interna” da licitação, estando, portanto, todos os participantes a ele vinculados. O não cumprimento das condições expostas no edital implica na nulidade do procedimento. Princípio da adjudicação compulsória: o objeto da licitação só poderá ser atribuído ao vencedor do procedimento. A adjudicação ao vencedor é obrigatória, não podendo a Administração dar início a nova licitação, revogar a anterior, nem protelar a assinatura do contrato sem justa causa (interesse público). 4.1 A empresa como fornecedora através de licitações. Embora seja uma empresa pública municipal, a SAE também se especializou em atender a própria prefeitura com alguns serviços relativos a manutenção de vias e fornecimento de água mineral engarrafada para os demais órgãos públicos da administração municipal, e desta forma, ela compete em licitações das demais secretárias e do poder executivo e legislativo em vias de igualdade com qualquer outra empresa pública ou privada que demonstre interesse em participar, não sendo possível nenhuma garantia ou reserva legal para a contratação da empresa municipal fora da ampla concorrência para fornecimento ao próprio município. 11 5. CONCLUSÃO. Analisamos ao longo deste Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM VIII), que a Autarquia Municipal de Araguari-MG, denominada SAE, Superintendência de Água e Esgoto, é uma empresa que se esforça para cumprir parâmetros rígidos de competência e governança do mesmo nível de grandes empresas privadas, sem deixar de lado as particularidades e legislações próprias ao erário e orçamento públicos. Apesar dos esforços acima citados, identifiquei algumas falhas que aponto junto com sugestões para suas soluções, como a necessidade urgente da adoção de políticas internas e métodos modernos de planejamento para incutir na empresa e seus colaboradores uma cultura de planejamento estratégico como norteador das ações e projetos futuros. 6. REFERÊNCIAS ALMEIDA, MARCELO CAVALCANTI. AUDITORI: UM CURSO MODERNO E COMPLETO. SÃO PAULO: 5A ED. ATLAS, 1996. BASTOS, CELSO RIBEIRO. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: SÃO PAULO: SARAIVA, 1994. BEZERRA FILHO, J. E. CONTABILIDADE PÚBLICA: 2. ED. 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ACESSO EM: 18 NOV. 2020. http://www.saearaguari.com.br/2013/index.php https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/263/Licitacao
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