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2 - Crescimento e estrutura do cabelo

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RECURSOS 
ESTÉTICOS E 
COSMÉTICOS 
CAPILAR 
Fernanda Raquel da Silva Bertim
Crescimento e 
estrutura do cabelo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar a estrutura do couro cabeludo.
 � Reconhecer as estruturas da unidade pilossebácea.
 � Definir as fases de crescimento do cabelo.
Introdução
Há milhares de anos, os pelos e cabelos exerciam um papel fundamental 
na sobrevivência dos nossos ancestrais: proteção. Os pelos protegiam 
contra traumatismos superficiais da pele e radiação UV. Hoje em dia, 
já não dependemos mais dos nossos pelos para sobreviver, e eles nos 
servem mais como adorno. 
Ao longo da história e para diferentes sociedades, o cabelo teve vários 
significados: status social nas cortes europeias da Idade Média, imortali-
dade do espírito feminino no Japão e desapego material para os hindus. 
Até hoje, os cabelos expressam valores significações culturais e religiosos, 
como no caso do cabelo com dreads, do rastafári (estilo que ficou muito 
conhecido com o cantor Bob Marley), dos cabelos muito longos, que 
diferenciam algumas congregações evangélicas, ou dos cabelos raspados, 
que caracterizam algumas religiões orientais. Os cabelos também são 
associados à sensualidade, como na imagem de mulheres com seus 
cabelos soltos e esvoaçantes, à rebeldia, no caso de cabelos coloridos 
compridos masculinos, ou à jovialidade, com os cabelos coloridos. 
Couro cabeludo
O couro cabeludo é a estrutura que reveste a calota craniana e faz parte do 
sistema tegumentar, portanto também serve como proteção às agressões do 
meio externo, tendo uma característica que o difere da pele das demais regiões 
do corpo: sua superfície é recoberta por cabelos. A pele do corpo é recoberta 
por pelos, com exceção da palma das mãos, planta dos pés e das regiões 
próximas de mucosa genital, que são chamadas de pele glabra. O restante da 
pele, por mais que não consigamos visualizar, é recoberto por pelos. 
A estrutura do couro cabeludo (Figura 1) contempla elementos específicos 
de revestimento e sustentação. Logo acima do crânio, há uma membrana 
chamada periósteo, cuja função é revestir o osso. Quem liga o periósteo à 
aponeurose é o tecido conectivo frouxo, uma estrutura que funciona como 
interconexão. A aponeurose é um tecido fino e tendinoso localizado logo 
acima da calota craniana, bem no topo da cabeça, que tem por função fixar 
a musculatura ao seu redor (músculos frontal, occipital e temporais). Quem 
sustenta a pele e serve de ligação com a aponeurose é o tecido conectivo 
denso ou hipoderme, uma estrutura fibrogordurosa. E, por fim, a pele do 
couro cabeludo recobre todas as demais estruturas.
Figura 1. Estrutura do couro cabeludo.
Fonte: Adaptada de Skilover/Shutterstock.com.
Couro cabeludo
Pele
Tecido
cutâneo/gordura
Gálea 
aponeurótica
PeriósteoTecido conectivo
frouxo
Crescimento e estrutura do cabelo2
Focaremos especificamente na pele, pois é nela que o anexo cutâneo se 
encontra, o que nos importa. Ela é dividida em epiderme — sua porção su-
perficial —, derme— a parte intermediária — e hipoderme — a porção 
profunda. Tanto a hipoderme quanto a derme são vascularizadas e fornecem 
aporte circulatório à epiderme. 
A hipoderme é o tecido responsável por estocar gordura, e sua composição 
é de adipócitos. Também serve como estrutura de apoio à derme, facilitando 
sua movimentação em relação às estruturas adjuntas. A derme é a responsável 
pela resistência à pressão e aos estiramentos da pele e pode ser dividida em 
derme papilar, a parte superior, composta de grande quantidade de SFA 
(substância fundamental amorfa), onde encontramos inúmeros fibroblastos, que 
produzem fibras colágenas e elásticas, também fazendo parte dessa estrutura. 
Como contém vasos sanguíneos, é responsável por dar suporte circulatório 
à epiderme. A derme reticular é a porção inferior, composta por menos 
quantidade de SFA e grande quantidade de fibras colágenas mais espessas. 
Há, também, a derme perianexial, que tem a mesma composição da derme 
papilar, porém circunda os anexos cutâneos (RIVITTI, 2014).
Já a epiderme é subdividida em outras cinco partes: basal, malpighiana, 
granulosa, lúcida e córnea, e composta essencialmente de células chamadas 
queratinócitos. A camada basal é a que dá origem às demais camadas, pois é 
nela que os queratinócitos basais sofrem um processo de diferenciação celular, 
onde se dividem e geram os demais tipos de queratinócitos. É composta pelas 
células basais e pelos melanócitos (células responsáveis pela produção do 
pigmento que dá cor à pele). A camada malpighiana é composta por células 
também conhecidas como espinhosas. Levam este nome devido à sua aparência, 
pois parecem ter espinhos. Estes são os desmossomas, ou pontes intercelulares, 
responsáveis pela conexão entre as células. A camada granulosa é composta 
por células carregadas de grânulos de querato-hialina — daí seu nome. E, 
por fim, a camada córnea é a parte mais superficial da pele, composta por 
células queratinizadas — são células sem núcleo e achatadas que auxiliam 
na retenção de água na superfície da pele (RIVITTI, 2014).
3Crescimento e estrutura do cabelo
A camada lúcida é exclusiva da palma das mãos e planta dos pés. É situada entre as 
camadas granulosa e córnea, composta de poucas camadas de células anucleadas, 
achatadas e transparentes — por isso o nome de lúcida (transparência) (RIVITTI, 2014).
Unidade pilossebácea 
Os cabelos e pelos têm origem no folículo piloso, que é um aprofundamento 
da epiderme na derme. Esse aprofundamento tem seu início por volta da 9ª 
semana de vida fetal e se completa até a 35ª semana. Aos nossos antepassados, 
os pelos serviam como proteção contra os raios UV, contra atrito e também 
tinham função sensorial, entretanto, para nós, os pelos não exercem mais sua 
função protetora como antes, pois não necessitamos mais deles para nossa 
sobrevivência. Hoje, os pelos e cabelos têm função basicamente sensorial e 
estética —apenas os cabelos servem como proteção contra a radiação UV no 
couro cabeludo, e os pelos dos orifícios faciais impedem a entrada de partículas 
estranhas no nariz, nos olhos e ouvidos. 
A unidade pilossebácea compreende o folículo piloso (composto por raiz, 
papila e bulbo), mais a glândula sebácea e o músculo eretor do pelo. No bulbo, 
encontramos a papila, que é uma estrutura conectiva vascularizada e inervada, 
cuja função é fornecer aporte circulatório ao folículo. O bulge é a estrutura 
onde se encontram as células que darão origem àquelas que comporão o fio do 
cabelo. As bainhas externa e interna abrigam as células-tronco do folículo e 
auxiliam na fixação do cabelo no folículo, respectivamente, e os melanócitos 
produzem a coloração natural dos cabelos. 
A glândula sebácea é a responsável pela produção e secreção do sebo, que 
tem por função lubrificar e auxiliar na hidratação, protegendo tanto o couro 
cabeludo quanto a haste capilar. O músculo eretor do pelo é involuntário e 
serve para arrepiar os pelos e cabelos.
A unidade pilossebácea é dividida da seguinte forma:
 � óstio — o poro por onde sai o fio de cabelo;
 � infundíbulo — porção que vai do óstio folicular até a glândula sebácea;
 � istmo — porção que vai da glândula sebácea até o músculo eretor do 
pelo;
Crescimento e estrutura do cabelo4
 � segmento inferior — porção que vai do istmo até o restante do folículo 
piloso e que ainda se subdivide em: talo (vai do músculo eretor do pelo 
até a franja de Adamson) e bulbo (segmento entre a franja de Adamson 
até a base do folículo) (HALAL, 2011; RIVITTI, 2014; FRANGIE, et 
al., 2017).
Existem dois tipos diferentes de pelos.
Velos: são pelos curtos e claros que recobrem a superfície da pele, como os pelos 
faciais. Outro tipo de pelo velo é o lanugo, uma penugem muito clara e fina, que 
recobre o corpo dos recém-nascidos. As mulheres apresentam cerca de 50% mais 
pelos desse tipo que os homens.
Terminais: são pelos grossos que crescem em locaisespecíficos do corpo — por 
exemplo, sobrancelhas, cílios, púbis e barba. Os cabelos também são um tipo de pelo 
terminal e se diferenciam dos demais por seu crescimento contínuo e sua textura.
Fonte: Frangie et al. (2017).
O cabelo é formado por duas partes distintas: a raiz, que compreende toda 
a estrutura que se encontra dentro do folículo, e a haste, a porção solta. As 
células que compõem a raiz do cabelo são provenientes do bulge, na raiz, e 
vão sofrendo modificações até se tornarem queratinizadas, achatadas e anu-
cleadas, para, finalmente, chegarem ao óstio e comporem a haste. Podemos 
facilmente identificar essas duas partes ao arrancarmos um fio de cabelo: a 
parte proximal do fio apresenta uma saliência em sua ponta, a raiz — que pode 
ser grossa e bastante escura, caso o cabelo arrancado esteja em fase anágena, 
ou levemente esbranquiçada, se fio estiver na fase catágena ou telógena —, 
enquanto a parte distal segue tendo mesmos textura e diâmetro do comprimento 
do fio (FRANGIE et al., 2017).
A unidade pilossebácea (Figura 2) é ricamente vascularizada, e a pele 
como um todo é repleta de terminações nervosas, que são responsáveis pela 
transmissão de sensações ao cérebro, como frio, calor, pressão, etc. O músculo 
eretor do pelo, além de ser responsável pelo arrepio, também contribui no 
sensorial, enviando informações ao cérebro cada vez que um pelo ou cabelo 
é tocado (HALAL, 2011).
5Crescimento e estrutura do cabelo
Figura 2. Estrutura da unidade pilossebácea.
Fonte: Adaptada de Tefi/Shutterstock.com.
Estrutura da haste capilar
A haste capilar (Figura 3) é formada por três partes distintas: a medula, o 
córtex e a cutícula. A medula é a parte central da haste capilar, entretanto 
fios muito finos podem não a conter ou a medula pode apresentar-se de forma 
descontinuada. Geralmente é encontrada nos cabelos e pelos mais grossos. É 
composta por poucas camadas de células (de duas a cinco) mal interconectadas, 
formando um espaço vazio no centro do fio. Alguns autores atribuem à medula 
a função de nutrição, todavia sua função ainda não está esclarecida. Ela parece 
não ser fundamental para o desenvolvimento ou qualidade do cabelo, visto 
que não está presente em alguns fios. 
Crescimento e estrutura do cabelo6
Figura 3. Estrutura da haste capilar.
Fonte: Adaptada de Paper Teo/Shutterstock.com.
O córtex, por sua vez, é formado por células queratinizadas e muito bem 
conectadas, sendo que até 90% da massa do cabelo é proveniente dele. Ele 
é o responsável pela resistência do fio e pela pigmentação natural, pois essa 
estrutura é que abriga os grânulos de pigmento. 
Por fim, a cutícula é a parte mais externa do fio, e sua função é proteger o 
córtex. Como este representa a maior parte do fio de cabelo, e sua estrutura é 
relativamente frágil, a cutícula age como um escudo protetor contra agressões 
químicas e físicas. É composta por várias camadas de células transparentes, 
muito rígidas e achatadas, que se sobrepõem e formam uma barreira protetora. 
Quando a cutícula se apresenta íntegra, vemos uma haste capilar brilhosa e 
resistente, e quando ela se encontra aberta ou danificada, o cabelo parece mais 
opaco e mais frágil (HALAL, 2011; FRANGIE et al., 2017;).
7Crescimento e estrutura do cabelo
Embora a cutícula seja uma barreira de proteção muito resistente, ela não é impenetrá-
vel. Suas células podem abrir-se e expor o córtex pela ação de agentes químicos com 
pH alcalino ou pela ação mecânica de atrito ou calor excessivo da piastra ou do secador.
É a abertura da cutícula e a consequente exposição do córtex que ocasionam as 
afecções da haste capilar, como quebra e pontas duplas.
A força dos cabelos
Embora sejam constituídos por células mortas, os cabelos têm propriedades de elas-
ticidade e resistência incríveis.
Um fio de cabelo saudável tem elasticidade suficiente para esticar até 50% do seu 
tamanho quando molhado, retornando ao tamanho original sem quebrar; e os cabelos 
de um couro cabeludo, com aproximadamente 100 mil fios, quando unidos, têm 
capacidade de levantar mais de 10 toneladas (HALAL, 2011; RIVITTI, 2014).
Fases evolutivas dos cabelos
Os cabelos são pelos do tipo terminais, que se diferenciam dos demais, dentre 
outras coisas, por seu crescimento contínuo. O ciclo de crescimento dos cabelos 
(Figura 4) tem três fases distintas, que se sobrepõem umas às outras. Em um 
couro cabeludo normal, os fios de cabelo podem demorar até seis anos para 
completar o ciclo, e estima-se que ele cresça em média 1 cm por mês: 0,4 mm 
por dia na região do vértex e 0,3 mm na região temporal, sendo que os cabelos 
das mulheres podem crescer mais rapidamente que os dos homens.
Crescimento e estrutura do cabelo8
Figura 4. Ciclo de crescimento dos cabelos.
Fonte: Adaptada de Paper Teo/Shutterstock.com.
A fase anágena é a inicial do ciclo de crescimento. Nela, as células são 
reproduzidas rapidamente a fim de formarem a haste capilar. Essa produção 
é tão veloz que alguns autores a consideram como a reprodução celular mais 
rápida do corpo humano. Nessa fase, o bulbo se apresenta volumoso, e estima-
-se que até 85% dos cabelos se encontram nela.
9Crescimento e estrutura do cabelo
Ao sair da fase de crescimento, o cabelo entra na catágena, que é ca-
racterizada pela interrupção da produção celular e da melanogenese, sendo 
considerada a transição entre a primeira e a última fase. A raiz encolhe 1/3 
de seu tamanho, e o bulbo praticamente desaparece. Ao final dessa fase, o 
folículo já se prepara para a produção de um novo fio, produzindo novas células 
germinativas. Ela dura, em média, de 3 a 4 semanas, e aproximadamente 1% 
dos cabelos se encontram nela.
Por fim, a última fase do ciclo de crescimento do cabelo é a telógena. 
Nessa fase, o cabelo velho está pronto para se desprender e finalmente cair. 
O bulbo volta a crescer e dá-se origem a uma nova fase anágena. Estima-se 
que aproximadamente 14% dos fios se encontrem em fase telógena, que dura 
em torno de três meses.
Como as células periféricas da haste, que formam a cutícula, se tramam 
com as células da bainha interna, conferindo fixação ao fio, às vezes, este 
só se desprende ao ser empurrado pelo novo cabelo que está nascendo. Um 
fio de cabelo pode demorar até quatro meses para se desprender da raiz. O 
cabelo cresce por vários anos (o que lhe confere comprimento) para finalmente 
entrar em repouso, onde permanece por até 4 semanas, e somente após este 
período ele está pronto para cair, o que pode demorar mais 3 meses, em média. 
Somando as fases catágena e telógena, temos um tempo médio de 4 meses até 
que o cabelo se desprenda do couro cabeludo.
Embora pesquisas recentes apontem que o número de fios que se despren-
dem do couro cabeludo pode variar entre 30 e 40, é considerada aceitável 
uma queda capilar de 100 a 150 fios por dia. É muito importante que se 
saiba diferenciar entre quantidade e volume de queda. Fios curtos têm um 
volume de queda consideravelmente menor que fios longos, ou seja, 100 fios 
de cabelos curtos representam um volume menor do que 100 fios de cabelos 
longos. Embora a quantidade seja a mesma, pode parecer que quem tem cabelos 
longos perde mais cabelos do que pessoas de cabelos curtos (HALAL, 2011; 
RIVITTI, 2014).
Crescimento e estrutura do cabelo10
As fases exógena e quenógena
Além das três fases de crescimento capilar já mencionadas, há outras duas que com-
plementam o ciclo.
A fase exógena acontece quando o fio se desprende e termina assim que o cabelo 
cai. É considerada uma etapa da fase telógena.
Já a fase quenógena é a estacionária do ciclo e ocorre quando há o desprendimento 
do fio durante a fase telógena, mas, por alguma razão, a fase anágena não inicia de 
imediato. Nessa fase, o folículo se encontra vazio. É muito comum encontrarmos 
folículos em fase quenógena em couro cabeludo com calvície. 
Envelhecimento dos cabelos
Canície é o nome dado ao surgimento dos cabelos brancos. É um dos pri-
meiros sinais do envelhecimento, e os primeiros fios aparecempor volta dos 
30 anos em pessoas caucasianas e 40 anos em afrodescendentes. Entretanto, 
a predisposição hereditária pode tanto adiantar quanto atrasar o surgimento 
dos cabelos brancos. Outros fatores, como doenças autoimunes, anemias e 
nutrição não adequada, podem acelerar seu surgimento.
Os cabelos embranquecem porque os melanócitos, células responsáveis por 
produzir a pigmentação dos cabelos, cessam sua produção. Assim, as células 
geradas no bulge não recebem pigmento e formam uma haste capilar sem cor. 
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os cabelos brancos não são 
diferentes dos cabelos pigmentados. Há quem diga que são mais rebeldes e 
difíceis de manejar, entretanto essa percepção se dá por conta da sua coloração. 
Como são mais claros que os demais, ficam mais aparentes e, se estão fora 
do lugar, chamam mais atenção. Outro mito sem fundamentação que gira em 
torno dos cabelos grisalhos é sobre o ato de arrancá-los. Não há indícios de 
que arrancar cabelos brancos cause o surgimento dobrado dos mesmos. O que 
acontece é que, com o passar do tempo, os cabelos vizinhos ao fio que foi 
arrancado tendem a embranquecer também. Isso pode causar a percepção de 
que arrancar os cabelos brancos causa o nascimento de novos fios, entretanto, 
arrancando ou não, os fios brancos continuarão surgindo.
Outro sinal de que os cabelos estão envelhecendo é sua rarefação. É normal 
que, com o avanço da idade, a duração da fase anágena diminua, e os fios de 
11Crescimento e estrutura do cabelo
cabelos se tornem mais finos e de crescimento mais lento. Pode-se perceber 
a diminuição na densidade dos cabelos nas regiões bitemporais (populares 
entradas), tanto em homens quanto em mulheres com mais de 50 anos, sendo 
que, nas mulheres, também há diminuição da densidade na região parietal e, 
nos homens, no vértice (coroa) (HALAL, 2011).
Você já ouviu dizer que lavar os cabelos causa queda? Muitas pessoas que se queixam 
de queda capilar comumente relatam que perdem mais cabelo durante o banho. Isso 
acontece porque, quando lavamos os cabelos, fazemos fricção na hora de aplicar o 
shampoo e o condicionador. A mesma coisa acontece quando penteamos os cabelos.
A fricção não causa a queda em si, mas apenas desprende o fio que já estava na 
fase telógena. Por isso, não há motivos para não fazer a higiene dos cabelos quando 
necessário. Lavando os cabelos ou não, o fio cairá da mesma maneira.
Você sabe o que é hirsutismo?
É o crescimento excessivo de pelos do tipo terminais em regiões tipicamente masculinas 
na mulher — por exemplo, pelos no peito, nas costas, no rosto, etc. É classificado em:
 � constitucional — quando não há alteração hormonal, mas tendência genética;
 � idiopático — quando não há envolvimento genético e nem alteração hormonal;
 � androgênico — tem origem em desequilíbrios hormonais envolvendo o excesso 
da testosterona.
Nuances étnicas dos cabelos
Os cabelos são uma das características mais marcantes da pessoa e variam de 
indivíduo para indivíduo. Seu formato pode variar do muito liso e sem volume 
ao muito crespo e volumoso. Embora tenhamos inúmeros formatos diferentes, 
todos os cabelos apresentam a mesma composição química, variando apenas 
em quantidade e disposição de elementos (Figura 5).
Crescimento e estrutura do cabelo12
Figura 5. Diferentes tipos de cabelo.
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Os cabelos lisos, também chamados de mongoloides, são típicos de etnia 
mongol, índios e orientais. A queratina presente nesse formato de cabelo é 
uniforme e distribuída de forma invariável ao longo da haste capilar. Seu 
formato é cilíndrico, sem variação de espessura ao longo do fio e com um 
córtex mais avantajado em relação à cutícula. Por ter um córtex mais espesso 
e não apresentar variação de espessura, o cabelo liso é bastante resistente a 
ações mecânicas, não rompendo com facilidade. Seu formato é arredondado.
Os cabelos caucasoides são típicos dos caucasianos e têm sua curvatura 
ondulada, podendo variar do levemente ondulado ao cacheado. Sua queratina 
é distribuída de forma desigual e tem formato achatado. Pode apresentar 
variação de espessura ao longo do fio, o que lhe confere menor resistência 
à quebra por ação mecânica, pois seu córtex não é uniforme. Seu formato é 
ovalado, e é o tipo de cabelo que mais apresenta variações.
Os cabelos crespos, também conhecidos como afro ou negroides, são os 
mais frágeis à ação mecânica e se quebram com muita facilidade. A queratina 
presente no fio de cabelo crespo também se apresenta de forma desigual, seu 
córtex é muito menor em relação à cutícula, o que lhe confere pouca massa — 
por isso, é tão sensível. Tem formato achatado e muita variação de espessura 
ao longo do comprimento do fio. É mais seco, com pouca lubrificação (KEDE; 
SABATOVICH, 2015; HALAL, 2011).
13Crescimento e estrutura do cabelo
FRANGIE, C. M. et al. Milady cosmetologia: ciências gerais, da pele e das unhas. São 
Paulo: Cengage Learning, 2017.
HALAL, J. Tricologia e a química cosmética capilar. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes 
Médicas, 2014.
14Crescimento e estrutura do cabelo

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