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História da Saúde no Brasil

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A história da Saúde Pública no Brasil começa desde os primórdios do 
descobrimento do país, em 1500. Mesmo antes disso, os índios já tinham algumas 
enfermidades e com a chegada dos colonizados isso ficou muito mais grave. 
 Por 359 anos de colônia e império, pouco se fez pela saúde. A realidade é que 
os tratamentos variavam de acordo com a classe social do cidadão, pobres e escravos 
morriam e ficam doentes antes e morriam bastante jovens, enquanto os nobres e 
colonos brancos, tinham acesso a remédios e médicos qualificados. Para a maioria 
da população, a maior solução eram os Hospitais Santas Casas da Misericórdia, que 
foram implantados pelos religiosos da época. Entretanto, a maioria desses centros de 
saúde viviam na pobreza e os tratamentos se restringiam apenas a canja de galinha 
e caridade. Então, a população não via outra escolha se não recorrer aos curandeiros 
que usavam técnicas de cura e ervas medicinais brasileiras. 
 Após a Independência, Dom Pedro I realizou mudanças significativas para 
melhorar a saúde do povo. Transformou escolas em faculdades, criou órgãos de 
vistoria de higiene pública e delimitou funções para os praticantes da medicina. 
Porém, infelizmente, essas ações foram pouca eficazes. O império acabou com o 
agravamento das condições de saúde e o Brasil passou a ser considerado um país 
doente, onde viver era um risco, fazendo com que as pessoas tivessem medo de 
residir aqui. 
 Com a Proclamação da República e o grande crescimento do país, os avanços 
da saúde foram impactantes. O fim da escravidão fez com que o Brasil dependesse 
da mão de obra dos imigrantes para trabalhos no campo e nas fábricas. E ainda 
continuava com a fama de um país insalubre, mesmo com o avanço da saúde, que 
ainda não garantia uma segurança e qualidade de vida. 
 Os anos de 1900 a 1920 foram marcados por reformas urbanas e sanitárias, 
principalmente nas grandes cidades, áreas portuárias e no Rio de Janeiro, que era até 
então a capital do país. Apesar disso, o Brasil seguia refém dos problemas sanitários 
e das epidemias, as propostas pregadas por muito para controlar essa situação eram 
contrarias aos interesses políticos e econômicos. Porém, o crescimento do país 
dependia de uma população saudável e da capacidade produtiva. 
 Os sanitaristas comandaram esse período realizando campanhas de saúde. 
Um destaque ao médico Osvaldo Cruz (1872-1917), que enfrentou até revoltas 
populares como a ‘’Revolta da Vacina’’ onde as pessoas se recusavam a tomar a 
vacina contra a varíola. Graças ao médico, o estado foi convencido a tornar obrigatória 
a vacina contra a varíola, causando prisão para aqueles que não se submetessem a 
mesma. 
 A divulgação da vacinação chegou até os sertões e nas áreas rurais do país, 
onde era pregado a importância de tomá-la. Contudo, os pobres ainda continuavam 
em moradias precárias e as doenças fazendo mais vítimas, dando destaque a gripe 
espanhola que foi responsável pela morte de cerca de 300 mil brasileiros. 
 Em 1920, surgiram as CAPS (Caixas de Aposentaria e Pensão), criadas pelos 
trabalhadores com o objetivo de garantir proteção na velhice e na doença. Com a 
pressão dos cidadãos, Getúlio Vargas (1882-1954), decidiu ampliar para outras 
categorias profissionais e criou o IAPS (Instituto de Aposentadoria e Pensão). 
 O período Getulista promoveu reformulação no sistema de saúde. A atuação 
passou a ser centralizada, focada nos tratamentos de epidemias e endemias, porém, 
o atendimento não chegava a todos e as verbas eram desviadas para outros setores 
e usadas para financiar a industrialização do país. 
 Com a Constituição de 1934, foi proporcionado aos trabalhadores novos 
direitos, assistência médica e licença gestante. Já em 1943, foi criada a CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho), que além de oferecer benefícios da saúde, criou 
o salário mínimo e outras garantias trabalhistas. 
 Durante a Segunda Guerra Mundial, o mundo paralisou completamento diante 
de Adolf Hitler (1889-1945). A missão no Brasil era levar mais saúde ao povo 
brasileiro. Dois anos antes do fim da Segunda Guerra Mundial, ou seja, em 1943, foi 
criado o Ministério da Saúde que se ocupava principalmente das políticas de 
atendimento nas zonas rurais, enquanto na cidade o acesso a saúde era privilégio dos 
trabalhadores com carteira assinada. 
 Com a posse do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), os governantes 
estavam muito mais preocupados em construir a nova capital, Brasília, e dar um 
impulso muito forte na industrialização do país para gerar mais empregos e riquezas. 
Deixando de lado a importância de investimentos e cuidados na saúde. 
 Durante a Ditadura de 1964, a saúde sofreu com a redução das verbas e as 
epidemias se intensificaram, como a dengue, meningite e malária. Diante desse 
acontecimento e do aumento da imortalidade infantil, o governo foi atrás de soluções. 
 Em 1966 foi criado o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), com a 
missão de unificar todos os órgãos previdenciários que vinham funcionando desde 
1930 e melhorar o atendimento médico. A atenção primária cada vez mais era vista 
como responsabilidade dos municípios e os casos mais complexos ficavam a cargo 
dos governos estaduais e federal. 
 Em 1970, o FAS (Fundo de Apoio à Assistência Social), composto por fundos 
da loteria esportiva, destinou parte do dinheiro para a saúde, mas não foi tão eficaz 
quanto o esperado. 
 No auge do milagre econômico brasileiro, as verbas para a saúde 
representavam apenas 1% do orçamento geral da união. A piora nos serviços públicos 
deu força para o crescimento dos grupos privados e os brasileiros entraram na roda 
viva dos planos de saúde, que passou a ser sinônimo de mercadoria. 
 A 8º Conferência Nacional da Saúde em 1986 ampliou drasticamente os 
conceitos de Saúde Pública no Brasil e propôs mudanças baseadas no direito 
universal a saúde com melhores condições de vida. A presença de organismos 
internacionais abriu os olhos da sociedade para o valor de ações de saneamento, 
medicina preventiva, descentralização dos serviços e participação nas decisões. Essa 
conferência foi tão importante que a partir de um relatório, foi elaborado o capítulo de 
saúde na Constituição de 1988 e a criação do SUS (Sistema Único de Saúde). 
 O SUS, embora ainda com participação do setor privado, estabeleceu o 
princípio de um sistema de saúde gratuito e de qualidade para todos os brasileiros. 
Nessa mesma época, foi criado também vários programas importantes como o PSF 
(Programa de Saúde da Família), o PROFAE (Projeto de Profissionalização dos 
Trabalhadores da Área da Enfermagem) e as RET-SUS (Redes de Escolas Técnicas 
do SUS), que contribuem para a qualificação e humanização do atendimento, 
O Brasil mudou de patamar na Saúde Pública, os avanços são inegáveis, mas os 
desafios continuam imensos. Até hoje o SUS não recebe verba suficiente e isso tem 
reflexo direto na qualidade do atendimento. A saúde também segue sofrendo as 
consequências da corrupção e do gigantismo do Brasil. Assim como há 500 anos, 
ainda estamos em busca de uma saúde de qualidade para o povo brasileiro e 
esperamos o momento onde o Brasil faça valer o artigo 196 da Constituição onde diz 
‘’saúde um direito de todos, um dever do estado’’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A HÍSTORIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL – 500 ANOS NA BUSCA DE 
SOLUÇÕES, VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz. Youtube. 2015. 17min. 
Disponível em: < https://youtu.be/7ouSg6oNMe8>. Acesso em 03 de nov. de 
2020. 
 COHN, Amélia. Caminhos da reforma sanitária. Lua Nova , São Paulo, n. 19, 
pág. 123-140, novembro de 1989. Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
64451989000400009&lng=en&nrm=iso>. acesso em 03 de nov. de 2020. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-64451989000400009.

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