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Materiais_de_Construção - Madeiras

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Materiais de Construção 
 
 
 
MADEIRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
série MATERIAIS 
joão guerra martins 
jorge araújo 
 
2.ª edição / 2005 
 
 
Apresentação 
 
Este texto resulta inicialmente do trabalho de aplicação realizado pelos alunos da disciplina de 
Materiais de Construção I do curso de Engenharia Civil, sendo baseado no esforço daqueles que 
frequentaram a disciplina no ano lectivo de 1999/2000, vindo a ser anualmente melhorado e 
actualizado pelos cursos seguintes. 
 
No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser, genericamente, o repositório da 
Monografia do Eng.º JORGE ANTÓNIO RIBEIRO DA SILVA ARAÚJO que, partindo do trabalho acima 
identificado, o reviu totalmente, reorganizando, contraindo e aumentando em função dos muitos acertos que o 
mesmo carecia. 
 
Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à 
especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-
se ao que se pensa omitido. 
 
Esta sebenta insere-se num conjunto que perfaz o total do programa da disciplina, existindo uma por 
cada um dos temas base do mesmo, ou seja: 
 
I. Metais 
II. Pedras naturais 
III. Ligantes 
IV. Argamassas 
V. Betões 
VI. Aglomerados 
VII. Produtos cerâmicos 
VIII. Madeiras 
IX. Derivados de Madeira 
X. Vidros 
XI. Plásticos 
XII. Tintas e vernizes 
XIII. Colas e mastiques 
 
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a 
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os 
contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem. 
 
João Guerra Martins 
As Madeiras na Construção Civil 
1 
 
ÍNDICE GERAL 
 
ÍNDICE GERAL................................................................................................................................................... 1 
ÍNDICE DE FIGURAS......................................................................................................................................... 5 
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................... 6 
CAPÍTULO I – NATUREZA, CLASSIFICAÇÃO, PROPRIEDADES, APLICAÇÕES E CONDIÇÕES 
DE EMPREGO DA MADEIRA ........................................................................................................................ 12 
1.1. CONCEITO DE MADEIRA ......................................................................................................................... 12 
1.2. A NOMENCLATURA GENÉRICA ......................................................................................................... 15 
A ÁRVORE É UMA PLANTA VIVAZ, ISTO É DURA MUITOS ANOS; E, NUNS ANOS, VAI PREPARANDO A VIDA PARA OS 
SEGUINTES. ESQUEMATICAMENTE, A FORMA DA ÁRVORE PODE CONSIDERAR-SE (VER FIGURA SEGUINTE) UM 
EIXO VERTICAL, EM QUE A PARTE SUPERIOR É A FLECHA (A) E A INFERIOR A RAIZ MESTRA (B); ESSE EIXO TEM 
RAMIFICAÇÕES INSERIDAS A DIFERENTES ALTURAS: AS PERNADAS (C), SE FOREM ACIMA DO SOLO; AS RAÍZES 
SECUNDÁRIAS (D), SE FOREM ABAIXO. .............................................................................................................. 21 
1.3. ESTRUTURA DA MADEIRA.................................................................................................................. 23 
1.4. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA............................................................................................. 38 
1.5. IDENTIFICAÇÃO DA MADEIRA .......................................................................................................... 40 
1.6. PROPRIEDADES DA MADEIRA ........................................................................................................... 41 
1.6.1. PROPRIEDADES FÍSICAS............................................................................................................... 41 
1.6.1.1. HETEROGENEIDADE .............................................................................................................................. 42 
1.6.1.2. ANISOTROPIA .......................................................................................................................................... 43 
1.6.1.3. HIGROMETRICIDADE ............................................................................................................................. 44 
1.6.1.4. HUMIDADE ............................................................................................................................................... 45 
1.6.1.5. RETRACTIBILIDADE............................................................................................................................... 49 
1.6.1.6. POROSIDADE............................................................................................................................................ 57 
1.6.1.7. DUREZA..................................................................................................................................................... 57 
1.6.1.8. TEXTURA, COR, BRILHO E ODOR ........................................................................................................ 57 
1.6.1.9. DENSIDADE .............................................................................................................................................. 58 
1.6.1.10. CONDUTIBILIDADE ELÉCTRICA........................................................................................................ 60 
1.6.1.11. CONDUTIBILIDADE TÉRMICA............................................................................................................ 61 
1.6.1.12. CONDUTIBILIDADE SONORA ............................................................................................................. 62 
1.6.1.13. DURABILIDADE ..................................................................................................................................... 62 
1.6.2. PROPRIEDADES MECÂNICAS ....................................................................................................... 64 
1.6.2.1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ............................................................................................................ 65 
1.6.2.2. RESISTÊNCIA À TRACÇÃO.................................................................................................................... 68 
1.6.2.3. RESISTÊNCIA À FLEXÃO ....................................................................................................................... 69 
1.6.2.4. RESISTÊNCIA AO CHOQUE ................................................................................................................... 70 
1.6.2.5. RESISTÊNCIA AO CORTE/CISALHAMENTO....................................................................................... 70 
1.6.2.6. RESISTÊNCIA AO FENDILHAMENTO .................................................................................................. 71 
1.6.2.7. ELASTICIDADE ........................................................................................................................................ 71 
1.6.2.8. FLUÊNCIA E FADIGA.............................................................................................................................. 71 
1.6.3. PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS................................................................................................ 72 
1.7. FACTORES MODIFICATIVOS DAS PROPRIEDADES (FÍSICAS E MECÂNICAS).......................... 73 
1.8. REQUISITOS PARA MADEIRA DE BOA QUALIDADE...................................................................... 75 
1.9. APLICAÇÕES E CONDIÇÕES DE EMPREGO DA MADEIRA............................................................ 78 
CAPÍTULO II – ABATE, SERRAGEM E SECAGEM ..................................................................................81 
2.1. ABATE DA ÁRVORE.............................................................................................................................. 81 
2.2. A PERMANÊNCIA OU NÃO DA CASCA .............................................................................................. 82 
2.3. TRANSFORMAÇÃO DA ÁRVORE........................................................................................................ 83 
2.4. SECAGEM DE MADEIRAS .................................................................................................................... 84 
2.4.1. SECAGEM NATURAL....................................................................................................................... 86 
2.4.2. SECAGEM ARTIFICIAL ................................................................................................................... 88 
CAPÍTULO III – PATOLOGIAS E DEFEITOS............................................................................................. 92 
3.1. GENERALIDADES.................................................................................................................................. 92 
As Madeiras na Construção Civil 
2 
3.2. CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS E DEFEITOS DAS MADEIRAS .................................................. 93 
3.2.1. DEFEITOS DE CRESCIMENTO ...................................................................................................... 96 
3.2.1.1. DFEITOS DA ESTRUTURA DA ÁRVORE.............................................................................................. 96 
3.2.1.2. NÓS............................................................................................................................................................. 97 
NÓS VIVOS ....................................................................................................................................................... 98 
NÓS MORTOS ................................................................................................................................................... 98 
NÓS VICIOSOS ................................................................................................................................................. 98 
TIPOS DE NÓS .................................................................................................................................................. 99 
EXCENTRICIDADE DA MEDULA ............................................................................................................... 101 
FIBRAS TORCIDAS........................................................................................................................................ 102 
FENDAS E FISSURAS .................................................................................................................................... 103 
MADEIRA DE ÁRVORES COM TRONCO INCLINADO PARA O CHÃO................................................. 104 
3.2.1.3. BOLSAS.................................................................................................................................................... 104 
BOLSAS DE RESINA...................................................................................................................................... 104 
BOLSAS DE CASCA DE ÁRVORE ............................................................................................................... 105 
BOLSAS DE GOMA........................................................................................................................................ 105 
3.2.2. DEFEITOS DE SECAGEM ............................................................................................................. 105 
3.2.3. DEFEITOS DE PRODUÇÃO.......................................................................................................... 105 
3.2.4. DEFEITOS DE MODIFICAÇÃO.................................................................................................... 106 
3.2.4.1. DEFEITOS DE ORIGEM VEGETAL (MADEIRA INFECTADA)......................................................... 107 
3.2.4.2. DEFEITOS DE ORIGEM ANIMAL (MADEIRA INFESTADA)............................................................ 109 
3.2.4.3. CLASSES DE DURABILIDADE................................................................................................... 110 
3.2.4.5. CLASSES DE IMPREGNABILIDADE ......................................................................................... 111 
3.3. PRINCIPAIS INSECTOS QUE ATACAM A MADEIRA...................................................................... 111 
3.3.1. MODIFICAÇÕES PROVOCADAS POR FUNGOS ........................................................................ 113 
3.3.1.1. ANTES DO ABATE DAS ÁRVORES..................................................................................................... 113 
3.3.1.2. DURANTE A SECAGEM DA MADEIRA .............................................................................................. 113 
3.3.1.3. DEPOIS DE APLICADAS AS MADEIRAS............................................................................................ 113 
3.2.5. DEFEITOS DE EXPLORAÇÃO...................................................................................................... 114 
CAPÍTULO IV – PRESERVAÇÃO E TRATAMENTO .............................................................................. 118 
4.1. TRATAMENTO E PRESERVAÇÃO DAS MADEIRAS....................................................................... 118 
4.2 MÉTODOS DE TRATAMENTO ............................................................................................................ 121 
4.2.1. PINCELAGEM E ASPERSÃO......................................................................................................... 121 
4.2.2. IMERSÃO RÁPIDA E IMERSÃO PROLONGADA ......................................................................... 122 
4.2.3. IMERSÃO A QUENTE-FRIO EM TANQUE ABERTO ................................................................... 122 
4.2.4. IMPREGNAÇÃO POR PRESSÃO................................................................................................... 122 
4.2.5. IMPREGNAÇÃO POR VÁCUO ...................................................................................................... 123 
4.2.6. DIFUSÃO ........................................................................................................................................ 123 
4.2.6. SUBSTITUIÇÃO DA SEIVA............................................................................................................ 123 
4.3 MADEIRAS VERDES............................................................................................................................. 124 
4.3.1. PROCESSO DE BOUCHERIE........................................................................................................ 124 
4.3.2. OSMOSE ......................................................................................................................................... 124 
4.4. MADEIRAS SECAS............................................................................................................................... 125 
4.4.1. IMPREGNAÇÃO......................................................................................................................................... 125 
IMPREGNAÇÃO SUPERFICIAL ................................................................................................................... 125 
IMPREGNAÇÃO PROFUNDA ....................................................................................................................... 126 
4.5. CARBONIZAÇÃO SUPERFICIAL ....................................................................................................... 127 
CONCLUSÕES ................................................................................................................................................. 128 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................130 
ANEXOS............................................................................................................................................................ 134 
ANEXO I - APRESENTAÇÃO RESUMIDA DAS DIVERSAS MADEIRAS POR ESPÉCIES DE 
ÁRVORES EXISTENTES EM PORTUGAL ................................................................................................ 135 
ANEXO II - APRESENTAÇÃO SINTÉTICA DAS DIVERSAS MADEIRAS POR REGIÕES 
GEOGRÁFICAS MUNDIAIS ......................................................................................................................... 152 
ANEXO III - LISTAGEM INTERNACIONAL (EXTRA-EUROPEIA/VERSÃO FRANCESA) DAS 
MADEIRAS MAIS IMPORTANTES POR REGIÕES GEOGRÁFICAS MUNDIAIS ............................ 174 
ANEXO IV - APRESENTAÇÃO RESUMIDA DAS MADEIRAS POR MOSTRUÁRIO GENÉRICO.. 177 
As Madeiras na Construção Civil 
3 
ANEXO V - APRESENTAÇÃO RESUMIDA DAS MADEIRAS COMO APLICAÇÕES NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL.................................................................................................................................... 180 
ANEXO VI – MADEIRAS PORTUGUESES E AFRICANAS, UTILIZAÇÕES, CARACTERÍSTICAS 
FÍSICAS, MECÂNICAS E TECNOLÓGICAS [43]...................................................................................... 192 
ANEXO VII – CONSERVAÇÃO, TRATAMENTO E DURABILIDADE DE MADEIRAS – NP 2080 [24]
............................................................................................................................................................................ 201 
CLASSES........................................................................................................................................................... 202 
P ..................................................................................................................................................................... 202 
D.......................................................................................................................................................................... 202 
A1........................................................................................................................................................................ 202 
FUNGOS........................................................................................................................................................ 203 
TÉRMITAS................................................................................................................................................. 203 
PEQUENOS .............................................................................................................................................. 203 
LICTOS...................................................................................................................................................... 203 
OUTROS.................................................................................................................................................... 203 
BORNE ...................................................................................................................................................... 203 
CERNE ...................................................................................................................................................... 203 
PSEUDOTSUGA........................................................................................................................................... 203 
M .................................................................................................................................................................... 203 
MUTENE ....................................................................................................................................................... 203 
DURÁVEL............................................................................................................................................................. 203 
CCA .................................................................................................................................................................. 204 
NP – 2080 ........................................................................................................................................................... 206 
SIM..................................................................................................................................................................... 207 
SIM..................................................................................................................................................................... 207 
ANEXO VIII – NORMALIZAÇÃO DE MADEIRAS................................................................................... 208 
I. NORMAS PORTUGUESAS (NP, NPEN) E PROJECTOS DE NORMAS PORTUGUESAS (PRNP) NO 
DOMINIO DA MADEIRA............................................................................................................................... 209 
1.1- MADEIRA – GERAL................................................................................................................................ 209 
1.2 - MADEIRA – EMBALAGENS................................................................................................................. 209 
1.3 - MADEIRA – PAVIMENTOS.................................................................................................................. 210 
1.4 - MADEIRA – POSTES.............................................................................................................................. 210 
1.5 - MADEIRA PARA ESTRUTURAS......................................................................................................... 210 
1.6 - PRESERVAÇÃO DE MADEIRA........................................................................................................... 210 
As Madeiras na Construção Civil 
4 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DA MADEIRA - SEGUNDO A ANISOTROPIA........................................... 44 
TABELA 2 – ESTADO DA MADEIRA (SEGUNDO O TEOR DE ÁGUA) ....................................................... 48 
TABELA 3 – HUMIDADE PREVISÍVEL DA MADEIRA FACE A SITUAÇÃO OU LOCAL DE APLICAÇÃO
..................................................................................................................................................................... 49 
TABELA 4 – COEFICIENTE DE RETRACTIBILIDADE VOLUMÉTRICA (%) ............................................. 52 
TABELA 5 - RETRACÇÃO VOLUMÉTRICA TOTAL (%)............................................................................... 56 
TABELA 6 – RETRACÇÃO LINEAR TOTAL (%) ............................................................................................ 56 
TABELA 7 – DENSIDADE (G / CM3) ................................................................................................................. 59 
TABELA 8 - VALORES DE RESISTÊNCIA ELÉCTRICA DA MADEIRA (MEGAOHMS/CM) .......................... 61 
 
As Madeiras na Construção Civil 
5 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
FIGURA 1– NA FOTOGRAFIA DE SUPERIOR ILUSTRA-SE O AVANÇO DAS ZONAS DE PASTO SOBRE AS ARBORIZADAS 
NO BRASIL, NAS A ESTA INFERIORES, PELO CONTRÁRIO, O RESULTADO DE UM CORRECTO PLANEAMENTO 
FLORESTAL [12] ............................................................................................................................................. 8 
FIGURA 2– FOTOGRAFIA DE ÁRVORE RESINOSA, COM FOLHA E FRUTO (IN “O MUNDO DA MADEIRA” 1987, P. 28)
..................................................................................................................................................................... 17 
FIGURA 3 – PAISAGEM DA ALTERAÇÃO DE COLORAÇÃO DAS FOLHAS (IN “O MUNDO DA MADEIRA”, 1987, P. 108)
.....................................................................................................................................................................17 
FIGURA 4 – ÁRVORE DE FOLHA CADUCA, COM TRANSIÇÃO, FOLHA E FRUTO (IN “O MUNDO DA MADEIRA”, 1987, 
P. 28) ............................................................................................................................................................ 18 
FIGURA 5 – FOTOGRAFIA DE DIVERSOS TIPOS DE FOLHA (IN “ENCICLOPÉDIA LELLO UNIVERSAL”, P. 1029)....... 18 
FIGURA 6 – FOTOGRAFIA DE UMA ENCOSTA COM VEGETAÇÃO VARIADA (IN “CABRAL E TELLES”, P. 50) ........... 19 
FIGURA 7 - DIAGRAMA DE SECTOR CIRCULAR DO CAULE (CORTE TRANSVERSAL) COM OS ASPECTOS PRINCIPAIS 
DA ESTRUTURA LENHOSA (IN “O MUNDO DA MADEIRA” , 1987, P. 48) ........................................................ 24 
 
As Madeiras na Construção Civil 
6 
INTRODUÇÃO 
 
Portugal possui cerca de 3 milhões de hectares de floresta e possivelmente detém 
capacidade para dobrar esse valor, sendo o país europeu com a taxa mais elevada de floresta. 
Contudo, esta mais valia tem vindo a ser ameaçada ano a ano, com a multiplicidade e 
dimensão dos fogos que tem afectado o nosso país. 
Sendo o Pinheiro a árvore dominante no nosso panorama arbóreo, esta espécie possui 
uma relação densidade/resistência notável, embora tenha sérios problemas de durabilidade. 
Por outro lado, o comércio internacional de produtos florestais apresenta, 
actualmente, um novo e importante componente regulador às exigências impostas pela 
sociedade consumidora de um modo geral, quanto à origem desses produtos e dos seus 
derivados. 
O Brasil, no contexto internacional, ocupa uma posição estratégica, possui a maior 
reserva de florestas tropicais, é o maior consumidor de madeiras tropicais e será, num futuro 
próximo, o maior exportador de madeiras tropicais do mundo. 
Quer a Europa quer os Estados Unidos estão actualmente centralizados na questão 
dos mercados futuros para os produtos florestais certificados, os quais se fundamentam na 
produção e na preocupação ambiental dos extractores e consumidores. 
A destruição de grandes áreas florestais na região amazónica, devido ao avanço das 
fronteiras do desenvolvimento, tem sido motivo de críticas a nível nacional e internacional, 
gerando polémicas sobre a viabilidade de utilização de tais recursos naturais. A política 
florestal para a Amazónia é muito questionada. Entre as propostas de alteração desse quadro, 
ressalta-se a necessidade de utilização racional e sustentada dos recursos florestais. O 
desenvolvimento regional baseado na utilização de recursos naturais é necessário e pode ser 
viável, desde que, levando-se em consideração os princípios da sustentabilidade destes 
recursos, objective buscar alternativas que possam balancear as necessidades sociais, 
económicas e ecológicas de cada região. 
As Madeiras na Construção Civil 
7 
Historicamente, no Brasil, a obtenção de madeira e de outros produtos de florestas 
nativas tem sido feita de forma predatória. A destruição florestal produz enormes prejuízos 
para a geração de energia hidroeléctrica e abastecimento de água para cidades e agricultura, 
através do aumento da erosão. Além disso, empobrece a biodiversidade e contribui para as 
variações climáticas assim como para o aquecimento global. 
É evidente que quando se fala de florestas vem como exemplo o Brasil, 
designadamente a floresta da Amazónia, mas tais preocupações não são generalizadas só ao 
nosso país irmão, mas também às grandes manchas florestais existentes na Africa, Ásia, 
Oceânia e Europa. 
Se fossem aproveitadas as florestas, de forma sustentada, a resposta à procura interna 
e externa de madeira em cada grande área florestal poderiam gerar dezenas de milhares de 
empregos e vários milhões de produtos em madeira. Além disso, o manejo florestal pode 
incluir e gerar produtos que não sejam por si só o aproveitamento da madeira, mas sim outros 
produtos provenientes da reconversão e aproveitamento dos extractos como, por exemplo, 
borracha, celulose, assim como diversas substâncias utilizadas na indústria farmacêutica, etc. 
Vários autores consideram que hoje em dia existe uma preocupação e um cuidado 
técnico para o manuseamento e reflorestação das áreas arborizadas, além de informações 
adequadas para identificar as condições nas quais o seu manuseamento terá êxito. 
Invariavelmente, atribuem-se obstáculos do tipo político e socioeconómico para explicar a 
falta de áreas sob domínio. 
A Figura 1 mostra um fragmento de cerradão (área central da foto) cercado por cultura 
canavieira, no município de Luiz Antônio, Brasil, como resultado da expansão agro-pastoril 
na paisagem do Estado de São Paulo. 
Neste contexto, áreas de florestas naturais do Brasil encontram-se cada vez mais 
reduzidas a fragmentos florestais. A substituição da vegetação nativa por áreas de pasto, 
monoculturas e culturas de subsistência implica na perda contínua e irreversível da 
biodiversidade, seja directamente pela extinção de espécies, ou pela perda da variabilidade 
genética das espécies ameaçadas de extinção. 
As Madeiras na Construção Civil 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 1– Na fotografia de superior ilustra-se o avanço das zonas de pasto sobre as arborizadas no 
Brasil, nas a esta inferiores, pelo contrário, o resultado de um correcto planeamento florestal [12] 
O manuseamento florestal defensável é parte indispensável ao desenvolvimento de 
cada país, especialmente pela sua aptidão e pelos ecossistemas de cada região, assim como 
As Madeiras na Construção Civil 
9 
pelas suas vantagens do ponto de vista social, económico e ambiental a curto e a longo prazo. 
Comparado com os demais sistemas de utilização da Terra (como sejam a agricultura, 
pecuária, etc.) o manuseamento florestal produz melhor qualidade e quantidade de serviços 
ambientais de que se destacam a biodiversidade e a protecção dos recursos hídricos, não 
esquecendo um dos grandes flagelos da actualidade, os incêndios, que com estudos adequados 
tanto no campo da prevenção como na pratica de intervenção são fundamentais para o 
desenvolvimento e reconstrução florestal. 
O comércio utiliza hoje cerca de 250 espécies de madeira, tanto a nível local como 
regional e nacional. No entanto, a maior parte do volume comercializado concentra-se em 
poucas espécies destas 250. Das cerca de 2000 espécies que se conhecem só algumas dezenas 
possuem mercado no Mundo. Isto torna necessário que se proceda à promoção nos mercados 
mais diversos das espécies que mais se encontram aptas a serem utilizadas nas mais diversas 
utilizações no sector da indústria transformadora. Estas espécies, pelo menos algumas delas, 
não se comercializam devido ao facto de, infelizmente, ser desconhecido quer o seu potencial 
económico quer as suas propriedades físicas e mecânicas. 
Se existir um melhor conhecimento das florestas e suas castas, então também existirá 
um melhor aproveitamento e um aumento de produtos para a sua transformação. Na maior 
parte dos casos é reduzido o número de espécies cujas madeiras se aproveitam, o que tem 
como consequência o excessivo custo de infra-estruturas e das operações de exploração das 
florestas, devido ao baixo volume de madeira comercial disponível por unidade de área. As 
florestas da América Latina não são excepção a esta regra. Ampliar os conhecimentos sobre 
as madeiras, que actualmente são sub-utilizadas pelos mercados nacionais e internacionais, 
contribui para o aproveitamento racional e sustentado destes recursos. 
Para além da necessidade de mudar a ênfase da ocupação actual, baseada na 
agricultura e pecuária, para uma exploração florestal caracterizada pelo manuseamento dos 
recursos visando a produção sustentada e crescente de produtos florestais, é necessário 
melhorar o nível do aproveitamento industrial da matéria-prima gerada pelo sistema de 
ocupação vigente. Por outro lado, a implantação de um parque de madeira forte e preocupado 
com a utilização adequada da floresta, da qual dependeria a sua sobrevivência,ainda carece 
de estudos adequados para ultrapassar os obstáculos à utilização e à comercialização 
As Madeiras na Construção Civil 
10 
abrangente das madeiras, sendo um dos maiores obstáculos na actualidade o desconhecimento 
das mesmas pelos mercados de destino da madeira. 
As indústrias de base florestal têm dado a sua quota parte na contribuição nos 
aspectos social e económico. No entanto, são necessários maiores investimentos em 
tecnologia, visando aumentar o valor agregado dos produtos e o nível de utilização da 
matéria-prima que é a madeira. Para tal, o primeiro passo seria fazer aperfeiçoar os 
conhecimentos sobre as espécies de madeira existentes, com o objectivo da sua ulterior 
utilização. 
Assim, os estudos sobre novas espécies de madeira devem basear-se em pressupostos 
científicos. As propriedades tecnológicas são importantes para a definição da qualidade da 
madeira. As espécies de madeira tradicionais tiveram a sua resistência, aspecto visual, etc., 
comprovados ao longo de várias décadas, às vezes séculos, de utilização. Portanto, comparar 
as características ou propriedades tecnológicas de novas espécies de madeira com as espécies 
tradicionais é um método bastante eficaz para aferir as suas qualidades. 
Considerando a alta diversidade de espécies de madeira existentes em todo o mundo, 
as características tecnológicas possibilitam agrupar a madeira em função de suas propriedades 
físicas, mecânicas e tecnológicas, identificando aquelas com possibilidades de substituir as 
madeiras tradicionais nas mais diversas finalidades. 
A determinação das propriedades e possíveis utilizações da madeira das espécies que 
compõem a floresta da Amazónia, em especial aquelas que são pouco conhecidas, constitui 
um requisito básico para qualquer acção que tenha por objectivo introduzir novas espécies no 
mercado. A constatação de diversas características desejáveis em qualquer espécie deve estar 
na base do trabalho a ser empreendido para a sua introdução no mercado, levando-se em linha 
de conta, ainda, a sua ocorrência e disponibilidade volumétrica, a possibilidade de 
suprimentos regulares e a sua competitividade no que diz respeito ao preço da madeira já 
tradicionalmente estabelecida. 
Há a necessidade de se obterem as informações no respeitante às tecnologias, para 
encetar estratégias de mercado tendentes a promover as espécies nos mercados, interno e 
externo, procurando substituir aquelas cujas quantidades conhecem um processo acelerado de 
As Madeiras na Construção Civil 
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esgotamento das suas reservas. Para tal há que reduzir a exploração selectiva e colocar nos 
mercados quantidades adicionais de matéria-prima a preço mais competitivo e, enfim, reduzir 
o desperdício de matéria-prima que é originária das diversas formas de exploração das 
florestas. 
Hoje torna-se urgente uma política séria e eficiente de reflorestação e, sobretudo, de 
conservação e defesa do património arbóreo existente e do que se pretenderá plantar. 
 
 
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CAPÍTULO I – NATUREZA, CLASSIFICAÇÃO, PROPRIEDADES, 
APLICAÇÕES E CONDIÇÕES DE EMPREGO DA MADEIRA 
Ao longo deste capítulo, o nosso propósito é efectuar, desde logo, uma definição do 
que se entende por madeira, assim como as suas características propriedades. Com efeito, 
muito embora seja uma noção que todas as pessoas têm, impõe-se que, num trabalho obedeça 
a regras científicas, se efectue uma definição formal que proceda à confirmação ou não da 
noção pré-existente de senso comum. 
Mas, mais importante do que isso, é obrigatório delimitar o campo objecto de análise 
e que é realizado a partir de uma definição que precise o âmbito de análise que constitui o 
ponto de partida. 
Como se deve depreender a madeira é proveniente da árvore. Assim, e como se pode 
observar em diversos livros ou descrito em qualquer compêndio de botânica, uma árvore é 
uma planta lenhosa, de grande porte, formada por raiz caule ou tronco, e a copa constituída 
pelos ramos, folhas, flores ou frutos. 
Para uma caracterização de madeira apresentamos uma nomenclatura das árvores a 
partir das quais se pode extrair os mais diversos tipos de madeira e, de seguida, completa-se 
com a descrição e caracterização dos principais elementos que se podem referir a propósito da 
sua constituição, a sua composição química, bem como as propriedades físicas e mecânicas, 
de modo a que tudo o que de relevante é necessário referir a propósito da madeira fique 
abordado num capítulo inicial. 
1.1. CONCEITO DE madeira 
A ideia é um pouco efectuar alguma caracterização do que se entende por tal para 
que possa, desde este ponto inicial, ficar com uma ideia de alguns aspectos, principais e 
também secundários, daquilo que entende por ela e de algumas referências que à mesma se 
pode associar necessárias para definir os seus contornos. 
 
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A madeira é constituída pelo conjunto dos tecidos que formam a massa dos troncos 
da árvore, desprovidos de casca. É um material relativamente leve, resistente e fácil de 
trabalhar, tendo, por isso mesmo, sido utilizada pelo homem desde os primórdios da cultura. 
Segundo a “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (GEPB)1, no seu volume 
XV, a página 841, a noção de madeira é apresentada como sendo a “substância compacta, 
sólida, fibrosa, que se diz lenhosa, que compõe as raízes, o tronco (fuste, haste ou caule) e os 
ramos de certos vegetais”. São apresentadas noções, nesta mesma referência bibliográfica, no 
âmbito da botânica e da silvicultura. 
Relativamente à botânica, refere-se que a madeira é uma “porção de lenho de 
dimensões suficientes para poder ser transformada depois de trabalhada em qualquer objecto 
útil” citando a mesma página 841. Devido ao facto do seu maior ou menor desenvolvimento e 
crescimento do diâmetro, normalmente denominado “cilindro central” do caule das plantas 
gimnospérmicas e dicotiledóneas, é que se pode obter esta madeira como matéria-prima em 
bruto, ou após tratamentos específicos para poder ser dada à mesma os mais diversos destinos 
pelo Homem, ou suas transformações industriais e mecânicas. 
O crescimento deste “cilindro central” ocorre pelo apelidado “câmbio”, que consiste 
numa zona que fica entre o “líber” (órgão vegetal constituído por um conjunto de vasos 
condutores, crivosos, também denominado floema) e o “lenho” das plantas gimnospérmicas 
(a sua divisão refere precisamente o facto das suas sementes e óvulos destas plantas se 
encontrarem expostas sobre a superfície dos esporófilos ou estrutura análoga) e dicotiledóneas 
(a sua divisão refere ao facto do sistema de reprodução sexuada em meio terrestre e em 
presença de animais ou insectos através da polinização na flor, ou pela produção de frutos 
carnudos e apetecíveis, permitindo à planta utilizar os animais como transportadores e 
distribuidores das sementes nele depositado. 
Do ponto de vista da produção da madeira, apenas é relevante a parte do “câmbio” 
cujos tecidos estão virados para o seu interior, o que inclui o já referido “lenho” bem como os 
 
1 Esta obra foi consultada, no que concerne a algumas entradas. Os volumes consultados, na sua totalidade, não 
possuem data do ano de publicação ou qualquer outra referência temporal. Tomou-se como data de referência, 
nas citações e nas referências bibliográficas, a data do último volume de actualização disponível e que é datado 
do ano de 2000. Toda e quaisquer referências a esta obra, deverá ser consultada, a quaisquer títulos, pelo critério 
de consulta de um enciclopédia, isto é, a ordem alfabética, no volume respectivo. Se, porventura, existir alguma 
edição publicada mais recentemente, a referência temporal que mencionamos é a do ano do último volume de 
“actualização” a que tivemos acesso, ou seja, o referido ano 2000. 
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raios medulares.Porém, acontece que o próprio “câmbio” de raiz pode originar madeira. No 
entanto, aquela que se obtêm extraindo a partir do tronco das árvores é a que se revela mais 
importante. 
De um ponto de vista que podemos designar de, “anatómico”, a madeira possui um 
conjunto notável de espécies que são assaz variáveis e se encontram relacionadas com a 
constituição do “lenho”. Nas árvores que se podem classificar como dicotiledóneas, e que são 
também conhecidas como árvores “folhosas”, a constituição da madeira é, na maioria das 
vezes de natureza menos simples. Esta menor simplicidade de constituição, prende-se com o 
aspecto de existirem vasos de circulação da seiva de diferentes dimensões, os raios poderem 
ser de formados por uma ou mais do que uma fiada de células, pelo surgimento de ramos ou 
braços de sustentação das folhas. 
No que se refere à silvicultura, a madeira é concebida como algo que resulta de um 
produto da natureza e, como tal, assume três formas. Estas formas são a madeira, a “lenha” e 
a “rama”. 
Estas formas, são variáveis não a partir da definição que a caracteriza, mas sim em 
função do diâmetro que possui na árvore. Estas formas variam com o desenvolvimento e 
idade da árvore, da sua localização, na capacidade de nutrição do solo e suas características. A 
partir do abate, a produção de madeira, surge a partir do designado “eixo principal” da 
árvore, também conhecido por “fuste”. Porém, esta produção circunscreve-se até ao diâmetro 
de 0,20 m. 
A partir do decréscimo deste diâmetro, a árvore passa a ter as designações adequadas 
com as características dos mesmos: de “lenha” até à formação das árvores que se designam 
por “rama”. A parte que é mais importante é, sem dúvida, aquela da qual se extrai a madeira, 
cujo elemento fundamental é a célula lenhosa, conhecida como fibra, apesar de ter outras 
denominações mais específicas conforme a sua diversidade morfológica, a sua funcionalidade 
e desempenho. 
Como remate final, podemos então referir que a madeira, ou seja, a substância que é 
extraída como matéria-prima, em bruto da natureza, pode ser definida segundo estas duas 
perspectivas de auscultar a botânica e associar à silvicultura. 
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Aquela que consideramos ser a mais adequada, e se ajusta ao nosso enquadramento 
lógico para esta terminologia como uma associação às duas ciências, será a de um conceito 
misto, que reúne as principais características da botânica e da silvicultura. 
Tal deve-se ao facto de a madeira ser uma matéria-prima que resulta de uma planta e 
daí a acepção associada à botânica e, por outro lado, o facto de ser extraída de uma árvore 
que vive em conjunto com um sem número de outras tantas iguais ou semelhantes e que se 
estudam no domínio da silvicultura. 
1.2. A NOMENCLATURA GENÉRICA 
As árvores, a partir das quais se obtém, a madeira podem ser objecto de uma 
classificação. Aquelas que o Homem se serve para especificamente proceder à extracção da 
deste produto natural, podem ser agrupadas em dois grandes grupos: as árvores resinosas (ou 
também conhecidas por árvores coníferas) e as árvores folhosas (ou conhecidas por folha 
caduca). 
• No que se refere ao primeiro grupo (árvores resinosas) é a designação comum e genérica 
atribuída aos exemplares das espécies arbóreas de interesse florestal, subtipo 
“Gimnospérmicas”, geralmente possuem resina (líquido viscoso produzido junto à casca) 
e as suas folhas são do tipo persistente, isto é, as suas folhas resistem e têm uma maior 
durabilidade temporal, podendo resistir no ramo um período que pode atingir dois anos. 
São folhas do tipo acícula, ou seja, têm a forma de agulha. De um ponto de vista espacial 
a sua constituição depende da sua espécie, mas pode atingir cerca de trinta metros de 
altura, sendo de um modo geral de cor verde e amarelo esverdeado, o seu tronco é direito 
e robusto, sendo o seu diâmetro tanto quanto maior quanto mais antiga for a árvore. Este 
tipo de árvore encontra nos países mediterrânicos Ocidentais, tais como Portugal, 
Espanha, Sul de França e na costa Ocidental Africana. Geralmente, é uma árvore que se 
encontra na Europa em altitudes entre o zero e quatrocentos metros, podendo atingir 
excepcionalmente os novecentos metros, e no Norte de África (Marrocos) a altitudes que 
podem atingir os dois mil metros. De entre alguns tipos de árvores que se enquadram 
neste grupo salientam-se os que se identificam com o pinho e os seus diversos tipos. As 
árvores que dão pinho são essencialmente de dois tipos: os pinheiros bravos e os pinheiros 
mansos. O tipo de madeira em pinho é frequente em qualquer parte do mundo e muito 
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usada na construção e nos demais ramos da construção civil, sem esquecer da sua 
utilização no sector do mobiliário e da construção naval (para a construção de 
embarcações de pequena e média dimensão). O grupo das resinosas é constituído pelas 
árvores com folhas em forma de agulhas ou escamas e, em geral, persistentes, tais como o 
pinheiro, o cedro, o cipreste, etc. 
• No que se refere ao grupo das árvores folhosas, é a designação comum e genérica 
atribuída aos exemplares das espécies arbóreas de interesse florestal da classe 
“dicotiledóneas” das Angiospérmicas, elas na realidade podem ser de folha caduca ou 
perene. As folhosas no final do Outono ou início do Inverno, em alguns casos, tem uma 
transição com perda da folha e/ou alteração da sua coloração primária, passando por uma 
panóplia de cores que numa generalidade alegra a paisagem, como se pode constatar na 
figura 3. De um ponto de vista espacial a sua constituição depende da sua espécie, mas 
pode atingir alturas várias de acordo com a sua tipologia de copa. De um modo geral a 
tonalidade das folhas são esverdeadas, o seu tronco é direito e robusto, sendo o seu 
diâmetro tanto quanto maior quanto mais antiga for a árvore. As suas folhas têm 
configurações distintas de acordo com a sua natureza, habitat, clima, sendo mais ou menos 
recortada e pode ser analisada de acordo com a sua forma, contorno e nervura. Este tipo 
de árvore encontra-se por todo o mundo, variando de acordo com as características 
climatéricas. São árvores que se encontram, no nosso país, em altitudes superiores aos 
quatrocentos metros, podendo excepcionalmente aparecer em altitudes inferiores e junto 
ao litoral. O grupo das folhosas é constituído pelas árvores de folha caducas, tais como o 
castanheiro, o carvalho, a faia, o freixo, etc. 
 Folhosas e Resinosas representam quase toda a vegetação arborescente da terra; 
poucas espécies ficam fora destes dois grupos e essas, em geral, não fornecem madeira para a 
construção civil. 
Seguidamente, e após uma breve descrição da nomenclatura das árvores, são 
referenciadas algumas das espécies que abundam no nosso território. A exposição será 
efectuada segundo o nome pela qual a planta é conhecida, o seu nome botânico, algumas 
características com o tipo de solo em que se fixam, tipo de folha e uma pequena descrição da 
sua aplicação na extracção da madeira (e em alguns casos além de uma fotografia, 
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acompanhada ou não pelo mapa com a indicação das locais onde se pode encontrar esse tipo 
de vegetação). 
 
FIGURA 2– Fotografia de árvore resinosa, com folha e fruto (in “O Mundo da Madeira” 1987, p. 28) 
 
FIGURA 3 – Paisagem da alteração de coloração das folhas (in “O Mundo da Madeira”, 1987, p. 108) 
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FIGURA 4 – Árvore de folha caduca, com transição, folha e fruto (in “O Mundo da Madeira”, 1987, p. 28) 
 
FIGURA 5 – Fotografia de diversos tipos de folha (in “Enciclopédia Lello Universal”, p. 1029) 
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FIGURA 6 – Fotografia de uma encosta com vegetação variada (in “Cabral e Telles”, p. 50) 
Resumindo, quanto à classificação botânica, a madeira pode pertencer a dois grupos: 
•o grupo das “gimnospermas”, usualmente chamadas de “coníferas”, resinosas, 
não porosas ou ainda “softwoods”; 
• o grupo das “angiospermas”, também conhecidas como “folhosas”, porosas ou 
“hardwoods”. 
Ambos estes termos têm origem no grego. Para as “gimnospermas” vem do grego 
“gimno” (que significa “nu”) e “sperma” (que significa “semente”) e significam “vegetais 
com sementes «nuas»”. Para as “angiospermas” vem do grego “angio” (que significa 
“cápsula”) e “sperma” e significam vegetais com sementes “encapsuladas”. 
As “angiospermas” são vegetais que num modo geral produzem flores, constituem 
um dos maiores grupos de plantas do mundo, sendo o que prevalece na flora terrestre. É 
composto por cerca de 344 famílias e mais de 200.000 espécies. 
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Em consonância, as madeiras obtidas das árvores do tipo resinoso, as madeiras 
principais que se podem obter podem ser de três tipos: 
1. Madeiras tenras ou ligeiras (o abeto, por exemplo); 
2. Madeiras semi-duras ou semi-pesadas (o pinheiro bravo); 
3. Madeiras duras ou pesadas (a casquinha, por exemplo). 
Relativamente às madeiras do tipo folhoso, temos as madeiras muito tenras ou muito 
leves (o choupo é um exemplo), as madeiras tenras ou leves (a faia), as madeiras semi-duras 
ou semi-pesadas (o carvalho), as madeiras duras ou pesadas (o buxo constitui um exemplo) e 
as madeiras duras ou muito pesadas (por exemplo as madeiras exóticas). 
Para podermos situar as espécies arbóreas, de interesse para a construção civil, entre 
os outros vegetais, vamos relembrar uma possível classificação: 
 
TIPOS SUBTIPOS CLASSES 
 
 
 
ESPERMATÓFICAS 
(plantas com raiz, caule, folhas e 
flores; produtoras de sementes) 
ANGIOSPÉRMICAS 
(com sementes encerradas no 
pericarpo) 
 
GIMNOSPÉRMICAS 
(com sementes não envolvidas 
pelo pericarpo) 
 
RESINOSAS 
MONOCOTÍLEDÓNEAS 
(embrião com 1 cotilédone, etc.) 
 
DICOTILEDÓNEAS 
(embrião com 2 cotilédones) 
 
FOLHOSAS 
 
 
 
PTERIDÓFITAS 
(com raiz, caule e folhas) 
 
LECOPODINEAS 
 
EQUISSETINEAS 
 
FILICINEAS 
 
BRIÓFITAS 
(com rizóides, caulóide e 
filóides) 
 
HEPÁTICAS 
 
MUSGOS 
 
TALÓFITAS 
(com o corpo reduzido a um 
talo) 
 
ALGAS 
 
FUNGOS 
 
LIQUENES 
 
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A árvore é uma planta vivaz, isto é dura muitos anos e, nuns anos, vai preparando a 
vida para os seguintes. Esquematicamente, a forma da árvore pode considerar-se (ver figura 
seguinte) um eixo vertical, em que a parte superior é a flecha (a) e a inferior a raiz mestra 
(b); esse eixo tem ramificações inseridas a diferentes alturas: as pernadas (c), se forem acima 
do solo; as raízes secundárias (d), se forem abaixo. 
 
É nestas ramificações que estão situados os órgãos de que depende a alimentação da 
planta. Assim: 
• Nas pernadas – os ramos e as folhas (e) 
• Nas raízes secundárias – as radículas (f) 
 
As ramificações constituem, portanto, o suporte dos órgãos de absorção ou 
elaboração; nelas se encontram parte das reservas dos produtos elaborados e se localizam os 
canais de circulação da seiva. 
 
Toda a vida das árvores se passa entre as folhas e as radículas, por vezes situadas a 
distâncias de 30 a040 metros. A árvore é um ser vivo; portanto, necessita de respirar, ou seja, 
de absorver oxigénio e libertar anidrido carbónico. Nas plantas, ao contrário dos animais, as 
trocas gasosas são geralmente directas dos tecidos para a atmosfera. 
 
As folhas comportam-se como membranas perfuradas. Os estomas (pequenos 
orifícios de abertura variável conforme a luz e a humidade) fazem o contacto entre as células 
da folha e a atmosfera. 
 
As plantas de folha caduca têm, no período de repouso, menores necessidades de 
respiração do que as plantas de folha persistentes (por exemplo, o plátano, o freixo, etc., de 
folha caduca, e o pinheiro ou o loureiro, etc., de folha persistente). 
 
As plantas necessitam de ter ar suficiente, não somente nas folhas e ramos, mas 
também nas raízes, morrendo por asfixia radicular quando o solo fica alagado. Alem das 
trocas gasosas da respiração, é pelos estomas que se faz a absorção do anidrido carbónico do 
ar, necessário para a fotossíntese. Já sabemos que é pela acção da luz solar sobre a clorofila, 
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que se faz, nas folhas e partes verdes das plantas, a síntese da matéria orgânica, formando-se 
os açucares, a partir do carbono do ar e da água absorvida pelas raízes. 
 
São estes os componentes primários com que se formam todas as substâncias que 
entram na constituição da planta. 
 
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1.3. ESTRUTURA DA MADEIRA 
A madeira no que se refere à estrutura anatómica é um organismo heterogéneo 
formado por um conjunto de células com propriedades específicas. Desempenham estas várias 
funções no que respeita ao crescimento, condução da água, transformação, armazenamento e 
condução de substâncias nutritivas bem como sustentação vegetal. 
Na verdade, as madeiras constituem um material complexo com características que 
muito diferem dos outros materiais de construção, mais regulares nas suas propriedades. A 
origem destas diferenças assenta, essencialmente, na sua índole orgânica, enquanto produto 
natural, possuindo uma estrutura fibrosa heterogénea e anisotrópica. 
A estrutura da madeira é diferente consoante o tipo de árvore em questão. De uma 
forma geral, podemos ver que, qualquer que seja o tipo de árvore que tivermos em presença, o 
seu crescimento é efectuado pela adição de camadas sucessivas, concêntricas e periféricas. 
Estas camadas são oriundas da parte que atrás designamos por “câmbio”, a zona situada entre 
o “líber” e o “lenho” de uma árvore. Este crescimento denomina-se de “anel de crescimento”. 
Este é diferente consoante as árvores em questão se encontrem em regiões do globo que sejam 
de clima tropical ou de clima temperado. 
Se oriundas de regiões de clima tropical os “anéis de crescimento” alternam de 
acordo com as estações do tipo “seco” ou do tipo “chuvoso” (isto porque as variações de 
temperatura ao longo do ano não são muito significativas, sendo muito pouco adequado 
falarmos das clássicas 4 estações). Neste tipo de clima os “anéis de crescimento” são largos e 
pouco diferentes entre si de árvore para árvore. 
No caso de regiões de clima temperado os “anéis de crescimento” são não apenas 
mais estreitos como também mais semelhantes entre si. Porém, apresentam uma característica 
que as distingue a coloração dos “anéis de crescimento” que é diferente consoante a madeira 
seja desenvolvida na estação da Primavera ou na estação do Verão. 
Se a madeira for gerada na estação da Primavera, caracteriza-se por ser de maior 
dureza, de cor mais escura e de maior peso, para além das células da árvore crescerem de 
forma mais lenta. Se a madeira for produzida na estação do Outono, então a sua 
caracterização identifica-se mais com o facto de ser menos dura (com as concavidades mais 
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24 
finas), a cor ser mais clara, ser menos pesada e as árvores encetarem o seu processo de 
crescimento de forma mais célere no início desta estação. 
 
FIGURA 7 - Diagrama de sector circular do caule (corte transversal) com os aspectos principais da 
estrutura lenhosa (in “O Mundo da Madeira” , 1987, p. 48) 
Costuma dizer-se que a madeira é um material lenho-celulósico, ou seja, um material 
natural celular constituído por conjuntos de células fibrosas, de paredes essencialmente 
celulósicas, intimamente constituídas por lenhina. 
Naturalmente todo o estudo da arquitectónica da madeira requer a consideração de 
planos principais de observação, para uma revelação completa e espacial dos elementos 
constitutivos e respectiva avaliação biométrica. Assim, considera-se três planos fundamentais 
de observação: 
 O plano transversal; 
 O plano radial; 
 O plano tangencial. 
Se observarmos, à vista desarmada, a secçãotransversal do tronco duma árvore 
(figura anterior) distinguimos as seguintes partes: 
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FIGURA 8 – corte transversal dum tronco 
• A Casca (1), é a camada exterior onde ainda se podem diferenciar duas 
partes: 
O Ritidoma (2), conjunto de tecidos mortos da parte externa da casca; 
O entrecasco (3), parte interna da casca com vida. 
• O câmbio vascular (4), é uma assentada geradora de células, que está 
envolvida pela casca e envolve o lenho. 
• O lenho (5), é o conjunto de tecidos envolvidos pelon câmbio vascular e 
divide-se em duas partes: 
O borne (6), zona externa do lenho, compreendida entre o câmbio vascular e 
o cerne, geralmente mais clara que este ultimo; 
O cerne (7), zona interdita do lenho circundada pelo borne. É a parte mais 
dura, mais escura e mais resistente do lenho 
Tanto o cerne como o borne são constituídos por tecidos, dispostos por anéis, cada 
qual corresponde ao crescimento anual da árvore; por isso estes anéis se chamam de anéis de 
crescimento anual. 
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• A medula (8), parte central, constituída por uma massa mole e esponjosa. 
Na madeira de folhosas, muito mais diferenciada do que a das resinosas, um tecido 
especial tem o papel da condução: o tecido vascular, que é formado por vasos. Quando eles 
são visíveis a olho nu, esses vasos formam, numa secção transversal, o que vulgarmente se 
chama “poros da madeira”. 
Os vasos são formados por células alongadas, de direcção geralmente paralela ao 
eixo da árvore, formando, pela sua reunião topo a topo, canais contínuos. Ao lado destes 
elementos encontramos um outro género de tecido, quer nas folhosas quer nas resinosas, a que 
se dá o nome de raios medulares. 
Estes raios, de comprimento, espessura e altura variáveis segundo as essências, mais 
unidos ou mais espaçados, visíveis ou não a olho nu, fazem comunicar entre si as camadas 
sucessivas e contêm matérias de reserva. Aparecem, por vezes, nas secções radiais, em 
características malhas, como no carvalho e são, sob o ponto de vista de resistência, elementos 
fracos. 
Nas resinosas temos os canais secretores que aparecem em massas mais ou menos 
compactas, por vezes agrupados em torno dos diferentes canais e dispostos em zonas mais ou 
menos importantes. 
Bolsas de resina completam a organização geral e contribuem para dar à madeira 
uma das suas principais características: a heterogeneidade. 
O primeiro define-se como perpendicular ao eixo axial da árvore (que contém a 
medula), os outros dois como planos paralelos aquele eixo, o radial por passar, teoricamente, 
pela medula e seccionar perpendicularmente as camadas de crescimento, o tangencial por ser 
apenas paralelo ao eixo e ao plano radial, consequentemente tangente ao contorno de qualquer 
uma das camadas de crescimento, conforme se pode visionar na Figura 8. 
A descrição anatómica que convencionalmente se faz da madeira resulta da 
observação nos três planos: 
 Plano longitudinal (paralelo ao eixo); 
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 Plano radial (perpendicular ao eixo ou plano transversal); 
 Plano tangencial (tangente às camadas definidas pelos círculos dos anéis de 
crescimento). 
 
 
FIGURA 9 – Rutura comparada de madeiras folhosas e resinosas 
 
FIGURA 10 – Três planos da madeira 
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Em termos de observação/descrição do material lenhoso pode fazer-se em três níveis: 
 O macroscópico; 
 O microscópico; 
 O electrónico. 
São importantes os “anéis de crescimento”, porque são eles que possibilitam 
conhecer a idade de uma árvore a partir da qual se extrai um qualquer tipo de madeira. Por 
outro lado, os mesmos possibilitam efectuar o estudo da característica de anisotropia da 
madeira. 
Uma das formas de proceder a uma avaliação da qualidade da madeira é através do 
desempenho ou “performance” física e mecânica dos “anéis de crescimento”. Esta avaliação 
faz-se através de três direcções possíveis: 
• A “direcção tangencial”, também conhecida por “direcção transversal 
tangencial” nos anéis de crescimento; 
• A “direcção radial”, também conhecida por direcção transversal radial, nos 
mesmos “anéis de crescimento”; 
A “direcção axial” que vai no sentido das fibras e no sentido longitudinal ao caule da 
árvore. 
Ao longo do seu processo de evolução, os “anéis de crescimento” de uma árvore vão 
crescendo através de um processo de substituição dos mais antigos pelos mais novos. De 
facto, os mais velhos deixam de marcar presença no processo de evolução fisiológica da 
mesma, que consiste no armazenamento e transporte de substâncias químicas alimentares da 
árvore. Ao dar-se esta mudança produz-se o designado “cerne”, que fica situado entre a parte 
interna da árvore, que se designa por “medula”, e o “alburno” (zona mais exterior, 
imediatamente antes da casca e sua base). 
 
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FIGURA 11 - Diagrama de sector circular do caule (corte longitudinal) com os aspectos principais da 
estrutura lenhosa (in “O Mundo da Madeira”, 1987 p. 48) 
Este “cerne”, de um modo geral, é de cor escura e mais seco e duro que as restantes 
camadas que se encontram em actividade do ponto de vista fisiológico. 
O “alburno” é a parte externa e activa do tronco de uma árvore. Possui uma cor mais 
clara, comparativamente com o “cerne”, sendo formado por células que se encontram em 
estado perfeito de actividade, conferindo-lhe a pujança que lhe permite o seu crescimento. 
Estas células possuem grandes quantidades de água e outras substâncias nutritivas, para além 
de menor quantidade de impregnações que o tornam mais rijo. 
Este aspecto, confere maior resistência mecânica e biológica, a possíveis ataques de 
organismos “xilófagos”. Os “raios” são faixas de células, dispostas horizontalmente ao tronco, 
e desempenham a função de armazenar e transportar horizontalmente a água bem como outras 
substâncias nutritivas. 
A “medula” ocupa o centro do tronco e tem como função o armazenamento destas 
substâncias nutritivas. 
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A função que é desempenhada pelo “alburno” é a de contribuir para que a árvore seja 
resistente de um ponto de vista da sua estrutura de base que a liga ao solo, onde se encontra 
plantada. Para além do mais, tem também por missão efectuar a condução da seiva bruta, por 
via da ascensão capilar, no trajecto que vai das raízes da árvore até à copa. 
 
FIGURA 12 - Direcções fundamentais da madeira (in “Carvalho”, 1996, p. 29) 
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Pode-se referir que o “cerne”, no que se refere ao seu diâmetro, possui a 
característica de diminuir a sua dimensão ou largura à medida que se caminha em direcção ao 
cume da árvore. Tal decorre do facto de os “anéis de crescimento” estarem associados a cones 
com uma estrutura de forma concêntrica. 
Por seu lado, a “medula” constitui outra camada que circunda o “cerne”. Sendo, 
portanto e em conclusão, o alburno (ou borne) a zona que se estende desde a “casca” até à 
medula do tronco da árvore. Em algumas espécies de árvores, como o pinheiro, estes raios 
denotam uma feição mais vincada sendo mais salientes e visíveis do que nos demais tipos de 
árvores em que é possível extrair “madeira2”. 
No que diz respeito à estrutura celular, ou estrutura das fibras que compõem as 
árvores a partir das quais se extraem os vários tipos de madeira, que também é, por vezes, 
apelidada de direcção longitudinal, podemos referir que, após ser considerada madeira, esta 
possui aquilo que se denomina de “veios”. O conhecimento destes “veios” reveste de toda a 
importância na medida em que, as madeiras ao serem extraídas das árvores e serradas, 
deverão ser de tal forma cortadas que seja acautelado que estes “veios” fiquem paralelos em 
relação ao corte ou à operação de serrar a madeira. 
Se este desiderato não for observado, o resultado é o de que se observará umaredução significativa na resistência da peça ou da quantidade de madeira cortada ou serrada. 
Assim sendo, não é possível obter uma peça com suficiente tenacidade, ou uma quantidade de 
madeira com valor, no caso de erros de corte da mesma. Na realidade, o modo de talhar terá 
que assegurar, entre outras, a propriedade da resistência e um quantitativo adequado de peças, 
em condições normais. 
Estes “veios”, essencialmente, são de dois tipos: os “veios” do tipo “aberto” e do tipo 
“fechado” ou “cerrado”. Fundamentalmente a diferença entre os dois reside no facto de, no 
primeiro, os poros da árvore cobrirem toda a superfície exposta (como ocorre no caso da 
árvore do tipo “carvalho”) e, no segundo caso, os poros não cobrirem a superfície exposta, 
para além de não serem visíveis a “olho nu” (é o caso na árvore do tipo “pinho”). 
 
 
2 Quer-se com isto significar parte de uma árvore aproveitável para empregar em actividades como a Construção 
Civil, ou outras. 
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32 
 
 
 
 
a) Casca (morta); b) Entrecasca (viva): c) Câmbio; d) Alburno/Borne; e) Cerne; f) Eixo Longitudinal; g) Anéis. 
 
FIGURA 13 - Representação da secção transversal do tronco de uma árvore (in “Morey”, 1978 p. 49) 
Factores existem, ainda, que se revestem de toda a importância para a obtenção de 
uma quantidade de madeira não apenas de boa qualidade, como também com as 
As Madeiras na Construção Civil 
33 
características de “resistência” e de auto-sustentação (aquando do seu processo de 
crescimento até à fase em que é cortada e aproveitada como matéria-prima). 
Essencialmente, as células que formam a estrutura anatómica de um árvore, em 
particular o “lenho”, constituem uma parte muito importante, se não mesmo a principal, para 
que, no final, possamos ter uma árvore que efectuou o seu processo de crescimento em termos 
normais. Para isto é necessário que a condução dos líquidos vitais, bem como o seu 
armazenamento, se tenha operado de forma a que se extraia madeira com as características 
que dela o Homem possa tirar todo o partido. Não obstante estas células possuírem 
dimensões, estruturas e formas que são variáveis em conformidade com o tipo de árvore, 
podemos e deveremos ter qualidade de produto final em termos de produto em bruto, com as 
referidas características de “resistência” e auto-sustentação (no seu processo evolutivo). 
Como é heterogénea a constituição celular das árvores no seu processo de 
crescimento, não é de estranhar que o comportamento físico e o comportamento mecânico da 
madeira que se extrai das árvores, bem como o seu desempenho/performance, sejam díspares. 
Na realidade, árvores da mesma espécie e de uma mesma floresta podem ter qualidades 
diferenciadas. 
Conforme a divisão que fizemos das árvores em secção anterior, as árvores podiam 
ser resinosas ou folhosas. 
O “lenho” de uma árvore do tipo “resinoso” caracteriza-se pelo facto de as células 
que o compõem serem do tipo alongado, com um diâmetro mais ou menos constante e 
regular, que se assemelha à forma de tubos de espessura fina e que possuem a função de, 
simultaneamente, constituir um veículo de condução da seiva e de outros líquidos vitais que 
circulam na árvore, associado a um papel de suporte mecânico. Os raios medulares (também 
conhecidos por raios lenhosos) têm por função servir para a condução e armazenamento das 
substâncias que circulam na árvore durante todo o seu processo de nascimento até que 
“morre”. 
Podemos dividir o “lenho” de uma árvore resinosa, nas seguintes partes constitutivas: 
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34 
1. As células longas e estreitas denominadas de “fibras”, que possuem a função 
de sustentação vegetal; 
2. Os “vasos ou poros”, que são dispostos na direcção longitudinal ao tronco e 
que possuem a função de conduzir as substâncias nutritivas e água; 
3. A “parênquima axial”, que se encontra disposta ao longo dos vasos e que tem 
a função principal de proceder ao armazenamento de substâncias nutritivas; 
4. A “parênquima radial e raios”, dispostos na direcção horizontal do “câmbio” 
para a medula, que tem as funções de armazenar e de conduzir substâncias 
nutritivas para o “alburno”. 
A sua disposição é mostrada na Figura 12. 
As células que constituem o tecido lenhoso, inicialmente, são muito semelhantes. 
Com o crescimento, estas células adquirem formas especializadas, passando a ser célula do 
parênquima axial e radial, de fibras, de vasos, etc. Cada uma delas possui actividade 
fisiológica e/ou mecânica específica. 
São exemplos de funções específicas das células da madeira, os seguintes: as fibras 
que participam do mecanismo de sustentação da planta; as células do parênquima possuem 
funções diversas, sendo que uma das principais é o armazenamento de substâncias nutritivas. 
Os vasos do lenho têm a função de conduzir a seiva bruta, a qual é formada por água e sais 
minerais retirados do solo por meio dos pêlos absorventes das raízes. 
O “lenho” pode ser de dois tipos: um “inicial” e outro e outro “tardio”. Basicamente, 
a diferença reside no facto de que enquanto que o primeiro surge durante a fase inicial do 
processo de crescimento da árvore, desde que é plantada, o segundo surge numa fase mais 
adiantada deste mesmo processo de crescimento. Saliente-se, ainda mais, o facto de o “lenho” 
das resinosas ser constituídos por “anéis resinosos” que visíveis a “olho nu” estão 
normalmente impregnados de óleo e de resina (Figura 13). 
 
As Madeiras na Construção Civil 
35 
 
FIGURA 14 - Partes de Lenho de uma folhosa nos três planos espaciais de observação 
No que concerne ao “lenho” de uma árvore do tipo “folhoso” (ver Figura 14), 
podemos apontar, como características mais vincadas, o facto de ela conter “vasos lenhosos” 
(também conhecidos por “traqueias”) em número elevado e com poros circulares. Como se 
pode ver, numa perspectiva transversal do lenho, os vasos possuem uma textura mais elevada 
que os elementos de fibra. Estes vasos, possuem a função de efectuar a condução da seiva 
bruta e demais líquidos constitutivos da árvore, ao longo dela. 
Como se pode constatar, as árvores folhosas, possuem células fibrosas ou fibras, que 
constituem grande parte do “lenho”. O seu diâmetro é menor do que nas árvores do tipo 
“resinoso”. O seu comprimento é geralmente de dimensão variável, as extremidades são 
fechadas e afiadas (em “bico”). Estas células são a base da “resistência” e da auto-sustentação 
das árvores. Os seus raios medulares são mais grossos e desenvolvidos do que nas congéneres 
resinosas (como, aliás, patenteia a Figura 14 comparativamente com a Figura 13). 
No que concerne às características e funções das partes que constituem o tronco e o 
“lenho”, é importante efectuar ainda algumas referências mais. 
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36 
A casca é constituída pelo “floema”, responsável pelo armazenamento e condução de 
nutrientes, e pelo “ritidoma” ou “córtex”, que tem a função de proteger o vegetal contra a 
secagem, ataques fúngicos, ofensas de índole mecânica e variações do clima. 
A região do “câmbio” localiza-se entre o “alburno” e o “floema” (ver Figura 15), 
sendo constituída por uma faixa de células que são responsáveis pela formação e o 
crescimento das células do “lenho” e da casca. Os “anéis de crescimento” representam o 
aumento anual que o “lenho” sofre, uma vez que em cada ano se forma um anel, permitindo 
conhecer a idade de uma árvore. 
O “cerne” do tronco da árvore, de um modo geral, distingue-se pela coloração mais 
escura que possui, cuja origem fisiológica advém do facto de à medida que a madeira 
envelhece as suas células perdem as suas funções vitais (ou, pelo menos, vão enfraquecendo). 
 
 
FIGURA 15 – Estrutura anatómica das árvores resinosas 
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FIGURA 16 – Estrutura anatómica das árvores folhosas 
 
FIGURA 17 – Corte transversalde um tronco de árvore 
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38 
1.4. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA 
De uma forma geral, tal como sucede com quaisquer seres vivos, as plantas (algumas 
em particular) possuem algumas substâncias que constituem a sua composição química, sendo 
as madeiras um bio-polímero tridimensional. Como sua composição, temos cé1ulas 
elementares formadas por celulose, cheias de uma matéria incrustante variável com as 
espécies. 
Este bio-polímero tridimensional é constituído por celulose, numa percentagem 
muito significativa. A celulose é definida como sendo, quimicamente, um complexo formado 
por grandes cadeias de moléculas de glicose insolúvel em água. Estes polímeros formam a 
parede celular da madeira, sendo responsáveis pela maioria das suas propriedades físicas, 
mecânicas e químicas. De uma forma simplificada, pode-se afirmar que a celulose forma um 
esqueleto imerso numa matriz de hemicelulose e lignina, sendo o material aglutinante. As 
proporções em que, aproximadamente, se encontram na madeira são de 60% e 25%, 
respectiva e aproximadamente. 
As hemiceluloses são consideradas amorfas, muito embora sejam aparentemente 
orientadas na mesma direcção das “microfibrilas” de celulose. Estas são o menor elemento 
que constitui o esqueleto celulósico, também denominado por “fibrila elementar”, sendo 
formadas por um feixe paralelo de 36 moléculas de celulose ligadas entre si, por meio de 
pontes de hidrogénio. As fibras, também chamadas de “micelas”, são agregadas em unidades 
maiores. Estas são combinadas em “macrofibrilas” e “lamelas” (que são as paredes primárias 
e secundárias da células, respectivamente, conforme Figura 16). 
A “lignina” também é igualmente amorfa, além de ser isotrópica. 
No entanto, para além destas ainda temos (obviamente que noutras proporções) 
outras substâncias de que a madeira é composta: os óleos, as resinas, os açúcares, os amidos, 
os taninos, as substâncias nitrogenadas, os sais orgânicos e ainda os ácidos orgânicos. 
Qualquer uma destas componentes encontra inclusa nas cavidades das células que 
compõem a árvore de onde é extraída a madeira, na maior parte dos casos. Há, no entanto, 
As Madeiras na Construção Civil 
39 
circunstâncias em que estas substâncias são como que produzidas devido a alterações das 
cavidades destas células. 
 
FIGURA 18 – Representação esquemática da estrutura fibrilar da parede celular de uma célula de 
madeira 
Naquilo que designamos, até esta parte por “lenho”, a madeira, de um ponto de vista 
químico, é composta por hidratos de carbono, de que fazem parte elementos como o oxigénio 
(numa percentagem de cerca de 42%), o carbono (com um peso de 50%) e o hidrogénio (com 
um peso de 6%). Residualmente, a “madeira ainda possui na sua composição os elementos 
azoto (numa percentagem de 1%) e outros elementos naturais (com um peso de também 1%). 
De entre os hidratos de carbono temos uns do tipo mais elementar, de que são 
exemplos alguns açúcares e outros do tipo mais complexo, podendo-se mencionar a celulose 
(cuja composição química é C6-H10-O5 e cuja estrutura molecular pode ser ilustrada conforme 
a Figura 17). 
A “celulose” é a substância mais importante constitutiva da estrutura anatómica das 
plantas, em geral. É o principal componente da estrutura da madeira representando um peso 
de 50% de todos os elementos que a constituem, de um ponto de vista da sua composição 
química. 
Pode ser descrita como sendo longa e sem quaisquer ramificações, ao longo do seu 
comprimento possui regiões que são cristalinas, porém, entrecortadas por regiões ou zonas 
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que são amorfas (de um ponto de vista da sua ruptura sob o efeito de solicitações mecânicas 
são consideradas descontinuidades do tipo frágil). A composição química da madeira é muito 
importante, porque é a partir dela que se pode considerar como sendo mais ou menos durável 
no tempo. Substâncias como a “resina” e o “tanino” constituem como que factores de 
protecção da madeira. 
FIGURA 19 - Esquema da Unidade Básica da cadeia da Celulose 
Existem três tipos de celulose: a celulose alfa, a celulose beta e a celulose sigma. A 
do primeiro tipo é a mais importante e constitui a base estrutural das paredes celulares. 
Caracteriza-se por ser incolor, elástica, solúvel em ácido sulfúrico e insolúvel em soda 
cáustica e em ácidos que sejam diluídos. 
Por seu turno, a “lignina” é uma resina que reveste as células da madeira, sendo 
também composta de oxigénio, o carbono e o hidrogénio encontrando-se também em estreita 
ligação com a celulose. Possui as características de impermeabilidade, reduzida elasticidade, 
elevada resistência do ponto de vista mecânico e insensibilidade à humidade bem como às 
temperaturas. 
1.5. IDENTIFICAÇÃO DA MADEIRA 
 
A identificação da madeira pode fazer-se mais ou menos minuciosamente, conforme 
as exigências do trabalho que vamos executar. Assim, a identificação mais vulgar é baseada 
As Madeiras na Construção Civil 
41 
na simples observação, a olho nu, e nos conhecimentos que a cultura ou experiência dão a 
quem a vai utilizar; podemos, sempre que seja necessário, recorrer à identificação botânica, 
baseada nos conhecimentos dos especialistas; enfim, podemos ainda recorrer aos laboratórios 
onde, na observação e no estudo, se poderão usar aparelhos especiais, inclusive o 
microscópio. 
1.6. PROPRIEDADES DA MADEIRA 
A madeira é um material heterogéneo, isto é, não apresenta as mesmas propriedades 
em todos os seus pontos; também é um material anisótropo, isto é, não apresenta a mesma 
propriedade, com valores iguais, em todas as direcções. 
Das várias características que diferenciam os diversos tipos de madeira, que se 
podem obter a partir da sua extracção das árvores que a produzem na natureza, temos as 
propriedades ditas de “físicas” e as propriedades “mecânicas”. 
Fundamentalmente, o que as diferencia é o facto de, no que diz respeito às primeiras 
(as físicas), elas se referirem às características intrínsecas independentemente da utilização 
que dela se faça, ou do destino que se lhe pretenda dar. No que se refere às segundas (às 
mecânicas), já é relevante o que toca às suas utilizações ou destinos, constituindo um 
importante meio de verificação da sua aptidão para ser utilizada nos mais diversos fins para 
que é extraída. 
Dada a sua importância como forma de a caracterizar, também, e de aferir a sua 
qualidade, dividimos o tratamento destas propriedades em duas secções autónomas. 
1.6.1. PROPRIEDADES FÍSICAS 
Relativamente às propriedades físicas que caracterizam as “madeiras” podemos 
enquadrá-las num conjunto de doze principais e que se passa a expor (embora algumas delas 
se devam entender mais como características do que por propriedades, dado que não 
beneficiam o comportamentos das madeiras): 
1. Heterogeneidade; 
As Madeiras na Construção Civil 
42 
2. Anisotropia; 
3. Higrometricidade; 
4. Humidade; 
5. Retractilidade; 
6. Porosidade; 
7. Dureza; 
8. Textura, Cor, Brilho e Odor; 
9. Densidade; 
10. Condutibilidade Eléctrica; 
11. Condutibilidade Térmica; 
12. Condutibilidade Acústica; 
13. Durabilidade. 
Por outro lado, não se tendo incluído a resistência nas propriedades aqui ditas de 
físicas, não se trata de uma omissão. Na verdade, esta grandeza está sempre presente na 
avaliação e verificação de qualquer material construtivo, sendo apresentada na secção 
seguinte: propriedades mecânicas. Contudo, sempre que se mostrar pertinente com serão 
efectuadas as observações necessárias para a relacionar esta importantíssima entidade com as 
propriedades aqui abordadas. 
1.6.1.1. HETEROGENEIDADE 
Entende-se por propriedade da “heterogeneidade” da madeira, o facto de qualquer 
que seja a porção que é extraída, mesmo que seja de um mesmo tipo de árvore, ser sempre 
diferente o pedaço em questão. Tal assim é derivado da existência de, para o mesmo tipo, 
As

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