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O PODER DO HÁBITO

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O PODER DO HÁBITO
Acordar, levantar, escovar os dentes, tomar um café. No decorrer da vida, adquirimos padrões de comportamento automáticos que acabam formando nossa rotina. Segundo pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, 40% das ações diárias são realizadas pelos hábitos, ou seja, praticadas de maneira inconsciente. Essa é uma forma de o cérebro poupar esforços, nos permitindo realizar atividades sem grande elaboração do pensamento, mas são nessas ações automatizadas que se estabelece a rotina, incluindo hábitos bons e ruins. 
De acordo com Priscila Sakuma, psicóloga do Núcleo Evoluir, em Londrina, ter uma rotina é importante. "Hoje a gente tem um dia muito agitado, metas a serem cumpridas, então é bom estabelecer uma rotina para que a gente consiga se organizar e traçar o que deve ser feito, não esquecer de nenhum compromisso e cumprir o que é cobrado, planejado ou desejado", defende. Dessa forma, agimos de acordo com objetivos e poupamos o pensamento em tarefas que não nos pertencem àquele momento. 
Charles Duhigg, jornalista e autor do livro O Poder do Hábito - Por Que Fazemos o Que Fazemos na Vida e nos Negócios, reuniu pesquisas científicas de centros de vários países, entrevistou pesquisadores e executivos e descobriu experiências que orientaram estudos no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) levando a uma tese que explica como os hábitos se formam e como podem ser modificados. 
COMO OS HÁBITOS FUNCIONAM? 
Segundo o autor, os gânglios basais são os responsáveis pelas ações automáticas, assumindo o comando enquanto o cérebro descansa. Uma sequência de ações agrupada em blocos comportamentais é convertida em uma rotina automática. "Quando um hábito surge, o cérebro para de participar totalmente da tomada de decisões. Ele para de fazer tanto esforço, ou desvia o foco para outras tarefas", revela no livro. 
O hábito, segundo o autor, funciona dentro de um loop de três estágios: a deixa ou gatilho, estímulo que sugere entrar em modo automático e indica qual hábito usar; a rotina, que pode ser física, mental ou emocional; e, no fim, a recompensa, que ajuda a entender se vale a pena memorizar este processo para o futuro. Ao longo da prática do loop, as ações vão ficando cada vez mais automatizadas. 
Esse esquema mostra como um hábito de fumar, por exemplo, é produzido. O indivíduo é estimulado por algum gatilho (tédio, desejo de distração ou socialização, ver alguém fumando, etc.) que o levará a ter uma atitude (rotina) que o recompense desse estímulo. Conforme o loop é repetido, é registrado e se torna um hábito. Os pesquisadores também descobriram que o cérebro humano associa a recompensa ainda no estágio do gatilho. "Conforme associamos as deixas às recompensas, surge em nosso cérebro um anseio inconsciente que coloca o loop do hábito em movimento", afirma no livro. 
COMO TRANSFORMAR? 
O processo não nos indica se os hábitos escolhidos automaticamente são bons ou ruins, o que nos leva a praticar ações prejudiciais mesmo sabendo de seus efeitos. Excluí-los, segundo as pesquisas, é impossível, pois os hábitos estão tão arraigados em nossa existência que, ainda que você consiga trocá-los, fica a memória do comportamento que pode ser ativada a qualquer momento. Esta ação pode ser benéfica, levando uma pessoa a não esquecer como dirigir um carro depois de um tempo de férias, como pode fazer voltar a comer por compulsão, após meses em uma rotina de alimentação saudável. Por isso, Duhigg afirma: "você não pode eliminar um velho hábito, só pode mudá-lo." 
Em vez de tentar erradicá-lo, o ideal é substituí-lo. Para isso, você deve manter os mesmos gatilho e recompensa do loop do hábito, modificando apenas a rotina, propondo uma alternativa de ação para os impulsos que fazem agir automaticamente. Em vez de comer um biscoito na pausa do trabalho, o autor sugere que você use o mesmo impulso para colocar em prática uma atividade diferente, como conversar com um colega, por exemplo, e analisar se chegou a mesma recompensa (descanso, distração, prazer). Para isso, é preciso testar várias ações até se certificar de que o novo hábito satisfaça o gatilho inicial e com a mesma recompensa. 
Na procura por uma efetiva mudança de vida através do hábito, o autor também menciona a fé como um propulsor. "Para que um hábito continue mudado, as pessoas precisam acreditar que a mudança é possível. E na maior parte das vezes, a fé só surge com a ajuda de um grupo", afirma. Por isso, grupos como Alcoólicos Anônimos tendem a ser eficazes ao incluir a fé de que é possível mudar entre seus integrantes. 
MUDANÇAS PESSOAIS 
A psicóloga Priscila Sakuma propõe organização para analisar também aqueles aspectos pessoais que precisam ser transformados. "A gente foca muito naquilo em que somos obrigados e pouco no que poderia fazer para cuidar da nossa vida", afirma. Por isso, indica colocar planos e projetos em planilhas para considerar pontos que acabam ficando em segundo plano, mas que são essenciais, como saúde física e mental. 
Outra questão é começar devagar. "A gente vive muito tempo de uma forma e é difícil fazer mudanças, a gente pode começar aos poucos, estabelecer pequenas metas, sem ser radical. Começar a ir para a academia uma vez por semana, para quem não fazia nada, já é muita coisa. Isso faz com que a gente atinja os objetivos mais rápido, sem frustrações, e com mais motivação para realizar mudanças", indica.

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