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Prescrição e Decadência: Diferenças e Impactos no Novo CPC

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Inicialmente, a prescrição é a perda de pretensão de reparação de direito violado.
Por sua vez, a decadência pode ser conceituada como a perda de um direito potestativo.
Todavia, por ambas lidarem com a questão do direito no tempo, costumam ser confundidas.
No presente artigo, discorreremos sobre as diferenças entre os dois institutos e o impacto relevante na condução dos processo com as modificações introduzidas pelo Novo CPC.
Prescrição: Conceito e Requisitos Legais
De acordo com o art. 189 do Código Civil:
“violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206“.
Por conseguinte, infere-se que a prescrição é a perda de pretensão da reparação do direito violado por inércia do titular do direito no prazo legal.
Além disso, pode-se afirmar que a prescrição mantém relação com deveres, com obrigações e com a responsabilidade decorrente da inobservância das regras ditadas pelas partes ou pela ordem jurídica.
Em contrapartida, a decadência associa-se a direitos potestativos e a ações constitutivas, sejam elas positivas ou negativas.
Portanto, a decadência guarda relação com um estado de sujeição, próprio dos direitos
potestativos.
Com o instituto da prescrição, a obrigação jurídica se transforma em obrigação natural.
Vale dizer, não é mais exigível, mas pode ser cumprida espontaneamente.
Assim, para evitar o erro, basta saber que sempre irá se referir a um direito subjetivo, como a cobrança de uma dívida.
Outrossim, a prescrição pode ser extintiva ou aquisitiva.
Primeiramente, a prescrição extintiva impõe-se uma sanção ao titular do direito, pela extinção da proteção.
Por sua vez, a prescrição aquisitiva possui força geradora, já que tem como consequência a geração de um direito para uma das partes.
E o que é pretensão?
Já a pretensão consiste no poder de exigir de outrem, de maneira coercitiva, o cumprimento de um dever jurídico.
Neste sentido, de acordo com o art. 190 do Código Civil:
“A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão”.
Por sua vez, a exceção nada mais é do que a “defesa” que deverá ter o mesmo prazo do “ataque”.
Além disso, todos os prazos prescricionais estão dispostos nos arts. 205 e 206 do Código Civil.
Portanto, se o prazo estiver em qualquer outro artigo, em regra, será um prazo decadencial, e não prescricional.
Contudo, ressalta-se que algumas pretensões são imprescritíveis, a exemplo daquelas que tratam:
· dos direitos da personalidade (direito à vida, honra, liberdade, integridade física ou moral, imagem, nome, obras literárias, artísticas ou científicas);
· do estado das pessoas (estado de filiação, qualidade de cidadania, condição conjugal);
· de exercício facultativo, onde não existe direito violado; pretensões que são referentes a bens públicos; ou
· que tratam do direito de propriedade, no caso da ação reivindicatória.
 
Ocorrência da Prescrição
Precipuamente, o art. 205, CC, estabelece o prazo geral de prescrição.
 
Vale dizer, o prazo aplicado na inexistência de prazo menor fixado em lei. Nestes casos, o dispositivo determina que o prazo será de 10 anos.
Em contrapartida, o art. 206 do Código Civil estabelece prazos prescricionais específicos, trazendo um rol de hipóteses e prescrições.
Por fim, os prazos por ele previstos são de um, dois, três, quatro e cinco anos.
 
Contagem do Prazo Prescricional
Ademais, os prazos prescricionais serão contados a partir do surgimento da pretensão conforme o Enunciado n. 14 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil, de 2002. De acordo com o enunciado:
1. O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo;
2. O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer.
Todavia, o entendimento jurisprudencial difere do entendimento sumular.
Em contrapartida, o Superior Tribunal de Justiça preza pela teoria da actio nata.
Consequentemente, defende que o prazo prescricional começa a decorrer do conhecimento da lesão ao direito subjetivo, e não da violação do direito.
Assim, esse entendimento é decorrente da interpretação e aplicação do princípio da boa-fé:
Inocorrência da Prescrição
Outrossim, não corre prescrição, de acordo com o art. 197 do Código Civil, entre:
· os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
· entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
· e entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores enquanto durar a tutela ou a curatela.
Com efeito, isso se deve por tratar, em todos os casos listados, de laços de confiança, amizade e afeição existentes entre as partes.
Ademais, a inovação do art. 197 colocou em desuso entendimentos como o da Súmula 494 do STF, por exemplo, a qual dispõe:
A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em vinte anos, contados da data do ato, revogada a Súmula 152.
Além disso, de acordo com o art. 198 do Código Civil, não correrá prescrição:
· contra o menor de 16 anos;
· contra os ausentes do País em serviço público da União, Estado ou dos Municípios;
· ou de agente que esteja a serviço das Forças Armadas, em tempo de guerra.
Ademais, não prescreverá o negócio jurídico nulo, de acordo com o art. 169, do Código Civil:
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
Prescrição Intercorrente
Por fim, mencionaremos a prescrição intercorrente como importante instituto no Direito.
Por sua vez, ocorre quando há a suspensão do processo de execução nos casos em que o executado não possua bens penhoráveis, conforme o art. 921, III, do Novo CPC.
Assim, nessa hipótese, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de um ano, suspendendo também a pretensão, conforme inteligência do §1º do mesmo artigo.
Portanto, se esse prazo de um ano transcorrer e não houver manifestação do exequente, se iniciará o prazo da prescrição intercorrente.
https://noticiasconcursos.com.br/mundo-juridico/novo-cpc/prescricao-e-decadencia-o-que-sao-conceitos-e-diferencas/
Acesso em 18/11/2020 às 14:50 horas
Prescrição e decadência são institutos de direito material, positivados entre os artigos 189 a 211 do Código Civil de 2002. Prescrição é a extinção da pretensão à prestação devida em função de um descumprimento. Decadência é a perda efetiva de um direito que não foi não requerido no prazo legal.
Diferentemente da classificação estabelecida no Código Civil de 1916, que disciplinou toda a matéria como sendo somente prescrição (arts. 161 a 179), o atual Código Civil (2002), trouxe expressamente a previsão da decadência, delimitando a diferença entre estes institutos, conforme veremos mais a frente.
No Código Civil de 2002, os temas são tratados principalmente nos artigos 189 a 206 (prescrição) até os artigos 207 a 211 (decadência). São estabelecidos conceitos, causas que impedem, suspendem ou interrompem a aplicação dos institutos, e ainda alguns exemplos de prazo máximo antes da perda da pretensão do titular do direito.
Como nos ensina o professor Anderson Schreiber, a prescrição e decadência tem o intuito de “impedir a eternização de conflitos na vida social, extinguindo posições jurídicas que seus respectivos titulares não façam valer após certo lapso temporal” (SCHREIBER, 2018, p. 285).
O que você precisa saber sobre prescrição e decadência
Muito embora pareçam sinônimos, pois ao final resultam na extinção da pretensão ou direito, prescrição e decadência são ordenamentos jurídicos diferentes entre si. Têm características e classificações próprias, não podendo um substituir o outro, ainda que pareçam similares.
O objetivo deste texto é justamente destacar os conceitos, diferenças e aspectos processuais da prescrição e decadência. Para facilitar a leitura, você pode navegar pelo menu clicável abaixo:
1. Diferença entre prescrição e decadência
2. O que é a prescrição e onde se aplica
3. O que é decadência e onde se aplica
Qual a diferença entre prescrição e decadência?Atualmente há uma concordância majoritária quanto à classificação do que seria prescrição e decadência. Desta forma, uma conceituação muito didática pode ser vista no Manual de Direito Civil dos professores Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, que assim nos ensinam:
A prescrição é a extinção da pretensão à prestação devida – direito esse que continua existindo na relação jurídica de direito material – em função de um descumprimento (que gerou a ação). A decadência se refere à perda efetiva de um direito pelo seu não exercício no prazo estipulado“
(GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo, 2019, p. 224)
Vale lembrar que, diferentemente da classificação mais antiga, onde se entendia que a prescrição atacava o direito de ação, as doutrinas mais modernas argumentam que na verdade a prescrição ataca a pretensão do direito.
Em linhas gerais, significa dizer que no campo do direito material fica obstado o poder de exigir de outrem o cumprimento de um dever jurídico. Por sua vez, a decadência sim é a positiva perda do direito quando não requerido no prazo legal, normalmente, vinculados a direitos potestativos do titular.
Outra diferença entre estas áreas de estudo, por exemplo, diz respeito à renúncia: enquanto a prescrição aceita, a decadência, em regra, não.
Há diferenças, também, nas causas que impedem, suspendem ou interrompem sua aplicação. Enquanto na prescrição é possível, na decadência não é, exceto aos incapazes, conforme veremos posteriormente.
Pode parecer complicado entender estas distinções, mas conforme abordo casos práticos mais à frente, acredito que seja mais fácil a você leitor visualizar essas diferenças. 😉
O que é prescrição?
Diz o artigo 189 do Código Civil de 2002 que:
Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206”
Os professores Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2019, p. 220) nos ensinam que o instituto da prescrição tem “por objeto direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis”, razão pela qual não afetam, por exemplo, direito personalíssimos, direito de estado ou direito de família, dada a sua irrenunciabilidade e/ou indisponibilidade de negociação.
Como resultado desta situação, é possível concluir que a prescrição é aplicada nas relações jurídicas de cunho condenatório. Ou seja, cuja pretensão do titular em ver outro obrigado a cumprir determinada prestação seja formalizada fora do lapso temporal concedido.
E em que casos a prescrição não ocorre?
A partir do artigo 197 até o artigo 201 do Código Civil verificamos causas que impendem ou suspendem a prescrição. Em continuação, os artigos 202 a 204 descrevem as causas em que a prescrição se interrompe (não cabe aqui transcrever a literalidade dos artigos no texto, mas aconselho a você, leitor ;)).
Pois bem, o resultado final das causas de impedimento, suspensão ou interrupção é o mesmo, ou seja, a paralisação do prazo prescricional, entretanto, há algumas diferenças que vale destacar.
A primeira situação a ser observada diz respeito ao termo inicial da contagem do prazo prescricional, pois:
No impedimento, o prazo nem chegou correr, enquanto na suspensão, o prazo, já fluindo, ‘congela-se’, enquanto pendente a causa suspensiva”
(GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo, 2019, p. 227)
Por sua vez, a diferença nas causas de interrupção e de suspensão, ocorre porque o prazo nesta última está parado, e, findada a hipótese suspensiva volta a contagem, enquanto na primeira situação, após o término da situação interruptiva, o prazo é reiniciado, ou zerado, recomeçando sua contagem.
Vale por fim lembrar que, a teor do artigo 202 do Código Civil, a interrupção da prescrição poderá ocorrer somente uma vez, nas hipóteses previstas entre os incisos I a VI.
Qual o início e término dos prazos da prescrição?
O artigo 189 do Código Civil já nos ensina que a data de início do prazo da prescrição e decadência é quando “violado o direito”. Entretanto, a interpretação deste artigo também suporta que o prazo (prescricional ou decadencial) somente terá início quando o titular da pretensão tomar efetivo conhecimento de que seu direito foi violado.
Com isso, excetuado os casos de impedimento, suspensão ou interrupção da prescrição ou decadência, os prazos finais se extinguem na forma indicada entre os artigos 205 a 206 do Código Civil. Portanto, quando a lei não fixar prazo menor, o prazo máximo prescricional será de 10 (dez) anos (art. 205).
A partir daí, outras hipóteses devem se enquadrar no artigo seguinte, cuja previsão do prazo prescricional é de 01 (um) ano (art. 206, § 1º), 02 (dois) anos (art. 206, § 2º), 03 (três) anos (art. 206, § 3º), 04 (quatro) anos (art. 206, § 4º), e, em até 05 (cinco) anos (art. 206, § 5º).
Uma curiosidade recente, que vale lembrar, foi que o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o EResp nº 1.281.594 entendeu que para os casos de reparação civil contratual, o prazo prescricional é de 10 (dez) anos.
Por fim, como última novidade, e cuja previsão é no novo Código de Processo Civil, diz respeito à prescrição intercorrente. Nada mais é do que a mesma forma de prescrição acima vista, mas em outro momento processual, pois sua contagem inicia com a inércia do Exequente nas ações de cunho executório.
O que é decadência?
Partindo então ao segundo tema proposto, tratamos agora sobre a decadência. Como já visto, diferentemente da prescrição, cujo transcurso do lapso temporal extinguirá a pretensão do titular que teve seu direito violado, na decadência, se ultrapassado o prazo legalmente previsto, ocorrerá a própria extinção do direito.
Na lição do professor Anderson Schreiber, vemos que:
(…) o critério mais aceito pela doutrina atual é que, valendo-se de aspectos que já eram suscitados nas construções anteriores, procura extremar a prescrição e decadência a partir da natureza das situações jurídicas subjetivas que a originaram. (…) Há direitos, contudo, que são desprovidos de pretensão, direitos em que a exigibilidade não chega a surgir. São os direitos potestativos, que exprimem o poder do seu titular de interferir na esfera jurídica alheia por declaração unilateral de vontade. Os direitos potestativos não podem, por isso mesmo, ser violados, porque não dependem para a realização senão da vontade dos seus titulares, e, não podendo ser violados, não dão ensejo ao nascimento de pretensão.”
(SCHREIBER, Anderson, 2018, p. 301).
Além disso, a decadência pode ser subdividida em duas modalidades, quais sejam:
· Legal: que advém de expressa previsão em lei, e;
· Convencional: que possui caráter de ordem privada, acordado entre as partes em negócios jurídicos.
O que se verifica então é que na decadência, por se tratar de direitos potestativos, ou personalíssimos, não há necessariamente um direito violado do titular da ação, não há se falar em uma pretensão. Se trata unicamente do decurso do prazo pelo sujeito em determinado tempo que dá ensejo à extinção do direito.
Em que casos ocorre a decadência?
Diferentemente dos prazos prescricionais, que estão previstos nos artigos 205 e 206 do Código Civil, os prazos decadenciais estão espalhados pela legislação em diversos dispositivos.
Como, neste momento, é inviável a citação de todos os prazos decadenciais, podemos citar, como exemplo no Código Civil:
· Artigo 45, parágrafo único;
· Artigo 48, parágrafo único;
· Artigo 119, parágrafo único;
· Artigos 178, 445 e 505.
Eles tratam respectivamente sobre ações envolvendo constituição e administração da pessoa jurídica (arts. 45 e 48) e defeitos do negócio jurídico (arts. 119, 178, 445 e 505).
Em outras legislações também são previstos prazos decadenciais. Confira os exemplos abaixo:
· Prazo decadencial de 02 (dois) a 05 (cinco) anos para ajuizamento da ação rescisória, previsto no artigo 975 Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).
· Prazo decadencial de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias para reclamações envolvendo relação de consumo, conforme artigo 26 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990).
· Prazo decadencialde 120 (cento e vinte dias) para impetração do Mandado de Segurança, conforme artigo 23 da Lei nº 12.016/2009.
Em todos estes prazos legais, exauridos o lapso temporal sem que o agente tenha tomado as devidas providências decai o seu direito, e, por consequência, se extingue a ação.
Em que casos não ocorre a decadência?
Como regra geral, os prazos decadências não se suspendem ou se interrompem, de modo que quando iniciados, não há primordialmente como obstar seu prosseguimento, conforme artigo 207 do Código Civil.
Entretanto, como toda para toda regra, existem suas exceções. Isso porque o artigo 208 dispõe que, ao instituto da decadência, aplicam-se igualmente as previsões dos artigos 195 e 198, inciso I do Código Civil. Ou seja, o prazo decadencial não será iniciado para os incapazes.
Art. 208 do CC
Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.”
Art. 195 do CC
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.”
Art. 198 do CC
Também não corre a prescrição:
Inciso I – contra os incapazes de que trata o art. 3º.”
Cessada a incapacidade, inicia-se então o prazo decadencial para o direito preterido.
Outra exceção à regra é a convenção de prazo entre as partes por negócio jurídico processual. Como vimos, a decadência pode ser legal ou convencional. Nesta segunda hipótese, se as partes assim desejarem, podem alterar a incidência dos prazos, início ou fim destes.
Qual o início do prazo de decadência?
Por fim, quanto ao prazo de início, novamente precisamos analisar no caso concreto sob qual natureza jurídica do direito estamos tratando.
Em se tratando de direitos potestativos, havendo prazo fixado em lei, é o conhecimento do fato que dá ensejo à contagem do prazo de decadência.
Por exemplo, no caso dos 120 (cento e vinte dias) para impetração do Mandado de Segurança é a ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Ou, no caso de ajuizamento da ação rescisória, o prazo decadencial se inicial a partir do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
Por outro lado, em se tratando de ações de cunho personalíssimo ou de família, como por exemplo, uma ação de divórcio ou uma revogação de procuração, não há prazo decadencial, ao que chamamos de demandas imprescritíveis.
https://www.aurum.com.br/blog/prescricao-e-decadencia/
Acesso em 18/11/2020 às 15:05 horas
Qual a diferença entre prescrição e decadência?
Prescrição e decadência dizem respeito à perda de um direito, por motivos do não exercício pelo titular. As regras gerais estão previstas no Código Civil, mas são institutos aplicáveis a todas as áreas do direito.
A diferença está no estágio em que o sujeito se encontra na busca de seu direito.
Na prescrição, o sujeito perde o direito à determinada ação. Ou seja, seu direito de exigir algo por meios legais deixam de existir. Já na decadência, a pessoa perde o próprio direito material, por não ter formalizado o pedido de seu direito dentro de um prazo definido.
	
	Prescrição
	Decadência
	O que é
	A prescrição extingue o direito à pretensão. Ou seja, o poder de exigir algo de alguém por meio de um processo jurídico, caso esse direito não tenha sido utilizado em determinado espaço de tempo.
O direito material ainda existe, porém ele não pode ser alcançado por vias jurídicas.
A prescrição pode ser alegada a qualquer momento pelas partes.
	Na decadência, também chamada de caducidade, o que se perde é o próprio direito material, por falta do uso desse direito.
Nele, existe um direito, e seu pedido deve ser formalizado na justiça dentro de determinado prazo. Caso a formalização não seja feita, o direito deixa de existir.
Na decadência, a ação deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.
	Lei
	Artigos 205 e 206 do Código Civil.
	Está espalhado por todo o Diploma Civil.
	Renúncia
	Admite renúncia.
	Não admite a renúncia da decadência legal (estabelecida na lei), mas admite a decadência convencional (convencionada entre as partes).
	Instituto de interesse
	Privado.
	Público.
	Interrupção
	Pode ser interrompida, nos casos descritos no art. 202 do Código Civil. A interrupção só pode ocorrer uma vez.
	Não pode ser suspenso ou interrompido.
	Exceções
	A prescrição não ocorre para todos. Segundo o artigo 197, não ocorre a prescrição entre cônjuges, entre ascendentes e descendentes, e entre tutelados e seus tutores.
	Não há exceções para casos de decadência, ela ocorre para todos.
	Inicio do prazo
	O prazo prescricional se inicia após a violação do direito, e geralmente é de 10 anos. Porém, a lei aponta prazos diferentes para casos específicos.
	Na decadência, o prazo de perecimento se inicia junto com o próprio direito.
	Exemplo
	Uma empresa mandou seu funcionário embora, sem pagar pelos seus direitos.
O funcionário então decide não colocar a empresa na justiça. Porém, 10 anos depois, ele resolve entrar com ação pedindo o que lhe é devido.
Nesse caso, o juiz irá negar o pedido, pois o prazo para entrar com ação já havia prescrito.
Porém, se a empresa resolver pagar a dívida, e depois se arrepender, não poderá exigir o dinheiro de volta, visto que o direito material do funcionário ainda era válido.
	Maria comprou um celular na loja de Pedro. Ao chegar em casa, percebeu que o produto estava com problema. Porém, não conseguiu ir reclamar no mesmo dia, e logo saiu de viagem, voltando apenas 30 dias depois.
Quando chegou de volta, Maria foi até a loja para reclamar sobre o celular. No entanto, Pedro já não podia fazer nada, pois o prazo já havia decaído.
O que é prescrição?
A prescrição acontece quando alguém perde o direito de exigir de outrem o cumprimento de alguma ação, por não tê-lo feito dentro de determinado período de tempo.
Os prazos prescricionais estão determinados nos artigos 205 e 206 do Código Civil, e não podem ser modificados. Porém, podem sofrer suspensão, interrupção ou impedimento uma única vez.
Em caso de impedimento, não chega a se iniciar o prazo prescricional. Na suspensão, o prazo de prescrição que estava em curso sofre uma parada, e continua do mesmo ponto assim que o problema for solucionado.
Já na interrupção, o prazo de prescrição que estava em curso deve ser reiniciado, desconsiderando o período anterior.
O que é decadência?
Assim como a prescrição, a decadência também está diretamente ligada ao decurso do tempo. Porém, o que o sujeito perde é o direito material, caso não o utilize dentro de determinado prazo.
Ou seja: a pessoa tem o direito, mas como não entrou com pedido formal para sua realização dentro de determinado período de tempo, o direito caduca.
Os prazos de decadência podem ter origem na lei ou em acordos entre as partes envolvidas. Esses prazos estão dispostos em diversas partes do Código Civil, e se encontram principalmente na Parte Especial do Diploma Civil.
Diferentemente da prescrição, o prazo decadencial não pode ser impedido, suspendido ou interrompido.
https://www.diferenca.com/prescricao-e-decadencia/
Acesso em 18/11/2020 às 15:10 horas
I – Considerações Iniciais
A prescrição e a decadência são institutos muito parecidos. Ambos de direito substantivo/material possuem em comum, essencialmente, a perda de um direito ante a inércia de seu titular em exercê-lo dentro dos prazos legais. Constituem, ademais, instrumentos a garantirem segurança jurídica, haja vista que a pretensão do titular do direito não pode se perpetuar no tempo. No entanto, inobstante as semelhanças, existem pontuais diferenças entre os institutos, as quais, de maneira simplificada, serão destacadas a seguir.
II – Principais Diferenças
Com efeito, na decadência há o perecimento do próprio direito material, a exemplo do art. 178 do Código Civil, que diz que é de 4 anos o prazo para pleitear anulação do negócio jurídico. Assim, caso o titular não o faça dentro do prazo legal de 4 anos, perderá seu direito material de anular o negócio jurídico.
Na prescrição, por sua vez, o que se perde é o direito de ação, de modo de o direito material subsiste,contudo, não pode mais ser alcançado pelas vias judiciais, em razão da extinção do direito de pretender em juízo. A título de exemplo, cita-se o caso em que A deve a B, mas a pretensão de cobrar essa dívida na Justiça está prescrita. Assim, B não poderá ingressar com ação para receber seu crédito, todavia, seu direito material ainda está vivo, nada impedindo, destarte, que A, espontaneamente, resolva satisfazer seu débito, caso em que, se arrepender-se, não poderá exigir de volta o valor pago, visto que o direito de B ainda existia.
Insta salientar, ademais, que a prescrição é um instituto de interesse privado, enquanto a prescrição consiste em instituto de interesse público.
Igualmente, a prescrição admite renúncia, ao passo que a decadência não admite.
Além disso, os prazos prescricionais estão previstos, exclusivamente, nos arts 205 e 206 do Código Civil, à medida que os prazos decadenciais estão espalhados por todo Diploma Civil.
Outrossim, não existem causas de suspensão ou interrupção da decadência, diferentemente da prescrição, que pode ser interrompida, uma única vez, nas hipóteses do art. 202 do Código Civil.
Do mesmo modo, a prescrição não corre para os sujeitos listados nos arts 197 e 198, do CC, enquanto a decadência é oponível contra todos, sem exceção.
Vale aduzir, ainda, que na decadência, o prazo de perecimento nasce junto com o próprio direito. Ex: "O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos" (art. 505, CC). Nota-se, assim, que junto com o direito (recobrar coisa móvel) nasce o prazo decadencial (três anos). De outro lado, na prescrição o prazo de perecimento inicia-se após a violação do direito. Ex: após A ter seu carro avariado em acidente de trânsito, este terá o prazo de três anos para ingressar com a ação indenizatória, a teor do art. 206, § 3º, inciso V do Código Civil.
III – Considerações finais
Os institutos ora estudados, apesar das semelhanças, possuem inúmeras diferenças, as quais foram expostas nos tópicos anteriores. Em qualquer caso (prescrição e decadência), observa-se que o efeito é o mesmo, qual seja, a perda de um direito em razão do não exercício pelo seu titular dentro dos prazos legais. Porém, conforme Washington de Barros Monteiro, “A prescrição atinge diretamente a ação e por via oblíqua faz desaparecer o direito por ela tutelado; a decadência, ao inverso, atinge diretamente o direito e por via oblíqua, ou reflexa, extingue a ação”.
https://zabotto.jusbrasil.com.br/artigos/413853754/diferencas-basicas-entre-prescricao-e-decadencia-no-direito-civil
Acesso em 18/11/2020 às 15:15 horas

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