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Auditoria Ambiental: Conceitos e Princípios

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AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 1 
 
 
Auditoria Ambiental 
Interna e Externa 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 2 
Auditoria Ambiental Interna E Externa 
 
Auditoria: Conceitos Fundamentais 
Auditoria: processo sistemático, documentado e independente para obter 
evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente, a fim de determinar a 
extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos. 
Auditorias internas, algumas vezes chamadas de auditorias de primeira parte, são 
conduzidas pela própria organização, ou em seu nome, para análise crítica pela 
direção e outros propósitos internos, podendo formar a base para uma 
autodeclaração de conformidade da organização. Em muitos casos, 
particularmente em pequenas organizações, a independência pode ser 
demonstrada pela liberdade de responsabilidades pela atividade sendo auditada. 
Auditorias externas incluem aquelas geralmente chamadas de auditoria de 
segunda e terceira partes. As de segunda parte são realizadas por partes que 
têm interesse na organização, tais como clientes, ou por outras pessoas em seu 
nome. Auditorias de terceira parte são realizadas por organizações externas de 
auditoria independente, tais como organizações que proveem certificados ou 
registros de conformidade com os requisitos da NBR ISO 9001 ou NBR ISO 14001. 
Quando sistemas de gestão da qualidade e ambiental são auditados juntos, 
ocorre a chamada auditoria combinada. Quando duas ou mais organizações de 
auditoria cooperam para auditar um único auditado, ocorre a auditoria conjunta. 
Critério de auditoria: conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos. 
Critérios de auditoria são usados como uma referência contra a qual a evidência 
de auditoria é comparada. 
Evidências de auditoria: registros, apresentação de fatos ou outras 
informações, pertinentes aos critérios de auditoria e verificáveis. As evidências 
de auditorias podem ser qualitativa ou quantitativa. 
 
 
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Constatação de auditoria: resultados da avaliação da evidência de auditoria 
coletada, comparada com os critérios de auditoria. Constatações de auditoria 
podem indicar tanto conformidade quanto não conformidade com o critério de 
auditoria ou oportunidades para melhoria. 
Conclusão de auditoria: resultado de uma auditoria, apresentado pela equipe 
de auditoria após levar em consideração os objetivos e todas as constatações de 
auditoria. 
Cliente da auditoria: organização ou pessoa que solicitou uma auditoria. Esse 
cliente pode ser o auditado ou qualquer outra organização que tem o direito 
regulamentar ou contratual para solicitar uma auditoria. 
Auditado: organização que está sendo auditada. 
Auditor: pessoa com a competência para realizar uma auditoria. 
Equipe de auditoria: um ou mais auditores que realizam uma auditoria, 
apoiados, se necessário, por especialistas. Um auditor na equipe de auditoria é 
indicado como o líder da equipe de auditoria. A equipe de auditoria pode incluir 
auditores em treinamento. 
Especialista: pessoa que fornece para a equipe de Auditoria conhecimento ou 
experiência específicos – ou seja, aquilo que diz respeito à organização, ao 
processo ou à atividade a ser auditada, ao idioma ou à cultura. Um especialista 
não atua como um auditor na equipe de auditoria. 
Programa de auditoria: conjunto de uma ou mais auditorias, planejado para 
um período específico e direcionado a um propósito determinado. Um programa 
de auditoria inclui todas as atividades necessárias para planejar, organizar e 
realizar as auditorias. 
Plano de auditoria: descrição das atividades e arranjos para uma auditoria. 
 
 
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Escopo de auditoria: abrangência e limites de uma auditoria. O escopo de 
auditoria geralmente inclui uma descrição das localizações físicas, unidades 
organizacionais, atividades e processos, bem como o período coberto. 
Competência: atributos pessoais e capacidade demonstrados para aplicação de 
conhecimentos e habilidades. 
Princípios Gerais da Auditoria 
A auditoria é caracterizada pela confiança em alguns princípios, que fazem da 
auditoria uma ferramenta eficaz e confiável em apoio a políticas de gestão e 
controles, fornecendo informações sobre as quais uma organização pode agir 
para melhorar seu desempenho. A aderência a esses princípios é um pré-requisito 
para se fornecerem conclusões de auditoria relevantes e suficientes, e para 
possibilitar que auditores que trabalhem independentemente entre si cheguem a 
conclusões semelhantes em circunstâncias semelhantes. 
Os princípios seguintes estão relacionados a auditores. 
a) Conduta ética: o fundamento do profissionalismo. 
Confiança, integridade, confidencialidade e discrição são essenciais para auditar. 
b) Apresentação justa: a obrigação de reportar com veracidade e exatidão. 
Constatações de auditoria, conclusões de auditoria e relatórios de auditoria 
refletem verdadeiramente e com precisão as atividades da auditoria. São 
relatados obstáculos significantes encontrados durante a auditoria e opiniões 
divergentes não resolvidas entre a equipe de auditoria e o auditado. 
c) Devido cuidado profissional: a aplicação de diligência e julgamento na 
auditoria. 
 
 
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Auditores praticam o cuidado necessário considerando a importância da tarefa 
que executam e a confiança depositada neles pelos clientes de auditoria e outras 
partes interessadas. Ter a competência necessária é um fator importante. 
d) Independência: a base para a imparcialidade da auditoria e objetividade das 
conclusões de auditoria. Auditores são independentes da atividade a ser auditada 
e livres de tendência e conflito de interesse. Auditores mantêm um estado de 
mente aberta ao longo do processo de auditoria para assegurar que as 
constatações e conclusões de auditoria serão baseadas somente nas evidências 
de auditoria. 
e) Abordagem baseada em evidência: o método racional para alcançar 
conclusões de auditoria confiáveis e reproduzíveis em um processo sistemático 
de auditoria. 
Evidência de auditoria é verificável. É baseada em amostras das informações 
disponíveis, uma vez que uma auditoria é realizada durante um período finito e 
com recursos finitos. O uso apropriado de amostragem está intimamente 
relacionado com a confiança que pode ser depositada nas conclusões de 
auditoria. 
Tipos de Auditoria 
Auditoria de Avaliação de Desempenho: tem como objetivo avaliar a 
organização com base em indicadores que refletem seu desempenho ambiental, 
como o consumo de água e de energia, a emissão de efluentes, a geração de 
resíduos etc. 
Auditoria de Descomissionamento: realizada em empresas que estão 
fechando ou se mudando para outro local. Seu objetivo é verificar se há/haverá 
algum risco para a população ou para o meio ambiente durante ou após o 
fechamento da empresa/indústria. 
 
 
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Auditoria de Responsabilidade (Due Diligence, de Aquisição ou 
Alienação): tem como principal objetivo investigar a existência de passivos 
ambientais da organização que podem interferir em um processo de compra e 
venda. Essas auditorias também podem ser requeridas por investidores que 
desejem verificar os riscos relacionados a determinada empresa. 
Auditoria de Cadeia Produtiva (Cadeia de Custódia): realizada em toda a 
cadeia produtiva de determinado produto, incluindo os serviços relacionados. 
Auditoria Pós-acidente: de caráter investigativo, inicia-se após a ocorrência 
de um acidente ambiental com o intuito de verificar suas causas, seus 
responsáveis e a possibilidade de recorrência, a fim de que sejam tomadas ações 
corretivas para prevenir novos acidentes. 
Auditoria de Sistema de Gestão: realizada para adequar, certificar ou verificar 
o atendimento da empresa aos requisitos de determinado sistema de gestão 
ambiental. O mais difundido é o danorma NBR ISO 14001. De acordo com essa 
norma, as auditorias podem ainda receber a seguinte classificação: 
 Auditoria Interna: realizada periodicamente pelos funcionários da própria 
empresa ou contratados por ela, geralmente, como preparação para auditorias 
de terceira ou segunda parte ou para verificação da conformidade do sistema de 
gestão. 
 Auditoria de Segunda Parte (Externa): realizada por terceiros que 
tenham interesse em seu resultado (p. ex., fornecedores, clientes e outras partes 
interessadas), porém sem o objetivo de certificação. Geralmente é utilizada para 
a verificação de empresas durante um processo de contratação e, por isso, pode 
basear-se em critérios definidos pelo realizador da auditoria. Exemplo: um 
comprador de couro para fabricação de sapatos pode querer verificar a 
adequação ambiental de seu fornecedor de couros e, para isso, realizar uma 
auditoria. Ele pode utilizar uma norma de referência que seja utilizada pelas duas 
empresas, como a ISO14001, ou critérios próprios. 
 
 
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 Auditoria de Terceira Parte (Externa): de certificação, recertificação ou 
manutenção do certificado. Realizada sempre por terceiros independentes que 
não tenham interesses no resultado da auditoria, geralmente um órgão 
certificador. 
 Auditoria de Conformidade Legal (Compulsória): tem o objetivo de 
avaliar a adequação da empresa às normas legais (legislação) aplicáveis ao seu 
processo. Pode ser utilizada pelas empresas como preparação para o 
requerimento de licenças ambientais e como meio de prevenir eventuais multas 
ou penalidades pelo não atendimento à legislação. De certa modo, todas as 
auditorias ambientais englobam a avaliação da conformidade legal, uma vez que 
esse é um requisito fundamental da organização. 
Auditoria Ambiental de Conformidade Legal 
Considerando os estudos de Junior e Costa (2008), a primeira citação de uma 
auditoria, em algum tipo de requisito ambiental, de que se tem registro na 
legislação brasileira foi em uma resolução do Conselho Estadual de Proteção 
Ambiental (Cepram), de nº 270, emitida em 24/04/1990. Na ocasião, ocorreu a 
emissão da Licença de Operação da Klabin Fabricadora de Papel e Celulose S.A., 
no Município de Camaçari (BA), a qual, em seu artigo 1º, item I, estabelece a 
realização de auditoria para verificação do cumprimento das condicionantes da 
licença. 
Em 1990, a Lei nº 118 do Distrito Federal, de 02/08/1990, dispõe sobre a 
realização de Auditoria Ambiental no Distrito Federal, onde ficou estabelecida a 
possibilidade de auditoria ambiental, embora o foco não tenha sido nas atividades 
potencialmente poluidoras de uma empresa, e sim na identificação de espaços e 
ecossistemas desgastados na área geográfica do Distrito Federal. 
Somente em 1991, no estado do Rio de Janeiro, por meio da Lei nº 1898/91, é 
estabelecida uma sistemática de auditorias ambientais periódicas, de modo a 
avaliar as fontes de poluição das empresas, seus níveis de prevenção e a sua 
conformidade legal com a legislação ambiental. 
 
 
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A partir do momento em que se começou a identificar o elevado grau de 
potencialidade que a indústria de petróleo tinha para impactos ambientais 
indesejáveis, foi estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama) a Resolução n° 23/94, específica para o processo de licenciamento das 
atividades de produção de petróleo. Por meio dela, foram instituídos 
procedimentos específicos para licenciamentos das atividades relacionadas à 
exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural. 
Devido ao acidente ocorrido em janeiro de 2000 na Baía de Guanabara (RJ), foi 
estabelecida pelo Conama a Resolução n° 265, de 27/01/2000, que obrigava a 
realização de auditoria ambiental independente em todas as unidades da 
Petrobras; essa prática, no entanto, foi ampliada para uma periodicidade bienal, 
após aprovação da Lei n° 9.966, de 28/04/2000. 
A prática de auditorias ambientais compulsórias já era adotada no Estado do Rio 
de Janeiro, pela Lei nº 1898/91, que estabelecia a necessidade de auditorias 
ambientais independentes, e pela atuação da Fundação Estadual de Engenharia 
do Meio Ambiente (Feema), com a emissão de diretrizes específicas em 
novembro de 1995 (DZ-56), para a realização dessas auditorias ambientais. 
Em 2002, o Conama estabeleceu a Resolução n° 306, de 05/07/2002, definindo 
as exigências para a realização das auditorias ambientais independentes – entre 
elas, detalhes referentes ao plano de auditoria, à preparação e realização da 
auditoria, bem como ao conteúdo do relatório, incluindo o requisito do respectivo 
plano de ação. 
Em 2003, passa a vigorar a Portaria n° 319, de 15/08/2003, do Ministério do 
Meio Ambiente, que estabeleceu os requisitos mínimos para a qualificação dos 
auditores ambientais. Mais recentemente, saiu a nova resolução Conama nº 381, 
de dezembro de 2006, traz um maior detalhamento para o anexo II da Conama 
nº 306/02, ampliando os critérios de auditoria e detalhando a confecção do 
respectivo plano de auditoria. 
 
 
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A partir desses regulamentos, a legislação brasileira vem adotando a auditoria 
ambiental como instrumento da política nacional do meio ambiente. Assim, o 
caráter obrigatório caracteriza o instrumento na forma como este está sendo 
adotado no Brasil, apesar de não ser essa a posição na maioria dos países que 
adotam esse instrumento. 
A Resolução Conama nº 306/02 
O principal argumento do governo brasileiro para instituir a Resolução nº 306/02 
foi o potencial impacto da indústria do petróleo, gás natural e derivados, bem 
como a necessidade dessa indústria em aprimorar sua cultura de controle e 
conhecimento dos aspectos ambientais de suas atividades, dispondo de sistemas 
de gestão e controle ambiental. 
Entre os argumentos secundários estão o reconhecimento de que a auditoria 
ambiental é um instrumento que permite avaliar o grau de implementação e a 
eficiência dos planos e programas no controle da poluição ambiental e que seus 
resultados devem ser motivadores de melhoria contínua do sistema de gestão. 
Assim, a Resolução Conama nº 306/02 estabelece os requisitos mínimos e o 
termo de referência para a realização de auditorias ambientais, objetivando 
avaliar os sistemas de gestão e controle ambiental nos portos organizados e 
instalações portuárias, plataformas e suas instalações de apoio e refinarias, tendo 
em vista o cumprimento da legislação vigente e do licenciamento ambiental. 
A Resolução descreve algumas definições que compõem o seu Anexo I, 
determinando que as auditorias ambientais devem ser independentes e 
realizadas de acordo com escopo, com as metodologias e os procedimentos 
sistemáticos e documentados, constantes do Anexo II. 
O Artigo 4º, atualizado em 2006 pela Resolução Conama nº 381, enfatiza que as 
auditorias ambientais devem envolver análise das evidências objetivas que 
permitam determinar se a instalação do empreendedor auditado atende aos 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 10 
critérios estabelecidos nessa Resolução, na legislação ambiental vigente e no 
licenciamento ambiental. 
A Resolução resolve, ainda, que o relatório de auditoria ambiental é de 
responsabilidade técnica da equipe de auditoria, que cabe aos empreendedores 
auditados o plano de ação, o qual deverá contemplar as ações corretivas para as 
não conformidades apontadas pelo relatório de auditoria; além disso, resolve que 
o relatório de auditoria ambiental e o plano de ação deverão ser apresentados, a 
cada dois anos, ao órgão ambiental competente, para incorporação ao processo 
de licenciamento ambiental da instalação auditada, destacando em parágrafo 
único que o órgão ambiental competente poderá fixar diretrizes adicionais que, 
pelas peculiaridades da atividade e características ambientaisda área, forem 
julgadas necessárias. 
Conteúdo Mínimo das Auditorias Ambientais de Conformidade Legal 
O Anexo II da Resolução nº 306/02 foi atualizado pela Resolução nº 381/06 e, 
atualmente, aborda os seguintes aspectos: 
Critérios e Abrangência de Auditoria 
As auditorias ambientais têm o objetivo de verificar o cumprimento da legislação 
ambiental aplicável e avaliar o desempenho da gestão ambiental das atividades 
de portos organizados e instalações portuárias, plataformas e suas instalações 
de apoio e refinarias. Assim, são observados os seguintes critérios: 
 
a) Quanto ao cumprimento da legislação ambiental aplicável, a auditoria 
estará relacionada, entre outras, à: 
 Identificação da legislação ambiental federal, estadual e municipal, bem 
como às normas ambientais vigentes aplicáveis à instalação da 
organização auditada; 
 Verificação da conformidade da instalação da organização auditada com 
as leis e normas ambientais vigentes; 
 
 
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 Identificação da existência e validade das licenças ambientais; 
 Checagem do cumprimento das condições estabelecidas nas licenças 
ambientais; 
 Identificação da existência dos acordos e compromissos, tais como termos 
de compromisso ambiental e/ou termos de ajustamento de conduta 
ambiental e eventuais planos de ação definidos nessa Resolução; 
 Verificação do cumprimento das obrigações assumidas no que se refere 
ao inciso V. 
 Quanto à avaliação do desempenho da gestão ambiental, a auditoria 
estará relacionada, entre outras, à: 
 Verificação da existência de uma política ambiental documentada, 
implementada, mantida e difundida a todas as pessoas que estejam 
trabalhando na instalação auditada, incluindo funcionários de empresas 
terceirizadas; 
 Constatação da adequabilidade da política ambiental com relação à 
natureza, à escala e aos impactos ambientais da instalação auditada, e 
quanto ao comprometimento dela com a prevenção da poluição, a 
melhoria contínua e o atendimento da legislação ambiental aplicável; 
 Checagem da existência e implementação de procedimento que propiciem 
a identificação e o acesso à legislação ambiental e outros requisitos 
aplicáveis; 
 Identificação e atendimento dos objetivos e metas ambientais das 
instalações e a verificação se eles levam em conta a legislação ambiental 
e o princípio da prevenção da poluição, quando aplicável; 
 Verificação da existência e implementação de procedimentos para 
identificar os aspectos ambientais significativos das atividades, produtos e 
serviços, bem como a adequação deles; 
 Constatação da existência e implementação de procedimentos e registros 
da operação e manutenção de atividades/equipamentos relacionados com 
os aspectos ambientais significativos; 
 
 
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 Identificação e implementação de planos de inspeções técnicas para 
avaliação das condições de operação e manutenção das instalações e 
equipamentos relacionados com os aspectos ambientais significativos; 
 Identificação e implementação dos procedimentos para a comunicação 
interna e externa com as partes interessadas; 
 Análise dos registros de monitoramento e medições das fontes de 
emissões para o meio ambiente ou para os sistemas de coleta e 
tratamento de efluentes sólidos, líquidos e gasosos; 
 Existência de análises de risco atualizadas da instalação; 
 Existência de planos de gerenciamento de riscos; 
 Existência de plano de emergência individual e registro dos treinamentos, 
bem como simulações por ele previstos; 
 Verificação dos registros de ocorrência de acidentes; 
 Checagem da existência e implementação de mecanismos e registros para 
a análise crítica periódica do desempenho ambiental e sistema de 
auditorias internas; 
 Verificação da existência de definição de responsabilidades relativas aos 
aspectos ambientais significativos; 
 Existência de registros da capacitação do pessoal cujas tarefas possam 
resultar em impacto significativo sobre o meio ambiente; 
 Existência de mecanismos de controle de documentos; 
 Existência de procedimentos e registros na ocorrência de não 
conformidades ambientais; 
 Verificação das condições de manipulação, estocagem e transporte de 
produtos danosos ao meio ambiente. 
O plano de auditoria deve conter, no mínimo: 
a) escopo: para descrever a extensão e os limites de localização física e de 
atividades da empresa. 
b) preparação da auditoria: 
 
 
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 Definição e análise da documentação; 
 Visita prévia à instalação auditada; 
 Formação da equipe de auditores; 
 Definição das atribuições dos auditores; 
 Definição da programação e planos de trabalho para a execução da 
auditoria; 
 Consulta prévia aos órgãos ambientais competentes a fim de verificar o 
histórico de incidentes ambientais, inclusive de seus desdobramentos 
jurídico-administrativos, e dos cadastros ambientais. 
c) execução da auditoria: 
 Entrevistas com os gerentes e os responsáveis pelas atividades e funções 
da instalação; 
 Inspeções e vistorias nas instalações; 
 Análise de informações e documentos; 
 Análise das observações e constatações; 
 Definição das conclusões da auditoria; 
 Elaboração de relatório final. 
O relatório de auditoria deve conter, no mínimo: 
 Composição da equipe auditora e respectivas atribuições; 
 Identificação da organização e da instalação auditada; 
 Descrição das atividades da instalação; 
 Objetivos, escopo e plano de auditoria estabelecidos; 
 Período coberto pela auditoria; 
 Sumário e metodologia do processo de auditoria; 
 Lista de documentos legais, normas e regulamentos de referência; 
 Lista de documentos analisados e unidades auditadas; 
 Lista das pessoas contatadas durante a auditoria e respectivas atribuições; 
 Constatações da auditoria; 
 
 
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 Conclusões da auditoria, incluindo as constatações de conformidades e 
não conformidades em relação aos critérios estabelecidos, bem como 
avaliação da capacidade da organização em assegurar a contínua 
adequação aos critérios estabelecidos. 
O plano de ação deverá conter, no mínimo: 
 Ações corretivas e preventivas associadas às não conformidades e 
deficiências identificadas na auditoria ambiental; 
 Cronograma físico para implementação das ações previstas; 
 Indicação da área da organização responsável pelo cumprimento do 
cronograma estabelecido; 
 Cronograma físico das avaliações do cumprimento das ações do plano e 
seus respectivos relatórios. 
Auditor: Responsabilidades e Perfil 
Auditor 
No processo de auditoria, os auditores são responsáveis por: 
✔ Estar em conformidade com os requisitos de auditoria e executar a auditoria 
de acordo tanto com os procedimentos do cliente da auditoria quanto com o 
plano de auditoria estabelecido. 
✔ Permanecer dentro do escopo (limite) da auditoria e dentro de um escopo de 
tarefas individualmente designadas. 
✔ Comunicar e esclarecer os requisitos da auditoria. Explicar os requisitos da 
auditoria para os auditados e auxiliá-los a entender os requisitos de uma norma 
ou outros documentos, estipulando os critérios da auditoria. 
✔ Planejar e executar as responsabilidades designadas eficaz e eficientemente. 
 
 
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✔ Coletar e analisar as evidências necessárias para avaliar a conformidade do 
sistema e gestão em relação aos critérios de auditoria. 
✔ Registrar as observações da auditoria. 
✔ Permanecer alerta em relação a todas as situações em que a avaliação da 
conformidade requeira mais investigação. 
✔ Relatar os resultados das observações, verbalmente e por escrito. 
✔ Verificar a eficácia das ações corretivas tomadas como um resultado da 
auditoria, se requerido, para ser assim pelo cliente da auditoria. 
✔ Cooperar e dar apoio ao líder da equipe. 
✔ Retere manter a documentação pertinente à auditoria. 
✔ Manter a confidencialidade. 
✔ Agir de maneira ética. 
✔ Incumbir-se das responsabilidades adicionais do auditor líder (Líder da Equipe) 
Auditor em Função de Líder (Auditor Líder) 
É definitivamente o responsável por todos os estágios da auditoria e por 
assegurar que os objetivos dela sejam atendidos. Sendo assim, nessa condição: 
✔ Necessita gerenciar toda a auditoria, o que, portanto, requer habilidades 
gerenciais. 
✔ Normalmente tem autoridade para tomar as decisões finais em relação à 
condução da auditoria e à classificação de quaisquer observações. 
 
 
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✔ Também é requerido a fazer as recomendações finais à alta administração do 
cliente da auditoria. 
Portanto, as responsabilidades adicionais do auditor líder incluem: 
✔ Coletar todas as informações requeridas para preparar uma auditoria. 
✔ Auxiliar na seleção dos membros da equipe. 
✔ Preparar o plano geral da auditoria e definir as tarefas individuais dos membros 
da equipe. 
✔ Assegurar que todos os documentos de trabalho requeridos sejam preparados. 
✔ Analisar criticamente os documentos do sistema da qualidade quanto à 
adequação (auditoria de adequação). 
✔ Representar a equipe de auditoria junto à administração do auditado. 
✔ Presidir as reuniões de abertura e encerramento. 
✔Assegurar que a auditoria aconteça conforme o plano, incluindo qualquer 
redistribuição necessária do pessoal da auditoria. 
✔ Garantir que a equipe realize reuniões de contato regularmente. 
✔ Assegurar que os resultados da auditoria sejam relatados claramente, de 
maneira conclusiva e sem demora. Quaisquer não conformidades críticas devem 
ser imediatamente relatadas ao auditado, e reuniões regulares de apresentação 
dos resultados parciais (reuniões de feedback) devem ser realizadas. 
✔ Submeter o relatório de auditoria. 
 
 
 
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Auditores Internos e Externos 
O papel do auditor, quando auditando um sistema de gestão, pode ser 
apresentado como o esforço para avaliar o seguinte: 
✔ O Sistema de Gestão Ambiental auditado atende aos requisitos especificados 
na NBR ISO 14001 ou nas normas internas do sistema de gestão? 
✔ A empresa cumpre com os requisitos do seu Sistema de Gestão Ambiental 
(SGA) em todos os casos? Em outras palavras, a empresa não pode decidir 
atender ao SGA quando quer nem o ignorar quando isso se tornar conveniente. 
✔ O sistema é adequado para atingir os objetivos? O SGA está sendo mantido? 
Existem evidências de melhoria do desempenho da empresa? 
Essencialmente, o auditor busca encontrar evidências objetivas de que a empresa 
está em conformidade com os requisitos especificados nos critérios de auditoria. 
Muito embora os auditores internos e externos, essencialmente, façam o mesmo, 
a situação deles é nitidamente diferente. 
Com um auditor externo há certo nível de poder e autoridade. A recomendação 
do auditor líder terá um impacto crítico sobre a decisão tomada pela 
administração da organização que realizou a auditoria. Pode ser uma decisão 
relativa à manutenção do fornecedor em sua lista, nova concessão de contrato, 
certificação etc. 
Quaisquer desses casos podem ser significativos para as organizações “serem ou 
não mantidas”. Obviamente, um grande cuidado deve ser tomado para não se 
abusar desse “poder”. Os auditores devem entender que há probabilidade de 
essas decisões importantes serem tomadas com base nas recomendações deles; 
por isso, devem certificar-se de que, independentemente da recomendação que 
façam, que ela se fundamente em informação concreta e firmemente baseada 
em evidência objetiva, obtida durante a auditoria. 
 
 
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O auditor externo, não sendo, de modo algum, parte do sistema, goza da 
perspectiva de “pessoa de fora” da organização do auditado. Isso pode 
possibilitar ver o problema que passaria despercebido por membros da 
organização, os quais podem estar simplesmente acostumados a ele. 
Muitas vezes, é difícil ver a natureza do problema de dentro da organização. 
Dessa maneira, os auditores externos podem ser de ajuda ao programa de 
auditoria interna, identificando problemas que não foram notados e, 
consequentemente, proporcionando oportunidades para melhoria. 
Os auditores internos normalmente não gozam de tanto poder. A extensão na 
qual eles serão capazes de agir depende do nível de apoio da alta administração. 
Em organizações em que o comprometimento da administração executiva não é 
suficiente, a eficiência do programa de auditoria interna pode ser seriamente 
prejudicada. Por outro lado, é possível que o auditor interno, em especial em 
organizações menores, conheça as pessoas que ele pode necessitar entrevistar. 
Isso o ajuda a quebrar o gelo e estabelecer um clima adequado para a 
comunicação eficaz. 
Um papel adicional para um auditor interno pode ser o de atuar como um guia 
ou acompanhante de um auditor externo. Um guia ou acompanhante é requerido 
para auxiliar o auditor externo a achar seu caminho em toda a organização e 
apresentar o auditor aos auditados. 
A maioria das organizações que realizam auditorias externas solicita que os 
auditores internos desempenhem o papel de acompanhantes, sempre que 
possível. Isso ocorre em razão de os auditores internos, tendo já realizado várias 
auditorias, tipicamente terem acumulado uma grande quantidade de 
conhecimento sobre como o sistema funciona e conhecerem as instalações. 
Atuando como guias para os auditores externos experientes, os auditores 
internos podem aprender e melhorar suas habilidades – outra maneira pela qual 
as auditorias externas auxiliam o sistema interno. 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 19 
Qualificação de Auditores 
Atributos e Perfil 
Para desempenhar seu papel, o auditor necessita exercitar um grande número 
de habilidades, a saber: 
 Perspicácia - A capacidade de conseguir compreender o problema 
rapidamente, mas sem tirar conclusões apressadas. 
 Persistência - A capacidade para transpor as dificuldades e manter o 
curso das ações planejadas, apesar dos percalços. 
 Perspectiva Flexível - A capacidade para ver as coisas de diferentes 
pontos de vista e de se adaptar a circunstâncias em alteração. 
 Abordagem Disciplinada - A capacidade de fazer uma abordagem a um 
problema lógica e sistematicamente, e de definir limites de 
responsabilidade para a área de investigação. 
 Habilidades Sociais - A capacidade de se comunicar e trabalhar com as 
outras pessoas em todos os níveis, desde a fábrica até a direção geral, e 
de manter controle por meio das numerosas entrevistas. 
 Competência nas Apresentações - A capacidade de expressar, 
claramente, pensamentos, ideias e propostas, tanto verbalmente, quanto 
por escrito. 
 Habilidade Técnicas - A capacidade de investigar e determinar o grau 
de conformidade com o sistema e com a norma em todas as áreas do 
processo de “produção”. 
Características de Personalidade: 
POSITIVAS NEGATIVAS 
Ser educado Ser crítico 
Valorizar as amizades Ser controverso 
Ser prestimoso Ser dogmático 
Ter capacidade de ser construtivo Ser apressado para conclusões 
 
 
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Ter capacidade de ser instrutivo Ser agressivo 
Ser perspicaz Ser desatento 
Ter sensibilidade Ser inconsistente 
Ser tenaz Ser inflexível 
Ter atitude positiva Preguiçoso 
Ter a mente aberta Ser desonesto 
Agir com diplomacia Estar suscetível a algo 
Ser honesto Achar que sabe tudo 
Ser maduro Demonstrar falta de praticidade 
Agir com modéstia Ser negligente 
Ter tato Ser indeciso 
Os participantes são estimulados a pensar em outras características de 
personalidade e analisar de que modo elas podem influenciar a capacidade de 
realizar uma auditoria eficaz e eficiente. 
Todos nós temos características positivas e negativas. A questão-chave é realizaruma autoavaliação honesta a fim de identificar os aspectos positivos para 
incrementá-los e confiar neles, bem como identificar as características negativas 
e, se não for possível eliminá-las, ao menos contê-las. 
Recomendações da ISO para Qualificação de Auditores Ambientais 
Os cursos que qualificam auditores são oferecidos, em geral, por entidades 
ligadas às atividades de normalização e qualidade, como a Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT) e a União Brasileira da Qualidade (UBQ), que 
oferecem cursos de auditor interno, bem como as certificadoras de sistemas de 
gestão, produtos, processos e serviços, acreditadas pelo Instituto Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que oferecem tanto 
o curso de auditor interno quanto o curso de auditor líder, que habilita os 
profissionais para auditorias externas. 
A NBR ISO 19011, norma internacional que contém diretrizes para a auditoria de 
sistemas de gestão da qualidade e do meio ambiente, fornece orientações quanto 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 21 
aos níveis de educação, experiência profissional, treinamento em auditoria e 
experiência profissional em auditoria, para apoiar a seleção e qualificação de 
auditores. Confira a tabela a seguir. 
 
Fonte: ABNT NBR ISO 19011. 
Requisitos do Conama para Auditores Ambientais 
Os requisitos mínimos para credenciamento, registro, certificação, qualificação, 
habilitação, experiência e treinamento profissional que os auditores ambientais 
deverão cumprir para executarem as auditorias ambientais, de sistemas de 
gestão e controle ambiental nos portos organizados, instalações portuárias, 
plataformas e suas instalações de apoio, dutos e refinarias, conforme disposto 
na Resolução Conama nº 306/02, estão estabelecidos na Portaria 319/03, do 
Ministério do Meio Ambiente. Essa Portaria adota definições específicas para 
auditores que atuarão em auditorias legais, ou seja, determinadas por lei. A 
saber: 
Auditoria Ambiental: processo sistemático e documentado de verificação, 
executado para obter e avaliar, de maneira objetiva, evidências que determinem 
se as atividades, os eventos, sistemas de gestão e as condições ambientais 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 22 
especificados ou as informações relacionadas a eles estão em conformidade com 
os critérios de auditoria estabelecidos na Resolução Conama nº 306/02, e para 
comunicar os resultados desse processo. 
Auditor Ambiental: profissional que tenha certificação e registro para realizar 
auditorias de sistema de gestão e controle ambiental e que atenda aos requisitos 
estabelecidos nessa Portaria para realizar auditorias ambientais. 
Auditor Ambiental Líder: profissional com certificação e registro para liderar 
auditorias de sistema de gestão e controle ambiental e que atenda aos requisitos 
estabelecidos nessa Portaria para liderar auditorias ambientais. 
Curso de Formação de Auditores: curso reconhecido pelo Ministério do Meio 
Ambiente, com a duração de, no mínimo, 40 horas, sobre princípios e práticas de 
auditoria ambiental e de gerenciamento da equipe de auditoria, tendo como 
enfoque principal a gestão ambiental com base na Resolução Conama nº 306/02. 
Especialista Técnico: profissional que provê conhecimentos ou habilidades 
específicas à equipe auditora, mas que não participa como auditor. 
Organismo de Certificação de Auditores Ambientais: organismo 
credenciado pelo Inmetro e reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente; 
Parte Interessada: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo 
desempenho ambiental de uma instalação. 
Sistema de Gestão: parte do sistema de gestão global que inclui estrutura 
organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, 
procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, 
analisar criticamente e manter a política ambiental da instalação. 
As auditorias ambientais determinadas pela Resolução Conama nº 306/02 
deverão ser executadas por auditores ambientais que atendam aos seguintes 
requisitos de qualificação: 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 23 
1. Escolaridade: o auditor deve ter escolaridade correspondente à formação 
superior, comprovada pela apresentação de diploma fornecido por 
entidade reconhecida oficialmente. 
2. Experiência profissional: o auditor deve possuir quatro anos de experiência 
profissional em horário integral ou o equivalente em horário parcial, em 
função técnica ou gerencial com responsabilidade e autoridade para 
tomada de decisões. Fica, ainda, estabelecido que: 
 
a) a experiência profissional deve ser adquirida em pelo menos uma das 
seguintes áreas: 
 Procedimentos, processos e técnicas de auditoria de sistemas de 
gestão ambiental, devidamente normalizados; 
 Aspectos técnicos e ambientais da operação das instalações; 
 Ciência e tecnologia ambiental; 
 Princípios e técnicas de gerenciamento ambiental; 
 Requisitos aplicáveis de leis e regulamentos ambientais, bem como 
outros documentos relacionados. 
 
1. Especialização: o auditor deve ter sido aprovado em um curso de formação 
de auditores ambientais com duração de, no mínimo, 40 horas, credenciado pelo 
Inmetro e reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente; 
2. Experiência em gestão ambiental: o auditor deve possuir, além da 
experiência profissional mencionada no item 2, dois anos de experiência em 
horário integral, ou o equivalente, em horário parcial, em planejamento, 
implantação, operação de sistema de gestão ambiental ou auditorias de sistema 
de gestão ambiental. Fica, ainda, estabelecido que: 
a) a aquisição dessa experiência pode ser concomitante com a experiência 
profissional, mas deve ter ocorrido nos seis anos imediatamente anteriores à 
solicitação da certificação. 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 24 
b) a experiência similar em sistemas da qualidade ou de saúde e segurança 
ocupacional pode ser utilizada para abatimento de metade da experiência exigida 
em sistema de gestão ambiental, limitada a um ano. 
3. Experiência em auditorias: no cálculo do número de dias de auditoria, deve 
ser incluído tanto o tempo despendido nas instalações do auditado quanto aquele 
utilizado nas atividades de análise da documentação, planejamento da auditoria 
e elaboração do relatório. Fica, ainda, estabelecido que: 
a) para auditor ambiental: a participação é obrigatória como membro de equipes 
auditoras em pelo menos quatro auditorias de Sistema de Gestão Ambiental com 
pelo menos 20 dias de duração. Desse total de dias, é necessário que 15 tenham 
ocorrido nas instalações do auditado, sendo que cada auditoria deve ter duração 
de, pelo menos, dois dias nas instalações do auditado. 
b) para o auditor líder: a participação é obrigatória em três auditorias como líder 
de equipe auditora com, no mínimo, dois auditores e duração mínima de 15 dias. 
É necessário que, desse total de dias, dez tenham ocorrido nas instalações do 
auditado e que os requisitos da alínea anterior tenham sidos atendidos 
satisfatoriamente. 
 A experiência em auditorias deve ter sido adquirida nos três anos 
imediatamente anteriores à solicitação da certificação. 
 O desempenho do auditor ambiental poderá ser verificado pelo Organismo 
de Certificação de Auditores Ambientais junto ao auditor líder das auditorias de 
que participou. 
 A experiência do auditor ambiental líder em pelo menos uma auditoria 
completa deve ser adquirida sob o testemunho de um verificador, que deve ser 
certificado como auditor líder, o qual não pode testemunhar todas as auditorias 
apresentadas para fins de comprovação. 
 Toda a experiência em auditorias deve ser descrita em documento 
denominado Comprovação de Realização de Auditoria, que deverá conter as 
seguintes informações: 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 25 
I - Data de cada auditoria; 
II - Descrição do tempo nas instalações do auditadoe o despendido nas 
atividades de análise da documentação, planejamento da auditoria e elaboração 
do relatório, de forma discriminada; 
III - Norma de gestão ambiental utilizada na auditoria; 
IV - Nomes e detalhes de contato dos auditados; 
V - Número de auditores da equipe; 
VI - Nomes e detalhes de contato da empresa que contratou o auditor; 
VII - Nome e detalhes de contato do líder da equipe auditora e, no caso de 
auditorias verificadas, do auditor verificador; 
VIII - Função do candidato na auditoria; 
IX - Itens da norma de gestão ambiental e/ou requisitos legais e regulamentares 
verificados. 
Apenas auditorias independentes podem ser utilizadas para comprovação de 
experiência, sendo obrigatório que auditor e organização auditada tenham gestão 
e estrutura operacional autônomas. 
A validade da certificação será de três anos; durante esse período, o auditor ou 
auditor líder deverá manter ou ampliar sua experiência, mediante o atendimento 
dos requisitos relacionados abaixo, submetendo ao Organismo de Certificação de 
Pessoal a sua comprovação a fim de obter a renovação de sua certificação. Fica, 
ainda, estabelecido que: 
 Para desenvolvimento profissional: mínimo de 15 horas de desenvolvimento 
profissional adequado para cada ano do período em que estiver certificado; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 26 
 Para experiência em auditorias: participação em auditorias de, no mínimo, 20 
dias no período de três anos, a qual deve ser adquirida em, pelo menos, 
quatro auditorias de sistema de gestão ambiental com duração de, no mínimo, 
dois dias nas instalações do auditado. 
Os auditores devem ser certificados ou registrados em Organismos de 
Certificação de Auditores Ambientais credenciados pelo Inmetro e reconhecidos 
pelo Ministério do Meio Ambiente. 
Em julho de 2011, o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Portaria nº 192, 
alterou dispositivos da Portaria nº 319/03, que estabeleceu os requisitos mínimos 
para credenciamento, registro, certificação, qualificação, habilitação, experiência 
e treinamento profissional de auditores ambientais para execução de auditorias 
ambientais especificadas no âmbito da Resolução Conama nº 306/02. 
Segundo essa alteração, até que a estrutura de qualificação, certificação e 
registro seja implantada, os requisitos de qualificação de auditores, bem como a 
certificação e o registro dos mesmos, deverão ser exigidos para os auditores 
líderes; os demais auditores da equipe poderão ser profissionais certificados 
como auditores de sistema de gestão ambiental, por entidades acreditadas no 
âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) ou por 
entidades de outros países que assinaram o Acordo de Reconhecimento 
Multilateral, da Internacional Auditor and Training Certification Association 
(IATCA). 
Considera-se implantada a estrutura de qualificação, certificação e registro de 
auditores ambientais de que trata a Portaria, desde que existentes, no mínimo, 
dois organismos certificadores de pessoas (OPC) e 100 (cem) auditores. 
Processo de Auditoria 
O processo de planejamento e execução de uma auditoria inicia-se com a 
designação do líder de equipe e encerra-se com a entrega do relatório final; as 
ações de acompanhamento que aparecem destacadas em linhas pontilhadas não 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 27 
integram o processo de auditoria, pois são ações posteriores. O Fluxograma 
apresentado a seguir sintetiza o processo de planejamento e execução de uma 
auditoria, conforme orienta a NBR ISO 19011. 
 
Iniciando a auditoria 
 Designando o líder da equipe da auditoria; 
 Definindo objetivos, escopo e critério da auditoria; 
 Determinando a viabilidade da auditoria; 
 Selecionando a equipe da auditoria; 
 Estabelecendo contato inicial com o auditado 
 
Realizando análise crítica de documentos 
 Analisando criticamente documentos pertinentes ao sistema de gestão, 
incluindo registros, e determinando sua adequação com respeito ao 
critério da auditoria 
 
Preparando as atividades da auditoria no local 
 Preparando o plano da auditoria; 
 Designando trabalho para a equipe de auditoria; 
 Preparando documentos de trabalho. 
 
Conduzindo atividades da auditoria no local 
 Conduzindo a reunião de abertura; 
 Comunicação durante a auditoria; 
 Funções e responsabilidade de guias e observadores. 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 28 
 Gerando constatações da auditoria; 
 Preparando conclusões da auditoria; 
 Conduzindo a reunião de encerramento. 
 
Preparando, aprovando e distribuindo o relatório 
da auditoria 
 Preparando o relatório da auditoria; 
 Aprovando e distribuindo o relatório da auditoria. 
 
Concluindo a auditoria 
 Conduzindo ações de acompanhamento de auditoria. 
Fonte: Adaptação de ISSO 19011 (2012). 
 
Programa de Auditoria 
Segundo a NBR ISO 19011, um programa de auditoria pode incluir uma ou mais 
auditorias, dependendo do tamanho, da natureza e da complexidade da 
organização a ser auditada. Essas auditorias podem ter uma variedade de 
objetivos e também incluir auditorias combinadas ou em conjunto. 
Além disso, contempla todas as atividades necessárias ao planejamento e à 
organização dos tipos e números de auditorias, bem como ao fornecimento dos 
recursos para conduzi-las eficaz e eficientemente dentro do período especificado. 
Uma organização pode estabelecer mais de um programa de auditoria. 
Convém que a Alta Direção da organização conceda autoridade para gerenciar o 
programa de auditoria e que os designados com a responsabilidade para 
gerenciar o programa estabeleçam, implementem, monitorem, analisem 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 29 
criticamente e melhorem o programa de auditoria, bem como identifiquem os 
recursos necessários e assegurem que eles sejam providos. 
 
Fonte: Adaptação de ISO 19011 (2012). 
Se uma organização a ser auditada opera sistemas de gestão da qualidade e de 
gestão ambiental, auditoria combinadas podem ser incluídas no programa de 
auditoria. Nesse caso, convém que seja prestada atenção especial à competência 
da equipe de auditoria. 
Duas ou mais organizações auditoras podem cooperar entre si, como parte de 
seus programas de auditoria, para realizar uma auditoria conjunta. Nesses casos, 
é conveniente que seja prestada atenção especial à divisão de responsabilidades, 
à provisão de qualquer recurso adicional, à competência da equipe de auditoria 
e aos procedimentos apropriados. É necessário que se entendam esses pontos 
antes do início da auditoria. 
 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 30 
Exemplos de programas de auditoria incluem: 
a) uma série de auditorias internas que cobrem o sistema de gestão da qualidade 
de toda uma organização durante o ano em curso; 
b) auditorias de segunda parte de sistema de gestão de fornecedores potenciais 
de produtos críticos a serem realizadas em um período de 6 meses; 
c) auditorias de certificação/registro e de acompanhamento realizadas por uma 
organização de certificação/registro de terceira parte em um sistema de gestão 
ambiental dentro de um período acordado contratualmente entre a organização 
de certificação e o cliente. 
Um programa de auditoria inclui planejamento apropriado, fornecimento de 
recursos e estabelecimento de procedimentos para realizar as auditorias previstas 
no programa. 
Objetivos de um Programa de Auditoria 
Convém que sejam estabelecidos objetivos para um programa de auditoria, de 
modo a direcionar o planejamento e a realização das auditorias. 
Esses objetivos podem basear-se na consideração de: 
a) prioridades da direção; 
b) intenções comerciais; 
c) requisitos do sistema de gestão; 
d) requisitos estatutários, regulamentares e contratuais; 
e) necessidade de avaliação de fornecedor; 
f) requisitos do cliente; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 31 
g) necessidades de outras partesinteressadas; 
h) riscos para a organização. 
Exemplos de objetivos de programa de auditoria incluem: 
a) satisfazer requisitos para a certificação em uma norma de sistema de gestão; 
b) verificar sua conformidade com os requisitos contratuais; 
c) obter e manter a confiança na capacidade de um fornecedor; 
d) contribuir para a melhoria do sistema de gestão. 
Abrangência 
A abrangência de um programa de auditoria pode variar e será influenciada pelo 
tamanho e pela natureza e complexidade da organização a ser auditada, como 
também: 
a) pelo escopo, objetivo e duração de cada auditoria a ser realizada; 
b) pela frequência das auditorias a serem realizadas; 
c) pelo número, importância, complexidade, semelhança e localização das 
atividades a serem auditadas; 
d) pelos requisitos normativos, estatutários, regulamentares e contratuais, bem 
como por outros critérios de auditoria; 
e) pela necessidade para credenciamento ou registro/certificação; 
f) pelas conclusões de auditorias anteriores ou resultados de análise crítica de 
um programa de auditoria anterior; 
g) por qualquer questão relativa a idioma, cultural e social; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 32 
h) por preocupações das partes interessadas; 
i) por mudanças significativas para uma organização ou suas operações. 
Responsabilidades 
Convém que seja designada a responsabilidade para gerenciar um programa de 
auditoria a um ou mais indivíduos com entendimento geral de princípios de 
auditoria, da competência de auditores e da aplicação de técnicas de auditoria. 
É conveniente, também, que eles tenham habilidades de gerenciamento, bem 
como compreensão técnica e empresarial pertinente às atividades a serem 
auditadas. 
Cabe aos designados com a responsabilidade para gerenciar o programa de 
auditoria: 
a) estabelecer os objetivos e a abrangência do programa de auditoria; 
b) estabelecer as responsabilidades e os procedimentos, bem como assegurar 
que os recursos sejam fornecidos; 
c) garantir a implementação do programa de auditoria; 
d) assegurar que registros apropriados do programa de auditoria sejam 
mantidos; 
e) monitorar, analisar criticamente e melhorar o programa de auditoria. 
Recursos 
Quando da identificação de recursos para o programa de auditoria, devem-se 
considerar: 
a) recursos financeiros necessários para desenvolver, implementar, gerenciar e 
aperfeiçoar as atividades de auditoria; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 33 
b) técnicas de auditoria; 
c) processos para alcançar e manter a competência de auditores, bem como para 
aperfeiçoar o desempenho do auditor; 
d) disponibilidade de auditores e especialistas, com a competência adequada aos 
objetivos particulares do programa de auditoria; 
e) abrangência do programa de auditoria; 
f) tempo de viagem, acomodação e outras necessidades para se auditar. 
Procedimentos 
Os procedimentos (normas) de programa de auditoria em geral devem: 
a) planejar e programar auditorias; 
b) assegurar a competência de auditores e líderes de equipe de auditoria; 
c) selecionar equipes de auditoria apropriadas e designar suas funções e 
responsabilidades; 
d) realizar auditorias; 
e) realizar ações de acompanhamento de auditoria, se aplicáveis; 
f) manter registros do programa de auditoria; 
g) monitorar o desempenho e a eficácia do programa de auditoria; 
h) informar para a Alta Direção as realizações globais do programa de auditoria. 
Para pequenas organizações, tais atividades podem ser apontadas em um único 
procedimento (norma). 
 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 34 
Implementação 
A implementação de um programa de auditoria contempla: 
a) comunicar o programa de auditoria às partes pertinentes; 
b) coordenar e programar auditorias e outras atividades pertinentes ao programa 
de auditoria; 
c) estabelecer e manter um processo para a avaliação dos auditores e o seu 
desenvolvimento profissional contínuo; 
d) assegurar a seleção de equipes de auditoria; 
e) fornecer os recursos necessários para as equipes de auditoria; 
f) garantir a realização de auditorias de acordo com o programa de auditoria; 
g) assegurar o controle de registros das atividades de auditoria; 
h) garantir a análise crítica e a aprovação de relatórios de auditoria, bem como 
sua distribuição ao cliente da auditoria e a outras partes especificadas; 
i) assegurar as ações de acompanhamento de auditoria, se aplicáveis. 
Registros 
Os registros para demonstrar a implementação do programa de auditoria podem 
incluir: 
a) registros relativos a auditorias individuais, tais como: 
 Plano de auditoria; 
 Relatórios de auditoria; 
 Relatórios de não conformidade; 
 Relatórios de ação corretiva e preventiva; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 35 
 Relatórios de ações de acompanhamento de auditoria, se aplicáveis. 
b) resultados de análise crítica do programa de auditoria; 
c) registros relativos ao pessoal de auditoria, incluindo os seguintes assuntos: 
 Competência do auditor e avaliação de desempenho; 
 Seleção da equipe de auditoria; 
 Manutenção e aperfeiçoamento da competência. 
Os registros têm de ser adequadamente mantidos e salvaguardados. 
Monitoramento e análise crítica 
É conveniente que a implementação do programa de auditoria seja monitorada 
e, a intervalos apropriados, analisada criticamente. Isso para avaliar se seus 
objetivos foram alcançados e identificar oportunidades para melhoria. Convém 
ainda que os resultados sejam relatados à Alta Direção e que indicadores de 
desempenho sejam usados para monitorar características, tais como: 
 A habilidade da equipe de auditoria em implementar o plano de auditoria; 
 A conformidade com o programa de auditoria e as programações; 
 A realimentação dos clientes de auditoria, auditados e auditores. 
A análise crítica do programa de auditoria pode considerar, por exemplo: 
a) resultados e tendências do monitoramento; 
b) conformidade com os procedimentos; 
c) evolução de necessidades e expectativas de partes interessadas; 
d) registros do programa de auditoria; 
e) práticas alternativas ou novas de auditar; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 36 
f) consistência no desempenho entre equipes de auditoria em situações 
semelhantes. 
Planejamento da Auditoria 
Designando o Líder da Equipe da Auditoria 
A NBR 19011 recomenda que os designados com a responsabilidade para 
gerenciar o programa de auditoria escolham o líder da equipe de auditoria para 
uma auditoria específica. 
Definindo Objetivos, Escopo e Critério de Auditoria 
Os objetivos da auditoria definem o que tem de ser realizado pela auditoria, 
podendo incluir: 
a) a determinação da extensão da conformidade do sistema de gestão do 
auditado, ou partes dele, com o critério de auditoria; 
b) a avaliação da capacidade do sistema de gestão para assegurar a concordância 
com requisitos estatutários, regulamentares e contratuais; 
c) a avaliação da eficácia do sistema de gestão em atingir seus objetivos 
especificados; 
d) a identificação de áreas do sistema de gestão para potencial melhoria. 
O escopo da auditoria descreve a abrangência e os limites da auditoria (como 
localizações físicas, unidades organizacionais, atividades e processos a serem 
auditados), bem como o período coberto pela auditoria. 
O critério de auditoria é usado como uma referência contra a qual a conformidade 
é determinada, podendo incluir políticas aplicáveis, procedimentos, normas, leis 
e regulamentos, requisitos de sistema de gestão, requisitos contratuais ou código 
de conduta do setor industrial ou do negócio. 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 37 
É necessário que os objetivos da auditoria sejam definidos pelo cliente, que o 
escopo e o critério da auditoria sejam definidos entre o cliente da auditoria e o 
líder da equipe da auditoria, conforme os procedimentos do programa de 
auditoria, e que quaisquer mudançasem seu objetivo, escopo ou critério sejam 
acordadas entre as mesmas partes. 
Determinando a Viabilidade da Auditoria 
A viabilidade da auditoria é determinada levando-se em conta fatores como a 
disponibilidade de: 
- Informações suficientes e apropriadas para planejar a auditoria; 
- Cooperação adequada do auditado; 
- Tempo e recursos apropriados. 
Onde a auditoria não é viável, convém que seja proposta uma alternativa ao 
cliente, em consulta com o auditado. 
Selecionando a Equipe da Auditoria 
Quando a auditoria for declarada viável, uma equipe deve ser selecionada 
levando em conta a competência necessária para alcançar os objetivos dessa 
auditoria. Se só há um auditor; convém que ele execute todos os deveres 
aplicáveis a um líder de equipe. 
O processo para assegurar a competência global da equipe da auditoria inclui os 
seguintes passos: 
- Identificação do conhecimento e das habilidades necessárias para alcançar os 
objetivos da auditoria; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 38 
- Seleção dos membros da equipe da auditoria, de modo que todo o 
conhecimento e as habilidades necessárias estejam presentes na equipe da 
auditoria. 
Se os auditores da equipe não cobrirem completamente o conhecimento e as 
habilidades necessárias, isso pode ser atendido com a inclusão de especialistas. 
Convém, no entanto, que especialistas atuem sob a orientação de um auditor. 
Auditores em treinamento podem ser incluídos na equipe da auditoria, mas 
convém que não auditem sem direção ou orientação. 
O cliente da auditoria e o auditado podem pedir a substituição de determinados 
membros da equipe, por motivos razoáveis, com base nos princípios de auditoria 
– por exemplo, situações de conflito de interesse (como um membro da equipe 
da auditoria ter sido anteriormente um empregado do auditado ou ter prestado 
serviços de consultoria ao auditado) e comportamento prévio pouco ético. Tais 
razões têm de ser comunicadas ao líder da equipe da auditoria e àqueles 
designados com a responsabilidade de gerenciar o programa de auditoria. 
Convém que eles solucionem o assunto com o cliente da auditoria e o auditado 
antes que seja tomada qualquer decisão em substituir os membros da equipe. 
Estabelecendo Contato Inicial com o Auditado 
O contato inicial com o auditado para a realização da auditoria pode ser informal 
ou formal, mas convém que seja estabelecido pelos designados com a 
responsabilidade para gerenciar o programa de auditoria ou o líder da equipe da 
auditoria. O propósito do contato inicial é: 
a) estabelecer canais de comunicação com o representante do auditado; 
b) confirmar a autoridade para conduzir a auditoria; 
c) fornecer informações sobre a duração proposta para a auditoria e a 
composição da equipe da auditoria; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 39 
d) pedir acesso a documentos pertinentes, inclusive registros; 
e) definir as regras de segurança aplicáveis ao local; 
f) fazer arranjos para a auditoria; 
g) concordar com a participação de observadores e a necessidade de guias para 
a equipe da auditoria. 
Realizando Análise Crítica de Documentos 
Antes de se iniciarem as atividades de auditoria no local, convém que a 
documentação do auditado seja analisada criticamente para determinar a 
conformidade do sistema, como documentado, com critério de auditoria. Essa 
documentação pode incluir documentos e registros pertinentes ao sistema de 
gestão, bem como relatórios de auditoria anteriores. 
Convém que a análise crítica leve em conta o tamanho, a natureza e a 
complexidade da organização, e também os objetivos e escopo da auditoria. Em 
algumas situações, essa análise crítica pode ser adiada até se iniciarem as 
atividades no local, se isso não for prejudicial à eficácia da realização da auditoria. 
Em outras situações, uma visita preliminar ao local pode ser realizada para se 
adquirir uma adequada visão geral das informações disponíveis. 
Se a documentação for considerada inadequada, convém que o líder de equipe 
da auditoria dê essa informação ao cliente da auditoria e àqueles designados com 
a responsabilidade para gerenciar o programa de auditoria e ao auditado. 
Convém que seja tomada uma decisão quanto à continuação ou não da auditoria 
– ou seja, fica suspensa até que as considerações sobre a documentação estejam 
resolvidas. 
Preparando o Plano da Auditoria 
Convém que o líder de equipe da auditoria prepare um plano de auditoria que 
forneça a base para um acordo entre o cliente, a equipe e auditado, relativo à 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 40 
realização da auditoria. É importante que o plano facilite a programação e 
coordenação das atividades da auditoria. 
Convém ainda que a quantidade de detalhes fornecida no plano de auditoria 
reflita o escopo e a complexidade da auditoria. Por exemplo, os detalhes podem 
diferir entre auditorias iniciais e subsequentes, e também entre auditorias 
internas e externas. É importante que o plano de auditoria seja suficientemente 
flexível para permitir alterações, tais como mudanças no escopo da auditoria, que 
podem ser necessárias na medida em que as atividades da auditoria no local 
progridam. 
Convém que o plano de auditoria inclua: 
a) os objetivos da auditoria; 
b) o critério de auditoria e qualquer documento de referência; 
c) o escopo da auditoria, inclusive com identificação das unidades organizacionais 
e funcionais e processos a serem auditados; 
d) as datas e os lugares em que as atividades de auditoria no local serão 
realizadas; 
e) o tempo esperado e a duração de atividades de auditoria no local, inclusive 
reuniões com a direção do auditado e reuniões da equipe da auditoria; 
f) as funções e responsabilidades dos membros da equipe da auditoria e das 
pessoas acompanhantes; 
g) a alocação de recursos apropriados para áreas críticas da auditoria. 
Se apropriado, convém que o plano de auditoria também inclua: 
 identificação do representante do auditado na auditoria; 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 41 
 o idioma de trabalho e do relatório da auditoria, se ele for diferente do 
idioma do auditor e/ou do auditado; 
 os principais pontos do relatório de auditoria; 
 arranjos de logística (viagem, instalações no local etc.); 
 assuntos relacionados à confidencialidade; 
 quaisquer ações de acompanhamento de auditoria. 
Convém que o plano seja analisado criticamente e aceito pelo cliente da auditoria, 
e, ainda, que seja apresentado ao auditado antes de as atividades de auditoria 
se iniciarem no local. É importante que quaisquer objeções do auditado sejam 
solucionadas entre o líder da equipe de auditoria, o auditado e o cliente da 
auditoria. Qualquer revisão do plano de auditoria deve ser acordada entre as 
partes interessadas antes da continuação da auditoria. 
Implementando a Auditoria 
Durante a auditoria, as informações pertinentes aos objetivos, escopo e critério 
da auditoria, inclusive informações relativas às interfaces entre funções, 
atividades e processos, devem ser coletadas por amostragem apropriada e 
verificadas. 
Somente as informações que são verificáveis podem ser evidência de auditoria. 
As evidências de auditoria devem ser registradas. 
A evidência de auditoria é baseada em amostras das informações disponíveis. 
Desse modo há um elemento de incerteza ao se auditar, e convém que aqueles 
que atuam com base nas conclusões da auditoria estejam atentos sobre essa 
incerteza. 
Métodos para coletar informações incluem: 
- Entrevistas; 
- Observação de atividade; 
 
 
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- Análise crítica de documentos. 
Fontes de Informações 
As fontes de informações escolhidas podem variar de acordo com o escopo e a 
complexidade da auditoria, podendo incluir: 
a) entrevista com os empregados e outras pessoas; 
b) observações de atividades e do ambiente, além de condições de trabalho 
circunvizinho; 
c)documentos, como política, objetivos, planos, procedimentos, normas, 
instruções, licenças e permissões, especificações, desenhos, contratos e ordens; 
d) registros, como os de inspeção, notas de reuniões, relatórios de auditoria, 
registros de monitoramento de programas e resultados de medições; 
e) resumos de dados, análises e indicadores de desempenho; 
f) informações sobre os programas de amostragem do auditado e sobre 
procedimentos para o controle de amostragem e processos de medição; 
g) relatórios de outras fontes, como, por exemplo, realimentação de cliente, 
outras informações pertinentes de partes externas e classificações de fornecedor; 
h) bancos de dados computadorizados e web sites. 
Conduzindo Entrevistas 
Entrevistas são um dos meios importantes para coletar informações; é, portanto, 
conveniente conduzi-las de maneira adaptada à situação e à pessoa entrevistada. 
Porém, é importante que o auditor considere que: 
a) as entrevistas sejam realizadas com pessoas de níveis e funções apropriadas 
e que executem atividades ou tarefas dentro do escopo da auditoria; 
 
 
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b) as entrevistas sejam conduzidas durante o horário normal de trabalho e, se 
possível, no local normal de trabalho da pessoa sendo entrevistada; 
c) todo o possível seja feito para a pessoa entrevistada se sentir à vontade antes 
e durante a entrevista; 
d) as razões da entrevista e de qualquer anotação feita sejam explicadas; 
e) as entrevistas podem ser iniciadas solicitando-se às pessoas que descrevam 
seu trabalho; 
f) perguntas que influenciam as respostas (isto é, perguntas direcionadas) sejam 
evitadas; 
g) os resultados da entrevista sejam resumidos e analisados criticamente com a 
pessoa entrevistada; 
h) se faça um agradecimento às pessoas entrevistadas por sua participação e 
cooperação. 
Técnicas de Questionamentos 
A auditoria deve ser conduzida de maneira coloquial e não com um 
questionamento cruzado ou dando início a um exercício de perguntas e respostas. 
Quando possível, as perguntas relativas ao sistema e aos procedimentos 
relevantes devem ser entrelaçadas em uma conversação geral. 
Se isso for possível, o auditado não se sentirá ameaçado e também responderá 
de uma maneira aberta e coloquial. Do contrário, o auditado pode sentir que está 
sendo interrogado ou questionado em um tribunal, o que criaria outra barreira à 
comunicação eficaz. 
O auditor deve pensar a maneira com que as perguntas estão estruturadas. Essas 
questões devem: 
 
 
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✔ Requerer respostas que darão as informações solicitadas; 
✔ Não sugerir a resposta; 
✔ Não conter palavras ou implicações emotivas. 
A função mais importante da pergunta é captar as informações relevantes. Na 
prática de auditoria, três categorias de perguntas são usadas: 
✔ Perguntas abertas; 
✔ Perguntas fechadas e diretas; 
✔ Perguntas esclarecedoras. 
Perguntas Abertas 
As perguntas abertas têm o objetivo de obter uma resposta abrangente, que 
requer várias frases. São tais que as respostas não podem ser “sim” ou “não”, 
mas explicativas. 
As perguntas abertas devem ser bem construídas para que se evite confundir o 
entrevistado. O valor agregado da pergunta aberta está em possibilitar ao 
entrevistado um grau de controle sobre a conversação; por consequência, 
aumentar a confiança do entrevistado e melhorar o clima para a comunicação. 
As perguntas abertas possibilitam reunir informações sem criar uma postura 
defensiva ou sem antagonizar os auditados; além disso, permitem aos auditados 
expressarem seus pontos de vista e opiniões e criam oportunidades para se 
expandir a conversação. 
Os auditores devem empenhar-se para maximizar o uso de perguntas abertas. 
Lembrem-se sempre destas 6 perguntas: 
✔ POR QUÊ? 
 
 
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✔ ONDE? 
✔ QUANDO? 
✔ QUEM? 
✔ O QUÊ? 
✔ COMO? 
As perguntas abertas não são sem limites. Os auditores devem tomar muito 
cuidado para não permitirem que a conversação se desvie ou se sobrecarregue 
com mais informações do que são requeridas. 
Uma maneira de se evitar a diluição da informação em “jargão técnico” é utilizar 
a expressão: “Mostre-me”; essa talvez seja uma das perguntas mais poderosas 
usadas na auditoria. 
Perguntas Fechadas e Diretas 
As perguntas fechadas podem ser respondidas com “sim” ou “não”. As perguntas 
diretas podem ser respondidas com poucas palavras. Elas podem ser úteis para 
vencer as desvantagens de se usar pergunta aberta; podem ser usadas para 
coletar informações específicas, para focalizar a conversação em um tópico ou 
problema e para eliminar algum mau entendimento. 
As perguntas fechadas e diretas devem ser usadas com muito cuidado, pois não 
extraem muita informação. Outra desvantagem é que, se usadas muito 
frequentemente, podem criar uma impressão de interrogatório. 
Exemplos de perguntas fechadas: 
Pergunta/Resposta 
Você sempre assina este documento? / Sim / Não 
 
 
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Você sempre envia todas as cópias das notas de entrega para o setor de contas 
a pagar? Sim / Não 
Exemplos de perguntas diretas: 
Perguntas/Resposta: 
Que procedimento se aplica a essa atividade? / P 14.05 
Onde podem ser encontradas as tolerâncias? / No plano de tolerâncias 
Perguntas Esclarecedoras 
As perguntas esclarecedoras são usadas para recuperar informações completas, 
ajudar a prevenir o mau entendimento, esclarecer os pontos colocados e as 
palavras usadas. As perguntas esclarecedoras são extremamente úteis na 
auditoria, na medida em que possibilitam ao auditor compreender todo o 
processo. Muitos auditores se esquecem ou perdem a oportunidade de fazer 
essas perguntas. Há uma variedade de maneiras úteis de se fazerem perguntas 
esclarecedoras conhecidas de todos: 
✔Ajude-me a entender como as solicitações são processadas… 
✔ Pode, por favor, explicar o que significa GRV…? 
✔ O pedido interno é usado para transmitir as alterações de contrato para o 
departamento de produção? 
✔ Podemos retornar agora à inspeção de recebimento, por favor? 
✔ Como o pessoal do almoxarifado sabe que o material pode ser movimentado 
para os locais designados? 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 47 
Úteis como são, as perguntas esclarecedoras também têm seus limites. Se usada 
muito frequentemente e sem o devido cuidado, podem criar a impressão de que 
você não está prestando atenção. 
Elas também demandam tempo e, a menos que você esteja preparado para 
gastar esse tempo ouvindo as explicações adicionais, não as faça. Tenha cuidado 
para não criar uma barreira, pois o auditado pode começar a acreditar que todo 
o exercício da auditoria não faz sentido. 
Perguntas que devem ser evitadas 
As perguntas não devem levar o auditado a crer que o auditor deseja uma 
resposta em particular ou à pressuposição de que existe uma resposta “certa” a 
ser dada. As perguntas indutivas podem prejudicar a informação obtida; elas 
podem também ter uma agenda oculta, o que poderá fazer o auditado se sentir 
acuado em um canto e, desse modo, desconfortável. 
Perguntas que nunca devem ser feitas 
Os auditores não devem fazer perguntas que possam antagonizar os auditados. 
Qualquer pergunta capaz de gerar sentimento de culpa ou que contenha 
acusações causará reações defensivas e obstruirá o andamento da auditoria. 
Evite usar palavras emotivas, tais como fracassar, violar, ferir etc. 
Dicas Práticas 
Vamos assumir que estamos tentando descobrir se um documento específico é 
sempre assinado pelo auditado ou por um membro da equipe. Poderíamos 
estruturar a questão perguntando: “Você assina este documento toda vez, não 
assina?”. 
A resposta a isso será invariavelmente “Sim”. Por outro lado, poderíamos dizer: 
“O procedimento me diz que este documento deveria ser assinado toda vez. Isso 
é feito sempre ou há casos em que você pensa não ser necessárioassiná-lo?”. A 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 48 
resposta a ESSA pergunta poderia ser: “Não, eu sempre assino” ou “Penso que 
seja uma perda de tempo assiná-lo, e não me diz, de fato, nada”. 
Essa abordagem leva você automaticamente a uma discussão relativa ao 
documento, que pode levar a uma alteração no procedimento, excluindo a 
necessidade de o documento ser assinado, ou a um acordo pelo auditado de que 
ele deveria ser assinado toda vez. 
Esse é, naturalmente, somente um exemplo, e todos nós adotamos nossas 
técnicas para questionamento, mas este, na realidade, indica a diferença entre 
duas abordagens: uma, que pergunta ao auditado se ele é mesmo bom no seu 
trabalho, e a outra, que pede a ele que explique como o trabalho é feito e qual 
é a sua abordagem. 
Sumário 
A abordagem de questionamento pelo auditor, durante uma auditoria, terá de 
ser variada de acordo com a atitude e filosofia específicas dos auditados. Alguns 
destes serão prestativos e positivos – no caso, os de fácil de trato. Eles são 
pessoas que entendem o que é o sistema e sabem que o sistema é para o bem 
da empresa e, consequentemente, de si próprios. 
Por outro lado, o auditor encontrará aqueles indivíduos que não acreditam no 
sistema, pensam que é uma perda de tempo e, consequentemente, que a 
auditoria é uma perda de tempo. Tais pessoas requerem muita habilidade da 
parte do auditor, que, se possível, não deve somente alcançar um resultado 
positivo com a auditoria, mas também conseguir vencer e persuadir o auditado 
referente ao valor do sistema. 
Nesse sentido, o auditor pode ser visto como um missionário convertendo o 
rebanho à nova fé. Se adotar a abordagem certa, um convertido pode ser 
conseguido, mas, se a empregar a abordagem errada, o auditor pode se 
considerar como sendo colocado vivo em um caldeirão e devorado! 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 49 
Para resumir, durante uma auditoria, o auditor deve tentar lembrar-se de: 
✔ Estabelecer um clima para uma comunicação bem-sucedida; 
✔ Colocar o auditado à vontade; 
✔ Estabelecer um bom relacionamento com o auditado; 
✔ Usar a técnica correta de questionamento; 
✔ Utilizar perguntas abertas e, com moderação, as perguntas fechadas ou 
diretas; 
✔ Evitar as perguntas indutivas e não fazer perguntas antagônicas; 
✔ Usar a linguagem corporal; 
✔ Ser amigável e diplomático. 
Tudo depende da adoção da abordagem adequada para a auditoria. Portanto, é 
importante que essas medidas sejam consideradas detalhadamente e 
trabalhadas, a fim de se alcançarem os melhores resultados possíveis. Um auditor 
não pode esperar ser perfeito imediatamente, mas melhorará com a prática. 
Gerando Constatações de Auditoria 
As evidências de auditoria devem ser avaliadas de acordo com o critério de 
auditoria para gerar as constatações da auditoria. Tais constatações podem 
indicar tanto conformidade quando não conformidade com o critério de auditoria. 
Quando especificado pelos objetivos da auditoria, constatações da auditoria 
podem identificar oportunidades para melhoria. 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 50 
A equipe da auditoria deve reunir-se, quando necessário, para analisar 
criticamente as constatações da auditoria em fases apropriadas durante a 
auditoria. 
Relatório da Auditoria 
Preparando o Relatório da Auditoria 
O líder de equipe da auditoria é o responsável pela preparação e pelo conteúdo 
do relatório da auditoria. 
Esse relatório deve fornecer um registro completo, preciso, conciso e claro da 
auditoria, e convém que ele contemple os seguintes itens (ou se refira a eles): 
a) os objetivos da auditoria; 
b) o escopo da auditora, particularmente a identificação das unidades 
organizacionais e funcionais ou os processos auditados e o período de tempo 
coberto; 
c) a identificação do cliente da auditoria; 
d) a identificação do líder da equipe da auditoria e de seus membros; 
e) as datas e os lugares em que as atividades da auditoria no local foram 
realizadas; 
f) o critério da auditoria; 
g) as constatações da auditoria; 
h) as conclusões da auditoria; 
Se apropriado, o relatório da auditoria também pode incluir os seguintes itens 
(ou se referir a eles): 
 
 
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 o plano de auditoria; 
 uma lista de representantes do auditado; 
 um resumo do processo de auditoria incluindo obstáculos e/ou incertezas 
encontrados que poderiam diminuir a confiabilidade das conclusões da 
auditoria; 
 a confirmação de que os objetivos da auditoria foram atendidos dentro do 
escopo da auditoria e em conformidade com o plano de auditoria; 
 quaisquer áreas não cobertas, embora dentro do escopo da auditoria; 
 quaisquer opiniões divergentes e não resolvidas entre a equipe da 
auditoria e o auditado; 
 as recomendações para melhoria, se isso for especificado nos objetivos da 
auditoria; 
 o plano de ação de acompanhamento negociado, se existir; 
 uma declaração da natureza confidencial dos conteúdos; 
 a lista de distribuição do relatório da auditoria. 
Qualidade do Relatório 
As observações da auditoria e os relatórios são confidenciais, e como tais não 
podem ser divulgados a terceiros (com exceção dos órgãos acreditadores), muito 
embora os relatórios de auditoria, escritos ou orais, sejam apresentados para 
várias pessoas em ambas as organizações. 
As constatações da auditoria serão apresentadas verbalmente: 
✔ A auditados, que representam todos os níveis na organização; 
✔ A representante da direção e membros da gerência da organização auditada 
durante as reuniões de apresentação (feedback); 
✔ À direção da organização auditada, incluindo os altos gerentes, durante a 
reunião de encerramento. 
Os relatórios escritos serão apresentados: 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 52 
✔ A auditados que participaram do processo; 
✔ À alta direção da organização auditada; 
✔ A auditores internos da organização auditada; 
✔ À administração do cliente da auditoria; 
✔ A auditores se preparando para as auditorias subsequentes na mesma 
organização; 
✔ A auditores de órgãos de credenciamento (no caso de auditorias de certificação 
credenciadas). 
Todas essas pessoas têm de receber informações reais sobre o resultado da 
auditoria. Várias características do relatório de auditoria (quer seja escrito quer 
seja oral) determinarão sua capacidade de atender a essa função e podem estar 
relacionadas aos seguintes aspectos: 
Conteúdo Forma 
Informativo Concisão 
Baseado em fatos Legibilidade 
Completo Transparência 
Exato e preciso Clareza e compreensibilidade 
a) Conteúdo 
Importantes decisões de gestão serão tomadas com base nos relatórios de 
auditoria. A alta direção da organização auditada decidirá se o sistema de gestão 
está desempenhando-se satisfatoriamente, e, se não for esse o caso, que 
mudanças são requeridas. Nas auditorias de segunda e terceira partes, a 
administração do cliente da auditoria, com base no relatório e nas 
recomendações do líder de equipe, tomará uma decisão relativa à concessão do 
contrato, à manutenção da aprovação do fornecedor ou à certificação do sistema. 
 
 
AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA E EXTERNA 53 
Para possibilitar que a administração tome decisões informadas, os relatórios de 
auditoria devem ser: 
Informativos 
Os relatórios devem claramente comunicar o resultado da auditoria ao pessoal 
envolvido nos vários níveis e fornecer informações sobre quão bem os requisitos 
dos critérios de auditoria foram atendidos. 
Baseados em fatos 
É, portanto, criticamente importante que o relatório do auditor seja firmemente 
baseado em fatos e em evidências objetivas. Somente os fatos, não a opinião do 
auditor, criarão uma base para a tomada de decisões bem informadas. 
Completos 
O relatório deve delinear completamente o resultado da auditoria para fornecer 
à administração interessada todas as informações requeridas a fim de

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