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Aula 08 - Profsº Carlos
Roberto e Márcio
Damasceno
Discursivas p/ Polícia Federal (Agente)
Sem correção - 2020 - Pré-Edital
(Preparação de A a Z)
Autor:
Carlos Roberto
Aula 08 - Profsº Carlos Roberto
e Márcio Damasceno
10 de Julho de 2020
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Tema 1................................................................................................................................................... 3 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 4 
Tema 2 ................................................................................................................................................. 5 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 6 
Tema 3................................................................................................................................................... 7 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 8 
Tema 4 ................................................................................................................................................. 9 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 10 
Tema 5 ................................................................................................................................................ 11 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 12 
Tema 6 ................................................................................................................................................ 13 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 14 
Tema 7 ................................................................................................................................................. 15 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 16 
Tema 8 ................................................................................................................................................ 18 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 19 
Tema 9 ............................................................................................................................................... 20 
Abordagem teórica .............................................................................................................................. 21 
Tema 10 .............................................................................................................................................. 28 
Abordagem teórica ............................................................................................................................. 29 
Tema 11 ............................................................................................................................................... 39 
Abordagem teórica ............................................................................................................................. 40 
Tema 12 ............................................................................................................................................... 51 
Carlos Roberto
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Abordagem Teórica .............................................................................................................................54 
Tema 13 .............................................................................................................................................. 62 
Abordagem teórica .............................................................................................................................. 63 
Tema 14 .............................................................................................................................................. 66 
Abordagem teórica .............................................................................................................................. 67 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, meus nobres alunos. Bem-vindos à nossa segunda rodada de temas. 
Meus nobres, esperamos que nesta aula você já comece a perceber a sua evolução em relação aos textos 
produzidos na aula anterior. Cada aula é uma etapa transposta e uma vitória alcançada. Mas, junto a essa 
conquista, vem o compromisso e a responsabilidade de escrever textos cada vez melhores. 
Para que isso aconteça, é essencial que você incorpore os ensinamentos transmitidos e, efetivamente, passe 
a aplicá-los. Nesse sentido, é fundamental que você treine, escreva textos manuscritos, conforme 
conversamos nas aulas anteriores. 
Aos alunos do curso com correção: vocês poderão escolher para envio qualquer dos temas desta aula. 
Contudo, não é obrigatório escolher um tema agora, caso prefiram aguardar os temas da próxima rodada. 
Bons estudos! 
Instagram: profmarciodamasceno 
Prof. Marcio 
 
Carlos Roberto
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PRIMEIRA RODADA DE TEMAS 
Tema 1 
“Milhares de mulheres entraram na justiça do DF com medidas protetivas, desde que a Lei Maria da Penha 
entrou em vigor, em setembro de 2006. A maioria se refere a proibições judiciais de contato pelos companheiros 
e ex-companheiros. Esses pedidos vieram de mulheres que moram em Brasília (região que inclui, além do Plano 
Piloto, o Lago Sul e o Lago Norte, o Varjão e a Estrutural) e localidades circunvizinhas. A grande maioria das 
ações acolhidas pelo Tribunal de Justiça do DF com base na Lei Maria da Penha têm-se relacionado à ingestão 
de álcool e são feitas contra ex-companheiros das mulheres agredidas. Em 2018, o número de inquéritos abertos 
na Delegacia da Mulher do DF cresceu 86% em relação às 1.677 denúncias feitas no ano anterior. Isso não 
significa que a prática do crime tenha aumentado, mas sim que as mulheres estão denunciando as agressões 
com maior frequência”. 
Correio Braziliense (com adaptações). 
“Uma ligação anônima ajudou a esclarecer as circunstâncias da morte da auxiliar de serviços gerais Pedrolina 
Silva, 50 anos. Segundo a pessoa que acionou a PCDF, João Marcos Vassalo da Silva Pereira, 20, teria dito a 
diversas pessoas no Paranoá Parque, condomínio em que os dois moravam, que se a mulher “não for minha, 
não será de mais ninguém”. 
https://www.metropoles.com/violencia-contra-a-mulher/se-nao-for-
minha-nao-sera-de-mais-ninguem-teria-dito-assassino-de-pedrolina 
“A Lei Maria da Penha apresenta cinco tipos de atitudes violentas contra as mulheres: física, psicológica, sexual, 
patrimonial e moral. A violência física é representada por ações como tapas, empurrões, socos, mordidas, 
chutes, queimaduras, cortes, estrangulamento, lesões por armas ou objetos etc. A violência psicológica inclui 
ações como insultos constantes, humilhação, desvalorização, chantagem, isolamento de amigos e familiares, 
ridicularização, rechaço, manipulação afetiva, exploração e negligência. 
A violência sexual é a ação cometida para obrigar a mulher, por meio da força física, coerção ou intimidação 
psicológica,a ter relações sexuais ou presenciar práticas sexuais contra a sua vontade. Já a violência patrimonial 
ocorre quando o agressor retém, subtrai, ou destrói os bens pessoais da vítima, seus instrumentos de trabalho, 
documentos e valores. Por fim, a violência moral ocorre quando a mulher sofre com qualquer conduta que 
configure calúnia, difamação ou injúria praticada por seu agressor”. 
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-
violencia/o-tipo-de-violencia-sofrida 
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do seguinte tema. 
A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: 
1 causas da violência contra a mulher; [valor: 4,00 pontos] 
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2 barreiras para a superação do problema; [valor: 4,00 pontos] 
3 o dever do Estado de garantir a segurança dos cidadãos, em especial a das mulheres. [valor: 4,40 pontos] 
Proposta de solução 
Definição dos pontos semânticos 
• Tema: violência contra a mulher 
• Tese: necessário analisar as suas causas e as barreiras para a solução do problema 
• Tópico I: causas da violência contra a mulher 
• Tópico II: barreiras 
• Conclusão: proposta de intervenção 
 
A despeito da evolução legislativa com foco na proteção da integridade e dignidade 
da mulher, a violência contra esse segmento [tema] ainda é uma chaga a ser extirpada na 
sociedade. É problema externalizado por variadas formas (física, moral, sexual, 
psicológica) e que possui raízes sociais profundas, o que torna imprescindível a análise das 
suas causas e das barreiras para a sua superação. [Tese] 
Inicialmente, mencione-se que a violência contra a mulher é consequência do 
machismo enraizado na sociedade, revelado pelo sentimento de posse e dominação. Essa 
concepção é responsável pela objetificação e subjugação da mulher e denota a ainda 
existente desigualdade de poder entre os sexos, originada de questões de diferentes 
naturezas (econômicas, culturais, educacionais). A intensidade dessa situação é 
corroborada por números estarrecedores. Basta ver que, de acordo com 
pesquisa Datafolha, 30% dos homens acreditam que a mulher que usa roupas 
provocativas não pode reclamar se for estuprada. 
A superação desse quadro tem como uma das principais barreiras o elevado índice de 
subnotificação. Apesar da gravidade do tema, segundo pesquisa Datafolha, mais da 
metade das mulheres vítimas de violência não denunciam o caso. Dentre as razões para 
esse elevado número, destacam-se: o medo de represália por parte do agressor; o 
agravamento da situação com a denúncia e o abalo da estrutura familiar. Acrescente-se a 
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esses motivos a sensação de impunidade, problema crônico brasileiro, e a proteção 
deficiente oferecida pelo Estado, incapaz de garantir a integridade física e psíquica das 
vítimas. 
Por fim, para superar esses obstáculos é imprescindível a atuação do Estado. As 
medidas para coibir esse crime englobam: a adoção tempestiva de medidas protetivas no 
âmbito da Lei Maria da Penha, a exemplo do afastamento do lar, domicílio ou local de 
convivência com a ofendida, e a aplicação de punições severas aos que, comprovadamente, 
incorrerem no tipo criminal. Além disso, é necessário aparelhar o Poder Público de 
estruturas capazes de encorajar a realização de denúncias, como as delegacias 
especializadas em violência contra a mulher e as Casas da Mulher Brasileira, espaços que 
reúnem serviços de acolhimento, apoio psicossocial, Ministério Público, Defensoria 
Pública, capacitação para a autonomia econômica e cuidados para os filhos das vítimas. 
 
Tema 2 
Cebraspe - PF - 2018 - Adaptado 
Cespe/Cebraspe – PF/2018 – Agente 
O preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF) dispõe que o Estado democrático se destina a 
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e 
sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a 
solução pacífica das controvérsias. 
A missão das forças policiais é garantir ao cidadão o exercício dos direitos e das garantias 
fundamentais previstos na CF e nos instrumentos internacionais subscritos pelo Brasil (art. 5.º, § 2.º, da CF). 
O cumprimento dessa missão exige preparo dos integrantes das corporações policiais, que devem perseguir 
incansavelmente a verdade dos fatos sem se afastar da estrita observância ao ordenamento jurídico 
vigente, que deve ser observado por todos, em respeito ao Estado democrático de direito. 
Wlamir Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado democrático. Internet: 
(com adaptações). 
O Brasil se efetivou como um país democrático de direito após a promulgação da CF — também 
chamada de Constituição Cidadã, por contar com garantias e direitos fundamentais que reforçam a ideia de 
um país livre e pautado na valorização do ser humano. Com a ruptura do antigo sistema ditatorial, o Estado 
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tinha a necessidade de resgatar a importância dos direitos humanos, negligenciados até então, porquanto, 
desde 1948, havia-se erigido a Declaração Internacional dos Direitos Humanos no mundo. 
Já no art. 1.º da CF, afirma-se a condição de Estado democrático de direito fundamentado em 
cidadania e dignidade da pessoa humana. O Brasil, por ser signatário de tratados internacionais de direitos 
humanos, tem como princípio, em suas relações internacionais, a prevalência dos direitos humanos. 
Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial e os direitos humanos. Internet: 
(com adaptações). 
 
 
A partir das ideias dos textos precedentes, que têm caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do seguinte tema. 
O PAPEL DA POLÍCIA FEDERAL NO APRIMORAMENTO DA DEMOCRACIA BRASILEIRA 
Em seu texto, 
1. Discorra sobre o papel constitucional e social da Polícia Federal e sua relação com os direitos humanos; 
[valor: 4,00 pontos] 
2. Cite contribuições da Polícia Federal relevantes para a manutenção do Estado democrático de direito, 
especialmente relacionadas aos direitos humanos; [valor: 4,00 pontos] 
3. Apresente sugestões de implantação de ações e(ou) projetos que possam contribuir futuramente para 
o aprimoramento da democracia brasileira. [valor: 4,40 pontos] = 
Proposta de solução 
A Polícia Federal (PF), peça central no atual arcabouço da segurança pública, tem 
como atribuição constitucional a preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, defluindo disso seu relevante papel social. 
É emblemática a sua atuação na área de segurança pública, zelando pela preservação 
da vida dos cidadãos, a exemplo das atividades de prevenção e repressão ao tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins. A PF, por meio da sua atuação, é instrumento de garantia 
e preservação dos direitos humanos, proporcionando a paz social, ambiente imprescindível 
para o gozo de direitos. Necessário mencionar que, no desenvolvimento desse papel, a 
referida instituição deve ter como referência constante a estrita obediência aos direitos 
humanos, haja vista ser elemento responsável pela sua promoção, não pelo seu 
sufocamento. [Topico I] 
Desse modo,a PF tem papel decisivo na manutenção do Estado democrático de 
direito, a julgar por sua atribuição de zelar pela ordem pública e pela incolumidade das 
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pessoas e do patrimônio, condição necessária para o pleno exercício dos direitos humanos 
e garantias fundamentais. Nessa linha, exemplificam-se a prevenção ao cometimento de 
crimes, repercutindo no zelo à vida; a sua atuação no combate à corrupção, poupando 
recursos públicos que poderão propiciar serviços de saúde e educação de melhor qualidade; 
e suas operações destinadas ao combate aos crimes contra os direitos humanos (exemplos: 
tráfico de pessoas, exploração sexual de crianças e adolescentes), protegendo a dignidade 
da pessoa humana, valor supremo da democracia. [Tópico II] 
Por fim, são exemplos de ações e/ou de projetos capitaneados pela PF que possam 
contribuir futuramente para o aprimoramento da democracia brasileira: o investimento 
em capacitação para a conscientização de seus agentes de que a instituição é um 
importante instrumento de preservação dos direitos humanos; a disponibilização de canais 
que otimizem o tratamento de demandas apresentadas pelos cidadãos; e a disponibilização 
de relatórios, dando ciência das suas atividades desempenhadas, recursos envolvidos e 
resultados obtidos, proporcionando, pois, maior transparência a respeito de suas ações. 
[Tópico III] 
 
Tema 3 
Cespe/Cebraspe – Agente da Polícia Federal – 2009 - Adaptado 
Texto fixa duração de dez anos para Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 
O Projeto de Lei 3734/12, aprovado nesta quarta-feira (11/04/2018) pelo Plenário da Câmara dos Deputados, 
prevê a criação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social para promover a melhora da 
qualidade da gestão das políticas do setor e priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança 
interna, nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos. 
O plano terá ainda de assegurar a produção de conhecimento no tema e a avaliação dos resultados das 
políticas de segurança pública, contribuindo para a organização dos conselhos de Segurança Pública e 
Defesa Social. 
De acordo com o substitutivo do deputado Alberto Fraga (DEM-DF), o plano nacional terá duração de dez 
anos. As ações de prevenção à criminalidade serão prioritárias, e as políticas públicas de segurança não 
serão restritas aos integrantes do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), devendo considerar um 
contexto social amplo e abranger outras áreas do serviço público, como educação, saúde, lazer e cultura. 
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No caso dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, eles terão até dois anos para elaborar seus planos 
correspondentes, sob pena de não poderem receber recursos da União para a execução de programas ou 
ações no setor. 
Disponível em: 
https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/555815-TEXTO-FIXA-
DURACAO-DE-DEZ-ANOS-PARA-PLANO-NACIONAL-DE-SEGURANCA-PUBLICA-E-DEFESA-
SOCIAL.html. Acesso: 24 de abril de 2019. 
 
Considerando que o texto acima tenha caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo que 
aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 
 Relação entre eficiência policial e direitos do cidadão; [valor: 4,40 pontos] 
 Finalidade da repressão policial e sua intensidade; [valor: 4,00 pontos] 
 Aparelho policial como um dos pilares da sociedade democrática. [valor: 4,00 pontos] 
Proposta de solução 
A Constituição Federal dispõe que a segurança pública é dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos e exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio dos órgãos policiais. Desse 
dispositivo, depreende-se o relevante papel dos órgãos policiais, qual seja, propiciar 
condições para pleno exercício dos direitos do cidadão. [Introdução] 
A eficiência, princípio direcionador da Administração Pública, deve ser almejada de 
forma ainda mais contundente no âmbito da atividade policial, haja vista a sensibilidade 
dos bens jurídicos envolvidos nessa atividade. Há uma relação direta entre esses valores: 
quanto mais eficiente a polícia, mais a sociedade terá condições de exercitar os direitos a 
ela constitucionalmente assegurados. Se ineficiente, ou seja, se não consegue entregar 
resultados satisfatórios com os recursos disponíveis, torna-se incapaz de atender as 
demandas sociais, o que frustrará o exercício de direitos. Basta ver que, da eficiência 
policial dependem valores como a vida e a paz social, por isso é fundamental que essa 
atividade seja desempenhada com elevado esmero e com o menor custo social possível, de 
forma que possa atender a um número maior de pessoas e com mais qualidade. [Tópico I] 
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Outrossim, a repressão policial, que muitas vezes é necessária para conter ou impedir 
o cometimento de crimes, deve ter como finalidade proporcionar um ambiente social que 
torne possível o gozo de direitos e não cerceá-los. Não obstante seja inerente à atividade 
policial o uso da força, ela deve ser sempre exercida de forma proporcional e nos rigorosos 
ditames da lei, conforme se estabelece nos Estados democráticos de direito. Nesse sentido, 
não se concebem operações policiais com o uso desmedido da violência, ao arrepio do que 
preconiza o ordenamento jurídico. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que o aparelho policial é um dos pilares da 
sociedade democrática, sustentáculo fundamental para o funcionamento da sociedade e 
para o pleno gozo dos direitos humanos. Sem a atuação eficiente das forças policiais, 
instaura-se um cenário de total insegurança e fragilidade social, ambiente em que ficam 
seriamente prejudicados alguns dos direitos humanos mais básicos, como, por exemplo, o 
direito à locomoção, à propriedade e à vida. 
 
Tema 4 
O atual presidente do Brasil expediu um decreto que facilita a posse de armas. O decreto altera o Estatuto 
do Desarmamento, aprovado em 2003, que limita o acesso a armamentos no Brasil. A principal mudança do 
decreto é a definição mais flexível de quem tem “efetiva necessidade” de ter uma arma – há o pressuposto 
de que as informações prestadas sejam verdadeiras e a Polícia Federal apenas as examina. Outra 
modificação importante é o aumento do prazo de validade da autorização de posse de cinco para dez anos. 
 Internet: <www.bbc.com> (com adaptações). 
 
A posse de arma é uma autorização emitida pela Polícia Federal para que um cidadão possa ter, dentro de 
casa ou no lugar de trabalho, uma arma que não seja de calibre restrito, contanto que seja ele o titular ou o 
responsável legal pelo estabelecimento. A posse é atualmente liberada para pessoas que sejam maiores de 
25 anos de idade, tenham ocupação lícita e de residência certa, comprovem capacidade psicológica, 
comprovem capacidade técnica, não tenham antecedentes criminais e não estejam respondendo a 
inquérito policial ou a processo criminal, declarem a efetiva necessidade de ter uma arma. O sexto item foi 
o único a sofrer mudanças. 
 Idem (com adaptações). 
 Especialistas argumentam que a difusão das armas de fogo faz diminuir o seu preço no mercado ilegal e 
estimula soluções violentas aos conflitos interpessoais. 
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 Idem (com adaptações). 
 Um publicitário paulistano resolveu adquirir uma arma depois de ficar refém, com a família, em um assalto 
dentro de casa. O tio dele, empresário, passou a usar carro blindado após ter sido baleado em uma tentativa 
de assalto. “A gente tenta se proteger da forma que pode, até onde nosso dinheiro alcança”, disse ele. 
 Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). 
 Motivado pela leitura dos textos anteriores, redija um texto dissertativo e(ou) descritivo com o seguinte 
tema: 
A FACILITAÇÃO DA POSSE E PORTE DE ARMAS DE FOGO CONTRIBUI PARA O COMBATE À 
CRIMINALIDADE? 
Proposta de solução 
Com a recente publicação de Decreto que visou à flexibilização dos requisitos para 
a obtenção de armas [tema], a discussão desse polêmico assunto reacendeu-se na 
sociedade. Em que pese o fato de o Estado ter se mostrado incapaz de proporcionar 
segurança adequada à sua população, a facilitação da posse de armas de fogo 
acentuará, sobremaneira, a criminalidade no Brasil [tese]. 
É inequívoco que a redução do número de armas diminui a violência, fato 
comprovado pelos números apresentados pelo Atlas da Violência. Segundo esse estudo, 
houve uma diminuição proporcional dos homicídios ocorridos no Brasil após a edição do 
Estatuto do Desarmamento, refreando uma tendência brusca de crescimento observada 
nos anos anteriores. Nos quatorze anos anteriores ao estatuto, os assassinatos por arma 
de fogo, no Brasil, cresciam, em média, 5,5% ao ano. Após o estatuto, de 2003 a 2017, 
essa taxa caiu para menos de 1% ao ano. 
Nesse sentido, armar civis somente aumentará o caos no sistema de segurança 
pública, pois o indivíduo que possui uma arma de fogo responde com mais violência às 
situações de conflitos interpessoais. Assim, liberar o uso de armas pela população levará 
a sociedade ao colapso, na medida em que questões banais e corriqueiras poderão culminar 
em lesões graves ou mortes, plenamente evitadas se os indivíduos envolvidos não 
estivessem armados. 
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Além disso, é necessário ter elevado preparo para que o possuidor da arma possa fazer 
um bom uso, visto que, em regra, quem ataca está em situação de vantagem proporcionada, 
por exemplo, pelo efeito surpresa. Assim, nada garante que um indivíduo armado consiga 
repelir a uma investida criminosa. Aliás, o fato de estar armado pode só piorar a situação, 
haja vista que o conhecimento desse fato pelo criminoso recrudescerá a violência 
perpetrada, ocasionando, fatalmente, a morte do cidadão e a captura de mais uma arma 
a serviço do crime. 
Diante do exposto, nota-se que facilitar o acesso às armas piorará o problema. Nesse 
sentido, cabe à sociedade organizar-se para exigir dos seus representantes ações contrárias 
à flexibilização do posse e porte de armas, como forma de tornar mais seguro o convívio 
social, direito constitucionalmente assegurado. [Fechamento com proposta de solução] 
 
Tema 5 
Cespe/Cebraspe – PC-DF – 2013 - Adaptada 
As armas de brinquedo devem sair de circulação no Distrito Federal em até dez meses, mas a polêmica sobre 
a proibição delas parece estar longe do fim. A lei distrital, sancionada recentemente, impede a fabricação, 
a comercialização e a distribuição de peças semelhantes ou não aos armamentos convencionais. Estão 
inclusas as que disparam balas, bolas, espuma, luz, laser e assemelhados, as que produzem sons e as que 
projetam quaisquer substâncias. A aprovação da norma repercutiu nacionalmente e também fora do Brasil, 
com reportagem no jornal britânico The Guardian. 
Correio Braziliense, 29/9/2013, p. 27 (com 
adaptações). 
 
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do seguinte tema: 
O CERCO ÀS ARMAS COMO ESTRATÉGIA DE COMBATE À VIOLÊNCIA 
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 
 Percepções diversas acerca das armas, de instrumento de proteção a símbolo de morte e destruição; 
[valor 4,40 pontos] 
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 Efeito educativo pretendido com a proibição da venda de armas de brinquedo; [valor: 4,00 pontos] 
 Limitações de uma medida legal como a proibição de venda de armas de brinquedo. [valor: 4,00 pontos] 
 
Proposta de solução 
Pontos Semânticos: 
Tópico I: percepções diversas acerca das armas, de instrumento de proteção a símbolo de 
morte e destruição; 
Tópico II: efeito educativo pretendido com a proibição da venda de armas de brinquedo; 
Tópico III: limitações de uma medida legal como a proibição de venda de armas de 
brinquedo. 
O entendimento acerca da influência das armas na sociedade divide opiniões. 
Enquanto há um grupo que defende a ampliação do acesso às armas como forma de 
proporcionar ao próprio cidadão o direito de se defender, há um grupo, de posicionamento 
antagônico, o qual preconiza que mais armas significam, necessariamente, mais mortes. 
[Tópico I] 
O primeiro grupo entende que o desarmamento estimula a violência, haja vista que 
os criminosos, cientes de que a população estará indefesa, lançam-se com maior destemor 
ao cometimento de delitos. Para eles, a restrição do acesso às armas só prejudica o cidadão, 
visto que os criminosos, por óbvio, não respeitam os limites para a posse e o porte de armas 
estabelecido pelo Estatuto do Desarmamento. [Tópico I] 
Noutro giro, o grupo antagônico defende que estimular a aquisição de armas pela 
população irá levar a sociedade ao colapso, visto que questões banais podem culminar em 
mortes pelo fato de os indivíduos estarem armados. Outrossim, argumentam que as 
estatísticas demonstram a expressiva redução na taxa de homicídios decorrente das 
restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento. [Tópico I] 
Em relação à Lei Distrital, a proibição visou a evitar o contato prematuro das 
crianças com esse tipo de instrumento, idade em que suas personalidades estão sendo 
formadas e que ainda não possuem plena capacidade de discernimento. Objetivou, 
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também, evitar a banalização do uso desse artefato, banindo o uso das armas do 
imaginário infantil. Assim, trata-se de uma questão educativa, com o objetivo de dar o 
exemplo, desde a tenra idade, sobre os perigos do uso das armas, criando uma geração de 
cidadãos mais conscientes. [Tópico II] 
Por fim, ressalte-se que o problema da violência no Brasil é extremamente complexo. 
Assim, por melhor que seja a lei e por mais ampla que seja a sua adoção, a ação legiferante, 
pura e simplesmente, não será suficiente para resolução de um problema dessa 
envergadura. É necessário conjugar esforções de diversas matrizes, dentre os quais se 
destacam: os investimentos em educação; a redução da desigualdade social; a efetivação 
de políticas públicas de inclusão social e erradicação da pobreza; o combate à impunidade; 
e a melhoria do sistema de segurança pública, com foco em retirar as armas da posse dos 
criminosos. [Tópico III] 
 
Tema 6 
Autoral 
“O TSH – Tráfico de Seres Humanos é um atentado contra a humanidade, consubstanciado em uma 
agressão inominável aos direitos humanos, porque explora a pessoa, limita sua liberdade, despreza sua 
honra, afronta sua dignidade, ameaça e subtrai a sua vida. 
[...] 
Crime multifacetado, o TSHadvém de uma multiplicidade de questões, realidades e desigualdades sociais. 
Quase sempre, a vítima se encontra fragilizada por sua condição social, tornando-se alvo fácil para a cadeia 
criminosa de traficantes que a ludibria com o imaginário de uma vida melhor. Aproveitando-se de sua 
situação de vulnerabilidade e da ilusão de um mundo menos cruel, transforma a vítima em verdadeira 
mercadoria. A crise mundial, causa do aprofundamento da pobreza e das desigualdades, cria espaços para 
o fomento das mais diversas formas de exploração mediante o comércio de seres humanos.”. 
Brasil. Secretaria Nacional de Justiça. Tráfico de pessoas: uma abordagem para os direitos 
humanos / Secretaria Nacional de Justiça, Departamento de Justiça, Classificação, Títulos 
e Qualificação; organização de Fernanda Alves dos Anjos ... [et al.]. – 1.ed. Brasília: 
Ministério da Justiça, 2013.” Disponível em: http://www.justica.gov.br/sua-
protecao/trafico-de-
pessoas/publicacoes/anexos/cartilha_traficodepessoas_uma_abordadem_direitos_huma
nos.pdf. Acesso: 01 de fevereiro de 2019. 
 
Carlos Roberto
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Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo sobre o 
tráfico de pessoas, mencionando, necessariamente os seguintes pontos: 
 Explique no que consiste o crime de tráfico de pessoas e mencione três das suas características; [valor: 
8,00 pontos] 
 Desafios e principais iniciativas governamentais para o seu enfrentamento; [valor: 10,00 pontos] 
 Apresente três sugestões para combater a situação. [valor: 10,50 pontos] 
Proposta de solução 
O crime de tráfico de pessoas consiste em negociar, aliciar, recrutar, escravizar e 
explorar vidas humanas, por meio da violência, coação ou fraude, com os objetivos de: 
remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo; submissão a trabalho em condições análogas 
à de escravo e a qualquer tipo de servidão; adoção ilegal; ou exploração sexual. Tem como 
características ser um crime altamente rentável, atingir, principalmente, categorias mais 
vulneráveis, como mulheres e crianças, além de representar uma grave agressão à 
dignidade da pessoa humana. [Tópico I] 
Trata-se de um crime que, pela multiplicidade de condutas incriminadoras, oferece 
uma série de desafios ao seu enfrentamento, a começar pela necessidade de articulação 
entre diversas instituições (exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Judiciário 
e órgãos de segurança e serviços de inteligência — nacional e internacional) e entre essas 
e a sociedade civil. Outro grande desafio é tornar mais conhecida a Lei 13.144/2016, que 
tipificou a conduta nos termos dos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, 
como forma de dar maior efetividade ao combate desse crime. [Tópico II-a] 
Não obstante a complexidade dos desafios, o Governo Federal tem envidado esforços 
para combater o crime de tráfico de pessoas. Nesse sentido, citam-se: a publicação da Lei 
13.344/2016; a aprovação de uma política de enfrentamento, consubstanciada num 
plano, com ações e responsabilidades para diversos órgãos envolvidos na sua repressão; e 
a criação de Núcleos de Enfrentamento, em parceria com os governos estaduais, criando 
uma rede estadual de referência e atendimento às vítimas do tráfico de pessoas. [Tópico 
II-b] 
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Por fim, como forma de combater a situação, sugere-se: a realização de campanhas 
informativas e preventivas, direcionadas aos públicos mais suscetíveis, com foco na 
identificação de situações suspeitas e busca de ajuda especializada, principalmente 
quando incluírem viagens nacionais ou internacionais. Além disso, sugere-se o 
fortalecimento da rede de atenção às vítimas, com foco no acolhimento das pessoas em 
situação de tráfico e sua reinserção na sociedade e no mercado de trabalho, bem como o 
fomento da cooperação policial e jurídica nacional e internacional para desarticulação das 
organizações criminosas operadoras desse negócio. [Tópico III] 
 
Tema 7 
Inédita 
ASSÉDIO VIRTUAL - 'CYBERBULLYING É QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA' 
"Brincadeiras" ofensivas foram por muito tempo ignoradas por pais e responsáveis por crianças e 
adolescentes. Nos últimos anos, no entanto, o bullying passou a ser encarado de forma mais séria e hoje é 
considerado um problema real e frequente em todo o mundo. No entanto, com as novas plataformas de 
comunicação, a juventude passou a conviver com as agressões também no ambiente virtual. Tanto que o 
cyberbullying tornou-se problema de saúde pública e que pode trazer consequências graves para as vítimas. 
Ansiedade, depressão e suicídio são alguns dos resultados da violência praticada entre crianças e 
adolescentes no ambiente virtual. Os sintomas nem sempre são percebidos pelos responsáveis, o que torna 
a agressão ainda mais perigosa. Falta de políticas públicas de combate ao problema e a ausência de debate 
nas escolas e na sociedade são agravantes. 
Segundo a última pesquisa TIC Kids, de 2016, realizada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil), 
mais de 80% da população brasileira entre 9 e 17 anos utilizam a rede. O número de jovens que navegam na 
rede mais de uma vez por dia foi de 21% em 2014 para 69% em 2016. 
Disponível em: < https://www.nic.br/noticia/na-midia/assedio-virtual-
cyberbullying-e-questao-de-saude-publica/>. Acesso em: 11 set. 2019. 
MODELO DE MG COMETE SUICÍDIO APÓS VÍDEO DE SEXO VAZAR NA WEB 
Uma notícia chocou o Brasil nesta quarta-feira, quando a Polícia Civil de Goiás divulgou que uma modelo de 
Minas Gerais pode ter cometido suicídio após o vazamento de um vídeo. 
De acordo com O Tempo, Milena Chaves Andrade, 20, natural da cidade de Sete Lagoas, foi encontrada 
morta nesta segunda-feira, 27. 
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A moça foi encontrada por seu personal trainer que foi em seu apartamento à pedido de sua família, que 
não conseguia contato com ela há dias. 
Milena foi encontrada dentro do banheiro enforcada com o cabo de sua chapinha e segundo as suspeitas, 
ela teria cometido suicídio após um vídeo em momento íntimo ter caído na web. 
O vídeo teria viralizado entre seus colegas de trabalho e lhe causado depressão. Se a teoria for confirmada 
o autor do vazamento poderá pegar até cinco anos de prisão. 
Disponível em: < http://moonbh.com.br/modelo-de-mg-comete-suicidio-
apos-video-de-sexo-vazar-na-web-veja/>. Acesso em: 11 set. 2019. 
 
CYBERBULLYING: A VIOLÊNCIA VIRTUAL 
Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes 
perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas 
“imperfeições” - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e 
agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, 
mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. 
Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam 
nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”). Sua principal 
característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem 
uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails 
ameaçadores, mensagens negativasem sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos 
constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando 
rapidamente o número de casos de violência desse tipo. 
 Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1530/cyberbullying-a-
violencia-virtual>. Acesso em: 11 set. 2019. 
 A partir da leitura dos textos de motivadores, redija um texto dissertativo sobre o tema: 
CIBERBULLYING: A VIOLÊNCIA PRATICADA NA INTERNET 
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: 
1 causas do problema; [valor: 4,00 pontos] 
2 consequências sofridas pelas vítimas desse ato; [valor: 4,00 pontos] 
3 providências a serem tomadas para o combate desse tipo de violência. [valor: 4,40 pontos] 
Proposta de solução 
A prática da intimidação sistemática por meio virtual ou “cyberbullying” [assunto] 
consiste no uso do espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa. A gravidade 
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desse problema social exige o estudo aprofundado das suas causas, das consequências, bem 
como das medidas para o combate desse tipo de violência [tese]. [Introdução roteiro] 
Inicialmente, destaca-se a existência de inúmeras razões para a ocorrência do 
“cyberbullying”. Uma delas é o anonimato, o que provoca a sensação, por parte do 
agressor, de que não poderá ser responsabilizado pelos seus atos. Os responsáveis, 
geralmente, usam perfis falsos (“fakes”), acreditando estarem totalmente protegidos 
quanto à sua identidade real, o que, em tese, preservar-lhes-ia de qualquer 
responsabilização pelos seus atos ou de eventual reação por parte do ofendido. Outra 
causa é a cultura da intolerância, ainda fortemente presente na sociedade, que se expressa 
pela dificuldade de conviver com as diferenças. Não raro, a dificuldade em conceber 
entendimentos diversos ou culturas diferentes resulta em manifestações de violência 
externalizadas pelos meios digitais. 
Além disso, o “cyberbullying” acarreta sérios transtornos às suas vítimas. Os 
sintomas iniciais incluem o isolamento, a tristeza e a exclusão do convívio social. Caso a 
situação não seja tratada adequadamente, traumas e problemas podem ser gerados, como 
baixo desempenho escolar, dificuldades em se relacionar em sociedade e na inserção no 
mercado de trabalho. Nos casos mais extremos, a vítima de “cyberbullying” pode 
cometer suicídio, fato que, embora trágico, não é incomum, sobretudo em situações de 
vazamentos de fotos íntimas das vítimas. 
Por fim, a seriedade da situação impõe a tomada de uma série de medidas no Brasil, 
mormente pelo fato de as pesquisas apontarem o país como o segundo em casos de 
“cyberbullying” contra crianças e adolescentes. Dentre as providências, sugere-se a 
capacitação de docentes e de equipes pedagógicas para a implementação das ações de 
discussão, prevenção, orientação e solução do problema; a implementação e disseminação 
de campanhas de educação e informação, de forma que fiquem claras as consequências 
danosas desse ato para as vítimas e para a sociedade como um todo, bem como as possíveis 
consequências penais e cíveis para os agressores; e a criação de uma tipificação específica 
para o “cyberbullying” no Código Penal, o que daria maior destaque ao fato. 
 
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Tema 8 
Inédita 
“Uma recente pesquisa feita no período eleitoral, durante o ano passado, revelou que as duas maiores 
preocupações do eleitor brasileiro estavam relacionadas a escalada da violência, ou seja, o medo de perder 
um ente querido de forma violenta ou de sofrer algum tipo de violência pessoal. Realizado pelo instituto 
Real Time Data, o levantamento também revelou que 85% dos entrevistados mostravam preocupação 
excessiva com a segurança pública. 
Essa preocupação não é exclusiva do brasileiro. A grande diferença é que, em outros países, muito já foi 
feito para combater a escalada da violência, e grande parte desses esforços só foi possível por conta de 
novas tecnologias. Em matéria de segurança pública, não faltam inovações tecnológicas em prol do 
combate ao crime”. 
Como a tecnologia aprimora o trabalho da polícia. Disponível em: 
http://www.ariehalpern.com.br/como-a-tecnologia-aprimora-o-
trabalho-da-policia/. Acesso em: 09 dez. 2019. 
 [...] o Estado Brasileiro além de investir pouco, quando o faz, gasta mau, e em decorrência da má qualidade 
do investimento - não pode dele advir bons frutos - o resultado em geral, é baixo ou pífio. No que tange a 
segurança pública, por exemplo, os altos índices de criminalidade estão diretamente relacionados à falta de 
estratégia e inteligência no combate ao crime. 
Apenas para ilustrar a questão, cabe mencionar que no episódio do atentado da Maratona de Boston, a 
polícia, graças a uma câmera de circuito fechado de lojas de rua, conseguiu em poucas horas identificar e 
prender os responsáveis pelo atentado, cuja a detonação da bomba utilizou a rede de telefonia móvel. Cabe 
lembrar que tanto aqui como lá, criminosos utilizam o que há de melhor na tecnologia. A diferença é que lá 
o Estado também tem os melhores recursos e aqui, nossa força policial, em geral, não tem nada ou quando 
tem está sucateado ou inoperante. Como esperar um resultado satisfatório num Estado que a polícia vive 
de favor para comer ou abastecer uma viatura? [...] 
Como a tecnologia aprimora o trabalho da polícia. Disponível em: 
https://canaltech.com.br/seguranca/Como-a-tecnologia-pode-
ajudar-no-combate-ao-crime/. Acesso em: 09 dez. 2019. 
Considerando os textos de apoio acima e seu conhecimento de mundo, elabore um texto dissertativo-
argumentativo sobre o tema: 
A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO TRABALHO POLICIAL 
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: 
a) Como a tecnologia pode auxiliar o trabalho policial; [valor4,40 pontos] 
b) Como o uso da tecnologia na atividade policial pode contribuir para a cidadania; [valor: 4,00 pontos] 
c) Apresente eventual risco que envolvem a adoção massiva de recursos tecnológicos; [valor: 4,00 pontos] 
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Proposta de solução 
De fato, a tecnologia [assunto] revolucionou os processos produtivos, dotou-os de 
maior rapidez e acurácia e alterou a forma de relacionamento entre os seres humanos na 
contemporaneidade. Essas transformações trazem um leque de oportunidades na área da 
segurança pública e apresentam elevado potencial para aumentar sua eficiência e 
fortalecer a cidadania [tese]. [Introdução roteiro] 
Segundo o Atlas da Violência de 2019, em 2017, houve mais de 65.000 homicídios 
no Brasil. Números dessa magnitude ensejam forte clamor social por mais eficiência e 
racionalidade na segurança pública, o que pode ser obtido por meio de ferramentas 
tecnológicas. A utilização desses recursos proporciona a otimização de processos, a 
redução de custos e a substituição da mão de obra humana empregada em atividades 
repetitivas, o que possibilita o emprego mais estratégico dos recursos humanos. Basta ver 
o ganho proporcionado pelo uso de “drones”, os quais podem levantar informações sem a 
necessidade de exposição dos agentes ao risco, orientar perseguições, entre outros, bem 
como todas as contribuições proporcionadas pela difusão da biometria, destacando-se, 
nesse cenário, ferramentas que utilizam reconhecimento facial. 
Outrossim, no que se refere à cidadania, vê-se que a tecnologia permite o ganho deeficiência na atividade policial e, por conseguinte, potencializa o aumento do seu espectro 
protetivo. Logo, o crescente emprego de ferramentas tecnológicas contribui para a ordem 
social e preservação da incolumidade patrimonial e pessoal, condições indispensáveis para 
o exercício dos direitos do cidadão. Inexistentes essas condições, não há que se falar em 
democracia, visto que é sistema no qual pressupõe o livre exercício do poder titularizado 
pelo cidadão. 
Por fim, não obstante as incontestáveis vantagens, é inegável haver riscos associados 
ao uso massivo das tecnologias. Um deles decorre do emprego de ferramentas tecnológicas 
ainda não totalmente testadas ou aceitas pela comunidade científica, as quais podem 
ocasionar efeitos adversos aos pretendidos. Isso ocorreu, por exemplo, com a tecnologia de 
reconhecimento facial, visto que já houve casos de erro de identificação, o que implicou na 
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prisão de pessoas inocentes. Há, inclusive, estudos que apontam margens de erros maiores 
para mulheres, negros e mulheres negras. 
 
 
SEGUNDA RODADA DE TEMAS 
Tema 9 
Cespe – Oficial PM AL – 2012 
Segundo o Ministério da Justiça, são assassinadas, por ano, no Brasil, nada menos que 50 mil pessoas, média 
de 136 mortes por dia, número equivalente ao observado em guerras civis. Ressalte-se que esses números 
se referem às vítimas que morrem no local do crime. Não há dados a respeito das que morrem 
posteriormente em decorrência das agressões. São vítimas, na quase totalidade, do crime organizado, cujo 
epicentro é o tráfico de drogas. De acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, o 
Brasil é o segundo maior mercado consumidor mundial de cocaína e derivados, com 20% do mercado 
global, e o maior mercado de crack. Nada menos. 
Kátia Abreu. Drogas, a peste do século. In: Folha de S.Paulo, p. B5 (com 
adaptações). 
As estatísticas denunciam: o uso de drogas e a criminalidade estão cada vez mais próximos. Dados do 
Programa Ação pela Vida, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), obtidos com exclusividade pelo 
Jornal de Brasília, revelam a relação direta entre o número de homicídios e o uso de entorpecentes. De 
acordo com o levantamento, 64% das vítimas de homicídio faziam uso ou estavam sob efeito de drogas, 
sendo esse o fator principal dos casos de mortes violentas no DF. 
 O estudo faz parte do relatório de Exames Toxicológicos do Instituto Médico Legal (IML), e reuniu 188 casos 
de assassinatos ocorridos até março deste ano. Os dados serão usados pelo plano, que tem como um de 
seus eixos o enfrentamento ao uso e ao tráfico de drogas, por meio da integração das forças policiais. 
 Entre os casos de assassinatos, 65% estavam relacionados a crimes como roubos, furtos, o uso de drogas, 
homicídios, ameaça e lesão corporal. “Esse estudo serve como uma base sólida para comprovar que o grupo 
de risco de pessoas comprometidas com o crime está sendo vítima de homicídio. Em quase 100% dos casos, 
vítima e autor possuem um perfil muito semelhante. Ambos com passagens pela polícia, quase sempre por 
crimes vinculados ao consumo e tráfico de drogas”, afirma o secretário de Segurança Pública, Sandro 
Avelar. 
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Disponível em: https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/violencia-e-drogas-
problemas-que-caminham-lado-a-lado/. Acesso em 04/09/2019. 
 
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do tema a seguir. 
DROGAS E VIOLÊNCIA: A NECESSÁRIA ATUAÇÃO DO ESTADO 
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 
a) Narcotráfico como símbolo do crime organizado em escala global. [valor: 4,00 pontos] 
b) Relação entre drogas (produção, comercialização e consumo) e violência. [valor: 4,00 pontos] 
c) Ação esperada do poder público diante do problema das drogas e do crime organizado. [valor: 
4,40pontos] 
Abordagem teórica 
Pessoal, antes de começarmos, vejam essa questão: 
TCE/PA – Aplicação: 2016 
Drogas são um problema de saúde pública, e não devem ser vistas pela lente do sistema judiciário criminal. A 
posição do presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, durante um debate sobre a dependência 
da heroína dá força a manifestações recentes de especialistas que se opõem à repressão policial para combater 
o consumo de entorpecentes. Recente relatório científico reuniu dados para afirmar que a chamada guerra às 
drogas causa danos à saúde pública. Essas argumentações jogaram pressão sobre a primeira sessão especial 
sobre drogas da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em abril de 2016. 
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do seguinte tema. 
UM GRANDE DESAFIO: A CIVILIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA FRENTE ÀS DROGAS ILÍCITAS 
 Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: 
1 drogas ilícitas e crime organizado global; [valor: 3,50 pontos] 
2 relação entre tráfico de drogas e violência; [valor: 3,00 pontos] 
3 alternativas à denominada guerra às drogas. [valor: 3,00 pontos] 
Perceberam como a questão é praticamente idêntica? Por isso, eu afirmo que a melhor preparação é a 
que mescla questões antigas com questões inéditas. Eis o porquê de essa ser nossa proposta pedagógica. 
1. Narcotráfico como símbolo do crime organizado 
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Segundo o relatório da ONU1, a manufatura global de cocaína alcançou, em 2016, seu nível mais alto de 
toda a história, com uma estimativa de produção de 1.410 toneladas. A maior parte da cocaína mundial 
vem da Colômbia, mas o relatório também mostra que a África e a Ásia estão emergindo como centros de 
tráfico e consumo da droga. 
A cannabis foi a droga mais amplamente consumida em 2016, com 192 milhões de pessoas tendo-a utilizado 
ao menos uma vez ao longo do último ano. O número global de usuários de cannabis continua a aumentar 
e aparenta ter expandido em aproximadamente 16% na última década até 2016, refletindo, assim, um 
aumento similar na população global. 
 
Pelo lado da produção, tanto o ópio quanto a cocaína bateram recordes, enquanto as drogas sintéticas 
continuam se expandindo. A produção mundial de cocaína em 2017 atingiu um nível histórico, com 1.976 
toneladas, 25% a mais do que no ano anterior, e 70% desta produção com pureza de 100% vem da Colômbia. 
Globalmente, em torno de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos decorrentes do uso de drogas e 
necessitam de tratamento, de acordo com o mais recente Relatório Mundial sobre Drogas pelo Escritório 
das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). 
Segundo esse relatório, o consumo de drogas nunca matou tanto e o mercado ilegal nunca foi tão lucrativo. 
A ONU elevou a sua estimativa de mortes vinculadas ao consumo de drogas no mundo para 585 mil em 
2017, acima dos 450 mil óbitos que ocorreram em 2015. Em 2017, estima-se que 271 milhões de pessoas — 
ou 5,5% da população mundial entre 15 e 64 anos — usaram drogas no ano anterior2. 
A ONU estima que o tráfico movimenta 400 bilhões de dólares no mundo, valor equivalente ao PIB do 
México. 
Voltando os olhos para o nosso país, vejamos parte de uma reportagem da Revista Veja3, que introduzirá a 
nossa discussão sobre drogas, violência e crime organizado. 
“Se fosse uma empresa, o PCC seria hoje a décimasexta maior do país, à frente de gigantes como a 
montadora Volkswagen. Trata-se de um império corporativo em que os produtos são as drogas ilícitas. 
Os clientes são dependentes químicos. Os fornecedores são criminosos paraguaios, bolivianos e 
colombianos. Os métodos são o assassinato, a extorsão, a propina e a lavagem de dinheiro. As áreas de 
diversificação são os assaltos a bancos, o roubo de carga e o tráfico de armas. Apenas com a venda de drogas 
para o consumo no território nacional, a organização alcança um faturamento anual da ordem de 20,3 
bilhões de reais, sem incluir as receitas com roubo de cargas e assalto a banco.” 
 
1 Disponível em: https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2018/06/relatorio-mundial-drogas-2018.html. Acesso em: 28 
de abril de 2019. 
2 Disponível em: https://nacoesunidas.org/onu-1-em-cada-7-pessoas-no-mundo-com-transtorno-por-uso-de-drogas-recebe-
tratamento/. Acesso em 10/01/2020. 
3 Edição 2498 de outubro de 2016. Conteúdo disponível em: https://www.politize.com.br/pcc-e-faccoes-criminosas/ Acesso em: 
24 de julho de 2019. 
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Segundo Nexo4, de acordo com o último Relatório Mundial sobre Drogas, de 2016, o Brasil é a principal rota 
de passagem da cocaína cultivada na Colômbia, na Bolívia e no Peru e enviada à Europa e à Ásia. A América 
do Sul responde por 60% das apreensões de cocaína no mundo e por praticamente toda a produção, numa 
área aproximada de 185.000 campos de futebol. Além de abastecer o mercado consumidor europeu e 
asiático, a cocaína que cruza o Brasil muitas vezes passa também pela África antes de chegar ao destino 
final. De todas as apreensões de cocaína na África, 51% apontam o Brasil como rota de passagem. 
O volume monetário movimentado pelo setor, explica o interesse do crime organizado. Os elevados 
lucros dessa atividade, que ocorre em dimensão crescentemente mundializada, explica a poderosa 
presença de redes criminosas globais que se dedicam à exploração desse negócio. Essas organizações 
criminosas estendem suas teias em todas as direções, atingindo desde instituições financeiras que 
processam a lavagem do dinheiro obtido a setores governamentais de diversos países. 
Em grande parte, o sucesso do tráfico de drogas se justifica pela forma organizada em que se estrutura, o 
que é consequência da atuação do crime organizado5. Para que a droga flua dos centros produtores e 
chegue até os seus consumidores é necessária uma rede capaz de operacionalizar esse processo. Esse papel 
é desempenhado pelo crime organizado que, de forma eficiente, conseguem driblar toda a estrutura 
fiscalizatória e distribuir as drogas produzidas em alguns países para diversas partes do planeta. Assim, 
narcotráfico e crime organizado são estruturas imbricadas, faces de uma mesma moeda. 
Aliás, é importante frisar que a ausência do Estado é uma das causas do domínio territorial exercido pela 
criminalidade organizada. A sua constante evolução é uma grave ameaça à sociedade e ao próprio Estado 
Democrático de Direito, seja pela lesividade das infrações cometidas, seja pela influência que exercem 
dentro do próprio Estado. Não é à toa que a Constituição Federal (art. 5°, XLII) estabelece ser o tráfico ilícito 
de entorpecentes infração inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
O volume de dinheiro que circula no narcotráfico faz com que as facções disputem os mercados varejistas 
e novas rotas de narcotráfico de forma acirrada, empregando todos os meios de que dispõem para 
garantir sua posição, o que relaciona drogas a violência. Os constantes conflitos entre as facções, quer nos 
presídios, quer nas ruas, por vezes, tomam proporções gigantescas e, além dos próprios integrantes, 
acabam ocasionando a morte de inocentes, vítimas do fogo cruzado entre essas facções. 
Assim, as drogas tendem a ser motivo para o cometimento de uma série de crimes, principalmente nas 
localidades periféricas nos grandes centros urbanos. Face à ausência do Estado, reina nessas áreas um 
“poder paralelo”, que possui regras próprias e ignora os direito e garantias fundamentais. Esses grupos 
cometem execuções, chacinas e outras brutalidades com o objetivo de fortalecer o grupo e aumentar o seu 
poderio e influência. 
 
4 Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/01/14/Lei-de-Drogas-a-distin%C3%A7%C3%A3o-entre-
usu%C3%A1rio-e-traficante-o-impacto-nas-pris%C3%B5es-e-o-debate-no-pa%C3%ADs. Acesso em 10/01/2020. 
5 O crime organizado ou organizações criminosas são termos que caracterizam grupos, por vezes de abrangência internacional, 
envolvidos no cometimento de variadas espécies de crimes, tais como o tráfico de drogas e o de pessoas. 
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Observem, como forma de comprovar a relação intrínseca entre tráfico de drogas e violência, o 
elucidativo trecho do Atlas da Violência de 2019: 
A tensão na disputa por mercados varejistas e por novas rotas de narcotráfico chegou ao limite em 2013, 
quando, em Mato Grosso, os integrantes do CV – facção que possuía a hegemonia no estado – passaram a 
impedir que o PCC atraísse e fizesse a filiação e batismo de novos faccionados (Manso e Dias, 2018). Tal 
procedimento, que passou a ser adotado em outras regiões, fez com que as rusgas entre as duas maiores 
facções – e seus aliados regionais – aumentassem gradativamente nos anos seguintes. 
Finalmente, o assassinato do traficante Jorge Rafaat pelo PCC, em 15 de julho de 2016, na cidade de Pedro 
Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã (MS), acentuou ainda mais a disputa do narconegócio, uma vez 
que que tinha como pano de fundo o controle do mercado criminal na fronteira e, por conseguinte, a obtenção 
de um grande diferencial competitivo, com a integração vertical da cadeia de valor, a partir do acesso 
privilegiado à droga produzida e comercializada na Bolívia, no Peru e no Paraguai (Manso e Dias, 2018). 
Finalmente, no início de 2017, a guerra entre as maiores facções penais brasileiras eclodiu de forma 
generalizada, primeiro dentro dos presídios e depois nas ruas. 
No dia 1º de janeiro de 2017, houve uma rebelião no Complexo Prisional Anísio Jobim, em Manaus, quando 
integrantes do PCC e da Família do Norte (FDN), aliada do CV, se enfrentaram, tendo como resultado 
56 mortes. No dia 14, outros 26 detentos foram mortos na Prisão Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do 
Norte, nas escaramuças entre o PCC e o Sindicato do Crime (SDC), aliado do CV. Nesse período, em 15 dias 
o saldo foi de 138 homicídios nas prisões brasileiras, com episódios que atingiram também os sistemas 
penitenciários de Roraima, Paraíba, Alagoas, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. 
Para poder enfrentar a essa guerra pelo domínio dos pontos de vendas, as organizações criminosas 
precisam de armamento pesado. Por isso, associado ao tráfico de drogas, encontra-se a intensificação 
do mercado de armas, o que também contribui para a escalada da violência. 
Além disso, o consumo de drogas também estimula a violência pela dependência que, de forma geral, causa 
a seus usuários. A insuficiência de recursos para satisfazer o vício ou a necessidade de quitar dívidas leva ao 
cometimento de roubos, furtos, latrocínios, entre outros; o que também contribui para o aumento da 
violência. 
Não se pode ignorar que a ilegalidade dessa atividade faz da violência o único meio de solução de conflitos. 
Assim, caso um pagamento seja inadimplido, a solução não virá por meio de uma demandajudicial, e sim 
pelo emprego da violência. Essa mesma regra se aplica às disputas comerciais, à proteção dos territórios, 
etc. 
Assim, viu-se que as drogas ilícitas são um dos grandes elementos fomentadores da violência. A disputa 
pelo domínio de áreas de abastecimento e venda de drogas, em si mesma marcada pela brutalidade, 
envolve facções criminosas, que, no mais das vezes, assumem o controle dessas regiões, dificultando a ação 
do poder público, atemorizando a população e atraindo crianças e jovens para seu serviço. 
2. Ação esperada do poder público 
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Antes de começarmos, vamos ver o que a sua Banca pensa sobre o assunto. Sabe a questão do TCE/PA que 
eu mostrei no início da abordagem teórica? O seu terceiro tópico questionador foi: "alternativas à 
denominada guerra às drogas ". 
A resposta da douta Banca Examinadora veio assim: 
 " Por fim, no que se refere ao terceiro aspecto proposto (“alternativas à denominada guerra às drogas”), 
espera-se que o candidato faça uso do próprio texto motivador, ou seja, reconheça os pífios resultados 
obtidos pela estratégia bélica de combate às drogas, muitas vezes criminalizando o dependente, e 
mencione estar havendo uma mudança de perspectiva (que até mesmo a ONU tende a adotar), o que 
pressupõe ver a questão como sendo de saúde pública e exige a ampliação da ação do Estado em áreas 
conflagradas pelo tráfico e o oferecimento de alternativas viáveis de vida para sua população, como o 
amparo aos dependentes." 
Hoje, em tempos de intensa polarização, entendo que uma questão como essa não cairia, por se tratar de 
tema extremamente polêmico. Como veremos a seguir, o entendimento do atual Governo sobre como lidar 
com o problema não coincide com o apresentado pela Cebraspe, em seu espelho de resposta. 
Exploremos alguns pontos adicionais na linha do combate às drogas como problema de saúde pública. 
Pode-se argumentar que, face ao aumento da quantidade de droga consumida, a eficácia das políticas de 
combate a essas substância tem sido alvo de frequentes questionamentos. De maneira geral, há pouca 
informação sobre o número de usuários no país. Segundo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para 
Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas6, 2,6% dos entrevistados (brasileiros acima de 14 anos) usaram 
maconha e 1,7% usou cocaína nos 12 meses anteriores à pesquisa. 
Com efeito, a estratégia bélica de combate às drogas por meio da repressão e da criminalização dos 
dependentes não tem gerado resultados positivos, visto que, até o momento, não foram capazes de evitar 
que os usuários deixem de consumir essas substâncias. O efeito, aliás, tem sido contrário: o consumo acaba 
acontecendo em situações de maior risco e, por receio dos usuários e pela estigmatização, a busca por 
tratamento acaba sendo reduzida. 
Face aos pífios resultados até o momento obtidos na guerra contra as drogas, é forte o posicionamento de 
que as drogas são um problema de saúde pública. Essa mudança de paradigma, significa enxergar o 
usuário como alguém que necessita de cuidados e, portanto, do suporte do Estado, e não pela lente do 
sistema judiciário criminal, como um delinquente. 
Nesse sentido, é necessário que o Estado estruture melhor as políticas públicas e as medidas protetivas, 
olhando com cuidado a situação dos dependentes químicos. Uma das ações foi a criação da Rede de 
Atenção Psicossocial: 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pessoas com 
problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas. A Rede integra o 
 
6 Disponível em: http://inpad.org.br/wp-content/uploads/2014/03/Lenad-II-Relat%C3%B3rio.pdf. Acesso em: 10/01/2020. 
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Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede é composta por serviços e equipamentos variados, tais como: os 
Centros de Atenção Psicossocial(CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); os Centros de 
Convivência e Cultura, as Unidade de Acolhimento (UAs), e os leitos de atenção integral (em Hospitais 
Gerais, nos CAPS III). 
Fonte: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/raps/conheca_raps_rede_atencao_psicossocial.pdf 
As RAPS foram criados visando ampliar e articular os pontos de atenção à saúde para pessoas com 
sofrimento psíquico e garantir liberdade e respeito aos seus direitos sociais visando a reintegração social e 
autonomia do usuário. Baseiam-se na "política de redução de danos", concepção na qual busca-se o 
atendimento do usuário sem cobrar abstinência, ou seja, sem exigir que abandonem completamente o uso 
de drogas. São exemplos de ações nessa linha de tratamento o oferecimento de seringas descartáveis para 
usuários de drogas injetáveis para evitar a contaminação com o HIV, o oferecimento de moradia e renda 
para moradores de rua que usam drogas e o fomento para a aproximação entre o usuário e família, entre 
outros. 
Outra grande crítica à política de criminalização é sua aplicação seletiva pelo Poder Judiciário. A Lei 
11.343/2006 prevê a despenalização da posse para o consumo pessoal. Embora seja considerado como 
crime, ao infrator não se aplicará a pena de prisão, inclusive para os reincidentes. Já o tráfico é punido com 
prisão de 5 a 15 anos. 
A subjetividade reside no fato que não há um critério objetivo para diferenciar o usuário do traficante, pois, 
segundo a Lei: " Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à 
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias 
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente." 
Os que são contrários à criminalização argumentam que, na prática, isso serve como mais um mecanismo 
de discriminação de parcelas socialmente marginalizadas, tais como negros e pobres. Há estudos que 
demonstram incongruência nas decisões em casos semelhantes, modificada, apenas, a categoria social do 
réu. 
Num contexto de extrema escassez de recursos, é também relevante tratar sobre a elevada quantidade de 
recursos consumidos na repressão. Além do expressivo contingente policial envolvido nas ações de 
combate, estima-se que 1/3 dos presos responde por tráfico de drogas, fato que responde, em grande 
parte, pelo cenário de superlotação dos presídios. 
Por fim, não se pode deixar de mencionar que tramita no STF o Recurso Extraordinário 635.659, que 
questiona a constitucionalidade do porte de drogas para uso pessoal (art. 28 da Lei 11.343/2006)7, por violar 
 
7 Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
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a intimidade e a vida privada. Três dos onze ministros do Supremo já votaram a favor da liberação do porte 
de maconha para uso pessoal: Gilmar Mendes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. 
Para Mendes, as sanções descritas no dispositivo passam a ter caráter exclusivamenteadministrativo, pois 
a punição criminal “estigmatiza o usuário e compromete medidas de prevenção e redução de danos, bem como 
gera uma punição desproporcional ao usuário, violando o direito à personalidade”. Afirmou também que: " a 
criminalização da posse de drogas para uso pessoal é inconstitucional, por atingir, em grau máximo e 
desnecessariamente, o direito ao livre desenvolvimento da personalidade, em suas várias manifestações, de 
forma, portanto, claramente desproporcional." 
Como eu falei, as políticas do atual Governo não refletem esse entendimento. Em consulta ao site do 
Ministério da Justiça, menciona-se que, de acordo com a Política Nacional sobre Drogas, instituída pelo 
Decreto n. 9.761/2019, o eixo de redução de oferta envolve, prioritariamente, ações de: 
a) repressão ao uso de drogas ilícitas; 
b) combate ao narcotráfico, à corrupção, à lavagem de dinheiro, ao crime organizado e crimes conexos; e 
c) gestão de ativos criminais vinculados ao narcotráfico. 
Segundo a Secretaria Especial do Desenvolvimento Social8, a nova Política Nacional sobre Drogas tem 
como eixos: 
- Busca a construção de uma sociedade protegida do uso de drogas lícitas e ilícitas; 
- Deixa de ser de redução de danos passando a promover a abstinência; 
- Considera aspectos legais, culturais e científicos, em especial, a posição majoritariamente contrária da 
população brasileira quanto às iniciativas de legalização de drogas; 
- Ações, programas, projetos de cuidados, prevenção e reinserção social deverão visar à abstinência em relação 
ao uso de drogas. 
- Reconhece as Comunidades Terapêuticas como forma de cuidado, acolhimento e tratamento do dependente 
químico; 
- Reconhece a corrupção, a lavagem de dinheiro e o crime organizado vinculado ao narcotráfico como as 
principais vulnerabilidades a serem alvo das ações de redução da oferta; 
- Assegura políticas públicas para redução da oferta de drogas, por intermédio de atuação coordenada, 
cooperativa e colaborativa dos integrantes do Sistema Único de Segurança Pública e de outros órgãos 
responsáveis pela persecução criminal em todos os níveis da federação; 
- Reconhece o vínculo familiar, a espiritualidade, os esportes, entre outros, como fatores de proteção ao uso, 
uso indevido e dependência do tabaco, álcool e outras drogas, observando a laicidade do Estado; 
Assim, vê-se uma nítida mudança de abordagem. Passa-se a privilegiar: uma abordagem repressiva, 
dedicando atenção especial à redução da oferta de drogas, a abstinência, o fortalecimento das 
 
8 http://mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/2019/abril/governo-federal-implementa-nova-politica-nacional-sobre-
drogas 
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Comunidades Terapêuticas (entidades privadas destinadas à internação dos usuários) e um discurso 
contrário à legalização de drogas. 
Por fim, independentemente do lado em que você esteja, algumas questões são quase unânimes. Vou falar 
sobre elas agora. 
Vive-se tempos de exacerbado individualismo e fortíssima competitividade por conquistas materiais e 
ascensão social. Alia-se a isso, a valorização de uma visão hedonista da vida, conforme a qual a busca do 
prazer e do sentimento individual da felicidade a tudo justifica. Esse sentimento parece estimular as 
pessoas, sobretudo as mais jovens, a fazer usos de mecanismos que as afastem das agruras do cotidiano e 
lhes ofereçam momentos de intensa satisfação, ainda que efêmera. 
Assim, o caminho das drogas reflete, muitas vezes, uma forma de fuga dos problemas enfrentados pelo 
indivíduo, oriundos ou potencializado por problemas sociais. De fato, não se pode apartar o problema das 
drogas de outros grandes dilemas sociais como a desigualdade social, falta de emprego, prestação 
deficiente de serviços públicos e a ausência do Estado justamente nos locais onde isso é mais necessário. 
Nesse sentido, deve-se priorizar a atuação do Estado nos pontos dominados pelo tráfico, de forma a 
retomar o seu controle e fortalecer a sua presença. Nesses locais, é fundamental proporcionar 
oportunidades, principalmente aos jovens, o que, certamente, dificultaria o seu aliciamento por parte das 
organizações criminosas. 
Pode também ser mencionada a importância de uma maior diálogo e esclarecimento sobre o assunto, ainda 
visto como um tabu. Nesse sentido, deve-se investir em ações de cunho educacional, seja na escola, seja 
em campanhas publicitárias, nas quais se fortaleça a mensagem sobre todos os perigos envolvidos no 
consumo das drogas, bem como o seu poder letal. 
Vistos todos esses pontos, acredito estarmos em condições de resolver às questões. Mãos à obra. 
 
Tema 10 
Cebraspe – Depen – 2015 – Adaptado 
No passado, ligar a Zona Norte à Zona Sul do Rio de Janeiro simbolizava a esperança de aproximar a cidade 
partida. Hoje, crimes absurdos unem as zonas da cidade em abraços inconsoláveis. A cada dez minutos, 
uma pessoa é vítima de homicídio no Brasil. O discurso oficial de que segurança pública não pode ser só 
polícia faz sentido. A conhecida carência de políticas sociais tem parcela imensa de importância nesse 
quadro. Segurança não é só polícia, mas é polícia também. 
Paula Cesarino Costa. Contágio da indiferença. In: Folha de S.Paulo, 
21/5/2015, p. A2 (com adaptações). 
Dois fatos trágicos que chocaram o Rio de Janeiro recentemente — a morte de dois jovens em um morro, 
depois de uma operação policial, e a de um ciclista na Zona Sul da cidade — têm uma causa semelhante, 
que é a incapacidade do poder público de lidar com os jovens pobres, mas a repercussão deles é bastante 
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diversa, sem que se faça a necessária reflexão sobre isso. Para muitos, trata-se de um problema exclusivo 
de segurança pública. Para outros, esse é um problema ainda maior e muito mais complexo. 
André Luís Machado de Castro. Menos presídios e mais escolas. In: O 
Globo, 22/5/2015, p. 9 (com adaptações). 
Aos dezesseis anos, os jovens podem votar, isto é, escolhem os nossos representantes nas câmaras e 
assembleias e nos cargos executivos. Emancipados, podem realizar todos os atos da vida civil, inclusive 
contrair matrimônio. A verdade é que os jovens de dezesseis anos de idade têm, de regra, capacidade de 
entender a conduta criminosa. 
Carlos Velloso. Jovem de 16 anos é capaz de entender conduta 
criminosa. In: O Globo, 22/5/2015, p. 9 (com adaptações). 
Em vinte e cinco anos de existência do Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estado foi o que mais 
infringiu a lei. Não implementou as medidas previstas no estatuto, que têm o intuito de transformar o 
adolescente em cidadão do bem. Com raríssimas exceções, os estabelecimentos destinados à 
ressocialização dos infratores são calabouços revestidos de violência e desrespeito aos direitos 
fundamentais dos jovens. O sistema educacional é ruim. A saúde pública é vergonhosa. Nas regiões de baixa 
renda, os jovens são encarados como mão de obra fácil e barata na luta diária pela sobrevivência. Na 
periferia urbana, eles são as principais vítimas da violência que todos querem combater. 
Correio Braziliense. Editorial: O fiasco da punição a jovens infratores. 
23/5/2015, p. 12 (com adaptações). 
 
Considerando que os fragmentos de textos acima têm caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca do seguinte tema. 
SEGURANÇA PÚBLICA: DEVER DO ESTADO, DIREITO E RESPONSABILIDADE DE TODOS 
Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir. 
< Dê exemplos de políticas públicas para reduzir a violência e a

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