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Perícia Contábil
1ª edição
2017
Perícia Contábil
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Beatriz Pereira
Leandro Zanqueti de Oliveira
Fernando Filho
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
44
Sumário
Unidade 1
Fundamentos da Perícia Contábil ................................6
Unidade 2
Legislação aplicada à perícia contábil ......................23
Unidade 3
O Perito Contador ........................................................40
Unidade 4
Perícia Judicial ..............................................................56
Unidade 5
Quesitos ........................................................................73
Unidade 6
Laudo Pericial Contábil ...............................................90
Unidade 7
Perícia Extrajudicial ...................................................107
Unidade 8
Perícia arbitral ............................................................124
5
Palavras do professor
Caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Perícia Contábil. Mas, 
afinal, o que é perícia contábil? Qual a importância desta disciplina para a 
sua atuação cotidiana no âmbito profissional?
A área contábil é uma área que continua em expansão, demandando a 
preparação de profissionais para a atuação nos mais diferentes segmen-
tos do mercado. Uma das possibilidades de atuação do profissional con-
tábil é a perícia contábil.
Para ser perito contador, é preciso ter graduação em Ciências Contábeis 
e registro ativo no Conselho Regional de Contabilidade. Além disso, para 
que esse profissional possa atuar, precisa possuir características como 
conhecimentos técnicos, idoneidade moral e responsabilidade.
A perícia contábil vem atraindo cada vez mais a atenção dos profissionais 
da área contábil, e o motivo disso é a relevância de suas ações. O perito 
contador é contratado com a finalidade de ajudar a dirimir conflitos entre 
duas ou mais partes na justiça, utilizando os conhecimentos adquiridos, 
com o intuito de desvendar algo que não está claro, algo que precisa da 
sua ajuda para ser resolvido.
Esse é o papel desta disciplina: tratar da importância dessa área para a 
sociedade, por meio da apresentação dos conceitos relacionados às 
regras vigentes para a realização dos trabalhos e atuação profissional. 
Em oito unidades de aprendizagem, nesta disciplina, vamos refletir sobre 
a perícia contábil, conhecer os fundamentos e legislação aplicados à área, 
além do papel do perito contábil. Ademais, teremos a oportunidade de 
identificar os tipos de perícia existentes, a sua operacionalização e os rela-
tórios resultantes de sua execução.
Sejam todos(as) bem-vindos(as) e bom curso!
1
6
Unidade 1
Fundamentos da Perícia 
Contábil
Para iniciar seus estudos
Bem-vindo(a) à primeira unidade da disciplina de Perícia Contábil! 
Preparado(a) para começar? Esta unidade representa o pontapé inicial 
sobre o assunto, e iniciaremos tratando dos conceitos que envolvem a 
perícia contábil e as técnicas mais comumente utilizadas. Posteriormente, 
descreveremos os tipos de perícia existentes e as principais diferenças 
entre essa técnica e a auditoria. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Definir os conceitos que envolvem a perícia contábil e suas 
técnicas;
• Conhecer as principais distinções entre perícia contábil e auditoria;
• Descrever as principais espécies de perícia e seus fóruns.
7
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
1.1 Origem e conceitos da perícia
Nos próximos itens, vamos conhecer a origem, os conceitos e os fundamentos relacionados à perícia contábil.
1.1.1 Origem da perícia 
Acredita-se que a perícia contábil seja tão antiga quanto a própria contabilidade, tanto que, atualmente, ela é 
considerada uma de suas tecnologias, assim como a escrituração, auditoria, análise das demonstrações contá-
beis etc.
Tecnologia Contábil: De acordo com Hoog (2007, p. 42), corresponde a um conjunto de 
conhecimentos científicos e especiais, como os princípios científicos e convenções que são 
aplicados pelo cientista contábil e desenvolvidos pelos professores doutrinadores. Envolve 
ferramentas, dissertações, teses e teorias para realizar a ciência contábil, ou seja, o uso da 
biocontabilidade e das teorias, enunciados e teses contábeis consuetudinárias no procedi-
mento de valorimetria da riqueza. 
Glossário
Há indícios de que a perícia contábil tenha surgido com o intuito de suprir a necessidade de verificação da vera-
cidade dos fatos apresentados. Segundo Almeida (1990 apud ALBERTO, 2000, p. 21), há 
[...] vestígios de perícia registrados e documentados na civilização do Egito antigo, e, do 
mesmo modo, na Grécia Antiga, com o início da sistematização dos conhecimentos jurídicos, 
observando-se, à época, a utilização de especialistas em determinados campos para proce-
der à verificação e ao exame de determinadas matérias.
No Egito Antigo, também existem vestígios dos primeiros registros referentes à figura do perito contábil; o papiro 
era utilizado como uma espécie de laudo, no qual eram registradas as impressões dos profissionais sobre as 
informações coletadas. Na Roma Antiga, também foram encontrados indícios que apontam para a existência 
do perito – lá, conhecido como árbitro: quando existia uma dúvida sobre uma determinada decisão, ele era cha-
mado para averiguar os fatos e definir qual dos lados estava certo; dessa forma, além de perito, o profissional 
atuava como uma espécie de “juiz” (ALBERTO, 2000).
8
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Figura 1.1: Perícia contábil
Legenda: A imagem representa o profissional da perícia contábil desempenhando 
sua função de verificação de situações financeiras.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
No século XIII, a perícia continuou a se desenvolver, sobretudo na Europa, já que esse continente se destacava em 
relação a outras regiões pelo grande volume de negociações comerciais. Dessa forma, a perícia tornou-se muito 
utilizada na Grécia, França, Inglaterra e Itália.
No Brasil, o assunto “perícia contábil” foi incluído pela primeira vez para debate pela classe contábil no I Con-
gresso Brasileiro de Contabilidade, no ano de 1924. No debate realizado, definiu-se que seria necessário dividir as 
funções do contador em três categorias: contador, guarda-livros e perito (SÁ, 2011). Também nesse momento, 
decidiu-se que a remuneração do trabalho realizado pelo perito seria determinada de acordo com as horas des-
pendidas pelo profissional.
Apesar de ter obtido bastante atenção da área contábil, o início do século XX não foi positivo para os peritos. 
Nesse período, a área profissional passou por uma grande crise, e a perícia passou a ser considerada a “indústria 
da falência”. Mas qual seria o motivo disso? 
Os peritos sofriam grande pressão das organizações que os contratavam para que mascarassem as informa-
ções apresentadas no balanço, a fim de que produzissem “falências” inexistentes; tais manobras acabaram man-
chando a reputação dos peritos contábeis. 
Segundo Sá (2011, p. 2):
Na década de 20, no século XX, surgiu, no Brasil, a primeira obra especifica sobre a matéria peri-
cial, intitulada “Perícia de Contabilidade Comercial”, da autoria do professor José Luiz Santos. 
O Decreto 5.746, em 1929, veio logoapós, de forma ainda não abrangente, mas, de forma obje-
tiva, regulou sobre a existência de atribuir apenas ao Contador a tarefa pericial.
No início do ano de 1930, surgiram diversas instituições relacionadas à atuação do perito contábil; na década 
de 1940, foi estabelecido que apenas os contadores exerceriam a função de perito. Posteriormente, a área foi se 
desenvolvendo, e a literatura sobre a função perito contador foi aumentando, principalmente no final do século 
XX (SÁ, 2011).
9
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
1.1.2 Conceito de perícia contábil
Quando faz-se necessária uma opinião que seja válida e competente de um profissional que entende do assunto 
em questão, é preciso buscar um perito. O termo “perícia” é oriundo da palavra em latim peritia, que significa 
conhecimento e experiência (SÁ, 2011).
Posteriormente, na Roma Antiga, o termo ganhou um novo significado, um pouco diferente do latim: o de saber, 
talento. Dessa forma, podemos afirmar “que a perícia contábil utiliza bases científicas, contábeis, fiscais e socie-
tárias que exigem formação específica na área de atuação e nível superior” (HOOG, 2007, p. 41).
O uso da perícia é motivado pela necessidade de uma opinião sobre uma verificação realizada em um patrimô-
nio individualizado, e tal verificação é requerida por alguém interessado (SÁ, 2011).
Figura 1.2: Análise de informações
Legenda: A imagem representa uma equipe de peritos realizando a análise de informações de uma empresa.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Segundo Sá (2011), a perícia contábil pode ser conceituada como a apuração realizada diante de registros rela-
cionados ao patrimônio, em que o objetivo é apresentar uma questão controversa. Destaca-se que, para emi-
tir essa opinião, são realizadas vistorias, investigações e avaliações de diversos procedimentos que se julguem 
necessárias para emitir a opinião.
Conforme expressa Ornelas (2011, p. 30), a Perícia Contábil “inscreve-se num dos gêneros de prova pericial, ou 
seja, é uma das provas técnicas à disposição das pessoas naturais e jurídicas, e serve como meio de prova de 
determinados fatos contábeis ou de questões contábeis controvertidas”.
Por fim, o item 2 da NBC TP 01 do Conselho Federal de Contabilidade afirma que os objetivos e conceitos da 
perícia contábil:
[...] constituem o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância 
decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução de litígio, mediante laudo 
pericial contábil, e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e pro-
fissionais e a legislação específica no que for pertinente.
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Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
A perícia é considerada uma das mais nobres vertentes da contabilidade, que apresenta o intuito de encontrar 
a verdade sobre uma prova referente a um fato específico. Essa prova é analisada sobre os prismas científico e 
tecnológico. Segundo Sá (2011), são pilares que sustentam a perícia contábil:
• a necessidade de conhecimento da opinião de um especialista pertencente à área contábil sobre uma 
realidade patrimonial, em qualquer período, sobre qualquer informação, qualitativa e quantitativamente, 
em causas e efeitos;
• o exame do profissional que é especialista da área sobre o que se busca conhecer como opinião.
Figura 1.3: Verificação
Legenda: A imagem ilustra uma das atividades desempenhadas pela perícia 
contábil: a verificação de situações realizada por um profissional.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Após conhecer os conceitos e os objetivos da perícia contábil, fica o seguinte questionamento: quais os motivos 
que criam a necessidade de realização de perícia contábil? 
A necessidade de realização de uma perícia provém das imperfeições e inadequações que se manifestam natu-
ralmente. Os métodos utilizados pelas organizações, por maior qualidade técnica que possuam, são imperfeitos, 
assim como os homens e mulheres que os utilizam e os sistemas que o comportam.
D’Auria (1962, p. 39-59) classifica as irregularidades em administrativas e contábeis. Vamos conhecer cada uma 
delas a seguir.
1.1.2.1 Irregularidades administrativas
As irregularidades administrativas estão relacionadas, principalmente, às pessoas responsáveis pela gestão eco-
nômica da entidade. As imperfeições de ordem técnica, as negligências na execução de trabalhos, as fraudes e 
adulterações são exemplos de irregularidades administrativas. 
No Quadro 1.1, são apresentadas as principais irregularidades administrativas e suas respectivas descrições:
11
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Quadro 1.1: Irregularidades administrativas
Elemento Descrição
Adulterações Consistem na alteração de coisas e fatos, com o fim preconcebido de enganar a outrem 
em proveito próprio. Adulteram-se mercadorias com a adição de ingredientes ou 
elementos que lhes diminuem o teor de qualidade; adulteram-se pesos e medidas, 
enganando os compradores; adulteram-se títulos de crédito, contratos e documentos, 
alterando-lhes os valores ou as condições.
Culpas Aquele que, por negligência, comete omissão é culpado. Em suma, culpa é causa de 
dano pela qual responde moralmente seu autor, quando ineficiente e de boa-fé, e 
de direito, quando deixa de cumprir obrigações explícitas ou com tendências para a 
má-fé. As culpas podem ocasionar a um patrimônio perdas leves ou graves, próximas 
ou remotas, diretas ou indiretas. A apuração das culpas, em qualquer caso, é uma 
indagação para se fixarem responsabilidades materiais ou morais.
Erros São expressões generalizadas de irregularidades. Em tese, o que não é certo, real, 
verdadeiro está errado. Subjetivamente, os erros são voluntários ou involuntários. São 
da primeira espécie: faltas, culpas, simulações, fraudes, crimes; são da segunda espécie: 
ignorância, boa-fé, falhas físicas ou psíquicas. Objetivamente, os erros traduzem-se em 
omissão, imprevisão, incompreensão, cálculos inexatos, técnica mal aplicada, decisões 
inconvenientes, interpretações irreais, falsas situações de direito etc.
Fraudes Na administração econômica, fraudes são adulterações de pesos e medidas, substituição 
e subtração de mercadorias, furtos nas transações, roubo e desvio de mercadorias 
e valores, abuso de poder e de funções, apropriação indébita, cálculos errados, 
documentos falsos, faltas de caixa, irresponsabilidade em prestações de contas. Culmina 
a fraude na falência, em que um ou muitos atos sejam praticados em detrimento de 
interesses dos credores.
Há fraude contra o fisco, em matéria tributária, quando se subtrai pagamento de 
impostos, taxas ou contribuições, mediante sonegação, declarações falsas e quaisquer 
formas de ocultação para escapar às imposições fiscais.
Infrações A infração pode ser a violação do estatuto de uma entidade no que diz respeito à 
posição jurídica dos sócios/acionistas/associados; pode ser a inobservância de instruções 
ou ordens emanadas do órgão executor; pode ser a burla ou desobediência às leis em 
relação à matéria administrada ou às pessoas interessadas e, inclusive, ao poder público.
Imperfeições As falhas na aquisição, guarda, conservação e alienação dos bens materiais, sua 
danificação, extravio ou desvio são imperfeições administrativas que atingem a 
integridade patrimonial própria e de terceiros, bem como a realização dos negócios, sob 
base contratual, em que os efeitos podem causar prejuízos às partes interessadas.
Negligências Correspondem ao enfraquecimento ou ausência de vigilância, zelo e ordem na 
aquisição, guarda, conservação e alienação dos bens materiais ou a inobservância 
de normas administrativas e preceitos legais, resultando no comprometimento da 
integridade dos elementos da riqueza, dos direitos e das obrigações contratuais e legais.
12
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Responsabilidades Os casos mais comuns de responsabilidade são os referentes à guarda de bens e valoresou a gestões sujeitas à “prestação de contas”. Quando o responsável presta contas, deve 
fazê-lo com a necessária documentação, que cumpre examinar para concluir por sua 
aceitação ou não. São inaceitáveis os documentos insuficientes ou os correspondentes 
a operações não autorizadas; daí a responsabilidade que se expressa pelos valores dos 
documentos impugnados ou glosados. 
A responsabilidade pode originar-se de peculato, de prevaricação ou de estelionato 
(fraude ou de mera culpa). A consequência, no caso de fraude, é a de caber ação pela 
responsabilidade criminal, além da civil, quando em processos judiciais.
Simulações A simulação consiste em aparentar regularidade em determinado ato ou negócio, 
quando, em realidade, atos ou negócios simulados contrariam as normas jurídicas e a 
ética.
Fonte: Magalhães (2017, p. 22-24).
Com base nas informações apresentadas, podemos ver que essas irregularidades podem tanto ser motivadas por 
vontade própria como por descuido.
1.1.2.2 Irregularidades contábeis
As irregularidades contábeis são muito semelhantes às irregularidades administrativas. Tais falhas podem ser 
motivadas por grande volume de trabalho, falta de ética, erros por falta de atenção etc. No Quadro 1.2, são apre-
sentadas as principais irregularidades contábeis.
Quadro 1.2: Irregularidades contábeis
Elemento Descrição
Adulterações Entre as irregularidades contábeis, são elencados como adulteração não apenas 
o simples fato de alterar a escrituração em alguma de suas partes, mas também 
a emenda, as eliminações ou os acréscimos que alterem, propositadamente, 
os registros. É viciada a escrituração que apresenta alterações posteriores, com 
intuito de falsificação. As adulterações podem ser de “contas”, “históricos”, “datas”, 
“quantias”, “lançamentos” ou “peças contábeis já elaboradas”. 
Do mesmo modo que a simulação, a adulteração pode ser encontrada em 
inventários, na escrituração dos livros, nos próprios livros, em débitos, créditos, 
contas e subcontas de receitas e despesas, nos resultados econômicos, nos balanços 
e peças que os acompanham.
Culpas profissionais As imperfeições técnicas de organização e execução de Contabilidade, 
as negligências profissionais, os erros técnicos e de escrituração e outras 
irregularidades de escrita podem ser causa determinante ou concorrente, direta ou 
indireta, de prejuízos materiais e morais contrários ao dono de um patrimônio ou de 
terceiros em relações comerciais.
13
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Erros técnicos e de 
escrituração
Afirmamos que o erro é de técnica quando a impropriedade ou a inexatidão 
contraria os Princípios Fundamentais de Contabilidade e suas Convenções ou as 
formas racionais consagradas nos meios profissionais. Deixar de registrar o endosso 
de uma letra cambial, por exemplo, seria um erro técnico, substancial e involuntário, 
discrepando-se, apenas, do conceito de que o endosso é uma corresponsabilidade. 
Já o erro por escrituração corresponde a erros de redação, como o débito em uma 
conta errada ou quantitativos quando um lançamento de valor errado é realizado.
Fraudes Motivam as fraudes em Contabilidade as intenções de lesão de interesses alheios. 
Daí a falsificação de lançamentos nas falências, as falsas situações de contas, 
reservas falsas, lucros líquidos alterados, erro de classificação de receita e despesa, 
omissão de entradas de dinheiro, repetição indevida das mesmas saídas de dinheiro 
e quaisquer outras falsidades escritas praticadas com intenção criminosa.
Infrações Não cumprimento de uma determinação administrativa e, principalmente, legal; 
cumpri-la parcialmente, com desvirtuamento ou deformação, é infringir normas ou 
preceitos a serem observados na Contabilidade.
Imperfeições técnicas A organização do trabalho de Contabilidade obedece a planos previamente 
elaborados e sua execução é guiada por normas predeterminadas. Planos 
incompletos ou defeituosos são causas de imperfeições; normas deficientes 
ou mal-orientadas, outras tantas causas de irregularidades e defeitos. Contas 
inadequadas e impropriedades de titulações produzem confusão e induzem a 
interpretações erradas; função de conta mal-definida é causa de erros; síntese 
excessiva ou desdobramento desnecessário de contas produz dificuldades, 
obscurece ou complica o mecanismo contábil.
Negligências 
profissionais
Todo contador que responde pela Contabilidade de uma organização está na 
obrigação moral de manter a respectiva escrituração em boa ordem, “em dia”. 
Representam, entretanto, negligência profissional: má guarda e má conservação 
dos livros, má apresentação de trabalho, acúmulo de documentos por escriturar, 
falta de asseio nos trabalhos e ausência ou atraso nas verificações. Nas conferências, 
as omissões de elementos, dados ou referências nos lançamentos são falhas 
de Contabilidade que desvalorizam os trabalhos e podem ser irregularidades 
administrativas. 
As omissões e imperfeições de lançamentos, por negligência, dificultam o trabalho 
de revisão ou peritagem, diminuem a força probante da escrituração e podem 
comprometer a situação do administrador, concorrendo para a agravação de 
situações fraudulentas ou dificultando a exata apreciação da ação administrativa.
Responsabilidades 
profissionais
Quer sejam involuntárias as falhas e culpas do contador, quer sejam intencionais;
Quer seja ação de dolo ou fraude, o profissional sofre as respectivas consequências, 
que se traduzem em perda de emprego, ressarcimento de prejuízos ou 
responsabilidade criminal.
Simulações Quando coisas e fatos administrativos não correspondem à verdade, quando 
alguém contraria normas e preceitos, ou quando são arquitetadas situações irreais 
e irregulares, temos a simulação caracterizada. Há simulações de inventários, de 
operações ou negócios, de débitos e créditos, de despesas ou prejuízos, de rendas 
ou lucros, de distribuição indevida ou evitada de lucros líquidos, de déficit ou 
superávit falso, situações aparentes ou falsas de balanços etc.
Fonte: Magalhães (2017, p. 24-28).
14
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Conforme as informações apresentadas, podemos ver que essas irregularidades são muito semelhantes às irre-
gularidades apresentadas anteriormente; a principal diferença se deve ao fato de as irregularidades contábeis 
estarem ligadas a erros e falhas no patrimônio.
 Você gostaria de saber ainda mais sobre as normas que regem a perícia contábil? Acesse o 
portal do Conselho Federal de Contabilidade: <http://cfc.org.br/>. 
1.2 Perícia versus auditoria
Apesar das semelhanças, a perícia contábil e a auditoria são diferentes. De acordo com Sá (2011, p. 17), elas 
variam quanto “à natureza das causas e efeitos, de espaço e de tempo”.
A perícia é utilizada para resolver um problema relacionado a uma determinada situação em um tempo especí-
fico, enquanto a auditoria é constante, ocorrendo sem que seja necessária uma situação específica e sem que 
seja preciso o uso de metodologias rigorosas. Enquanto a perícia contábil não utiliza como regra a amostragem, 
a auditoria faz uso desse elemento. 
Segundo Sá (2011, p. 17, grifo nosso):
A auditoria tem como objetivos normais a maior abrangência, a gestão como algo em continui-
dade, enquanto perícia se prende à Especificidade, tem caráter de Eventualidade, só aceita o 
Universo Completo para produzir opinião como Prova e não como Conceito.
A auditoria permite maior delegação, já que a sua finalidade é voltada para a revisão, enquanto a perícia é voltada 
para o exame e verificação. Ambas podem completar uma a outra, podendo uma beneficiar a outra com os seus 
procedimentos. 
Figura 1.4: Auditoria
Legenda: A imagem ilustra uma lupa, fazendo alusão à busca por informações e detalhes que podem estar ocultos.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
15
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
No Quadro 1.3, apresentamos as principais diferenças entre a perícia contábil e a auditoria:Quadro 1.3: Diferenças entre perícia contábil e a auditoria
Item de Comparação Perícia Perícia e Auditoria
Escopo do trabalho Deve acompanhar o laudo pericial 
com os anexos, para confirmar as 
conclusões do perito. 
São provas do auditor, não 
necessitando de confirmação no 
relatório ou no parecer.
Opinião profissional É absoluta, necessária, detalhista, 
precisa, direta. 
É relativa, observa os aspectos mais 
relevantes e materiais.
Duração do trabalho É efêmero. Tem data prevista para 
iniciar, e para terminar. Nunca se 
repete. Não há perícias iguais.
É continuada. A programação 
é previamente definida em 
períodos convenientes. É trabalho 
repetitivo, tende a diminuir pelo 
conhecimento e pela rotina.
Relacionamento do trabalho Com o juiz, as partes e os peritos 
assistentes. 
Com toda a equipe do auditado 
onde o trabalho for desenvolvido e 
os contratantes.
Divulgação externa do resultado 
do trabalho
É proibida a divulgação. Na imprensa escrita, normalmente 
em jornal de grande circulação. 
Muitas vezes é obrigatória.
Local de realização do trabalho Normalmente, no escritório do 
perito. 
No escritório do auditado ou do 
auditor.
Divulgação interna do trabalho Não é divulgado. Fica à disposição 
das partes na justiça. A critério do 
perito, pode haver reunião com os 
peritos assistentes. 
Normalmente, o auditor faz 
reunião com a equipe do auditado 
ao final do trabalho, para colocá-la 
a par do resultado da auditoria, 
antes da entrega do relatório e do 
parecer.
Autoridade Tem a autoridade concedida por lei 
ou pelo juiz, no curso do processo 
da perícia judicial. 
Não tem autoridade concedida 
pela entidade auditada.
Método da pesquisa Universalidade dos fatos. Amostragem, confiabilidade nos 
controles internos, podendo ter a 
universalidade dos fatos.
Objeto da pesquisa Emite por meio da produção de 
prova pericial (laudo pericial), 
conforme sua convicção nas provas 
encontradas.
Emite opinião conforme provas 
produzidas pelos exames de 
auditoria.
Período da realização do trabalho A oportunidade é determinada 
pelo magistrado ou requerida pelas 
partes para a produção de provas 
em período certo do processo, com 
prazo determinado uma única vez.
Normalmente, é realizado 
em períodos regulares, para 
atendimento estatutário ou legal, e 
se repete na mesma periodicidade.
Fonte: Morais e França (2004, p. 61-63).
16
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Com base nas informações apresentadas, é possível identificar que existem diferenças claras em relação aos 
usuários, aos profissionais responsáveis pela realização e às normas técnicas que regem essas duas modalidades. 
No próximo tópico, trataremos das principais modalidades de perícia utilizadas atualmente.
1.3 Tipos de perícia
As perícias normalmente possuem natureza judicial; no entanto, dependendo do ambiente de atuação, as carac-
terísticas da perícia também irão mudar. Dessa forma, podemos destacar a existência de cinco espécies de perí-
cias detectáveis: a perícia administrativa, a perícia judicial, a perícia extrajudicial, a perícia semijudicial e a perícia 
arbitral. Tais espécies serão descritas nos tópicos a seguir.
1.3.1 Perícia administrativa
A perícia administrativa corresponde à perícia relacionada ao exame de situações de caráter administrativo. Ela 
ocorre quando o gestor responsável pela administração da organização se depara com uma dúvida e vai saná-la 
junto ao contador. Dessa forma, podemos dizer que a perícia administrativa é uma espécie de conferência feita 
pelo administrador das ações que os colaboradores realizaram, principalmente no que se refere aos lançamentos 
de elementos, de bancos e caixa, contas a pagar e a receber etc.
Figura 1.5: Tipos de perícia
Legenda: A imagem ilustra um perito contábil realizando as conferências solicitadas.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Nesse tipo de perícia, é comum o gestor que faz a solicitação do exame deixar claro o que busca saber com a 
perícia, ou seja, quais são os elementos a serem examinados pelo contador.
17
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
1.3.2 Perícia judicial
A perícia judicial consiste em uma técnica realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário, 
por requerimento ou por necessidade dos interessados, e se processa segundo regras legais específicas.
De acordo com o art. 464 do Código do Processo Civil, ela pode ser conceituada como a prova obtida por meio de 
exame, vistoria ou avaliação que tenha sido solicitada por um juiz a um especialista que possua conhecimento 
amplo sobre o assunto, a fim de ajudar na sua decisão.
Essa espécie de perícia subdivide-se, segundo suas finalidades e importância no processo judicial, em meio de 
prova ou de arbitramento. Ou seja, 
[...] a perícia judicial será prova quando – no processo de conhecimento ou de liquidação por arti-
gos – tiver por escopo trazer a verdade real, demonstrável científica ou tecnicamente, para subsi-
diar a formação da convicção do julgador, e será arbitramento, quando, determinada no processo 
de liquidação de sentença, tiver por objeto quantificar, mediante critério técnico, a obrigação de 
dar em que aquela se constituir. (ALBERTO, 2012, p. 40).
Figura 1.6: Perícia judicial
Legenda: A imagem apresenta o símbolo do Direito como referência à perícia judicial.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
A perícia judicial envolve três fases no seu ciclo de execução normal: fase preliminar, fase operacional e fase final. 
A fase preliminar é quando são planejados os passos que serão seguidos para a realização da perícia e quando 
são definidos os requisitos, os peritos que realizaram o trabalho, prazos etc. Na fase operacional, é quando 
ocorre a perícia propriamente dita; ela envolve ações como o curso do trabalho e a elaboração do laudo. Já na 
fase final, ocorre a assinatura e entrega do laudo, levantamento dos honorários e os esclarecimentos que forem 
necessários.
Uma perícia judicial pode ser parcial ou total. Nos exames parciais, normalmente, as verificações envolvem a 
“existência de bens e valores, saldos de contas e registros em contas lançamentos (feitos ou não) em Diário, con-
tas de razão, apuração de custos, formação de preços, levantamento de situações, extratos de contas, análises 
financeiras etc.” (SÁ, 2011, p. 65).
18
Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
Nos exames totais ou integrais, podem ser utilizados os mesmos objetos de exame que fazem parte da análise 
parcial. Tais ações são realizadas visando sempre:
Gestões ruinosas ou fraudulentas;
Irregularidades em prestações de contas;
Estado patrimonial para concordatas e falências;
Exame patrimonial para fusões, cisões e liquidações;
Valor patrimonial de ações e quotas etc. (SÁ, 2011, p. 66).
De acordo com cada ação judicial, será definida a abrangência do exame da perícia.
1.3.3 Perícia extrajudicial
A perícia judicial é a que envolve o uso do “juiz imparcial” para resolver uma questão em que as partes não che-
garam a uma conclusão. Ela é muito usada para tornar viável uma solução amigável, e é assim chamada por, 
diferentemente da perícia judicial, não utilizar as vias judiciais para a resolução de um problema.
A perícia extrajudicial é utilizada, principalmente, para a realização de acordo entre as partes. Tais partes determi-
nam que a questão pendente – que é motivo de dúvida – seja solucionada com base em uma informação pericial. 
Os peritos escolhidos examinam as provas e emitem parecer sobre os dados. Caso não dê certo, é escolhido um 
perito-desempatador, que emitirá um parecer que dará por encerrada a perícia. A perícia extrajudicial é regida, 
normalmente, pela legislação societária (Lei nº 6.404/76, arts. 7º, 8º, 220 a 234; suas alterações podem ser invo-
cadas na perícia extrajudicial) (MAGALHÃES, 2017).
1.3.4 Perícia semijudicial
A perícia semijudicial corresponde ao tipo de perícia que não é realizada no poder de justiça, mas que está rela-
cionada à estruturado estado. Ela pode ser administrativo-tributária ou parlamentar. Segundo Alberto (2012, p. 
41):
Classificamo-las em semijudiciais porque as autoridades policiais, parlamentares ou administra-
tivas têm algum poder jurisdicional, ainda que relativo e não com a expressão e extensão do poder 
jurisdicional classicamente enquadrável como pertencente ao Poder Judiciário, e ainda por esta-
rem sujeitas às regras legais e regimentais que se assemelham às judiciais.
É importante destacar que os laudos não dependem da determinação dos tipos de perícia.
 Você já parou para pensar na relação entre a ética e a perícia contábil? Em razão dos diver-
sos escândalos contábeis que marcaram o exercício da profissão, tanto no Brasil como no 
mundo, é preciso que os peritos contábeis zelem pelos valores éticos.
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Perícia Contábil | Unidade 1- Fundamentos da Perícia Contábil
1.3.5 Perícia arbitral
A perícia arbitral é aquela realizada no juízo arbitral. De acordo com Alberto (2012, p. 41):
Subdivide-se em probante e decisória, segundo se destine a funcionar como meio de prova do 
juízo arbitral, como subsidiadora da convicção do árbitro, ou é ela própria a arbitragem, ou seja, 
funciona seu agente ativo como o próprio árbitro da controvérsia.
A perícia arbitral é utilizada quando é preciso resolver uma questão relacionada a litígios envolvendo direitos 
patrimoniais. Nesse tipo de perícia, conforme o art. 13 da Lei nº 9.307, o árbitro pode ser qualquer pessoa que 
seja de confiança das partes envolvidas.
Agora que você já conheceu a origem, os conceitos, os fundamentos as principais 
diferenças entre a perícia contábil e a auditoria e os tipos de perícia, chegou a hora de 
resolver o fórum da unidade. Vamos lá? 
20
Considerações finais
Agora, chegamos ao final da primeira unidade de aprendizagem da disci-
plina Perícia Contábil. Nessa trajetória, você aprendeu:
• como a origem da perícia contábil remete à própria origem da 
contabilidade;
• que a perícia contábil se refere a uma tecnologia da contabilidade;
• os conceitos e objetivos da perícia contábil;
• as principais diferenças entre a perícia contábil e a auditoria;
• os três principais tipos de perícia contábil existentes: perícia 
administrativa, perícia judicial e perícia extrajudicial;
• outros tipos de perícia menos comuns, como: arbitral e 
semijudicial.
Esperamos que você tenha ampliado seus conhecimentos e compreen-
dido um pouco melhor os conceitos iniciais sobre a perícia contábil.
Referências
21
ALBERTO, V. L. P. Perícia contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
______. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
BRASIL. Lei nº 9. 307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbi-
tragem. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm>. 
Acesso em: 30 mar. 2018.
______. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Dispõe sobre o Código 
do Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 31 mar. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TP 01 – Perícia Contá-
bil. Dispõe sobre a atualização das normas de Perícia Contábil. Disponível 
em:<http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTP01.pdf>. Acesso 
em: 09 mai. 2018. 
______. Resolução 858/99. Dispõe sobre a prática de perícia contábil. 
Disponível em: <www.crcpa.org.br/ uploads/arquivos/dd31312f6eeaaa-
a742a2d7849fafe523.doc>. Acesso em: 30 mar. 2018. 
D’AURIA, F. Revisão e perícia contábil: parte teórica. 3. ed. São Paulo: 
Nacional, 1962.
HOOG, W. A. X. Prova Pericial contábil: aspectos práticos e fundamen-
tais. Curitiba: Juruá, 2007. 
MAGALHÃES, A. D. F. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, 
legal, processual e operacional. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MORAIS, A. C.; FRANÇA, J. A. Perícia judicial e extrajudicial: uma abor-
dagem conceitual e prática. 2. ed. Brasília: Qualidade, 2004. 
ORNELAS, M. M. G. de. Perícia contábil. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, A. L. de. Perícia contábil. São Paulo: Atlas, 2011.
2
23
Unidade 2
Legislação aplicada à perícia 
contábil
Para iniciar seus estudos
Uma vez que a principal fonte de serviços de Perícia Contábil é o Poder 
Judiciário, você precisa identificar as normas jurídicas seguidas por esse 
Poder, para que os elementos de prova colhidos para ajudar na solução 
do litígio em questão não sejam enfraquecidos ou mesmo invalidados 
por alguma inobservância. A partir do estudo deste material, vamos apre-
sentar essas normas jurídicas (e aplicá-las, na prática, sempre que possí-
vel), que têm como objetivo principal tornar o trabalho do perito contábil 
fonte da verdade e do conhecimento competente, a fim de ajudar o juiz 
no encerramento da questão.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer as legislações e normas técnicas vigentes para a perícia 
contábil no Brasil.
• Analisar, criticamente, a aplicação das leis sobre a perícia contábil.
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
2.1 Introdução
Para iniciarmos nosso estudo, partiremos da premissa de que as leis são necessárias para regular e regularizar 
ações, processos e comportamentos, e que o conjunto de leis (e ainda normas, regulamentos, estatutos etc.) 
formam as legislações pertinentes a determinadas áreas. Nesse caso (das legislações), vamos buscar encontrar e 
apresentar aquelas que devem ser a base das boas práticas do exercício da Perícia Contábil pelo profissional nela 
interessado.
Nosso desafio é te ajudar a entender, interpretar e, por fim, confrontar os textos das leis com os casos reais, para 
que os fatos sejam apresentados e a legislação seja convenientemente aplicada.
Figura 2.1: A perícia contábil
Legenda: a imagem representa duas pessoas trabalhando nas atividades relacionadas à perícia contábil.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Nos Estados Unidos, nem os Estados nem o Governo Federal têm qualquer regulação sobre 
a Perícia Contábil ou sobre o profissional que a exerce; logo, qualquer um pode reivindicar o 
título de perito contábil, sem qualquer exigência de exame, formação acadêmica ou com-
provação de experiência profissional, sem violar nenhuma legislação (HUBER, 2013). 
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
2.2 Legislação e normas brasileiras de contabilidade – perícia 
contábil
Vamos iniciar conhecendo o que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) diz sobre as normas brasileiras de 
contabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no cumprimento de sua atribuição privativa, edita as 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) que devem ser adotadas por todos os profissionais da 
contabilidade no Brasil [...]
[...] A elaboração e a revisão das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) Técnicas e Profissio-
nais, assim como dos Princípios de Contabilidade (Resolução CFC nº 750/93), fazem parte de um 
processo constante que congrega, em igual medida, o saber técnico e a aplicação prática, sem se 
descuidar da realidade atual da profissão contábil. (CFC, 2012).
Em 10 de dezembro de 2009, foi aprovada, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a NBC TP 01 – Perí-
cia Contábil, que passou a valer em 01 de janeiro de 2010. Essa norma tem como objetivo estabelecer regras e 
procedimentos técnicos a serem observados pelo perito, quando da elaboração de perícia contábil, nos âmbitos 
judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, mediante o esclarecimento dos aspectos técnicos dos fatos do litígio por 
meio de exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação.
Em 19 de março de 2015, foi publicada, no Diário Oficial da União, uma nova redação para a Norma, que é a que 
está em vigor atualmente (CFC, 2015). Junto à NBC TP 01, foi criada (e também posteriormente atualizada) a NBC 
PP 01 – Perito Contábil. Essas duas normas compõem a legislação específica profissional do perito contábil, a 
qual será nosso ponto de partida.
Entretanto, é importante destacar que também há, no Brasil, leis mais gerais a serem consideradasno exercício 
da Perícia Contábil. Considerando das mais abrangentes para as mais particulares, temos:
• Constituição Federal;
• Código Civil;
• Código de Processo Civil;
• Lei Brasileira de Arbitragem;
• Leis Trabalhistas.
Além dessas, em casos mais específicos, consideram-se leis, normas e regulamentos estaduais/municipais con-
tratos entre pessoas físicas/jurídicas e, ainda, quaisquer outros instrumentos normativos que auxiliem o perito 
contábil na execução do trabalho demandado.
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
A Lei Brasileira de Arbitragem, de 23 de setembro de 1996, no Brasil, o instituto da arbitra-
gem: a possibilidade de resolver conflitos de interesses (inclusive referentes a patrimônio – 
daí sua importância para a Perícia Contábil) de forma rápida, transparente e com baixo custo, 
por meio de processo arbitral e de um terceiro imparcial (o árbitro), e sem intervenção do 
Estado.
Figura 2.2: Leis, normas e regulamentos
Legenda: A imagem de justiça representa as leis, normas e regulamentos que regem as ações do perito contábil.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
O Código Civil Brasileiro foi instituído pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, estando em vigor a partir de 
11 de janeiro de 2003, e tem sua importância para preservação da justiça e convivência social igualitária e com 
menos conflitos, sendo, portanto, um conjunto de normas que definem os direitos e deveres das pessoas, dos 
bens e das suas relações no âmbito privado, considerando a Constituição Nacional.
No Código de Processo Civil, a lei que regulamenta o processo judicial civil no Brasil foi instituída pela Lei nº 
13.105, de 16 de março de 2015, estando em vigor a partir de março de 2016. Uma vez definidos os conceitos 
amplos e gerais do direito privado pelo Código Civil, é nessa lei que se estabelecem as regras, procedimentos e 
prazos para quando surge o litígio de origem civil (portanto, não penal, tributário, trabalhista e eleitoral) entre as 
partes, o que dá origem ao processo judicial cível.
2.3 Análise e aplicação das legislações na perícia contábil
Para o crescimento do patrimônio, sua gestão e a transparência dessas informações nas empresas, tornam-se 
relevantes os registros e o ato de documentar as informações. No entanto, pessoas físicas também acumulam 
patrimônio em maior ou menor grau e, por vezes, precisam lidar com ele quase como uma empresa, em função 
de seu tamanho. Quando esse conjunto de bens, direitos e obrigações que podem ser avaliados em moeda cor-
rente se tornam fonte de litígio entre partes (pessoas físicas e/ou jurídicas), essas partes podem requisitar um 
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
árbitro para solucionar a disputa (que pode ser um processo judicial cível ou uma arbitragem); o árbitro, caso 
julgue a questão contábil complexa demais para fundamentar sua decisão, pode acionar a Perícia Contábil.
Figura 2.3: A perícia contábil em busca da verdade por trás dos números apresentados pelos litigantes
Legenda: A imagem representa uma das principais ações do perito contábil, exigindo atenção ao 
analisar os números com precisão matemática e com o rigor das legislações envolvidas.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
A perícia contábil junta experiência e conhecimento. Ela vai examinar registros e documentos que deram origem 
aos fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre suas causas, essência e efeitos sobre o litígio. Portanto, 
a perícia origina-se do interesse de pessoas litigantes, do interesse da justiça e, também, do interesse público.
Vamos iniciar nos aprofundando sobre a “NBC TP 01 – Perícia Contábil”, que é uma Norma Técnica bastante 
completa e relativamente curta. Embora seu objetivo principal seja definir e delimitar o tema, ela vai além disso, 
ao apresentar orientações valiosas que funcionam como manual de boas práticas para o trabalho, inclusive com 
anexos que trazem modelos semiprontos dos documentos utilizados. Essa norma é composta pelos seguintes 
itens:
• Objetivo: explica quais as razões da existência da norma. Ele determina as regras e procedimentos 
técnico-científicos que devem ser seguidos na execução da perícia contábil, além de apresentar as ações 
que podem ser utilizadas, como exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, 
avaliação e certificação.
• Conceito: identifica o que é a perícia contábil, representando a reunião dos procedimentos técnico-
científicos que constroem, validam e apresentam materiais que servem como provas para esclarecer ou 
subsidiar decisões de um árbitro ou constatação dos fatos, quando por ocasião de disputa entre partes. 
Também estabelece os instrumentos que serão utilizados: o laudo pericial contábil e o parecer técnico-
contábil; quem é o profissional que pode exercer a função: o contador em situação regular perante o 
Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição; e os tipos de perícia contábil: judicial e extrajudicial.
• Execução: representa as diretrizes para execução da perícia contábil, ou seja, as regras a serem seguidas 
entre o contador perito e a contratada; é a definição das atividades da perícia contábil.
• Procedimentos: têm o objetivo de fundamentar as conclusões da perícia contábil levadas aos laudos de 
perícia contábil ou parecer pericial contábil, com abrangência total ou parcial, conforme sua natureza e a 
complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação 
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
e certificação. Observe, na sequência, um quadro com o resumo dos principais procedimentos da perícia 
contábil.
Quadro 2.1: Resumo dos procedimentos da perícia contábil, de acordo com a NBC TP 01
Procedimento Conceito
Exame Analisar os livros, os registros 
de transações e os documentos 
coletados.
Vistoria Verificar e constatar uma situação, 
coisa ou fato, por vezes in loco, 
descrita no litígio.
Indagação Entrevistar o conhecedor do objeto 
ou do fato para validar e/ou buscar 
informação.
Investigação Pesquisar eventual situação, coisa 
ou fato que está oculto, ainda que 
de forma acidental.
Arbitramento Determinar valores, quantidades 
ou soluções baseadas em critérios 
técnico-científicos.
Mensuração Qualificar e quantificar os bens, os 
direitos e as obrigações, em moeda 
corrente.
Avaliação Calcular o valor provável de 
coisas, bens, direitos, obrigações, 
despesas e receitas.
Certificação Atestar a informação trazida pelos 
procedimentos acima, ao laudo ou 
parecer.
Fonte: Adaptado da NBC TP 01 (2015).
• Planejamento: é a fase da perícia contábil que antecede as diligências, pesquisas e cálculos, e em que 
o perito define os procedimentos gerais do exame a serem executados dentro do âmbito judicial ou 
extrajudicial, considerando para qual teve nomeação, indicação.
• Termo de diligência: documento realizado pelo perito contábil, sendo apresentado diretamente à parte, 
procurador ou terceiro, por meio da escrita, de maneira a documentar e registrar sua entrega; sendo assim, 
deve conter minuciosamente o rol dos documentos, livros, coisas e dados necessários para execução do 
laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil.
• Laudo pericial contábil e parecer técnico-contábil: documento que deve ser elaborado por um 
contador devidamente registrado e habilitado no Conselho Regional de Contabilidade, conforme 
determina o Decreto-Lei nº 295/46, alínea “c” do artigo 25. São documentos escritos, com registros de 
forma abrangente.
• Modelos: representam os modelos em anexo nessa norma, para execução da perícia contábil.
• Vigência: é o prazo do trabalho realizado pelo perito contábil, que compõe o período analisado, 
investigado.
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
Agora, para ampliar ainda mais nosso estudo, a seguir, apresentaremos a NBC PP 01 – Perito Contábil.
Essa é uma Norma Profissional que acompanhamuito proximamente o conteúdo da “NBC TP 01 – Perícia Contá-
bil”, sendo, portanto, igualmente muito completa. Essa norma aprofunda-se na figura do perito contador, con-
ciliando o seu perfil e as atividades por ele desenvolvidas com as boas práticas descritas na Norma Técnica. Além 
disso, traz orientações que ultrapassam a simples listagem de regras, e também contém modelos de documen-
tos que o perito vai criar e utilizar.
Figura 2.4: O perito contábil e o árbitro do litígio trabalham muito próximos
Legenda: O perito contábil e seu trabalho são fundamentais para que o árbitro 
do litígio (por vezes, um juiz) aplique a lei de forma justa e isenta.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Ela é composta dos seguintes itens:
• Objetivo: são os critérios inerentes à atuação do contador no papel de perito contábil.
• Conceito: define o perito, perito oficial, perito do juízo e perito assistente. Nessa norma, define-se o 
perito como o contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que pratica 
a atividade de forma pessoal e tem conhecimento profundo, com suas experiências e qualidades da 
matéria periciada. O perito oficial é aquele investido na função por lei e pertencente a órgão especial do 
estado, destinado a produzir perícias e que as tem como atividade. O perito do juízo é o nomeado pelo 
juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para a atividade de perícia contábil. O perito assistente é o 
contratado e indicado pela parte em perícias contábeis.
• Competência profissional: ao perito é aplicado o código de ética profissional do contador, a NBC PG 
100, aplicação geral aos profissionais da contabilidade, e a NBC PG 200, que são aos contadores que 
prestam serviços externos.
• Habilitação profissional: o perito contábil terá que apresentar habilitação que comprove em ser perito 
em contabilidade, por meio da certidão de regularidade profissional, sendo esta emitida pelos conselhos 
regionais de contabilidade.
• Impedimento e suspeição: define quais as circunstâncias em que o perito contábil fica impossibilitado 
de exercer a função, mesmo que a perícia seja extrajudicial. A intenção aqui é garantir a qualidade do 
trabalho apresentado; tanto o árbitro quanto as partes devem aceitar o trabalho apresentado pelo perito 
como imparcial e independente de qualquer fato que não seja ligado ao proceder profissional. Por isso, 
os itens 13 a 17 da norma listam as situações que exigem a declaração de impedimento ou suspeição.
30
Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
• Responsabilidade: o perito contábil deverá conhecer suas responsabilidades sociais, éticas, profissionais 
e legais, sujeitas no momento da aceitação para execução de perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, 
inclusive arbitral. A responsabilidade do perito decorre com a relevância do resultado que sua atuação 
venha a produzir.
• Zelo profissional: o zelo do perito contábil compreende cumprir os prazos, assumir responsabilidade 
pessoal por todas as informações, prestar esclarecimentos, propugnar pela celeridade processual, 
representativo a críticas, ser prudente, receptivo aos argumentos e críticas, transparência e respeito 
recíproco entre o perito juiz e perito ao perito assistente, responsável por sua equipe técnica, solicitar 
dilação de prazo, estipular prazos na perícia extrajudicial e emissão e realização de diligências.
• Utilização de trabalho de especialista: o perito contábil pode valer-se de especialista de outras áreas 
para realização do trabalho.
• Honorários: para elaboração da proposta, o perito contábil deve considerar: a relevância, o vulto, o risco, 
a complexidade, a quantidade de horas, a equipe técnica, o prazo e a forma de recebimento, entre outros 
fatores.
• Esclarecimentos: o perito contábil deve prestar esclarecimentos do laudo pericial contábil ou do 
parecer técnico contábil, conforme a determinação ou solicitação do juiz ou árbitro que preside o feito, 
considerando que podem não ocasionar novos honorários periciais, por fazerem necessárias informações 
suplementares.
• Modelos: referem-se aos modelos apresentados, como: escusa em perícia judicial, renúncia em perícia 
arbitral, renúncia em perícia extrajudicial, renúncia à indicação em perícia judicial, renúncia à indicação 
em perícia arbitral, renúncia em assistência em perícia extrajudicial, petição de honorários periciais 
contábeis, petição de juntada de laudo pericial contábil e pedido de levantamento de honorários, petição 
de juntada de laudo trabalhista e pedido de arbitramento de honorários e contrato particular de prestação 
de serviços profissionais.
• Vigência: é o prazo do trabalho realizado pelo perito contábil, que compõe o período analisado/
investigado.
A partir de sua aprovação, em 1988, a Constituição Federal tornou-se importante para a Perícia Contábil, pois é 
dela que os juízes obtêm o direito de exigir os seus préstimos. Conforme Constituição da República Federativa do 
Brasil, artigo 93, inciso IX:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas 
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às 
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. 
(BRASIL, 1988, grifo nosso)
31
Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
Figura 2.5: A CF/1988, lei máxima do país
Legenda: a imagem representa a Constituição Federal, que apresenta os princípios 
básicos e fundamentais encontrados na “Constituição Cidadã”.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
A Perícia Contábil é uma ferramenta valiosa para a fundamentação de uma decisão judicial (um princípio cons-
titucional), especialmente quando os litígios envolvem patrimônio de pessoas físicas ou pessoas jurídicas, uma 
vez que o patrimônio é o principal assunto de estudo da Contabilidade.
O Código Civil, em vigor desde janeiro de 2003, trouxe mudanças importantes para diversas áreas da Contabili-
dade e também para a Perícia Contábil (BRASIL, 2002). Por exemplo, logo no início dos trabalhos demandados, 
que têm como alvo as pessoas jurídicas, deve ser investigada a obediência aos requisitos e às formalidades legais 
de escrituração contábil – e é o Código Civil, no seu “Capítulo IV – Da Escrituração”, que traz esses procedimen-
tos. Por exemplo:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de conta-
bilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspon-
dência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de 
resultado econômico.
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, 
por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, 
rasuras, emendas ou transportes para as margens. (BRASIL, 2002).
32
Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
Figura 2.6: Uma empresa precisa demonstrar sua “saúde”
Legenda: A imagem representa a importância do cuidado que as empresas devem apresentar para a saúde financeira.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Além disso, quando em litígio, os fatos contábeis da empresa (ou do empresário) podem ser fruto de exame 
minucioso, dentro da lei:
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob 
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a socie-
dade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando 
necessária para resolver questões relativas à sucessão, comunhão ou sociedade, administração 
ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
§ 1º O juiz ou tribunal que conhecerde medida cautelar ou de ação pode, a requerimento 
ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados 
na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas 
por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão. (BRASIL, 2002, grifos 
nossos).
Por último, mas não menos importante, destacamos, em detalhes, as influências sobre a Perícia Contábil do 
Código de Processo Civil.
Logo no seu início, o CPC estabelece que:
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e facul-
dades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces-
suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem 
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcio-
nalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. (BRASIL, 2015).
Mais uma vez, a Perícia Contábil é frequentemente chamada para auxiliar o Juiz no efetivo cumprimento desses 
princípios básicos, como fundamental produtora e/ou validadora dos elementos de prova colhidos nos processos 
que envolvam questões de patrimônio.
33
Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
Uma vez que o litígio se torna um processo judicial cível, a Perícia Contábil torna-se Judicial, tendo como base o 
CPC, que estabelece dois momentos distintos:
• Atos Preparatórios: o perito contábil e seus eventuais assistentes são nomeados e indicados. Os 
motivos técnico-científicos que exigem a perícia contábil são explicitados, e o perito ou as partes 
podem se manifestar – o perito, por exemplo, declarando-se impossibilitado de assumir o encargo. A 
fundamentação processual do CPC dos motivos da nomeação/indicação do perito; da indicação dos 
assistentes; da intimação; dos prazos e das condições de habilitação, escusa, impedimento e suspeição é 
produzida, e, mais uma vez, o perito ou as partes podem se manifestar – as partes, por exemplo, podem 
recusar a indicação do perito.
• Atos de Execução do Trabalho Pericial: o perito contábil e seus eventuais assistentes estabelecem a 
necessidade e buscam a obtenção de provas dos fatos, realizando os procedimentos, tais como exames, 
vistorias e investigações. O perito contábil e seus eventuais assistentes produzem as provas periciais, que 
podem ser expressas por meio do laudo pericial, do parecer técnico e do termo de audiência.
Para relembrar a aplicação de cada legislação, observe o Quadro 2.2:
Quadro 2.2: Resumo das legislações, análise e aplicações na perícia contábil
LEGISLAÇÃO ANÁLISE APLICAÇÃO
NBC TP 01 Norma Técnica do CFC, que define e 
delimita o tema Perícia Contábil.
Conceitua e normatiza o tema, indica as 
boas práticas e também traz modelos de 
documentos utilizados.
NBC PP 01 Norma Profissional do CFC, que 
expõe a figura do perito contábil.
Conceitua o profissional, indica as boas 
práticas, as atividades, os procedimentos e 
as regras do seu trabalho, e mais modelos 
de documentos utilizados.
CF/1988 Lei maior do estado brasileiro, que 
trata dos direitos e deveres dos 
cidadãos, inclusive daqueles que 
exercem funções no Poder Judiciário.
Torna legais e legítimos a Perícia Contábil, 
em todos os seus aspectos, e o exercício 
do trabalho pelo profissional habilitado.
CC/2002 Lei que normatiza as relações civis 
das pessoas físicas e jurídicas, 
privadas ou públicas.
Estabelece as definições, os direitos, as 
obrigações e como aferir legalmente 
os bens das pessoas que são alvo dos 
trabalhos da Perícia Contábil.
CPC/2015 Lei que normatiza o processo 
judicial civil (fora dos âmbitos penal, 
tributário, trabalhista etc.).
Estabelece os procedimentos, prazos, 
direitos e deveres dos juízes, das partes e 
dos demais interessados no transcorrer 
dos trabalhos da Perícia Contábil.
Fonte: Adaptado das normas e leis para perícia contábil.
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
As legislações brasileiras sobre Perícia Contábil são mesmo o “estado da arte” (nível mais 
alto de desenvolvimento)? Como podemos compará-las com as legislações sobre o tema em 
outros países? Por exemplo, como serão as legislações nos países do Mercosul? Para o perito 
contábil que atua no Brasil, isso importa?
2.4 Entraves da legislação na perícia contábil
Ampliando nosso estudo sobre a legislação, destacamos, a seguir, alguns entraves legais típicos, que são criados 
à prática da Perícia Contábil:
• o CPC criou a obrigatoriedade de os conselhos de classe formarem cadastros de peritos, e o Conselho 
Federal de Contabilidade decidiu criar o CNPC (Cadastro Nacional de Peritos Contábeis). O perito contábil 
só pode ingressar no CNPC mediante aprovação prévia em Exame de Qualificação Técnica (EQT) para essa 
função, regulamentado pela “NBC PP 02” de 2016; além disso, uma vez cadastrado, é obrigado a cumprir 
o PEPC (Programa de Educação Profissional Continuada), nos termos da “NBC PG 12 (R2)”;
• para exercer amplamente seus direitos e deveres no exercício da Perícia Contábil, o profissional deve 
conhecer toda a legislação envolvida no litígio, para que, assim, possa ser evitada a desqualificação do 
serviço ou retrabalho – isso, certamente, não é pouca coisa, especialmente no Brasil, onde há um nível 
alto de insegurança jurídica;
• finalmente, um problema frequentemente citado pelos peritos contábeis é a má qualidade das 
informações contábeis colhidas pela fase de investigação, como ausência de documentos, documentos 
ambíguos e a dificuldade de obtenção de novas informações exigidas pelo profissional (SOUZA, 2016).
Figura 2.7: Dificuldades à vista!
Legenda: Além dos desafios técnico-científicos inerentes à profissão, poderá o perito contábil 
encontrar dificuldades na aplicação das legislações pertinentes ao serviço demandado.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
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Perícia Contábil | Unidade 2 - Legislação aplicada à perícia contábil
A atuação como perito contábil apresenta diferentes desafios, que, como vimos, envolvem diferentes ações e até 
mesmo questões legais. Destacamos que, além dos desafios técnico-científicos inerentes à profissão, poderá o 
perito contábil encontrar dificuldades na aplicação das legislações pertinentes ao serviço demandado.
Como exemplo podemos citar que, por meio da perícia contábil é que se conclui uma decisão em um processo 
judicial, e diversos são os desafios encontrados no seu trabalho. A perícia contábil e/ou laudo pericial contá-
bil poderão ser solicitados pelo advogado de defesa e pelo advogado de acusação ou pelo juiz de direito; nele, 
alguns problemas podem ser externalizados, como o reconhecimento da matéria periciada e o justo pagamento 
dos honorários para a realização da perícia proposta.
Se, por um lado, os resultados do trabalho pericial podem gerar ganhos (financeiros ou satisfação pessoal), por 
outro, podem gerar perdas (penalidades por conduta inadequada e incompetência).
De acordo com o CPC:
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos pre-
juízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar 
o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
Isto é, o perito tem o dever de reparar os danos que causar às pessoas ou à sociedade, ainda que sem intenção. 
Deixar de cumprir o encargo no prazo sem motivo legítimo também traz problemas: a sua substituição e a comu-
nicação da ocorrência, pelo juiz, à corporação profissional. Uma multa é cobrada tendo em vista o valor da causa 
e o possível prejuízo decorrente do atraso, e deve restituir honorário por trabalho não realizado (caso não o faça, 
será impedido de exercer a função por cinco anos).
36
Considerações finaisFinalizamos o estudo desta unidade e, para relembrar o que foi exposto, 
apresentaremos uma síntese do conteúdo:
• Apresentamos as principais legislações que regulam a Perícia 
Contábil: a Norma Técnica “NBC TP 01 – Perícia Contábil” e 
a Norma Profissional “NBC PP 01 – Perito Contábil”, ambas 
publicadas pelo CFC.
• Também apresentamos importantes legislações complementares: 
a Constituição Federal, o Código Civil, o Código de Processo Civil; e 
citamos a Lei Brasileira de Arbitragem, as Leis Trabalhistas e outras 
legislações por vezes pertinentes para a Perícia Contábil.
• Analisamos, em detalhes, a Norma Técnica “NBC TP 01 – Perícia 
Contábil” e a Norma Profissional “NBC PP 01 – Perito Contábil”, e 
consideramos como elas se aplicam ao exercício profissional do 
Perito Contábil, inclusive com um caso hipotético.
• Também analisamos, embora menos detalhadamente, como 
a CF/1988, o CC/2002 e o CPC/2015 são importantes na 
correta aplicação da Perícia Contábil na resolução de demandas 
envolvendo questões de patrimônio.
• Encerramos esse material discutindo como as legislações, 
amplamente discutidas nos tópicos anteriores, podem se tornar 
entraves (obstáculos, dificuldades) para o Perito Contábil realizar 
um trabalho de qualidade e que atenda justamente à demanda 
solicitada.
Referências
37
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. Disponí-
vel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm>. Acesso em: 17 abr. 2018.
______. Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbi-
tragem. Disponível em: <www.normasbrasil.com.br/norma/lei-9307-
1996_84090.html>. Acesso em: 17 abr. 2014.
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm>. 
Acesso em: 17 abr. 2014.
______. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/
Lei/L13105.htm>. Acesso em: 17 abr. 2014.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. PORTAL DA INSTITUIÇÃO. 
Normas brasileiras de contabilidade: perícia contábil: NBC TP 01 e 
NBC PP 01. Publicação eletrônica. Brasília (DF): Conselho Federal de Con-
tabilidade, 2012. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-
-content/uploads/2013/01/Perícia_Contábil.pdf>. Acesso em: 17 abr. 
2018.
______. Resoluções e Ementas do CFC. Brasília (DF): Conselho Federal de 
Contabilidade, 2015. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/NBCTP01>. Acesso em: 17 abr. 2018.
HUBER, Wm. D. Forensic Accounting Corporations Codes of Ethics and 
Standards of Practice: A Comparison. Int. J. of Accounting. 9. 10.1504/
IJAAPE.2013.054340. 2013. Disponível em: <https://www.research-
gate.net/publication/256046415_Forensic_Accounting_Corporations_
Codes_of_Ethics_and_Standards_of_Practice_A_Comparison>. Acesso 
em: 17 abr. 2018.
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Perícia_Contábil.pdf
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Perícia_Contábil.pdf
Referências
38
MAGALHÃES, A. de D. F. Perícia contábil: uma abordagem teórica, ética, 
legal, processual e operacional. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SOUZA, F. B. de. Perícia contábil: as dificuldades encontradas pelo perito-
-contador na execução da perícia contábil, 2016. 51 f. Trabalho de Con-
clusão de Curso (Graduação) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, 
UNESC, Santa Catarina, 2016.
3
40
Unidade 3
O Perito Contador
Para iniciar seus estudos
Bem-vindo à esta unidade da disciplina de Perícia Contábil! Curioso pelo 
que está por vir? Com base nos conceitos iniciais referentes à perícia con-
tábil e à legislação vigente, chegou a hora de conhecer o responsável pela 
sua execução: o perito contador. Esse profissional precisa ser graduado 
em ciências contábeis e possuir registro no Conselho Regional de Con-
tabilidade, além de possuir conhecimentos específicos sobre a área em 
questão, para que, assim, possa realizar a perícia da melhor forma possí-
vel. No entanto, o perito contador também possui deveres legais e éticos, 
os quais serão apresentados nos tópicos a seguir. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
• Entender o trabalho do perito contador e sua importância.
• Definir o perfil ético-profissional do perito, assim como a qualidade 
de seu trabalho.
• Descrever os direitos e deveres funcionais, as penalidades civis e 
criminais sobre o profissional.
41
Perícia Contábil | Unidade 3 - O perito contador
3.1 Competências técnico-profissionais do perito 
Conceitos
O primeiro passo para compreender o papel do perito contador é conhecer a conceituação da sua função, você 
não concorda?!
De acordo com a NBC PP 01, a função de perito contador pode ser exercida por um contador devidamente regis-
trado no Conselho Regional de Contabilidade, que irá exercer a atividade pericial de forma pessoal, devendo 
possuir extenso conhecimento, por suas qualidades e experiências, sobre a área.
Figura 3.1: Perito contador
Legenda: A imagem representa o contador exercendo a função de perito contador.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Hoog (2007, p. 32) complementa a conceituação anteriormente apresentada:
[...] do ponto de vista da legislação processual, o perito contábil é o profissional de nível universitá-
rio, devidamente inscrito no Conselho Regional de Contabilidade, conforme o Dec.-lei 9.295/46, 
que define as atribuições do contador. Esse profissional será nomeado pelo Magistrado, o qual 
também fixa o prazo para a conclusão do laudo conforme determina o art. 421 do CPC. Embora 
esteja no rol de auxiliares da Justiça, CPC, art. 139, e entre os quais encontra-se o escrivão, o oficial 
de Justiça, o perito, o depositário, o administrador e o interprete, não é um funcionário público 
concursado, trata-se de profissional liberal devidamente habilitado, de livre escolha do Magis-
trado, por ser pessoa de sua confiança. 
No entanto, quando o perito contábil for atuar como perito judicial, outras atribuições lhe serão imputadas: ele 
também deve possuir curso superior e ser especializado em matéria fisco-contábil que possua conhecimentos 
relacionados à revelação de atos e fatos estranhos no patrimônio. Ele também deverá ser nomeado pelo juiz 
(HOOG, 2007). 
O perito também pode atuar na esfera extrajudicial. Suas atribuições são definidas na Lei nº 6.404/76, que pos-
teriormente foi alterada pela Lei nº 9.457/97, no artigo apresentado a seguir:
42
Perícia Contábil | Unidade 3 - O perito contador
§8° O conselho fiscal poderá, para apurar fato cujo esclarecimento seja necessário ao desem-
penho de suas funções, formular, com justificativa, questões a serem respondidas por perito e 
solicitar à diretoria que indique que, para esse fim, no prazo máximo de trinta dias, três peritos, 
que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notório conhecimento na área em questão, entre 
os quais o conselho fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pela companhia.
Além do perito oficial, temos o perito do juízo e o perito assistente. Enquanto o perito oficial é investido em fun-
ção da lei, o perito do juízo é nomeado pelo juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para exercício da perícia 
contábil. Já o perito-assistente é o profissional contratado e indicado pela parte em perícias contábeis (itens 2, 3 
e 4 da NBC PP 01).
Agora que você conhece as principais conceituações sobre o perito contador e suas atividades, nos tópicos a 
seguir, trataremos das qualidades exigidas da “pessoa” perito e do seu trabalho.
 Com base nas conceituações apresentadas, é possível perceber que existe uma unanimi-
dade no assunto, especialmente ao apontar que o perito contábil precisa, necessariamente, 
ser contador. Você acha que existe alguma outra formação que apresente as características 
necessárias para a realização de perícias contábeis?
3.1.2. Qualidadesdo perito
O perito contábil deve possuir algumas características para que a perícia seja realizada da melhor maneira possí-
vel. São elas (SÁ, 2011, p. 8-9): “legal, profissional, ética e moral”.
A capacidade legal é conferida pelas normas instituídas pelo Conselho Regional de Contabilidade; já as caracte-
rísticas profissionais são citadas por Sá (2011, p. 9) como:
• conhecimento teórico da contabilidade;
• conhecimento prático das tecnologias contábeis;
• experiência em perícias;
• perspicácia;
• perseverança;
• sagacidade;
• conhecimento geral de ciências afins à Contabilidade;
• índole criativa e intuitiva.
43
Perícia Contábil | Unidade 3 - O perito contador
As características éticas deverão seguir o que é estabelecido no Código de Ética Profissional do Contador, além, 
claro, das normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade. Tais capacidades serão melhor traba-
lhadas em tópicos posteriores. As características morais estão ligadas às virtudes intrínsecas da “pessoa” perito.
Figura 3.2: Qualidades do perito
Legenda: A imagem representa a identificação das qualidades requeridas pelo perito.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
3.1.3. Qualidade do trabalho do perito 
O trabalho elaborado pelo perito também deve contar com algumas qualidades, que vão além das que se espe-
ram do perito. De acordo com Sá (2011), os requisitos essenciais para garantir uma perícia de qualidade são: 
• objetividade: o trabalho realizado pelo perito deve ser direto, isto é, ele não pode se desviar do objetivo 
que motivou a perícia; 
• precisão: na execução do trabalho, o perito deve responder às questões que foram levantadas;
• clareza: refere-se ao uso de uma linguagem acessível, que permita aos usuários das informações que 
serão geradas a facilidade de compreensão, sem, no entanto, deixar de lado a linguagem técnica própria 
da área;
• fidelidade: na elaboração da perícia contábil, o perito não deve se deixar influenciar pela opinião 
de terceiros, muito menos por dados/informações que não sejam confiáveis ou que não possam ser 
comprovados;
• concisão: neste elemento, busca-se evitar o uso de palavras em demasia, prezando pela geração de 
informações que facilitem a tomada de decisão;
44
Perícia Contábil | Unidade 3 - O perito contador
• confiabilidade inequívoca baseada em materialidades: a perícia deve ser baseada em elementos que 
não sejam ambíguos, mas que sejam válidos tanto legal como tecnologicamente;
• plena satisfação da finalidade: para o trabalho atender à sua finalidade, ele precisa estar de acordo com 
as motivações que ensejaram a sua execução. Esse trabalho deve ser justificado, lastreado em elementos 
sólidos e estar ao alcance de quem irá utilizá-lo.
No próximo tópico, trataremos da relação do perito contador com a ética.
3.2. O perito contador e a ética
Os contadores que atuam como peritos, normalmente, possuem conhecimentos técnicos e científicos diferen-
tes dos conhecimentos dos juízes; dessa forma, é necessário que existam regras específicas para a execução dos 
seus trabalhos. No entanto, essas regras não se limitam aos aspectos legais; os aspectos éticos também devem 
ser observados.
Figura 3.3: Ética
Legenda: A imagem representa a ética e os valores.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
De acordo com Guerreiro (1995 apud PIRES, p. 41), a ética “[...] é uma disciplina filosófica cujo objeto de investi-
gação é a procura de princípios regulativos do ponto de vista do bem e do mal, envolvidos com valores éticos de 
determinada sociedade ou de modo absoluto”.
 Segundo Pires (2009), a palavra “ética” deriva do grego ethikós; já, na língua portuguesa, o 
termo chegou por intermédio da palavra em latim ethicu, que possuía como significado o 
estudo dos juízos de análise referentes à conduta humana.
Glossário
45
Perícia Contábil | Unidade 3 - O perito contador
Normalmente, a ética está relacionada ao estudo sobre os costumes e as ações humanas, sendo objeto de pes-
quisa das áreas científica, filosófica e teológica. Enquanto ciência, ela abrange inúmeras áreas, o que a caracte-
riza como descritiva ou normativa (PIRES, 2009).
Estudiosos da área são unânimes no que tange às justificativas do princípio ético, determinando que eles não 
podem ser estabelecidos em termos relativos, podendo somente ser fundamentada do ponto de vista universal. 
Ou seja, não se limita ao “eu” ou ao “você”; é preciso ter um ponto de vista imparcial do “todo” (PIRES, 2009).
A ética precisa, ainda, ser desassociada das normas de comportamento e de costume, já que, além de princí-
pios universais, deve apresentar princípios atemporais, empregando situações e comportamentos presentes em 
determinadas culturas e extratos da sociedade e aplicando-os em diferentes situações culturais (PIRES, 2009).
Agora chegou a hora de conceituar a ética profissional. De acordo com Pires (2009, p. 42), “ela refere-se ao agir 
ético, tanto da comunidade como do indivíduo, compreendendo os costumes e hábitos e exprimindo a condição 
de permanência, habitualidade, lugares, familiares, estada e morada”.
Podemos dizer, então, que a ética profissional corresponde à ética que faz o homem agir da melhor maneira em 
sua profissão, prezando pelos princípios de base moral e aplicando-os no seu dia a dia profissional. É preciso, 
ainda, cumprir os deveres e direitos tanto no âmbito privado como no âmbito público (PIRES, 2009).
Dessa relação surge a ciência da Deontologia (do grego deontos = dever e logos = tratado), conhecida como a 
ciência dos deveres, no campo de cada profissão. A ética exige, ainda, a Diceologia (do grego diceo = direitos e 
logos = tratado), que corresponde à parte da ética profissional que trata dos direitos do profissional em seu tra-
balho (PIRES, 2009).
Figura 3.4: Valores
Legenda: A imagem representa a missão, a visão e os valores de uma empresa.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
De acordo com Sá (1996), o dever se transformará no resultado das convicções do profissional quando o perito 
incorporar o trígono formado pelo amor à profissão, amor à classe profissional e o amor à sociedade; tal junção 
garantirá sucesso na execução de qualquer trabalho. 
Contribuindo para que o profissional saiba qual conduta adotar, temos o Código de Ética do Contabilista. Apesar 
de não ser muito extenso, ele atinge o seu objetivo, que consiste em um documento norteador dos direitos e 
deveres dos contabilistas em suas relações profissionais com os seus pares, em suas relações profissionais com os 
clientes que os contratam e até mesmo em relação à sociedade na qual ele está inserido.
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Perícia Contábil | Unidade 3 - O perito contador
Veja na sequência, o Código de Ética do Contador:
Art. 1°. Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem condu-
zir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados 
à profissão e à classe.
Art 2°. São deveres do Profissional da Contabilidade:
I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e res-
guardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e inde-
pendência profissionais;
II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito 
do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades 
competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;
III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;
IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por 
remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o exercício 
ético-profissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.
Art. 3°. No desempenho de suas funções, é vedado ao contabilista:
II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou des-
prestígio para a classe;
IV – assinar documentos

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