Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Perícia, Avaliação e Arbitragem Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo de Souza Marin Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin Fundamentos da perícia contábil • Conceito • Objeto da Perícia Contábil • Modalidades da Perícia • Perícia Judicial • Perícia Extrajudicial • Prova Pericial • Modalidades da Prova Pericial • Ônus da Prova · Esta Unidade tem por objetivo apresentar os aspectos relevantes sobre a Perícia Contábil, destacando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. ORIENTAÇÕES Fundamentos da perícia contábil UNIDADE Fundamentos da perícia contábil Contextualização Considerando-se a realidade econômica brasileira, na qual empresas são criadas e dissolvidas da noite para o dia, a grande maioria da população é composta por assalariados e o mercado financeiro cobra juros abusivos, entre outras muitas situações, é notável que ações judiciais de natureza contábil são cada vez mais comuns, o que, por resultado disso, tem contribuído para que a função de Perito Contador seja mais requisitada no mercado e esteja gradativamente mais em destaque. Perícia advém do latim peritia (habilidade, saber) e na linguagem jurídica designa a diligência realizada ou executada por peritos, com a finalidade de que se esclareçam ou se evidenciem determinados fatos; em seu sentido próprio significa “Conhecimento”, bem como “Experiência”. A Perícia Contábil constitui-se de um conjunto de procedimentos utilizados por um profissional que domina profundamente Contabilidade, com o intuito de fornecer informações sobre o patrimônio das entidades físicas e jurídicas. As informações levantadas darão origem a fatos definitivamente confiáveis e de aceitação incontestável. Para a execução dos trabalhos periciais (laudo ou parecer pericial contábil), o perito-contador e o perito-assistente utilizam duas grandes ferramentas: a experiência profissional e o conhecimento de normas jurídicas, profissionais e de Legislação pertinentes à matéria periciada. 6 7 Conceito A Perícia é compreendida como uma atividade de examinar as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre as causas, essências e efeitos do objeto examinado. Sua origem está ligada aos mais antigos tempos da Humanidade, quando começou o processo civilizatório, no qual um indivíduo que por sua experiência ou por maior poderio físico comandava a sociedade primitiva. Este se tornava juiz, legislador e executor ao mesmo tempo, vez que examinava por seu ponto de vista, julgava, elaborava e executava as leis. Os primeiros vestígios da Perícia surgiram no Egito e na Grécia, onde existiam especialistas em determinados campos para proceder à verificação e ao exame de determinadas matérias. Os conceitos relacionados à perícia são diversos: Perícia, na linguagem jurídica, designa, especialmente, em sentido lato, a diligência realizada ou executada por peritos, a fim de que se esclareçam ou se evidenciem certos fatos. Significa, portanto, a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou da realidade de certos fatos, por pessoas que tenham reconhecida habilidade ou experiência na matéria de que se trata. Assim, a denominação dada a esta habilidade ou saber passou a distinguir a própria ação ou investigação levada a efeito para o esclarecimento pretendido (SILVA, 2004, p. 352). De acordo com Lopes de Sá (2011, p. 3): Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião, realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma, todo e qualquer procedimento necessário à opinião. Segundo Magalhães (2001, p. 12): Entende-se por perícia o trabalho de notória especialização feito com o objetivo de obter prova ou opinião para orientar uma autoridade formal no julgamento de um fato, ou desfazer conflito em interesse de pessoas. Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, inserida na NBC T 13: 13.1.1 – A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. 7 UNIDADE Fundamentos da perícia contábil A perícia, pela perspectiva mais ampla, pode ser entendida como qualquer trabalho de natureza específica, cujo rigor na execução seja profundo. Dessa maneira, pode haver perícia em qualquer área científica ou até em determinadas situações empíricas. Por outro lado, a natureza do processo é que a classificará, podendo ser de origem judicial, extrajudicial, administrativa ou operacional. Quanto à natureza dos fatos que a ocasionam, pode ser classificada como criminal, contábil, médica, trabalhista etc. Portanto, perícia é a forma de se demonstrar, por meio de laudo pericial, a verdade de fatos ocorridos contestados por interessados, examinados por especialista do assunto, e a qual servirá como meio de prova em que se baseia o juiz para resolução de determinado processo. Tem de ser específica e ter um objeto próprio e limitado, que deverá ser analisado profundamente, dentro do campo de atuação da perícia. O perito, por sua vez, não deve deixar de verificar qualquer fato ou documento que servirá de suporte para a conclusão do laudo pericial. Não poderá, de forma alguma, proceder à análise por amostragem. É preciso que o perito demonstre conhecimento específico da Ciência relacionada ao objeto da perícia. Importante! A perícia contábil pode ser executada somente por profissional com formação superior em Ciências Contábeis, devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade. Importante! O objetivo da perícia é fornecer elementos para a tomada de decisões e, para este fim, o perito irá utilizar os meios técnicos e científicos para constatar coisas e demonstrar se as alegações das partes são, ou não, verdadeiras, por meio de relatórios, cálculos e análises minuciosas, claras e objetivas. Objeto da Perícia Contábil Se se deseja saber se uma pessoa teve em sua conta bancária somas de dinheiro que ultrapassam a sua renda ou que não possuem origem comprovada e sadia, só uma perícia específica da conta vai permitir a opinião. Segundo Sá (1997, p. 13), a perícia contábil é uma tecnologia, porque é a aplicação dos conhecimentos científicos da Contabilidade. Sendo assim, a perícia contábil terá como objeto principal as questões que envolvem o patrimônio de pessoas físicas ou jurídicas, visando sempre a uma 8 9 delimitação, pois o perito deverá focalizar seu trabalho estritamente no objeto em discussão, para o qual foi contratado ou nomeado e, de maneira alguma, poderá ir além dele. De maneira simplificada, o objeto da Perícia Contábil são fatos ou questões contábeisutilizados para que se possa provar determinada situação. Para Zanna (2007, p. 87): A perícia contábil tem por objeto a escrituração contábil, os documentos que lhe dão suporte e as demonstrações contábeis e financeiras dela resultante, os cálculos trabalhistas e financeiros, a apuração de haveres e seus balanços. A Perícia Contábil tem como objeto a determinação do juiz ou as dúvidas expostas pelas partes. O perito contador deve se ater às questões formuladas no objeto, não estendendo ou extrapolando o solicitado; caso haja ocorrência deste excesso, o laudo pericial será nulo e o perito contador pode ser processado civil e criminalmente. Desta forma, compreende-se que a Perícia Contábil tem como objeto os elementos que são utilizados para gerar a prova pericial em relação à matéria periciada. Modalidades da Perícia Muitos são os casos de ações judiciais para os quais se requer a Perícia Contábil. Como força de prova, alicerçada em outros elementos que provam, como a escrita contábil, os documentos, entre outros, a perícia é específica. É ela que, às vezes, é decisiva nos julgamentos, nos quais se envolvem fatos patrimoniais de pessoas, empresas, instituições; porém, onde há dúvida, aparece a perícia como auxiliar. De acordo com Sá (1997, p.19), é possível classificar as perícias em três grandes grupos gerais: · Perícia judicial: a verificação de uma empresa para que o juiz possa homologar o acordo que ela pediu; · Perícia administrativa: a averiguação contábil para constatar corrupção; · Perícia especial: aquela que se faz para integração de sociedade. Então, são quatro as espécies de perícias detectáveis, de acordo com o raciocínio esposado: · Perícia judicial: dentro dos processos judiciais, nomeada pelos juízes; · Perícia semijudicial: no Estado, fora do poder judiciário; · Perícia extrajudicial: nos confrontos judiciais entre particulares; · Perícia arbitral: esta é realizada por vontade das partes. 9 UNIDADE Fundamentos da perícia contábil Perícia Judicial É um importante ramo da Contabilidade e, para que seja realizada, faz-se necessário um profissional especializado, que esclareça questões sobre o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas. Representa a perícia realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário, por determinação, exigência ou necessidade de seus agentes ativos e se desenvolve ou se processa segundo regras legais específicas. Esta modalidade se motiva pelo fato de o juiz depender do conhecimento técnico ou especializado de um determinado profissional para poder decidir. Essas perícias podem ser: · Oficiais: determinadas pelo juiz, sem solicitação das partes; · Requeridas: determinadas pelo juiz, com solicitação das partes; · Necessárias: quando a lei ou a natureza do fato impõe sua realização; · Perícias de presente: realizadas no andamento do processo; · Perícias do futuro: são as preventivas, preparatórias da ação principal. Objetivam perpetuar fatos que podem desaparecer com o passar do tempo; · Facultativas: o juiz determina se for conveniente. As perícias judiciais têm origem numa Ação Judicial que tramita em juízo. Essa modalidade de perícia tem fundamento numa ação requisitada em juízo, podendo ser determinada diretamente pelo juiz dirigente do processo ou a ele solicitada, pelas partes em causa. Na perícia judicial, os exames são, em grande parte das vezes, específicos, e recaem sobre fatos que já se encontram em discussão no âmbito do processo. Nos processos judiciais civis, além da rotina técnica de procedimentos, existe um cerimonial específico ao desenvolvimento lícito do processo, sendo ele: · Indicação do perito judicial pelo juiz; · Indicação de assistentes técnicos pelas partes; · Formulação de quesitos, por meio dos quais as partes e o próprio juiz manifestam as dúvidas que desejam ver esclarecidas pela perícia, o compromisso dos peritos e os prazos. Podem ser solicitadas pelas partes ou estabelecidas pelo próprio juiz. Porém, em qualquer dos casos, o juiz, ao determiná-la, nomeia o perito do juízo e as partes indicam seus assistentes técnicos. Às vezes, uma das partes, ou até mesmo ambas, deixa de indicar assistentes, declarando que se louva no perito do juízo. 10 11 Quando nomeado, o perito deve comparecer ao Cartório e consultar os autos do processo para analisar seus honorários, o que deverá ser feito tendo em conta alguns detalhes, como, por exemplo: grau de dificuldade, vulto do trabalho a ser feito, despesas previstas e locais da diligência. Calculando o total, deverá se dirigir ao juiz, por meio de requerimento, no qual mostrará, com detalhes, os honorários pretendidos, solicitando, também, o seu depósito para iniciar os trabalhos. Em seguida, o perito deverá acompanhar o andamento do processo e, logo tenha seus honorários depositados, retirar os autos do Cartório por meio de carga, no livro apropriado, em poder de funcionário estabelecido para isso. Em posse dos autos, o perito deverá, instantaneamente, fazer um levantamento de tudo que vai precisar para a realização de seu trabalho (documentos, livros etc.) e se dirigir à sede da empresa ou ao local da perícia, no qual entrará em contato com o interessado e com ele deixará por escrito a relação do que deseja, agendando dia e hora de retorno. A relação por escrito deverá ser feita em duas vias. O perito trará uma delas, devidamente assinada por quem a recebeu. No dia e hora marcada, retornará para fazer a perícia. Para aprofundar seus conhecimentos sobre esse assunto, acesse o link: http://goo.gl/db4pc8 Ex pl or Há perícias de diversos tipo, segundo as necessidades processuais. As principais, no entanto, são: · Nas varas cíveis: prestação de contas, avaliações patrimoniais, processo entre sócios, indenizações, avaliações de fundo de comércio, renovatórios de locações e outras; · Nas varas da família: avaliação de pensões alimentícias, avaliações patrimoniais e outras; · Nas varas criminais: fraudes e vícios contábeis, adulterações de lançamentos e registros, desfalques e alcances, apropriações indébitas e outras; · Nas varas de falências e concordatas: perícias falimentares em geral; · Na justiça do trabalho: indenizações de diversas modalidades, processos entre empregadores e empregados de diversas espécies; · No tribunal marítimo: avarias simples e grossas, sinistros em geral. 11 UNIDADE Fundamentos da perícia contábil As perícias judiciais ocorrem no âmbito da justiça e todas as tramitações são fixadas no Código de Processo Civil, nele constando todo o procedimento, de acordo com as normas legais. Cada espécie de processo envolvendo as partes é enquadrada em um dos vários ramos do direito: trabalho, família, falências, civis e outros. Em todos os processos, pode haver a necessidade de Perito Contador. Perícia Extrajudicial Realizada fora do judiciária, é aquela feita por vontade das partes. Seu objetivo poderá ser: · Demonstrar a veracidade ou não do fato em questão; · Comprovar fraude, desvios ou simulação; · Discriminar interesses de cada pessoa envolvida em matéria conflituosa. A perícia extrajudicial é livremente contratada entre as partes em processo, isto é, realiza-se particularmente, dentro de uma entidade econômica – em alguns casos esporádicos, no patrimônio de pessoas físicas. Esse tipo de perícia se processa por meio de exames, que podem ser específicos ou genéricos. Nos exames específicos, a finalidade primordial é a análise de fenômenos isolados ocorridos durante a evolução dinâmica desse patrimônio, cujos resultados servirão para solucionar as lesões resultantes de qualquer natureza, ou até mesmo para tomada de decisões que, dependendo dos seus resultados, poderão até mudar a disposição de sua administração. Os genéricos, por sua vez, envolvem todos os setores de uma entidade econômica, para certificar a realidade de suas contas, ou até mesmo a eficiência da administração do patrimôniodessa entidade ou pessoa. Nessas ocasiões, a perícia procede à verdadeira medição da dinâmica patrimonial e seus resultados no período de uma administração, ou seja, busca-se, além da regularidade das contas, o conhecimento do emprego de todo potencial que o patrimônio dispunha naquele período. As perícias extrajudiciais independem de tramitação judicial, pois são livremente contratadas entre as partes envolvidas e os peritos. As modalidades mais importantes de perícia extrajudicial são: · Perícia para equivalência patrimonial entre empresas; · Perícia para avaliação patrimonial de bens e direitos; 12 13 · Perícia fiscal, procedida pelos agentes da fiscalização federal, estadual ou municipal; · Perícias para arbitramentos de valores indenizatórios; · Perícia para processos entre sócios de empresas; · Perícia de cisão, fusão, incorporação ou transformação de empresas; · Perícia para avaliação de bens e direitos para integralização do capital social das Sociedades Anônimas; · Perícia para avaliação de fundo de comércio; · Perícia para avaliação de locações ou indenizações em caso de ações renovatórias de contratos de locação; · Perícias para avaliação de resultados econômicos das empresas. Prova Pericial A prova pericial contábil tem por objetivo primordial mostrar a veracidade dos fatos do processo na instância decisória e é utilizada se o objeto em questão solicitar. A função da prova pericial é demonstrar os fatos relativos para processos de natureza técnica ou científica, em verdade formal, em certeza jurídica. De acordo com Silva (1998, p. 34), a prova pericial é o meio de se demonstrar nos autos, por meio de documentos, peças ou declarações de testemunhas, tudo que se obteve nos exames efetuados. Modalidades da Prova Pericial As provas periciais são obtidas de acordo com os procedimentos determinados pela Resolução do CFC 858/99 – Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 13.4.1, da perícia contábil que assegura: Os procedimentos de perícia contábil visam a fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. 13 UNIDADE Fundamentos da perícia contábil · Exame: é a análise dos livros comerciais de registros, os documentos fiscais e legais, ou seja, todos os elementos ao alcance do profissional, de preferência o que tenham capacidade legal de prova. Todavia, o perito examina, também, componentes patrimoniais concretos (títulos, dinheiros, mercadorias, veículos, bens móveis etc.), além de tais elementos, ainda lida com instrumentações, como normas, cálculos e regulamentos, entre outros; · Vistoria: é um exame pericial; porém, distingue-se dele pela origem e por seus efeitos. Por meio dela, confirmam-se estados e situações alegadas por interessados para reclamar direitos, defender-se de acusações, justificar e comprovar atos e, em oposição, por aqueles que sustentam obrigações de terceiros, acusam ou pretendem garantir direitos; · Indagação: ato pericial para obter testemunho pessoal de quem tem conhecimento de atos e fatos pertinentes à matéria; · Investigação: técnica pericial abrangente, que tem por objetivo detectar algo que obscurece a verdade, tais como fraudes, dolo, má-fé, erros etc.; · Arbitramento: técnica que utiliza procedimentos estatísticos para estabelecer valores e procedimentos analógicos para embasar o valor encontrável; · Mensuração: prática de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações; · Avaliação: ato de estabelecer o valor de bens, direitos e obrigações, despesas e receitas. É a constatação do valor real das coisas por meio de cálculos e análises; · Certificação: está inclusa no laudo e por, ser realizada por profissional habilitado formal e tecnicamente, é meritório de fé pública. Todos os meios descritos acima são válidos para que o perito forme a sua opinião, evidenciando sempre a verdade dos fatos, mas, lembrando e considerando sua conduta ética. Ônus da Prova Ônus é o custo ou esforço que se tem para afirmar ou negar determinado fato, ou seja, se alguém afirma algo, munido de fatos que mostrem a fidedignidade da afirmação, estará exercendo o ônus da prova. O artigo 333 do Código de Processo Civil divide, da seguinte maneira, o ônus da prova entre os que estão em processo: 14 15 I- ao autor, quando ao fato constitutivo do seu direito; II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Parágrafo único - É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I- Recair sobre direito indisponível da parte; II- Tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. Dessa maneira, cada parte tem o ônus ou a obrigação de prova sobre a base em que pretenda que seja sustentada a decisão do juiz, a solução do processo. Quando uma parte discorda apenas negando o fato em que se baseia a pretensão da outra parte, todo o ônus probatório recai sobre este. Mesmo sem nenhuma iniciativa de prova, o primeiro ganhará a causa se o segundo não comprovar a fidedignidade do fato constitutivo em que se baseou o seu pretenso direito. Quando o réu se defende de defesa indireta, invocando fato capaz de alterar ou eliminar as consequências jurídicas, a regra se inverte. É ao que se basear em fato extinto, modificativo ou impeditivo do direito do autor, o réu implicitamente admitiu como verídico o fato básico da Petição Inicial, ou seja, aquele que causou o aparecimento do direito que, posteriormente, veio a sofrer consequências do evento a que se refere a contestação. O fato constitutivo do direito do autor tornou- se incontestável. Art. 339 CPC – Ninguém se exime do dever de colaborar com o poder judiciário para o descobrimento da verdade. Art. 335 CPC – Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial. 15 UNIDADE Fundamentos da perícia contábil Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Mercado oferece boas oportunidades para os peritos contábeis http://goo.gl/79m8VG Vídeos Perícia contábil e o mercado de trabalho https://goo.gl/6oOT6j Leitura O mercado de trabalho da Perícia Contábil http://goo.gl/FrkQq Perícia Contábil: um olhar sobre o cálculo dos honorários do perito judicial. http://goo.gl/KSsTT6 16 17 Referências ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009. ______ Perícia Contábil. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2012. CONSELHO Federal de Contabilidade. Princípios fundamentais e normais brasileiras de contabilidade. Brasília: CFC, 2003. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1997 ______. Perícia contábil. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Perícia contábil. 10.ed., São Paulo: Atlas, 2011. ZANNA, R. D. Prática de perícia contábil. 2.ed. São Paulo: IOB Thomson, 2007. 17 Perícia, Avaliação e Arbitragem Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil • Aspecto Histórico da Perícia Contábil • Perfil do Perito Contábil • Exigências · Apresentar os aspecto relevantes sobre o Perfil Exigível do Perito Contador, destacando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro Aluno (a), Nesta Unidade, vamos discutir o perfil exigível do perito-contador, bem como seus aspectos mais relevantes. É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com muita atenção, anotando as suas dúvidas para apresentar ao professor. Além disso, para que asua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a vídeo-aula. Bons estudos! ORIENTAÇÕES Perfi l Profi ssional e Exigência na Perícia Contábil UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil Contextualização A perícia contábil é realizada pelo profissional de contabilidade. É, na realidade, uma das atividades exercidas pelo contador da mais alta relevância e que exige uma imensa gama de conhecimentos, não só da própria contabilidade, como também de outras ciências afins, além de uma atitude ética irrepreensível. O contador, quando no exercício da função de perito, tem a obrigação de envidar todos os esforços possíveis em busca da veracidade dos fatos, transcrevendo no Laudo Pericial os resultados que obteve do exame realizado, procurando agir sempre com o máximo de independência e absoluta ética. A perícia contábil é uma atividade ou função, nunca pode ser encarada como profissão. Há ainda muitos problemas e obstáculos a serem vencidos pela classe contábil para que a perícia contábil, principalmente, a judicial, possa ser executada com maior rigor científico e técnico. Dentre desses problemas, um dos maiores é a remuneração do perito. A finalidade desta unidade é apresentar os aspectos relevantes quanto ao perfil do perito, quais seus benefícios, suas limitações e responsabilidades. 6 7 Aspecto Histórico da Perícia Contábil Notam-se indícios de perícia desde o início da civilização, entre os homens primitivos, no momento em o líder exercia todos os papéis: de legislador, de juiz e de executor. Existem registros, na Índia, do surgimento do árbitro eleito pelas partes que exercia o papel de perito e juiz ao mesmo tempo. Assim como há vestígios de perícia nos antigos registros da Grécia e do Egito, com o aparecimento das instituições jurídicas, área em que, já naquela época, se recorria aos conhecimentos de pessoas especializadas. A imagem do perito, mesmo que afiliada a árbitro ficou definida no Direito Romano primitivo, onde o laudo do perito constituía a própria sentença, sendo somente desprendida da figura do árbitro depois da Idade Média, com o desenvolvimento jurídico ocidental. (OLIVEIRA, 2005). Então, a partir do século XVII foi criada, definitivamente, a figura do perito como um auxiliar da justiça, criando a partir daí a possibilidade de especialidade no trabalho judicial (Fonseca, 2000). No tempo do Brasil colônia, já era relevante a função contábil e das perícias, conforme claramente evidenciado no Relatório de 19 de Junho de 1779 do vice-rei Marquês do Lavradio ao sucessor Luís de Vasconcelos e Souza (Arquivo Nacional do Rio de Janeiro) (SÁ, 2002). No Brasil a perícia Judicial foi introduzida pelo Código de Processo Civil de 1939, em seus artigos 208 e 254, que regulam a perícia, nomeação do perito pelo juiz e indicação das partes. (FONSECA APUD ALBERTO, 2000) Perfi l do Perito Contábil A palavra “perito” possui origem do latim peritus, que significa esperto ou sabido e conhecido com louvado na linguagem forense. (SILVA, 2005). Santana (1999, p. 66) completa ainda que perito: “[...] significa aquele que entende, conhece profundamente, que sabe por experiência; em inglês derivou para expert em francês para expertise. É aquele que, especialmente por conhecer e entender de determinados fatos ou por sua técnica ou ciência normalmente, interpreta os significado de tais fatos.” Nas definições de Silva (2005) e Santana (1999), o perito é o profissional que deve ter instrução e prática sobre determinada temática com capacidade de interpretar, analisar e evidenciar problemas e fatos com clareza e profundidade. 7 UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil Pode-se concluir que a instrução advém da formação e qualificação e a experiência do envolvimento prático do profissional perito. O perito, através de laudo pericial, deve apresentar com fidelidade a realidade dos fatos para ajudar a justiça na solução das situações com lisura e acerto. Dessa forma, é necessário que o perito contador seja dotado de habilidades específicas para desenvolver seu trabalho com a eficácia esperada. De acordo com Dave et all. (2010, p. 3), “um contador efetivo não necessariamente o traduz como um perito contador judicial”. Sendo assim, entende-se que o perito contábil deve ter a formação e qualificação diferenciadas do profissional contábil, a priori, devido às exigências legais, conhecimento profundo e visão interdisciplinar do assunto. Como elementos para a realização de seu trabalho, o Perito Contador dispõe da escrituração contábil, da escrituração fiscal, da escrituração societária de uma entidade econômica, que, independentemente da natureza da perícia, judicial ou extrajudicial, lhe serão exibidas total ou parcialmente, segundo a necessidade de dado caso, além de todos os controles internos gerenciais, operacionais, planos da entidade e demais informações escritas. Além desses elementos, existem os veículos acessórios, como a documentação que suporta a escrituração ou outros necessários para a comprovação do fato, conforme previsto no Código de Processo Civil (art.429), tais como depoimentos de testemunhas, documentos em poder de partes, repartições públicas e outros. (ALBERTO, 2012). Nomeação do perito De acordo com a Lei nº 13.105/15, do CPC, Código do Processo Civil: • O juiz somente poderá ser assistido por um perito quando a prova, necessitar de conhecimento técnico ou científico. • O perito será nomeado quando este estiver devidamente habilitado e o seu respectivo órgão técnico ou científico devidamente inscrito em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. • Deverá o perito cumprir todos os itens que a lei exige. (ART. 156 à ART. 158) Para melhor conhecimento, recomendamos a leitura da lei na íntegra. Disponível em: http://goo.gl/JFoz8zEx pl or 8 9 Função do Perito A função do perito está vinculada com a verdade. O perito dá assessoria à justiça, explicando os fatos que estão obscuros. Por essa razão, deve o perito possuir competência profissional e ter boa reputação. (MAGALHÃES, 2004) Uma vez que no Brasil existe uma série de regulamentações que permitem a atividade pericial, especialmente contadores, médicos e engenheiros podem se dedicar exclusivamente a esta atividade. A Resolução CFC n° 560/83, definiu o campo de atuação dos profissionais da Contabilidade, enumerou no art. 3° as atribuições privativas dos profissionais da Contabilidade, das quais se destacam: • avaliação de acervos patrimoniais e verificação de haveres e obrigações, para quaisquer finalidades, inclusive de natureza fiscal; • avaliação dos fundos de comércio; • apuração do valor patrimonial de participações, quotas e ações; • apuração de haveres e avaliação de direitos e obrigações, do acervo patrimonial de quaisquer entidades, em vista de liquidação, fusão, cisão, expropriação no interesse público, transformação ou incorporação dessas entidades, bem como em razão de entrada, retirada, exclusão ou falecimento de sócios, quotistas ou acionistas; • regulamentações judiciais e extrajudiciais, de avarias grossas ou comuns; • apuração, cálculo e registro de custos, etc.; • análise de custos e despesas, etc.; • controle, avaliação e estudo da gestão econômica, financeira e patrimonial das despesas das empresas e demais entidades; • análise de custos com vistas ao estabelecimento dos preços de vendas de mercadorias, produtos e serviços, bem como de tarifas nos serviços públicos, e a comprovação dos reflexos dos aumentos de custos nos preços de venda, diante de órgãos governamentais; • avaliação do desempenho das entidades e exame das causas de insolvência ou incapacidade de geração de resultados; • perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais; • fiscalização tributária que requeira exame ou interpretação de peças contábeis de qualquer natureza;• assistência aos comissários nas concordatas, aos síndicos nas falências, e aos liquidantes de qualquer massa ou acervo patrimonial. 9 UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil Poderes do perito Depois de aceitar o encargo, o perito deve iniciar os trabalhos, e para isso, deve cientificar-se do andamento do processo e, caso seja necessário, poderá solicitar documentos e informações que estejam em poder das partes ou repartição pública, de acordo com o art. 429 do Código de Processo Civil: Art. 429 para o desempenho das suas funções, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças. Limites da Competência Art. 200 do Código de Processo Civil – Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca. Exigências Qualidade do perito Pelo fato de tratar de um item muito importante no contexto da execução da perícia, “O perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural e intelectualmente, e exercer virtudes morais e éticas com total compromisso com a verdade” (SÁ, 2000). O profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto de capacidades, que são suas qualidades. Entre elas estão: legal, profissional, ética e moral. 1. Legal - é a que lhe confere o título de bacharel em Ciências Contábeis, com registro no Conselho Regional de Contabilidade – CRC. 2. Profissional - caracterizada pelo conhecimento teórico e prático das tecnologias contábeis, preconizadas pelas normas de contabilidade e periciais do CFC. 3. Ética - é a que estabelece o Código de Ética Profissional do Contador e a norma do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 4. Moral - é a que se estriba na virtude na virtude das atitudes pessoais do profissional. 10 11 Caracteres Psicoéticos Estabelecidas e relacionadas as bases conceituais da perícia, seu objeto e objetivos, é natural que em relação àquelas já pode-se ter uma idéia de quais características devem constituir o perfil do profissional que atua ou que atuará na perícia, fundamentando tais características, em geral, naquelas duas formas de excelência: a excelência moral (honestidade, moderação, equidade etc.) e a excelência intelectual (conhecimento, inteligência, discernimento etc.). Essas qualidades permitirão a manifestação consciente do agente na realidade (do perito no conflito), de maneira equilibrada. De maneira simples, pode-se dizer que ao perito não é permitido agir sem eficácia, ou seja, deve atuar com a eficiência associada à perfeita dosagem de equidistância e do emprego de seus conhecimentos sobre o objeto, que permitirá o alcance da finalidade objetiva para a qual a perícia foi determinada (ALBERTO, 2012). Requisitos Educacionais e Jurídicos Para conceder um padrão técnico e comportamental que atenda à eqüidistância perfeita de animus e de aplicação da técnica ou ciência também na perfeita medida para o caso concreto, deve-se considerar os requisitos educacionais mínimos que abrangem o surgimento e a introjeção de tais características á própria manifestação equilibrada do perito. (ALBERTO, 2002) Alguns desses requisitos, por mais perceptíveis ao senso comum, concretizaram- se na produção e materialização legal ou no ordenamento processual. Visando o caráter técnico e especial de que é dotada a atividade pericial, o Código de Processo Civil do Brasil determina a comprovação formal de que o perito possui esses conhecimentos, e entre as quais dispõem: Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. § 1°- Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscrito no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo VI, seção VII, deste Código. § 2°- Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. § 3° - Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. Logo, o primeiro requisito legal exigível do perito é que seja profissional de nível universitário, e é lógico que deverá ser profissional na matéria sobre a qual recairá a perícia. 11 UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil A segunda junção legal prevista é que esteja inscrito no órgão de classe competente. Neste caso CRC - Conselho Regional de Contabilidade. É nítido, conseqüentemente, o primeiro requisito legal exigível do perito: o de que seja um profissional de nível universitário. Considerando ainda, que nada adiantaria o profissional ser de nível universitário em uma ciência e opinar sobre outra, como, por exemplo, se tivéssemos um contador opinando sobre questões relacionadas à medicina. (SÁ, 2002) A partir disto provém a segunda vinculação antevista, que se transforma no segundo requisito legal: o de que seja inscrito no órgão de classe competente. É considerável destacar aqui que a exceção prevista no§ 3° somente confirma a regra, ou seja, o juiz pode escolher somente entre pessoas que não aquelas que sejam profissionais inscritos no órgão competente se na localidade não existir tais profissionais. (MAGALHÃES, 2004). Sendo assim, dois são os requisitos legais gerais exigíveis daqueles que exercem ou exercerão a perícia: I. Que possuam grau de nível universitário na matéria a qual deverão opinar. II. Que estejam registrados no órgão de classe regulador da profissão a que se refere a especialidade da matéria submetida à apreciação pericial. Essas são as regras gerais, aplicáveis diretamente ao processo civil, subsidiariamente ao processo do trabalho e conseqüentemente aos demais ordenamentos processuais, sejam eles judiciais, extrajudiciais ou arbitrais. (SÁ, 2002) Pessoalidade da Função Existe uma condição para o exercício da especialização contábil, sendo este o de que somente pode ser realizado por pessoa física. (SÁ, 2002) Isto é necessário, pois o Código de Processo Civil dispõe que o perito está ligado ao grupo de pessoas físicas que auxiliam a justiça e que exercem suas funções como tais, estando sujeitas as responsabilidades penais e civis, podendo sofrer as punições quando cometidos deslizes como tais. (ALBERTO, 2012) Para isso, é imprescindível reportarmo-nos à legislação profissional, ou seja, aquela que define os direitos concedidos aos profissionais que exercem a Contabilidade, ou ainda melhor, dos profissionais que militam dentro da Ciência Contábil. (MAGALHÃES, 2004) Conhecimentos Contábeis Essenciais Usufruir bem dos conteúdos do bacharelado é um requisito educacional indispensável, sendo que a aplicação da atividade pericial está diretamente vinculada à conquista pessoal de conhecimentos que o indivíduo tenha retido da educação formal. 12 13 Tendo em vista a atividade pericial como finalidade, algumas matérias do curso de Ciências Contábeis possuem maior valor, pois estão mais intimamente ligadas a essa atividade. Destacando-se entre elas: análise das demonstrações contábeis, contabilidade e análise de custos, sistemas contábeis, direito aplicado, matemática e economia. Isso se deve pela necessidade constante de, durante o exercício da atividade pericial, recorrer aos conhecimentos específicos dessas matérias, porque a perícia assim exige. (ALBERTO, 2012) Conhecimentos Jurídicos No que se refere aos conhecimentos jurídicos, é preciso que o profissional tenha a compreensão destes em três sentidos: (a) o primeiro se refere às regras interpretativas próprias do direito, bem como a exegese e a hermenêutica,para que possa diferenciar com firmeza a precisão até onde pode opinar tecnicamente ou até onde não deve opinar sobre determinada matéria cuja especialidade jurídica não é perfeita ou evidentemente perceptível; (b) o segundo faz referência ao conhecimento em intimidade de roteiro legal, especialmente o processual, de seu trabalho; e (c) o terceiro, refere-se ao dever de ter conhecimento profundo sobre toda a legislação a qual a matéria examinada se aplica, uma vez que, mesmo que a matéria tenha aspecto técnico ou científico - e por isso está sendo examinada na perícia - as legislações que a elas são aplicadas muitas vezes delimitam sua forma, alcance e reflexos práticos. (MAGALHÃES, 2004) Português Instrumental Em meio às exigências educacionais, o profissional deve se preocupar em ter domínio sobre o instrumento básico que permite a transmissão e compreensão das idéias: a língua portuguesa, de acordo com a norma culta. Elaborar com objetividade e clareza é uma qualidade que o profissional deve buscar, sem que desvalorize a si e a sua profissão devido a uma linguagem muito simples, sem cultura ou sem indícios dos conhecimentos que adquiriu no decorrer de sua vida educacional e profissional. (ALBERTO, 2012). Perito: responsabilidade e zelo Estabelece a Resolução CFC nº 733/92 de 22/10/92 – NBC P2 – Normas Profissionais de Perito Contábil, item 2.7 – Responsabilidade e Zelo: 2.7.1. o perito contábil deve cumprir os prazos e zelar por suas prerrogativas profissionais nos limites de sua função, fazendo-se respeitar e agindo sempre com seriedade e discrição. 13 UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil 2.7.2. Os peritos contábeis, no exercício de suas atribuições, respeitar-se- ão mutuamente, defesos elogios e críticas de cunho pessoal. No exercício da atividade, o Perito Contador e o Perito Assistente devem portar-se com ética, lealdade, idoneidade e honestidade em relação ao juiz e ás partes envolvidas. Se, acaso, o Perito Contador agir incorretamente, especificamente de maneira que possa trazer danos às partes, responderá por estes atos e ainda estará sujeito a punições do Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição e sanção da Lei Penal. (ALBERTO, 2012). Responsabilidade do Perito na Esfera Penal A lei penal a que se refere o artigo 147 do Código de Processo Civil é de fato o Código Penal, mais notadamente o seu artigo 342: Art.342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou interprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. § 1º As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. § 2º O fato deixa de ser punível, se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito o agente se retrata ou declara a verdade. De acordo com os penalistas, os crimes especificados no artigo 342 do Código Penal “são do tipo formal, unis subsistentes, dolosos, de dolo genérico, não existindo na modalidade culposa e não admitindo tentativa. Sendo doloso, não se admite como típica, a realização culposa do tipo”. Sendo assim, quando o perito, propositalmente prestar informações falsas, não incorrerá em qualquer sanção penal, pois a lei penal não a estabelece para este caso. (MAGALHÃES, 2004) Responsabilidade do Perito na Esfera Civil Na esfera civil o perito tem por obrigação indenizar a parte pelos prejuízos que lhe causar, ou seja, será conveniente contra o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações falsas, ação de indenização, inclusive por danos morais. Não se referindo à lei penal, que exige o engano para a aplicação da sanção ao perito, mas, sim, de lei civil, que impõe que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano à outros, ainda, que exclusivamente moral, comete ato ilícito (artigo 186 Código Civil/2002). (MAGALHÃES, 2004) 14 15 Responsabilidade do Perito na Esfera Processual Sem haver motivo legítimo ou relevante para que o perito deixe de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado, este poderá sofrer multa a ser fixada pelo juiz, visando o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo (Código de Processo Civil artigo 424, II e parágrafo único). E caso preste informações falsas, ficará inabilitado, por dois anos, funcionando em outras perícias, obviamente judiciais (Código de Processo Civil, artigo 147). (MAGALHÃES, 2004) Ética e a perícia Como princípio contábil, a ética envolve características objetivas em que sua aplicação não depende de opção ou escolha do profissional, mas é conseqüência da própria natureza da Contabilidade, contida no princípio contábil, a qual necessita ser respeitada. Logo, por não se poder alegar ignorância da lei, para não cumpri-la, também não se podem ignorar as exigências técnicas e culturais para o exercício da profissão. Quanto maior a falta de conhecimento, menos condições têm o profissional de ter consciência de que está errado. Essa ignorância também é um aspecto de falta de ética, mesmo que o indivíduo, por carência de conhecimento possa aceitar como certo aquilo que está errado. Semelhantemente, quando a pessoa não tem boa formação ética, também não sabe se está ou não cometendo ato antiético. Quando este não tem competência e é mal formado, seu erro pode abranger os dois aspectos, ou seja, ele erra no julgamento de seus próprios atos e na aplicação da ética contábil. O respeito para com a ética deve estar incluído no exercício de qualquer profissão, mas especialmente na Profissão Contábil, não só por envolver interesses de pessoas que podem estar apenas indiretamente ligadas ao patrimônio, mas também porque a ética está incluída na própria ciência contábil, como um Princípio Fundamental de Contabilidade. O Conselho Federal de Contabilidade, com poderes concedidos por Lei, aprovou o Código de Ética Profissional do Contabilista. Resolução CFC nº 803/96, de 10 de outubro de 1996, incluindo as alterações da Resolução CFC nº 819/97, de 20 de novembro de 1997. (MAGALHÃES, 2004) 15 UNIDADE Perfil Profissional e Exigência na Perícia Contábil Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites O papel do Perito Judicial MELO, Gilberto. O papel do Perito Judicial. 2003. http://goo.gl/D84bEp Quem é e o que faz o Perito Contábil? http://goo.gl/09ZCXe Exame de Suficiência terá mais Questões de Contabilidade Geral http://goo.gl/Qnad3J Livros Perícia Contábil ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2003. 16 17 Referências ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normais brasileiras de contabilidade. Brasília, CFC, 2003. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Resolução CFC Nº 803, de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre conduta ética no exercício profissional dos contabilistas. DAVE, Charles; FARRELL, Ramona; OGILBY, Suzanne. Characteristics and Skills of the Forensic Accountant. 2010. Disponível em: <http://www. aicpa.org/InterestAreas/ForensicAndValuation/Resources/PractAidsGuidance/ DownloadableDocuments/ForensicAccountingResearchWhitePaper.pdf.>. FONSECA, Alice Aparecida da Silva et al. Revista Brasileira de Contabilidade. Ano XXIX nº 123. Brasília. Mai/Jun 2000. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. (ART. 156 à ART. 158). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105. htm#art1046> MAGALHÃES , Antonio de Deus Farias e Outros; Perícia Contábil: Uma Abordagem Teórica, Ética, Legal, Processual e Operacional. São Paulo: EditoraAtlas S/A , 2004. OLIVEIRA, Celso M. Responsabilidade civil e penal do perito: o profissional de contabilidade na nova legislação civil e falimentar. Disponível em: <http:// jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6520>. ORNELLAS, Martinho Maurício Gomes. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1995. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SANTANA, Creusa Maria Santos de. A perícia contábil e sua contribuição na sentença judicial: um estudo exploratório. São Paulo, 1999. Disponível em:<http://www.teses.usp.br>. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico / atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Gláucia Carvalho – Rio de Janeiro, 2005. 26°Edição. Editora Forense. 17 Perícia, Avaliação e Arbitragem Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin Metodologia de trabalho na Perícia Contábil • Conceito • Listagens prévias dos recursos disponíveis para exame • Natureza de apoios • Laudos Periciais · Apresentar os aspecto relevantes sobre Plano de Trabalho e Laudo Pericial, destacando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro Aluno (a), Nesta Unidade, apresentaremos e discutiremos o plano de trabalho da perícia, bem como os aspectos sobre laudo pericial. É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com muita atenção, anotando as suas dúvidas para apresentar ao professor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a vídeo-aula. Bons estudos! ORIENTAÇÕES Metodologia de trabalho na Perícia Contábil UNIDADE Metodologia de trabalho na Perícia Contábil Contextualização Considerando-se a realidade econômica brasileira, onde empresas são criadas e dissolvidas da noite para o dia, e a grande maioria da população é composta por assalariados e o mercado financeiro cobra juros abusivos, dentre outras muitas situações, é notável que ações judiciais de natureza contábil são cada vez mais comuns, o que, por resultado disto, tem contribuído para que a função de perito contador seja mais requisitada no mercado e estejam gradativamente mais em destaque. Perícia advém do latim peritia(habilidade, saber), na linguagem jurídica designa a diligência realizada ou executada por peritos, com a finalidade de que se esclareçam ou se evidenciem determinados fatos; em seu sentido próprio significa Conhecimento, bem como Experiência. A Perícia Contábil constitui-se de um conjunto de procedimentos utilizados por um profissional que domina profundamente contabilidade, com o intuito de fornecer informações sobre o patrimônio das entidades físicas e jurídicas. As informações levantadas darão origem a fatos definitivamente confiáveis e de aceitação incontestável. Para a execução dos trabalhos periciais (laudo ou parecer pericial contábil), o perito-contador e o perito-assistente utilizam duas grandes ferramentas: a experiência profissional e o conhecimento de normas jurídicas, profissionais e de legislação pertinentes à matéria periciada. 6 7 Conceito Visto o trabalho que deve realizar e a opinião que deve expressar, em cada questão ou quesito formulado, o perito deve traçar com antecedência, a maneira de executar as tarefas e os pontos devem alcançar, inclusive os relacionados. Essa “antevisão de tarefas”, baseada nas questões propostas, compõe o plano de trabalho. O plano é um roteiro a ser seguido, de maneira organizada e harmônica, com as reflexões necessárias e as medidas que devem ser tomadas em cada quesito ou questão. De acordo com Lopes de Sá(2011, p. 32): “Plano de trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente organizada, para a execução de tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços, pela redução dos riscos sobre a opinião proposta.” Para obter o plano de trabalho, é necessário seguir etapas. Dependendo da classe da perícia a executar, traça-se a estrutura. Os componentes para a realização do plano são: • Total conhecimento da questão • Plena ciência dos fatos que originaram a tarefa • Listagens prévias dos recursos disponíveis para exame • Prazo ou tempo para entrega do laudo ou parecer • Acessibilidade aos dados (deslocamentos para obtenção de arquivos ou documentos, burocracias etc.) • Total instrução dos sistemas contábeis utilizados e legitimidade da documentação; • Natureza de apoios, quando preciso. Total conhecimento da questão Toda perícia contém uma questão, ou seja, um pedido de opinião do perito. Para participar, o perito deve conhecer tudo sobre o que impulsionou a questão, deve ter ciência dos documentos, dos argumentos etc. (ALBERTO, 2012) Se a perícia não for judicial, porém administrativa, é preciso ter ciência de tudo que a motivou e por qual razão se deseja a opinião ou o que se deseja com tal opinião. O pleno conhecimento das razões pelas quais a perícia se realiza deve estabelecer a filosofia e a política do plano de trabalho a ser elaborado como guia. (SÁ, 2011) Distintivamente da auditoria, a perícia exige mais detalhes e especificidade no plano de trabalho. 7 UNIDADE Metodologia de trabalho na Perícia Contábil Compreendendo então a motivação essencial da questão, se pode orientar a política e filosofia do plano de trabalho. (MAGALHÃES, 2004) Plena ciência dos fatos Os fatos que compreendem a tarefa pericial são muitos e não se misturam com o conhecimento da “questão”; a questão nos dá a “motivação” para a estrutura e os “fatos” nos comunicam “o que aconteceu e o que está para acontecer”. Para Lopes de Sá (2001, p. 34): Os fatos são ocorrências que não se confundem com as razões que motivaram uma perícia, mas é preciso conhecer ambos para planejar. Listagens prévias dos recursos disponíveis para exame Para planejar é necessário saber os recursos disponíveis, sejam eles humanos ou materiais, competentes para a realização de um laudo de qualidade. Isso é preciso, pois nem sempre os elementos que estão à disposição do perito são o bastante para realizar a tarefa a qual o profissional foi requisitado. (ALBERTO, 2012) Lopes de Sá (2011, p. 35) completa: “só sabendo o que se pode dispor para examinar é possível fazer um plano de trabalho pericial.” Compreendido o que se requere, é preciso conhecer os recursos disponíveis para a realização do trabalho. Prazo para execução das tarefas É habitual, nas perícias, os juízes, interessados ou administradores fixarem prazos para a execução do trabalho. (ALBERTO, 2012) Na perícia judicial os prazos são irrevogáveis. A lei fixa limite de prazos. Lei nº 8.455, de 24 de agosto de 1992 (art. 1º), fixa os prazos, ou seja, no caso judicial, a perícia precisa ser entregue pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento e os assistentes têm 10 dias de prazo após a entrega do laudo. O método mais aconselhável a se praticar é o de realizar um Cronograma. 8 9 Colocando as atividades a serem realizadas e o tempo previsto para execução de cada atividade o perito pode pedir mais prazo ou desistir de fazer a perícia para não executá-la mal. Abaixo, um exemplo de Cronograma que pode ser utilizado: Atividades Tempo/Horas Quesito nº Exame de livros 1 ... Exame pág. à pág. Diário 92 ... Exame conta Sr. ..... 6 ... Exame conta Razão.... 19 ... Exame contrato .... 2 ... Exame pagamentos Sr. ... 450 ... Horas do Prazo 622 ... Horas do Cronograma 570 ... Com base nesse programa, elabora-se outro cronograma prevendo a distribuição de tarefas por auxiliares. (MAGALHÃES, 2004) Acessibilidade dos dados É necessário prever, para a realização do Plano de Trabalho, a questão do acesso aos dados, pois em algumas entidades com muitas filiais, a tendência é de haver algum tipo de dificuldade para a obtenção dos dados, como burocracias, transporte de documentos etc. (ALBERTO, 2012). Para Lopesde Sá (2011, p.37): “Para planejar o trabalho pericial é necessário conhecer a dificuldade ou a facilidade que se pode ter para chegar até os dados que são objetos de exames, assim como a qualidade para a leitura e manuseio dos elementos.” Total de instrução dos sistemas contábeis utilizados e credibilidade da documentação Pelo fato de existir muitos sistemas de registros contábeis e de arquivos, é imprescindível que o perito tenha ciência de como estes sistemas se processam. É necessário, sendo assim, que o perito tenha um conhecimento razoável de sistemas e, principalmente atualmente – onde se tem tudo arquivado na “era digital”. (ALBERTO, 2012). Se enquadrando como critério, também se faz necessário testar a Credibilidade dos sistemas e dos arquivos de documentos, fitas, discos etc. Lopes de Sá (2011, p. 37) afirma que para planejar é precisa saber como se chega aos dados e até que ponto é possível ter confiança neles. E completa: 9 UNIDADE Metodologia de trabalho na Perícia Contábil “Um plano pericial precisa conhecer como chegar aos dados e como poder comprová-los para poder-se saber que recursos tecnológicos vão ser empregados”. (2011, p.37) Caso não haja Credibilidade, é necessário encontrar o caminho que a ela dirija, ou então, declarar a impossibilidade de obtenção de elementos que gerem uma opinião de qualidade. (MAGALHÃES, 2004). Natureza de apoios Conhecendo os apoios que pode contar (e deve saber), o perito planejará de acordo com a situação. Tendo a necessidade de pessoas, a empresa examinada pode fornecer o pessoal, porém o perito deve estar preparado para usar seus auxiliares. (ALBERTO, 2012) Lopes de Sá (2011, p. 38) afirma que muitas perícias necessitam de ajuda de auxiliares e ou de técnicos especialistas, notadamente quando a matéria a ser examinada é muito grande. As embaraçosas operações de nossa era, a velocidade da informação, a concentração dos mercados e dos capitais, o crescimento das instituições, isso tudo contribui para a prestação de serviços contábeis um complexo que precisa de equipes de apoio. (ALBERTO, 2012) Conteúdo dos Planos Periciais Os planos periciais dispõem de conteúdo bastante para que a opinião seja comunicada pelo perito, para que possa trazer a satisfação aos que solicitam a verificação e opinião. Não é possível padronizar, porque muitos são os casos que ocorrem. O interessante é que os planos sigam ao Itens que constituem o objeto da questão. Pode-se somente determinar as linhas que conduzem a organização dos conteúdos, mas não um programa-padrão. (ALBERTO, 2012) Controles e Plano Pericial De acordo com a perícia é necessário que se note o regime de controles internos que a entidade periciada tem. Apesar de não ser todos os casos que precisam de tais questionamentos sobre o controle interno, porém o perito necessita se proteger de tais riscos. 10 11 Quanto mais defeituosos forem os controles internos mais riscos tendem a gravar a opinião dos peritos, exigindo cautelas especiais. (SÁ, 2001) Laudos Periciais Laudo deriva da expressão latina laudare, que tem sentido de “pronunciar”. (SILVA, 1999). O laudo é uma manifestação ou opinião de um especialista que se submete a sua avaliação. Laudo pericial contábil é uma ferramenta tecnológica composta de opiniões do perito contador, como pronunciamento, em relação a questões que lhes foram colocadas e necessitam de seu parecer. (SÁ, 2011) Todavia, é notório que o laudo é um exemplar de Especialista, precisando que contenha argumentos sobre as opiniões para que seja de boa qualidade. (ALMEIDA, 2012) Esqueleto dos laudos Apesar de não existir um padrão de laudo, existem requisitos que compõem a estrutura do mesmo. O laudo deve ter, pelo menos, em sua estrutura os seguintes itens. a) Protocolo de encaminhamento b) Quesitos c) Respostas d) Assinatura do perito e) Anexos f) Pareceres (quando houver) Este esqueleto pode ser ampliado, dependendo de cada caso, porém deve no mínimo conter estes itens. (ALMEIDA, 2012) Requisitos mínimos de um laudo contábil Para se enquadrar como de boa qualidade o laudo necessita atender a estes requisitos mínimos. (MAGALHÃES, 2004) Objetividade – é um fundamento que se baseia no preceito aceito pelas ciências, sendo então, a exclusão do julgamento em bases subjetivas ou pessoais. 11 UNIDADE Metodologia de trabalho na Perícia Contábil Rigor tecnológico – este, por sua vez, afasta o “subjetivo”. Na contabilidade há um número considerável de regras e doutrinas em que o perito deve basear-se para expor sua opinião. Concisão – exige respostas que evitem excessos. Por isso, o laudo deve esquivar- se de palavras ou argumentos inúteis ao caso. Argumentação – o perito deve alegar em que se baseia para apresentar sua opiniãoou por que concluiu. Lopes de Sá (2011, p. 47) afirma que um laudo não pode basear-se em suposições, mas apenas em fatos concretos. Exatidão – para alcançar este requisito as provas que conduzem a opinião devem ser consistentes e obtidas por critérios contábeis. Clareza – este requisito é muito importante, pois o perito deve compreender que o laudo é elaborado para uso de terceiros que não possuem a técnica de especialistas, não tendo estes a obrigação de compreender termos técnicos. (ALMEIDA, 2012) Requisitos das respostas no laudo É necessário que tenham alguns requisitos para as repostas aos quesitos, sendo eles: I. Objetividade; II. Justificação III. Rigor tecnológico IV. Precisão V. Complementação (quando necessária) VI. Clareza. Pelo fato da qualidade das respostas dependerem a qualidade do laudo, e sobre este assunto já foi exposto, se repetem aqui as condições imprescindíveis. (SÁ, 2011) Anexos dos laudos Em geral, os anexos de um laudo pericial são esclarecimentos ou análises dos elementos descritos nas respostas dos quesitos. Objetivam ocasionar que sejam mais sucintas as respostas, apresentando comprovações dos elementos que se acha descrita. Os anexos devem ser numerados posteriormente e no texto das respostas dos quesitos deve-se fazer referência a tais números como referência. (ALMEIDA, 2012) 12 13 Laudos coletivos É comum um laudo coletivo ou realizado por uma junta de profissionais, como nas perícias judiciais, onde são três peritos – podendo ser mais. Pelo fato do trabalho ser coletivo, pode haver: concordância total, concordância parcial ou discordância plena entre os peritos. (MAGALHÃES, 2004) Lopes de Sá (2011, p. 55) diz que “laudo coletivo é aquele que é realizado por uma junta de peritos, ou seja, por mais de um profissional e pode provocar concordância ou discordância entre eles.” Laudo insuficiente Considerado o que não esclarece tudo o que deve transmitir como maneira de entendimento sobre um determinado assunto, o laudo insuficiente também pode ter passar despercebido. (ALMEIDA, 2012) Um laudo será considerado insuficiente quando as opiniões ali contidas não estiverem claras para quem o solicitou ou quem dele precisar como prova. (SÁ, 2011) Dessa forma, não foge ao julgamento de laudo insuficiente aquele que tem como resposta evasiva ou que seja incapaz declarar apuração quando na verdade a apuração é possível. (MAGALHÃES, 2004) Esclarecimento de laudo Um laudo pode não estar claro, embora não seja insuficiente, pois existem algumas expressões que podem transmitir duplo sentido ou que possam conduzir a pensamentos opostos. (ALMEIDA, 2012) Toda vez que o laudo permitir dupla interpretação ou suas idéias forem vagas e sem objetividade, é necessário o esclarecimento de laudo. (SÁ, 2011) Entrega dos laudos Para que se haja prova de que o prazo estipulado foi cumprido, é necessário que ocorra a formalização das entregas. Por ser considerado um compromisso em tempo determinado é imprescindível que seja comprovada a sua entrega. (MAGALHÃES, 2004) 13 UNIDADE Metodologia de trabalho na Perícia Contábil Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:Sites Perícia Contábil – Um Mercado em Expansão http://goo.gl/DvcMhE A Importância da Perícia Contábil da Dissolução de Sociedades http://goo.gl/DvcMhE A Perícia Contábil e sua Relevância para os Profissionais na Área Contábil http://goo.gl/gZbvXX Manual de Pericias JULIANO, Rui. http://goo.gl/hYxpsZ 14 15 Referências ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normais brasileiras de contabilidade. Brasília, CFC, 2003. MAGALHÃES , Antonio de Deus Farias e Outros; Perícia Contábil: Uma Abordagem Teórica, Ética, Legal, Processual e Operacional. São Paulo: Editora Atlas S/A , 2004. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia Contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed., São Paulo: Atlas, 2011. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico / atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Gláucia Carvalho – Rio de Janeiro, 2005. 26°Edição. Editora Forense. 15 Perícia, Avaliação e Arbitragem Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem • Normas ou Sugestões? • Normas Técnicas • Normas Profissionais • Arbitragem · Apresentar os aspecto relevantes sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à Perícia, destacando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, apresentaremos e discutiremos os aspectos relevantes sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis à Perícia. É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com muita atenção, anotando as suas dúvidas para apresentar ao professor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a vídeo-aula. Bons estudos! ORIENTAÇÕES Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Contextualização A Perícia Contábil constitui-se de um conjunto de procedimentos utilizados por um profissional que domina profundamente contabilidade, com o intuito de fornecer informações sobre o patrimônio das entidades físicas e jurídicas. As informações levantadas darão origem a fatos definitivamente confiáveis e de aceitação incontestável. Para a execução dos trabalhos periciais (laudo ou parecer pericial contábil), o perito-contador e o perito-assistente utilizam duas grandes ferramentas: a experiência profissional e o conhecimento de normas jurídicas, profissionais e de legislação pertinentes à matéria periciada. Para que possa estabelecer um padrão de execução, foram criadas as Normas aplicáveis à perícia, as quais apresentaremos nessa unidade. 6 7 Normas ou Sugestões? É considerável que seja exposto o que são as normas no âmbito das perícias, mas especialmente, nas contábeis. Isso porque afeta principalmente à maneira de atuação e obrigatoriedade ou não de serem examinadas pelo perito. (ALBERTO, 2012) De toda forma, para se esclareça é importante diferenciarmos, através de uma curta análise, três palavras que podem ser confundidas facilmente: princípios, normas e padrões. Todavia, é importante se atentar para seus significados: Princípios: considerado aquilo que é fundamental de uma determinada ciência, e dele derivam as normas e os padrões, por que estes são demonstrações da aplicação de determinada ciência. Normas: são indícios comportamentais obrigatórios, podendo ser éticos ou técnicos, que representa como deve ser o proceder do profissional de determinada ciência na realidade objetiva e concreta. Padrões: representa a maneira prática adotada pelos profissionais, ou seja, um modelo concreto de prática que os profissionais admitem. (SÁ, 2011) Das Normas A matéria de Perícia Contábil, por sua relevância, passou a exigir que sobre ela se determinassem, oficialmente, métodos a serem seguidos, específicos sobre a questão. (ALONSO, 1975) No contexto da área Pericial Contábil e das Normas Brasileiras de Contabilidades (NBC’s), o Conselho Federal de Contabilidade, em atitude precursora, objetivando preservar, por meio de auto-regulação, os interesses da sociedade, depois de estudos que se começaram no fim do ano de 1990, expandiram-se durante 1991 e audiências públicas em 1992, publicou, através das Resoluções CFC 731 e 733, de 22 de outubro de 1992 (DOU de 5/11/92), as Normas Técnicas de Perícia Contábil (NBC.T.13) e as Normas Profissionais do Perito Contábil (NBC.P.2). (ALBERTO, 2012) Por meio da Resolução CFC nº 1243/09, as Resoluções CFC nº 858/99, 938/02, 939/02, 985/03, 1.021/05 e 1.041/05, publicadas no D.O.U., Seção I, de 29/10/99, 11/06/02, 11/06/02, 11/06/02, 28/11/03, 22/04/05 e 22/09/05 ficaram revogadas à partir de 1 de janeiro de 2010. (SÁ, 2011) 7 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Normas Técnicas NBC TP 1243 Esta norma tem por objetivo regulamentar princípios e métodos técnico-científicos que devem ser consideradas pelo perito, quando da estruturação de perícia contábil, na esfera judicial, extrajudicial, inclusive arbitral, através do esclarecimento dos pontos de vista e das situações do processo, por instrumento de: I. Exame; II. Vistoria III. Indagação; IV. Investigação; V. Arbitramento; VI. Avaliação; ou, VII. Certificação. Conceito Pelo que expõe o Item II a perícia contábil estabelece um conjunto de métodos técnico-científicos que se destinam a conduzir à instância decisória itens de prova essenciais para auxiliar a justa solução do processo, através do laudo pericial, de acordo com as normas jurídicas e profissionais e também com a legislação específica que for importante. (SÁ, 2011) É indispensável a leitura na íntegra da Norma 1243/09. http://goo.gl/sJAgnz Ex pl or Execução De acordo com a Norma 1243, no que se refere à participação do perito-contador assistente, o mesmo deve manter contato com o perito-contador, se colocando à disposição para auxiliá-lo ou até mesmo para a execução conjunta da perícia. Quando contratado, o perito-contador assistente manterá contato como advogado da parte que o contratou, solicitando o dossiê completo do litígio para melhor acompanhamento e conhecimento dos fatos dos atos processuais que pertence à perícia. Em caso de recusa da participação, o perito contador pode autorizar o acesso aos documentose aos componentes de prova arrecadados durante a perícia ao assistente técnico, devendo o perito zelar pela segurança e guarda dos mesmos. O perito deve ainda, registrar locais e datas das averiguações, nomes das pessoas que o atenderam, livros, documentos ou quaisquer coisas examinadas ou arrecadadas, dados e detalhes de interesse da perícia, assinando tais documentações e juntando ao componente de prova original. (ALBERTO, 2012) 8 9 Quando incluir equipe técnica, a perícia deverá ser realizada sob a supervisão e orientação do perito, que terá responsabilidade sobre os trabalhos, e que deverá certifica-se de que as pessoas contratadas estão em sua plena capacidade profissional para a execução. (ALBERTO, 2012) Procedimentos Os procedimentos de perícia contábil objetivam basear as conclusões que serão levadas ao laudo ou parecer pericial contábil, e estendem-se, total ou parcialmente, de acordo com a categoria e a dificuldade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação, e certificação, os quais serão vistos com mais clareza: I. Exame: significa a análise de livros, registros de operações e documentos. II. Vistoria: é a averiguação que objetiva a apuração e certificação de determinada situação, de maneira ocasional. III. Indagação: procura de informações através de entrevista com conhecedores do objeto ou de fatorelacionadas à perícia. IV. Investigação: é a pesquisa que visa trazer ao laudo ou parecer pericial contábil quaisquer informações ou fatos ocultos. V. Arbitramento: é a definição de valores ou solução de discórdia por critério técnico-científico. VI. Mensuração: significa o procedimento de quantificação e qualificação de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. VII. Avaliação: trata-se da prática de designar o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas. VIII. Certifi cação: refere-se ao ato de comprovar a informação trazida ao laudo pericial. Uma vez concluídas as investigações, o perito-contador deverá apresentar o laudo pericial juntamente com o perito-contador assistente, que por sua vez apresentará o parecer, obedecendo os prazos. (SÁ, 2011) Após a conclusão, caso seja solicitado cópia do laudo, o perito-contador deverá fornecer ao perito-contado assistente mostrando-lhe a data em que o laudo será protocolado. Estando o laudo uma vez assinado tanto pelo perito-contador como pelo perito- contador assistente, não deverá o assistente emitir parecer pericial contrário ao laudo. Planejamento Esta fase antecede as averiguações, cálculos e respostas aos quesitos, onde o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados. (ALBERTO, 2012) 9 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem Objetivos do planejamento Os objetivos do planejamento da perícia são: a) Compreender o objeto da perícia com a finalidade de permitir a adoção de procedimentos que levem à revelação da verdade, a qual auxiliará o juízo, ao árbitro ou interessado para que possa realizar a tomada de decisão; b) Estabelecer o tipo, o momento e a extensão dos exames a serem realizados; c) Definir condições para que seja cumprido o prazo estabelecido. d) Identificar possíveis problemas e riscos que possam decorrer no andamento da perícia; e) Identificar as leis aplicáveis ao objeto da perícia; f) Definir como será o proceder da divisão de tarefas entre os membros da equipe de trabalho. g) Facilitar o desenvolvimento e revisão dos trabalhos. Desenvolvimento do Planejamento O planejamento deve ser sustentado através de registro que facilite o entendimento dos métodos a serem adotados e sirva de orientação adequada para a execução do trabalho. (SÁ, 2011) Sobre este tema, a norma dispõe detalhadamente como deve ser o procedimento do perito-contador, por isso é importante a leitura da norma na íntegra. O mesmo deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos surgirem no decorrer da perícia. Riscos e Custos Nesta fase, objetivando elaborar a proposta de honorários, o perito deverá analisar os riscos de responsabilidade civil, despesas com equipe e encargos sociais, descrédito de equipamentos e despesas com manutenção do escritório. Equipe Técnica O planejamento deverá prever a supervisão do perito quando a perícia exigir a necessidade de utilização de trabalho de terceiros, sendo o perito responsável pelos trabalhos executados exclusivamente por sua equipe de apoio. (SÁ, 2011) Cronograma Para garantir a boa execução da perícia e também o cumprimento do prazo estipulado, o planejamento deve conter um Cronograma. O Cronograma de trabalho deve prever aas etapas e os períodos das realizações destas, bem como deverá constar todos os itens necessários para a execução da perícia, por exemplo, burocracias, deslocamentos, necessidade de trabalho de 10 11 terceiros, pesquisas a serem realizadas, elaboração de caçulos e planilhas, prazo de entrega do laudo e outros, e tudo isso para assegurar que todas as etapas necessárias para elaboração de um laudo de qualidade serão cumpridas, devendo o perito considerar com muito zelo: a) o conteúdo da proposta de honorários apresentada pelo perito-contador e aceita pelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes no caso de perícia extrajudicial ou pelo perito-contador assistente; b) o prazo suficiente para solicitar e receber os documentos, bem como para a execução e a entrega do trabalho; c) a programação de viagens, quando necessárias. Conclusão A conclusão do planejamento dá-se a partir do momento que o perito-contador conclui suas análises preliminares, dando origem à proposta de honorários, quando for o caso. Normas Profi ssionais NBC 1244 Conceito O perito-contador regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade de forma pessoal tendo o pleno conhecimento da matéria periciada, pode ser: III. Nomeado: é o designado pelo juiz em perícia contábil judicial; IV. Contratado: é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e, V. Escolhido: é o que exerce sua função em perícia arbitral. Competência Profissional Do item 4 da norma 1244, a competência técnica-científica presume que o perito deve manter o nível adequado de seus conhecimentos da ciência contábil, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação pertinente, atualizando-se sempre. É necessário que o perito demonstre capacidade para: a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil; b) realizar seus trabalhos com a observância da equidade significa que o perito- contador e o perito-contador assistente devem atuar com igualdade de direitos, adotando os preceitos legais, inerentes à profissão contábil. 11 UNIDADE Normas Brasilieras de Perícia Contabil e Arbitragem É importante ressaltar que se faz necessário a leitura na íntegra desta Norma. Para isso, clique no link: http://goo.gl/mqACukEx pl or Habilitação Profissional Deve o perito comprovar a sua habilitação profissional através da Declaração de Habilitação Profissional – DHP, de que trata a Resolução nº. 871/00. O item nº. 7 desta norma estabelece que a DHP deve ser afixada abaixo da assinatura do perito-contador ou do perito-contador assistente, e no caso de DHP Eletrônica, deve ser colocada na primeira folha após a assinatura de cada profissional, no laudo ou parecer pericial contábil. Para que se tenha controle técnico dos laudos ou pareceres periciais contábeis, os Conselhos Regionais de Contabilidade devem manter relatórios atualizados contendo, pelo menos, identificação do número do processo e local de sua tramitação, para os quais foram utilizados a DHP. Educação continuada O perito, no exercício de suas atividades, deve validar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. (SÁ, 2011) Independência Deve o perito evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, para que possa manter a sua independência. (ALBERTO, 2012) Impedimento e suspeição São situações ou circunstâncias que impossibilita o perito de exercer, regularmente, suas funções. Para que o perito possa exercer suas atividades sem impedimento, é imprescindível que o perito declare-se impedido dos itens que estabelece esta Norma. 16. Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele se declare impedido, após, nomeado, contratado, escolhido ou indicado quando ocorrerem as situações previstas nesta Norma, nos itens abaixo. 17. Quando nomeado em juízo, o perito deve dirigir petição, no prazo legal, justificando a escusa ou o motivo do impedimento. 18. Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-contador assistente deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo. 12 13 Impedimento legal Ocorre o impedimento legal quando o perito estiver envolvidos em pelo menos uma das situações que prevê o Item 19 desta norma, sendo eles: a) for parte do processo; b) tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como testemunha no processo; c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador
Compartilhar