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Educação Ambiental e Realidade Brasileira

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1ºAula
Educação ambiental e a realidade 
brasileira
Como se trata de uma disciplina de educação e meio ambiente, 
vamos começar a primeira aula dando uma ideia geral do que vem a 
ser educação ambiental. Mostraremos também um pouco da realidade 
brasileira no aspecto ambiental.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você estará apto a:
• definir o que é educação ambiental
• refletir sobre os benefícios da Constituição de 1988 para o meio ambiente;
• perceber o tamanho da responsabilidade do homem com seu ambiente.
6Educação e Meio Ambiente
1 - Educação ambiental 
2 - O homem pode interagir com seu meio, ou destruí-lo.
Seções de estudo
1 - Educação ambiental
Existem várias definições de educação ambiental. Vamos 
apresentar apenas duas como parte introdutória da aula, 
somente para dar uma ideia do que seja. Segundo o Ministério 
do Meio Ambiente:
Entendem-se por educação ambiental os 
processos por meio dos quais o indivíduo 
e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação 
do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade.” 
(Política Nacional de Educação Ambiental - 
Lei nº 9795/1999, Art 1º.)
A Educação Ambiental é uma dimensão da 
educação, é atividade intencional da prática 
social, que deve imprimir ao desenvolvimento 
individual um caráter social em sua relação 
com a natureza e com os outros seres 
humanos, visando potencializar essa atividade 
humana com a fi nalidade de torná-la plena de 
prática social e de ética ambiental.
(Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Ambiental, Art. 2°.)
Como podem observar, educação ambiental é um tema 
bastante amplo. Sendo assim, não pode ser tratado de maneira 
isolada, pois o meio ambiente diz respeito a todo planeta 
e, como tal, requer uma visão holística e uma abordagem 
sistêmica, envolvendo aspectos políticos, econômicos, sociais 
e culturais.
Por sua dimensão, no ambiente escolar, não deve se 
restringir unicamente a uma só disciplina, mas ser inter e 
multidisciplinar. Deve envolver a todos os elementos escolares, 
corpo docente, discente, direção, funcionários, colaboradores, 
familiares e comunidades circunvizinhas da escola, formando 
parcerias e recebendo o apoio do poder público, visando ao 
melhor desenvolvimento desse trabalho.
Embora pareça uma visão um tanto utópica, fantasiosa 
para a nossa realidade, vocês hão de concordar que isso 
contribuiria muito para que a educação ambiental fosse 
conduzida com seriedade e proporcionasse resultados reais 
em nosso país, onde a questão ainda se configura muito mais 
em níveis teóricos do que práticos.
O Brasil precisa começar a fazer o dever de casa com 
urgência e investir mais em ações de proteção ambiental. Por 
falta de cuidado continuam acontecendo crimes ambientais 
de tráfico de animais, desmatamentos, assoreamento de rios, 
poluição de todo tipo etc., que aos poucos vão destruindo 
nossas riquezas. Também não existe uma política de 
tratamento adequado do lixo, capaz de reciclar as toneladas 
de resíduos produzidos diariamente pela população. É bom 
lembrar de que ao destruir seu habitat, o homem também se 
destrói. 
De acordo com os PCN, a natureza é muito complexa e 
como tal, “exige uma abordagem sistêmica para seu estudo, isto 
é, um trabalho de síntese, com os diversos componentes vistos 
como um todo, partes de um sistema maior, bem como em suas 
correlações e interações com os demais componentes e seus 
aspectos”. Nesse sistema se inclui também o homem, cujos 
danos causados à natureza se refletem em sua própria vida.
Ainda segundo os PCN, “não é só o crime ou a guerra 
que ameaçam a vida, mas também a forma como se gera, se 
distribui e se usa a riqueza, a forma como se trata a natureza”.
Depois dessa pequena introdução, vamos dar uma olhada 
como anda o Brasil no aspecto ambiental.
A realidade brasileira
O Brasil é o quinto país do planeta em extensão 
territorial, com uma área de oito milhões e quinhentos mil 
km2. Conforme o relatório Perspectivas do Meio Ambiente 
no Brasil, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao 
longo da história, as atividades econômicas no Brasil foram 
desenvolvidas com base na exploração de seus recursos 
naturais. O meio ambiente começou a ser explorado desde 
os tempos da colonização. A destruição da Mata Atlântica 
coincide com o início do ciclo da cana de açúcar, em 1550. 
Não havia nenhuma preocupação com a questão ambiental 
naquela época. 
Somente com a elaboração da nova Constituição, 
promulgada em 1988, é que o meio ambiente passou a 
merecer atenção, porque ela trouxe o meio ambiente para 
o foco das decisões políticas, reconhecendo a ligação entre 
desenvolvimento social e econômico e qualidade do meio 
ambiente. Aos poucos começou a se delinear uma abordagem 
integradora, que se opõe à visão desenvolvimentista clássica, 
adotada até então (SANTOS; CÂMARA, 2002, s/p).
Em 1992, o Brasil reforçou esse compromisso 
constitucional de proteger a biodiversidade e o patrimônio 
genético do país, ao sediar a Conferência das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento e ratificar a 
assinatura da Convenção sobre Diversidade Biológica, diz o 
relatório. Há mesmo que se preocupar, porque nosso país 
possui uma biodiversidade muito rica, incluindo mamíferos, 
peixes de água doce, plantas, anfíbios, aves e répteis. Ainda de 
acordo com o relatório, abrigamos em torno de 10% a 20% do 
número de espécies conhecidas e 30% das florestas tropicais 
no mundo (MMA, 1998 apud Santos e Câmara, 2002), que 
detém mais da metade das espécies identificadas da fauna e da 
flora (Pádua, 1997 apud Santos e Câmara, 2002):
Cerca de duzentas mil espécies já foram descritas para o 
Brasil. Estima-se que a biodiversidade do país seja composta 
por um número 6 a 10 vezes maior, ou seja, aproximadamente 
dois milhões de formas de vida (LEWINSOHN; PRADO, 
2000 apud SANTOS; CÂMARA, Org. 2002). Só em 
plantas superiores, o número pode chegar a 55 mil espécies 
(GROOMBRIDGE 1992, apud SANTOS; CÂMARA, 2002, 
s/p).
7
A Mata Atlântica começou a ser destruída assim que o Brasil foi 
descoberto e é uma floresta muito importante que precisa ser 
preservada. Acesse <http://educar.sc.usp.br/licenciatura/trabalhos/
mataatl.htm>.
A situação é grave e preocupante quando se toma 
conhecimento de que muito pouco se sabe sobre a nossa 
biodiversidade. Os organizadores do relatório do MMA 
admitem que isso representa:
[...] um desafio considerável para a ciência. O número 
atual de instituições e de pesquisadores – com os métodos e o 
suporte financeiro existentes não poderá resolver o problema 
de desconhecimento da biodiversidade brasileira. [...] faltam 
informações básicas para a maioria das espécies, mesmo 
de grupos considerados mais bem estudados (SANTOS e 
CÂMARA, 2002, s/p).
A ameaça sobre os biomas
Sempre que se fala em meio ambiente, logo vem à mente a 
Amazônia. Certamente por suas dimensões e riqueza da fauna 
e da flora, sem similar em todo o mundo. No entanto, um 
estudo realizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) 
e pelo Banco Mundial, em 1995, analisou a ameaça que incide 
sobre os biomas brasileiros, mostrando que a Amazônia não 
figura em primeiro lugar, como se imagina. Há outros muito 
mais ameaçados (WWF, 2001 apud Santos e Câmara, 2002):
Em primeiro lugar destaca-se a Mata Atlântica, com 
apenas 8% de sua cobertura vegetal original e, em seguida, o 
Cerrado, a Caatinga, os manguezais, os Campos, o Pantanal e, 
por fim, a Floresta Amazônica. [...] a velocidade de alteração 
do Cerrado é a mais elevada entre todos os demais biomas. [...] 
a Mata Atlântica e o Cerrado figuram entre as 25 regiões mais 
diversas e mais ameaçadas do planeta (SANTOS; CÂMARA, 
2002, s/p).
Estão ameaçados de extinção, no Brasil, mais de 200 
espécies de animais e mais de 100 de plantas. Mas tudoindica que esses dados estão defasados e que o número pode 
ser bem maior, relatam Santos e Câmara (2002).
A ação antrópica exerce maior poder de destruição sobre o 
planeta, fazendo do homem o principal agente de modificação 
do meio ambiente. Os fenômenos naturais, os animais, os 
vegetais e todos os demais seres que habitam o planeta também 
contribuem para alterá-lo, mas nada se compara à ação danosa 
do homem. A evolução do ser humano deu-lhe capacidade de 
domínio sobre a natureza. Nenhum ser vivo interfere tanto 
no ambiente em que vive quanto o homem. Com a revolução 
tecnológica verificada no último século, essas ações se 
intensificaram tanto, acabando por sufocar todo o ecossistema, 
causando-lhe estragos praticamente irreversíveis.
Segundo Dias (2001), apud Santos e Câmara (2002, 
s/p), as principais pressões da intervenção humana sobre o 
meio ambiente são: destruição e fragmentação de habitats, 
como desmatamento, desertificação, queimadas, mineração, 
represamento, doenças exóticas (na agricultura, pecuária, 
piscicultura e urbanização); exploração excessiva de espécies 
de plantas e animais (extrativismo vegetal, lenha e carvão; 
exploração seletiva de madeira, caça, pesca); contaminação 
do solo, água e atmosfera (gases tóxicos, partículas no ar, 
agrotóxicos e fertilizantes agrícolas, salinização, resíduos 
sólidos tóxicos, resíduos tóxicos na água, eutrofização das 
águas).
Ao ser citado por Santos e Câmara (2002), Dias (2001, 
s/p) afirma que: entre os fatores indiretos, econômicos 
e sociais, estão crescimento acelerado das populações 
humanas, com aumento do desmatamento e do comércio 
de espécies ameaçadas de extinção; distribuição desigual 
da propriedade, da geração e fluxo dos benefícios advindos 
da utilização e conservação da biodiversidade; sistemas e 
políticas econômicas que não atribuem o devido valor ao 
meio ambiente e aos recursos naturais; sistemas jurídicos e 
institucionais que promovem exploração não sustentável dos 
recursos naturais; e insuficiência de conhecimento e falhas na 
sua aplicação.
Poluição ambiental e o impacto das atividades 
humanas
Prosseguindo, vamos falar de um assunto que tem tudo a 
ver com cada um de nós, o impacto das atividades humanas 
sobre o meio ambiente. Já mencionamos anteriormente 
que o homem é o principal responsável pelas alterações 
ambientais. A produção industrial em alta escala, o uso 
de combustíveis fósseis, a extração de recursos naturais, 
em quantidade superior ao que a natureza pode repor, o 
aumento exagerado no volume de lixo produzido, as 
embalagens descartáveis e, principalmente as embalagens 
de agrotóxico, a ausência de uma cultura de reciclagem, o 
desmatamento, a expansão da agricultura e da pecuária, o 
crescimento demográfico, a falta de saneamento básico, de 
tratamento de esgotos e lixo, o desperdício de água, energia, 
dentre tantos outros fatores, estão agredindo muito o planeta.
 Na visão de alguns cientistas, se pararmos agora de 
poluir, vamos simplesmente desacelerar o efeito destrutivo, 
mas dificilmente reverter o atual quadro. Como é impossível 
parar tudo, como sugere a música do cantor e compositor 
já falecido, Raúl Seixas, O dia em que a terra parou, precisamos 
começar a fazer a nossa parte nesse contexto global, seguindo 
o exemplo do beija-flor ao carregar água no bico para apagar 
um incêndio na floresta.
Cada cidadão precisa assumir o seu papel no planeta. 
É necessário ter a consciência de que ao colocar o lixo lá 
fora, no portão de casa, ele simplesmente está mudando 
a sujeira de lugar, porque nossa casa não se resume apenas 
ao espaço físico em que habitamos, mas a todo planeta. E 
que tudo que fazemos se reflete na natureza. A conta pelas 
agressões provocadas já está sendo cobrada mediante 
os atuais desequilíbrios climáticos que tendem a causar 
grandes desastres ambientais. Mais do que tudo, as novas 
gerações precisam estar cientes do problema para não repetir 
os mesmos erros cometidos até agora. E o profissional, 
seja de qualquer área, humana, biológica ou exata, tem um 
papel fundamental nesse processo de educação para a 
transformação, constituindo-se cidadãos mais conscientes, 
sensibilizados e preparados para essa nova realidade.
A matéria de Diogo Schelp, publicada na revista Veja, 
8Educação e Meio Ambiente
em setembro de 2005, confirma o que estamos dizendo 
ao mostrar um estudo feito pelo geógrafo americano Jared 
Diamond, no livro Colapso – como as sociedades escolhem 
o fracasso ou o sucesso. Nele o autor mostra: “o declínio 
e o sucesso de várias sociedades do passado, e acredita ter 
encontrado um padrão na catástrofe: o desastre ambiental 
provocado por elas foi decisivo para o próprio declínio”. 
Transcrevemos a seguir parte do texto de Schelp, baseado na 
obra de Diamond (2005, s/p):
A queda de um povo nunca é resultado de um único fator, diz o 
geógrafo. Ele pode simplesmente ser aniquilado por um invasor 
poderoso. Outras vezes, o colapso é provocado pela perda de uma 
conexão vital – um freguês tradicional para seu único produto de 
exportação, por exemplo. Pode ocorrer uma mudança climática ou 
um desastre natural. O elemento isolado mais poderoso, contudo, 
pelo menos nos exemplos estudados, foi a degradação ambiental. 
Quando a população cresce, em decorrência do sucesso da sociedade, 
a pressão por alimento se torna excessiva para os recursos naturais. 
O resultado é a fome, que leva à desagregação social e à guerra civil.
De qualquer forma, no seu entender, a questão mais importante é o 
modo como a sociedade reage aos quatro problemas citados acima. O 
sucesso cega as pessoas para os riscos de seu próprio comportamento. 
Os mesmos valores que permitiram a ascensão daquele povo podem 
igualmente levá-lo à ruína. O exemplo dessa situação, apresentado 
pelo geógrafo, não é do passado, e sim dos nossos dias. A cultura 
do consumo permitiu a criação do grau de riqueza da sociedade 
moderna. O risco é o de que os recursos naturais não deem conta 
de atender à demanda, fazendo com que a sociedade volte atrás. 
Diante de alimentar uma população crescente, a civilização maia, a 
mais brilhante entre as pré-colombianas, devastou a mata, expondo 
a terra à erosão. Por fi m, as colheitas fracassaram e a fome dizimou a 
população. Envolvidos em guerras permanentes e golpes de Estado, 
os reis maias não foram capazes de pensar nas gerações futuras.
Diamond acredita que o mesmo tipo de desatenção para com o futuro 
possa estar ocorrendo hoje. Há realmente sinais inequívocos de como 
o homem moderno já está sendo prejudicado pelo uso depredatório 
que faz dos recursos naturais:
O consumo de água cresceu seis vezes no último século, em grande 
parte para aumentar a produção de alimentos. O resultado foi a 
redução da oferta de água para uso humano. Um terço da população 
mundial vive em regiões com escassez de água, proporção que deve 
dobrar até
2025. Metade dos africanos, asiáticos e latino-americanos sofre de 
alguma doença relacionada à falta de acesso a uma fonte de água 
limpa.
O uso de petróleo aumentou sete vezes nos últimos cinquenta anos. 
A queima de combustíveis fósseis contribui para a poluição do ar, que, 
segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, mata 3 milhões 
de pessoas por ano.
Os gases emitidos por automóveis, pela indústria, pela decomposição 
do lixo e pelo desmatamento de fl orestas tropicais contribuem para 
acelerar o aquecimento global. Nas últimas décadas, a temperatura 
média do planeta subiu
1 grau. Como resultado, 40% do gelo do Ártico derreteu no último meio 
século, fazendo subir lentamente o nível dos oceanos. O desequilíbrio 
climático traduziu-se também em maior quantidade de secas em 
algumas regiões e inundações em outras.
A exploração do estoque dos principais peixes de valor comercial 
ultrapassou a capacidade de reposição das espécies. A pesca industrial 
já reduziu em 90% a populaçãodos grandes peixes oceânicos.
Um quarto da área terrestre é utilizado, hoje, para a produção de 
alimentos (agricultura e pecuária). Como as mesmas áreas para a 
agricultura já estão em uso há bastante tempo, a fertilidade do solo caiu 
13% nos últimos cinquenta anos. Com isso, tornaram-se necessários o 
emprego de maior quantidade de adubos químicos e o avanço sobre 
terras periféricas ou ocupadas por fl orestas.
Para Refl etir
Um quinto da Amazônia brasileira já desapareceu.
2 - O homem pode interagir com seu 
meio, ou destruí-lo
Amazônia
Voltando a falar da Amazônia, a região sofre a agressão 
do homem em todos os sentidos. Seja pela exploração de suas 
riquezas naturais, minério, madeira, biodiversidade etc., seja 
pela expansão da agropecuária. Grandes áreas de floresta são 
derrubadas para dar lugar à agricultura e à pecuária, colocando 
em risco todo o ecossistema da floresta, que chama a atenção 
do mundo.
O Brasil é um dos quatro países que mais emitem gases 
poluentes na atmosfera. Em torno de 70% desses gases vêm 
do desmatamento, afirma o ambientalista Fábio Feldmann, em 
matéria publicada pela revista Veja (28 fev. 2007), do jornalista 
Duda Teixeira.
Abrindo um parêntese, chamamos a atenção para o grande 
destaque que vem sendo dado pelos meios de comunicação 
aos problemas ambientais, tendo em vista a importância e 
a urgência desse assunto no momento. Todos os dias jornais, 
revistas, televisão, rádio, internet, entre outros, trazem matérias 
referentes ao meio ambiente, seja do Brasil ou de outros países. 
A preocupação dos meios de comunicação com essa questão é 
muito pertinente porque, além de divulgar dados atualizados sobre 
o que está ocorrendo no mundo, contribui para conscientizar 
a população. Infelizmente, a falta de consciência em relação 
a esse problema ainda predomina sobre a maioria das pessoas. 
E, enquanto não houver uma conscientização coletiva, pouca 
coisa vai mudar. Não bastam apenas ações governamentais; é 
necessária também a participação de cada cidadão.
O desmatamento que ocorre sobre a floresta amazônica 
é muito preocupante. De acordo com Feldmann (2007), 
é preciso frear “a expansão da fronteira agrícola sobre o 
ecossistema amazônico e permitir o aproveitamento da área 
degradada com tecnologias que assegurem o crescimento da 
produção agropecuária”. Ou seja, em vez de derrubar mais 
mata para plantar, é preciso aproveitar recuperação das áreas de 
pastagem degradadas e as de erosão seriam um bom começo. 
Acabar com o contrabando ilegal da madeira é outra questão 
9
que precisa ser imediatamente resolvida. Há muita exploração 
ilegal e criminosa e isso talvez seja o pior de tudo.
Atenção!
O solo da Amazônia é rico graças à mata, aos rios e 
aos animais existentes. A fauna, a flora, a água e o solo são 
interdependentes.
A ausência de qualquer elemento pode quebrar a cadeia 
do equilíbrio, gerando o chamado efeito dominó (TEIXEIRA, 
2007)
O ambientalista lembra que o cerco está se fechando para os 
produtos produzidos à custa das agressões à natureza. Segundo 
ele, consumidores americanos e europeus estão exercendo 
forte pressão sobre as redes de fast-food e de supermercados, 
exigindo que a produção de alimentos vendidos por elas 
seja feita de maneira sustentável, sem agredir o ambiente. O 
consumidor, esteja onde estiver, será um personagem cada dia 
mais importante na preservação do planeta.
Complementando o que disse o autor, vocês já observaram 
a quantidade de lixo que sobra dos fast-foods e de produtos 
industrializados em geral? É papel, papelão, plástico, isopor, 
entre outros, que servem de matéria-prima para talheres, copos, 
pratos, pazinhas e tantos outros utensílios que vão para o lixo. 
Nos supermercados, por exemplo, além dos produtos que já 
vêm embalados da indústria, ainda existem os que são vendidos 
a granel acondicionados em pratos de isopor, embrulhados em 
plástico e quando passam pelo caixa são colocados em sacolas 
plásticas para transportar.
Países que promoveram o seu desenvolvimento poluindo 
e consumindo excessivamente os recursos naturais, como os 
Estados Unidos e também a Europa, e hoje, os chamados 
emergentes, como China e Índia, agrediram a natureza em 
nome do crescimento econômico. Agora eles são alvo de uma 
pressão mundial para interromper esse processo, porque suas 
ações afetam todo o planeta.
A depauperação ambiental tem um conhecido vilão segundo 
os cientistas: termelétricas, fábricas e automóveis. O desmatamento 
promovido por norte- americanos e europeus varreu do mapa 
grandes florestas que hoje fazem falta no contrabalanço da 
transformação de gás carbônico em oxigênio. O “Protocolo 
de Kyoto” vem sendo explicitamente renegado pelos USA há 
mais de uma década. As alegações são as mais mesquinhas: o 
controle ambiental é muito caro e desestimulador de crescimento 
(GOMES, 2007, <http://www.cofecon. org.br/inde x.php?opt 
ion= c om_ ent&task=view&id=627&Itemid=106>) Acesso 
em 09.09.12, às 12h45.
Os Estados Unidos, por exemplo, embora não tenham 
assinado o tratado de Kioto, que determina a redução da 
emissão de poluentes na atmosfera, estão começando a investir 
nos biocombustíveis. Já é um bom começo.
Aliás, as pesquisas visando a encontrar alternativas para 
os combustíveis fósseis existem aos montes. Carros movidos 
a água, ar, energia solar, eletricidade, entre outros, que 
somente o futuro vai dizer até que ponto são viáveis. Enquanto 
isso, muitas indústrias estão colocando no mercado carros mais 
econômicos, ou seja, que consomem menos combustível por 
quilômetro rodado.
Voltando à importante contribuição dos meios de 
comunicação, a matéria do jornalista João Gabriel de Lima, 
publicada na revista Veja (28 dez. 2005), denuncia que “em 
2005 a Floresta Amazônica começou a morrer”. Lima 
prossegue dizendo: mantido o atual ritmo de devastação e de 
mudanças climáticas, dentro de meio século, o que hoje é o 
maior e mais rico ecossistema do planeta pode estar totalmente 
desfigurado. A Amazônia não é apenas um bosque fechado 
e cortado por uma malha de rios. É um organismo vivo em 
que, como as células de um corpo humano, cada ser exerce 
um papel diferenciado e interconectado. O solo depende das 
árvores que não vivem sem os rios, onde nadam os peixes, que 
se alimentam dos frutos das árvores, que são polinizadas 
pelos insetos que se escondem no solo... São inúmeros e 
interligados os ciclos da vida na Amazônia. Isoladamente, 
cada um deles tem alto poder de regeneração, mas, quando 
a agressão ambiental corta os dutos entre diferentes nichos, a 
vida começa a ficar mais pobre, a floresta entra no lento mas 
inexorável processo de morte.
 O jornalista lembra que o alerta não partiu de ecologistas, 
mas de um grupo de mil cientistas de todo o mundo que 
estudam os efeitos da devastação. Os cientistas consideram 
que existe um limite para a destruição da floresta, a partir do 
qual ela perderia sua capacidade de regeneração. Esse limite 
é de 30% e não está longe de ser atingido.
De acordo com as últimas descobertas científicas, cita 
Lima: - se persistir o ritmo atual de devastação da floresta pela 
pecuária, pelas fazendas de soja e pela exploração madeireira, 
40% dela deverá desaparecer até metade deste século;
- simulações climáticas dão conta de que, no mesmo 
período, cerca de 30% da mata pode se transformar em 
cerrado, pois o aumento da temperatura impossibilitará a 
sobrevivência de várias espécies próprias da floresta tropical. 
É o fenômeno conhecido como ‘savanização’;
- a devastação da Amazônia provocará alterações 
climáticas em várias regiões do planeta. O sul e o sudeste 
brasileiro seriam afetados por uma seca que comprometeria 
os rios da Bacia do Prata, grande fonte de energia hidrelétrica 
da América do Sul.
Os cientistas já sepultaram a ideia de que a Amazônia é 
o pulmão do mundo. Na realidade, a floresta emite tanto gás 
carbônico quanto expele oxigênio. No entanto,sua destruição 
total ou parcial afetaria seriamente o clima em várias partes do 
planeta. Tanto que os cientistas já notaram redução nas chuvas 
no Meio-Oeste americano e na Península Arábica, relata Lima.
Diante desse quadro, você pode perceber o quanto uma 
coisa depende da outra em nosso planeta. O Meio-Oeste 
americano e a Península Arábica estão bem distantes do 
Brasil, mas já são afetados pela destruição da nossa floresta. 
No Brasil, então, nem se fala. O prejuízo ao sistema de 
chuvas seria enorme. Você já deve estar sentindo na pele as 
consequências da destruição do planeta: chuvas de mais ou de 
menos, ocorrência de tempestades, enchentes frequentes, sol 
extremamente forte e insuportável em determinadas horas do 
dia, e assim por diante.
Não é à toa que muitos estão de olho na Amazônia. 
E não querer destruí-la não significa que não possamos 
explorá-la. Mas isso deve ser feito de maneira sustentável, 
ou seja, de forma economicamente viável, socialmente justa e 
ecologicamente correta.
10Educação e Meio Ambiente
Você Sabia
80% das madeireiras que operam na Amazônia ignoram a lei. O
rebanho expande quase 7% ao ano à custa do desmatamento.
Na mesma edição da Veja, o jornalista Leonardo Coutinho, 
mostra que o homem é o maior destruidor da Amazônia, 
quando denuncia que 80% das empresas madeireiras que 
operam na região ignoram as normas estabelecidas pelo 
governo. Isso significa que elas não respeitam a legislação 
imposta para a exploração da floresta de forma legal. Além 
disso, a região detém 33% das cabeças de gado do país. O 
rebanho expande quase 7% ao ano, enquanto no resto do país 
é de menos de 1%. Infelizmente essa expansão ocorre à custa 
de novos desmatamentos.
E aí pessoal, gostaram da aula? Viram o quanto as 
pessoas detonam com o meio em que vivem? É muita falta de 
respeito com si mesmo, com o próximo e com o ambiente a 
sua volta. Para mudar isso, precisamos educar bem as crianças 
a fim de que elas não repitam os mesmos erros que nós e os 
nossos antepassados.
Enfi m, terminamos. Qualquer dúvida, estou à disposição através do 
quadro de avisos. Até a próxima aula.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
este tópico, vamos recordar:
1 - Educação ambiental
Nesta seção falamos sobre ecologia e os problemas 
que vêm afetando o meio ambiente.
2 - O homem pode interagir com seu meio, ou 
destrui-lo
Mostramos que o homem precisa interagir com o meio 
em que vive e evitar a destruição.
AGENDA 21. Disponível em <http://www. ambiente.
sp.gov.br/agenda 21/ag14.htm> acesso em 08.03.07 18h40
COUTINHO, Leonardo. A peleja da economia contra a 
ecologia. VEJA, São Paulo, Editora Abril, nº 52, p. 178 – 180, 
dezembro 2005.
LIMA, João Gabriel de. O ano em que a Amazônia começou 
a morrer. VEJA, São Paulo, Editora Abril, nº 52, p. 173 –177, 
dezembro 2005.
SANTOS, T.C.C.; CÂMARA, J.B.D. (Orgs.). O estado 
do meio ambiente no Brasil. In: Geo Brasil 2002 – Perspectivas 
do Meio Ambiente no Brasil. Brasília, DF: Ibama, 2002, p. 
23 a 218.
SCHELP, Diogo. A cegueira das civilizações. VEJA, 
São Paulo, Editora Abril, nº 36, p. 102 – 104, setembro 2005.
TEIXEIRA, Duda. Falta fazer a lição de casa. VEJA, São 
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GOMES, César Augusto. (<http://www. 
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WIKIPÉDIA. Enciclopédia livre. Disponível em: 
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