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1ºAula Educação ambiental e a realidade brasileira Como se trata de uma disciplina de educação e meio ambiente, vamos começar a primeira aula dando uma ideia geral do que vem a ser educação ambiental. Mostraremos também um pouco da realidade brasileira no aspecto ambiental. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você estará apto a: • definir o que é educação ambiental • refletir sobre os benefícios da Constituição de 1988 para o meio ambiente; • perceber o tamanho da responsabilidade do homem com seu ambiente. 6Educação e Meio Ambiente 1 - Educação ambiental 2 - O homem pode interagir com seu meio, ou destruí-lo. Seções de estudo 1 - Educação ambiental Existem várias definições de educação ambiental. Vamos apresentar apenas duas como parte introdutória da aula, somente para dar uma ideia do que seja. Segundo o Ministério do Meio Ambiente: Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º.) A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a fi nalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°.) Como podem observar, educação ambiental é um tema bastante amplo. Sendo assim, não pode ser tratado de maneira isolada, pois o meio ambiente diz respeito a todo planeta e, como tal, requer uma visão holística e uma abordagem sistêmica, envolvendo aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. Por sua dimensão, no ambiente escolar, não deve se restringir unicamente a uma só disciplina, mas ser inter e multidisciplinar. Deve envolver a todos os elementos escolares, corpo docente, discente, direção, funcionários, colaboradores, familiares e comunidades circunvizinhas da escola, formando parcerias e recebendo o apoio do poder público, visando ao melhor desenvolvimento desse trabalho. Embora pareça uma visão um tanto utópica, fantasiosa para a nossa realidade, vocês hão de concordar que isso contribuiria muito para que a educação ambiental fosse conduzida com seriedade e proporcionasse resultados reais em nosso país, onde a questão ainda se configura muito mais em níveis teóricos do que práticos. O Brasil precisa começar a fazer o dever de casa com urgência e investir mais em ações de proteção ambiental. Por falta de cuidado continuam acontecendo crimes ambientais de tráfico de animais, desmatamentos, assoreamento de rios, poluição de todo tipo etc., que aos poucos vão destruindo nossas riquezas. Também não existe uma política de tratamento adequado do lixo, capaz de reciclar as toneladas de resíduos produzidos diariamente pela população. É bom lembrar de que ao destruir seu habitat, o homem também se destrói. De acordo com os PCN, a natureza é muito complexa e como tal, “exige uma abordagem sistêmica para seu estudo, isto é, um trabalho de síntese, com os diversos componentes vistos como um todo, partes de um sistema maior, bem como em suas correlações e interações com os demais componentes e seus aspectos”. Nesse sistema se inclui também o homem, cujos danos causados à natureza se refletem em sua própria vida. Ainda segundo os PCN, “não é só o crime ou a guerra que ameaçam a vida, mas também a forma como se gera, se distribui e se usa a riqueza, a forma como se trata a natureza”. Depois dessa pequena introdução, vamos dar uma olhada como anda o Brasil no aspecto ambiental. A realidade brasileira O Brasil é o quinto país do planeta em extensão territorial, com uma área de oito milhões e quinhentos mil km2. Conforme o relatório Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao longo da história, as atividades econômicas no Brasil foram desenvolvidas com base na exploração de seus recursos naturais. O meio ambiente começou a ser explorado desde os tempos da colonização. A destruição da Mata Atlântica coincide com o início do ciclo da cana de açúcar, em 1550. Não havia nenhuma preocupação com a questão ambiental naquela época. Somente com a elaboração da nova Constituição, promulgada em 1988, é que o meio ambiente passou a merecer atenção, porque ela trouxe o meio ambiente para o foco das decisões políticas, reconhecendo a ligação entre desenvolvimento social e econômico e qualidade do meio ambiente. Aos poucos começou a se delinear uma abordagem integradora, que se opõe à visão desenvolvimentista clássica, adotada até então (SANTOS; CÂMARA, 2002, s/p). Em 1992, o Brasil reforçou esse compromisso constitucional de proteger a biodiversidade e o patrimônio genético do país, ao sediar a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento e ratificar a assinatura da Convenção sobre Diversidade Biológica, diz o relatório. Há mesmo que se preocupar, porque nosso país possui uma biodiversidade muito rica, incluindo mamíferos, peixes de água doce, plantas, anfíbios, aves e répteis. Ainda de acordo com o relatório, abrigamos em torno de 10% a 20% do número de espécies conhecidas e 30% das florestas tropicais no mundo (MMA, 1998 apud Santos e Câmara, 2002), que detém mais da metade das espécies identificadas da fauna e da flora (Pádua, 1997 apud Santos e Câmara, 2002): Cerca de duzentas mil espécies já foram descritas para o Brasil. Estima-se que a biodiversidade do país seja composta por um número 6 a 10 vezes maior, ou seja, aproximadamente dois milhões de formas de vida (LEWINSOHN; PRADO, 2000 apud SANTOS; CÂMARA, Org. 2002). Só em plantas superiores, o número pode chegar a 55 mil espécies (GROOMBRIDGE 1992, apud SANTOS; CÂMARA, 2002, s/p). 7 A Mata Atlântica começou a ser destruída assim que o Brasil foi descoberto e é uma floresta muito importante que precisa ser preservada. Acesse <http://educar.sc.usp.br/licenciatura/trabalhos/ mataatl.htm>. A situação é grave e preocupante quando se toma conhecimento de que muito pouco se sabe sobre a nossa biodiversidade. Os organizadores do relatório do MMA admitem que isso representa: [...] um desafio considerável para a ciência. O número atual de instituições e de pesquisadores – com os métodos e o suporte financeiro existentes não poderá resolver o problema de desconhecimento da biodiversidade brasileira. [...] faltam informações básicas para a maioria das espécies, mesmo de grupos considerados mais bem estudados (SANTOS e CÂMARA, 2002, s/p). A ameaça sobre os biomas Sempre que se fala em meio ambiente, logo vem à mente a Amazônia. Certamente por suas dimensões e riqueza da fauna e da flora, sem similar em todo o mundo. No entanto, um estudo realizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e pelo Banco Mundial, em 1995, analisou a ameaça que incide sobre os biomas brasileiros, mostrando que a Amazônia não figura em primeiro lugar, como se imagina. Há outros muito mais ameaçados (WWF, 2001 apud Santos e Câmara, 2002): Em primeiro lugar destaca-se a Mata Atlântica, com apenas 8% de sua cobertura vegetal original e, em seguida, o Cerrado, a Caatinga, os manguezais, os Campos, o Pantanal e, por fim, a Floresta Amazônica. [...] a velocidade de alteração do Cerrado é a mais elevada entre todos os demais biomas. [...] a Mata Atlântica e o Cerrado figuram entre as 25 regiões mais diversas e mais ameaçadas do planeta (SANTOS; CÂMARA, 2002, s/p). Estão ameaçados de extinção, no Brasil, mais de 200 espécies de animais e mais de 100 de plantas. Mas tudoindica que esses dados estão defasados e que o número pode ser bem maior, relatam Santos e Câmara (2002). A ação antrópica exerce maior poder de destruição sobre o planeta, fazendo do homem o principal agente de modificação do meio ambiente. Os fenômenos naturais, os animais, os vegetais e todos os demais seres que habitam o planeta também contribuem para alterá-lo, mas nada se compara à ação danosa do homem. A evolução do ser humano deu-lhe capacidade de domínio sobre a natureza. Nenhum ser vivo interfere tanto no ambiente em que vive quanto o homem. Com a revolução tecnológica verificada no último século, essas ações se intensificaram tanto, acabando por sufocar todo o ecossistema, causando-lhe estragos praticamente irreversíveis. Segundo Dias (2001), apud Santos e Câmara (2002, s/p), as principais pressões da intervenção humana sobre o meio ambiente são: destruição e fragmentação de habitats, como desmatamento, desertificação, queimadas, mineração, represamento, doenças exóticas (na agricultura, pecuária, piscicultura e urbanização); exploração excessiva de espécies de plantas e animais (extrativismo vegetal, lenha e carvão; exploração seletiva de madeira, caça, pesca); contaminação do solo, água e atmosfera (gases tóxicos, partículas no ar, agrotóxicos e fertilizantes agrícolas, salinização, resíduos sólidos tóxicos, resíduos tóxicos na água, eutrofização das águas). Ao ser citado por Santos e Câmara (2002), Dias (2001, s/p) afirma que: entre os fatores indiretos, econômicos e sociais, estão crescimento acelerado das populações humanas, com aumento do desmatamento e do comércio de espécies ameaçadas de extinção; distribuição desigual da propriedade, da geração e fluxo dos benefícios advindos da utilização e conservação da biodiversidade; sistemas e políticas econômicas que não atribuem o devido valor ao meio ambiente e aos recursos naturais; sistemas jurídicos e institucionais que promovem exploração não sustentável dos recursos naturais; e insuficiência de conhecimento e falhas na sua aplicação. Poluição ambiental e o impacto das atividades humanas Prosseguindo, vamos falar de um assunto que tem tudo a ver com cada um de nós, o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente. Já mencionamos anteriormente que o homem é o principal responsável pelas alterações ambientais. A produção industrial em alta escala, o uso de combustíveis fósseis, a extração de recursos naturais, em quantidade superior ao que a natureza pode repor, o aumento exagerado no volume de lixo produzido, as embalagens descartáveis e, principalmente as embalagens de agrotóxico, a ausência de uma cultura de reciclagem, o desmatamento, a expansão da agricultura e da pecuária, o crescimento demográfico, a falta de saneamento básico, de tratamento de esgotos e lixo, o desperdício de água, energia, dentre tantos outros fatores, estão agredindo muito o planeta. Na visão de alguns cientistas, se pararmos agora de poluir, vamos simplesmente desacelerar o efeito destrutivo, mas dificilmente reverter o atual quadro. Como é impossível parar tudo, como sugere a música do cantor e compositor já falecido, Raúl Seixas, O dia em que a terra parou, precisamos começar a fazer a nossa parte nesse contexto global, seguindo o exemplo do beija-flor ao carregar água no bico para apagar um incêndio na floresta. Cada cidadão precisa assumir o seu papel no planeta. É necessário ter a consciência de que ao colocar o lixo lá fora, no portão de casa, ele simplesmente está mudando a sujeira de lugar, porque nossa casa não se resume apenas ao espaço físico em que habitamos, mas a todo planeta. E que tudo que fazemos se reflete na natureza. A conta pelas agressões provocadas já está sendo cobrada mediante os atuais desequilíbrios climáticos que tendem a causar grandes desastres ambientais. Mais do que tudo, as novas gerações precisam estar cientes do problema para não repetir os mesmos erros cometidos até agora. E o profissional, seja de qualquer área, humana, biológica ou exata, tem um papel fundamental nesse processo de educação para a transformação, constituindo-se cidadãos mais conscientes, sensibilizados e preparados para essa nova realidade. A matéria de Diogo Schelp, publicada na revista Veja, 8Educação e Meio Ambiente em setembro de 2005, confirma o que estamos dizendo ao mostrar um estudo feito pelo geógrafo americano Jared Diamond, no livro Colapso – como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Nele o autor mostra: “o declínio e o sucesso de várias sociedades do passado, e acredita ter encontrado um padrão na catástrofe: o desastre ambiental provocado por elas foi decisivo para o próprio declínio”. Transcrevemos a seguir parte do texto de Schelp, baseado na obra de Diamond (2005, s/p): A queda de um povo nunca é resultado de um único fator, diz o geógrafo. Ele pode simplesmente ser aniquilado por um invasor poderoso. Outras vezes, o colapso é provocado pela perda de uma conexão vital – um freguês tradicional para seu único produto de exportação, por exemplo. Pode ocorrer uma mudança climática ou um desastre natural. O elemento isolado mais poderoso, contudo, pelo menos nos exemplos estudados, foi a degradação ambiental. Quando a população cresce, em decorrência do sucesso da sociedade, a pressão por alimento se torna excessiva para os recursos naturais. O resultado é a fome, que leva à desagregação social e à guerra civil. De qualquer forma, no seu entender, a questão mais importante é o modo como a sociedade reage aos quatro problemas citados acima. O sucesso cega as pessoas para os riscos de seu próprio comportamento. Os mesmos valores que permitiram a ascensão daquele povo podem igualmente levá-lo à ruína. O exemplo dessa situação, apresentado pelo geógrafo, não é do passado, e sim dos nossos dias. A cultura do consumo permitiu a criação do grau de riqueza da sociedade moderna. O risco é o de que os recursos naturais não deem conta de atender à demanda, fazendo com que a sociedade volte atrás. Diante de alimentar uma população crescente, a civilização maia, a mais brilhante entre as pré-colombianas, devastou a mata, expondo a terra à erosão. Por fi m, as colheitas fracassaram e a fome dizimou a população. Envolvidos em guerras permanentes e golpes de Estado, os reis maias não foram capazes de pensar nas gerações futuras. Diamond acredita que o mesmo tipo de desatenção para com o futuro possa estar ocorrendo hoje. Há realmente sinais inequívocos de como o homem moderno já está sendo prejudicado pelo uso depredatório que faz dos recursos naturais: O consumo de água cresceu seis vezes no último século, em grande parte para aumentar a produção de alimentos. O resultado foi a redução da oferta de água para uso humano. Um terço da população mundial vive em regiões com escassez de água, proporção que deve dobrar até 2025. Metade dos africanos, asiáticos e latino-americanos sofre de alguma doença relacionada à falta de acesso a uma fonte de água limpa. O uso de petróleo aumentou sete vezes nos últimos cinquenta anos. A queima de combustíveis fósseis contribui para a poluição do ar, que, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, mata 3 milhões de pessoas por ano. Os gases emitidos por automóveis, pela indústria, pela decomposição do lixo e pelo desmatamento de fl orestas tropicais contribuem para acelerar o aquecimento global. Nas últimas décadas, a temperatura média do planeta subiu 1 grau. Como resultado, 40% do gelo do Ártico derreteu no último meio século, fazendo subir lentamente o nível dos oceanos. O desequilíbrio climático traduziu-se também em maior quantidade de secas em algumas regiões e inundações em outras. A exploração do estoque dos principais peixes de valor comercial ultrapassou a capacidade de reposição das espécies. A pesca industrial já reduziu em 90% a populaçãodos grandes peixes oceânicos. Um quarto da área terrestre é utilizado, hoje, para a produção de alimentos (agricultura e pecuária). Como as mesmas áreas para a agricultura já estão em uso há bastante tempo, a fertilidade do solo caiu 13% nos últimos cinquenta anos. Com isso, tornaram-se necessários o emprego de maior quantidade de adubos químicos e o avanço sobre terras periféricas ou ocupadas por fl orestas. Para Refl etir Um quinto da Amazônia brasileira já desapareceu. 2 - O homem pode interagir com seu meio, ou destruí-lo Amazônia Voltando a falar da Amazônia, a região sofre a agressão do homem em todos os sentidos. Seja pela exploração de suas riquezas naturais, minério, madeira, biodiversidade etc., seja pela expansão da agropecuária. Grandes áreas de floresta são derrubadas para dar lugar à agricultura e à pecuária, colocando em risco todo o ecossistema da floresta, que chama a atenção do mundo. O Brasil é um dos quatro países que mais emitem gases poluentes na atmosfera. Em torno de 70% desses gases vêm do desmatamento, afirma o ambientalista Fábio Feldmann, em matéria publicada pela revista Veja (28 fev. 2007), do jornalista Duda Teixeira. Abrindo um parêntese, chamamos a atenção para o grande destaque que vem sendo dado pelos meios de comunicação aos problemas ambientais, tendo em vista a importância e a urgência desse assunto no momento. Todos os dias jornais, revistas, televisão, rádio, internet, entre outros, trazem matérias referentes ao meio ambiente, seja do Brasil ou de outros países. A preocupação dos meios de comunicação com essa questão é muito pertinente porque, além de divulgar dados atualizados sobre o que está ocorrendo no mundo, contribui para conscientizar a população. Infelizmente, a falta de consciência em relação a esse problema ainda predomina sobre a maioria das pessoas. E, enquanto não houver uma conscientização coletiva, pouca coisa vai mudar. Não bastam apenas ações governamentais; é necessária também a participação de cada cidadão. O desmatamento que ocorre sobre a floresta amazônica é muito preocupante. De acordo com Feldmann (2007), é preciso frear “a expansão da fronteira agrícola sobre o ecossistema amazônico e permitir o aproveitamento da área degradada com tecnologias que assegurem o crescimento da produção agropecuária”. Ou seja, em vez de derrubar mais mata para plantar, é preciso aproveitar recuperação das áreas de pastagem degradadas e as de erosão seriam um bom começo. Acabar com o contrabando ilegal da madeira é outra questão 9 que precisa ser imediatamente resolvida. Há muita exploração ilegal e criminosa e isso talvez seja o pior de tudo. Atenção! O solo da Amazônia é rico graças à mata, aos rios e aos animais existentes. A fauna, a flora, a água e o solo são interdependentes. A ausência de qualquer elemento pode quebrar a cadeia do equilíbrio, gerando o chamado efeito dominó (TEIXEIRA, 2007) O ambientalista lembra que o cerco está se fechando para os produtos produzidos à custa das agressões à natureza. Segundo ele, consumidores americanos e europeus estão exercendo forte pressão sobre as redes de fast-food e de supermercados, exigindo que a produção de alimentos vendidos por elas seja feita de maneira sustentável, sem agredir o ambiente. O consumidor, esteja onde estiver, será um personagem cada dia mais importante na preservação do planeta. Complementando o que disse o autor, vocês já observaram a quantidade de lixo que sobra dos fast-foods e de produtos industrializados em geral? É papel, papelão, plástico, isopor, entre outros, que servem de matéria-prima para talheres, copos, pratos, pazinhas e tantos outros utensílios que vão para o lixo. Nos supermercados, por exemplo, além dos produtos que já vêm embalados da indústria, ainda existem os que são vendidos a granel acondicionados em pratos de isopor, embrulhados em plástico e quando passam pelo caixa são colocados em sacolas plásticas para transportar. Países que promoveram o seu desenvolvimento poluindo e consumindo excessivamente os recursos naturais, como os Estados Unidos e também a Europa, e hoje, os chamados emergentes, como China e Índia, agrediram a natureza em nome do crescimento econômico. Agora eles são alvo de uma pressão mundial para interromper esse processo, porque suas ações afetam todo o planeta. A depauperação ambiental tem um conhecido vilão segundo os cientistas: termelétricas, fábricas e automóveis. O desmatamento promovido por norte- americanos e europeus varreu do mapa grandes florestas que hoje fazem falta no contrabalanço da transformação de gás carbônico em oxigênio. O “Protocolo de Kyoto” vem sendo explicitamente renegado pelos USA há mais de uma década. As alegações são as mais mesquinhas: o controle ambiental é muito caro e desestimulador de crescimento (GOMES, 2007, <http://www.cofecon. org.br/inde x.php?opt ion= c om_ ent&task=view&id=627&Itemid=106>) Acesso em 09.09.12, às 12h45. Os Estados Unidos, por exemplo, embora não tenham assinado o tratado de Kioto, que determina a redução da emissão de poluentes na atmosfera, estão começando a investir nos biocombustíveis. Já é um bom começo. Aliás, as pesquisas visando a encontrar alternativas para os combustíveis fósseis existem aos montes. Carros movidos a água, ar, energia solar, eletricidade, entre outros, que somente o futuro vai dizer até que ponto são viáveis. Enquanto isso, muitas indústrias estão colocando no mercado carros mais econômicos, ou seja, que consomem menos combustível por quilômetro rodado. Voltando à importante contribuição dos meios de comunicação, a matéria do jornalista João Gabriel de Lima, publicada na revista Veja (28 dez. 2005), denuncia que “em 2005 a Floresta Amazônica começou a morrer”. Lima prossegue dizendo: mantido o atual ritmo de devastação e de mudanças climáticas, dentro de meio século, o que hoje é o maior e mais rico ecossistema do planeta pode estar totalmente desfigurado. A Amazônia não é apenas um bosque fechado e cortado por uma malha de rios. É um organismo vivo em que, como as células de um corpo humano, cada ser exerce um papel diferenciado e interconectado. O solo depende das árvores que não vivem sem os rios, onde nadam os peixes, que se alimentam dos frutos das árvores, que são polinizadas pelos insetos que se escondem no solo... São inúmeros e interligados os ciclos da vida na Amazônia. Isoladamente, cada um deles tem alto poder de regeneração, mas, quando a agressão ambiental corta os dutos entre diferentes nichos, a vida começa a ficar mais pobre, a floresta entra no lento mas inexorável processo de morte. O jornalista lembra que o alerta não partiu de ecologistas, mas de um grupo de mil cientistas de todo o mundo que estudam os efeitos da devastação. Os cientistas consideram que existe um limite para a destruição da floresta, a partir do qual ela perderia sua capacidade de regeneração. Esse limite é de 30% e não está longe de ser atingido. De acordo com as últimas descobertas científicas, cita Lima: - se persistir o ritmo atual de devastação da floresta pela pecuária, pelas fazendas de soja e pela exploração madeireira, 40% dela deverá desaparecer até metade deste século; - simulações climáticas dão conta de que, no mesmo período, cerca de 30% da mata pode se transformar em cerrado, pois o aumento da temperatura impossibilitará a sobrevivência de várias espécies próprias da floresta tropical. É o fenômeno conhecido como ‘savanização’; - a devastação da Amazônia provocará alterações climáticas em várias regiões do planeta. O sul e o sudeste brasileiro seriam afetados por uma seca que comprometeria os rios da Bacia do Prata, grande fonte de energia hidrelétrica da América do Sul. Os cientistas já sepultaram a ideia de que a Amazônia é o pulmão do mundo. Na realidade, a floresta emite tanto gás carbônico quanto expele oxigênio. No entanto,sua destruição total ou parcial afetaria seriamente o clima em várias partes do planeta. Tanto que os cientistas já notaram redução nas chuvas no Meio-Oeste americano e na Península Arábica, relata Lima. Diante desse quadro, você pode perceber o quanto uma coisa depende da outra em nosso planeta. O Meio-Oeste americano e a Península Arábica estão bem distantes do Brasil, mas já são afetados pela destruição da nossa floresta. No Brasil, então, nem se fala. O prejuízo ao sistema de chuvas seria enorme. Você já deve estar sentindo na pele as consequências da destruição do planeta: chuvas de mais ou de menos, ocorrência de tempestades, enchentes frequentes, sol extremamente forte e insuportável em determinadas horas do dia, e assim por diante. Não é à toa que muitos estão de olho na Amazônia. E não querer destruí-la não significa que não possamos explorá-la. Mas isso deve ser feito de maneira sustentável, ou seja, de forma economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta. 10Educação e Meio Ambiente Você Sabia 80% das madeireiras que operam na Amazônia ignoram a lei. O rebanho expande quase 7% ao ano à custa do desmatamento. Na mesma edição da Veja, o jornalista Leonardo Coutinho, mostra que o homem é o maior destruidor da Amazônia, quando denuncia que 80% das empresas madeireiras que operam na região ignoram as normas estabelecidas pelo governo. Isso significa que elas não respeitam a legislação imposta para a exploração da floresta de forma legal. Além disso, a região detém 33% das cabeças de gado do país. O rebanho expande quase 7% ao ano, enquanto no resto do país é de menos de 1%. Infelizmente essa expansão ocorre à custa de novos desmatamentos. E aí pessoal, gostaram da aula? Viram o quanto as pessoas detonam com o meio em que vivem? É muita falta de respeito com si mesmo, com o próximo e com o ambiente a sua volta. Para mudar isso, precisamos educar bem as crianças a fim de que elas não repitam os mesmos erros que nós e os nossos antepassados. Enfi m, terminamos. Qualquer dúvida, estou à disposição através do quadro de avisos. Até a próxima aula. Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar este tópico, vamos recordar: 1 - Educação ambiental Nesta seção falamos sobre ecologia e os problemas que vêm afetando o meio ambiente. 2 - O homem pode interagir com seu meio, ou destrui-lo Mostramos que o homem precisa interagir com o meio em que vive e evitar a destruição. AGENDA 21. Disponível em <http://www. ambiente. sp.gov.br/agenda 21/ag14.htm> acesso em 08.03.07 18h40 COUTINHO, Leonardo. A peleja da economia contra a ecologia. VEJA, São Paulo, Editora Abril, nº 52, p. 178 – 180, dezembro 2005. LIMA, João Gabriel de. O ano em que a Amazônia começou a morrer. VEJA, São Paulo, Editora Abril, nº 52, p. 173 –177, dezembro 2005. SANTOS, T.C.C.; CÂMARA, J.B.D. (Orgs.). O estado do meio ambiente no Brasil. In: Geo Brasil 2002 – Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil. Brasília, DF: Ibama, 2002, p. 23 a 218. SCHELP, Diogo. A cegueira das civilizações. VEJA, São Paulo, Editora Abril, nº 36, p. 102 – 104, setembro 2005. TEIXEIRA, Duda. Falta fazer a lição de casa. VEJA, São Paulo, Editora Abril, nº 8, p. 11- 13, fevereiro 2007. Vale a pena Vale a pena ler GOMES, César Augusto. (<http://www. co feco n .o r g .b r /in dex .p h p ?o p tio n =co m_ content&task=view&id=627&Itemid=106>), acesso em 09.09.12, às 12h47 WIKIPÉDIA. Enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecologia09/02> Acesso em 09 fev. 2007. Vale a pena acessar Minhas anotações
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