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1 / 11Línguas de sinais: noções l inguísticas: Gramática das línguas de sinais

Bloco 2
Gramática das línguas de sinais
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para conhecer a história da linguística das línguas de sinais e os aspectos gramaticais básicos que
constituem a formação dos sinais!
Mapa da aula
Conexão
Em estudos anteriores conhecemos alguns dos preconceitos e mitos comuns sobre as línguas de sinais, bem
como, algumas curiosidades.
Figura 1: Mapa da aula
Fonte: Autora
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Agora, passaremos a olhar para as especificidades desta língua, ou seja, seus aspectos linguísticos. Nosso
foco será olhar para os aspectos gramaticais básicos que a constituem.
Você sabia que as línguas de sinais possuem uma gramática?
É o que a constituem enquanto uma língua!
Introdução
Neste bloco de estudos iremos:
Conhecer a história da pesquisa sobre a linguística das línguas de sinais;
Reconhecer questões fonológicas da LIBRAS;
Identificar como a LIBRAS forma sinais, a sua morfologia;
Compreender a estrutura sintática das línguas de sinais;
Identificar a semântica, a pragmática e a gramática da LIBRAS.
 Desenvolva habilidades
Observação
Figura 2
Fonte: Amon
Você sabia que o termo correto é “Língua de Sinais” e não “linguagem de sinais”, e que a Libras é
uma língua que como qualquer outra reflete a complexidade da linguagem humana?
“Mas como sabemos que a LIBRAS também é uma língua?”
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Fundamentação teórica
História da Linguística das Línguas de Sinais
Na década de 1960, William Stokoe, professor do Departamento de Inglês do Gallaudet College, hoje
conhecido como Gallaudet University, deu início a uma revolução nos estudos linguísticos, mostrando para
todo mundo que as línguas de sinais são línguas naturais e são passíveis de estudos linguísticos. Nos
Estados Unidos usa-se a ASL – American Sign Language que, em português, significa Língua de Sinais
Americana. Antes o “sinal não era visto, mesmo pelos sinalizadores, como uma língua verdadeira, com sua
própria gramática” (SACKS, 1990, p.76). 
Stokoe propôs um sistema linguístico estrutural para analisar a formação dos sinais e propôs a
decomposição de sinais na ASL em três principais parâmetros que não carregam significado isoladamente:
Configuração de mão (CM), Locação da mão (L), e Movimento da mão (M).
Análises posteriores à de Stokoe sugeriram a adição de informações referentes à orientação da mão (Or) e
aos aspectos não-manuais dos sinais (NM) – expressões faciais e corporais.
A pesquisa linguística sobre a língua de sinais chega ao Brasil
Usar o termo língua de sinais é apropriado visto que existe uma diferença importante entre língua
de sinais e linguagem de sinais.
Para entender a LIBRAS como uma língua vamos estudar os seus aspectos linguísticos. Isso significa
conhecer um pouco das regras que regem a formação do sinal desde aspectos fonológicos,
morfológicos, sintáticos e semântico-pragmáticos.
4 / 11Línguas de sinais: noções l inguísticas: Gramática das línguas de sinais


No Brasil, os estudos linguísticos estão começando a se estabelecer de forma mais ampla e envolvem as
diferentes áreas da Linguística. Hoje já temos cursos de Letras Libras - que teve seu início na UFSC nos anos
2000 e tem sido desenvolvido pesquisas sobre a língua de sinais.
Leia o artigo sobre “A produção científica sobre Língua Brasileira
de Sinais (Libras) presente nos currículos Lattes do CNPq”
http://cnec.lk/0cwe
Os estudos iniciaram, no Brasil, por volta de 1980, com a pesquisadora Ferreira-Brito, que pesquisou sobre
duas línguas de sinais brasileiras, a Libras e a Língua de Sinais Urubu-Kaapor, pertencente à família Tupi-
Guarani. Sim, no Brasil temos duas línguas de sinais. A Libras é a língua de sinais mais utilizada no Brasil.
Acompanhe no livro base da disciplina, nas páginas 77 e 78, o início das pesquisas linguísticas sobre a Libras.
Acesse o conteúdo do livro:
http://cnec.lk/0cwf
Aspectos Linguísticos
Figura 3
Fonte: Amon, 2019.
http://cnec.lk/0cwe
http://cnec.lk/0cwf
5 / 11Línguas de sinais: noções l inguísticas: Gramática das línguas de sinais
Fonologia da Libras
Embora a Libras não use o som em sua constituição, ela também tem um nível fonológico, como será
explicado a seguir.
Para entender bem como o som funciona, você primeiro precisa saber que a fonologia estuda as unidades
mínimas da língua. É como um quebra-cabeça. Nós juntamos os pequenos sons para montarmos as
palavras. Ou seja, a fonologia das línguas orais lida com as pequenas unidades, que são os fonemas (sons)
mínimos que isoladamente não produzem sentido. Observe as palavras “bala” e “mala”. O sentido dessas
duas palavras em português é alterado pelo primeiro som. Esse som é distintivo, ou seja, altera o sentido da
palavra. O que é importante saber é que a combinação desses sons produz sentido.
Da mesma forma, a fonologia da Libras trabalha com as unidades mínimas que não produzem sentido
sozinhas, mas que combinadas com outras unidades conseguirão criar um sinal. São as partes que juntas
criam o sinal, ou seja, os fonemas são articulados simultaneamente.
Como se monta um sinal da LIBRAS?
As unidades mínimas da Libras, ou seja, as pequenas partes que são combinadas para montar um sinal
são, segundo Quadros e Karnopp (2004):
Configuração de Mão (CM): a forma da mão.
Locação (L): o local onde o sinal é feito.
Movimento (M): o movimento que se faz com a forma da mão.
Abaixo, temos o sinal do objeto copo. Esse sinal tem Configuração de Mão (CM), Locação (L) e Movimento
(M).
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De acordo com Quadros e Karnopp (2004) o valor contrastivo dos parâmetros fonológicos acima é
observado quando há o contraste de apenas um dos parâmetros, havendo alteração do significado dos
sinais. É o que chamamos de pares mínimos. Veja nos exemplos abaixo:
Figura 4: Copo
Fonte: Imagem Patríca Rodrigues e Fotografia Carolina Sperb
Fonte: Corte do Livro da Produtora Natural
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Morfologia
A morfologia é a parte da língua que nos dá, entre outras coisas, a intensidade nos sinais em Libras.
Abaixo, podemos ver que o sinal BONITO é feito com uma expressão facial diferente para se acrescentar
intensidade. Ou seja, a configuração de mão (a forma da mão) é a mesma, mas a expressão facial muda,
acrescentando intensidade ao sinal. Em português, esse sinal seria traduzido como “muito bonito” ou
Figura 5
Foto do Livro: Quadros e Karnopp, 2004, p.52.
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simplesmente “bonito”, depende da intensidade da expressão facial do sinalizante.
A professora Carolina Sperb explica, no vídeo abaixo, como se dá a organização morfológica da Libras:
Sintaxe
A Sintaxe é a parte da língua que organiza as frases. Cada língua tem uma forma específica de compor as
suas frases. Às vezes, a frase é composta por Sujeito, Verbo, Objeto, por exemplo: O menino subiu na árvore.
A Libras também tem uma organização sintática própria.
Lembre-se que a sintaxe da LIBRAS é viso-espacial. Ou seja, para sinalizar é importante usar o espaço à
frente do sinalizador. A estrutura da frase em LIBRAS também pode ser diferente.
A professora Carolina Sperb explica no vídeo como se dá a organização sintática da LIBRAS:
Sêmantica e Pragmática
É importante também entender que o sentido se organiza de forma diferente nas línguas. Cada cultura tem
a sua própria forma de organizá-los. A LIBRAS também tem os seus sinais com sentidos próprios.
O estudo da semântica nos ajuda a entender o sentido das palavras ou dos sinais, mesmo que fora do
contexto. O estudo da pragmática nos ajuda a entender que o contexto é importante, visto que muitas
vezes para entender um sinal é preciso saber o contexto.Ao lado, nós temos o sinal de CASA, mas
dependendo do contexto ele pode ser traduzido diferentemente. Por exemplo, quando você quiser
perguntar onde uma pessoa mora, você também pode usar o mesmo sinal de CASA. O contexto da
conversa vai ajudar o surdo a entender o sentido do sinal.
A pragmática
Figura 6 e 7: Em sequência - bonito e muito bonito
Fonte: Imagem Patríca Rodrigues e Fotografia Carolina Sperb
Fonte: Corte do Livro da Produtora Natural
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É uma área que inclui os estudos da dêixis (utilização de elementos da linguagem através da
demonstração – indicação –, que envolve basicamente os pronomes), das pressuposições
(inferências e antecipações com base no que foi dito), dos atos de fala (como se organizam os atos
de fala e quais as condições que observam), das implicaturas (as coisas que estão subentendidas
nas entrelinhas, incluindo o significado que não foi dito explicitamente) e dos aspectos da estrutura
conversacional (a estrutura das conversas entre duas ou mais pessoas e a organização da tomada
de turnos durante a conversação). (QUADROS, KARNOPP, 2004, p.22-23)
A professora Carolina Sperb explica no vídeo como se dá a organização semântica e pragmática da LIBRAS: 
Propriedades Comuns
Os estudos linguísticos demonstram que as línguas de sinais possuem as mesmas características e
qualidades de qualquer outra língua:
Flexibilidade e versabilidade: As línguas de sinais são utilizadas para pensar, argumentar, narrar,
perguntar, afirmar, responder, etc. Você encontrará diversos vídeos disponíveis na internet, digitando Língua
Brasileira de Sinais, LIBRAS ou LSB e perceberá que os vídeos sinalizados desempenham diferentes funções.
Arbitrariedade: Convenção estabelecida pelos sinalizantes, na qual as línguas de sinais apresentam sinais
que não têm relação direta entre a forma e o significado. Nem sempre o sinal está ligado com a forma do
objeto.
Descontinuidade: Na Língua de Sinais, verifica-se o caráter descontínuo da diferença formal entre a forma e
o significado. Os sinais apresentados são realizados na mesma locação, com a mesma configuração de mão,
mas com uma pequena mudança no movimento e também com expressão diferente. 
Ainda assim, não se confundem ao serem produzidos em um enunciado, pois apresentam uma distribuição
semântica que não permite confusão entre os significados apresentados dentro de um determinado
contexto.
Criatividade/produtividade: As línguas de sinais são produtivas, assim como quaisquer outras línguas. Ou
seja, a partir de um número limitado de sinais, pode-se gerar um grande número de sentenças/frases.
Conforme coloca Gesser (2009), “podemos falar diversas coisas de diversas formas a partir das regras de
cada língua; regras que determinam a posição que cada elemento pode ocupar – por exemplo, podemos
dizer “o menino caiu” e não “menino o caiu”. (p.27)
Padrão: As línguas têm um conjunto de regras compartilhadas por um grupo de pessoas. As línguas de
sinais são altamente restringidas por regras. Você não pode produzir os sinais de qualquer jeito. Ao usar a
língua de sinais brasileira, por exemplo, você deve observar suas regras.
Dependência estrutural: Há uma relação estrutural entre os elementos da língua, ou seja, eles não podem
ser combinados de forma aleatória. Também é observada uma dependência estrutural entre os termos
produzidos nas línguas de sinais.
10 / 11Línguas de sinais: noções l inguísticas: Gramática das línguas de sinais

Contextos e práticas
Assista ao vídeo e veja exemplos sobre os parâmetros da língua de sinais: 
“Aula de Libras: Parâmetros”:
Experimentação
Assista ao vídeo “Estrutura Gramática da Libras – por Ronice Quadros”:
Resolução: o vídeo da professora e pesquisadora em linguística da língua de sinais permite conhecermos
um pouco mais os aspectos gramaticais através dos exemplos dados.
Aplicações
Para relacionarmos e complementarmos os assuntos estudados até aqui leia o artigo:
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: ASPECTOS LINGUÍSTICOS E
CULTURAIS
http://cnec.lk/0cwj
Sugiro fazer anotações sobre o mesmo pois, futuramente, auxiliarão em seus estudos.
 Referências
BRITO, Ferreira L. Por uma gramática das línguas de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.
CAMPELLO, A. R. S. Aspectos da visualidade na educação de surdos. 2008. 245 p. Tese (Doutorado)–
Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
Fonte: Amon
http://cnec.lk/0cwj
11 / 11Línguas de sinais: noções l inguísticas: Gramática das línguas de sinais
GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da
realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
PETTER, Margarida. Linguagem, língua, linguística. In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística: objetos
teóricos. São Paulo: Contexto, 2002.
QUADROS, Ronice Müller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos.
Porto Alegre: Artmed, 2004.
RIO GRANDE DO SUL. Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para
Pessoas. Minidicionário. Porto Alegre: FADERGS, 2010. Disponível em: <http://goo.gl/Qib1H2f>. Acesso em:
5 mar. 2015.
SACKS, O. (1990) Seeing Voices: a Journey into the World of the Deaf. New York: Harper Perennial.
Para Referenciar Este Material, Utilize
Libras [recurso eletrônico]: língua brasileira de sinais/Bianca Ribeiro Pontin...[etal.].– Dados eletrônicos. –
Porto Alegre: Profissional, 2015. Material adaptado por FONSECA, Sandro Rodrigues da; STÜRMER-
INGRASSIA, Ingrid Ertel.
CRÉDITOS
Autor: Ingrid Ertel Stürmer Ingrassia
http://goo.gl/Qib1H2f

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