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Tutela dos Interesses Difusos e Coletivos na Constituição Federal Brasileira

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR SANTA BÁRBARA
CURSO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO DE DIREITO
DJAVAN CESÁRIO VIEIRA
A TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA.
TATUÍ - SP
2020
DJAVAN CESÁRIO VIEIRA
A TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA.
Trabalho Extraordinário do Curso de Graduação Bacharelado em Direito da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara– FAESB, sob a orientação da Profº Domingos Polini Netto
TATUÍ – SP
2020
A TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA.
Diversas são as categorias de interesses existentes. A expressão interesse público revela o interesse de vantagem social, universal, da coletividade em sua universalidade considerada. Em senso lato, interesse público é o interesse do Estado. Cabe ao Estado, através do exercício de suas funções, determinar quais são os interesses públicos. Diversos são os casos em que o interesse público sobrepõe-se ao interesse privado, isto é, interesse individual, que diz respeito ao próprio indivíduo, não à coletividade.
Considerando que interesse do Estado/governante nem, todavia coincide junto ao bem comum da coletividade, divide-se interesse público em primário, que revela o bem geral, o interesse da coletividade conforme um todo; e secundário, que revela a maneira pelo qual os órgãos da administração veem o interesse público.
Interesses transindividuais ou coletivos em senso lato são aqueles compartilhados por grupos, classes ou categorias de pessoas (condôminos, sócios etc.). Posto que ultrapassem o âmbito particular, nunca chegam a ser considerados interesses públicos. Os detentores de tais direitos estão reunidos pela mesma relação jurídica ou fática, sendo reconhecido pela ordem jurídica o ingresso coletivo desses indivíduos à justiça.
Os interesses transindividuais podem ser separados em difusos, coletivos e individuais homogêneos.
 Interesses difusos possuem caráter impartível e seus titulares são pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Interesses coletivos, aqui utilizada a expressão em sentido estrito (em sentido abrangente são interesses de grupos, categorias ou classes de pessoas), são interesses transindividuaisindivisíveis de um grupo determinado ou determinável de pessoas, reunidas por uma relação jurídica básica comum. 
Interesses individuais homogêneos são os interesses de um conjunto de pessoas, Conjunto ou categoria de pessoas determinadas ou determináveis, que compartilhem prejuízos divisíveis, de berço comum, habitualmente oriundos das mesmas circunstâncias de fato.
DA TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
A Constituição Federal traz alguns instrumentos para amparo dos Interesses coletivos em sentido amplo. Em seu artigo 5º, inciso LXXIII prevê ser parte legítima para apontar ação popular visando à supressão de ato grave ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado concirna, à decência administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, qualquer cidadão. A legalidade ativa cabe exclusivamente ao cidadão, brasileiro nato ou naturalizado, e ao português equiparado. Normalmente, a defesa de interesses e m juízo dá-se pela legitimação ordinária, isto é, o próprio ofendido defenda o seu interesse.
Estaremos diante da hipótese de legitimação extraordinária caso alguém, em título próprio, tutelar em juízo interesse alheio. Trata - se de exceção, causa pela qual depende de expresso consentimento legal.
 Nesta hipótese, ocorre a comutação processual, jamais sendo caso de representação, uma vez que o legitimado comparece em juízo em título próprio, defendendo interesse que admite ser alheio. É o que intercorre nas possibilidades da ação civil pública e da ação coletiva, que buscam a defesa de interesses transindividuais.
Busca-se, simultaneamente a legitimação extraordinária, a efetiva defesa do interesse violado, posto que se está diante de interesses pertencentes a grupos, classes ou categorias de pessoas, seria árduo a reparação da ordem jurídica violada a partir da legitimação ordinária. 
Há quem classifique a legitimação extraordinária como legitimação ordinária ou autônoma, ou legitimação anômala de espécie mista, porque a propositura da ação igualmente serve para a defesa de interesse do autor.
A Constituição Federal, posterior à Lei 7.347/85 ampliou a lista dos legitimados ativos para a defesa dos interesses transindividuais, bem também o objeto das ações coletivas. As entidades associativas, caso expressamente autorizadas, passaram a deter legalidade para representar seus filiados em juízo ou fora dele. A matéria da ação popular igualmente foi dilatada.
 Ainda, a Constituição Federal instituiu o mandado de segurança coletivo, que pode ser impetrado por Grupo político, associação sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída em atividade há pelo menos um ano, em defesa de seus membros e associados.
Os sindicatos passaram a reter legitimação para a proteção dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria. 
O Ministério Público recebeu extensa legitimação para as ações civis públicas em defesa do patrimônio público e social, meio ambiente e outros interesses difusos e coletivos etc. 
Como se vê, encontramos na Constituição Federal diversos dispositivos relacionados à tutela e defesa dos interesses coletivos em sentido abrangente.
OS INTERESSES DIFUSOS E A LITIGIOSIDADE CONTIDA
Quando se fala em ingresso à Justiça, direito a todos constitucionalmente assegurado, nunca se pode restringir a ideia à justiça como instituição estatal. Para esse certo acesso, bastaria levar-se um determinado conflito de interesses ao Judiciário. O assunto está no alcance da tutela jurisdicional devida para a situação da reclamada, o que uniformemente faz parte da concepção constitucional de acesso à Justiça. Pois bem. 
O ingresso à ordem jurídica justa implica na participação de meios, técnicas processuais adequadas à resolução do conflito, terminando com a adequada e tempestiva tutela reclamada, proporcionando, portanto, o cumprimento do direito material.
Vê-se que nunca basta, portanto, o ingresso literal à Justiça, ao Poder Judiciário, e o alcance da tutela jurisdicional pretendida. Inevitável é, também, que está venha em período apropriado, o que implica em agilidade processual. Em vista disso diversas foram, e têm sido, as reformas processuais, que buscam justamente a pleno agilidade no alcance da consequência prática que o processo pode favorecer a quem dele necessita, o que proporciona, além disso, a tão almejada segurança jurídica.
Mas de nada adianta a consentimento da pretendida tutela, em diversos processos, com decisões contrárias, tutelas díspares, o que promove a instabilidade jurídica. Necessária também se mostra uma acepção uniforme do direito material, atingido, da mesma maneira, todos os casos que vinculem a mesma tese jurídica. 
Por todas as razões que dificultam o acesso à Justiça, na extensão do termo, ocorre o fenômeno da litigiosidade contida, gerado precisamente pelos conflitos que ficam certamente sem solução, provocando instabilidade social.
Essa litigiosidade contida foi minimizada pela Lei 9.099/95, que inaugurou representação mais célere e informal para sujeitar determinadas demandas. Igualmente houve consequência na legislação material, também é o caso do Código de Defesa do Consumidor, que sistematizou determinadas relações.
 A tutela era negada por conta da falta de possibilidade prática e financeira de abatimento da pretensão em juízo. Mas juntamente com o surgimento desses novos mecanismos facilitou a entrada à Justiça, o que, coligado ao abuso de fornecedores, por exemplo, aumentou consideravelmente as demandas judiciais propostas.
Mecanismos adequados para baixar o considerável volume de demandas, evitando, pois, decisões díspares, promovendo, portanto, a segurança jurídica e a estabilidade social, são as ações coletivas.
AÇÃO CIVIL
PÚBLICA
A distinção indispensável entre a ação privada e a pública reside na titularidade, isto é, posto que o Estado confere o exercício da jurisdição exclusivamente ao titular do interesse individual protegido, trata -se de ação privada, conforme que na ação pública o Estado confere a um órgão público especial o direito de ação.
Pode-se deduzir a ação civil pública como sendo a ação de assunto não penal proposta pelo Ministério Público e diversos outros co-legitimados, até órgãos públicos, para defesa de interesses transindividuais.
Refere-se a ação civil pública qualquer ação promovida com princípio na Lei n. 7.347/85. 
A legitimidade do Ministério Público para a acessão da ação civil pública jamais é exclusiva, segundo o art. 129, p. 1º, CF, sendo co-legitimados para a propositura da ação as pessoas jurídicas de direito público interno, as associações civis, os sindicatos e alguns outros órgãos e entidades. 
O Ministério Público como legitimado tem a obrigação de agir, do decurso a obrigatoriedade e indisponibilidade da ação pelo órgão (o que, de certa forma, é mitigado, uma vez que é executável, a depender do caso concreto, a transação.
Cabe, inclusivamente, composição extrajudicial, conhecida como termo de ajuste de conduta). Caso nunca verifique a participação de justa causa para atuar, deverá promover o arquivamento do inquérito civil ou das peças de competência, que se sujeita à análise através do Conselho Superior do Ministério Público.
 O arquivamento nunca impede que qualquer outro co-legitimado promova a ação civil pública caso cabível. Caso a associação legitimada desista do prolongamento da ação de forma infundada, ou abandone-a, cabe ao Ministério Público assumir o polo passivo.
Na hipótese o Ministério Público não seja o principal da ação, deverá, obrigatoriamente, agir conforme custos legis. 
Diverge a norma quanto a compreensão de ser cabível a propositura da ação através do Ministério Público caso esta versar sobre a defesa de interesses coletivos em sentido estrito ou individuais homogêneos, alguns entendendo que sim, outros acreditando que terá legitimidade somente enquanto o objeto da ação se referir a interesses difusos e coletivos, consoante a CF.
A ação civil pública destina-se à defesa de interesses transindividuais relacionados com o meio ambiente, comprador, bem cultural, infrações à ordem econômica e à economia popular, infrações de ordem urbanística, quaisquer outros interesses difusos ou coletivos. A ação pode ser de cunho condenatória ou qualquer outra. 
Em tese, qualquer indivíduo, física ou jurídica, pode integrar o polo passivo da contestação; mas, via de regra, os legitimados ativos jamais podem patentear passivamente a categoria, grupo ou classe de lesados.
Para a colheita de elementos para a propositura da ação civil pública o Ministério Público poderá instaurar inquérito civil, que igualmente pode servir de apoio para o termo de compromisso de ajuste de conduta, para a efetivação de audiências públicas, ou expedição de recomendações.
A deliberação poderá aduzir o quanto devido, mas se nunca o fizer caberá liquidação, sendo claro que o efeito desta decisão é erga omnes, favorecendo total o grupo lesado.
AÇÃO CIVIL COLETIVA PARA DEFESA DOS INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
Refere-se a ação civil coletiva qualquer ação fundada nos artigos 81 a 104 do CDC. 
Promove o ingresso à Justiça pelos consumidores, evitando a repetição de processos iguais, simultaneamente decisões contraditórias, solucionando conflitos próprios da sociedade massificada, prestigiando o hipossuficiente e vulnerável. 
As disposições legais para semelhante defesa foram inspiradas nas class actions for damages do direito norte-americano. 
A demanda poderá ter por assunto qualquer espécie de matéria, a partir de que se caracterize a tutela de interesse difuso, comum ou individual homogêneo, em tal grau a CF e também o CDC são expressos nesse sentido. Para uma parcela da doutrina a diferença entre ação civil pública e ação coletiva jamais tem o menor sentido. nunca se trata de duas espécies de ação, ambas, independentemente de quem é o autor, significam demanda com o propósito de tutelar os direitos transindividuais.
A tutela dos direitos individuais homogêneos concerne a um fato único, do qual decorrem diversas pretensões indenizatórias, o que acaba por dividir o processo em duas fases: o legitimado coletivo dá abertura à primeira fase, buscando o reconhecimento da obrigação de reparar, enquanto que a segunda fase é composta pela habilitação dos beneficiados na ação, buscando a efetivação do compromisso já reconhecida na fase antecedente.
Por isso a sentença é genérica, unicamente reconhece o dever do acusado pelos danos causados. Em acontecimento posterior caberá aos consumidores lesados, individualmente, seguir à apuração da sentença, provando o dano sofrido e o quanto de indenização. 
O que identifica os beneficiários atuais e potenciais da defesa pretendida, bem conforme a natureza do direito cuja defesa jurisdicional é requerida, é o assunto e a dimensão dos pedidos e do fato de pedir formulados na inicial. Muitas vezes pode ocorrer a cumulação dos pedidos, quais sejam, difuso, coletivo e indenizatório (individual homogêneo), o que torna efetivo a tutela do consumidor. 
Têm legalidade ativa extraordinária para a propositura da ação coletiva o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as entidades e órgãos da Administração direta ou indireta, mesmo que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa de interesses e direitos dos consumi dores, as associações legalmente constituí das há pelo menos um ano e que incluam através de seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos dos consumidores, dispensada a permissão de assemblar.
Salvo as hipóteses de atribuição federal, a alçada será da justiça local: na competência do lugar aonde ocorreu ou deva advir o agravo, quando de esfera local; na competência da capital do estado ou no Distrito Federal, para os danos de campo nacional ou regional, aplicando-se as regras do CPC a os casos de atribuição concorrente. 
Com relação à coisa julgada, a deliberação apropriada beneficia, via de regra, um grupo de pessoas determinando ou indeterminável, atingindo de maneira homogêneo a circunstância fática descrita na inicial da coletiva. Se infundado a súplica, com fundamento em prova insuficiente, é executável a propositura da demanda, com o mesmo alicerce, utilizando a nova prova. Essa é a regra disposta através do CDC caso, especificamente, cuida-se dos direitos difusos. É claro que, sendo um grupo determinado, a deliberação aproveita a todos os seus integrantes, e mais ninguém.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
O mandado de segurança coletivo vem previsto no artigo 5º, inciso LXX, CF.
A legitimidade ativa para a sua propositura compete a partido político com representação no Congresso Nacional e organização sindical, associação de classe ou entidade legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
Vê-se, portanto, que se trata de legitimação extraordinária, conferida ao representante de um grupo, classe ou categoria, para agir em juízo em título próprio, na defesa dos interesses do grupo. Salvo na hipótese de impetração por partido político, cuja legitimação conferida é ampla, sendo claro que poderá defender, com a impetração do mandado de segurança coletivo, quaisquer interesses coletivos ou difusos ligados à sociedade.
Serve para auxiliar o acesso à Justiça, o que permite a defesa, por pessoas jurídicas do interesse de seus membros ou associados, ou da sociedade conforme um todo, exceção a necessidade de um mandato especial ao partido político, por exemplo, evitando a abundância de ações idênticas, com delonga na prestação jurisdicional e risco de decisões contraditórias.
Tem como matéria a defesa dos mesmos direitos que podem ser assunto de defesa em sede de mandado de segurança individual, mas em sentido mais amplo, isto
é, relativamente à defesa dos interesses transindividuais, oposto ato ou omissão ilegais ou com abuso de poder de autoridade, desde que presente o direito líquido e certo.
A situação individual, específica de cada um, deverá ser analisada no instante de execução da sentença, sendo certo que, ao acatar a decisão judicial, a autoridade impetrada deverá demandar que cada beneficiário comprove pertencer à associação beneficiária, encontrando -se na circunstância fática descrita no mandado de segurança coletivo.
Em que pese entendimentos em acepção adverso, os beneficiários do arbitramento serão todos os associados que se encontrarem na circunstância descrita na inicial, sendo insignificante que tenham ingressado na associação antes ou depois do ajuizamento do Mandado de segurança coletivo, embora que o ingresso tenha se oferecido já na fase de efetivação da sentença, pois a deliberação de ilegalidade do ato dada pelo Judiciário confere a defesa ao direito líquido e certo.
A impetração do mandado de segurança coletivo por um dos legitimados constitucionalmente jamais impede sua acessão de forma individual, desde que presentes os requisitos constitucionais.
AÇÃO POPULAR
Prevista no art. 5º, inciso LXX III, da CF, e regulamentada pela Lei n. 4.717/65, trata -se de ação cuja legalidade ativa é conferida a qualquer sujeito, juntamente vistas à abolição de ato danoso ao patrimônio público ou de associação de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
É a ação popular, ao lado da eleição geral, do direito de voto em eleições, plebiscitos e referendos, da iniciativa popular de lei e do direito de associação e participação de partidos políticos, forma de exercício do poder popular.
Permite ao povo, precisamente, cumprir a função fiscalizatória do Poder Público, com sustentação no princípio da legalidade dos atos administrativos e na ideia de que a República é patrimônio do povo.
É cabível tanto a ação popular preventiva, ajuizada anteriormente ao acontecimento dos efeitos lesivos, como a repressiva, cujo ajuizamento ocorre em seguida ao prejuízo causado, buscando exatamente a reparação.
Consequentemente, tem por matéria a defesa de interesses difusos. Dois são os requisitos para a propositura da ação popular: requisito subjetivo, pelo qual só tem legitimidade ativa o cidadão; e o objetivo, atinente à natureza do ato ou omissão do Poder Público que se impugna, que deve ser obrigatoriamente lesivo ao patrimônio público, por ilegalidade ou imoralidade.
 Não há necessidade de esgotarem-se todos os meios administrativos e jurídicos de precaução ou punição aos atos ilegais ou imorais lesivos ao patrimônio público para que seja ajuizada a ação popular. 
A legitimidade ativa é conferida apenas e tão somente ao cidadão, seja ele brasileiro nato ou naturalizado, inclusive menor de 18 anos (desde que 
maior de 16 ), bem como o português equiparado, no gozo de direitos políticos, ao brasileiro, em razão do acordo de reciprocidade. Portanto, essencial que acompanhe a inicial da ação popular a cópia do título de eleitor ou certificado de equiparação e gozo dos direitos civis e políticos e título de eleitor, na situação dos portugueses equiparados a brasileiros.
São sujeitos passivos da ação popular, nos termos do art. 6º, da LAP, pessoas jurídicas públicas, vez da administração direta como indireta, também empresas públicas e sociedades de economia mista, ou privadas, em título das quais foi praticado o ato a ser abolido, e autoridades e funcionários ou administradores que tenham autorizado, ratificado, aprovado ou praticado pessoalmente o ato ou acertado o contrato contestado, ou que, por desídia, tiverem oferecido oportunidade à lesão, uma vez que também os beneficiários diretos do mesmo ato ou contrato.
A natureza jurídica da determinação a suceder proferida na ação popular é desconstituída-condenatória, porque anula o ato impugnado e condena os responsáveis e beneficiários em perdas e dados. Possui efeito erga omnes. É competente para o processo e julgamento da ação popular o juiz do lugar do ato a ser anulado. Jamais se admite, em sede de ação popular, o foro por privilégio de função.
PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
Define o CDC, art. 2º consumidor também sendo “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou emprego juntamente ao destinatário final; assemelha-se a consumidor a coletividade de pessoas, embora que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”.
Tal concepção do CDC igualmente alcança as vítimas de danos provocados por defeitos no produto ou relativos à parcela de serviços e as pessoas, determinadas ou jamais, expostas às práticas comerciais.
No art. 3º, caput, o C DC considera “fornecedor toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, pátrio ou estrangeira, bem também os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de manufatura, montagem, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”.
Na relação de consumo, o consumidor é a parte mais frágil, sendo hipossuficiente e vulnerável. 
Prevalece a compreensão de que o Ministério Público tem legalidade para a defesa de direitos transindividuais do consumidor, sobretudo os individuais homogêneos, sendo inquestionável a inexistência dessa possibilidade caso se tratar de direitos completamente individuais, já que disponíveis.
Tal compreensão baseia-se na súmula 643, STF. Desta forma, o Ministério Público poderá agir, todavia, na defesa de interesses difusos, à frente de sua abrangência. Na defesa de interesses coletivos e individuais homogêneos, poderá contribuir caso haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou pelas características do dano, ainda que possível, bem conforme seja acentuada a importância social do bem jurídico a ser protegido, e caso esteja em controvérsia a segurança de um método social, jurídico ou econômico, cuja preservação aproveite à coletividade conforme um todo. 
Segundo a súmula 7, do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, “o Ministério Público está legitimado à defesa de interesses individuais homogêneos que tenham expressão para a coletividade, conforme: a) os que digam respeito à saúde ou à segurança das pessoas, ou ao ingresso das crianças e adolescentes à educação; b) aqueles em que haja extraordinária dispersão dos lesados; c) caso convenha à coletividade o cuidado pelo funcionamento de um sistema econômico, social ou jurídico”. Para o Conselho, a legitimação dada pelo CDC para a defesa de interesses individuais homogêneos deve ser vista considerando- se a destinação institucional do Ministério Público, que sempre deverá agir na defesa de interesses indisponíveis ou que atinjam a sociedade como um todo. 
Cabível, na defesa do consumidor, consequentemente, qualquer tipo de ação civil pública ou coletiva, a partir de que na defesa de interesses transindividuais.
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE
Nos termos do artigo 30, inciso I, da Lei 6.938/81, “meio ambiente é o conjunto de condições, interações, leis e influências de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas a s suas formas”. 
Para a doutrina, integram o meio ambiente, também, a relação de elementos naturais, artificiais e culturais.
Assim, diante da amplitude do conceito de meio ambiente, consideram-se: meio ambiente natural (composto pelos bens naturais, solo, atmosfera, água, enfim, qual quer forma de vida), meio ambiente artificial (composto pelo espaço urbano construído), meio ambiente cultural (consistente na interação do homem ao ambiente, também incluído o meio ambiente do trabalho).
A proteção da flora e da fauna se dá não pelo fato de plantas e animais serem titulares de direito subjetivos, m as si m por serem valores éticos que informam o convívio humano.
Ao lado do dever negativo de não poluir, existe um dever consistente na prática de ato positivo, para impedir o dano ambiental ou para reparar o dano já ocorrido.
Não pode ser invocado o princípio da discricionariedade pela Administração para retardar ou se negar a combater a poluição. É das competências e pessoas a máxima responsabilidade pelo meio ambiente.
A legitimação para a ação ambiental é concorrente e disjuntiva, podendo propô-la todos os co-legitimados para a ação civil pública, agindo isoladamente ou em conjunto. O cidadão também pode defender o meio ambiente, por meio da propositura da ação popular. Sindicatos estão legitimados à defesa do meio ambiente do trabalho.
O polo passivo da ação ambiental será composto pelo poluidor, pessoa física ou jurídica. É possível, inclusive, a punição da pessoa jurídica também na esfera criminal, quando a infração tiver sido cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benfeitoria da entidade, jamais excluindo a obrigação das pessoas físicas envolvidas.
Admissível a desconsideração da pessoa jurídica em matéria ambiental, desde que sua personalidade se coloque como obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
REFERÊNCIAS:
https://www.passeidireto.com/arquivo/2347200/dp-difusos-e-coletivos
http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/direito-do-consumidor-2.htm
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/direitos-difusos-coletivos-em-sentido-estrito-e-individuais-homogeneos-conceito-e-diferenciacao/

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