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COMÉRCIO EXTERIOR
CURSOS DE GRADUAÇÃO − EAD
Comércio Exterior − Prof. Ms. Cassiano Ricardo dos Santos Pimentel
Cassiano Ricardo dos Santos Pimentel. Bacharel em Direito 
pela Faculdade de Direito de Franca-SP e mestre em Gestão 
Empresarial pelo Centro Universitário de Franca (UNI-Facef). 
Profissional da área de Comércio Exterior há 28 anos, trabalhei 
em grandes empresas exportadoras. Desde o ano 1990, tenho 
meu próprio escritório de agenciamento de exportação/
importação, possuindo clientes em todos os continentes. 
Frequentemente, participo de feiras internacionais expondo 
produtos de diversas fábricas brasileiras. Durante oito anos 
(1997-2004), fui vice-prefeito da cidade de Franca (SP), 
secretário de Desenvolvimento Econômico e Agropecuário 
e secretário de Educação e Esportes da mesma cidade. 
Atualmente, sou professor de Comércio Exterior no curso de Pós-graduação em 
Agronegócios da Faculdade de Agronomia "Dr. Francisco Maeda" (Fafran) e professor no 
curso de Bacharelado em Administração do Claretiano, atuando nas disciplinas Comércio 
Exterior, Relações Internacionais, Gestão de Serviços e Administração Pública.
e-mail: professor@cassianopimentel.com.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
COMÉRCIO EXTERIOR
Caderno de Referência de Conteúdo
Cassiano Ricardo dos Santos Pimentel
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2008 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 
337 P698c 
 Pimentel, Cassiano Ricardo dos Santos 
 Comércio exterior / Cassiano Ricardo dos Santos Pimentel – Batatais, SP : Claretiano, 
 2013. 
 256 p. 
 ISBN: 978-85-67425-03-0 
 
 1. Definições necessárias ao estudo do comércio exterior. 2. Conhecimento da história e da 
 evolução das trocas comerciais entre as nações e da política brasileira para o Comércio 
 Internacional. 3. Processo de internacionalização das empresas brasileiras. 4. Órgãos 
 intervenientes do comércio exterior. 5. Fórmulas contratuais típicas utilizadas no comércio 
 exterior (Incoterms e Transportes). 6. Direito Aduaneiros. 7. Definições necessárias ao estudo 
 do comércio exterior. 8. Modalidades de pagamentos utilizadas no comércio internacional. 
 9. Taxas cambiais. 10. Práticas de operações de exportação e importação. 11. Oportunidades 
 de negócio no mercado internacional. 12. Exportação de commodities agrícolas e minerais. 
 I. Comércio exterior. 
 CDD 337 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 11
3 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 33
UNIDADE 1 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 35
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 35
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 36
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 36
5 O COMÉRCIO INTERNACIONAL: SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO ....................... 36
6 MERCANTILISMO ............................................................................................. 39
7 FATORES DE INTERDEPENDÊNCIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO ........... 48
8 INTERESSES NO COMÉRCIO INTERNACIONAL ............................................... 51
9 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS LIGADAS AO COMÉRCIO 
INTERNACIONAL............................................................................................... 57
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 63
11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 64
12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 64
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 65
UNIDADE 2 – MERCADO INTERNACIONAL: PROTECIONISMO E BLOCOS 
ECONÔMICOS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 67
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 67
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 67
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 68
5 DOUTRINAS E BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL ........................ 68
6 DEFESA COMERCIAL ......................................................................................... 76
7 ACORDOS COMERCIAIS E FORMAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS .............. 80
8 PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS ................................................................ 89
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 95
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 95
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 96
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 97
UNIDADE 3 – MERCADO INTERNACIONAL: INTERNACIONALIZAÇÃO E 
FORMAÇÃO DE PREÇOS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 99
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 99
Claretiano - Centro Universitário
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 100
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 100
5 INTERNACIONALIZAÇÃO DA EMPRESA ..........................................................100
6 TIPOS DE EXPORTAÇÃO: DIRETA E INDIRETA ................................................. 106
7 FORMAÇÃO DO PREÇO DE EXPORTAÇÃO: CONCEITOS ................................ 112
8 PREÇO DE EXPORTAÇÃO: METODOLOGIA DE CÁLCULO ............................... 116
9 TERMOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO: CONCEITOS BÁSICOS .............. 118
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 127
11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 128
12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 128
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 129
UNIDADE 4 – MERCADO INTERNACIONAL: CÂMBIO E MODALIDADES 
DE PAGAMENTO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 131
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 131
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 131
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 132
5 MOEDA E CÂMBIO ........................................................................................... 132
6 OPERAÇÕES DE CÂMBIO ................................................................................. 136
7 MODALIDADES DE PAGAMENTO .................................................................... 145
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 153
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 153
10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 154
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 155
UNIDADE 5 – POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 157
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 157
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 158
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 159
5 POLÍTICA BRASILEIRA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR ................................... 159
6 ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ..................................... 166
7 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS ................................................... 172
8 PROCEDIMENTOS ADUANEIROS ..................................................................... 175
9 DOCUMENTOS REFERENTES À EXPORTAÇÃO E À IMPORTAÇÃO ................. 177
10 TRANSPORTE INTERNACIONAL ....................................................................... 186
11 MODAIS DE TRANSPORTE ............................................................................... 189
12 DOCUMENTOS UTILIZADOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL .................... 195
13 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 200
14 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 200
Claretiano - Centro Universitário
15 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 200
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 203
UNIDADE 6 – BENEFÍCIOS E FINANCIAMENTO NO COMÉRCIO EXTERIOR
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 205
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 205
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 205
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 207
5 BENEFÍCIOS FISCAIS NO COMÉRCIO EXTERIOR: CONCEITOS ....................... 207
6 BENEFÍCIOS FISCAIS NO COMÉRCIO EXTERIOR: DRAWBACK ....................... 210
7 FINANCIAMENTOS NO COMÉRCIO EXTERIOR: BNDES ................................. 212
8 FINANCIAMENTOS NO COMÉRCIO EXTERIOR: ACC, ACE, PROEX E LETRAS DE 
EXPORTAÇÃO (EXPORT NOTES) ...................................................................... 213
9 QUESTÃO AUTOAVALIATIVA ............................................................................ 218
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 218
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 219
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 219
UNIDADE 7 – COMMO++DITIES E POLÍTICA BRASILEIRA PARA AS 
 IMPORTAÇÕES
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 221
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 221
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 222
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 222
5 COMMODITY .................................................................................................... 223
6 PROCEDIMENTOS NA NEGOCIAÇÃO DE COMMODITIES ............................. 230
7 CÉDULA DE PRODUTO RURAL ......................................................................... 237
8 IMPORTAÇÕES .................................................................................................. 242
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 252
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 252
11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 253
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 254
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Definições necessárias ao estudo do comércio exterior. A história e a evolução das 
trocas comerciais entre as nações. A política brasileira para o comércio internacional. 
Processo de internacionalização das empresas brasileiras. Órgãos intervenientes do 
comércio exterior. Fórmulas contratuais típicas utilizadas no comércio exterior (Incoter-
ms e Transportes). Direitos aduaneiros. Definições necessárias ao estudo do comércio 
exterior. Modalidades de pagamentos utilizadas no comércio internacional. Taxas cam-
biais. Práticas de operações de exportação e importação. Oportunidades de negócio 
no mercado internacional. Exportação de commodities agrícolas e minerais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
"A exportação deve ser uma estratégia definitiva, não uma válvula 
de escape para um mercado interno ruim." (Scherban L. Cretoiu, In: 
Folha de S.Paulo, 2007)
1. INTRODUÇÃO
Os mercados internacionais exigem das empresas reflexões 
sobre temas que identifiquem novas estratégias de atuação. Ain-
da que não se tenha como objetivo principal a entrada em outros 
países, é preciso conhecer as regras de comércio para enfrentar a 
concorrência estrangeira no Brasil. 
Há muitas vantagens no comércio internacional, uma vez 
que essa opção pode representar eficiência para as empresas e a 
absorção do potencial de produção. 
©Comércio Exterior10
Quando se aborda o comércio internacional, a ideia que nos 
ocorre imediatamente é a de que se trata de relacionamentos en-
tre países. As empresas exportam e importam, mas, nesse contex-
to, é o país que está envolvido, tornando-se fundamental acompa-
nhar a sua política externa. 
Isso se torna ainda mais importante, tendo em vista que pre-
senciamos, atualmente, mudanças profundas no cenário político 
internacional, com o reequilíbrio na influência geopolítica e o sur-
gimento de novos atores globais, como alguns estados emergen-
tes, as organizações do Terceiro Setor e as grandes corporações 
empresariais, todos influindo, de maneira determinante, nas rela-
ções comerciais. 
No que cabe às empresas, a presença em novos mercados 
demanda estratégias, pesquisas sobre tendências e novos produ-
tos, investimentos em inovações tecnológicas, identificação de 
mercados consumidores potenciais e, é claro, apostas em um novo 
mundo dos negócios. 
Você vai conhecer o processo de evolução do comércio in-
ternacional, sua dinâmica e suas nuances, os interesses em parti-
cipação nesse mercado, as barreiras comerciais e os mecanismos 
de defesa contra práticas desleais de comércio. Serão abordadas, 
também, as regras e as práticas do mercado internacional, visando 
à elaboração de um planejamento de inserção internacional das 
empresas. 
As regras e as práticas estão em constante evolução e são 
frutos das negociações entre os países que sempre buscam opor-
tunidades de colocar seus produtos em outros mercados, visando 
ao desenvolvimento interno, com geração de empregos e, espe-
cialmente, com recursos para investimentos. 
O conhecimento do mercado internacional é necessário aos 
empresários, pois, mesmo que a empresa não vise aos negócios 
no exterior, ela estará enfrentando a concorrência internacional 
em seu próprio território.
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
Do mesmo modo, ao conhecer os mecanismos de negocia-
ção, as empresas podem usufruir dos acordos comerciais e, so-
bretudo, dos programas de incentivo à exportação adotados pelo 
governo brasileiro.
Para tanto, desejamos que seu estudo seja proveitoso, que 
ele mostre novas oportunidades de atuação e capacite você aos 
novos desafios empresariais. 
Confira, no início de cada uma das unidades que compõem este 
material didático, os objetivos e os conteúdos propostos, bem como 
as orientações que deverão ser seguidas ao longo dos seus estudos. 
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Prof. Ms. Cassiano Ricardo dos Santos Pimentel
Mestre em Gestão Empresarial
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse 
modo, esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento 
básico necessário a partir do qual você possa construir um refe-
rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, 
no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competên-
cia cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos começar pela 
apresentação das ideias e dos princípios básicos que fundamen-
tam este estudo.
Estudar o comércio exterior é um verdadeiro aprendizado de 
História, Economia, Direito, Sociologia e Política. Temos certeza, por-
tanto, de que passaremos um interessante período de estudo juntos.
Inicialmente, começaremos estudando a história da evolu-
ção das trocas comerciais. Para entender como o mundo chegou 
ao atual estágio de comércio internacional, é necessário que com-
© Comércio Exterior12
preendamos os fatores que levaram os primeiros mercadores a 
desbravarem caminhos e rotas desconhecidos em busca de novas 
fontes para os produtos dos quais a sociedade precisava.
Veremos a importância histórica desse período, que pas-
sou a ser chamado "mercantilismo", para a evolução econômica 
mundial. Ao estudar tal período, conheceremos o papel que cada 
Estado da época desempenhou para seu desenvolvimento e seu 
fortalecimento.
Assim, saberemos que Portugal, Espanha, França, Inglaterra, 
Holanda e Alemanha, entre outros países, tiveram papel funda-
mental − cada um à sua maneira − na construção do enorme e 
complexo mercado internacional.
Será interessante observar que características do período 
mercantilista, mesmo após quase 500 anos de seu início, ainda 
estão presentes na atual prática do comércio internacional. Aliás, 
estudaremos, mais adiante e de maneira detalhada, que alguns 
desses aspectos são motivo de graves disputas nos organismos in-
ternacionais. 
A conclusão desta primeira etapa, a qual destaca o mercan-
tilismo, irá nos levar a compreender, com bastante clareza, a im-
portância que o comércio internacional tem para todos os países 
atualmente, pois, independentemente do tamanho de cada um, 
todos são interdependentes.
O processo econômico global vivenciado atualmente cria 
uma dependência de insumos e mercados que somente por inter-
médio da dinâmica exportar/importar é possível resolver.
Em verdade, esse é um processo necessário e importante, 
pois, mais do que trocar mercadorias, fazemos o intercâmbio de 
culturas e estreitamos as relações entre os povos. É, como foi dito 
no início desta abordagem, estudar Comércio Exterior é estudar 
Relações Internacionais, Sociologia, Política e outros temas; é en-
tender a globalização – um fenômeno do modelo econômico capi-
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
talista que, na realidade, nos mostra todas as interligações econô-
micas, sociais, políticas e culturais dos países.
Veremos, também, que a dinamização das trocas interna-
cionais está diretamente ligada às necessidades do mercado. Tais 
necessidades são as dos países e as das empresas.
Os países, representados por seus governos, precisam ex-
portar para gerar divisas – a entrada de riqueza por meio dos pa-
gamentos – e, ao mesmo tempo, ter caixa para enfrentar os gastos 
que eles terão nas importações. 
Já as empresas têm de ampliar os mercados consumidores 
para seus produtos e, mais ainda, precisam buscar, nos mercados 
internacionais, informações para um melhor posicionamento de seu 
produto também no mercado interno. Portanto, o comércio exterior 
mostra-se, mais uma vez, uma via necessária de mão dupla.
Essa complexidade de interesses e de relações não se dá de 
forma totalmente autônoma e sem critérios. Havia, no início do 
século passado, entre os anos 1919 e 1939, ou seja, no período en-
tre as duas grandes guerras mundiais, um descontrole no sistema 
monetário e, também, no comércio mundial.
Por conta dessa situação, os países mais influentes – segui-
dos de muitos outros – começaram a articular propostas e meca-
nismos para organizar esse cenário caótico. Com esse propósito, 
ao final da Segunda Grande Guerra Mundial, houve um grande 
acordo nos Estados Unidos, chamado Bretton Woods, que resul-
tou na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco 
Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), preven-
do também a criação da Organização Internacional do Comércio 
(OIC). Esta última não se concretizou em virtude da desistência 
norte-americana, pois os Estados Unidos temiam que sua sobera-
nia no âmbito do comércio internacional pudesse sofrer algumas 
restrições com o surgimento dessa instituição.
© Comércio Exterior14
Como resposta à não criação da OIC, alguns países adotaram 
regras para o comércio internacional, que, unificadas em acordo, 
passaram a se chamar GATT ou, em português, Acordo Geral sobre 
Pautas Aduaneiras e Comércio. 
Mas não foi isso somente: durante mais de 47 anos, várias 
reuniões, chamadas Rodadas de Negociações Multilaterais de 
Comércio, foram realizadas para a discussão de problemas espe-
cíficos e a ordenação das regras no comércio mundial. Em 2001, 
houve a última negociação, chamada Rodada de Doha.
Nesse sentido, na Unidade 1, você vai conhecer organiza-
ções criadas com o propósito de ordenaras relações comerciais 
internacionais.
Na Unidade 2, começaremos a nos deparar com a atual reali-
dade do comércio internacional. Iremos conhecer o grande obstá-
culo para o comércio: o protecionismo, que é adotado por diversos 
países, em especial os países considerados ricos e desenvolvidos. 
Veremos que essa prática acaba prejudicando o livre-comércio e 
gerando, em contrapartida, ações de defesa comercial dos países 
que se veem prejudicados. 
Constatamos que o protecionismo se apresenta, atualmen-
te, sob diferentes roupagens, mas sempre apresentando as mes-
mas características dos antigos princípios mercantilistas, ou seja, 
atua no sentido de proteger a indústria e o comércio locais. 
Além das tradicionais formas de barreiras ao livre-comércio 
entre os países, como as barreiras tarifárias, crescem as limitações 
e as dificuldades no comércio entre os povos por meio das cha-
madas barreiras não tarifárias. Essas barreiras são mais sutis, e, 
na prática, são restrições à entrada de mercadorias importadas 
fundamentadas em requisitos técnicos, sanitários, ambientais, 
laborais e quantitativos (como cotas e contingenciamento de im-
portação). Contudo, muitas exigências técnicas são forjadas ou 
fragilmente embasadas em valores subjetivos e de acordo com os 
interesses de cada país. 
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
Países defendem-se, adotando medidas para as diversas 
ações protecionistas adotadas por outros países. Como exemplos 
de tais medidas de defesa, estudaremos o antidumping, as medi-
das compensatórias e as medidas de salvaguarda. 
Após esse estudo, teremos contato com o contexto político e 
econômico da atualidade: a formação dos blocos econômicos. Eles 
se tornaram uma resposta dada por muitos países às "dificulda-
des" (leia-se "barreiras") encontradas no comércio internacional. 
Os países começaram a perceber que as negociações co-
merciais tornar-se-iam mais eficientes se houvesse aproximação 
setorial de suas economias, por meio de acordos comerciais que 
estão sendo exaustivamente praticados, e, também, mediante a 
formação desses blocos econômicos. 
No estudo dos blocos econômicos, é interessante acompanhar 
as diversas fases da consolidação de um bloco, bem como notar que 
há muitas particularidades e muitos interesses envolvidos. Podere-
mos, por meio desse tópico a ser estudado, traçar uma compara-
ção entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), 
analisando o quanto o primeiro já avançou (e os novos problemas 
vivenciados) e o quanto o segundo ainda tem pela frente.
Ao final dessa unidade, vamos conhecer todos os principais 
blocos econômicos da atualidade e, dessa forma, teremos uma vi-
são geopolítica da maneira como o mundo está se configurando 
– lembre-se de que os temas políticos sempre influenciaram as 
decisões econômicas e comerciais.
Na Unidade 3, voltaremos as atenções à realidade do dia a 
dia nas empresas brasileiras. Vamos conhecer as estratégias que 
elas adotam ou podem adotar, como se inserir no comércio inter-
nacional, como estabelecer os primeiros contatos com mercados 
e clientes externos, o que pode ser feito por meio de viagens in-
ternacionais de negócios, pela visitação e participação em feiras 
internacionais e pelo comércio eletrônico, que cresce no mundo 
vertiginosamente. Além disso, essa unidade apresentará as par-
© Comércio Exterior16
cerias no mercado internacional; como podemos buscá-las e tê-
-las como importante instrumento para o avanço da empresa no 
mercado externo.
Veremos as diversas formas de exportação disponíveis às 
empresas, levando em conta suas limitações naturais em razão de 
sua estrutura profissional. Mostraremos que uma empresa seria-
mente interessada em entrar e em permanecer no mercado exter-
no pode vender seus produtos de forma direta e indireta.
A empresa usará a forma direta quando utilizar de sua própria 
estrutura e seu próprio registro de exportador para enviar seus produ-
tos para fora do país, e o fará de forma indireta quando se utilizar de 
outra empresa, que poderá ser uma trading company, uma empresa 
comercial exportadora, uma cooperativa ou consórcio de produtores 
ou, ainda, outra empresa que trabalhar somente com produtos de 
terceiros. 
Este estudo conduzirá ao tema mais delicado a todo empre-
sário, especialmente àquele que quer ser competitivo no mercado 
internacional: o preço. Vamos conhecer os mecanismos que uma 
empresa exportadora deverá levar em conta na formação de seu 
preço, bem como quais são os itens que deverá relevar e quais são 
os fatores que influenciam sua formação.
Aprenderemos que há compromissos e despesas que tam-
bém influenciam a determinação do preço e das responsabilidades 
do vendedor (exportador) e do comprador (importador). Tais com-
promissos e responsabilidades são internacionalmente estipulados 
pelos Incoterms, que, conforme veremos, são regras de comércio 
internacional que definem, de forma precisa, os direitos e as obri-
gações das partes, indicando em que momento e em qual local ter-
mina a responsabilidade do vendedor e se inicia a do comprador. 
Estudaremos, ainda, essas regras e seus termos correspondentes. 
A Unidade 4 tratará da questão do câmbio e das modalida-
des de pagamento que são utilizadas nos processos de exportação 
e de importação. Veremos a evolução do dólar como moeda de re-
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
ferência nas transações internacionais, uma vez que sua importân-
cia tem sido crescente em todo o mundo, fato esse que o tornou a 
moeda principal na reserva cambial de muitos países.
O dólar passou a circular na economia mundial cada vez mais e 
se tornou importante não só para os países, mas também para as em-
presas e as pessoas. Durante muito tempo, o padrão-ouro foi adotado 
na compensação entre os países, estabelecendo o lastro e a força das 
economias nacionais. Logo após o Acordo de Bretton Woods, o dólar 
norte-americano foi elevado à condição de moeda-padrão. 
O dólar é a moeda adotada em praticamente todas as tran-
sações comerciais internacionais e em todos os negócios de com-
pra e venda no mercado internacional. Com ele, há uma relação de 
câmbio, ou seja, a compra e a venda de moedas estrangeiras ou de 
papéis que as representem.
O câmbio é resultado da política cambial de um país, sendo 
diretamente ligado à sua política monetária. A política cambial, por 
sua vez, resulta das regras e dos mecanismos utilizados pelo gover-
no para controlar no país a entrada e a saída de moedas estrangei-
ras, visando à manutenção do equilíbrio das contas externas.
Essa política cambial determina a taxa de câmbio, que é o preço 
da moeda estrangeira expresso em moeda nacional. Ela será determi-
nada por valores diferentes; em outras palavras, a taxa de compra é 
utilizada nas exportações e a taxa de venda, nas importações.
Desse modo, analisaremos os contratos de câmbio, que são 
firmados entre o vendedor e o comprador de moeda estrangeira, 
em que são estabelecidas as características e as condições sob as 
quais se realizará a operação de câmbio.
Conheceremos o esforço que o Brasil tem feito para facilitar 
e viabilizar as exportações. Como exemplo disso, estudaremos o 
Simplex (Contrato de Câmbio Simplificado), que visa desburocra-
tizar as exportações para pequenas e médias empresas, uma vez 
que essas exportam pequenos valores. 
© Comércio Exterior18
Avançando nessa unidade, teremos contato com as modali-
dades de pagamento, demonstrando como e em quais condições 
é efetuado um pagamento antecipado; o que é uma cobrança do-
cumentária e uma remessa direta de documentos; além da moda-
lidade de pagamento mais usual: a carta de crédito. 
Este Caderno de Referência de Conteúdo tem o objetivo de 
ensinar a você, atual ou futuro profissional envolvido com o co-
mércio internacional, quais são os suportes e os instrumentos que 
o Brasil oferece para o crescimento nessa área. Portanto, daremos 
ênfase, na Unidade5, ao estudo da política de comércio exterior 
brasileiro. 
Nela, aprenderemos que, até 1990, o Brasil adotava o mo-
delo protecionista-exportador, ou seja, acreditava-se era preciso 
exportar ao máximo e evitar que produtos estrangeiros entrassem 
no país e prejudicassem a exclusividade, usufruída por indústrias 
brasileiras, ao dispor seus produtos no mercado interno. Hoje, 
sabemos que essa política protecionista-exportadora contribuiu 
para o atraso tecnológico em diversos setores brasileiros e levou 
a população, por muito tempo, à falta de opções e de competitivi-
dade no mercado. 
Entretanto, como veremos, desde 1990, o Brasil vem ado-
tando políticas mais flexíveis e modernas no comércio exterior, 
possibilitando avanço para as empresas brasileiras e contribuído 
para elevar o país à posição de Global Player econômico.
Estudando esse tema, você terá a oportunidade de conhecer 
a estrutura de comércio exterior disponível atualmente no Brasil, 
pois, além da estrutura oficial, representada pelo Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que, por 
meio de todos os seus órgãos internos, é, tecnicamente, o respon-
sável pela política de comércio exterior, contamos com outras es-
truturas de apoio e de fomento, programas de desburocratização 
das exportações/importações e programas de financiamento para 
as ações voltadas à dinamização das exportações brasileiras.
Claretiano - Centro Universitário
19© Caderno de Referência de Conteúdo
Nesse contexto, iremos conhecer a Agência de Promoção de 
Exportação (Apex), que é encarregada de promover, apoiar e im-
plantar as iniciativas voltadas para as exportações brasileiras. Ela foi 
significativamente reformulada no governo anterior (2002-2010), e, 
atualmente, desenvolve projetos com mais de 60 setores determi-
nantes da economia nacional. Tais projetos têm sido fundamentais 
na obtenção dos excelentes resultados da balança comercial, por 
meio da diversificação da pauta exportadora, da abertura de novos 
mercados, da consolidação e da ampliação dos mercados tradicio-
nais e, em particular, do crescimento notável nas vendas de itens 
com maior valor agregado. 
Ainda na Unidade 5, veremos como funcionam o Sistema In-
tegrado de Comércio Exterior (Siscomex) e o Sistema de Informa-
ções do Banco Central (Sisbacen).
O primeiro é um sistema de informática que integra as ativi-
dades de registro e o acompanhamento e controle das operações 
de comércio exterior mediante fluxo único e computadorizado de 
informações. Ele é administrado em conjunto pela Receita Federal, 
pelo Banco Central do Brasil e pela Secretaria de Comércio Exterior 
(Secex). Tal sistema é importante porque filtra todas as informa-
ções relacionadas a cada processo exportador e importador, ao 
mesmo tempo em que desburocratiza e classifica as informações 
interessantes à Receita Federal, ao Banco Central e à política fede-
ral de desenvolvimento industrial e comercial, materializada nas 
ações da Secretaria de Comércio Exterior.
Outro importante aspecto é que o Siscomex permite integral 
relacionamento entre os órgãos federais, conhecidos como órgãos 
gestores e intervenientes, e os demais envolvidos no comércio ex-
terior, chamados usuários. É uma ferramenta importantíssima no 
aperfeiçoamento dos procedimentos de exportação e de importação, 
porque, ao adotar um fluxo único de informações, que é tratado pela 
via informatizada, permitiu a eliminação de diversos documentos uti-
lizados no processamento das operações do comércio exterior.
© Comércio Exterior20
O segundo – o Sisbacen – possibilita integração ágil e dinâ-
mica entre o Banco do Brasil e os agentes do sistema financeiro na-
cional autorizados a operar com câmbio e comércio exterior. Com 
ele, o Banco Central monitora e fiscaliza o mercado de câmbio. 
Além desses temas, estudaremos, nessa unidade, a classifi-
cação fiscal das mercadorias ou, simplesmente, o Sistema Harmo-
nizado (SH), um método internacional de classificação de merca-
dorias fundamentado em uma estrutura de códigos e respectivas 
descrições. Esse sistema permite que todos os participantes de 
um processo de comércio exterior saibam, por intermédio dessas 
classificações, de todos os detalhes do produto negociado. Essa 
padronização facilitou, consideravelmente, a coleta e a exatidão 
das informações no comércio internacional. 
Caminhando para o encerramento da unidade, faremos um 
estudo detalhado acerca da parte mais burocrática do comércio 
exterior, que são os procedimentos, as etapas do processo e os 
documentos a eles correspondentes. 
Basicamente, mencionaremos três conjuntos de documentos: 
• os referentes ao exportador ou ao importador;
• os relativos ao contrato de exportação ou de importação; e 
• os concernentes à mercadoria. 
Ou seja, no primeiro conjunto, trataremos dos documentos 
referentes ao exportador/importador, da inscrição no Registro de 
Exportadores e Importadores (REI) da Secex/MDIC, por meio do 
sistema Radar da Secretaria da Receita Federal.
No segundo conjunto, iremos aprender sobre os documen-
tos referentes ao contrato de exportação: fatura pró-forma (pri-
meiro documento emitido em uma venda ao mercado externo – a 
Proforma Invoice), carta de crédito (gerada a partir da Proforma 
Invoice), letra de câmbio e contrato de câmbio. 
No terceiro conjunto, analisaremos uma quantidade maior 
de documentos, como o Registro de Exportação (RE), o Registro de 
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
Operação de Crédito (RC), o Despacho Aduaneiro de Exportação, a 
nota fiscal, o Conhecimento de Embarque, o Commercial Invoice, 
o Packing List, o Certificado de Origem, entre outros.
Finalmente, encerrando a Unidade 5, conheceremos os mo-
dais de transporte internacional de cargas com detalhes, pois eles 
são fatores fundamentais na definição do custo final da mercado-
ria e no atendimento das condições de prazo e entrega pactuadas 
com o importador. 
A Unidade 6 é a mais reduzida, mas não menos importante, 
pois trata dos benefícios fiscais e dos financiamentos no comércio 
exterior. O estudo dos benefícios fiscais é importante porque, na 
formação dos preços, é preciso saber quais são as vantagens com-
petitivas das quais poderemos nos utilizar. Aqui, saberemos que os 
governos costumam isentar os produtos exportados dos impostos 
indiretos, o que inclui os incidentes nos insumos (as matérias-pri-
mas, as embalagens, as partes e as peças) que são incorporados 
ao produto final.
Nesse conjunto de benefícios fiscais, vamos conhecer o 
drawback, um mecanismo que dá ao exportador a possibilidade 
de adquirir a preços internacionais e desonerados de impostos as 
matérias-primas e os insumos incorporados ou utilizados na fabri-
cação de produtos a serem integralmente exportados, verificando, 
ainda nesse estudo, a sua importância. 
O drawback apresenta três modalidades diferentes: a sus-
pensão, a isenção e a restituição. Há, também, o drawback interno 
ou drawback verde e amarelo, que possibilita ao exportador ad-
quirir determinadas matérias-primas, certos produtos intermediá-
rios e materiais de embalagem (de fabricação nacional) com o in-
centivo da suspensão do Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI), para usá-lo em produtos que serão exportados. 
Ainda nesta unidade, estudaremos os vários financiamentos 
disponíveis aos exportadores. Alguns são feitos antecipadamente 
à exportação, tal como o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio 
© Comércio Exterior22
(ACC), e outros são realizados após o embarque, como é o caso do 
Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), que é o financia-
mento concedido no pós-embarque da mercadoria.
Na Unidade 7, iremos estudar as commodities e o processo de 
importação. Esse estudo é fundamental, levando em conta que o Bra-
sil é, se não o maior, um dos maiores exportadores de cereais e miné-
rios do mundo, sendo assim um grande exportador de commodities 
agrícolas e de commodities minerais. 
Conforme veremos, commodityé o termo que designa um 
tipo particular de mercadoria em estado bruto – in natura ou pri-
mária –, cultivada ou de extração mineral, podendo ser estocada 
durante um período de tempo sem que perca sua qualidade.
Esse estudo irá mostrar que o mercado internacional de 
commodities é mais rigoroso e complexo e que o acesso a ele não 
é fácil. Normalmente, a negociação de um produto de commodity 
é árdua e morosa; os negociadores têm um longo caminho para 
percorrer até que todas as informações e garantias necessárias ao 
êxito do contrato sejam dadas e provadas. Assim, para que você 
tenha uma melhor compreensão desse processo, apresentaremos 
um roteiro completo de todas as etapas dessa negociação.
Apresentaremos também a Letter of Intent (LOI), ou seja, a 
carta emitida pelo importador e que gera todo o processo de com-
pra e de venda com a prova de capacidade financeira (soft probe) 
que o importador deverá efetuar logo no início do contato. Vere-
mos o documento Full Corporate Offer to Sell (FCO), que, na se-
quência, o exportador encaminha ao importador com a sua oferta 
de venda. 
Estudaremos, ainda, cada um dos demais documentos que 
são gerados no processo de exportação de uma commodity, lem-
brando que tanto o cuidado quanto a segurança que se buscam 
por intermédio da documentação e das garantias bancárias foram 
adotados pela sugestão da Câmara de Comércio Internacional 
(CCI). Só assim é possível garantir mais lisura nesses negócios. O 
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
mercado de commodities é alvo de constantes especulações, logo, 
todos esses procedimentos são necessários. 
Ao final dessa unidade, que especialmente tratará do tema 
das commodities, aprenderemos sobre o embarque destas, que, 
por se tratar de embarque marítimo, tanto para as commodities 
agrícolas quanto para as minerais, contempla uma variedade de 
navios de carga. Conheceremos os principais e mais utilizados. 
Finalmente, encerrando a unidade, apresentaremos a Cédu-
la de Produto Rural (CPR), que é um instrumento de comerciali-
zação antecipada de commodities muito utilizado no mercado in-
ternacional. Todos os profissionais que operam com o comércio 
internacional precisam conhecê-lo para ter uma análise atualizada 
do mercado. 
Esperamos que este estudo seja importante para o exercício 
de sua profissão e, em especial, que você possa, partindo dele, 
identificar novas oportunidades para seu enriquecimento profis-
sional. Lembre-se de que todo o esforço feito para a compreensão 
e a aprendizagem desse conteúdo terá como resultado uma baga-
gem nova de informações e de possibilidades que serão, eterna-
mente, suas.
Bom estudo! 
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados em Comércio Exterior. Veja, a 
seguir, a definição dos principais conceitos: 
1) ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio: cons-
titui antecipação parcial ou total por conta do preço em 
moeda nacional da moeda estrangeira comprada para 
entrega futura, podendo ser concedido a qualquer tem-
po, a critério das partes (adaptado de BACEN, 2012b).
© Comércio Exterior24
2) ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues: finan-
ciamento concedido após o embarque da mercadoria ou 
da prestação do serviço (adaptado de BACEN, 2012c). 
3) Aduana (do árabe addivar ou addiuãn): estação arreca-
dadora de impostos, local onde se pagam os impostos 
para importação.
4) Apex-Brasil – Agência de Promoção de Exportações: im-
portante agência governamental que atua na promoção 
comercial de produtos e serviços brasileiros no exterior 
e tem também o objetivo de atrair Investimentos Estran-
geiros Diretos (IED) para setores importantes e estratégi-
cos da economia brasileira.
5) Alfândega (do árabe al-fundugã): repartição encarrega-
da de vistoriar bagagens, mercadorias em trânsito e co-
brar direitos de saída e entrada.
6) Bacen – Banco Central do Brasil: "O Banco Central do 
Brasil, criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 
é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fa-
zenda, que tem por missão assegurar a estabilidade do 
poder de compra da moeda e um sistema financeiro só-
lido e eficiente. Entre as suas atividades principais des-
tacam-se: a condução das políticas monetária, cambial, 
de crédito, e de relações financeiras com o exterior; a 
regulação e a supervisão do Sistema Financeiro Nacional 
(SFN); e a administração do sistema de pagamentos e do 
meio circulante" (BACEN, 2012e).
7) Blocos econômicos: segundo a Comissão Parlamentar 
Conjunta do Mercosul "[...] são associações de países 
que estabelecem relações econômicas privilegiadas en-
tre si [...]".
8) Câmbio: "operação financeira caracterizada pela troca 
da moeda de um país pela moeda de outro [...]" (BRASIL 
ESCOLA, 2012a).
9) Carta de crédito: "[...] modalidade de pagamento mais 
difundida no comércio internacional, pois oferece maio-
res garantias, tanto para o exportador como para o im-
portador [...]" (APRENDENDO A EXPORTAR, 2012c).
Claretiano - Centro Universitário
25© Caderno de Referência de Conteúdo
10) CPR – Cédula de Produto Rural: título cambial que pode 
ser transferido por endosso, por meio do qual o emiten-
te, que é o produtor rural e suas associações, incluindo 
as cooperativas, vende a termo sua produção agrope-
cuária, recebe o valor da venda no ato da formalização 
do negócio e compromete-se a entregar o produto ven-
dido na quantidade e na qualidade combinadas no local 
e na data estipulados no título.
11) Cobertura cambial: nas operações de exportação, é o 
pagamento proveniente do exterior em razão de remes-
sa de produto.
12) Comércio internacional: constitui-se na entrada e saída 
de mercadorias (produtos) em um país, provenientes do 
exterior e/ou destinadas a este, podendo compreender, 
também, certos serviços. 
13) Commercial invoice: documento necessário para o de-
sembaraço da mercadoria pelo importador, abrangendo 
todos os elementos relacionados à operação de expor-
tação. "É similar à fatura definitiva, porém com caracte-
rísticas de um orçamento, ou seja, não gera obrigação 
de pagamento por parte do comprador" (MDIC, 2012a).
14) Commodity: termo que designa um tipo particular de 
mercadoria que está em estado bruto – in natura ou pri-
mário –, cultivada ou de extração mineral, podendo ser 
estocada durante um período de tempo sem perda sensí-
vel de sua qualidade [...] (adaptado de GONÇALVES, 2012).
15) Contrato de câmbio: "[...] documento que formaliza as 
operações de mercado que implicam a entrada ou a saí-
da efetiva de moeda estrangeira no país [...]. Exemplos: 
operações com os exportadores, os importadores, os 
viajantes etc. [...]" (adaptado de BACEN, 2012d).
16) Defesa comercial: consiste no conjunto de medidas de 
defesa da indústria doméstica, em razão de práticas des-
leais (dumping e subsídios) ou dificuldades perante sur-
tos de importação (salvaguarda).
17) Drawback: incentivo dado à exportação. Esse mecanismo 
tem por objetivo dar ao exportador a possibilidade de ad-
quirir a preços internacionais e desonerados de impostos as 
© Comércio Exterior26
matérias-primas e os insumos incorporados ou utilizados na 
fabricação de um produto a ser integralmente exportado.
18) Dumping: prática comercial que consiste em uma ou 
mais empresas de um país venderem seus produtos por 
preços extraordinariamente abaixo do seu justo valor, 
por determinado tempo, para outro país. Tais preços, 
geralmente, são menores do que aqueles cobrados pe-
los produtos no país exportador, visando, dessa forma, 
prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos simila-
res concorrentes no local, e passando, na sequência, a 
dominar o mercado e a impor preços altos.
19) Empresa comercial exportadora: assemelha-se à trading 
company. Na prática, a diferença consiste no fato de que 
as tradingcompanies são utilizadas, geralmente, para a 
exportação de grandes volumes e de certos conglomera-
dos de produtos, enquanto as comerciais exportadoras 
são usadas por médias ou pequenas empresas que não 
possuem estrutura própria para a comercialização e que 
não têm experiência com o comércio internacional.
20) Eadi – Estação Aduaneira Interior: recinto alfandegado 
de uso público no qual são movimentadas, armazenadas 
e despachadas as mercadorias ou bagagens.
21) Frete collect: frete "a pagar", podendo ser pago em 
qualquer lugar do mundo, uma vez que o transportador 
será avisado por seu agente sobre o recebimento do fre-
te para, então, proceder à liberação da mercadoria.
22) Frete prepaid: pago no local do embarque, imediata-
mente depois dele.
23) Incoterms – International Commercial Terms, em portu-
guês, Termos Internacionais de Comércio: servem para 
definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e 
venda internacional, os direitos e as obrigações recípro-
cos do exportador e do importador, estabelecendo um 
conjunto-padrão de definições e determinando regras e 
práticas neutras. Por exemplo: onde o exportador deve 
entregar a mercadoria, quem paga o frete, quem é o res-
ponsável pela contratação do seguro (APRENDENDO A 
EXPORTAR, 2012b).
Claretiano - Centro Universitário
27© Caderno de Referência de Conteúdo
24) Internacionalização: refere-se à maneira como uma em-
presa se insere e se posiciona no mercado internacional.
25) Jurisdição aduaneira: região onde se tem poder para 
exercer negócios e aplicar as leis. Exercício do direito nos 
limites da competência dentro do território.
26) Mercado de câmbio: ambiente abstrato no qual se rea-
lizam as operações de câmbio entre agentes autorizados 
pelo Banco Central de um determinado país e seus clien-
tes.
27) Moeda conversível: moeda que pode ser trocada em 
qualquer parte do mundo.
28) Organismos internacionais: entidades detentoras de 
personalidade jurídica e de Direito Internacional forma-
das por estados.
29) Proforma Invoice: primeiro documento oficial emitido 
pela fábrica com base na manifestação de interesse de 
seu produto pelo importador.
30) Proex – Programa de Financiamento à Exportação: pro-
grama criado pelo governo brasileiro com a finalidade 
de proporcionar ao exportador brasileiro condições de 
financiamento compatíveis com as praticadas no merca-
do internacional.
31) Protecionismo: "é uma doutrina, uma teoria que prega 
um conjunto de medidas a serem tomadas no sentido 
de favorecer as atividades econômicas internas de um 
país, reduzindo e dificultando, ao máximo, a importação 
de produtos e a concorrência estrangeira [...]" (BRASIL 
ESCOLA, 2012b).
32) Salvaguardas: medidas de urgência aplicadas contra as 
importações de produtos determinados, independente-
mente de sua procedência, e que podem ser aplicadas 
unicamente durante o período necessário para prevenir 
ou reparar o dano e facilitar o reajuste da indústria na-
cional (adaptado de TESOURO NACIONAL, 2012).
33) Sisbacen – Sistema de Informações do Banco Central: 
"conjunto de recursos de tecnologia da informação, in-
terligados em rede, utilizado pelo Banco Central na con-
dução de seus processos de trabalho" (BACEN, 2012f).
© Comércio Exterior28
34) SH – Sistema Harmonizado: "[...] método internacional de 
classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura 
de códigos e respectivas descrições [...]" (MDIC, 2012). 
35) Siscomex – Sistema Informatizado de Comércio Exte-
rior: programa informatizado do governo federal que 
integra as atividades de registro das operações de ex-
portação e de importação.
36) Soberania: poder supremo para fazer leis que modelam 
as instituições e organizam as relações em sociedade.
37) Subsídio: "o subsídio à exportação é um benefício con-
cedido a uma empresa por um governo dependente de 
exportações. O subsídio doméstico é um benefício não 
diretamente vinculado a exportações" (SICE, 2012).
38) Taxa de câmbio: "taxa de câmbio é o preço de uma moe-
da estrangeira medido em unidades ou frações (centa-
vos) da moeda nacional [...]" (BACEN, 2012g).
39) Território: conceito jurisdicional – local onde se aplica o 
próprio direito.
40) Trading company: empresa comercial exportadora dedi-
cada ao comércio internacional. Serve como canal alter-
nativo de exportação às empresas que não dispõem de 
uma estrutura suficiente para o seu estabelecimento no 
mercado internacional.
Esquema dos Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você mes-
mo faça seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo seu mapa 
mental. Esse exercício é uma forma de você construir seu conhe-
cimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias 
percepções.
É importante ressaltar que o propósito do Esquema dos Con-
ceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre os 
conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos 
Claretiano - Centro Universitário
29© Caderno de Referência de Conteúdo
para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação 
e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir seu conhecimento 
de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos sig-
nificativos no seu processo de ensino e aprendizagem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem esco-
lar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em 
Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia 
fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que estabelece que 
a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de pro-
posições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e infor-
mações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e 
externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar 
significativa a sua aprendizagem, transformando seu conhecimen-
to sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabelecendo 
uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que 
já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site 
disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconcei-
tuais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 
© Comércio Exterior30
 
COMERCIO EXTERIOR 
(COMEX) 
 Definição 
 Histórico 
 Aspectos Gerais 
 Protecionismo 
 Blocos Econômicos 
 Câmbio e Modalidades de 
Pagamento 
 Benefícios do COMEX  
 Política do Comex Brasileiro: 
 Financiamento 
 Importações  
 Commodities 
 Internacionalização e formação 
de Preços 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Comércio 
Exterior.
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagemque vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
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31© Caderno de Referência de Conteúdo
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las à prática do comércio exterior, pode ser uma forma 
de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolu-
ção de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se 
preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além 
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus co-
nhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática 
profissional. 
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
© Comércio Exterior32
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote suas reflexões em seu 
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão 
ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções 
científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para seu amadureci-
mento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
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33© Caderno de Referência de Conteúdo
3. E-REFERÊNCIAS
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______. Sisbacen. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?sisbacen>. Acesso em: 31 
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______. Taxa de câmbio. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?taxcamfaq>. Acesso 
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Técnica que entre si celebram o Banco Central do Brasil e o Conselho Administrativo de 
Defesa Econômica. Brasília, 31 de agosto de 2005. Disponível em: <http://www.bcb.gov.
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www1.folha.uol.com.br/fsp/negocios/cn0508200703.htm>. Acesso em: 25 set. 2012.
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© Comércio Exterior34
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______. Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Disponível em: <http://www.
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SICE. SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR – SICE. Dicionário de 
termos de comércio. Disponível em: <http://www.sice.oas.org/dictionary/SACD_p.
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TESOURO NACIONAL. Mercosul: sobre livre-comércio, salvaguardas e restrições 
voluntárias de exportação. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/premio_
TN/XPremio/mercosul/1mercosulXPTN/1premio_mercosul.pdf>. Acesso em: 31 jul. 
2012.
1
EA
D
Noções Introdutórias 
do Comércio 
Internacional
1. OBJETIVOS
• Conhecer e compreender o surgimento e a evolução das 
trocas internacionais.
• Identificar a importância da participação de tais trocas no 
cenário internacional.
2. CONTEÚDOS
• Breve definição da expressão "comércio internacional".
• Aspectos gerais do comércio internacional.
• Histórico da evolução do comércio internacional.
• Mercantilismo: princípios e modalidades.
• Os interesses no comércio internacional.
• As organizações internacionais ligadas ao comércio inter-
nacional.
© Comércio Exterior36
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de dar início ao estudo desta unidade, é importante 
que você leia as orientações a seguir:
1) Sempre tenha em mãos os significados dos conceitos expli-
citados no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo Esque-
ma de Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades 
deste Caderno de Referência de Conteúdo. Isso poderá facili-tar muito sua aprendizagem e seu desempenho.
2) Procure estar sempre atento às novidades a respeito 
das transações comerciais nacionais e internacionais 
e dos temas a elas vinculados. Para tanto, acompanhe 
periódicos de Economia, que podem ser encontrados 
nos principais jornais e nas revistas mais importantes da 
área, bem como em sites e programas de televisão que 
abordam tal assunto. A atualização de conhecimentos é 
fundamental para sua formação.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, serão abordados os conceitos relacionados 
ao comércio internacional, a saber: seus aspectos gerais; os inte-
resses, as doutrinas e as barreiras inerentes à prática comercial; e, 
por fim, os organismos internacionais a ele vinculados.
Vamos lá?!
5. O COMÉRCIO INTERNACIONAL: SUA ORIGEM E 
EVOLUÇÃO
Comércio internacional é a expressão que define o inter-
câmbio (compra, venda ou troca) de bens ou de serviços entre 
nações distintas, gerando, consequentemente, a circulação de ca-
pitais entre elas. 
Todavia, é necessário ressaltar que esse termo se refere, 
apenas, ao comércio entre as nações, pois o termo "internacio-
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37© U1 - Noções Introdutórias do Comércio Internacional
nal" é relativo às "relações entre as nações" (HOUAISS, 2009). Já a 
expressão comércio exterior é usada quando se trata de um país.
Para você compreender melhor essa explicação, veja o exem-
plo a seguir:
• O Brasil participa do comércio internacional com 1,2% do 
volume total negociado.
• O comércio exterior brasileiro representa 1,2% do comér-
cio internacional.
Após a breve explanação a respeito da definição de comércio 
internacional, essencial para este estudo, trataremos, agora, das 
origens e da evolução do comércio internacional.
Origem e evolução do comércio
O homem primitivo utilizava, essencialmente, sua força bru-
ta para o suprimento de suas necessidades básicas, na preserva-
ção de sua vida e do grupo tribal ao qual pertencia. É a fase do po-
der da força, em virtude das constantes lutas com os elementos da 
natureza e contra os "grupos inimigos". Nessa fase, ele é nômade, 
não produz qualquer alimento, e busca, na natureza, aquilo que 
possa servir à sua subsistência.
Com a evolução do ser humano, surge a agricultura rudimen-
tar, que o fixa à terra e o faz deixar de ser nômade. Como essa pro-
dução passou a ser, muitas vezes, superior às suas necessidades, 
desponta a prática do escambo, ou seja, a troca de uma mercado-
ria por outra mercadoria. Entretanto, havia dificuldades imensas 
para consolidar essa prática, como a movimentação dos produtos 
e a procura por trocadores interessados na mercadoria.
Porém, o ser humano não para de evoluir e está sempre bus-
cando novas soluções. Assim, o modo simples de troca transitou para 
o sistema padrão de trocas, usando-se, inicialmente, sal, grãos, con-
chas e peles, que passaram a ser aceitos como "padrões elementares" 
de troca ou pagamento de outros produtos. Nessa fase, portanto, en-
contrar os demais "trocadores" se tornou uma tarefa menos árdua.
© Comércio Exterior38
Tinha-se então como objetivo diminuir o volume das mer-
cadorias trocadas e, dessa maneira, ampliar os trocadores. Surge, 
então, a moeda metálica como um instrumento de padrão mone-
tário, facilitando as trocas e permitindo a avaliação ou a compara-
ção de valores a serem negociados ou comercializados.
Utilizava-se, especialmente, o ouro, a prata e o cobre como 
moedas, que possuem como características a divisibilidade, a du-
rabilidade e a homogeneidade, facilitando o manuseio e o trans-
porte em relação ao padrão de trocas.
Todavia, ainda assim, havia a dificuldade da guarda e do 
transporte das moedas metálicas, favorecendo o surgimento das 
casas de custódia e, posteriormente, dos bancos. Os bancos re-
cebiam moedas metálicas e emitiam recibos utilizados nas transa-
ções em nome de seus proprietários.
Com a percepção de que os depositantes de moedas metáli-
cas não iam aos caixas dos bancos para, ao mesmo tempo, efetuar 
saques, teve-se a ideia de emitir cédulas em valor maior que o las-
tro metálico em poder dos bancos. Daí surgiu a expressão papel-
-moeda, que representa a moeda atual.
Por causa da evolução dos processos de troca, surgiram os 
cheques, os cartões de plástico e as transferências eletrônicas das 
contas mantidas em bancos, caracterizando a moeda escritural.
Resumindo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Desde a Antiguidade até os dias atuais, na evolução dos processos de troca, 
foram utilizados:
1) escambo;
2) padrão de trocas (sal, grãos, conchas e peles);
3) padrão monetário (ouro, prata, cobre e papel-moeda);
4) moeda escritural (cheques, cartões de plástico, transferências eletrônicas).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Surgimento do comércio internacional
No século 11, as práticas comerciais começaram a se desen-
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39© U1 - Noções Introdutórias do Comércio Internacional
volver e a expandir pela Europa. Em linhas gerais, podemos denomi-
nar tais práticas como capitalistas, as quais conduziram o início da 
integração de diferentes economias em uma só economia-mundo.
As grandes descobertas de novas terras, iniciadas nos sécu-
los 15 e 16, foram ocasionadas pela procura por novos mercados 
que pudessem suprir as demandas dos países europeus. 
Nesse sentido, a descoberta das Américas influenciou, sig-
nificativamente, as mudanças ocorridas no mundo, em especial 
na disputa política entre as nações navegadoras, que buscavam 
a hegemonia política naquele período. Essas descobertas servem 
como base para o processo de globalização que, por sua vez, fora 
iniciado pela evolução do comércio exterior. 
Entretanto, foi entre os séculos 16 e 18, aproximadamente 
entre os anos 1500 e 1750, que o mundo – entendido, nessa épo-
ca, pelas nações do continente europeu, da Ásia e do Oriente Mé-
dio − começou a se definir em uma nova organização política (os 
estados nacionais) e, também, a desenvolver uma prática comer-
cial mais efetiva, que serviu de esboço para o comércio internacio-
nal que conhecemos atualmente.
6. MERCANTILISMO
O mercantilismo foi a política econômica que pavimentou 
a transição dos estados absolutistas para o capitalismo atual. Por 
essa razão, ele também é chamado pré-capitalismo ou capitalis-
mo comercial.
O termo mercantilismo foi divulgado pelo economista escocês 
Adam Smith (1723-1790), em seu livro A riqueza das nações (1776). 
Trata-se, portanto, de um termo criado no século 18, apesar de ele 
resumir as práticas comerciais que eram adotadas desde o século 16.
No período do mercantilismo, o mais notável êxito realizado 
foi, sem dúvida alguma, a expansão marítima, que levou navega-
© Comércio Exterior40
dores e mercadores a velejar por todo o mundo. A burguesia euro-
peia tinha o objetivo de desenvolver o comércio buscando novos 
mercados e novos produtos para serem comercializados, e esse 
processo só foi possível graças à formação do Estado Nacional e à 
aliança realizada entre o rei e a própria burguesia. 
A criação do Estado Nacional e a centralização política que 
isso causou permitiu ao rei investir no desenvolvimento tecnoló-
gico e na formação de técnicos aptos às grandes navegações. O 
custo de todo esse investimento era financiado pela burguesia, 
por meio dos impostos que ela pagava pela atividade comercial 
desenvolvida ou pelo patrocínio direto às navegações. 
Não podemos nos esquecer de que o custo desse processo 
não foi bancado apenas pela burguesia e pelos reinados. A popula-
ção pobre também contribuiu fortemente, por meio de seus homens 
− marinheiros que trabalhavam nas funções menos qualificadas. As 
viagens eram muito arriscadas e os naufrágios eram comuns, por-
tanto não havia a garantia de retorno dos marinheiros. A população 
pobre contribuiu, literalmente, com vidas para o avanço das nave-
gações e a expansão do comércio como o conhecemos atualmente.
As viagens marítimas foram fortemente estimuladas peloconsumo das mercadorias exóticas do Oriente, iniciada com as 
Cruzadas. Os artigos do Oriente mais consumidos eram os perfu-
mes, as joias, os tecidos de seda, os veludos e as especiarias, como 
o cravo, a canela e a pimenta. A expansão do mercado europeu 
para esses produtos fez com que os mercadores das cidades italia-
nas de Gênova e Veneza lucrassem com a atividade. 
Entretanto, tal situação não agradava aos mercadores de 
outros países, que queriam quebrar o monopólio das cidades ita-
lianas citadas e participar do lucrativo mercado. Daí a principal ra-
zão para o incentivo às navegações e, consequentemente, para a 
união entre a burguesia e os reis dos estados recém-criados.
De uma maneira geral, o mercantilismo fortaleceu o lucro 
dos mercadores, que, por sua vez, pagavam mais impostos e aju-
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41© U1 - Noções Introdutórias do Comércio Internacional
davam a manter o luxo da nobreza e dos reis. E os reis, incentiva-
vam a construção naval e a produção de manufaturas.
Princípios ou características do mercantilismo
Conforme afirmam alguns historiadores, o comércio não era 
feito de forma igual em todos os estados, mas havia alguns princí-
pios que predominavam, entre eles: 
1) Metalismo;
2) Colonialismo;
3) Monopólio comercial;
4) Balança comercial favorável;
5) Protecionismo;
6) Intervenção econômica.
A seguir, abordaremos cada um desses princípios.
Metalismo
Pelo princípio do metalismo, a riqueza de uma nação é me-
dida pela quantidade de metais preciosos que ela acumula, e esse 
entendimento se confirmava nas frequentes expedições às colô-
nias em busca de ouro e prata. 
Além disso, o estado absolutista − a característica dos esta-
dos da época, que possuíam o poder concentrado em uma única 
pessoa, que era o rei − necessitava de enormes recursos financei-
ros para a manutenção de seu exército e de sua marinha, utilizados 
na conservação de suas colônias e nas constantes guerras.
Ao contrário do feudalismo, ocorrido na Idade Média, que 
tinha na terra sua maior riqueza, no absolutismo, os metais precio-
sos (ouro e prata) tornaram-se sinônimos de riqueza e de poder. 
Por isso, sua busca foi muito estimulada nas colônias. 
Tal fato leva os historiadores a estabelecerem o colonialis-
mo como mais uma das características do período mercantilista, 
© Comércio Exterior42
porque a busca por ouro e prata causava guerras constantes entre 
os estados que procuravam conquistar novas terras ricas nesses 
metais e manter as colônias já existentes.
Colonialismo
O colonialismo é o aspecto essencial do mercantilismo. Toda 
concepção desse sistema se fundamenta na obtenção de novas 
terras (colônias), na sua exploração e no domínio político e econô-
mico que as metrópoles europeias exerciam sobre elas.
Essa relação de domínio ficou conhecida como pacto colo-
nial e tinha como regra básica a determinação de que a colônia 
só podia produzir aquilo que fosse autorizado pela metrópole e só 
podia vender seus produtos para ela; produtos esses que deviam 
ser vendidos por preços baixos para serem revendidos a outros 
países com uma margem de lucro maior.
Tal política de "exclusividade" possibilitava grandes lucros ao 
capital mercantil metropolitano, considerando o caráter de com-
plementaridade que a produção colonial assumiu. Esta é uma ca-
racterística que está diretamente atrelada à outra: o monopólio.
Monopólio comercial
O exclusivismo comercial era um importante fator na polí-
tica econômica dos estados. Por isso, o monopólio comercial foi 
considerado a principal característica do mercantilismo, uma vez 
que os estados absolutistas detinham o poder de comercialização, 
exploração, transporte e outros.
Esse poder, quando não era exercido, diretamente, pela es-
trutura estatal, era transferido a terceiros, isto é, pessoas e/ou em-
presas. Dessa maneira, o estado garantia que suas colônias, situa-
das nas Américas e na Ásia, vendessem seus produtos apenas às 
respectivas metrópoles. Elas estavam proibidas, inclusive, de ter 
suas próprias manufaturas, podendo apenas comprar produtos 
manufaturados das metrópoles.
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43© U1 - Noções Introdutórias do Comércio Internacional
Balança comercial favorável
Já é dessa época o entendimento de que a nação precisa 
mais exportar do que importar, pois, assim, é gerado um saldo po-
sitivo em sua balança comercial. 
Essa política era seguida por todos os estados, especialmen-
te por aqueles que não possuíam colônias ricas em ouro e prata. 
Assim, tais estados desenvolveram outras estratégias para a possi-
bilidade de exportar, suprindo as necessidades de países que, ricos 
em ouro e prata, pagariam pelas importações.
O metalismo estimulou a obtenção de ouro e prata por meio 
do comércio. Ao mesmo tempo, o metalismo também era forta-
lecido, pois o pagamento do comércio internacional era feito em 
moedas de ouro e prata. Desse modo, se o resultado das exporta-
ções fosse maior do que o resultado das importações, uma balan-
ça comercial favorável seria obtida e o país ficaria mais rico porque 
estaria aumentando suas reservas de prata e ouro.
Protecionismo
Pelo princípio do protecionismo, podemos observar que au-
mentar as taxas alfandegárias para dificultar as importações é uma 
prática antiga. Nessa época, havia casos em que certos produtos 
eram, inclusive, proibidos de serem importados.
Os estados preocupavam-se com as taxas de exportação, mas 
defendiam, veementemente, as taxas de importação, pois, com elas, 
haveria o desencorajamento ao consumo de produtos importados.
Esse princípio estava diretamente atrelado ao da balança 
comercial favorável, pois, com ele, os governantes protegiam os 
produtores locais e evitavam a saída de moedas de ouro e prata.
Intervenção econômica
O intervencionismo caracterizava o papel do estado na econo-
mia, determinando todo o processo. Ele estabelecia o que devia ser 
© Comércio Exterior44
produzido, comprado e negociado; como isso era possível e permiti-
do de ser feito; e quando essas práticas poderiam se efetivar.
Dessa forma, o intervencionismo procurava controlar todas 
as atividades econômicas e exercia seu poder de forma altamente 
centralizadora.
De acordo com Dias e Rodrigues (2004, p. 31): 
Isso implicava o estabelecimento de um conjunto de leis que re-
gulassem a produção e o comércio, como vias de se conseguir 
uma melhor organização que facilitasse sua implementação, tais 
como: o desenvolvimento de infraestrutura do país, das comu-
nicações, dos portos, regulamentar o trabalho nas manufaturas 
etc.; em Portugal, no início do período mercantilista havia leis 
proibindo o uso de panos e artigos de luxo estrangeiros.
Companhias de comércio
Na medida em que foi crescendo a importância do comércio 
marítimo, as colônias europeias aumentaram sua produção e as 
metrópoles incentivaram a criação de companhias que comercia-
lizavam com exclusividade os produtos oriundos das colônias e, 
portanto, beneficiadas por monopólios. Essas companhias recebe-
ram o nome de companhias privilegiadas de comércio.
Podemos concluir, portanto, que o mercantilismo esteve 
relacionado ao desenvolvimento do capitalismo e foi, a partir do 
século 18, combatido pelos capitalistas liberais, que defendiam a 
ideia de que todo comércio era benéfico ao país e de que o contro-
le do governo atrapalhava a economia.
Modalidades do mercantilismo
As três modalidades mais importantes do mercantilismo são:
• o bulionismo; 
• o industrialismo; e 
• o comercialismo. 
Diante de sua importância, veja, a seguir, mais detalhada-
mente, cada uma delas.
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Bulionismo (metalismo)
O bulionismo é uma forma clássica de mercantilismo que ti-
nha nos espanhóis seus maiores praticantes. 
Por causa da estocagem de lingotes de ouro e prata (bullion, 
em inglês), o mercantilismo espanhol recebeu esse nome, pois a 
Espanha recebia um enorme fluxo de ouro, proveniente do

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