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Letícia Soares del Rio – T6 ELETROCARDIOGRAMA É o registro dos impulsos elétricos que estimulam a contração cardíaca O nó sinoatrial inicia o impulso elétrico que se difunde para os átrios, causando a despolarização atrial (onda P) e consequente contração atrial O estímulo chega no nó AV, onde há um atraso (1/10s), o que permite que a diástole aconteça -> esse atraso é o segmento PR Após a pausa, o nó AV é estimulado e transmite o impulso para o feixe de His e para seus ramos direito e esquerdo. O impulso elétrico caminha para o feixe AV e ramos direito e esquerdo, daí para as fibras de Purkinje, despolarizando os ventrículos e levando à contração ventricular A despolarização dos ventrículos é registrada como o complexo QRS Após o QRS, existe uma pausa = segmento ST Após o segmento ST, aparece a onda T (representa a repolarização ventricular) A repolarização atrial acaba caindo dentro do QRS e não é visualizada Onda P: despolarização atrial = contração atrial QRS: despolarização ventricular Onda T: repolarização ventricular O ECG é registrado em papel milimetrado Altura e profundidade de uma onda se mede em milímetros e representa a mediada de voltagem Na vertical 1mm = 0,1mV O eixo horizontal é tempo. Na horizontal 1mm = 0,04 segundos Velocidade é de 25mm/s Frequência cardíaca: ➢ Em ritmo regular FC = 1500 dividido por RR (em mm) RR = intervalo entre 2 R consecutivos (1 ciclo cardíaco Dica: escolher uma onda R que coincida com uma linha mais escura do papel, denominar as próximas linhas. A FC é a próxima linha que a R cair = 300-150-100-75-60-50 ➢ Se o ritmo for irregular FC = número de QRS em 25 quadrados x 12 Posição dos eletrodos: Derivações: • Bipolares periféricas D1, D2, D3 • Unipolares periféricas aVR, aVL, aVF • Unipolares precordiais V1 a V6 Sistema hexa axial: Quando um vetor se orienta para o lado positivo de uma derivação, o ECG registra uma onda positiva (acima da linha de base) Quando em sentido oposto, a onda registrada é negativa (abaixo da linha de base) Quando o vetor é perpendicular à derivação, a onda é isoelétrica Eixo cardíaco: Quando um impulso se aproxima do eletrodo, é registrado como onda positiva. Quando se afasta, é negativa Olhar para D1 e AVF: • QRS positivo em D1 e em AVF = eixo entre 0 e 90º • QRS negativo em D1 e positivo em AVF = eixo entre 90 e 180º • QRS negativo em D1 e em AVF = eixo entre 180 e -90º • QRS positivo em D1 e negativo em AVF = eixo entre 0 e -90º → olhar D2, se estiver positivo (entre 0 e -30º), se estiver negativo (entre -30 e -90º) Achado o quadrante, a seguir procuramos uma derivação em que há onda isoelétrica, em D1, D2, D3, aVL, avF ou aVR O eixo será perpendicular a essa derivação Ex: eixo entre 0º e 90º (D1 e AVF positivos). O QRS mais isoelétrico ta em aVL por exemplo, a linha perpendicular ao aVL cai ou em 60º ou -120º, como o eixo é normal, o vetor está em +60º Podemos começar procurando se existe uma derivação com complexo equifásico, se existir significa que o eixo está na direção daquela derivação perpendicular à derivação em que foi encontrada o complexo equifásico Nem todos os ECG tem QRS isoelétricos. Nesse caso, seleciona-se a derivação com menor QRS, que se aproxima de um QRS equifásico O eixo estará próximo da derivação perpendicular a esta. Depois se faz ajustes dependendo da configuração do QRS Ex: um elétro que tem o eixo entre 0 e -90º (D1 positivo e AVF negativo). O QRS na derivação II não é equifásico, mas é o mais próximo, a perpendicular de D2 é aVL. Supondo que é negativo, significa que o eixo se afasta dessa derivação, isto é, além de -30º. Então podemos dizer que o eixo nesse ECG está aproximadamente a -45º. Caso na derivação 2, o QRS fosse positivo, o eixo se aproximaria dessa derivação, nesse caso estaria a mais ou menos -20º Eixo de acordo com as precordiais: No plano horizontal é mais simples Se uma onda é positiva em V1, seu vetor está para frente Se é negativo em V1, seu vetor está para trás Pois V1 é praticamente perpendicular ao eixo frontal Onda P: Amplitude máxima 2,5mm Duração 0.08 a 0,10 s Positiva em D1 a D3, aVF e plus minus em V1 (parte positiva e parte negativa) Intervalo PR: Normal 0,12 a 0,20 s Do início da onda P ao início do QRS Corresponde ao tempo gasto pelo estímulo elétrico desde sua origem no nó sinusal até alcançar os ventrículos Complexo QRS: Tem voltagem mais elevada devido a massa ventricular ser maior que a atrial Duração de 0,08 a 0,11 s Em V1 morfologia rS Em d1, aVL, V5 e V6: qRs Onda R deve progredir de V1 a V6 Intervalo QT: Do início do QRS ao término da onda T Duração de 0,34 a 0,44 s Como QT varia muito com a FC, utiliza preferencialmente QTc Fórmula de Bazzet: QTc = QT/ √RR (em seg) Roteiro de interpretação de ECG: Ritmo sinusal ou não sinusal FC (50-100) Onda P, intervalo PR, QRS, intervalo QT Eixo (QRS -30º a +90º, para trás) Conclusão BLOQUEIOS CARDÍACOS Bloqueio do nó sinoatrial (SA): O nódulo cessa a emissão de estímulos por pelo menos um ciclo Após a pausa, o estímulo habitual retorna Onda P antes e depois da pausa são iguais, porque são do nodo AS Bloqueio do nódulo AV: Ocorre atraso do impulso ao nível do nódulo AV, produzindo uma pausa maior que a normal Pausa normal 1/10s Intervalo PR > 0,20 s (1 quadrado grande 0,04x5) Intervalo PR = do início da P ao início do QRS Quando achamos um BAV, precisa-se identificar o tipo ➢ 1º grau Sequência P-QRS-T normal e PR aumentado ➢ 2º grau Ocorre falha na condução AV precedida ou não de dificuldade crescente na transmissão do estímulo do nó sinusal para os ventrículos Nem todos os estímulos atriais conseguem estimular os ventrículos a) BAV de 2 grau Mobitz I (fenômeno de Wenckebach) Dificuldade de transmissão progressiva até que surge uma falha b) BAV de 2 grau Mobitz II Falha de condução do estímulo dos átrios para os ventrículos, mas nos ciclos com condução AV, o intervalo PR é constante PR constante, falha periódica na condução ➢ 3º grau (BAVT) Os estímulos sinusais não conseguem despolarizar os ventrículos Total assincronismo entre atividade atrial e ventricular O intervalo RR é regular, o intervalo PP também é regular. Mas não existe nenhuma conexão entre P e QRS Frequência ventricular muito baixa (< 40/min) Frequência ventricular inferior a atrial Ondas P e QRS não guardam relação entre si Distâncias RR são constantes, não sendo múltiplas das distâncias PP O QRS pode ser alargado quando origina abaixo da bifurcação Bloqueio de ramo (feixe de His e seus ramos): • BR Esquerdo Distúrbio de condução no ramo E do feixe de His QRS alargado ≥ 0,12 s Complexo R-R’ (em torre) em V5, V6, D1 e aVL • BR Direito Falha de condução no ramo direito do feixe de His QRS alargado ≥ 0,12 s Morfologia em V1 do tipo rsR’ (letra M estilizada) Ondas S lentas (S empastada) em D1, V5 e V6 SOBRECARGAS Sobrecarga atrial esquerda (SAE): Onda P ≥ 0,12s, associado ao aparecimento de entalhe (onda P mitrale) na derivação D2 e com componente negativo aumentado (final lento e profundo) na derivação V1 Área da fase negativa ≥ 1mm², constitui o índice de Morris positivo Sobrecarga atrial direita (SAD): Onda P apiculada, com amplitude > 0,25 mV ou 2,5mm Na derivação V1 apresenta porção inicial positiva > 0,15mV ou 1,5 mm Sinal de Penaloza Tranchesi = QRS com baixa voltagem em V1 em comparação com V2 Sobrecarga VE: Índice de Sokolow Lyon = quando a soma da amplitude da onda S na derivação V1 com a amplitude da onda R na derivação V5 ou V6 for > 35 mm Nos jovens este limite pode ser de 40 mm Sobrecarga VD: Desviopara a direita Desvio para frente em V1 teremos Rzão (se uma onda é positiva em V1, seu vetor está para frente) Presença de S em V5 e V6 (magnitude maior 5mm)
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