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Acromegalia - N2 Bases Estruturais do Comportamento

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2
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
BASES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO COMPORTAMENTO HUMANO 
 
 
 
ATHOS LEAL 
BÁRBARA COSTA STEFANELLO 
KATRINE VARREIRA DE MELLO 
 
 
TRABALHO AVALIATIVO - N2 
Acromegalia 
 
 
 
Profª Lisane Pedroso
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
2020
ATHOS LEAL 
BÁRBARA COSTA STEFANELLO 
KATRINE VARREIRA DE MELLO 
 
 
 
 
TRABALHO AVALIATIVO – N2 
Acromegalia 
 
 
 
Trabalho de Avaliação N 2 apresentado ao Curso de Psicologia do Centro Universitário Ritter dos Reis, como requisito parcial para obtenção da nota do semestre na disciplina de Bases Estruturais e Funcionais do Comportamento Humano. Assunto abordado pelos alunos citados refere-se a Acromegalia, doença endócrina, e papel do psicólogo como parte do tratamento multidisciplinar dos pacientes com tal diagnóstico. 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
2020 
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4 
2. ACROMEGALIA .............................................................................................................. 5 
 2.1 Conceito .......................................................................................................................... 5 
 2.2 Sintomas e complicações ................................................................................................ 5
2.4 Diagnóstico ......................................................................................................................6 2.5 Tratamento…....................................................................................................................7 
2.6 Casos famosos..................................................................................................................8
3. A SAÚDE MENTAL DO PACIENTE COM AGROMEGALIA…................………...10 
 3.1 A Acromegalia e os cuidados multidisciplinares...........................................................10 
 3.2 Terapia Centrada na Pessoa de Carl Rogers..................................................................11
4. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 13 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 14
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
De modo geral, todas as pessoas já ouviram alguma história sobre gigantes. O imaginário popular sempre tratou estes seres míticos como monstros e perigosos, dotados de força bruta descomunal e pouco discernimento. Alguns pesquisadores acreditam que portadores de acromegalia tenham sido responsáveis pela criação desses mitos. 
Objetivo do trabalho apresentado é reconhecer os sintomas e tratamentos desta síndrome, como são as mudanças físicas e psicológicas, e como o psicólogo pode atuar para melhoria na qualidade de vida e emocional destes pacientes, uma vez diagnosticada a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ACROMEGALIA 
2.1. Conceito 
Acromegalia, também conhecida como gigantismo, é um distúrbio na produção excessiva da proteína IGH-1, hormônio responsável pelo crescimento. Esse distúrbio apresenta-se na forma de um tumor benigno na glândula pituitária[footnoteRef:1]. [1: Disponível em: <pcdt-acromegalia-livro-2013.pdf (saude.gov.br)>.Acesso em 20 Nov 2020] 
A doença foi descrita pela primeira vez por Nicolas Saucerotte em 1772. O termo tem origem no grego ἄκρον (akron) que significa "extremidade" e μέγα (mega)[footnoteRef:2] que significa "grande". Doença considerada rara, com incidência de 3 casos por 1 milhão de casos anuais, em estudos conduzidos nos Estados Unidos e Europa. Em aproximadamente 98% dos casos, é causada por adenomas hipofisários secretores do hormônio de crescimento (GH) – os somatotropinomas. [2: Disponível em: <https://www.editorialmanager.com/endo/default.aspx>. Acesso em: 20 nov 2020.] 
Nesses casos, a doença pode ser esporádica ou familiar. Em cerca de 2%, é causada pela hipersecreção eutópica ou ectópica do hormônio liberador de GH (GHRH) e, muito raramente, pela secreção ectópica de GH. O excesso de GH estimula a secreção hepática de insulin-like growth factor-I (IGF-1), que causa a maioria das manifestações clínicas da acromegalia.
Sua característica mais marcante, é o crescimento anormal dos membros inferiores e no rosto (nariz e mandíbula), fator que lhe sugeriu o nome ‘gigantismo’. 
Embora seja uma doença debilitante e desfigurante, ela tem tratamento, uma vez que diagnosticada cedo. Pode acometer pessoas em qualquer estágio de vida, porém, vê-se mais frequentemente, em homens e mulheres com idades entre 30 e 50 anos. Devido a desinformação das características da doença, os casos podem ser diagnosticados entre 8 a 10 anos após os primeiros sintomas e sinais, o que torna os dados preocupantes, sendo que a pessoas com acromegalia tem taxa de mortalidade de 2 a 4 vezes maiores que as taxas da população em geral. 
2.2 Sintomas e complicações 
Os sintomas da acromegalia podem decorrer do próprio tumor hipofisário produtor de GH, como defeitos visuais, paralisia de nervos cranianos (por invasão de seio cavernoso) e cefaleia, ou resultar do excesso de GH e de IGF-1,[footnoteRef:3] (crescimento das extremidades e partes moles - aumento nas mãos e pés, alterações cutâneas, modificações fisionômicas - alargamento do nariz, aumentos dos lábios, crescimento exagerado da mandíbula -, dores nas articulações, complicações cardiovasculares, endócrinas e respiratórias, diabetes mellitus, ginecomastia, disfunção sexual, manifestações osteoarticulares, etc. [3: ] 
O aumento das extremidades ocorre em 100% dos casos de acromegalia, mas nem sempre é o motivo que leva a uma consulta inicial. Este crescimento das extremidades é motivo de desconforto, implicando no estilo de vida dos pacientes, fazendo-os adotar sapatos e roupas de números maiores.
 As glândulas sebáceas e sudoríparas da pele aumentam e produzem transpiração excessiva e, frequentemente, cheiro corporal desagradável; esses sintomas, em conjunto com as deformações faciais, podem contribuir para quadros de depressão e ansiedade. 
Há também, casos de doença articular degenerativa devido a sobrecarga de peso (joelhos, quadril e coluna). Comum o relato dos pacientes, de sensações estranhas e fraquezas nos braços e pernas. Isso ocorre pois há o alargamento de tecidos que comprimem os nervos. Mesmo comum, não ocorre na totalidade dos casos o aumento de peso.
Dentre as diversas alterações cardiovasculares que podem ocorrer, a mais frequente em casos de acromegalia é a Hipertrofia Ventricular Esquerdo (HVE), descrita de 25 a 100% dos casos. Em torno de 60% dos pacientes falecem por doenças cardiovasculares, o que pode ser evitado com o controle efetivo da doença, seja por medicação ou cirurgia.
A acromegalia afeta os tecidos moles e ossos cranianos. Engrossamento dos lábios, prognatismo (proeminência dos dentes em relação ao plano da face), macroglossia (crescimento da língua) e hipertrofia das estruturas nasais, podem obstruir as vias respiratórias e, por consequência, causar apneia do sono, apresentando-se em 70% dos casos. Assim como a síndrome da apneia do sono pode causar sonos interrompidos, roncos excessivos; também favorece o aparecimento de hipertensão, arritmias, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e doença coronária. 
2.3 Diagnóstico
Para o diagnóstico de acromegalia, deve-se levar em conta aspectos clínicos, radiológicos e laborais, que incluem exames por imagem e exames de sangue.
A avaliação laboral é feita medindo os níveis dos hormônios GH e IGF-1 para a idade do paciente. Esses hormônios, de modo geral, apresentam níveis elevados em pessoas com acromegalia. O teste de GH é realizado após ministrado dose elevadas de glicose via oral, com intervalos de 30, 60, 90 e 120min. Em pacientesnormais, os níveis de GH caem para 0,4 ng/mL em pelo menos, uma das dosagens, sendo o ponto de corte para diagnóstico de acromegalia. 
Outro exame laboral importante é a medição da glicose em jejum, pois muitos pacientes com acromegalia possuem diabete melito. Exames de imagem possibilitam determinar a origem do excesso do GH. Cerca de 98% dos casos tem como causa um tumor hipofisário que produz o hormônio GH, por isso é feito ressonância magnética (RM) de sela túrcica. Em casos de contraindicação para RM, deve-se realizar tomografia computadorizada (TC) de sela túrcica. Recomenda-se a realização de outros exames para avaliação de complicações decorrentes da acromegalia, como ecocardiogramas, distúrbio do sono, colonoscopia (devido relatos de aumento de neoplasia de cólon). 
2.4 Tratamento
O tratamento pode envolver intervenção cirúrgica (para remoção do tumor na glândula pituitária), medicação e/ou radioterapia[footnoteRef:4]. [4: Disponível em: <https://tedebc.ufma.br/jspui/bitstream/tede/1373/2/AdrianaSa.pdf>. Acesso em 20 nov 2020.
] 
A intervenção cirúrgica é geralmente a primeira opção de tratamento, pois a remoção total do tumor que produz o excesso de GH, resulta em resolução bioquímica e melhora o quadro de alterações clínicas. Para o sucesso da cirurgia e recuperação, deve-se levar em conta o tamanho do tumor e experiência do cirurgião. De acordo com pesquisas, a taxa de cirurgias bem sucedidas em pacientes com microadenomas é entre 75-95% dos casos. Já em pacientes com macroadenomas, esta taxa cai entre 40-60% dos casos. Em casos de tumores que se estendem para o seio cavernoso e necessitam maior invasão, a cirurgia não resultará na cura. 
A terapia com medicação é ministrada após a cirurgia de remoção do tumor, sendo um tratamento complementar, para eficácia de resultados, pois nem sempre o adenoma é completamente retirado no procedimento cirúrgico. Os medicamentos mais eficazes são os análogos da somatostatina, o hormônio que normalmente bloqueia a produção e a secreção do hormônio do crescimento. A octreotina e a lanreotina são dois análogos da somatostatina, disponíveis em formulação de curta e longa duração.
O tratamento com medicação pode ser interrompido de acordo com a resposta do paciente e dos quadros clínicos.
No Brasil, a octreotida LAR (long acting release) está disponível de forma injetável intramuscular em dose única, com ação de aproximadamente 28 dias após aplicação; e a lanreotina de forma injetável com ação prolongada, feito subcutânea, com administração a cada 28-56 dias.
Nesse contexto, segue lista referente aos fármacos utilizados:
· Octreotina: ampola de 0,1 mg/mL
· Octreotina de liberação prolongada: frasco-ampola de 10, 20, 30 mg/mL
· Lanreotina solução injetável de liberação prolongada: seringa preenchida de 60, 90 e 120 mg
· Cabergolina: comprimido de 0,5 mg
Por fim, a radioterapia apresenta-se como a última das três opções disponíveis atualmente para tratamento de acromegalia. Esta opção aplica-se a pacientes que não obtiveram resultados positivos com o procedimento cirúrgico e/ou medicamentoso. A resposta do organismo para controle da doença através da radioterapia ocorre em 5-10 anos para 50-60% dos pacientes, e em 15 anos para 65-87% dos pacientes. 
Isso demonstra o quão longo é o processo de radioterapia para que haja resposta positiva ao tratamento. Em contrapartida, em 100% dos casos, há o controle do crescimento do tumor, após iniciado o tratamento radioterápico.
1.6 Casos famosos
Não é novidade que inúmeras situações da vida real sejam utilizadas como enredos de filmes em Hollywood e, portanto, a acromegalia não passou em branco, como no filme Freaks (A Parada dos Monstros, pt) de 1932.
Depois disso, muitos outros diretores adotaram a temática, mas nem sempre com o foco na doença, mas sim, abrindo portas para pessoas com acromegalia atuarem, destacando-se justamente por sua altura.
Alguns exemplos famosos são[footnoteRef:5]: [5: Disponível em: < https://www.bol.uol.com.br/listas/conheca-dez-atores-de-hollywood-com-mais-de-2-metros-de-altura.htm>. Acesso em: 20 Nov 2020.] 
· Carel Struycken: ator holandês que iniciou sua carreira cinematográfica em 1985 e ficou conhecido em 1991 como o Mordomo Lurch, em Família Addams. Atuou em MIB: Homens de Preto, Jogo Perigoso e Doutor Sono.
Nascido em 30 de Julho, 1948 e medindo 2,13m.
· Dalip Rana (The Great Khali): lutador de WWE, halterofilista e ator indiano. Consolidou carreira nas lutas e como Campeão Mundial dos Pesos-Pesados. Atuou em filmes como Golpe Baixo e Agente 86, entre outras participações.
Nascido em 27 de Agosto, 1972. Medindo 2,16m e 157 kg.
· André Roussimoff (Andre, The Giant): lutador de Wrestling e ator francês, que com 12 anos de idade, média 1,90m. Ficou conhecido como ator pela atuação em The Princess Bride (A Princesa Prometida, pt.) em 1987. 
Nascido em 19 de Maio, 1946. Faleceu em 27 de Janeiro, 1993, vítima de um ataque cardíaco, medindo 2,24m e 240 kg.
· Maurice Tillet (The French Angel): lutador de wrestling e ator francês. Sua história inspirou a criação dos personagens de Shrek e Fiona, no filme Shrek, pois Maurice casou-se com uma princesa. Era dotado de extrema inteligência, sendo capaz de falar 14 idiomas e também trabalhando como poeta. Fato interessante sobre Maurice é que, diferentemente da maioria dos pacientes com acromegalia, sua estatura era de 1,75m no dia de sua morte. Embora não tenha elevado sua altura, sofreu deformações na estrutura de seu corpo, com crescimento anormal das mãos, tórax, cabeça e ossos faciais. 
Nascido em 23 de Outubro, 1903. Faleceu em 04 de Setembro, 1954 devido a uma doença cardíaca, pesando 125 kg.
· Robert Wadlow: estadunidense e provavelmente o caso mais marcante, que lhe rendeu o título de homem mais alto da história. O crescimento de seus membros causaram-lhes muitos problemas, de modo a precisar do apoio de muletas para conseguir andar e ter pouca sensibilidade nos pés. Inclusive, a causa de sua morte se deu por uma fratura em seu pé, que desencadeou uma infecção, o levando a morte, com 22 anos de idade. Até o dia de sua morte, seu corpo não deu indícios que pararia de crescer.
Nascido em 22 de Fevereiro, 1918. Faleceu em 15 de Julho, 1940, medindo 2,74m e 223 kg. 
3. A SAÚDE MENTAL DO PACIENTE COM ACROMEGALIA
Em muitos casos, os portadores de Acromegalia possuem uma qualidade de vida em saúde prejudicada nos aspectos físicos e psicológicos, devido à exposição ao GH por um período muito longo (WEEB et al ., 2002). Além de deformidades faciais e ortopédicas, portadores de acromegalia demonstram diminuição de energia e nível de força, perda de iniciativa e espontaneidade, labilidade de humor (oscilação de humor), comprometimento da autoestima, distorção da imagem corporal, dor, ansiedade e relações interpessoais prejudicadas.
Devido às mudanças das características corporais, limitações físicas, fisiológicas e motoras dos pacientes acromegálicos, o somatório destes fatores resulta na qualidade de vida do paciente, levando-os, muitas vezes, a manifestar sintomas depressivos e ansiosos que precisam ser avaliados e cuidados como parte do tratamento clínico da doença.
Ademais, frisa-se que há um acolhimento dos portadores da doença da sociedade, já que a data de 1° de Novembro é considerada o Dia da Conscientização da Acromegalia[footnoteRef:6], tendo como finalidade principal informar e conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre a Acromegalia, ajudando a reconhecer sintomas e características e favorecendo um diagnóstico precoce, bem como dos tratamentos disponíveis, o que resultará em uma melhor qualidade de vida para os pacientes acromegálicos. [6: Disponível em: <https://www.fmb.unesp.br/#!/noticia/2534/dia-da-conscientizacao-da-acromegalia/>. Acesso em 24 nov 2020.] 
O depoimento da fotógrafa Gilvana de Jesus, que há cinco anos teve o diagnóstico de acromegalia, passando no ano seguinte pela cirurgia da hipótese e até os dias atuais faz acompanhamento no ambulatório de Neuroendocrinologiado Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), emocionou os participantes do 5º Acrovida – Encontro de Pessoas com Acromegalia e Gigantismo: “A aceitação é muito importante. Temos que encarar de frente, sair do casulo. A acromegalia está aí, é uma doença rara e eu sou uma raridade[footnoteRef:7]”. 
3.1 A Acromegalia e os cuidados multidisciplinares [7: Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/2019/08/27/a-importancia-da-aceitacao-da-acromegalia-e-destaque-no-5o-acrovida/>. Acesso em 25 Nov 2020.
] 
Sabendo os reflexos psicossociais resultantes das mudanças físicas, fisiológicas e mentais que a acromegalia traz para os pacientes, é importante a disponibilidade de um cuidado multidisciplinar, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, assistentes sociais, fornecendo todos os cuidados medicamentosos, de reabilitação e minimização do adoecimento psíquico. 
De acordo com algumas pesquisas e avaliações de pacientes[footnoteRef:8], as alterações físicas são mais incômodas do que outras manifestações, visto que impactam em áreas da vida como emocional e trabalho, causando transtornos depressivos e ansiosos, onde são incapacitados de viver saudavelmente na sociedade, evitando o convívio com outras pessoas, relacionamentos amorosos. [8: ROGERS, Carl: Um Jeito de Ser. São Paulo: E. P.U., 2020.] 
Evidencia-se o impacto que a alteração na autoimagem[footnoteRef:9] pode trazer ao nível social e psicológico na vida do acromegálico, sendo de grande importância um cuidado psicológico, oferecendo um acolhimento com escuta qualificada e apoio, tanto para o próprio paciente quanto para os seus familiares, tendo como objetivo desenvolver a aceitação de sua condição e a inserção destes indivíduos na sociedade, fazendo com que se sintam parte dela. Por isso, o trabalho do psicólogo, quando procurado por pacientes acometidos por essa doença, desenvolve-se no sentido de aceitação genuína. [9: Disponível em:<http://www.saude.ba.gov.br/2019/08/27/a-importancia-da-aceitacao-da-acromegalia-e-destaque-no-5o-acrovida>. Acesso em 25 Nov 2020.] 
3.2 Terapia Centrada na Pessoa de Carl Rogers
A linha da Psicologia Humanista ou Centrada na Pessoa de Carl Rogers[footnoteRef:10], por exemplo, sugere um tratamento com base na aceitação do ser humano. A Terapia Humanista tem como objetivo tornar o setting terapêutico em um ambiente fértil e favorável para que o indivíduo se sinta acolhido e respeitado dentro de suas limitações, permitindo-se aceitar fora dos padrões julgamentos alheios, mas com um olhar voltado para si, com o respeito que todo o ser humano nasce simplesmente por ser humano. Nesse contexto, o psicólogo ROGERS[footnoteRef:11] explica como era o seu trabalho diante de seus pacientes: [10: ROGERS, Carl R.: Um Jeito de Ser. São Paulo: E.P.U., 2020.] [11: ROGERS. Carl R.: Tornar-se pessoa. São Paulo: E.P.U, 2016, p. 33.] 
Como segunda condição, acho que quanto mais aceitação e apreço sinto com relação a esse indivíduo, mais estarei criando uma relação que ele poderá utilizar. Por aceitação, quero dizer uma consideração afetuosa por ele enquanto uma pessoa de autovalia incondicional – de valor, independente de sua condição, de seu comportamento ou de seus sentimentos. Significa um respeito e apreço por ele como uma pessoa separada, um desejo de que ele possua seus próprios sentimentos à sua maneira. (ROGERS, p. 33)
Rogers explica que: “aceitação não significa muito até que esta envolva compreensão[footnoteRef:12]”. Assim, o psicólogo deve compreender os sentimentos e pensamentos que são bizarros e terríveis para o portador de gigantismo, somente quando o terapeuta os vê como a pessoa portadora de gigantismo, como se coloca-se uma lente e visse o mundo conforme aquela pessoa o vê, só assim o paciente se sente livre para explorar todos os cantos recônditos e fendas assustadoras de sua experiência interior e frequentemente enterrada. [12: Ibid, p. 50.] 
Nesse tema, ROGERS segue explicando sua forma de aplicar a Terapia Centrada na Pessoa[footnoteRef:13]: [13: Ibid, p. 50.] 
Essa liberdade constitui uma condição importante. Aqui está implicada uma liberdade para explorar a si próprio tanto em níveis conscientes quanto em níveis inconscientes, sem qualquer tipo de avaliação moral ou diagnóstica, já que todas as avaliações são, a meu ver, perigosas. (ROGERS, p. 50) 
Assim, o indivíduo descobrirá dentro de si a capacidade de utilizar a relação terapêutica para crescer, já que todo ser humano traz dentro de si a capacidade e a tendência, latente se não evidente, para caminhar rumo à maturidade. Em um clima psicológico adequado[footnoteRef:14]., os portadores da doença poderão compreender os aspectos de suas vidas e de si mesmos que lhe estão causando dor e insatisfação, seja pelo preconceito, seja pelas diferenças físicas que possuem diante da maioria das pessoas. Assim, relevará uma tendência para reorganizar sua personalidade, aceitando-se como veio ao mundo e, a partir de uma postura de aceitação de si mesmo, fazendo que a sociedade os respeite. [14: Ibid, p. 51] 
4. CONCLUSÃO
O trabalho de pesquisa desenvolvido proporcionou uma outra visão e esclarecimentos sobre uma doença que não era desconhecida mas sim, pouco divulgada e discutida.
Assim como outras doenças degenerativas, a Acromegalia exige cuidados e um apoio muito forte de familiares, amigos e profissionais de saúde, atuando em conjunto, para que o bem estar dos pacientes diagnosticados com a doença possa ser a mais tranquila possível. 
Uma vez diagnosticados, estes pacientes podem se sentir excluídos pela sociedade na medida em que as deformações físicas vão ocorrendo. Nesse momento, é de extrema importância o acolhimento de conhecidos e psicólogos, de maneira a tratar o paciente como ele é: um ser humano.
Mesmo sendo uma doença debilitante, a Acromegalia conta com opções de tratamento para amenizar os sintomas e, em alguns casos, a cura. Valendo ressaltar que, uma vez ocorridas deformações físicas, mesmo com tratamentos, essas mudanças não podem ser desfeitas sem intervenção de cirurgias plásticas e de reconstrução, já que os ossos sofrem extrema deformação. 
Não podemos fechar os olhos para a sociedade preconceituosa em tantos pontos na qual vivemos. Em uma época em que se cultua a beleza externa, portadores de Acromegalia são vistos frequentemente como estranhos, anormais, aberrações, monstros. Era de se esperar que estereótipos assim sumissem depois de tantas décadas desde o descobrimento da doença. 
Infelizmente, o preconceito e ignorância acerca desta condição prevalecem mesmo na atualidade.
Como futuros psicólogos, torna-se extremamente importante o estudo e entendimento de doenças raras, seus sintomas e condições fisiológicas, não apenas para o tratamento do paciente de maneira particular, mas também de todo o âmbito familiar. Temos o dever de proporcionar uma vida digna e feliz para pacientes que já sofrem tanto.
REFERÊNCIAS
ENDOCRINE: International Journal of Basic and Clinical of Endocrinology. 2019. Disponível em: <https://www.editorialmanager.com/endo/default.aspx>. Acesso em: 20 Nov 2020.
ROGERS, Carl R.: Tornar-se pessoa. São Paulo: E.P.U, 2016.
ROGERS, Carl R.: Um jeito de ser. São Paulo: E.P.U., 2018.
SÁ, Adriana Maria Guimarães. Fatores associados com a qualidade de vida e avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão dos pacientes acromegálicos. 2017. Disponível em: <https://tedebc.ufma.br/jspui/bitstream/tede/1373/2/AdrianaSa.pdf>. Acesso em 24 Nov 2020.
SECRETARIA DE SAÚDE DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA. 
A importância da aceitação da acromegalia é destaque no 5º ACROVIDA. 2019. Disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/2019/08/27/a-importancia-da-aceitacao-da-acromegalia-e-destaque-no-5o-acrovida/>. Acesso em: 24 Nov 2020.
UNESP. Faculdade de Medicina Paulista. Dia da Conscientização da Agromegalia. 2019. Disponível em: <https://www.fmb.unesp.br/#!/noticia/2534/dia-da-conscientizacao-da-acromegalia/>. Acesso em: 25 Nov 2020.
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