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Convento de Santo Antonio - Cairu

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Solicitação Estudo de Caso 
Obras Religiosas do Barroco e Rococó no Brasil
Artes, Arq. e Urb.: Pré-História, Antiguidade e Idade Média
Prof.ª Gisele Freixo – Campus Tom Jobim –2020.1
Nome: Aline DelerueLima
UNESA
Convento de Santo Antônio de Cairu
Contexto Histórico
O projeto da construção definitiva, em alvenaria, só foi decidido
anos depois da fundação inicial da Ordem Franciscana em Cairu.
A pedra fundamental foi lançada em 1954 e as obras dependiam
das doações da comunidade, que não era rica. Construído por
Frei Daniel, embora não existam registros significativos da
história inicial do convento, é possível supor que uma parte da
estrutura foi inaugurada em 1661, data que se encontra gravada
na verga da porta que liga a sacristia e a capela-mor. Pela mesma
lógica, acredita-se que a fachada ficou pronta antes de 1686, pois
esse número está presente na parte frontal do Convento de
Paraguaçu, inspirado no de Cairu. A portaria do convento possui a
data de 1739. Estima-se que as outras estruturas e decorações só
ficaram prontas em cerca de 1750.
O complexo arquitetônico se divide em um convento e na igreja
de Santo Antônio, diante da qual se abre um largo onde se ergue
um cruzeiro. Considerada a primeira igreja do Brasil a exibir
traços barrocos, aparentemente antecedendo até mesmo a
introdução do estilo na Metrópole portuguesa. Depois de sua
construção, vários templos erguidos no país seguiram a mesma
tendência, inspirados em seu desenho.
Características Barrocas
Geralmente os historiadores arquiteturais brasileiros têm evitado
classificar o estilo da fachada da igreja franciscana de Cairu, talvez
desnorteados pelo fato de que, apesar de sua aparência barroca,
ela foi concebida várias décadas antes da época que tem sido
tradicionalmente considerada a do florescimento do barroco no
Brasil. Já o francês Germain Bazin não hesitou e emitiu o
julgamento de que tal frontaria constituiu um “pró dromo” do
barroco brasileiro.
Cinco características da frontaria em questão fazem dela
uma composição nitidamente barroca: seu caráter a
tectônico ou cenográfico; o fato de sua aparência ser
determinada pela decoração; o movimento de linhas curvas
que define seus contornos; o forte efeito ilusionista nela
presente; e a sua dramaticidade compositiva.
“composição essencialmente piramidal, obtida com a
superposição de três pavimentos de larguras decrescentes”
A peça mais antiga de toda a nave é a capela de Santa Rosa
de Viterbo, mandada construir pela Ordem Terceira,
localizada na parte central da nave, do lado do Evangelho. Aí
vamos encontrar um belo altar barroco, do tipo românico,
inteiramente talhado em cedro. É provável que esse altar
tenha pertencido a outro local maior, quem sabe à capela
mor, tendo sido desmontado e um pouco reduzido, na
segunda metade do século XIX, para adaptar-se ao recinto da
capela da Ordem Terceira.
A capela-mor foi totalmente modificada no século XIX, quando
perdeu seu forro e o retábulo barroco. De cada lado das paredes
laterais existem painéis de azulejos figurativos montados
aleatoriamente, com o aproveitamento de peças provenientes de
outros painéis, na tentativa de completar a barra de azulejos
originais, disfarçando a redução do espaço, antes ocupado pelo
antigo altar. Foram certamente montados após a remoção do
retábulo antigo ou após a
colocação do atual.
Resta da decoração barroca primitiva o revestimento azulejar. Do
lado do Evangelho, os painéis retratam cenas da vida de Santo
Antônio – O milagre da mula e A pregação aos peixes. Do lado da
epístola, temos as representações da Ceia na casa do incrédulo e da
Cura da criança paralítica. Santos Simões vê nesses painéis a mão
de Bartolomeu Antunes, um dos mais festejados pintores de
azulejos portugueses, ou de um dos seus melhores discípulos. Ele
situa a data desses painéis em torno de 1740.
O atual altar-mor é de um estilo neoclássico tardio, sem dúvida uma
interpretação popular do estilo erudito que se desenvolveu
espetacularmente em Salvador, durante o século XIX. Até o
momento, não foram encontrados documentos que permitam datar
a sua confecção.
Como o elemento artístico de destaque do convento é a sua
monumental azulejaria portuguesa, a decoração interna da
nave não poderia, de forma alguma, dispensá-la. Um grande
silhar, com uma altura correspondente a 11 azulejos, percorre
toda a parte inferior das paredes, totalizando três mil peças
que formam um admirável conjunto. São exemplares do
período joanino, como a maioria da azulejaria do convento,
produzidos no período áureo dessa arte em Portugal.
A nave possui um forro em forma de gamela, com pintura
ilusionista de autoria desconhecida representando várias
cenas alusivas à vida de São Francisco, Santo Antônio, São
Domingos e outros, além da visão de Cristo e de Nossa
Senhora por aqueles dois primeiros santos. A propósito,
Fernando da Fonseca comenta que “estranhamente a figura
de Cristo empunha três raios e junto está a figura de S.
Gabriel desembainhando uma espada

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