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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA DA 
PARAÍBA
História da Paraíba – Parte II
Livro Eletrônico
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Sumário
História da Paraíba – Parte II........................................................................................................ 3
1. Do Império à República: Elites Políticas, Imprensa e Abolicionismo ............................... 3
2. História Republicana: Coronelismo na Primeira República, Populismo e Golpe no 
Estado da Paraíba (1930-64), Economia e Sociedade Paraibanas na Atualidade ........... 14
2.1. Coronelismo na Primeira República ....................................................................................15
2.2. Populismo e Golpe no Estado da Paraíba (1930-64) ..................................................... 22
Resumo ............................................................................................................................................43
Mapas Mentais .............................................................................................................................. 45
Questões Comentadas em Aula .................................................................................................48
Questões de Concurso ................................................................................................................. 54
Gabarito ........................................................................................................................................... 77
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
HISTÓRIA DA PARAÍBA – PARTE II
Olá, querido(a)! Seja novamente muito bem-vindo(a)! Nesta aula daremos continuidade a 
seu processo de aprovação no cargo de Oficial da Polícia Militar do Estado da Paraíba. É isso 
mesmo que você leu. O resultado de nossos encontros, do seu esforço e dedicação ao estudo, 
será a sua nomeação.
Antes de seguirmos, peço que não se esqueça de avaliar a aula anterior, caso ainda não o 
tenha feito, e esta, ao final. Seu retorno é muito importante para que continue elaborando um 
material que atenda suas expectativas e necessidades!
Veja os conteúdos do edital que abordaremos:
Do Império à República: elites políticas, imprensa e abolicionismo.
História republicana: coronelismo na Primeira República, populismo e golpe no estado da 
Paraíba (1930-64), economia e sociedade paraibanas na atualidade.
Quero lembrá-lo(a) que seguiremos o estudo de acordo com os tópicos do edital. Já lhe 
disse o quão importante isso é para compreender o foco da banca. Então, sem mais delongas, 
vamos ao estudo.
1. Do ImpérIo à repúblIca: elItes polítIcas, Imprensa e abolIcIonIsmo
Para se situar, dê uma boa olhada na linha do tempo da História do Brasil:
Fonte: http://leonidasfelipe.blogspot.com/2015/11/mapa-mental-periodos-da-historia-do.html
Agora, veja como é subdividido o Período Imperial:
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Querido(a), a partir do Período Regencial (1831-1840), segunda fase do Império, ocorre 
uma burocratização do Estado Brasileiro com a criação de cargos de juízes de fora, de paz e de 
direito, do corpo policial, de cadeias públicas e do Tribunal do Júri.
Durante o Segundo Reinado surgiram os seguintes partidos políticos:
• o Partido Liberal, cujos membros eram conhecidos como os “luzia”;
• o Partido Conservador, cujos membros eram conhecidos como os “saquarema”.
Ambos os partidos defendiam as ideias de elite, como a manutenção da escravidão. So-
mente se diferiam em relação ao poder central, com os liberais lutando por mais autonomia 
provincial e os conservadores por mais centralização. Em função disso, o político pernambu-
cano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti, proferiu: “Nada se assemelha mais a um 
‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no poder.”
Por causa da abdicação do seu pai, D. Pedro II sentiu a necessidade de mudar forma de 
governo. Seguindo, assim, ao sistema que tem origem na Inglaterra, em 1847 é implantado o 
parlamentarismo no Brasil.
Este sistema ficou conhecido como parlamentarismo às avessas dado que o Presidente 
de Conselho, a partir de 1847, era escolhido de uma lista de tripla pelo imperador e não neces-
sariamente era o candidato mais votado, como na Inglaterra. O imperador também detinha o 
Poder Moderador, mas este foi usado poucas vezes pelo soberano.
No ano de 1836, foi o criado o Liceu Paraibano. Instituição de ensino voltada para a forma-
ção das elites dirigentes da província. Dele saíram vários doutores do Direito que ingressaram 
na política e participaram na criação dos jornais paraibanos, inclusive, com participação signi-
ficativa na Revolução Praieira. Uma publicação, inclusive, levou Borges da Fonseca ao Tribunal 
do Júri por cometer crime de opinião.
Como vimos na aula anterior, o início do Segundo Reinado (1840-1889), terceira fase do 
Brasil Império, foi marcado pela disputa entre liberais e conservadores durante a Revolução 
Praieira (1848-1850).
Acontece que a Paraíba foi palco de vários movimentos de revolta desde a sua coloni-
zação. A maioria delas, como vimos, resultado da disputa pelo seu controle. No entanto, no 
século XIX, essas revoltas carregavam consigo um caráter essencialmente liberal (Revolução 
Pernambucana de 1817, Confederação do Equador de 1824 e a Revolução Praieira de 1848). 
Esses ideais liberais se identificavam e influenciavam as ideias abolicionistas que surgem na 
Paraíba a partir da década de 1870.
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Como há de se recordar, quando tratamos da Revolução Praieira, a política pernambucana 
era dominada pelos membros da família Cavalcanti, tradicional e rica. Os Cavalcanti exerciam 
seu poder no estado de modo bastante absoluto e agressivo. Esse corriqueiro desmando ge-
rou, com o tempo, uma grande insatisfação popular na região, crescendo quando somada à 
monopolização do comércio pela elite portuguesa.
Contudo, outra família, Rego de Barros, começou a disputar o poder com os Cavalcanti. 
Num esquema de revezamento, inclusive realizando acordos, teve os Cavalcanti liderando o 
Partido Conservador e, os Rego de Barros, os Liberais. Alguns liberais, insatisfeitos com es-
ses acordos que acabavam favorecendo os Cavalcanti (Conservadores), saíram do partido e 
fundaram o Partido Nacional Pernambucano (Praieiro). Outro motivo de insatisfação destes 
liberais se deu porque, apesar da pressão inglesa pelo fim do Tráfico Negreiro, as duas famílias 
continuaram praticando o contrabando de mão de obra negra.
Os dois partidos utilizaram a Imprensa como meio de disputa política. Os Conservadores, 
chamados “guabirus” (ratos) criam o Diário da Paraíba. Já os Liberais, chamados “Praieiros” 
(pois a sede do jornal ficava na rua da praia), criaram o chamado Diário Novo. Esse duelo de 
narrativas no campo daimprensa durou até 1844.
O Partido da Praia cresceu elegendo deputados da Assembleia Legislativa Provincial. No 
poder, demitiram funcionários nomeados pelos conservadores, desmontando a estrutura es-
tatal anterior. No entanto, essa medida causou um grande caos. O governo de Chinchorro, 
conservador, durou até 1847 e sua saída gerou uma instabilidade política. Com a retomada 
conservadora do governo central no Rio de Janeiro e o novo governo de Pernambuco, que foi 
eleito com o objetivo de sufocar manifestações e revoltas, criaram as condições para o início 
da Revolta Praieira. (Dúvidas sobre a Praieira, retome o último tópico da aula anterior).
Na passagem do ano de 1851 para 1852 eclodiu uma nova convulsão no Império: A Revolta 
do Ronco da Abelha (1851-1852). Em diversas vilas e cidades do Nordeste, principalmente em 
Pernambuco, Alagoas e Paraíba, centenas de pessoas se aglomeraram em frente a prédios pú-
blicos para protestar e, grande parte delas, armada. Recebeu esse nome em função do barulho 
de zunido que os revoltosos faziam com suas bocas. Em Pernambuco, no dia 1º de janeiro, os 
representantes de um grupo de quase 200 pessoas, que havia encurralado o delegado da vila 
de Pau d’Alho, disseram: “Tendo nós, pretos e pardos pobres, (recebido) notícia sobre o ‘papel 
da escravidão’, que hoje era o competente dia de se ler, desejamos saber se é ou não verdade”.
Eram pessoas livres, mas pobres e receosas de serem escravizadas com seus filhos. Acre-
ditavam que o perigo vinha do “papel da escravidão”, dois decretos imperiais com determina-
ções estatísticas. O primeiro deles marcava a realização do primeiro Censo do Brasil para o 
mês de julho de 1852. O segundo estabelecia o registro de todos os nascimentos e mortes 
no país a partir de janeiro de 1852. A real intenção do Estado era colher dados para calcular a 
população, com o objetivo de sistematizar o recrutamento de homens para o serviço militar e 
de mão de obra para as lavouras diante do processo abolicionista.
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Durante as revoltas, rasgavam cópias dos documentos e impediam que fossem lidos, afi-
xados e implementados. Em alguns casos, ameaçavam de morte funcionários públicos e até 
membros de forças de segurança.
Naquele momento, a sociedade escravocrata brasileira passava por uma grande transfor-
mação. Com a Lei Eusébio de Queiroz de 1850, o tráfico de africanos escravizados passou a 
ser proibido: “A importação de escravos no território do Império fica nele considerada como 
pirataria.”
O medo e a revolta da população advinham das seguintes questões: Qual seria nova for-
ma de obter mão de obra no Brasil? E se o Império quisesse escravizar brasileiros pobres, 
negros e pardos?
001. (CPCON/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2008) Apesar da rigidez da estrutura 
econômico-social baseada no latifúndio e no trabalho escravo, as massas populares sempre 
procuraram assinalar intensa participação na História da Paraíba.
Faça a associação das duas colunas.
1 - Revolução de 1817
2 - Confederação do Equador
3 - Revolução Praieira – 1848/49
4 - Revolta de Quebra-Quilos
5 - Ronco da Abelha
( ) Revolta que ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos 
e medidas.
( ) Revolta contra a atitude autoritária de D. Pedro I. O objetivo do seu líder era reunir as provín-
cias do Nordeste em uma república
( ) Foi o último movimento revolucionário do Império. Teve início com os choques entre liberais 
e conservadores de Olinda
( ) A revolta deu-se nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba com o intuito de 
fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com o fim do tráfico negreiro, os homens 
livres tiveram que trabalhar.
( ) Movimento de caráter republicano e separatista. Teve início em Pernambuco e logo se es-
tendeu às províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA
a) 4, 1, 3, 2, 5
b) 4, 2, 3, 5, 1
c) 2, 4, 1, 3, 5
d) 5, 3, 1, 2, 4
e) 5, 1, 4, 3, 2
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Revolução de 1817: Movimento de caráter republicano e separatista. Teve início em Pernambu-
co e logo se estendeu às províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Confederação do Equador: Revolta contra a atitude autoritária de D. Pedro I. O objetivo do seu 
líder era reunir as províncias do Nordeste em uma república
Revolução Praieira – 1848/49: Foi o último movimento revolucionário do Império. Teve início 
com os choques entre liberais e conservadores de Olinda.
Revolta de Quebra-Quilos: Revolta que ficou assim conhecida pela modificação que provocou 
no sistema de pesos e medidas.
Ronco da Abelha: A revolta deu-se nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba com 
o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com o fim do tráfico negreiro, os 
homens livres tiveram que trabalhar.
Letra b.
Outro movimento importante para seu estudo é a Revolta de Quebra Quilos. Acabei de lhe 
apresentar uma questão de uma prova anterior sobre o tema. Agora, aprofundemos: Iniciada 
na Paraíba, ocorreu em 31 de outubro de 1874. Foi uma revolta contra as mudanças introdu-
zidas pelos novos padrões de pesos e medidas do sistema internacional, recém introduzidas 
no Brasil.
A denominação de quebra-quilos surgiu no Rio de Janeiro, quando populares invadiram 
casas comerciais que começaram a utilizar o novo sistema de pesos e medidas. Aos gritos de 
“Quebra os quilos! Quebra os quilos”, depredavam os estabelecimentos. A expressão começou 
a ser utilizada indiscriminadamente para se referir a todos os participantes dos movimentos de 
contestação ao governo com relação ao recrutamento militar, à instituição do sistema métrico 
decimal para o cálculo de preços e do aumento de impostos dos governos.
Mais do que uma mudança na organização econômica da vida que, por gerações, estava 
acostumada com outros sistemas de medidas, foi um movimento contra a carestia, os abu-
sos dos governos e os arrematantes de impostos, coletores e atravessadores. Agricultores, 
criadores de gado e comerciantes, os quebra-quilos eram vistos pelas autoridades como um 
“bando de matutos armados de facas e cacetes”. Por isso, a Revolta do Quebra Quilos também 
é encontrada na literatura como o nome de Revolta dos Matutos.
Sem uma unidade e sem liderança, de maneira espontânea, a revolta se alastrou por outras 
vilas e povoados da Paraíba, chegando a Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas.
Essa revolta começou nas feiras do Agreste e se espalhou rapidamente para cerca de 30 a 
40 localidades da Paraíba. A Igreja, rompida com o Império devido à Questão Religiosa (vere-
mos mais adiante), apoiou o movimento e realizou propaganda contra o Império. Além disso, 
as elites locais canalizaram a insatisfação popular para aumentar o sentimento antilusitano.
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HISTÓRIA DAPARAÍBA
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A mando do Império, o Capitão Longuinho, liderando os chamados coletes de couro, pro-
moveu uma forte repressão. No entanto, isso não impediu que outras manifestações popula-
res surgissem, inclusive lideradas por mulheres, contra o recrutamento militar.
002. (IBFC/CBM/PB/SOLDADO/2014) A Força Policial da Paraíba teve outra importante par-
ticipação em acontecimento histórico. Foi a pacificação do movimento que ficou conhecido 
como a Revolta de Quebra Quilo. Essa Revolta se deu no ano de:
a) 1.874.
b) 1.849.
c) 1.834.
d) 1.865.
A Revolta de Quebra Quilos, iniciada na Paraíba, ocorreu em 31 de outubro de 1874.
Letra a.
É nesse contexto que surgiu o cangaço. Destaque para o cangaceiro Jesuíno Brilhante. 
Em suas ações, saqueava comboios e mercadorias enviadas do governo aos coronéis que co-
mandavam o sertão, enquanto a população morria de fome em plena seca. Reza a lenda que 
Jesuíno, o primeiro cangaceiro do Brasil, não visava um retorno pessoal. A morte de Jesuíno 
Brilhante foi digna de registros de cinema. O desfecho ocorreu em dezembro de 1879, em uma 
emboscada, na cidade de Belém do Brejo do Cruz, Paraíba, quando vinha sendo perseguido 
pela polícia e fora alvejado, de surpresa, por dois tiros na região do abdômen, disparados pelo 
seu algoz, Preto Limão.
A partir de 1880 o movimento abolicionista ganha maior repercussão na Paraíba. Para lhe 
deixar situado(a), veja abaixo as Leis abolicionistas no período:
Mesmo após a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, ocor-
reram desembarques clandestinos na Paraíba e em Pernambuco.
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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O que pouco se comenta nos livros didáticos é que, em 25 de março de 1884, o presiden-
te da província do Ceará, o baiano Sátiro Dias, declarou a libertação de todos os escravos da 
província, portanto, a primeira a abolir a escravidão no país quatro anos antes da Lei Áurea. 
Acontece que, na década de 1870, a venda de escravizados para outras regiões do país era 
importante fonte de receita para a província do Ceará. Nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881 
e, 3 de agosto do mesmo ano, jangadeiros, liderados pelo Dragão do Mar, se recusaram a trans-
portar, do Porto de Fortaleza para os navios negreiros, escravizados que seriam vendidos para 
outras províncias. Esta foi a Greve dos Jangadeiros que, ao paralisar o tráfico por alguns dias, 
impulsionou a abolição da escravatura no Ceará.
Segunda província do Império em número de associações abolicionistas em meados de 
1870, a Paraíba não foi pioneira, mas foi parte ativa no fortalecimento do abolicionismo até a 
publicação da Lei Áurea. A elite paraibana foi contagiada com o movimento do Ceará. O jornal 
O Norte, que circulava nessa época, pregava o abolicionismo total, numa propaganda que im-
pressionou a opinião pública.
Apesar da tradição liberal da Paraíba (Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do 
Equador de 1824, Revolução Praieira 1848), somente no início da década de 1880, o movimen-
to abolicionista ganha força, com a entrada de setores “excluídos” como as mulheres, artistas 
e pessoas negras livres, libertas e mesmo escravizadas. Foi a partir de debates políticos nas 
ruas, do nascimento de jornais paraibanos abolicionistas e do ativismo de pessoas brancas co-
muns, de negros livres e ex-escravizados, que o abolicionismo passou da ideia para a prática.
Entre as primeiras associações abolicionistas na Paraíba, ou emancipadoras, grupos organi-
zados que ajudam a libertar os negros escravizados, destaque para a Sociedade Caridade São 
João Evangelista, Emancipadora Parahybana, Núcleo Abolicionista e Emancipadora Areiense.
Em 1882, um expoente do abolicionismo brasileiro, José do Patrocínio, participou da fun-
dação da Emancipadora Parahybana, uma das muitas organizações abolicionistas da Paraíba. 
Tendo como presidente o padre João do Rego Moura, produziu o jornal Emancipador e conse-
guiu alforriar muitos cativos.
Entre as emancipadoras paraibanas, a Areiense teve um papel de destaque, sendo responsá-
vel pela maior parte dos negros libertos na cidade de Areia. Essa é uma temática de grande rele-
vância e tem grandes chances de ser cobrada pela banca. Um censo feito pelo Império em 1872 
indicou que Nossa Senhora da Conceição de Areia, com 1.424 pessoas, era a freguesia com a 
maior população escravizada. Em 1871, José Alves de Lima, rico proprietários de fazendas em 
Areia, viúvo e sem filhos, libertou todos os seus escravos e deixou para eles parte da sua fortuna.
Contudo, foram dois moradores de Areia que tomaram a frente no processo de libertação 
de escravizados: o farmacêutico Manuel Silva, que liderava a Mocidade Emancipadora Areien-
se, e o bacharel Coelho Lisboa. Ambos atuaram na organização de eventos para arrecadar 
recursos para a compra de escravizados, acolhendo escravizados fugitivos e incentivando a 
fuga de outros cativos.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Os escravos fugitivos se refugiavam no sítio de S. José, pertencente a Simão Patrício da 
Costa Senior, também membro da Emancipadora Areiense. Os fugidos ocupavam as casas 
dos moradores, estribarias, estábulos e até a própria residência do proprietário. Por várias ve-
zes, a propriedade foi cercada e ameaçada por tropas policiais.
Em 1886, a causa da libertação dos escravos já tomara maior amplitude. Havia vários nú-
cleos de emancipadores, sendo os mais combativos os de Areia e Mamanguape.
A Emancipadora Areiense desenvolveu a propaganda abolicionista pelas colunas do jornal 
Areiense. Em março de 1888, Manuel da Silva fundou outro jornal: Verdade. Em 1888, no dia 
3 de maio, dez dias antes da Lei Áurea, Areia proclamou o a abolição na cidade, entregando a 
carta de alforria ao seu último escravo.
Edição de 31 de março de 1888 do Jornal Verdade. Fonte: O processo de abolição da escravidão na Parahyba do 
Norte (1870-1888)
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Para celebrar o feito, celebraram uma missa, soltaram fogos e realizaram passeatas, com 
libertos confraternizando-se com seus ex-senhores. Tanto o foi que os libertos realizaram um 
jantar aos abolicionistas e prestaram uma homenagem a Manoel da Silva, lhe arremessando 
flores na sua chegada.
A Paraíba tinha um dos menores percentuais de pessoas escravizadas se comparada a 
outras províncias. Do auge da escravidão até a abolição, a população escravizada na Paraíba 
foi diminuindo ao ponto de ser de pouco mais de 9 mil escravizados em 1888.
Fonte: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/cidade-da-paraiba-aboliu-escravidao-antes-da-lei-aurea-
-em-1888-diz-pesquisador.ghtml
A Paraíba chegou ao final do século XIX com uma situação econômica muito diferente do 
que vivera no auge da atividade açucareira. Além do castigo da seca, que fazia crescer o núme-
ro de retirantes, epidemias na década de1850 mataram cerca de 30 mil pessoas.
Antes de partirmos para o Período Republicano, vejamos o que levou à crise da Monarquia 
e a consequente Proclamação da República. Três foram as principais causas para findar o Im-
pério: Questão Abolicionista, Questão Religiosa e Questão Militar. Veja:
Um dos três pilares de sustentação do Império era a escravidão. Daí a expressão Questão 
Abolicionista para nos referirmos aos impactos do processo de abolição da escravidão para a 
Monarquia. Diante da pressão internacional pelo fim da escravidão, a própria aristocracia rural 
começou a inflacionar o preço dos escravos na expectativa de que o governo pagasse uma in-
denização quando a previsível abolição acontecesse. Como vimos, isso ocorreu em Areia e no 
Ceará. Mas o império não o fez. O governo brasileiro libertou os escravos, mas não indenizou 
os proprietários. Resultado: a aristocracia escravagista começou a sonegar tributos retirando 
o sustentáculo financeiro do Império. Uma grave crise tomou conta do governo, já debilitada 
pelos altos gastos com a Guerra do Paraguai (1864-1870).
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Do ponto de vista social, a abolição não resolveu o problema das desigualdades geradas 
pela escravidão. Ocorre que o governo imperial e o governo republicano não criaram meca-
nismos para que a população liberta fosse absorvida pelo mercado de trabalho assalariado 
ou tivesse condições de possuírem moradia. O resultado pode ser visto ainda hoje, com a 
população negra sendo maioria dos integrantes das classes sociais mais baixas, minoria nas 
universidades públicas entre outros indicadores sociais.
003. (FGV/SME - SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016) 
Leia os fragmentos a seguir.
I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós 
Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encon-
tradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu bordo 
escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades, ou pelos 
Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que não tive-
rem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que se encon-
trarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente apprehen-
didas, e consideradas em tentativa de importação de escravos. (Coleção de Leis do Império do 
Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella 
Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do 
Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço de 
embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados no 
serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangei-
ra, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do 
Brazil. Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos 
escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscali-
sar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que 
forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem 
reexportados. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente,
a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen.
b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó.
c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco de Araújo.
d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz.
e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó.
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Muito fácil! Listei, inclusive, os parágrafos da Lei Feijó no corpo do texto sobre a Questão Abo-
licionista. Tenha em mente que você deverá saber identificar cada uma das leis abolicionistas.
Letra b.
Outra ruptura do Império se deu com a Igreja, no que os historiadores chamam de Questão 
Religiosa. Desde o início da colonização prevalecia o regime de Padroado. A igreja era subme-
tida à Coroa Portuguesa e, após a Independência, ao Imperador. Na prática, o Estado poderia 
abrir paróquias e indicar bispos com a contrapartida de prover os “salários” do clero.
Assim, D. Pedro II tinha autoridade para aprovar ou não uma ordem do Papa. Em 1872, uma 
Bula Papal proibia a participação de membros ligados à maçonaria na vida religiosa da Igreja. 
Acontece que D. Pedro II era maçon. Quando D. Vidal e D. Macedo, bispos de Olinda e de Belém, 
resolveram seguir as ordens do Papa Pio IX, o imperador ordenou que fossem presos. Foram 
libertos em 1875, mas já estava feito o estrago a imagem do Império. 
Hoje, meios de comunicação e redes sociais são utilizados por lideranças políticas para pro-
pagar seus ideais e valores. No entanto, no século XIX, era a Igreja Católica a instituição respon-
sável por “fazer propaganda” para a monarquia brasileira. Entretanto, diante da ruptura, todo o 
clero da Igreja começou a fazer propaganda contrária a D. Pedro II, fazendo com que a população 
criasse um sentimento de aversão ao imperador e tudo que a monarquia representava.
Para resumir: a ruptura com a Igreja fez com que o Império perdesse seu apoio ideológico.
A queda do último pilar de sustentação do Império é chamada pela historiografia de Ques-
tão Militar.
A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi o maior conflito armado internacional ocorrido na 
América do Sul. O Paraguai foi destruído pela Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e 
Uruguai. A principal instituição brasileira responsável pela vitória na guerra foi o Exército. Con-
tudo, era a marinha quem recebia as maiores verbas e privilégios do governo. Isso despertou 
um sentimento de despeito por parte do alto escalão do exército brasileiro.
Além disso, em 1883, aumentou a oposição entre governo e exército. Oficiais ficaram extre-
mamente insatisfeitos em função do projeto de revisão da aposentadoria dos militares.
Soma-se a isso, a influência da Escola Militar, em que as ideias do positivismo de Auguste 
Comte ganhavam adeptos. De acordo com essa corrente filosófica, uma República forte, cen-
tralizada e orientada por princípios racionais, representava o melhor dos sistemas de governo 
a ser seguido. Além da Escola Militar, muitos chefes militares passaram a fazer campanha 
contra o Império através de jornais.
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Assim, diante dos boatos de que o visconde de Ouro Preto, chefe do gabinete de governo, 
pretendia dissolver o Exército, nos dias 14 e 15 de novembro, um grupo de militares liderado 
por Marechal Deodoro impôs o golpe a Dom Pedro II.Estava proclamada a República.
Durante o processo de tomada do poder, a população sequer entendeu o que estava acon-
tecendo, levando o ex-político e jornalista, Aristides Lobo, a dizer que “o povo assistiu àquilo 
bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava, muitos acreditaram seriamente 
estar vendo uma parada.”
Resumindo: O império, que já havia perdido seu sustentáculo ideológico e econômico, ago-
ra perdia sua base de apoio militar.
004. (ESPCEX/2006) O fim do Império Brasileiro foi marcado por contestações ao regime 
como, por exemplo, a campanha abolicionista e a campanha republicana. Paralelamente, ocor-
reram duas outras causas da queda da monarquia: a relação Pedroado-Maçonaria e as ideias 
criadas pelo francês Auguste Comte, corrente filosófica chamada de Positivismo.
Esses dois conjuntos geraram, respectivamente, a:
a) crise de sucessão do terceiro imperador e a censura dos livros de filosofia
b) perseguição às sociedades secretas e o Problema Servil
c) Corrente Nacionalista e a rejeição do Conde D’Eu como novo monarca
d) Questão Religiosa e a Questão Militar
e) crise do Beneplácito e a queda do Gabinete Liberal
Esses dois elementos fazem parte da crise que gerou o isolamento político de D. Pedro II e a 
consequente Proclamação da República.
Letra d.
2. HIstórIa republIcana: coronelIsmo na prImeIra repúblIca, populIsmo 
e Golpe no estaDo Da paraíba (1930-64), economIa e socIeDaDe paraI-
banas na atualIDaDe
A República, proclamada em 1889, de início, foi governada por Militares, no que se conven-
cionou chamar de República de Espadas (1889-1894). O governo dos marechais deu lugar ao 
governo civil a partir de 1894, iniciando o que chamamos República Oligárquica.
Observe a linha do tempo que divide didaticamente o Período Republicano da História 
do Brasil:
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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A FGV propõe uma abordagem sobre a História da Paraíba no decorrer desta linha do tem-
po. Antes de nos debruçarmos sobre as oligarquias paraibanas, é preciso que você compreen-
da como funcionava a República Oligárquica.
2.1. coronelIsmo na prImeIra repúblIca
A República dos Coronéis, também chamada de República Oligárquica (1894-1930), foi 
marcada por um controle político das Oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, no que se con-
vencionou chamar de política do café-com-leite.
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História da Paraíba – Parte II
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Oligarquia é uma palavra de origem grega e significa “governo de poucos”. Como o próprio 
nome diz, a República Oligárquica (1894-1930) foi um período da história do Brasil em que as 
oligarquias cafeeiras de São Paulo (Partido Republicano Paulista) e as oligarquias produtoras 
de leite de Minas Gerais (Partido Republicano Mineiro) dominaram a cena política brasileira por 
possuírem a maioria do eleitorado do país. Daí a nomenclatura usual: Política do café-com-leite.
Os presidentes indicados por estes dois partidos se revezaram na presidência da Repúbli-
ca até a Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder.
No plano econômico, para garantir os privilégios dos produtores de café, foi celebrado o 
Convênio de Taubaté, um plano feito entre os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de 
Janeiro e os grandes cafeicultores destes estados. Este acordo, firmado em 1906, na cidade 
de Taubaté (interior de São Paulo) tinha como principal objetivo aumentar o preço do café. De 
acordo com o plano, os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro compravam a 
produção de café dos produtores, fazendo e gerenciando estoques reguladores do produto. 
O produto era colocado no mercado de acordo com a lei da oferta e procura, visando sempre 
manter os preços elevados, garantindo desta forma o lucro dos produtores.
Na maior parte dos casos, estes governos compravam o café dos produtores a um preço 
maior do que vendiam no mercado, obtendo prejuízos nesta relação. E quando a procura por 
café no mercado internacional era menor do que a oferta, para manter os preços altos, os go-
vernos queimavam estoques do produto, gerando mais prejuízos aos cofres públicos.
Como estes estados não tinham capital para comprar os elevados estoques de café e ain-
da manter os preços controlados, precisaram recorrer a empréstimos em bancos estrangeiros 
(ingleses e norte-americanos), que estavam abrindo suas portas no Brasil naquela época.
2.1.1. Política dos Governadores
Foi um acordo político firmado durante o período da República Velha (1889-1930), com o 
objetivo de unir os interesses dos políticos locais ao governo federal, a fim de garantir o con-
trole do poder político.
O Governo Federal apoiava os governos estaduais sem restrições e, em troca, eles faziam 
uso de seus coronéis (“coronelismo”) e elegiam bancadas pró-Governo Federal para a assem-
bleia legislativa, de forma que nem o governo federal, nem os governos estaduais, enfrentas-
sem qualquer tipo de oposição. Campos Sales propôs o nome “Política dos Estados”, dizendo 
que “o que pensam os Estados, pensa a União”.
2.1.2. Coronelismo
Para que a política dos governadores funcionasse, era preciso a garantia dos votos neces-
sários. Nesse sentido, poder político local era exercido por um coronel. Apesar da patente no 
nome, não era um militar. Tratava-se de um mandatário, geralmente um grande proprietário de 
terras, que controlava a dinâmica política na sua região em função da dependência econômi-
ca da população local.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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A economia local era altamente dependente da atividade do coronel, que obrigava seus 
“dependentes” a votarem nos candidatos que ele indicasse. É própria das pequenas cidades do 
interior e configura uma forma de mandonismo em que uma elite, personificada pelo proprie-
tário rural, controla os meios de produção, detendo o poder econômico, social e político local. 
O coronelismo foi a base de toda a estrutura que garantia a manutenção das elites agrárias no 
governo da República.
Organizado o acordo da política dos governadores, foi necessária a criação de mecanis-
mos institucionais para que garantissem a eleição dos candidatos escolhidos pelos dois gru-
pos. Vamos a eles:
• Voto de Cabresto: a Constituição de 1891 estipulava o voto aberto. Assim, os coronéis 
obrigavam seus “dependentes” a votarem em seus candidatos. Aqueles que tentavam 
desobedecer eram punidos, perdendo seus empregos ou não conseguindo vender ou 
prestar algum serviço para o Coronel;
• Curral eleitoral: Os coronéis negociavam seu apoio e os votos necessários aos candida-
tos que negociavam com ele. Ofereciam seu curral eleitoral em troca de favores;
• Comissão Verificadora: Criada pelo Congresso Nacional, se mesmo diante da domina-
ção coronelista os candidatos dos coronéis não fossem selecionados, uma Comissão 
Verificadora de Poderes tinha autoridade para não diplomar o candidato eleito.
005. (FGV/SME-SP/Professorde Ensino Fundamental II e Médio/História/2016) “Comecemos 
pela expressão ‘República Oligárquica’. Oligarquia é uma palavra grega que significa governo 
de poucas pessoas, pertencentes a uma classe ou família. De fato, embora a aparência de 
organização do país fosse liberal, na prática o poder foi controlado por um reduzido grupo de 
políticos em cada Estado.” FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 61.
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Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos mecanismos próprios da ordem oligár-
quica brasileira na Primeira República.
a) Com a política dos governadores, o governo estadual passou a sustentar os grupos domi-
nantes em cada estado, em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal.
b) Com a aliança entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, detentores das maiores bancadas no 
Congresso no período, as oligarquias do Centro-Sul garantiram o controle do Executivo e do 
Legislativo federais.
c) Com o coronelismo, controlou-se o eleitorado no campo, incorporado ao processo político 
pelo fim do critério censitário, e garantiu-se a hegemonia das oligarquias rurais regionais, inter-
ferindo no processo eleitoral.
d) Com a criação de um novo ator político - os governadores, eleitos a partir das máquinas 
estaduais -, os estados aprofundaram o federalismo e combateram o coronelismo, visto como 
sobrevivência arcaica da ordem imperial.
e) Com o pacto federativo, acirraram-se as hostilidades existentes entre Executivo e Legislati-
vo, criando a disputa entre São Paulo e Minas Gerais pela presidência da República.
O coronelismo foi o principal instrumento utilizado pelas oligarquias para garantir que seus 
candidatos fossem eleitos, mantendo a aparência de uma República Liberal, como descrito no 
texto do enunciado.
Letra c.
2.1.3. Coronelismo na Paraíba Republicana
Durante o período da República Velha, entre 1889 e 1930, o poder paraibano era exercido 
por coronéis e oligarquias que controlavam o estado; nessa fase, a Paraíba foi governada por 
três oligarquias: o venancismo (Venâncio Neiva), o alvarismo (Álvaro Machado) e o epitacismo 
(Epitácio Pessoa).
Na Paraíba, o coronelismo foi significativo deixando marcas até hoje nos rincões do sertão 
paraibano. O primeiro grupo oligárquico que dominou a cena política paraibana foi montado 
por Álvaro Machado, segundo governador da Paraíba no período republicano. O alvarismo de-
terminou os rumos da Paraíba republicana de 1892 a 1912 e fundou o Partido Republicano da 
Paraíba (PRP) para conduzir a política paraibana.
Em geral, o primeiro período republicano na Paraíba foi caracterizado pelo crescimento da 
população urbana, bem como pelo crescimento de reivindicações e organização dos trabalha-
dores, que foram reprimidas durante o governo de Epitácio Pessoa (1919-1922).
O segundo grupo político oligárquico paraibano de nosso estudo estava sob a liderança de 
Epitácio Pessoa, por isso: epitacismo. Tamanho era o controle dessa Oligarquia, ditando os ca-
minhos da política paraibana de 1915 a 1930, que esse período ficou conhecido como “ordem 
de Epitácio”. A Paraíba ficou politicamente dividida entre os que estavam a favor de Epitácio 
Pessoa ou contra ele.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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A passagem a seguir mostra quanto poder detiveram os coronéis na Paraíba republicana:
Na Paraíba, as acirradas disputas político-eleitorais, o monopólio dos meios de produção, a domina-
ção pessoal exercida pelos ‘coronéis’ sobre os trabalhadores, a política clientelista e o controle da 
máquina estatal concentraram o poder nas mãos de cerca de três dúzias de famílias distribuídas por 
vários municípios, tais como os Dantas – em Teixeira, os Suassuna – em Catolé do rocha, os Cunha 
Lima – em Areia, os Pessoa – em Umbuzeiro e os Sátiro – em Patos. [...] os grupos dominantes 
locais se compõem e recompõem, preservando, assim o seu poder, embora subordinando-se a nível 
nacional e ao predomínio das oligarquias do Sudeste.1 (GURJÃO, 1999, p.56-57).
Além do domínio coronelista, é importante destacarmos outros acontecimentos na Pa-
raíba durante a República Oligárquica (1894-1930). Por exemplo, durante a Primeira Guerra 
Mundial (1914-1918), a economia da Paraíba entrou em crise por causa da queda drástica nas 
exportações de algodão, um dos principais produtos agrícolas do estado.
Em 9 de fevereiro de 1926, a Coluna Prestes comandada por Luís Carlos Prestes, Miguel 
Costa e Juarez Távora, passou pela Paraíba.
Coluna Prestes: Também conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes, a Coluna foi um mo-
vimento revoltoso organizado por tenentistas que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927 com-
batendo as tropas dos governos de Artur Bernardes e Washington Luís durante a Primeira 
República. Ao longo de sua trajetória, os membros da Coluna percorreram mais de 25 mil qui-
lômetros em protesto contra os governos vigentes.
Entre 1920 e 1940, ocorreu o fenômeno do cangaço. O historiador Eric Hobsbawm deu o 
nome de banditismo social para esses movimentos bandoleiros no sertão. Segundo ele mesmo: 
“o banditismo é uma forma bastante primitiva de protesto social organizado.” Considerado uma 
forma de atividade predatória realizada por bandos armados, organizados ou não, contra proprie-
dades e autoridades, teve Antônio Silvino, Chico Pereira e Virgulino Ferreira da Silva (o Lampião) 
como líderes de bandos que atuaram nas localidades de Cajazeiras, Guarabira, Piancó e Sousa.
2.1.4. A Revolta da Princesa (24/02/1930 a 19/08/1930)
A Revolta de Princesa, também chamada de Revolta na Caatinga, foi um movimento li-
derado por José Pereira Lima, deflagrado no município de Princesa, atual Princesa Isabel, na 
Paraíba, em fevereiro de 1930, em oposição ao governo estadual de João Pessoa Cavalcanti 
de Albuquerque. Os revoltosos chegaram a declarar independência provisória e criaram um 
hino, uma bandeira e leis próprias. Com o assassinato de João Pessoa no mês de julho, como 
veremos mais adiante, a revolta perdeu substância e seus líderes entraram em acordo com o 
governo federal para a pacificação da Paraíba.
1 GURJÃO, Eliete de Queiroz. Morte e vida das oligarquias: Paraíba (1889-1945). João Pessoa: Universitária/UFPB, 1994. p.56-57
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Integrante do Epitacismo, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque era sobrinho de Epitácio 
Pessoa, presidente da República de 1919 a 1922. Foi auditor-geral da Marinha, ministro da Jun-
ta de Justiça Militar, ministro do Superior Tribunal Militar e presidente da Paraíba (1928-1930). 
Como veremos, foi candidato em 1930 a vice-presidente na chapa derrotada de Getúlio Vargas.
Chegando ao poder em 1928, João Pessoa aumentou a cobrança de taxas de exportação 
do algodão, fato que gerou descontentamento dos coronéis latifundiários locais. Assentados 
numa estrutura política coronelista, sevaliam da utilização de grupo de jagunços armados. 
Além disso, aumentou a perseguição à grupos de cangaceiros no interior do estado.
O Porto do Recife era, nesse momento, o maior exportador do algodão produzido na Serra 
do Teixeira (sul da Paraíba), fato que gerava grandes perdas tributárias à Paraíba. Na tentativa 
de reduzir as perdas tributárias, João Pessoa determinou a implantação de vários postos de 
fiscalização na região, gerando mais descontentamento com os coronéis da Serra do Teixeira.
No dia 31 de maio, um efetivo composto por 80 Praças, sob o Comando do Tenente Manoel 
Marinho, transportado em Caminhões, se deslocou da Capital com destino a Tavares. No dia 1º 
de junho, a tropa reiniciou a marcha.
Aproximadamente a 600 metros da área urbana daquele Distrito, em meio a um matagal, 
existiam cercas de pedras justapostas, com um metro e meio de altura, nos dois lados da 
estrada carroçável. De maneira que formava um corredor com cerca de 100 metros de cumpri-
mento por 4 metros de largura. Era o início da estrada antiga que ligava Água Branca a Tavares. 
Quando o comboio entrou nesse corredor, grupos armadas de Zé Pereira colocaram galhos de 
árvores na frente do primeiro caminhão e por trás do último, deixando a tropa encurralada.
Do outro lado das cercas, o grupo de seguidores de Zé Pereira, abriu fogo contra a tropa 
indefesa. Foi um verdadeiro massacre. Cerca de 200 soldados foram mortos. Poucos policiais 
escaparam, correndo mata adentro. Os caminhões foram incendiados. Muitos morreram ainda 
embarcados. Moradores locais sepultaram dezenas de corpos carbonizados nas proximida-
des da Igreja. Eram mais de 5 corpos em casa cova. 
No local da emboscada, a marca do fogo ficou no chão durante muito tempo. Ali, dias de-
pois, moradores ergueram uma pequena capela e colocaram uma grande cruz de madeira e o 
local ficou conhecido como a cruz do caminhão. Esse episódio ficou conhecido como desastre 
de Água Branca.
Durante a ocupação de Tavares pela polícia, cangaceiros cercaram a cidade durante 18 dias.
Com a invasão da Vila do Teixeira, de Imaculada e de Tavares pela polícia paraibana e a 
iminente invasão à Princesa, o coronel José Pereira e outros coronéis locais, contando com o 
apoio discreto do Presidente da República e dos presidentes de Pernambuco, Estácio de Albu-
querque Coimbra, e do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine de Faria, resolveram proclamar 
independência do Território em relação à Província da Paraíba, sendo a partir desta data, su-
bordinado diretamente ao Governo Federal, no Rio de Janeiro.
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Com a declaração de independência provisória da cidade do Estado da Paraíba, passou a 
chamar-se República de Princesa. Veja a seguir a reprodução do documento:
DECRETO N. 1, DE 9 DE JUNHO DE 1930
Decreta e proclama provisoriamente a independência do Município de Princesa, separado do Estado 
da Paraíba e estabelece a forma pela qual deve ele se reger.
A administração provisória do Território de Princesa, instituída por aclamação popular, decreta e 
proclama a resolução seguinte:
Art. 1º – Fica decretada e proclamada provisoriamente a independência do Município de Princesa, 
deixando o mesmo de fazer parte do Estado da Paraíba, do qual está separado, desde 28 de feverei-
ro do corrente ano.
Art. 2º – Passa o Município de Princesa a constituir, com os seus limites atuais, um território livre, 
que terá a denominação de Território de Princesa.
Art. 3º – O Território de Princesa, assim constituído, permanece subordinado politicamente aos 
poderes públicos federais, conforme se acham estabelecidos na Constituição da República dos Es-
tados Unidos do Brasil.
Art. 4º – Enquanto, pelos meios populares, não se fizer a sua organização legal, será o território 
regido pela administração provisória do mesmo território.
Cidade de Princesa, 9 de junho de 1930. – José Pereira Lima* – José Frazão Medeiros Lima** – Ma-
nuel Rodrigues Sinhô***
(*) deputado estadual e “coronel”
(**) prefeito de Princesa
(***) presidente da Câmara Municipal de Princesa.
A proclamação de Independência de Princesa fez com que o governador promovesse di-
versas tentativas de retomada da cidade, todas elas fracassadas.
Quando o presidente da Paraíba, João Pessoa, foi assassinado pelo advogado João Duarte 
Dantas, na Confeitaria Glória na Rua Nova, em Recife, por motivos pessoais/políticos, a força 
do movimento armado de Princesa se perdeu.
O Presidente da República, Washington Luiz, decidiu terminar com a Revolta de Princesa e 
o Coronel José Pereira não ofereceu resistência. Conforme acordo prévio, seiscentos soldados 
do 19º e 21º Batalhão de Caçadores do Exército, comandados pelo Capitão João Facó, ocupa-
ram a cidade em 11 de agosto de 1930, pondo fim oficialmente ao Território Livre de Princesa 
e voltando a fazer parte da Província da Paraíba, com a denominação de Vila de Princesa.
José Pereira de Lima deixou a cidade a 5 de outubro. Depois de anistiado, em 1934, foi 
residir na fazenda Abóboras em Serra Talhada, Pernambuco.
006. (IBFC/PMPB/Soldado/2018) “Esse estudo traz em sua essência a discussão sobre os 
fatos que ocorreram na Paraíba, durante o período da ‘Primeira República’. Fatos estes que 
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História da Paraíba – Parte II
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Daniel Vasconcellos
vieram a desencadear um conflito armado, dentro deste estado, entre dois tipos de poder: o 
‘poder privado’ [representado, no conflito específico, pelo ‘coronel’ José Pereira Lima] e o ‘po-
der instituído’ [representado por João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque]. O primeiro, carac-
terizado pelo coronel, figura que constituía a base do sistema político da época; e, o segundo, 
concentrado nas mãos do chefe político estadual.
Fonte: JANUÁRIO, 2009. (Adaptado).
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome do conflito aludido no texto acima.
a) Guerra de Canudos
b) Revolução Praieira
c) A Revolta de Princesa
d) A Revolta do Quebra-Quilos
Como vimos, a Revolta de Princesa, em 1930, colocou em lados opostos José Pereira (Líder 
político local) e João Pessoa (Presidente da Paraíba).
Letra c.
2.2. populIsmo e Golpe no estaDo Da paraíba (1930-64)
Querido(a), a Paraíba teve papel singular na Revolução de 1930, teve governantes que na-
vegaram nas ondas do populismo e sofreu as mazelas da Ditadura Militar.
Antes de seguirmos, é preciso que você primeiro compreenda o conceito de Populismo: 
termo utilizado para explicar um conjunto de práticas associadas a políticos, sobretudo da 
América Latina, durante boa parte do século XX. No caso do Brasil, essa expressão é utilizada 
como forma de explicar as características dos governantes do Brasil do período entre 1930 e 
1964. A definição populismo fez, inclusive, com que o período de 1946 a 1964 ficasse conheci-
do como “República Populista”. De acordo com a definição clássica desse termo, Getúlio Var-
gas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram exemplos práticos de políticos 
populistas no Brasil. Na prática, os populistas adotam discursos que atendam às reivindica-
ções das classes populares.
2.2.1. A Revolução de 1930
Caro(a) aluno(a), ao longo da década de 1920, a República Oligárquica definhou. Vejamos 
os elementos que levaram à da Revolução de 1930, processo que teve aParaíba como um de 
seus protagonistas.
A Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, gerou uma crise sem precedentes no 
capitalismo mundial. A superprodução industrial, a especulação financeira e a recuperação eco-
nômica europeia no pós Primeira Guerra, levaram a economia dos Estados Unidos à estagnação. 
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O café, carro chefe da economia brasileira, tornou-se produto supérfluo para os países em crise. 
Assim, o governo brasileiro cortou o subsídio do Convênio de Taubaté, a ajuda financeira que pres-
tava aos cafeicultores desde 1906. Na esperança vã de manter os preços altos do café, produtores 
chegaram a queimar milhares de sacas, com objetivo de diminuir a oferta. Tenha em mente que a 
crise de 1929 derrubou a economia brasileira e o poder econômico das oligarquias cafeeiras.
007. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR - BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) A imagem a 
seguir retrata a queima de café em Santos, no litoral de São Paulo, patrocinada pelo governo 
Vargas, no início dos anos 1930.
Sobre a crise cafeeira no Brasil dos anos 1930, assinale a afirmativa correta.
a) Foi o desdobramento de uma crise econômica mundial provocada pelo crash da Bolsa de 
Nova Iorque.
b) Motivou a introdução de técnicas industriais no setor cafeeiro.
c) Manteve a alta burguesia cafeeira ilesa, ao longo da crise econômica.
d) Resultou no aumento da demanda por café brasileiro, no mercado internacional.
e) Foi desencadeada por pressão dos EUA, interessados em exportar seu café para o mercado 
internacional.
Com a Crise de 1929, o café brasileiro passou a ser considerado um produto supérfluo. Ocorre 
que os países em crise precisavam destinar seus capitais para atividades de recuperação da 
economia, deixando de importar o café brasileiro.
Letra a.
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Além disso, o movimento tenentista, apesar de combatido, disseminou ideais republicanos 
que ameaçavam a hegemonia dos coronéis. Junte-se a isso, o movimento operário espalhou 
as ideias comunistas e mobilizou organizações de operários e camponeses.
O tenentismo foi um movimento político e militar realizado por jovens oficiais brasileiros du-
rante o período da Primeira República. Esse corpo de oficiais era composto, em geral, por te-
nentes e capitães que estavam insatisfeitos com o sistema político brasileiro, sobretudo com 
as práticas do jogo político imposto pelas oligarquias. Três foram os eventos do tenentismo 
mais cobrados pela banca: Os 18 do Forte de Copacabana em 1822, A Revolução Paulista de 
1924 e a Coluna Prestes de 1925 a 1927.
Como vimos, meu(minha) querido(a), as oligarquias mineira e paulista dominavam a cena 
política com o revezamento dos presidentes escolhidos. Em 1929 esperava-se que a candi-
datura fosse de um político mineiro, entretanto, o presidente Washington Luís apoiou a can-
didatura do paulista Júlio Prestes para a presidência da República e de Vital Soares para a 
vice-presidência.
Assim, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formalizaram a Aliança Liberal, com a 
candidatura de Getúlio Vargas para presidência e de João Pessoa para vice. A atitude ficou co-
nhecida como o “Nego”, por negar a candidatura de um paulista para o pleito, termo que seria 
incorporado à bandeira do estado pouco depois. Contaram, ainda, com o apoio do movimento 
tenentista e grupos de oposição. Dentre suas principais propostas, listamos:
• A representação popular pelo voto secreto;
• anistia aos insurgentes do movimento tenentista na década de 1920;
• reformas trabalhistas;
• a autonomia do setor Judiciário;
• a adoção de medidas protecionistas aos produtos nacionais para além do café.
A eleição aconteceu em 1º de março de 1930, com vitória de Júlio Prestes. A Aliança Li-
beral contestou a eleição, mas se retraiu até que, em 26 de julho de 1930, João Pessoa foi 
assassinado.
É nesse contexto, de grande efervescência, que eclodiu a Revolução de 1930. A Aliança 
Liberal se aproveitou do incidente para se organizar e pegar em armas para tomar o poder. 
Entraram em contato com os generais das Forças Armadas para apoiarem a deposição de Wa-
shington Luís e garantirem que Getúlio Vargas se tornasse o próximo dirigente do país.
Em 3 de outubro de 1930, começou a intervenção. Na região Nordeste do país, Juarez 
Távora liderou as incursões armadas. Na região Sul foi o general Góis Monteiro o responsável 
por tomar o poder. As tropas se dirigiram ao Rio de Janeiro onde depuseram Washington Luís 
e entregaram a presidência da República à Getúlio Vargas.
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Antenor de França Navarro foi um dos principais líderes da Revolução de 1930 na Paraíba. 
Juntamente com José Américo de Almeida e os tenentes Agildo Barata, Juracy Magalhães, 
Jurandir Bizarria Mamede e Juarez Távora tomaram de assalto o 22º Batalhão de Caçadores. 
Também ocuparam a Escola de Aprendizes Marinheiros da Marinha do Brasil e a Capitania 
dos Portos. Foram tomados prédio públicos e a Revolução se espalhou por todo o estado, se 
alastrando a Campina Grande, Recife, Natal e Fortaleza.
008. (FGV/Prefeitura de João Pessoa/Professor de Educação Básica II/História/2014)
A bandeira do Estado da Paraíba é composta por duas faixas verticais, uma preta e outra vermelha, 
e nesta última está escrito “NEGO” (verbo negar, presente do indicativo, primeira pessoa do singular).
Neste caso, o termo “NEGO” se refere
a) à refutação do domínio monárquico luso sobre o Brasil, por ocasião da insurreição paraiba-
na de 1817, que antecipa a independência do país e quer proclamar uma república.
b) ao movimento do Quebra‐Quilos, que eclodiu na Paraíba em função da negativa dos nordes-
tinos de custear as despesas da Guerra do Paraguai por meio do aumento de impostos.
c) à negativa de Epitácio Pessoa de participar do sistema político do café com leite, que reve-
zava candidatos do centro‐sul na sucessão presidencial.
d) à recusa do então Presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa, de apoiar a candidatura 
do sucessor para a presidência do Brasil indicado por Washington Luís.
e) ao veto liderado pela Paraíba em relação à intervenção do governo federal na região por 
meio da criação da Sudene, e apoiado por outros Estados do Nordeste.
João Pessoa proferiu a expressão quando se negou a apoiar a candidatura de Júlio Prestes, 
candidato indicado por Washington Luís (paulista), no momento em que, de acordo com a po-
lítica do café-com-leite, era a vez de Minas Gerais indicar.
Letra d.
2.2.2. A Paraíba na Era Vargas
Querido(a), contextualizemos o governo Vargas para, depois, entendermos seus impactos 
na Paraíba. A Era Vargas compreende o período em que Vargas passou pela presidência da 
República pela primeira vez, entre 1930 e 1945. Esse período foi dividido didaticamente pela 
historiografia em três fases: Governo Provisório (1930 a 1934), GovernoConstitucional (1934 
a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945).
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Durante o Governo Constitucional, Vargas buscou reestrutura o Estado brasileiro e indicar 
interventores para os estados. Criou o Ministério do Trabalho e o Ministério da Cultura, dissol-
veu a constituição (que estava em vigor desde a Proclamação da República), continuou a polí-
tica de valorização do café, incentivou a policultura e enfrentou a Revolução Constitucionalista 
Paulista de 1932.
No Governo Constitucional, viu a política polarizada entre a Aliança Nacional Libertadora 
(ANL - comunista) e a Ação Integralista Brasileira (AIB – fascista). Aproveitando-se dessa po-
larização, usou do plano Cohem (invenção de que havia um golpe comunista em andamento) 
para impor a ditadura do Estado Novo.
Durante o Estado Novo, Vargas promoveu uma perseguição política de dissidentes (com 
censura, prisões, torturas e mortes), instituiu a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criou 
a Cia Siderúrgica Nacional e colocou o Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. 
Aliás, foi essa contradição em apoiar as democracias liberais, ao mesmo tempo em que adota-
va um governo autoritário de inspiração fascista, que levou ao fim do Estado Novo.
No contexto do nacionalismo-desenvolvimentista da Era Vargas (1930-1945), houve a ten-
tativa de formação de uma elite dirigente capaz de garantir que a burocracia estatal pudesse ser 
forte o suficiente para a transformação do país, de agrário-exportador, para urbano-industrial.
Nesse sentido, Vargas indicou interventores para os Estados no lugar dos presidentes esta-
duais. Na Paraíba, ainda em 1930, José Américo de Almeida foi nomeado primeiro interventor 
no estado. No mesmo ano, foi nomeado Antenor Navarro, que ficou no cargo até 1932, quando 
morreu em um acidente de avião no litoral da Bahia.
Em sua homenagem, centenas de ruas, praças, estabelecimentos públicos e até uma cidade, 
colocaram seu nome. Uma de suas principais obras no governo do estado foi o porto de Cabedelo.
No entanto, para nosso estudo, os interventores mais importantes são Argemiro de Figuei-
redo e Rui Carneiro.
Argemiro de Figueiredo foi eleito governador em 1935 e permaneceu no cargo até 1940, 
mesmo durante a vigência da ditadura do Estado Novo do presidente Getúlio Vargas. Segundo 
historiadores, realizou uma das melhores administrações da história da Paraíba, sendo respon-
sável por um eficiente modelo econômico e político-administrativo, de modernização conser-
vadora e autoritarismo corporativo. Entre as suas principais realizações, duplicou a produção 
de algodão do estado e diversificou a produção agrícola, mecanizou a lavoura e estabeleceu 
parcerias com pequenos agricultores de todo o estado.
O presidente Vargas, diante de um impasse nas disputas políticas na Paraíba, resolveu 
nomear um político alheio aos grupos em disputa. Neste momento Ruy Carneiro foi escolhido 
como pacificador.
Sua posse, em 1940, inicia novos tempos na administração do estado. Governou até setembro 
de 1945, realizando inúmeras obras importantes e colocou a Polícia Militar do estado na defesa 
do litoral paraibano contra uma possível invasão das Forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial.
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A repressão do Estado Novo (1937-1945) se deu na Paraíba, com a interventoria de Rui 
Carneiro, em três níveis: contra correligionários, inclusive contra o ex-Interventor Argemiro de 
Figueiredo, contra a Igreja Católica e os estrangeiros (principalmente os de origem de países 
que representavam o eixo na época da Guerra, italianos e alemães).
Durante a interventoria Ruy Carneiro, os proprietários rurais, ligados à cultura do açúcar e 
do algodão ficaram à margem das decisões do poder. Ruy Carneiro empreendeu ampla perse-
guição política aos antigos homens do poder local, levando o próprio Argemiro de Figueiredo a 
sofrer por parte do governo um ato de censura por um discurso que viria a proferir na formatura 
das alunas da escola normal de Campina Grande em 1940.
Com a Igreja Católica, o Interventor assumiu posicionamento contrário do seu antecessor. 
Com grande influência na sociedade e ampla rede assistencialista coordenada pelo Monse-
nhor José Coutinho (Padre Zé), Ruy Carneiro empreendeu forte resistência a Diocese Parai-
bana ocasionando o distanciamento do Clero com o governo. Entre os eventos deste “rompi-
mento” podemos destacar o fechamento do semanário “a Imprensa” órgão de divulgação da 
Diocese paraibana, ocorrido em março de 1942. O motivo teria sido reportagem onde a Igreja 
pedia providências para recuperação de um colégio na cidade de Catolé do Rocha.
2.2.3. Golpe de 1964 na Paraíba
De 1945 a 1964, politicamente, a Paraíba perdeu o prestígio de outros tempos. Mas vamos 
por partes. Após a Segunda Guerra Mundial o mundo se viu imerso na Guerra Fria, um confli-
to ideológico entre os Estados Unidos (capitalismo) e a União soviética (socialismo). Nesse 
contexto, os países da América Latina passaram por um processo de industrialização. Com o 
crescimento da indústria, do operariado e das lutas sociais, surgiu a necessidade de as elites 
políticas legitimarem sua sustentação através de discursos voltados às demandas desses no-
vos grupos urbanos.
No Brasil, a criação da CLT e o controle dos sindicatos são exemplos de posturas popu-
listas de Getúlio Vargas. Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram também 
populistas. No entanto, a procura por uma aproximação maior com a classe trabalhadora não 
objetivava a mobilização desta classe, antes, buscavam desarticulá-la.
Dito isto, o Golpe de 64 só pode ser entendido como resultado da crise do populismo. 
João Goulart foi Ministro do Trabalho na segunda passagem de Vargas pela presidência (1950-
1953). Como Ministro do Trabalho deu um aumento de cem por cento aos trabalhadores e pro-
curou se alinhar às pautas de centro-esquerda dentro do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). 
Foi eleito em uma chapa que tinha apoio de partidos de direita (União Democrática Nacional – 
UDN, Partido Democrático Cristão – PDC) para apoiar Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio 
Quadros, teve dificuldade para assumir o cargo de presidente devido a uma conspiração. No 
entanto, graças a um acordo costurado por Leonel Brizola (Campanha Legalista), em que se 
estabelecia um regime parlamentarista, João Goulart assumiria o governo Brasileiro.
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Em 4 de dezembro de 1962, já com o retorno do regime presidencialista, o jornal O Estado 
de São Paulo informava o descobrimento de um campo de treinamento de guerrilhas das Li-
gas Camponesas na cidade goiana de Dianópolis-GO. Autoridades investigaram e encontraram 
livros com manuais de guerrilha, munições e propaganda comunista.
O coronel José de Seixas, ao apurar denúnciasde um contrabando de geladeiras, acabou 
encontrando bandeiras cubanas, manuais de instrução de combate, registros de contabilidade 
comprovando apoio financeiro de Cuba e fotos de Fidel Castro (Líder comunista cubano) e de 
Francisco Julião (Líder das Ligas Camponesas no Nordeste do país).
Dentro do contexto da Guerra Fria (1945-1989), o presidente João Goulart procurou não se 
alinhavar nem aos Estados Unidos, nem à URSS. Quando os norte-americanos decidiram im-
plantar um bloqueio comercial continental à ilha cubana comunista, João Goulart (Jango) não 
seguiu a orientação. O material encontrado no acampamento das Ligas Camponesas em Dia-
nópolis foi entregue a Jango que, mesmo indignado com a “traição”, discretamente, negociou 
sua devolução aos cubanos. Entretanto, o avião que levava esse material sofreu um acidente 
no aeroporto de Lima, no Peru, e a CIA o encontrou.
Era a prova que os Estados Unidos precisavam. João Goulart passou a ser visto pelos Es-
tados Unidos como um colaborador do regime de Fidel. Diante da constatação de que Cuba 
tentava espalhar a revolução comunista na América Latina e da organização de guerrilhas 
comunistas no Brasil, os Estados Unidos vieram a financiar e apoiar as Ditaduras militares na 
América do Sul.
Em ordem cronológica, podemos listar os acontecimentos que destituíram João Goulart:
• 13 de março: Comício na Central do Brasil;
• 19 de março: Marcha da Família com Deus pela Liberdade em São Paulo. Em reação à 
ameaça de guerrilhas comunistas, contou com a participação da União Cívica Feminista 
e da Campanha da Mulher Pela Democracia;
• 25, 26 e 27 de março. Manifestação de Marinheiros exigindo a exoneração do ministro 
da Marinha Sr. Sílvio Costa. Anselmo Santos liderou o movimento e, mas descobriram 
que era um infiltrado da Cia.
• 30 de março. Discurso no automóvel Clube do Brasil (RJ): João Goulart discursou para 
sargentos tentando apoio, mas a estratégia teve efeito contrário, pois o contato com a 
baixa oficialidade acabou sendo uma afronta às altas patentes militares.
• 31 de março: Operação Popeye. Os Generais Luís Carlos Guedes e Olímpio Mourão Filho, 
iniciaram o movimento para retirar Jango do poder. A partir de Minas Gerais, tropas mar-
charam rumo ao Rio de Janeiro. Na sequência seriam deflagradas as operações Silêncio 
(de controle dos meios de comunicação) e Gaiola (prisão daqueles que reagissem ao 
movimento).
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Estava encerrada a fase democrática populista no Brasil. O governo dos militares abriu a 
economia ao capital estrangeiro e instituiu a Doutrina de Segurança Nacional, organizada pela 
Escola Superior de Guerra (ESG) para afastar a ameaça comunista.
Durante o período, os Estados Unidos prestaram apoio através da CIA e das Forças Arma-
das. Exemplo disso foi a operação Brother Sam, em que os EUA mandariam navios para a cos-
ta brasileira caso houvesse reação popular ao golpe de 64. Documentos sobre essa operação 
foram descobertos somente em 1976.
009. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR - BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) As “Marchas da 
Família com Deus pela Liberdade” ocorreram em várias cidades brasileiras, motivadas pelo 
comício do presidente João Goulart anunciando seu programa de reformas de base, em 13 de 
março de 1964, no Rio de Janeiro.
As “Marchas da Família com Deus pela Liberdade” caracterizaram-se pelo
a) anticomunismo, presente nas classes médias urbanas.
b) nacionalismo, típico das esquerdas revolucionárias.
c) liberalismo, representativo das democracias cristãs.
d) socialismo, presente nos setores estudantis.
e) militarismo, apoiado na doutrina de segurança nacional.
Após Joao Goulart anunciar as reformas de base, a população, principalmente de classe mé-
dia, uniu forças com o exército e a igreja católica, criando a “Marchas da Família com Deus pela 
Liberdade”, com o objetivo de alertar a população para uma possível ameaça comunista.
Letra a.
Na Paraíba o auge do populismo se deu em 1960 com a eleição de Pedro Gondim para o Go-
verno da Paraíba. Com o golpe de 1964, ainda continuou no cargo até 1966 quando se candidatou a 
deputado federal pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional – Partido dos Militares) e repassou o 
cargo ao então governador eleito João Agripino. Contudo, tiveram seus mandatos cassados e seus 
direitos políticos suspensos por dez anos, perdendo seu mandato de deputado. Somente voltou à 
cena política a partir de 1979, quando fora anistiado pelo presidente João Figueiredo.
A articulação do golpe de 64 na Paraíba contou com a participação conjunta dos setores 
civis e militares, membros da UDN, do PSD e jornalistas. Apesar de Pedro Gondim ser articu-
lado com as pautas trabalhistas de João Goulart, nada indica que o Governo do Estado tenha 
participado na conspiração golpista. Parte do secretariado de seu governo defendia o rompi-
mento com o Governo Federal e a adesão imediata ao golpe. Outra parte, no entanto, pretendia 
a adoção de uma posição em apoio a João Goulart.
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O golpe militar tomou de surpresa as forças de esquerda da Paraíba. Na noite de 31 de mar-
ço, após as notícias da eclosão do golpe, chegou a ser iniciado um comício no bairro de Cruz 
das Armas, promovido por entidades ligadas à esquerda – Partido Comunista, CGT, Pacto de 
Unidade e Ação e Federação das Ligas Camponesas – que foi dissolvido pelas tropas federais.
Outra tentativa de reação se deu na cidade de Rio Tinto, onde camponeses e operários, 
através do sindicato e das Ligas Camponesas e contando com o apoio do prefeito, tomaram 
a fábrica de tecidos, paralisando suas atividades e isolando os pontos estratégicos da cida-
de com arame farpado. Mas a Polícia Militar reprimiu o movimento e prendeu o prefeito. Em 
Sousa, o prefeito Antônio Mariz realizou um comício em praça pública e também foi preso. Em 
Campina Grande, o prefeito Newton Rique deu declarações dizendo-se contrário ao golpe, sen-
do depois cassado. A partir daí, as forças golpistas dominaram totalmente a situação. A API foi 
invadida pelo Exército; a CEPLAR também foi invadida por civis engajados no golpe.
Foram registradas 178 prisões efetuadas no setor urbano e 172 prisões de trabalhadores 
rurais e camponeses. A sociedade civil com um todo apoiou o golpe militar. Os jornais publi-
caram notas de apoio às Forças Armadas. A Assembleia Legislativa, através de seu presiden-
te Clóvis Bezerra (UDN) apoiou de imediato o golpe e a Câmara Municipal de João Pessoa, 
também. Ambas as casas legislativas, antecipando-se às determinações estabelecidas pelo 
Governo Federal através do AI-1, procederam à cassação dos mandatos de parlamentares su-
postamente envolvidos com atividades e ideologias consideradas subversivas. A Assembleia 
Legislativa, através de projeto do deputado Joacil de Brito Pereira, cassou inicialmente o de-
putado Assis Lemos e os suplentes Figueiredo Agra e Agassiz Almeida. E a Câmara de João 
Pessoa cassou o mandato do vereador Antônio Augusto Arroxelas e dos suplentes, José da 
Silva Gomes, conhecido como Zé Moscou, e Leonardo Leal.
O setor estudantil também foi muito perseguido. As direções das entidades estudantis, tanto 
secundaristas como universitárias, sofreram intervenções. Também houve perseguição

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