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1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (1943) – Prática do Módulo IV - 01/07/19 LINGUAGEM ORAL E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Maria Rodrigues Vieira¹ Maria Rosângela Pinheiro dos Santos ¹ Rômulo Alex Sandro Souza Garcia ¹ Rosangela de Jesus Cardoso¹ Amanda Pereira Marques D’Almeida² 1. INTRODUÇÃO A educação infantil é uma área do aprendizado importante e decisiva na formação do indivíduo, nesse sentido, o presente trabalho tem como enfoque principal analisar a linguagem oral e escrita nesta fase da educação, sendo assim, examinaremos alguns conceitos que promovem resultados constantes e concretos para o desenvolvimento dos alunos. Desse modo, levanta-se uma problemática, como desenvolver a linguagem oral e escrita na educação infantil? No decorrer do artigo, analisaremos especificamente procedimentos que auxiliem o professor a criar na criança o gosto pela leitura e escrita, fazendo uso das mais variadas formas de ensinar, buscando sempre interação entre ele e o aluno, com a finalidade de atingir o seu melhor desenvolvimento. Ferreiro (2000, p.31) afirma que “nenhuma pratica pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem”. Para tanto, faremos uma pesquisa bibliográfica e outra de campo, sendo a primeira fundamentada em autores que veem na contação de histórias, nas fases da escrita e no letramento ferramentas essenciais para a aprendizagem da criança, e na segunda um questionário aberto contendo sete perguntas importantes na prática docente. Em materiais e métodos, o procedimento utilizado na construção do trabalho, consiste em pesquisar cada autor nos respectivos métodos abordados, ou seja, na contação de histórias, nas fases da escrita e no letramento, somado a isso, visitamos a creche municipal Maria Alzenira Pinheiro Canavarro e fizemos o questionário com a professora Hellane Gisele de Queiros Teixeira, com o intuito de ampliar nossos conhecimentos com a teoria e a pratica. Em resultados e discussões, verificamos que dentro desses procedimentos, as ações de cuidar, educar e brincar são indissociáveis para a melhoria do desenvolvimento da criança. Esperamos, portanto, que ao término do presente artigo, possamos encontrar resultados que ajudem a entender melhor e de modo mais eficaz como contribuir no ensino dos pequenos discentes e inseri-los em sociedade por meio de ferramentas que transmita conhecimento e estimule a imaginação, transformando-se em um eficiente instrumento de educação. 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O presente trabalho fundamenta-se em autores como Magda Soares, Artur Gomes de Morais, Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Bruna Daniella Souza Mattos que veem nos procedimentos de aquisição da linguagem oral e escrita e no letramento, poderosas ferramentas para auxiliar e garantir a aprendizagem e o desenvolvimento integral das crianças. Sendo assim, é possível perceber que a criança consegue falar mesmo sem o domínio da gramatica, no começo tenta se comunicar com algumas silabas, logo depois vem algumas palavras, e aos dois anos já conseguem formar frases com coerência. Isso ocorre porque ela está inserida em um ambiente falante, Maria Montessori chamava a criança de “mente absorvente”, ou seja, ela observa o ambiente e absorve tudo ao seu redor, desenvolvendo a linguagem por fontes diretas como na interação com a família, e com fontes indiretas como televisão, livros e as interações com outras crianças, nesse sentido, um dos procedimentos importantes para esse desenvolvimento é o de contação de histórias. Desse modo, aquela conversa com todos sentados em círculo com a introdução de uma bela história que eles conheçam bem, constitui em uma das primeiras atividades de iniciação oral para o aluno, contribuindo assim, para três aspectos essenciais como: curiosidade, criatividade e a moral. Esse último é o censo do que é certo e errado. Segundo Mattos (2009, p.10), “A relação do contar histórias com a criança é forte, pois proporciona conhecimentos de largas abrangências permitindo que a criança tenha durante a história momentos agradáveis e de prazer”. É preciso enfatizar que o uso do lúdico, jogos e brincadeiras, tem que estar intimamente ligados ao texto de aprendizagem, com o intuito de desenvolver as habilidades motoras, comportamentais e expressivas da criança. A interatividade com a criança e estimulação dessas habilidades acabam por introduzi-la na identificação dos signos, onde marca o início da introdução do pré-silábico, que figura como importante procedimento de aprendizagem, pois começam a perceber que a escrita é o que falamos, mas ainda não conseguem relacionar as letras com os sons da língua falada, nessa fase chamada de pictórica é que eles tentam representar a escrita por meios de desenho e rabiscos. Para Ferreiro (1996) “a leitura e escrita são sistemas construídos paulatinamente. As primeiras escritas feitas pelos educandos no início da aprendizagem devem ser consideradas como produções de grande valor, porque de alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para representar algo”. Nesse momento entende-se que a família é primordial para auxilio dessa aquisição de conhecimento, pois a criança traz consigo essa interação com adultos e algumas já chegam na escola com um certo entendimento. 3 Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita. (Ferreiro, 1999, p.23) É justamente nessa fase que a família e a escola têm que ter uma interação maior, oferecendo elementos que estimule seu aprendizado, inserindo leituras no seu cotidiano para desenvolver a sua imaginação e a descoberta da escrita, desvinculando-o do pensamento que para escrever é preciso apenas uma letra sem atribuir o som da fala a escrita. Utilizar as letras do próprio nome pode ser umas das primeiras interações que aprende e guarda na memória, usando para representar as palavras quando quer se expressar, sendo que, na fase pré-silábica a maioria das crianças ainda não conseguem desenvolver sua consciência fonológica, ou seja, só a partir do aprendizado da junção das sílabas e cabe ao professor auxiliar o aluno a essa apropriação que pouco a pouco ele vai desenvolvendo sua percepção. Ao passo que começa a praticar e relacionar os símbolos e sons, a linguagem escrita começa a ficar mais significativa. Soares e Batista (2005, p.39) afirmam que em seu primeiro contato com a linguagem escrita da criança, sendo na escola ou na família ou ainda só nas escolas para algumas, a tendência é que aprendam a memorizar a grafia de algumas palavras, em particular as de seu meio tais como; seu nome, o de seus irmãos, de seus colegas, de sua professora ou professor e da sua escola, quando indagadas sobre a leitura dessas palavras, dentro da hipótese silábica, acaba por sobrar letras, apesar de que para elas, a grafia das palavras está correta. Nesse sentido, ela entra na fase silábica, usando de curiosidade e criatividade, começando a colocar uma letra para cada silaba, podendo ocorrer com ou sem valor sonoro convencional, e começa a aceitar palavras monossílabas, porém ainda encontra muita dificuldade, pode até incluir, mas uma letra, afim de ficar mais harmoniosa a palavra. É nesse exato momento que o professora deve trabalhar a consciência fonológica usando meios para a identificação de cada silaba, ou seja, dividindo as palavras e batendo palmas para cada uma, ao correspondersons e letras, as crianças tentam estabelecer uma relação entre o contexto sonoro da linguagem e um texto gráfico no qual conseguem compreender substantivos, pois fazem sentido para elas como cama, boneca e carrinho, ou seja, tudo que ela toca e ver, porém tem dificuldade com outras classes de palavras. Para Morais (2005, p.54 e 55), nesse nível, (...) os alunos começam a perceber que a escrita está relacionada com a pauta sonora da palavra. No entanto, eles desenvolveram a hipótese de que a quantidade de letras a ser grafada corresponde à quantidade de segmentos silábicos pronunciados. Diante disso, ela começa a fazer indagações sobre as estruturas das sílabas, mas ainda não tem repertório para escrever corretamente, inicia-se o silábico-alfabético. Nesta fase se questiona um nível mais avançado de reflexão metafonológica, que se adquire consciência fonética e não só a 4 silábica. Quanto mais rápido a criança avança no aprendizado se torna mais rápido o processo de transição, com isso ocorrem conflitos na criança, ela vai analisar as palavras pela quantidade de silabas e por sua repetição de letras. Por sua vez o professor auxilia a consciência fonológica da criança, estimulando para o alcance de uma próxima fase, sugerindo atividades que utilizem consciência fonética como: forca, cruzadinha, caça-palavras e propõe atividades em dupla. Ainda nessa fase, o silábico com valor sonoro está muito forte, elas tendem a encontrar dificuldades em compreender dígrafos. No alfabético a hipótese silábica é relacionada com a alfabetização e caracteriza-se por reconhecer o som das letras. Para Morais (2012, p.62) a criança ainda não consegue solução para todos os seus problemas nesse nível, no que se diz respeito a leitura e a escrita. Os alunos apresentam “um domínio muito maior das correspondências entre grafemas e fonemas que o exigido para escrever segundo a hipótese silábica. Uma das primeiras dificuldades enfrentadas é referente aos tipos de silabas, generalizando que todas as silabas tem duas letras e poucas concluem que tem silabas de uma, duas e três letras, por ter muitas silabas constituídas por consoante e vogais, com isso, os professores acabam se deparando com palavras que se iniciam assim: ravore = árvore fazendo a inversão da escrita. Mais um problema vivenciado pelas crianças é a separação de palavras no texto, durante a escrita, a criança ora une as palavras e outra ora divide em duas ou três partes, coisas comuns em crianças que ingressam no nível alfabético, e devemos trabalhar visando a base ortográfica. Segundo Ferreiro e Teberosky (1985, p.84), “[...] ao chegar a este nível, criança [...] compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores menores que a silaba e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai escrever. Ao chegar nesse momento em termos conceituais, diminuem os problemas, mas isso não significa que as crianças não se defrontem com novos obstáculos com as escritas alfabéticas. Até os anos oitenta pensava-se em métodos analíticos tais como; palavração, sentenciação, historietas e muitos mais, assim como os sintéticos alfabéticos, fônico e silábico, ou seja, como se deve ensinar, eis que então Emília Ferreiro e Ana Teberosky nos deram uma grande contribuição mudando o foco para como a criança aprende e se desenvolve dentro da alfabetização. Hoje, sabemos que não basta o aluno decodificar e codificar, ele precisa, de maneira autônoma, lidar com diversos gêneros textuais em vários contextos. O letramento ocorre muito antes de a criança entrar na escola, pois ela está inserida em uma sociedade grafocêntrica, tendo contatos com escritos e com pessoas que têm o hábito de leitura e escrita. 5 Para soares (2000, p.1) se alfabetizar significa orientar a própria criança para o domínio da tecnologia escrita, letrar significa leva-la ao exercício das práticas sociais de leitura e escrita. Uma Criança alfabetizada é uma criança que saber ler e escrever e uma criança letrada [...],e uma criança que tem o hábito, as habilidades e até mesmo o prazer da leitura e escrita de diferentes gêneros e textos, em diferentes suportes ou portadores, em diferentes contextos e circunstancias. A autora enfatiza também que alfabetizar letrando nada mais é do que orientar a criança para ler e escrever, proporcionando ao convívio com práticas reais de leitura e escrita. 3. MATERIAS E MÉTODOS O referido estudo adotou dois tipos de pesquisa, uma bibliográfica e outra de campo, sendo as duas de igual importância para o objetivo geral do mesmo, no que se refere a primeira, houve leitura dos artigos e livros, assim como analise de alguns vídeos contendo entrevistas de autores que consideram que os procedimentos de aquisição de conhecimento da linguagem oral e escrita nessa fase é de suma importância e necessário para um melhor desenvolvimento cognitivo, físico e social da criança, desse modo, especificamos os autores para um determinado tópico. Iniciaremos pelo método de contar histórias, onde Bruna Daniella Souza Mattos nos ajuda a entender as contribuições para o aprendizado da criança, e destaca que ludicidade e a habilidade do educador em organizar e contar os contos são imprescindíveis e também podemos destacar como principal contribuição a interatividade que o método nos possibilita. Nas fases da escrita, Magda Soares, Artur Gomes de Morais, Emília Ferreiro e Ana Teberosky nos auxiliam e nos mostram um método bastante eficaz, quando o mesmo possibilita um papel maior e mais sensível do professor para com os pequenos, pois essa atenção é requisitada a todo instante, e esse auxilio tanto na fase pré-silábica, silábica, silábica-alfabética e a fase alfabética é vital para os alunos, e para uma efetiva evolução o apoio da família é essencial. Dentro do método de letramento Emília Ferreiro e Ana Teberosky nos auxiliam a mudar o foco de como ensinamos para como as crianças aprendem, e Magda Soares nos chama a atenção que o letramento acontece antes da escola e durante a escola, ele acontece em todo o lugar. Na pesquisa de campo visitamos a creche municipal Maria Alzenira Pinheiro Canavarro que fica localizada no endereço: estrada do Maguari, rua Raimundo Oliveira, s/ número- Ananindeua- Pará, que funciona de segunda a sexta, das 8:00 horas às 10:30 da manhã e atendem boa parte das crianças de 0 a 5 anos daquela localidade e fizemos no dia 07 de junho uma entrevista com a professora Hellane Gisele de Queiros Teixeira, que gentilmente nos recebeu e respondeu a um questionário de nível qualitativo aberto, e com muita cordialidade nos auxiliou em nossa analise da teoria e pratica. 6 FIGURA 1: Foto obtida da frente da Escola Maria Alzenira Pinheiro Canavarro 07/06/2019 FONTE: autores Ela fez um tour conosco e nos mostrou o interior da creche, e enfatizou sobre a decoração do local, feitas por crianças da creche e do jardim um, em seguida nos mostrou a brinquedoteca e o cantinho das histórias, sempre enfatizando de que os procedimentos de contar histórias, as fases da escrita e o letramento, fazem parte da metodologia ali aplicada, mas também destacou a interatividade da família nessa fase da criança e a sensibilidade do educador no seu ofício e ela também alerta para o olhar do monitor, do diretor e de todos que contribuem para o desenvolvimento do fazer pedagógico na área de abrangência da creche, onde todos poderão auxiliar no processo de aprendizagem das crianças. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dentro do que foi pesquisado no presente trabalho faz-se necessário uma análise sobre as ações de cuidar, educar e brincar, e elas figuram como práticas indissociáveis para o desenvolvimento do aluno, essas atividades implicam em atitudes e comportamentos que envolvem conhecimentos e habilidades que contribuipara o crescimento cognitivo, físico e social da criança. É muito importante para a criança estar dentro de um ambiente com os seus pares e de sua mesma faixa etária, interagindo, se expressando, criando vocabulários, descobrindo sons, texturas e dimensões, sendo assim as brincadeiras são contribuintes dessa aprendizagem que claro nem sempre foi assim, houve um tempo onde os professores estavam mais preocupados com a escolarização do que com a formação integral do aluno. Dentro de nossas discussões, conseguimos perceber que a hora de contar história configura- se como o momento mais importante para a prática das três ações. 7 4.1 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS Dentre vários textos lidos escolhemos o artigo de Bruna Daniella Souza Mattos onde a mesma afirma que a narração oral tem o poder de evocar emoções, transportar a imaginação e tornar real a fantasia, sendo assim a roda de história é fundamental para o desenvolvimento das crianças porque lança mão de vários recursos fazendo com que a elas possam aprender e se divertir, desse modo faz com que a criança imagine as situações vivenciadas no seu dia-dia. FIGURA 2: Roda de história FONTE: http://rogacionistacriciuma.com.br/?p=1849 Após levá-las a esse mundo encantado e imaginário e tornar real suas fantasias deixando-as participar das histórias e até contar fatos de seu cotidiano que se relacione com o texto. Chega o momento que o cuidar se destaca pois passa confiança, quando fazemos um paralelo com o que ela vivencia em seu dia-dia estamos trabalhando os sentimentos e assim criando laços fortes tanto com a educadora, quanto com as outras crianças e acaba fazendo ela perder um possível medo. Contar uma história e diferente de ler uma história é aí que o educar se destaca, pois inclui diferentes funções, dando conselhos, ensinando normas e valores, estimulando os sonhos e a imaginação, apresentando a criança o universo narrativo, transformando-se em um poderoso instrumento para propiciar o gosto e o hábito da leitura. É nessa interação com o contador da história que o brincar é inerente, as vezes sendo personagem, fazendo vozes ou possíveis barulhos, participando junto com as outras crianças, nessa perspectiva, o trabalho com o lúdico na educação infantil é de suma importância. O lúdico é importante no acolhimento da diversidade cultural, pois desperta a vontade de aprender sobre e compreender o outro, mas também é mais um elemento que modifica a história e o contexto. Quando adicionamos brincadeiras e estimulamos as crianças a interagir com a história contada, ela se apropria do conteúdo, faz relações com as suas vivências e imprime a sua própria marca. (BRAGA, GONÇALVES & SOARES, 2014, p.7) Entendemos que na contação de histórias cada conto narrado pode levar a criança a aprender novos conhecimentos, através de reações diversificadas, atribuídas por cada ser com seu jeito único de perceber o mundo. http://rogacionistacriciuma.com.br/?p=1849 8 O professor não nasce contador de histórias, nós nos formamos contadores, é preciso saber como se faz, é fazer a criança viajar na sonoridade das palavras e na musicalidade, sendo assim, ele precisa gostar do texto, pois só conseguimos passar a mensagem se conseguirmos nos identificarmos antes. O tempo também é essencial, muito longo, fica cansativo, e a naturalidade, espontaneidade também são importantes, e as vozes tem que ser sutis. Entendemos que na contação de histórias cada conto narrado pode levar a criança a aprender novos conhecimentos, através de reações diversificadas, atribuídas por cada ser com seu jeito único de perceber o mundo, e com isso também cuidar, educar e brincar. O papel do professor é buscar a interação com os pequenos, envolvendo-os no conto, estimulando o senso crítico deles para poder pensar, duvidar e questionar e até pedindo sugestões para os finais, mostrando o quanto é importante a contribuição deles para a história. 4.2 PROPOSTA PRÉ- SILÁBICA Nesse tópico, entramos na fase pré-silábica e Magda Soares, desponta como uma das principais teóricas do assunto. Segundo ela, as crianças não diferenciam desenhos, símbolos ou letras, sendo muito comum, encontrarmos registros de tracinhos, bolinhas e ondinhas enquanto as crianças brincam de escrever, fazendo uso do que chamamos de gráfica , onde elas começam a fazer questionamentos sobre a escrita, Soares sugere que nessa fase pictórica, a atividade com desenho seja primordial, pois elas aprendem também pelo concreto, ou seja, pegando as coisas e nesse pegar conseguem estimular vários sentidos, desse modo identificar a palavra através da figura ou coisas. FIGURA 3: Escritas pré-silábica FONTE: http://cantinhodacoordenadoraanarita.blogspot.com/2011/06/niveis-da- escrita-segundo-emilia.html As crianças que estão nessa fase passam por uma importante evolução, pois acabam por entender que a escrita é o que falamos, e determinam relações entre grafemas e fonemas, percebendo os sons da sílaba e atribuindo a cada sílaba uma letra, que pode ou não ter o valor sonoro convencional. http://cantinhodacoordenadoraanarita.blogspot.com/2011/06/niveis-da-escrita-segundo-emilia.html http://cantinhodacoordenadoraanarita.blogspot.com/2011/06/niveis-da-escrita-segundo-emilia.html 9 4.3 PROPOSTA SILÁBICA As crianças entram na fase silábica sem ao menos perceber, essa fase é dividida em duas uma com valor sonoro e outra sem valor sonoro. Na fase com valor sonoro, ao escrever, a criança faz a relação da letra com seu fonema mais forte. (no primeiro caso foram as vogais e no segundo, as duas primeiras sílabas as consoantes e na última sílaba a vogal), ou seja, cada letra utilizada corresponde a um fonema que compõe a sílaba. FIGURA 4: Escritas silábica com valor sonoro FONTE: https://danielajanssen.com.br/hipotese-da-escrita-nivel-silabico-alfabetico/ Na fase sem valor sonoro, ao ler o que escreveu, a criança separa uma quantidade de letras que correspondem às sílabas da palavra, sem que essas façam relação sonora. FIGURA 5: Escrita silábica sem valor sonoro Fonte:http://slideplayer.com.br/slide/3227764/11/images/38/Escrita+sil%C3%A1bica+sem+valor+sonoro .jpg Nesse sentido começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras, e sustenta a possibilidade da quantidade mínima e da variedade de letras, acaba relacionando a escrita e a fala e quando pronuncia uma silaba, ela escreve uma letra. https://danielajanssen.com.br/hipotese-da-escrita-nivel-silabico-alfabetico/ http://slideplayer.com.br/slide/3227764/11/images/38/Escrita+sil%C3%A1bica+sem+valor+sonoro.jpg http://slideplayer.com.br/slide/3227764/11/images/38/Escrita+sil%C3%A1bica+sem+valor+sonoro.jpg 10 4.4 PROPOSTA SILÁBICA ALFABÉTICA Chegamos a proposta silábica alfabética que se configura como uma hipótese intermediaria em que a criança, ora escreve silabicamente, ora escreve alfabeticamente, ou seja, mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas silabas, dentro dessa fase a criança já consegue compreender que a escrita tem valor social, assim como começa a compreender o modo de construção da escrita. FIGURA 6: Escrita silábica-alfabética Fonte: https://www.soescola.com/2017/03/fases-da-alfabetizacao-da-crianca.html Nesse nível intermediário, ainda há momentos conflitantes para a criança, pois precisa negar a lógica do nível silábico, não tem um vocabulário extenso e não consegue ler o que ela escreve. Isso acontece principalmente quando ela usa só as vogais, porque a mesma combinação de letras serve para escrever uma porção de palavras. É possível perceber que embora a criança tenha alcançado o nível silábico alfabético e tenha descoberto a necessidade de colocar mais letras para representar uma sílaba é preciso que o aprendizado das correspondências grafema-fonema seja feito de forma maisaprimorada e dentro de um processo evolutivo. É nesse momento que morais nos alerta. [...] não podemos confundir “ter alcançado uma hipótese alfabética de escrita” com “estar alfabetizado”. A passagem da primeira condição à seguinte deverá ser, em nosso ponto de vista, o resultado de um cuidadoso processo de ensino-aprendizagem, agora não mais (ou principalmente) de aspectos conceituais do sistema alfabético, mas, sim, das convenções som-grafia [...] (MORAIS, 2012, p.65). Apesar dessa aproximação para o nível alfabetizado, ainda existi muitos conflitos, mas já começa a grafar sílabas complexas, fazendo questionamentos sobre as estruturas das silabas. 4.5 PROPOSTA ALFABÉTICA Neste instante, o aluno se torna alfabético, pois agora já compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba, distinguindo frases, palavras e silabas, compreendendo o modo de construção do código e sua função social. https://www.soescola.com/2017/03/fases-da-alfabetizacao-da-crianca.html 11 FIGURA 7: escritas na proposta alfabética FONTE: https://www.soescola.com/2017/03/fases-da-alfabetizacao-da-crianca.html Nas fases da escrita o cuidar pode ser notado, em todas elas, nesse sentido todas as atividades ora feitas com o educador, ora feitas com o grupo de amiguinhos, elas estão presentes, fortalecendo ainda mais os laços com eles, ou seja, confiança principalmente nos primeiros dias com o acolhimento. Desse modo também o educar está presente e é essencial, pois é potencializado em todas as fases, criando nas crianças um ser crítico que é fundamental para o desenvolvimento dela. O brincar é primordial nessas fases, pois estimula as crianças a interagir com os conteúdos, brincando e aprendendo ao mesmo tempo. 4.6 LETRAMENTO Até 1980 pensava-se em métodos analíticos e sintéticos, ou seja, como se deve ensinar, eis que então Emília ferreiro e Ana Teberosky nos deram uma grande contribuição mudando o foco, agora pensando como a criança aprende e como se desenvolve dentro da alfabetização com a grande obra a psicogênese da língua escrita, hoje sabemos que o aluno não precisa só codificar e decodificar, ele precisa lidar de maneira autônoma com diversos gêneros textuais em diversos contextos, segundo Magda Soares, O indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que saber ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive no estado de letramento, é não só aquele que saber ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente as demandas sociais da leitura e a escrita (SOARES ,1998, p.40) Nesse sentido é possível perceber a quantidade de palavras e letras que a criança pode observar e aprender em um só passeio, também percebemos que o letramento acontece antes dela ingressar na escola, isso porque ela está inserida em uma sociedade grafo Centrica, ou seja tendo contato com escritos e pessoas que tem o hábito da leitura e escrita. https://www.soescola.com/2017/03/fases-da-alfabetizacao-da-crianca.html 12 Desse modo, é possível que uma criança que ainda não frequentou a escola seja letrada, ou possui um certo grau de letramento, isso porque está vivenciando em contexto de prática social da escrita, ela ver pessoas lendo, ouve histórias, manuseia livros, jornais, revistas e até fingem lê-los, por isso o papel do professor é estimula-la e o da escola e proporcionar situações para o processo de aprendizagem como: acesso a revistas, biblioteca e internet, para o seu melhor desenvolvimento. No letramento, principalmente para os mais novinhos, o cuidar vem com o banho, a troca de fraldas, na hora do lanche e nos passeios, tudo mostrando como é, para que é, e também é uma forma de ganhar a confiança dos pequeninos, o educar vem em tudo que ele ver, pega, e questiona, no letreiro de um muro, em um outdoor, ou seja todo material escrito que ele tenha acesso. Já o brincar, está contido na vida deles, isso se faz presente em casa e na escola, pois nelas além de se divertir, podemos associa-la a algo vital para o seu desenvolvimento. Desse modo, a qualidade do brincar merece um olhar mais dedicado do educador, ou seja, existem brinquedos que a criança se transforma em um mero expectador, tais como; brinquedos eletrônicos, celulares e tablet, sendo assim, o educador precisar com muita sabedoria, sugerir brinquedos que estimulem o agir e interagir. 5. CONCLUSÃO Assim sendo, após avaliarmos os três procedimentos de aquisição da linguagem oral e escrita que falamos no presente trabalho, chegamos à conclusão de que são extremamente significativos. Desse modo, chegamos a um parecer para a nossa problemática de que para desenvolver a linguagem oral e escrita na educação infantil é preciso de uma proposta de ensino que auxilie o educando a interagir com o educador e os demais alunos, feito de maneira diversificada e que atenda a proposta de inclusão que leve a criança de maneira lúdica e didática ao universo da leitura e da escrita, percebendo as funções da língua, e a partir de situações cotidianas e reais do mundo letrado, não se contente só na assimilação das normas e preceitos do código linguístico, mas que se aproprie dele de maneira ativa, construindo e reconstruindo a partir do texto lido. Percebemos também que é necessárias ações em conjunto da família, do professor e da escola, todos contribuindo de maneiras específicas, mas com um só objetivo que é o desenvolvimento integral da criança. No que se refere a família é importante que ela esteja sincronizada com o aluno e os assuntos escolares a eles destinados, é preciso que essa intervenção seja de cunho estimulante, incentivador, mas nunca como nível de cobrança, sempre com bastante conversa projetando a escola como uma extensão do lar. 13 Referente ao professor é primordial que ele ame lidar com os pequeninos, pois boa parte do dia passara com eles e essa empatia tem que existir, assim como um olhar sensível, pois no dia-dia vai deparar-se com situações diferentes, adversas e até inusitadas, e ele tem que ter essa percepção sobre o que a criança está passando e constatar se é emocional, o porquê de ela está agressiva, quieta ou assustada, sobre tudo dentro da escola, tem que observar atentamente o aluno e intervindo caso necessário para que as interações em sala de aula sejam mais produtivas e significativas possíveis. Dentro das relações em sala de aula, além de ter o dom de ensinar, a paciência precisa ser praticada, pois ele irá fazer mediações e administrar possíveis conflitos, e claro, tudo isso está dentro da normalidade, além disso, o professor tem que estar antenado com as novas mídias, pois a utilização correta desses recursos alinhados com planejamentos de aula, escolar e de curso serão benéficos, sempre com objetivos claros, pois vão auxiliar na formação de indivíduos críticos e criativos. Sobre a escola não existi uma ideal, como nome já diz está na ideia, o que existi são aquelas que priorizam os conteúdos e uma forma de ensinar bancaria e outras que privilegiam as atividades em grupos, ao ar livre e o uso do lúdico, ações que estimulam a curiosidade e o gosto pelo saber, a autonomia e a formação integral do aluno. Tendo em sua prática pedagógico o respeito a idade das crianças, suas individualidades ao desenvolvimento infantil, fazendo a criança pensar, não dando as coisas prontas e acabadas para elas, trabalhando assim várias áreas como linguagem oral e escrita, matemática, artes, música, identidade e autonomia, natureza e sociedade, movimento, transformando a criança em sujeito da educação. REFERÊNCIAS BRAGA, Clarissa Bittencourt de Pinho e & GONÇALVES, Rossini Brasileira Rosa Muniz & SOARES, Dielma, Castro. O canto doconto como ferramenta de disseminação da diversidade étnica nas histórias infantis. Congresso luso-brasileiro de história da educação, 2014. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana Psicogênese da língua escrita.4 edições. Porto Alegre: Artes Médicas,1985 FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000. 104p. FERREIRO, Emília. Alfabetização em Processo. São Paulo: Cortez, 1996.144p. FERREIRO, Emília. Com Todas as Letras. São Paulo: Cortez, 1999. 102p v.2. SOARES, Magda Becker/ BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Alfabetização e Letramento. Belo Horizonte: 2005. 64p. SOARES, Magda. O que é letramento e alfabetização. In ______. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. ROGACIONISTA,Colégio. Contação de História “Educação Infantil” – A Dona Baratinha. Disponível em: http://rogacionistacriciuma.com.br/?p=1849. Acesso em: 19 junho 2019. PEDAGÓGICA, Cantinho da Coordenação. Níveis da escrita segundo Emília Ferreiro e Ana Teberoskyip. Disponível em: http://cantinhodacoordenadoraanarita.blogspot.com/2011/06/niveis- da-escrita-segundo-emilia.html. Acesso em: 19 junho 2019. JANSSEN, Daniela. Silábico com e sem valor sonoro. Disponível em: https://danielajanssen.com.br/hipotese-da-escrita-nivel-silabico-alfabetico/. Acesso em: 19 junho 2019. SLIDEPLAYER. História da educação infantil. 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Hellane R; é preciso ter um bom livro de histórias infantis, conhecer bem a história que irá contar e em casos de improvisos, ter uma boa imaginação usando gestos e entoação de voz. 2° PERGUNTA O que os textos precisam ter para serem lido na educação infantil? Hellane R: É preciso ter uma linguagem adequada, imagens ilustrativas, aspectos simbólicos e está contido de uma mensagem direcionadas a crianças, deve conter valores como amizade, amor, respeito honestidade e muita diversão, que ajudem desenvolver na aprendizagem da criança. 3° PERGUNTA Que resultados específicos esperam alcançar? Hellane R: Espera-se desenvolvimento cognitivo, social e emocional do aluno, assim como Desenvolver a imaginação e o gosto pela leitura, e se ele participar da história aumentam as chances dessa criança desenvolver várias outras habilidades. 4° - na proposta pré-silábica na fase pictórica o aluno aprende com o concreto, ou seja, no pegar das coisas, levando em conta essa afirmação qual seria uma sugestão de atividades para estimular esse desenvolvimento? Hellane R: talvez seja a parte mais emocionante tanto para eles como para os professores e pais a Pintura de Imagens e desenhos contribui de forma considerável em sua aprendizagem estimulando sua criatividade, assim como estimular o toque, pois dentro dessa atividade consegue sentir tamanho, peso e textura sem falar que, para eles é diversão pura. 5° na proposta silábica quais os métodos você sugere utiliza para facilitar a aprendizagem do aluno com a identificação das silabas? Hellane R: nessa fase o aluno ainda tem dificuldades em entender que cada silaba contém mais de uma letra, seria interessante trabalhar com palavras geradoras, exemplo a palavra boneca, e espalhe as famílias silábicas do B, N e C aleatoriamente e auxilie a completar a palavra, elas terão um pouco de dificuldade mais conseguirão 6°Na proposta silábica alfabética e alfabética trabalha com a consciência dos sons é fundamental, falando os sons da silabas ajuda o aluno percebe-las, diante do exposto quais são as atividades que mais ajudam a desenvolve nesse processo? Hellane R; confeccione em uma página dois textos bem divertidos e forme grupos, peça para eles de modo conjunto escolham um, e depois auxilie a forma as palavras e preencher as lacunas do texto. 7° no letramento quais as atividades que a escola junto com a família podem realizar para o melhor desenvolvimento da criança? Hellane R; O letramento pode acontecer antes e durante a escola na vida da criança, e os passeios tanto na escola como no seio de sua família é sugerido, pois neles elas desenvolvem a aprendizagem com tudo o que ver e toca, ajudando assim a identificar as letras, as imagens e até associando com as palavras.
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