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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES PROF. CARLOS ALBERTO PONTES GOMES DISCIPLINA: DIREITO E ÉTICA APLICADOS CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À PRÁTICA DE ATOS CIVIS, NORMAS JURIDICAS E RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL. CADA VEZ MAIS EXPOSTOS AS LEIS, NORMAS E CÓDIGOS, ENGENHEIROS MERGULHAM NO MUNDO JURÍDICO PARA SE ADEQUAR À NOVA REALIDADE DA PROFISSÃO. Na Escola Politécnica (Poli) da USP (Universidade de São Paulo), um grupo de pesquisadores liderado pelo professor Pedro Luís Próspero Sanchez desenvolveu estudos para aproximar duas áreas aparentemente distantes entre si, mas que, nos dias atuais, se influenciam reciprocamente: Engenharia e Direito. De acordo com o professor, a idéia surgiu a partir da constatação de que, no Brasil, a atividade pericial – que é frequentemente realizada por engenheiros civis -, apresenta uma formação deficiente. Em 2003 a linha de estudos foi aprovada pela Comissão de Pesquisa da Poli. Em 2004, começaram a ser oferecidas as disciplinas de pós-graduação: Tópicos de Direito Tecnológico, Ciência Forense aplicada a Sistemas de Informação, Fundamentos da Ciência Forense e Metodologia da Prova Pericial. Atualmente, a equipe é composta por cerca de 20 pesquisadores, mestrandos e doutorandos e atrai profissionais como engenheiros, advogados, auditores, contadores, peritos criminais, policiais federais e professores. Em 2007, o conhecimento da área passou a estar disponível não apenas aos alunos da pós, mas para a estrutura curricular da graduação, com a criação da disciplina Engenharia Legal. Doutor na área, o professor Pedro Luís Próspero Sanchez concedeu a seguinte entrevista sobre a aproximação entre Engenharia e Direito: Apesar de os cursos de Engenharia terem disciplinas sobre legislação, jamais se imaginou que o Direito passasse a ser tão requisitado pelos engenheiros, como atualmente. Isto deriva de uma percepção pelo profissional da área tecnológica de que o Direito é que regula a sociedade e é, de certa forma, uma consequência dos valores e dos parâmetros que a sociedade entende como adequados. Então, a percepção do Direito é um elemento importante na profissão do engenheiro. A atividade de Engenharia não acontece assim isolada no vazio, ela depende das relações humanas, ela atende necessidades humanas e, sob este ponto de vista, entender do Direito é essencial. AS NORMAS JURÍDICAS A personalidade jurídica do ser humano, a sua condição de su- jeito de direito, começa a partir do nascimento com vida. Mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro, que é o ser humano já concebido, mas que ainda permanece no ven- tre materno. Isto não significa que o ser humano, desde o nascimento, possa exercer os seus direitos. Para tanto, são exigidos três requisi- tos: O Primeiro Requisito para a prática de qualquer ato civil é a ca- pacidade das partes que só os indivíduos maiores de 18 anos e os emancipados possuem. Portanto, os indivíduos menores de 16 anos, serão considera- dos totalmente incapazes. Assim como, os maiores de 16 e me- nores de 18 anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxico, os que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade e os pródigos são considerados relativamente ca- pazes. A capacidade dos silvícolas (índios que se mantém dentro dos costumes e tradições indígenas) será regulada por legislação especial. A lei 13. 146, de 6 de julho de 2015, que instituiu o Estatuto de Pessoas com deficiência e introduziu diversas alterações em nosso ordenamento jurídico, foi sancionada no dia 06 de julho de 2015 e publicada no dia 07 de julho, tendo entrado em vigor no final do mês de dezembro, 180 dias após sua publicação. No direito civil, a mais profunda mudança concentra-se nos arts.3º e 4º do Código Civil de 2002, relativos a incapacidade. Pelo art. 3º, eram absolutamente incapazes: I – os menores de dezesseis anos; II – os que por enfermidade ou deficiência men- tal, não tiverem o necesserário discernimento para a prática des- ses atos; III – os que , mesmo por causa transitória, não pude- rem exprimir sua vontade. Com a nova lei ( art. 114) todos os incisos desse artigo foram revogados, exceto o que se refere aos menores de 16 anos. Es- tes continuam ser absolutamente incapazes para os atos da vida civil. O art. 4º também foi modificado. A redação determinava que eram incapazes relativamente a certos atos, ou a maneira de os exercer: I – os maiores de 16 anos e menores de 18 ; II – Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiên- cia mental tenham o discernimento reduzido; III- os excepcio- nais, sem desenvolvimento mental completo; IV – Os pródigos; Pela nova redação ( dada pelo artigo 114 da lei 13.146/2015) são considerados relativamente incapazes: Os maiores de dezes- seis e menores de 18 anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos; aqueles que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade e os pródigos; A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. Numa interpretação literal os portadores de deficiência mental passam a ter plena capacidade, podendo inclusive casar-se, constituir união estável e exercer guarda e tutela de outrem. Isso vem afirmado explicitamente no artigo 6º da lei 13.146/2015, in verbs: Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes- soa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e plane- jamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comuni- tária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas Portanto um indivíduo deficiente e que tenha idade mental cal- culada em 10 anos, sendo maior de 18 anos, será tão, ou mais capaz que outro individuo não deficiente de 17 anos. Não obstante, o nobre objetivo de inclusão social constante do artigo 1º do estatuto do deficiênte, in verbs: EMANCIPAÇÃO: As pessoas podem adquirir a capacidade plena antes dos 18 anos, através da emancipação que ocorre por uma das formas seguintes: Por concessão dos pais ou por sentença do Juiz, desde que o menor tenha, no mínimo, 16 anos; Pelo casamento; Pelo exercício de emprego público efetivo; Pela colação de grau em curso de ensino superior; Pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor, com 16 anos com- pletos, tenha economia própria. FIM DA CONDIÇÃO DE SUJEITO DE DIREITO: A personalidade jurídica, a condição de sujeito de direito, que o homem conserva durante a vida, tem o seu fim com a morte, quando os seus bens transmitem- se aos herdeiros. Por isso o momento da morte é muito importante para a verificação dos direitos dos herdeiros, esta- belecendo-se a presunção obrigatória, denominada de comoriência, de que morreram todas as pessoas ao mesmo tempo, se, por exemplo, vitimadas por um mesmo acidente, não for possível provar que uma morreu antes do que a outra. O Segundo Requisito é que o objeto do negócio a ser realizado tem que ser lícito, isto é, de acordo com as leis, a moral e os bons costumes. O Terceiro Requisito é o da necessária obediência à forma prescrita ou não proibida em lei. O que significa dizer que para a prática de determinados atos civis, como, por exemplo, o casamento e comerci- alização de imóveis, a lei exige o cumprimento de determinadas for- malidades sem o queo negócio não será perfeitamente acabado. NORMAS JURÍDICAS: O ser humano é por sua própria natureza um ser social, isto é, nasce em um grupo familiar que participa de um grupo comunitário, de um grupo religioso, convive com o grupo de sua escola e faz parte de gru- pos maiores na condição de munícipes e cidadãos de um Estado-Mem- bro e de um país. A vida em sociedade obriga os indivíduos a adotarem determinadas formas de comportamento, submeterem-se a determinadas regras ou normas de cunho moral, religioso ou legal. Dessas normas a de cunho legal, pune de forma mais imediata e com mais rigor, os indivíduos que ousam descumpri-las. Essas normas obrigatórias, denominadas de leis, são elaboradas pelo Poder Legislativo que é representado a nível naci- onal pela Câmara dos Deputados Federais e o Senado, que, por sua vez, compõem o Congresso Nacional. Nos Estados é representado pela Câmara de Deputados Estaduais e nos Municípios pelas Câmaras de Vereadores. As Leis obedecem a um rígido princípio hierárquico, tendo as Leis Fe- derais eficácia em todo Território Nacional, não podendo ser contrari- ada pelas Leis Estaduais e Municipais que, por sua vez, só tem eficácia dentro dos limites de seus respectivos territórios. A base para a feitura de todas essas leis encontra-se naquela que é considerada a Lei das Leis, a Carta Magna, a Lei Suprema, a Lei Máxima ou como é mais conhecida, a Constituição. Ela é a declaração da von- tade política de um povo, manifestada por meio de seus representantes que, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte, elaboram um con- junto de leis superiores a todas as outras e que estabelecem os direitos e deveres fundamentais das pessoas (ser humano, entidades, go- verno). Neste caso dizemos que a Constituição foi votada. Ela é deno- minada Constituição outorgada quando imposta pelo Chefe de Estado, sem a devida consulta prévia ao povo. No Brasil já tivemos diversas Constituições, sendo que a do ano de 1824 (do Império), a de 1937 (do Estado Novo) e a de 1969 (denomi- nada de Emenda Constitucional) foram outorgadas e as demais, do ano de 1891 (da República), 1934, 1946, 1967 e a de 1988, que se encon- tra em vigor, foram votadas. BREVE RESUMO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS: Constituição Política do Império do Brasil (jurada a 25.03.1824) Influenciada pelas idéias de Clermont Tonerre e Benjamin Constant, foi a primeira constituição do Brasil independente. Consagrou o Estado unitário, a monarquia constitucional, a existência de um Poder Mode- rador, a religião católica como oficial do Império e o sufrágio censitário. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 24.02.1891) Influenciada por Ruy Barbosa, que buscou inspiração na Constituição americana, estabeleceu o Estado federal, com a criação dos Estados- membros, a República, tripartição das funções, separação da Igreja e Estado, criou-se o Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 16.07.1934) Resultada da revolução constitucionalista paulista de 1932, rompeu com a concepção liberal de Estado, positivando em seu texto elemen- tos sócio- ideológicos. Implantou a Justiça do Trabalho, a Justiça Elei- toral, o voto secreto, o acesso das mulheres à cidadania, constitucio- nalizou os direitos sociais, institucionalizou o Ministério Público e o Tri- bunal de Contas. Constituição dos Estados Unidos do Brasil (decretada a 10.11.1937) A chamada “polaca”, por ter sido uma tradução da Carta ditatorial po- lonesa de 1935. Instalou o Estado Novo, descaracterizando a autono- mia das entidades federadas, concedeu poderes supremos ao Presi- dente da República, reduziu os direitos e garantias individuais, elimi- nou a justiça federal de 1º instância. Deveria ter sido objeto de um plebiscito, o qual, entretanto, nunca foi realizado. Constituição dos Estados Unidos do Brasil (promulgada a 18.09.1946) Oriunda da redemocratização resultante da queda de Getúlio Vargas. Restabeleceu o equilíbrio entre os Poderes, os direitos fundamentais, condicionou a propriedade ao bem-estar social. Constituição do Brasil (promulgada a 24.01.1967) Fruto do golpe militar de 1964, foi aprovada apenas formalmente por um Congresso coagido e desfigurado por atos de cassação. Preocupou- se fundamentalmente com a segurança nacional, que condicionava o exercício dos direitos fundamentais. Emenda Constitucional n. 1 (17.10.1969) Acarretou substancial reforma no texto da CF/67, podendo ser caracterizada como uma nova constituição. Trouxe as eleições indiretas para os governos estaduais e a eliminação das imunidades parlamentares materiais e processuais. Constituição da República Federativa do Brasil (promulgada dia 5 de outubro de 1988. Marco da redemocratização, foi elaborada pela Assembléia Nacional Constituinte, convocada em 1985 pela EC n. 26/85, e sofreu sensível influência das Constituições portuguesa, italiana e espanhola. Foi dado maior realce aos direitos e garantias fundamentais e às ordens econô- mica e social. Criou o Superior Tribunal de Justiça e o mandado de segurança cole- tivo, o mandado de injunção, o habeas data, a ADIn por omissão, a argüição de descumprimento de preceito fundamental. Vem sendo des- figurada por uma infinita sucessão de emendas constitucionais. ELABORAÇÃO DAS LEIS A elaboração de leis é fruto de um conjunto de procedimentos previa- mente estabelecidos de que se servem os Parlamentares em sua fun- ção de legislar e fiscalizar. Esse trâmite de ações é denominado pro- cesso legislativo. A norma que orienta o processo legislativo na Câmara dos Deputados é o Regimento Interno. O processo legislativo tem início por meio da apresentação das seguin- tes proposições: projeto de lei, projeto de resolução, projeto de decreto legislativo, medida provisória e proposta de emenda à Constituição. A iniciativa das leis pode ser dos Parlamentares, do Presidente da Re- pública, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador Geral da República e de grupos organizados da sociedade. Neste último caso, a constituição exige como procedimento a adesão mínima de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por pelo menos 5 cinco) unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades. Em ambas as Casas do Congresso Nacional, as proposições passam por diversas etapas de análise e votação. A análise da constitucionalidade, da admissibilidade e do mérito é feita nas Comissões. Já no Plenário, órgão máximo das decisões da Câmara dos Deputados, são deliberadas as matérias que não tenham sido decididas conclusivamente nas Co- missões. Nesse caso, discutido e votado o projeto de lei nas Comis- sões, é dispensada a sua votação pelo Plenário, excetuados os casos em que houver recurso de um décimo dos membros da Casa. Após a votação do Congresso Nacional, há ainda a deliberação execu- tiva. Isto é, o Presidente da República pode sancionar (aprovar) ou vetar (recusar) a proposição. No primeiro caso, o projeto torna-se lei. Em caso de veto, as razões que o fundamentam são encaminhadas ao Congresso Nacional, que mantém ou rejeita o veto. Se o projeto for sancionado, o Presidente da República tem o prazo de 48 horas para ordenar a publicação da lei no Diário Oficial da União. SINTESE DAS FASES DA ELABORAÇÃO DA LEI PROCESSO LEGISLATIVO - Conjunto de atos (fases) devidamente ordenados para a criação (elaboração) da lei. São elas: INICIATIVA É o ato que inaugura o processo legislativo. É a faculdade (consiste no direito) atribuída a alguém ou órgão para apresentar projeto de lei, na forma e nos casos previstos no vigente texto constitucional; COMISSÕESTÉCNICAS Todo projeto de lei obrigatoriamente passa pelo crivo das comissões técnicas permanentes (Constituição e Justiça, Relações Exteriores, Sa- úde, Educação e Cultura, Finanças, Transporte, Trabalho, Legislação Social, e Orçamento Público) e posteriormente é levado à discussão e votação em plenário; CÂMARA OU CASA REVISORA Todo projeto aprovado por uma das casas, será obrigatoriamente re- visto pela outra casa; DISCUSSÃO É o ato que se debate (é o discurso) do projeto de lei. Os projetos de lei de iniciativa dos Deputados, do Presidente da República, o popular e dos Tribunais, tem inicio na Câmara dos Deputados. No Senado Fe- deral, os projetos iniciados pelos Senadores; VOTAÇÃO Ato de decisão, que se toma por maioria (simples ou absoluta) dos votos (membros presentes); SANÇÃO Ato do Poder Executivo, privativo do Presidente da República, que dá a sua aquiescência (assentimento / aceitação / transformação) ao pro- jeto de lei, que vem discutido e votado do Congresso Nacional, trans- formando-o em lei. A aceitação pode ser total ou parcial, expressa ou tácita; VETO:Ato do Poder Executivo, privativo do Presidente da República, que sig- nifica a não aceitação, ou seja, é a falta de assentimento (discordância) aos termos do projeto de lei, oriundo do Congresso Nacional, não o transformando em lei (momento em que, também, pode ocorrer o con- trole da constitucionalidade). O veto pode ser: total ou parcial; PROMULGAÇÃO É o instrumento que declara a existência da lei e ordena sua execução. Emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado, em sessão solene do Congresso. A promulgação das leis complementares e ordinárias é feita pelo presidente da República. O presidente da República também promulga os projetos de lei cujos ve- tos são derrubados pelo Congresso. Não o fazendo, a atribuição se desloca para o presidente do Senado, e, se este se omitir, para o 1º vice-presidente. Os decretos legislativos são promulgados pelo presidente do Senado, bem como as resoluções adotadas pela Casa e pelo Congresso Nacional. As resoluções da Câ- mara dos Deputados são promulgadas pelo seu presidente. PUBLICAÇÃO Ato pelo qual se leva ao conhecimento público (divulgação) a existência de uma lei nova, obrigatória, exequível em todo o território nacional. Sendo lei federal a publicação deverá ocorrer no D.O.U. - Diário Oficial da União. LEI DE INICIATIVA POPULAR, PLEBISCITO E REFERENDO: Segundo o artigo 61, §2 da Constituição brasileira de 1988, regula- mentado pela lei 9.709 de 1998, é permitida a apresentação de proje- tos de lei pelos poderes Legislativo, Executivo e pela iniciativa popular. Neste último caso, a constituição exige como procedimento a adesão mínima de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por pelo menos 5 unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades. O plebiscito é a convocação dos eleitores do país para aprovar ou rejeitar questões relevantes antes da existência de lei ou do ato administrativo. Assim, a população diz se quer, ou não, que ele seja aprovado. O referendo também é uma consulta popular, mas ele é convocado de- pois que o ato já foi aprovado, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta. RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pes- soa causa a outra. Em direito, a teoria da responsabilidade civil pro- cura determinar em que condições uma pessoa pode ser considerada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em que medida está obrigada a repará-lo. A reparação do dano é feita, quase sempre, por meio de indenização pecuniária. O dano pode ser à integridade física, à honra ou aos bens de uma pessoa. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL A teoria da responsabilidade civil distingue entre a obrigação do deve- dor no sentido de cumprir o que estipulou com o credor (num contrato) e a obrigação de reparar o dano causado por ação ou omissão volun- tária. Dá-se ao primeiro caso o nome de responsabilidade contratual e ao segundo, responsabilidade extracontratual. a) Contratual: deriva de devedores inadimplentes de um acordo de vontade, de uma responsabilidade contratual. b) Extracontratual: Não há nenhum vínculo jurídico anterior entre as partes. Para que ocorra a responsabilidade civil é necessária a confi- guração de alguns elementos, quais sejam, (a) o fato lesivo causado pelo agente por culpa em sentido amplo, a qual abrange o dolo e a culpa em sentido estrito, sendo que a última engloba a negligência, a imprudência ou a imperícia; (b) a ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e (c) o nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. Desse modo, é necessário que o dano haja efetivamente ocorrido, di- reta ou indiretamente, da ação ou omissão indevida do agente, e que tenha causado um dano patrimonial ou moral ao lesado, surgindo para esse o direito à reparação dos prejuízos, ou seja, à indenização. DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE PENAL E CIVIL a) Responsabilidade Penal: o delinquente infringe uma norma de direito público, ocorrendo uma reação do ordenamento jurídico, pois o inte- resse lesado é da sociedade. E o delinquente responde pela privação da liberdade. b) Responsabilidade Civil: o interesse diretamente lesado é do inte- resse privado, a responsabilidade civil é patrimonial, o patrimônio do devedor é quem responde por suas obrigações. O interesse é da vítima, se permanecer inerte ou abdicar de seu direito nenhuma consequência haverá para o causador do dano. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE OBJETIVA: A teoria clássica da responsabilidade civil, denominada de responsabi- lidade subjetiva, aponta a culpa como o fundamento da obrigação de reparar o dano. Conforme aquela teoria, não havendo culpa, não há obrigação de reparar o dano, o que faz nascer à necessidade de provar- se o nexo entre o dano e a culpa do agente. Mais recentemente, porém, surgiu entre os juristas uma insatisfação com a chamada teoria subjetiva (que exige a prova da culpa), vista como insuficiente para cobrir todos os casos de reparação de danos: nem sempre o lesado consegue provar a culpa do agente, seja por desigualdade econômica, seja por cautela excessiva do juiz ao aferi-la, e como resultado muitas vezes a vítima não é indenizada, apesar de haver sido lesada. O direito passou então a desenvolver teorias que prevêem o ressarcimento do dano, em alguns casos, sem a necessi- dade de provar-se a culpa do agente que o causou. O Brasil, seguindo tradição nascida com a Constituição de 1.946, man- tém o princípio da responsabilidade objetiva do Estado, fundamentada pela teoria do risco administrativo. Dispõe o art. 37, § 6º da Carta Magna que "as pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o di- reito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO define a responsabilidade pa- trimonial extracontratual do Estado como sendo "a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos a esfera juridi- camente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decor- rência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos". Por sua vez o código civil, em seu art. 927, parágrafo único, admite genericamente (empresas privadas e públicas) a aplicação da teoria do risco no campo da responsabilidade civil. Tal solução inova o sistema vigente, pois admite a responsabilização sem culpa além dos casos es- pecificamente previstos em lei.Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos ca- sos especificados em lei, ou quando a ativi- dade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem". Os artigos 186, 187 (ATOS ILÍCITOS), assim dispõem, respectiva- mente: Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que ex- clusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede mani- festamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. No artigo 186 do Código de 2002 está clara a previsão de que o ato ilícito não abrange apenas o dano material, mas também o dano mo- ral. Cumpre observar que referida lacuna se fazia sentir no Código de 1916, em que pese o contido no inciso V, do artigo 5º da Constituição Fede- ral: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro- priedade, nos termos seguintes: V - é assegurado o direito de resposta, pro- porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; Porém, a letra do atual Código Civil veio sanar referida brecha, satis- fazendo um antigo anseio dos operadores do direito, visto que o dano moral é matéria de ampla discussão em todas as relações interpesso- ais. O artigo 187 é igualmente oportuno; pois quando se fala no cometi- mento de ato ilícito imagina-se, de antemão, que o comete aquele que atua por ação ou omissão (v. artigo 186). E é neste aspecto que o artigo 187 é adequado. Quantos não são os casos em que determinada pessoa, seja física ou jurídica, comete um ato ilícito e se vê acobertada em decorrência de o estar promovendo sob o fundamento de exercer um direito que lhe é compatível? Neste aspecto, o que se vê são atitudes abusivas de vários seguimentos da sociedade, que sob o fundamento de exercer um direito legítimo, excedem seus limites, vindo a provocar danos morais e/ou materiais à outra parte. INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES PROF. CARLOS ALBERTO PONTES GOMES DISCIPLINA: DIREITO E ÉTICA APLICADOS CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA EMANCIPAÇÃO: FIM DA CONDIÇÃO DE SUJEITO DE DIREITO: NORMAS JURÍDICAS: BREVE RESUMO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS: Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 24.02.1891) Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 16.07.1934) Constituição dos Estados Unidos do Brasil (decretada a 10.11.1937) Constituição dos Estados Unidos do Brasil (promulgada a 18.09.1946) Constituição do Brasil (promulgada a 24.01.1967) Emenda Constitucional n. 1 (17.10.1969) Constituição da República Federativa do Brasil (promulgada dia 5 de outubro de 1988. ELABORAÇÃO DAS LEIS SINTESE DAS FASES DA ELABORAÇÃO DA LEI INICIATIVA COMISSÕES TÉCNICAS CÂMARA OU CASA REVISORA DISCUSSÃO VOTAÇÃO SANÇÃO VETO:Ato do Poder Executivo, privativo do Presidente da República, que sig- nifica a não aceitação, ou seja, é a falta de assentimento (discordância) aos termos do projeto de lei, oriundo do Congresso Nacional, não o transformando em lei (momento em q... PROMULGAÇÃO PUBLICAÇÃO LEI DE INICIATIVA POPULAR, PLEBISCITO E REFERENDO: RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE PENAL E CIVIL RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE OBJETIVA:
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