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REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À PRÁTICA DE ATOS CIVIS, NORMAS JURIDICAS E RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES 
PROF. CARLOS ALBERTO PONTES GOMES 
DISCIPLINA: DIREITO E ÉTICA APLICADOS 
CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
REQUISITOS INDISPENSÁVEIS À PRÁTICA DE ATOS CIVIS, NORMAS 
JURIDICAS E RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL. 
 
 
CADA VEZ MAIS EXPOSTOS AS LEIS, NORMAS E CÓDIGOS, 
ENGENHEIROS MERGULHAM NO MUNDO JURÍDICO PARA SE ADEQUAR 
À NOVA REALIDADE DA PROFISSÃO. 
 
Na Escola Politécnica (Poli) da USP (Universidade de São Paulo), um grupo de 
pesquisadores liderado pelo professor Pedro Luís Próspero Sanchez 
desenvolveu estudos para aproximar duas áreas aparentemente distantes 
entre si, mas que, nos dias atuais, se influenciam reciprocamente: Engenharia 
e Direito. De acordo com o professor, a idéia surgiu a partir da constatação de 
que, no Brasil, a atividade pericial – que é frequentemente realizada por 
engenheiros civis -, apresenta uma formação deficiente. 
 
Em 2003 a linha de estudos foi aprovada pela Comissão de Pesquisa da Poli. 
Em 2004, começaram a ser oferecidas as disciplinas de pós-graduação: 
Tópicos de Direito Tecnológico, Ciência Forense aplicada a Sistemas de 
Informação, Fundamentos da Ciência Forense e Metodologia da Prova Pericial. 
 
Atualmente, a equipe é composta por cerca de 20 pesquisadores, mestrandos 
e doutorandos e atrai profissionais como engenheiros, advogados, auditores, 
contadores, peritos criminais, policiais federais e professores. Em 2007, o 
conhecimento da área passou a estar disponível não apenas aos alunos da 
pós, mas para a estrutura curricular da graduação, com a criação da disciplina 
Engenharia Legal. 
 
Doutor na área, o professor Pedro Luís Próspero Sanchez concedeu a seguinte 
entrevista sobre a aproximação entre Engenharia e Direito: 
Apesar de os cursos de Engenharia terem disciplinas sobre legislação, 
jamais se imaginou que o Direito passasse a ser tão requisitado pelos 
engenheiros, como atualmente. Isto deriva de uma percepção pelo 
profissional da área tecnológica de que o Direito é que regula a sociedade 
e é, de certa forma, uma consequência dos valores e dos parâmetros que 
a sociedade entende como adequados. Então, a percepção do Direito é um 
elemento importante na profissão do engenheiro. A atividade de Engenharia 
não acontece assim isolada no vazio, ela depende das relações humanas, ela 
atende necessidades humanas e, sob este ponto de vista, entender do Direito é 
essencial. 
 
 AS NORMAS JURÍDICAS 
 
A personalidade jurídica do ser humano, a sua condição de su- jeito de direito, 
começa a partir do nascimento com vida. Mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro, que é o ser humano já concebido, mas que 
ainda permanece no ven- tre materno. 
 
Isto não significa que o ser humano, desde o nascimento, possa exercer os seus 
direitos. Para tanto, são exigidos três requisi- tos: 
 
O Primeiro Requisito para a prática de qualquer ato civil é a ca- pacidade das 
partes que só os indivíduos maiores de 18 anos e os emancipados possuem. 
 
Portanto, os indivíduos menores de 16 anos, serão considera- dos totalmente 
incapazes. Assim como, os maiores de 16 e me- nores de 18 anos, os ébrios 
habituais, os viciados em tóxico, os que por causa transitória ou permanente 
não puderem exprimir sua vontade e os pródigos são considerados 
relativamente ca- pazes. 
 
A capacidade dos silvícolas (índios que se mantém dentro dos costumes e 
tradições indígenas) será regulada por legislação especial. 
 
A lei 13. 146, de 6 de julho de 2015, que instituiu o Estatuto de Pessoas com 
deficiência e introduziu diversas alterações em nosso ordenamento jurídico, foi 
sancionada no dia 06 de julho de 2015 e publicada no dia 07 de julho, tendo 
entrado em vigor no final do mês de dezembro, 180 dias após sua publicação. 
 
No direito civil, a mais profunda mudança concentra-se nos arts.3º e 4º do 
Código Civil de 2002, relativos a incapacidade. 
Pelo art. 3º, eram absolutamente incapazes: I – os menores de dezesseis 
anos; II – os que por enfermidade ou deficiência men- tal, não tiverem o 
necesserário discernimento para a prática des- ses atos; III – os que , mesmo 
por causa transitória, não pude- rem exprimir sua vontade. 
 
Com a nova lei ( art. 114) todos os incisos desse artigo foram revogados, 
exceto o que se refere aos menores de 16 anos. Es- tes continuam ser 
absolutamente incapazes para os atos da vida civil. 
 
O art. 4º também foi modificado. A redação determinava que eram incapazes 
relativamente a certos atos, ou a maneira de os exercer: I – os maiores de 16 
anos e menores de 18 ; II – Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os 
que, por deficiên- cia mental tenham o discernimento reduzido; III- os excepcio- 
nais, sem desenvolvimento mental completo; IV – Os pródigos; 
 
Pela nova redação ( dada pelo artigo 114 da lei 13.146/2015) são considerados 
relativamente incapazes: Os maiores de dezes- seis e menores de 18 anos; os 
ébrios habituais, os viciados em tóxicos; aqueles que por causa transitória ou 
permanente não puderem exprimir sua vontade e os pródigos; 
A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
 
Numa interpretação literal os portadores de deficiência mental passam a ter 
plena capacidade, podendo inclusive casar-se, constituir união estável e exercer 
guarda e tutela de outrem. Isso vem afirmado explicitamente no artigo 6º da lei 
13.146/2015, in verbs: 
 
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes- soa, inclusive 
para: 
I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a 
informações adequadas sobre reprodução e plane- jamento familiar; 
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comuni- tária; e 
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como 
adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais 
pessoas 
 
Portanto um indivíduo deficiente e que tenha idade mental cal- culada em 10 
anos, sendo maior de 18 anos, será tão, ou mais capaz que outro individuo não 
deficiente de 17 anos. 
 
Não obstante, o nobre objetivo de inclusão social constante do artigo 1º do 
estatuto do deficiênte, in verbs: 
 
EMANCIPAÇÃO: 
 
As pessoas podem adquirir a capacidade plena antes dos 18 anos, através da 
emancipação que ocorre por uma das formas seguintes: 
 
Por concessão dos pais ou por sentença do Juiz, desde que o menor tenha, no 
mínimo, 16 anos; 
 
Pelo casamento; 
Pelo exercício de emprego público efetivo; 
Pela colação de grau em curso de ensino superior; 
Pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor, com 16 anos com- pletos, 
tenha economia própria. 
 
 
 
 
 
FIM DA CONDIÇÃO DE SUJEITO DE DIREITO: 
 
 
A personalidade jurídica, a condição de sujeito de direito, que o homem conserva 
durante a vida, tem o seu fim com a morte, quando os seus bens transmitem-
se aos herdeiros. Por isso o momento da morte é muito importante para a 
verificação dos direitos dos herdeiros, esta- belecendo-se a presunção 
obrigatória, denominada de comoriência, de que morreram todas as pessoas 
ao mesmo tempo, se, por exemplo, vitimadas por um mesmo acidente, não for 
possível provar que uma morreu antes do que a outra. 
 
 
O Segundo Requisito é que o objeto do negócio a ser realizado tem que ser 
lícito, isto é, de acordo com as leis, a moral e os bons costumes. 
 
O Terceiro Requisito é o da necessária obediência à forma prescrita ou não 
proibida em lei. O que significa dizer que para a prática de determinados atos 
civis, como, por exemplo, o casamento e comerci- alização de imóveis, a lei 
exige o cumprimento de determinadas for- malidades sem o queo negócio não 
será perfeitamente acabado. 
 
 NORMAS JURÍDICAS: 
 
O ser humano é por sua própria natureza um ser social, isto é, nasce em um 
grupo familiar que participa de um grupo comunitário, de um grupo religioso, 
convive com o grupo de sua escola e faz parte de gru- pos maiores na condição 
de munícipes e cidadãos de um Estado-Mem- bro e de um país. 
 
A vida em sociedade obriga os indivíduos a adotarem determinadas formas de 
comportamento, submeterem-se a determinadas regras ou normas de cunho 
moral, religioso ou legal. Dessas normas a de cunho legal, pune de forma mais 
imediata e com mais rigor, os indivíduos que ousam descumpri-las. Essas 
normas obrigatórias, denominadas de leis, são elaboradas pelo Poder 
Legislativo que é representado a nível naci- onal pela Câmara dos Deputados 
Federais e o Senado, que, por sua vez, compõem o Congresso Nacional. Nos 
Estados é representado pela Câmara de Deputados Estaduais e nos Municípios 
pelas Câmaras de Vereadores. 
 
As Leis obedecem a um rígido princípio hierárquico, tendo as Leis Fe- derais 
eficácia em todo Território Nacional, não podendo ser contrari- ada pelas Leis 
Estaduais e Municipais que, por sua vez, só tem eficácia dentro dos limites de 
seus respectivos territórios. 
 
A base para a feitura de todas essas leis encontra-se naquela que é 
considerada a Lei das Leis, a Carta Magna, a Lei Suprema, a Lei Máxima ou como 
é mais conhecida, a Constituição. Ela é a declaração da von- tade política de 
um povo, manifestada por meio de seus representantes que, reunidos em 
Assembléia Nacional Constituinte, elaboram um con- junto de leis superiores a 
todas as outras e que estabelecem os direitos e deveres fundamentais das 
pessoas (ser humano, entidades, go- verno). Neste caso dizemos que a 
Constituição foi votada. Ela é deno- minada Constituição outorgada quando 
imposta pelo Chefe de Estado, sem a devida consulta prévia ao povo. 
 
No Brasil já tivemos diversas Constituições, sendo que a do ano de 1824 (do 
Império), a de 1937 (do Estado Novo) e a de 1969 (denomi- nada de Emenda 
Constitucional) foram outorgadas e as demais, do ano de 1891 (da República), 
1934, 1946, 1967 e a de 1988, que se encon- tra em vigor, foram votadas. 
 
 
 
BREVE RESUMO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS: 
 
Constituição Política do Império do Brasil (jurada a 25.03.1824) 
 
Influenciada pelas idéias de Clermont Tonerre e Benjamin Constant, foi a 
primeira constituição do Brasil independente. Consagrou o Estado unitário, a 
monarquia constitucional, a existência de um Poder Mode- rador, a religião 
católica como oficial do Império e o sufrágio censitário. 
 
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 
24.02.1891) 
 
Influenciada por Ruy Barbosa, que buscou inspiração na Constituição 
americana, estabeleceu o Estado federal, com a criação dos Estados- 
membros, a República, tripartição das funções, separação da Igreja e Estado, 
criou-se o Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus. 
 
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 
16.07.1934) 
 
Resultada da revolução constitucionalista paulista de 1932, rompeu com a 
concepção liberal de Estado, positivando em seu texto elemen- tos sócio-
ideológicos. Implantou a Justiça do Trabalho, a Justiça Elei- toral, o voto 
secreto, o acesso das mulheres à cidadania, constitucio- nalizou os direitos 
sociais, institucionalizou o Ministério Público e o Tri- bunal de Contas. 
 
Constituição dos Estados Unidos do Brasil (decretada a 10.11.1937) 
 
A chamada “polaca”, por ter sido uma tradução da Carta ditatorial po- lonesa de 
1935. Instalou o Estado Novo, descaracterizando a autono- mia das entidades 
federadas, concedeu poderes supremos ao Presi- dente da República, reduziu 
os direitos e garantias individuais, elimi- nou a justiça federal de 1º instância. 
Deveria ter sido objeto de um plebiscito, o qual, entretanto, nunca foi realizado. 
 
Constituição dos Estados Unidos do Brasil (promulgada a 18.09.1946) 
Oriunda da redemocratização resultante da queda de Getúlio Vargas. 
Restabeleceu o equilíbrio entre os Poderes, os direitos fundamentais, 
condicionou a propriedade ao bem-estar social. 
 
Constituição do Brasil (promulgada a 24.01.1967) 
 
Fruto do golpe militar de 1964, foi aprovada apenas formalmente por um 
Congresso coagido e desfigurado por atos de cassação. Preocupou- se 
fundamentalmente com a segurança nacional, que condicionava o exercício 
dos direitos fundamentais. 
 
Emenda Constitucional n. 1 (17.10.1969) 
 
Acarretou substancial reforma no texto da CF/67, podendo ser caracterizada 
como uma nova constituição. Trouxe as eleições indiretas para os governos 
estaduais e a eliminação das imunidades parlamentares materiais e 
processuais. 
 
Constituição da República Federativa do Brasil (promulgada dia 5 de 
outubro de 1988. 
 
Marco da redemocratização, foi elaborada pela Assembléia Nacional 
Constituinte, convocada em 1985 pela EC n. 26/85, e sofreu sensível influência 
das Constituições portuguesa, italiana e espanhola. Foi dado maior realce aos 
direitos e garantias fundamentais e às ordens econô- mica e social. 
 
Criou o Superior Tribunal de Justiça e o mandado de segurança cole- tivo, o 
mandado de injunção, o habeas data, a ADIn por omissão, a argüição de 
descumprimento de preceito fundamental. Vem sendo des- figurada por uma 
infinita sucessão de emendas constitucionais. 
 
ELABORAÇÃO DAS LEIS 
 
 
A elaboração de leis é fruto de um conjunto de procedimentos previa- mente 
estabelecidos de que se servem os Parlamentares em sua fun- ção de legislar 
e fiscalizar. Esse trâmite de ações é denominado pro- cesso legislativo. 
 
A norma que orienta o processo legislativo na Câmara dos Deputados é o 
Regimento Interno. 
 
O processo legislativo tem início por meio da apresentação das seguin- tes 
proposições: projeto de lei, projeto de resolução, projeto de decreto legislativo, 
medida provisória e proposta de emenda à Constituição. 
 
A iniciativa das leis pode ser dos Parlamentares, do Presidente da Re- pública, 
do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador Geral 
da República e de grupos organizados da sociedade. 
 
Neste último caso, a constituição exige como procedimento a adesão mínima 
de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por 
pelo menos 5 cinco) unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em 
cada uma dessas unidades. 
 
Em ambas as Casas do Congresso Nacional, as proposições passam por 
diversas etapas de análise e votação. A análise da constitucionalidade, da 
admissibilidade e do mérito é feita nas Comissões. Já no Plenário, órgão 
máximo das decisões da Câmara dos Deputados, são deliberadas as matérias 
que não tenham sido decididas conclusivamente nas Co- missões. Nesse caso, 
discutido e votado o projeto de lei nas Comis- sões, é dispensada a sua 
votação pelo Plenário, excetuados os casos em que houver recurso de um 
décimo dos membros da Casa. 
 
Após a votação do Congresso Nacional, há ainda a deliberação execu- tiva. 
Isto é, o Presidente da República pode sancionar (aprovar) ou vetar (recusar) a 
proposição. No primeiro caso, o projeto torna-se lei. Em caso de veto, as 
razões que o fundamentam são encaminhadas ao Congresso Nacional, que 
mantém ou rejeita o veto. 
 
Se o projeto for sancionado, o Presidente da República tem o prazo de 48 horas 
para ordenar a publicação da lei no Diário Oficial da União. 
 
 
SINTESE DAS FASES DA ELABORAÇÃO DA LEI 
 
PROCESSO LEGISLATIVO - Conjunto de atos (fases) devidamente ordenados 
para a criação (elaboração) da lei. 
 
São elas: 
 
INICIATIVA 
 
É o ato que inaugura o processo legislativo. É a faculdade (consiste no direito) 
atribuída a alguém ou órgão para apresentar projeto de lei, na forma e nos 
casos previstos no vigente texto constitucional; 
 
COMISSÕESTÉCNICAS 
 
Todo projeto de lei obrigatoriamente passa pelo crivo das comissões técnicas 
permanentes (Constituição e Justiça, Relações Exteriores, Sa- úde, Educação e 
Cultura, Finanças, Transporte, Trabalho, Legislação Social, e Orçamento 
Público) e posteriormente é levado à discussão e votação em plenário; 
 
 
CÂMARA OU CASA REVISORA 
 
Todo projeto aprovado por uma das casas, será obrigatoriamente re- visto pela 
outra casa; 
 
DISCUSSÃO 
 
É o ato que se debate (é o discurso) do projeto de lei. Os projetos de lei de 
iniciativa dos Deputados, do Presidente da República, o popular e dos 
Tribunais, tem inicio na Câmara dos Deputados. No Senado Fe- deral, os 
projetos iniciados pelos Senadores; 
 
VOTAÇÃO 
 
Ato de decisão, que se toma por maioria (simples ou absoluta) dos votos 
(membros presentes); 
 
SANÇÃO 
 
Ato do Poder Executivo, privativo do Presidente da República, que dá a sua 
aquiescência (assentimento / aceitação / transformação) ao pro- jeto de lei, que 
vem discutido e votado do Congresso Nacional, trans- formando-o em lei. A 
aceitação pode ser total ou parcial, expressa ou tácita; 
 
 
VETO:Ato do Poder Executivo, privativo do Presidente da República, que 
sig- nifica a não aceitação, ou seja, é a falta de assentimento 
(discordância) aos termos do projeto de lei, oriundo do Congresso 
Nacional, não o transformando em lei (momento em que, também, pode 
ocorrer o con- trole da constitucionalidade). O veto pode ser: total ou 
parcial; 
 
 
PROMULGAÇÃO 
 
É o instrumento que declara a existência da lei e ordena sua execução. 
Emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara e do 
Senado, em sessão solene do Congresso. A promulgação das leis 
complementares e ordinárias é feita pelo presidente da República. O presidente 
da República também promulga os projetos de lei cujos ve- tos são derrubados 
pelo Congresso. 
 
 
Não o fazendo, a atribuição se desloca para o presidente do Senado, e, se este 
se omitir, para o 1º vice-presidente. Os decretos legislativos são promulgados 
pelo presidente do Senado, bem como as resoluções adotadas pela Casa e 
pelo Congresso Nacional. As resoluções da Câ- mara dos Deputados são 
promulgadas pelo seu presidente. 
 
 
PUBLICAÇÃO 
 
Ato pelo qual se leva ao conhecimento público (divulgação) a existência de uma 
lei nova, obrigatória, exequível em todo o território nacional. Sendo lei federal a 
publicação deverá ocorrer no D.O.U. - Diário Oficial da União. 
 
 
LEI DE INICIATIVA POPULAR, PLEBISCITO E REFERENDO: 
 
Segundo o artigo 61, §2 da Constituição brasileira de 1988, regula- mentado 
pela lei 9.709 de 1998, é permitida a apresentação de proje- tos de lei pelos 
poderes Legislativo, Executivo e pela iniciativa popular. Neste último caso, a 
constituição exige como procedimento a adesão mínima de 1% da população 
eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por pelo menos 5 
unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em cada uma dessas 
unidades. 
 
O plebiscito é a convocação dos eleitores do país para aprovar ou rejeitar questões 
relevantes antes da existência de lei ou do ato administrativo. Assim, a população 
diz se quer, ou não, que ele seja aprovado. 
O referendo também é uma consulta popular, mas ele é convocado de- pois que o 
ato já foi aprovado, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que uma pes- soa 
causa a outra. Em direito, a teoria da responsabilidade civil pro- cura 
determinar em que condições uma pessoa pode ser considerada responsável 
pelo dano sofrido por outra pessoa e em que medida está obrigada a repará-lo. 
A reparação do dano é feita, quase sempre, por meio de indenização 
pecuniária. O dano pode ser à integridade física, à honra ou aos bens de uma 
pessoa. 
 
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL 
 
A teoria da responsabilidade civil distingue entre a obrigação do deve- dor no 
sentido de cumprir o que estipulou com o credor (num contrato) e a obrigação de 
reparar o dano causado por ação ou omissão volun- tária. Dá-se ao primeiro 
caso o nome de responsabilidade contratual e ao segundo, responsabilidade 
extracontratual. 
 
a) Contratual: deriva de devedores inadimplentes de um acordo de vontade, 
de uma responsabilidade contratual. 
 
b) Extracontratual: Não há nenhum vínculo jurídico anterior entre as partes. 
Para que ocorra a responsabilidade civil é necessária a confi- guração de 
alguns elementos, quais sejam, (a) o fato lesivo causado pelo agente por culpa 
em sentido amplo, a qual abrange o dolo e a culpa em sentido estrito, sendo 
que a última engloba a negligência, a imprudência ou a imperícia; (b) a 
ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e (c) o nexo de causalidade entre o 
dano e o comportamento do agente. 
 
 
 
Desse modo, é necessário que o dano haja efetivamente ocorrido, di- reta ou 
indiretamente, da ação ou omissão indevida do agente, e que tenha causado 
um dano patrimonial ou moral ao lesado, surgindo para esse o direito à 
reparação dos prejuízos, ou seja, à indenização. 
 
DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE PENAL E CIVIL 
 
a) Responsabilidade Penal: o delinquente infringe uma norma de direito público, 
ocorrendo uma reação do ordenamento jurídico, pois o inte- resse lesado é da 
sociedade. E o delinquente responde pela privação da liberdade. 
 
b) Responsabilidade Civil: o interesse diretamente lesado é do inte- resse 
privado, a responsabilidade civil é patrimonial, o patrimônio do devedor é quem 
responde por suas obrigações. O interesse é da vítima, se permanecer inerte ou 
abdicar de seu direito nenhuma consequência haverá para o causador do dano. 
 
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE OBJETIVA: 
 
A teoria clássica da responsabilidade civil, denominada de responsabi- lidade 
subjetiva, aponta a culpa como o fundamento da obrigação de reparar o dano. 
Conforme aquela teoria, não havendo culpa, não há obrigação de reparar o 
dano, o que faz nascer à necessidade de provar- se o nexo entre o dano e a 
culpa do agente. 
 
Mais recentemente, porém, surgiu entre os juristas uma insatisfação com a 
chamada teoria subjetiva (que exige a prova da culpa), vista como insuficiente 
para cobrir todos os casos de reparação de danos: nem sempre o lesado 
consegue provar a culpa do agente, seja por desigualdade econômica, seja por 
cautela excessiva do juiz ao aferi-la, e como resultado muitas vezes a vítima 
não é indenizada, apesar de haver sido lesada. O direito passou então a 
desenvolver teorias que prevêem o ressarcimento do dano, em alguns casos, 
sem a necessi- dade de provar-se a culpa do agente que o causou. 
 
O Brasil, seguindo tradição nascida com a Constituição de 1.946, man- tém o 
princípio da responsabilidade objetiva do Estado, fundamentada pela teoria do 
risco administrativo. Dispõe o art. 37, § 6º da Carta Magna que "as pessoas 
jurídicas de direito público e as de direito pri- vado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o di- reito de regresso contra o responsável 
nos casos de dolo ou culpa". CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO define 
a responsabilidade pa- trimonial extracontratual do Estado como sendo "a 
obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos a 
esfera juridi- camente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em 
decor- rência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou 
omissivos, materiais ou jurídicos". 
Por sua vez o código civil, em seu art. 927, parágrafo único, admite 
genericamente (empresas privadas e públicas) a aplicação da teoria do risco no 
campo da responsabilidade civil. Tal solução inova o sistema vigente, pois 
admite a responsabilização sem culpa além dos casos es- pecificamente 
previstos em lei.Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo. 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar 
o dano, independentemente de culpa, nos ca- 
sos especificados em lei, ou quando a ativi- 
dade normalmente desenvolvida pelo autor do 
dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem". 
 
Os artigos 186, 187 (ATOS ILÍCITOS), assim dispõem, respectiva- mente: 
 
 
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que ex- 
clusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
 
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de 
um direito que, ao exercê-lo, excede mani- 
festamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes. 
 
No artigo 186 do Código de 2002 está clara a previsão de que o ato ilícito não 
abrange apenas o dano material, mas também o dano mo- ral. 
 
Cumpre observar que referida lacuna se fazia sentir no Código de 1916, em que 
pese o contido no inciso V, do artigo 5º da Constituição Fede- ral: 
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à pro- 
priedade, nos termos seguintes: 
 
V - é assegurado o direito de resposta, pro- 
porcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
 
 
Porém, a letra do atual Código Civil veio sanar referida brecha, satis- fazendo 
um antigo anseio dos operadores do direito, visto que o dano moral é matéria 
de ampla discussão em todas as relações interpesso- ais. 
 
O artigo 187 é igualmente oportuno; pois quando se fala no cometi- mento de 
ato ilícito imagina-se, de antemão, que o comete aquele que atua por ação ou 
omissão (v. artigo 186). E é neste aspecto que o artigo 187 é adequado. 
Quantos não são os casos em que determinada pessoa, seja física ou jurídica, 
comete um ato ilícito e se vê acobertada em decorrência de o estar promovendo 
sob o fundamento de exercer um direito que lhe é compatível? 
 
Neste aspecto, o que se vê são atitudes abusivas de vários seguimentos da 
sociedade, que sob o fundamento de exercer um direito legítimo, excedem seus 
limites, vindo a provocar danos morais e/ou materiais à outra parte. 
 
	INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES
	PROF. CARLOS ALBERTO PONTES GOMES
	DISCIPLINA: DIREITO E ÉTICA APLICADOS
	CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA
	EMANCIPAÇÃO:
	FIM DA CONDIÇÃO DE SUJEITO DE DIREITO:
	NORMAS JURÍDICAS:
	BREVE RESUMO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS:
	Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 24.02.1891)
	Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (pro- mulgada a 16.07.1934)
	Constituição dos Estados Unidos do Brasil (decretada a 10.11.1937)
	Constituição dos Estados Unidos do Brasil (promulgada a 18.09.1946)
	Constituição do Brasil (promulgada a 24.01.1967)
	Emenda Constitucional n. 1 (17.10.1969)
	Constituição da República Federativa do Brasil (promulgada dia 5 de outubro de 1988.
	ELABORAÇÃO DAS LEIS
	SINTESE DAS FASES DA ELABORAÇÃO DA LEI
	INICIATIVA
	COMISSÕES TÉCNICAS
	CÂMARA OU CASA REVISORA
	DISCUSSÃO
	VOTAÇÃO
	SANÇÃO
	VETO:Ato do Poder Executivo, privativo do Presidente da República, que sig- nifica a não aceitação, ou seja, é a falta de assentimento (discordância) aos termos do projeto de lei, oriundo do Congresso Nacional, não o transformando em lei (momento em q...
	PROMULGAÇÃO
	PUBLICAÇÃO
	LEI DE INICIATIVA POPULAR, PLEBISCITO E REFERENDO:
	RESPONSABILIDADE CIVIL
	RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
	DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE PENAL E CIVIL
	RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE OBJETIVA:

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