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Unidade I TEORIA GERAL DO SERVIÇO SOCIAL Profa. Ma. Silmara Quintana TGSSO – ementa O aprofundamento das correntes filosóficas do século XX: a influência neotomista na construção teórica do Serviço Social no Brasil, a teoria positivista, o pensamento fenomenológico, o movimento de reconceituação e a ruptura com o positivismo, a matriz filosófica marxista e seu papel na renovação do Serviço Social no Brasil, a discussão dos projetos societários e ético-políticos da profissão. TGSSO – objetivo Oferecer subsídios para o conhecimento e o aprofundamento das principais correntes filosóficas no século XX (marxismo, neotomismo, neopositivismo, fenomenologia) e a ruptura do conservadorismo para a renovação do Serviço Social brasileiro. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista Tomismo: realismo e nominalismo. Essa teoria defende que a substância primeira é o indivíduo (nominalismo). O intelecto humano deriva da vontade de Deus, portanto, a vontade necessariamente tende para o bem. Existem dois elementos fundamentais para um ato integralmente moral: a razão, que é um elemento objetivo; e a vontade, que é um elemento subjetivo. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista O Estado deve ser um meio para a convivência social do indivíduo. O Estado não pode e não deve ter uma função puramente material e repressiva, mas uma função espiritual e organizadora da vida e da sociedade. O ser deve ser primordial, em detrimento de ideologias e posicionamentos políticos. O que se deve privilegiar é o bem-estar do ser. O Estado, apesar de sua completude, deve ficar subordinado à religião, à moral e à Igreja. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista A palavra de Deus não pode ser ultrapassada pelo entendimento humano e não se podem alegar argumentos contra a fé cristã. O neotomismo tem seus preceitos teóricos baseados na teoria tomista de São Tomás de Aquino, com uma atenção voltada para a pessoa humana, que tinha na existência uma dualidade: uma temporal, outra atemporal. Temporal diz respeito às coisas terrenas do corpo e do material; atemporal diz respeito à alma, à transcendência que conduz a pessoa à vida eterna. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista Segundo Guedes (2000), o neotomismo apresenta o homem como um ser composto de “corpo e alma”, um ser social completo. Esse ser utiliza a sociedade para o cumprimento do fim último, que é alcançar o céu, a transcendência da alma. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista A Encíclica Papal Aerteni Patris, de 1879, partia da compreensão de que era preciso um retorno à filosofia de São Tomás de Aquino. Incentivava o resgate das doutrinas tomistas, julgando-as necessárias para um trabalho de doutrina dos católicos com as famílias, para que assim pudesse resolver, por meio da moral e da catequização, os problemas sociais advindos da questão social. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista As encíclicas Rerum Novarum (1881) e o Quadragésimo Ano (1921) também propõem o envolvimento de todos os dissidentes da Igreja na resolução dos problemas sociais; inclusive o Serviço Social, que tem sua formação e sua atuação tradicional totalmente ligadas e voltadas para a Igreja Católica. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista Segundo aponta Guedes (apud MALHEIROS, 2000, p. 5): A doutrina oficial da Igreja Católica (1930/1940) considera o homem como pessoa sobre a qual é possível reconstruir os valores morais da sociedade, que deve caminhar para o bem comum. Segundo os primeiros assistentes sociais, o cumprimento desta doutrina é assegurado por uma sólida formação moral. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista O Serviço Social atuou, de forma tradicional, sob as influências da doutrina neotomista nos anos 1939 e 1940. Tinha uma forte preocupação em trabalhar sob as mazelas advindas do capitalismo, munido do propósito de trabalhar a moral, a formação e o respeito à pessoa humana, de acordo com os preceitos postulados pela perspectiva da filosofia neotomista. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista O Serviço Social, segundo Guedes (2000), situava-se sob a ideia de que o homem, como uma pessoa humana, era portador de um valor soberano ligado à metafísica e aos desígnios de Deus; e de um valor temporal ligado às coisas terrenas ou materiais própria de sua vida terrena. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista Os assistentes sociais tradicionais atuavam sob a formação de um projeto societário que tinha o ideal de moral cristã. O aperfeiçoamento da pessoa humana tinha como finalidade a vida eterna e atemporal, após o cumprimento da vida material terrena. Mediante essa perspectiva, os assistentes sociais criticavam e repudiavam as ideias comunistas e liberalistas. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista Cabia, então, aos assistentes sociais realizar um trabalho de correção moral com os indivíduos que os fizessem retornar para a obediência dos desígnios naturais e à promoção humana, diferente de um trabalho politizado que fortalecesse a promoção da cidadania e a luta por direitos sociais, conforme a atuação contemporânea. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista A atuação do profissional se voltava para orientações vocacionais, prevenir acidentes de trabalho, transformações na vida do operário e sua família com vistas à correção moral e ao compromisso com a ordem social, mediar as desavenças entre trabalhadores e capitalistas, garantir o rendimento das empresas e estabilizar as condições de trabalho. Este trabalho acabava por culpabilizar os trabalhadores e suas famílias, pois os problemas advindos da questão social como consequências do capitalismo eram considerados falta de moral e religião. A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista O Serviço Social como profissão institucionalizada e legitimada, a partir das expressões da questão social “nasce de ações sociais com a inspiração da Igreja Católica ganhando pulso com a intervenção do estatal ou empresarial, na área social, especialmente a partir da década de 1940” (SILVA, 2008). Influência franco-belga: sob a égide do pensamento neotomista. Interatividade Qual a primeira influência filosófica no Serviço Social brasileiro? a) Capitalismo. b) Neotomismo. c) Mary Richmond. d) Positivismo. e) Desenvolvimentismo. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social O francês Auguste Comte (1798-1857), para elaborar sua teoria, foi influenciado pelos evolucionistas da biologia (Spencer e Darwin) e pela concepção, veiculada na modernidade, de um progresso econômico contínuo e linear, ideia defendida pelos liberais. O positivismo é uma forma metódica, lógica, racional em que o indivíduo busca resolver suas necessidades sociais, políticas, culturais, econômicas, tecnológicas e até religiosas, a partir dos fatos concretos, com base na análise experimental, objetiva. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social Ordem e progresso – parâmetros do positivismo, segundo a filosofia política de Comte, a história da humanidade passa por três estágios: um teológico, outro metafísico e, finalmente, o positivo. Este último representava o coroamento do progresso da humanidade. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social Estes dois elementos fazem parte da teoria positivista, na sua maneira de perceber e explicar a sociedade: Estático: as instituições sociais comoa família, a religião, o Estado, a educação, a economia são fundamentais para manter a sociedade equilibrada, isto é, ordenada. Dinâmico: é tudo aquilo que se modifica constantemente ou frequentemente – o que pode ser compreendido, tudo aquilo da parte das relações sociais, das mudanças e das transformações que englobam a sociedade. A sociedade industrial, por exemplo, é fruto das mudanças provocadas ao longo do tempo. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social Influências positivistas: as bases teóricas do positivismo, elaboradas por Comte, deram origem a outras correntes de pensamento sociológico – funcionalista no século XIX (Durkheim), sistêmica no século XX (Parsons) – com ampla aplicabilidade nas ciências sociais, organizações, educação, entre outras. As pesquisas ditas objetivas, pautadas na estatística e na quantificação dos dados, ganham força no século XX. Medir os comportamentos individuais e sociais, e as inteligências constitui um dos métodos prioritários dessa corrente para diagnosticar problemas. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A objetividade pretendida com base na razão instrumental é a referência paradigmática e pragmática para a maior produtividade de bens materiais, simbólicos – culturais e educacionais. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social O positivismo, como corrente de pensamento originária das ciências sociais, tem por base a teoria sociológica, a qual lhe serve de suporte. Essa vertente caracteriza-se como de cunho conservador, cuja orientação é de manutenção do status quo. O assistente social recebe influência dessa corrente e passa a expressar sua prática pautada nas ideias conservadoras, contribuindo, assim, para a manutenção e a perpetuação da ideologia dominante, legitimando-a. A teoria positivista e sua influência no Serviço Social Visão fragmentada da realidade social. Não considera a subjetividade, apenas os fatos que podem ser observados, quantificados. Outras características fundamentais são a despreocupação e o desinteresse em conhecer as causas dos fenômenos, limitando-se às consequências deles. Interatividade Ordem e progresso – parâmetros do positivismo segundo a filosofia política de Comte, a história da humanidade passa por três estágios, sendo um deles o teológico. Qual o significado disso para o Serviço Social? a) Demandas sociais. b) A referência da pessoa humana. c) O respaldo da religiosidade nas ações sociais e intervenção do SSO. d) Considerada que a família deve se manter estática. e) A metafísica como essência do mundo. O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro A sociedade é igual a um organismo social e, assim como o organismo, possui vários órgãos (coração, pulmão, rins), o corpo social possui vários órgãos (instituições sociais, família, Estado, escola, igrejas, clubes, sindicatos etc.) com funções específicas. Cada instituição possui objetivos próprios diferentes, contudo um depende do outro para funcionar bem. O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro A moral social ou consciência coletiva é o conjunto de normas de conduta ou de valores que são compartilhados pelos indivíduos na sociedade. A consciência coletiva não se baseia na consciência de indivíduos singulares ou grupos específicos, mas está espalhada por toda a sociedade. Ela revelaria, segundo Durkheim, o “tipo psíquico da sociedade”, que não seria apenas produto das consciências individuais, mas algo diferente, que se imporia aos indivíduos e perduraria pelas gerações (COSTA, 1997, p. 62). O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro A divisão social do trabalho no organismo social de Durkheim distribui as tarefas, as funções e as profissões entre os indivíduos. Essa divisão social do trabalho causa uma interdependência entre os indivíduos e os organismos, provocando, segundo essa teoria, uma relação de cooperação e solidariedade entre os homens. O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro “Fatos sociais como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem ou declarassem a seu respeito.” (COSTA, 1997, p. 61) A atuação positivista, funcionalista, permeou a atuação tradicional do Serviço Social conservador, esse período pode ser apontado desde a gênese da profissão até meados dos anos 1960, e tem uma ruptura com o Movimento de Reconceituação, após os anos 1970. O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro Está voltado para uma ação de soerguimento moral da família operária, atuando preferencialmente com mulheres e crianças. Por meio de uma ação individualizadora entre as “massas atomizadas social e moralmente”, busca estabelecer um contraponto às influências anarcossindicalistas no proletariado urbano (IAMAMOTO, 2007, p. 19). A ideologia da classe dominante transfere das relações sociais de produção para o preparo individual, para a capacidade e o mérito pessoal, o vínculo causal responsável pela situação de privação material em que a classe trabalhadora se encontra (ROSSI, 1978, p. 30). O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O termo cliente, tão enfatizado pelo Serviço Social tradicional, deve ser questionado por estabelecer uma relação de dominação/subordinação, na qual o assistente social é considerado o dono do saber da verdade, o agente do processo, como o “cliente”, é um ignorante que nada sabe, necessitando da ajuda profissional. Esse posicionamento reduz o “cliente” a um mero objeto manipulável, uma vez que não crê no homem como um dotado de criatividade e capacidade de agir (COSTA, 1992, p. 3). O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro As ideias difundidas pelo Serviço Social na sociedade estavam profundamente carregadas de um conservadorismo positivista, com características de estaticidade, empregadas na noção “ordem e progresso”, inculcando consenso e harmonia social, primando pela manutenção da consciência coletiva. Essas ideias eram acompanhadas de uma atuação caridosa que tinha na “ajuda” o foco do exercício profissional. Segundo Lima (1975), o objeto do Serviço Social tem sido o homem desvalido, desajustado, desequilibrado, que não se adapta à ordem estabelecida. Trata-se de qualquer homem que precisa de controle e direção. O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro Catolicismo: contrário ao comunismo. Recristianização da sociedade burguesa. Livres: para vender sua força de trabalho. Culpabilização do indivíduo pela privação material. Positivismo: funcionalismo, ordem familiar e social. Humanização: pela ordem e pela manutenção da exploração. Interatividade A divisão social do trabalho no organismo social distribui tarefas, funções, profissões entre os indivíduos. Essa divisão social do trabalho causa uma interdependência entre os indivíduos e os organismos, provocando, segundo essa teoria, uma relação de cooperação e de solidariedade entre os homens. De quem é esse pensamento? a) Karl Marx. b) Gramsci. c) Confúcio. d) Durkheim. e) René Descartes. O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro Neutralidade: assistente social não pode se envolver com os clientes. Contradições capital x trabalho: naturalismo positivista. Conservadorismo positivista: para manter a ordem e o progresso. Atuação caridosa de ajuda para manter o controle social. Prática profissional conservadora: empírica e imediatista. O positivismoinfluenciou o Serviço Social Décadas de 1945 a 1955: influência norte-americana, pelas várias correntes do positivismo. Décadas de 1955 a 1965: influência norte-americana, pelas várias correntes do desenvolvimentismo. Método de Mary Ellen Richmond SSO caso: respeito à personalidade do cliente, enquanto ele é uma pessoa dotado de um destino sobrenatural, como ser inteligente, livre e detentor de uma alma espiritual e destinado a uma transcendência da ordem temporal. SSO grupo: assimila os princípios gerais da caridade e da justiça que informam todo trabalho social católico, baseado totalmente na filosofia neotomista. SSO comunidade: é visto como meio para desabrochar, para o desenvolvimento da pessoa humana, a fim de que ela possa atingir seu fim sobrenatural. A Igreja é vista como o modelo de comunidade. Influência de Mary Ellen Richmond Análise e crítica: teoria e prática do Serviço Social – imediatismo e não questionamento da ordem vigente. Nasceu no dia 5 de agosto de 1861. Em 1897, ela tornou-se séria na defesa da criação de escolas profissionais para o estudo da obra de caso e começou a enfatizar a necessidade de uma educação formal de trabalho social. Mary Richmond faleceu aos 67 anos, em Nova Iorque, no dia 12 de setembro de 1928. O método de trabalho que Mary utilizava era questionar o indivíduo, construindo categorias de personalidade, de meio social. Em seu método de trabalho, ela utilizava três partes: estudo, diagnóstico e tratamento. A influência do conservadorismo no Serviço Social “Surge como um movimento contra a Revolução Francesa e visa a combater o individualismo, o secularismo e o igualitarismo. Nestes princípios, os conservadores viam não a emancipação individual e a libertação criativa, mas a alienação crescente e a insegurança, inevitáveis produtos da desarticulação dos laços associativos dos homens, consequência da revolução burguesa.” (NISBET, 1981) A influência do conservadorismo no Serviço Social Fica explícita, assim, a resistência assumida pelos românticos a racionalidade e a transformação. Ainda na crítica ao racionalismo, Nisbet (1981) ressalta o valor que os românticos atribuem aos elementos sagrados e irracionais. Argumentavam esses românticos que o homem jamais poderia viver exclusivamente da razão ou em relações meramente racionais. Consideravam ruinoso tentar fundar uma sociedade em valores individualistas e seculares. Para esses conservadores, “o homem vive e sempre deve viver através da prática do ritual, da cerimônia e da adoração” (NISBET, 1981, p. 70) e a revolução atacou perigosamente as bases sagradas da sociedade. Assim, os conservadores românticos são contra os princípios iluministas da racionalidade e da supervalorização do indivíduo. A influência do conservadorismo no Serviço Social A partir dessa perspectiva, Fernandes (1994) analisa o projeto educativo de Durkheim situado dentro da ciência que o autor se consagra o fundador, a sociologia, entendida por ele como a ciência da moral. Ressalta Fernandes (1994), entretanto, que essa ciência, na ótica de Durkheim não se resume apenas em explicar a moral, mas também em criar um método para transmiti-la pelos educadores. Considera que: “Acima de tudo, precisamos fazer uma alma e esta alma, precisamos prepará-la desde criança” (DURKHEIM apud FERNANDES, 1994, p. 45). O educador é considerado intermediário entre o outro (a sociedade) e as crianças, não lhe cabendo questionar os valores sociais. A influência do conservadorismo no Serviço Social Fica claro que para Durkheim a moral não se erige a partir de um indivíduo, ou de um grupo de indivíduos, mas por um sujeito, a sociedade; e que o homem ao qual o educador deve plasmar não é aquele que a natureza criou, mas aquele que a sociedade quer que ele seja e este é o critério da normalidade: é normal aquele que é como a sociedade quer que ele seja e, por sua vez, é moralizado aquele que é normal. A influência do conservadorismo no Serviço Social O conservadorismo romântico situa-se no Serviço Social já nas suas origens, no denominado Serviço Social Tradicional, que tinha por matriz filosófica o neotomismo, advindo da tradição católica europeia, sobretudo franco-belga, do início do século passado, sendo um de seus principais expoentes Jacques Maritain. Segundo Guedes (2005), Maritain, como conservador romântico, visava a retomar uma “sã filosofia” – o cristianismo – para contraditar o que o pensamento moderno, assentado na racionalidade iluminista, veiculava sobre a sociedade. Maritain critica o pensamento moderno, pois acredita que nestes marcos rompe-se a ligação do homem com a ordem superior e se distancia do cristianismo, rompendo com o modelo de comunhão medieval. Do conservadorismo à moral conservadora no Serviço Social brasileiro De acordo com a autora, Maritain entende que o homem é perfectível e sobre esta base conceitua a dignidade da pessoa humana como sendo o exercício para a perfeição. Neste exercício, a pessoa humana consegue se elevar acima da materialidade. Este espaço (acima da materialidade), mais rico e elevado que se materializa em amor e conhecimento, é a fonte de expressão da liberdade humana, a liberdade interior e espiritual, a capacidade de descobrir motivos superiores e inserir novos atos no mundo. Do conservadorismo à moral conservadora no Serviço Social brasileiro Esta perspectiva neotomista perdurou hegemônica no Serviço Social até meados da década de 1960, quando se dá início a um processo, denominado por Netto (apud GUEDES, 2005) de Movimento de Reconceituação, em que se inicia um momento de profundos debates e questionamentos relacionados à profissão. Uma das vertentes, destacada dentre a heterogeneidade dos debates, o autor denominou de perspectiva modernizadora que visava a assegurar respostas à realidade brasileira, em consonância com o desenvolvimento social, para o que se propunha a refletir, conforme expressão de seus agentes, sobre caráter científico do Serviço Social. Os agentes profissionais se punham, então, a refletir sobre a sua especificidade técnico-operativa e sobre uma suposta natureza científica de suas produções teóricas. Do conservadorismo à moral conservadora no Serviço Social brasileiro Neste período em que o Brasil, sob os ditames da autocracia burguesa, tinha como paradigma político a teoria desenvolvimentista, o Serviço Social privilegia a atuação profissional junto à comunidade com vistas à “necessária remoção de obstáculos e solução dos problemas [da comunidade] para elevação das massas subdesenvolvidas”(GUEDES, 2005, p. 138), sua integração à harmônica sociedade. Esse discurso aponta a filiação do Serviço Social à ideologia desenvolvimentista e demonstra o entendimento de que é possível “elevar as massas”, promovendo um capitalismo harmônico e humanizado, sendo que este ideal de sociedade é, ainda, resquício da perspectiva do bem comum idealizado por Maritain, mas agora influenciado pelo funcionalismo. Interatividade Entre 1945 e 1965, a influência foi do positivismo e do funcionalismo. Em uma lógica desenvolvimentista, nesse período, qual foi a referência para o Serviço Social brasileiro? a) Mary Richmond – norte-americana. b) Iamamoto – reconceituação. c) José Paulo Netto – marxismo. d) Franco-belga. e) Conservadorismo cristão. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 TGSSO – ementa TGSSO – objetivo ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Sociale a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� ��A emergência do Serviço Social e a matriz filosófica neotomista�� Interatividade Resposta A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A teoria positivista e sua influência no Serviço Social A teoria positivista e sua influência no Serviço Social Interatividade Resposta O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro Interatividade Resposta O funcionalismo de Émile Durkheim e sua influência no Serviço Social brasileiro O positivismo influenciou o Serviço Social Método de Mary Ellen Richmond Influência de Mary Ellen Richmond A influência do conservadorismo no Serviço Social A influência do conservadorismo no Serviço Social A influência do conservadorismo no Serviço Social A influência do conservadorismo no Serviço Social A influência do conservadorismo no Serviço Social Do conservadorismo à moral conservadora no Serviço Social brasileiro Do conservadorismo à moral conservadora no Serviço Social brasileiro Do conservadorismo à moral conservadora no Serviço Social brasileiro Interatividade Resposta Slide Number 52
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