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Trabalho Processo Civil III - TUTELAS PROVISÓRIAS

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Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ – UNIDAVI
 
BIANCA COSTA[footnoteRef:0]
JENNY AYRA M. G. DE ARAÚJO[footnoteRef:1]
JÚLIA LUCHTENBERG EYNG[footnoteRef:2]
JÚLIA MARA MENDONÇA[footnoteRef:3]
LUCAS ALEXANDER STEUCK[footnoteRef:4]
LUCAS STEDILE[footnoteRef:5]
TUANY VERONICA ASSING[footnoteRef:6]
VANESSA VIEIRA RIBAS[footnoteRef:7] [0: Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1011127. E-mail: bianca.costa@unidavi.edu.br] [1: Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1012603. E-mail: jenny.araujo@unidavi.edu.br] [2: Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1011145. E-mail: julia.eyng@unidavi.edu.br] [3: Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1011819. E-mail: julia.mendonca@unidavi.edu.br] [4: Graduando em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1005833. E-mail: lucassteuck@unidavi.edu.br] [5: Graduando em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 29598. E-mail: lucas.stedile@unidavi.edu.br	] [6: Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1011839. E-mail: tuany.assing@unidavi.edu.br] [7: Graduanda em Direito pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. Código Acadêmico: 1012353. E-mail: vanessa.ribas@unidavi.edu.br
] 
 
 
 
TUTELAS PROVISÓRIAS 
 
 
 
 RIO DO SUL
2020
TUTELAS PROVISÓRIAS: 
 
 
Trabalho para a disciplina de Direito Processual Civil III apresentado ao Curso de Direito do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí. 
Prof. M.e Saul José Busnello.
 
 
 
 
 
Rio do Sul
2020
RESUMO
 Este trabalho traz um estudo sobre as tutelas provisórias e suas espécies, classificadas como tutela de urgência (antecipada ou cautelar) e a de evidência, de acordo com a abordagem do NCPC. A parte do Código de Processo Civil de 1973 que falava sobre o processo cautelar, tinha como características a celeridade, a efetivação e instabilidade das decisões, porém, foi extinta pelo código atual. As tutelas têm como objetivo a satisfação da pretensão do autor por meio de uma tutela jurisdicional em casos que o autor se encontre em situações de difícil reparação do seu direito onde teve lesões graves. Quando a tutela for comprovada, esta será concedida por meio de decisão motivada, permanecendo com sua característica de provisória pois não é uma decisão arbitrária, possuindo o réu da demanda o direito ao contraditório e a ampla defesa. Este é um importante tema e para o embasamento teórico foram utilizadas doutrinas e a própria legislação para que fosse possível realizar o estudo, esta já existente no Código de Processo Civil de 1973, foi ainda mais contemplado no NCPC. 
Palavras-chave: Código de Processo Civil. Urgência. Tutelas Provisórias. Evidência. Fazenda Pública. 
 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................05 
2 TUTELA PROVISÓRIA...........................................................................................06 
 2.1 Conceito e Disposições Gerais………....…………………………...…..……..…06 
2.2 Competência………………………....................................................................07
2.3 Dever de Motivação…..………………………………...…………..……………...08
2.4 Duração.………….………………………………………...…….……………...….09
2.5 Dever - Poder Geral de Asseguramento (Cautela) e de Satisfação (Antecipação).............................................................................................................10
2.6 Tutela Provisória Requerida em Caráter Incidental…………………...……….11
2.7 Recorribilidade das Interlocutórias Relativas Provisória…………...…………..12
2.8 Restrições à Tutela Provisória………………………………………………….....14
3 TUTELA DE URGÊNCIA……………………………………………………….……….16
 3.1 Pressupostos………………………………………………………………………...16
3.2 Caução……………………………………………………………………………….17
3.3 Audiência de justificação…………………………………………………………..18
 3.4 A Questão da Irreversibilidade………………………………………….………....19
 3.5 Efetivação da Tutela Provisória de Urgência na Natureza Cautelar…………..21
 3.6 Responsabilidade pela Prestação da Tutela de Urgência…………………..….22
4. TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE………...23
 4.1 Petição Inicial…………………………………...…………………………………...24
 4.2 Se Concedida a Tutela Antecipada………………………………………………..25
 4.3 Se Não Concedida a Tutela Antecipada Antecedente………………...………...26
 4.4 Se Não Houver Aditamento da Petição Inicial……………………………………27
 4.5 Estabilização e Dinâmica……………………………………………………………27
5 TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE……………28
 5.1 Disposições Gerais…………………………………………………………………..28
 5.2 Citação do Réu e suas Atitudes…………………………………………………....29 
 5.3 Apresentação do Pedido Inicial…………………………………………………….25
 5.4 Duração………………………………………………………………….……………26
 5.5 Indeferimento da Tutela Cautelar e do Pedido Principal…………….…………..26
6. TUTELA DE EVIDÊNCIA……………………………………………….……………...27
 6.1 Tutela de Evidência com a vinda do CPC 2015……………………………….....27
 6.2 NCPC 2015 e suas Alterações Quanto a Tutela de Evidência…………………28
 6.3 Tutela de Evidência X Tutela de Urgência………………………………………..29
7. TUTELA DE URGÊNCIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA…………………..….31
8. CONCLUSÃO……………………………………………………………………….…...38
9. REFERÊNCIAS………………………………………………………………………….39
 
1. INTRODUÇÃO
 
O presente trabalho teve como foco principal o estudo jurisprudencial, doutrinário e legal do instituto da Tutela Provisória, tida como gênero a abranger as espécies de Tutela de Urgência e Evidência, utilizando como base o Código de Processo Civil de 2015. Inicialmente abordaremos o instituto da tutela provisória para em seguida analisar os pressupostos para a concessão das medidas de urgência, que encontra-se dividida em satisfativa ou cautelar.
Quanto à tutela da evidência, diferentemente da tutela de urgência, não é necessário se demonstrar o risco de dano, e isso notamos já no caput do Art. 311 do CPC, apenas é exigido que o direito postulado esteja presente, não existindo o perigo do direito perecer, dessa forma na tutela de urgência é indispensável que seja concedida de imediato. Sendo esta dividida em tutela cautelar e antecipada, onde a diferença entre elas está em seu conteúdo. 
Assim, nas páginas que seguem, demonstraremos o estudo realizado com embasamento legal, doutrinário e jurisprudencial do assunto ora explanado. 
2. TUTELA PROVISÓRIA 
2.1 CONCEITO E DISPOSIÇÕES GERAIS
	
A Tutela Provisória foi definida pela Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 sendo um gênero que abrange as demais espécies de tutelas jurisdicionais e está disposta no Livro V da parte geral do novo Código de Processo Civil.
Convêm destacar que este gênero já estava presente no Código de Processo Civil de 1973, com a terminologia “tutela antecipada” e “processo cautelar”, antes distintos, unificados pelo NCPC. A tutela provisória foi inserida como gênero no Livro V, da qual derivam as espécies “tutela de urgência” (arts. 300 a 310) – de natureza antecipada ou cautelar – e a “tutela da evidência” (art. 311).
A Tutela Provisória, segundo o autor Marcus Vinicius Rios Gonçalves[footnoteRef:8] (2016, pág. 347 - 348): [8: GONÇALVES, Marcos Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.] 
“É uma espécie de tutela diferenciada, em que a cognição do juiz não é exauriente, mas sumária, fundada ou em verossimilhança ou em evidência, razão pela qual terá natureza provisória, podendo ser, a qualquer tempo, revogada ou modificada. A tutela diferenciada, emitida em cognição superficial e caráter provisório, que satisfaz antecipadamente ou assegurae protege uma ou mais pretensões formuladas, em situação de urgência ou nos casos de evidência”.
O autor Cassio Scarpinnella Bueno (2016, p. 266)[footnoteRef:9], expõe sua definição de uma forma bem completa como: [9: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. São Paulo: Saraiva, 2016. ] 
“O conjunto de técnicas que permite ao magistrado, na presença de determinados pressupostos, que gravitam em torno da presença da “urgência” ou da “evidência”, prestar tutela jurisdicional, antecedente ou incidentalmente, com base em decisão instável (por isto, provisória) apta a assegurar e/ou satisfazer, desde logo, a pretensão do autor.” 
De acordo com Donizetti (2016, p. 331)[footnoteRef:10], “dá-se o nome de tutela provisória ao provimento jurisdicional que visa adiantar os efeitos da decisão final no processo ou assegurar o seu resultado prático”. Ainda esclarece que, na sua essência, as medidas provisórias continuam com a mesma essência. [10: DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. São Paulo: Atlas, 2016.] 
Donizetti cita o objetivo do provimento jurisdicional e sobre esse tema os doutrinadores Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015, p. 306), ressaltam o caráter satisfativo e/ou cautelar da decisão que concede a tutela provisória, lembrando que os conceitos construídos pela doutrina continuam em vigor. Extrai-se de seus ensinamentos:
A técnica antecipatória que dá lugar a um provimento provisório - "tutela provisória" pode desde logo viabilizar a realização e a fruição do direito pela parte (tutela satisfativa) ou pode apenas assegurar que essa fruição tenha condições de eventual e futuramente ocorrer (tutela cautelar). [...] A técnica antecipatória espelha provisoriamente a tutela do direito satisfativa ou cautelar que a parte pode obter ao final do procedimento.
Inicialmente podemos então perceber que o caráter essencialmente satisfativo e/ou assecuratório das tutelas, sejam elas fundadas em urgência ou evidência, buscando a promoção efetiva da jurisdição, consagrado aos princípios da Constituição Federal, sendo a celeridade e efetividade do provimento. A análise das obras dos doutrinadores referenciados deixa claro as possibilidades alternativas de se obter uma decisão que antecede a tutela final do processo, seja na fase de cognição ou de execução, garantindo o objetivo rudimentar do modelo constitucional de processo, qual seja, a solução efetiva das controvérsias.
2.2 DA COMPETÊNCIA 
	O artigo 299 do Novo Código de Processo Civil, anteriormente previsto no art. 800, expõe: “A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.” 
	Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015, p. 311)[footnoteRef:11], afirmam que “a tutela provisória será em regra requerida ao juiz competente para concessão da tutela definitiva, quer tenha sido requerida de forma antecedente, quer tenha sido de forma incidental”. [11: MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de processo civil comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.] 
	Pode-se dizer que: 
	 [...] o juízo (sempre no sentido de órgão jurisdicional) competente, quando se tratar de pedido incidental, é o mesmo do da “causa”, isto é, do juízo perante o qual tramita o processo em que o pedido é formulado incidentalmente. Quando o caso for de “tutela provisória antecedente”, isto é, aquela em que ainda não há processo em curso, o juízo competente é o que será competente para “conhecer do pedido principal”, isto é, aquele que tem competência para o processo, ainda que não houvesse pedido de tutela provisória antecedente. (BUENO, 2016, p. 270, grifo do autor)[footnoteRef:12]. [12: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. São Paulo: Saraiva, 2016.] 
	
Quando tratamos de uma ação de competência originária do tribunal e nos recursos, a regra segue plena: a competência será do tribunal. Então, cabe ao interessado requerer a tutela provisória ao relator, conforme art. 932, II, NCPC/2015, e contra a decisão deste, cabe agravo interno, conforme Art. 1.021, NCPC/2015. Nos casos de tutela provisória antecedente o pedido será distribuído livremente, tornando-se prevento o relator designado para julgar o futuro recurso ou ação de competência originária (DIDIER, JR., 2016, p. 45).[footnoteRef:13] [13: DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17. ed. - Salvador: Jus Podivm, 2015. ] 
2.3 DEVER DE MOTIVAÇÃO
	O dever de motivação das decisões judiciais, incluindo as que envolvem a concessão ou não das tutelas provisórias, foi ratificado apenas no novo Código do Processo Civil. 
Através da leitura do Art. 298 do novo código civil - Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso - é possível perceber apenas uma ampliação no que se refere aos verbos que caracterizam a decisão. Ou seja, os verbos conceder, negar, modificar e revogar possuem o objetivo de esclarecer que, todas as decisões sobre as tutelas provisórias deverão ser fundamentadas de modo claro e preciso pelo julgador. O artigo ainda remete ao Art. 489, § 1º do CPC/2015, enumera as situações em que qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, não será considerada fundamentada. Nesta perspectiva, cita Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015, p. 304)[footnoteRef:14]: [14: MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de processo civil comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. ] 
A fundamentação da decisão tem de ser racional, o que significa dizer que a atividade interpretativa deve ser justificada (interna e externamente) e o resultado da interpretação deve ser coerente e universalizável. Fora desse quadro o exercício do poder judicial é incontrolável intersubjetivamente, frustrando-se com isso a razão de ser do direito fundamental à fundamentação das decisões no direito brasileiro: a estruturação de uma democrática administração da Justiça Civil.
Assim, possuem o mesmo entendimento os juristas Scarpinnella Bueno e Medina[footnoteRef:15], quando relatam a ineficiência de decisões judiciais que se limitam aos ditames dos “pressupostos para a concessão do pedido”. De acordo com Medina (2016, p. 286, grifo do autor), “sumariedade da cognição judicial não significa ausência ou superficialidade da fundamentação: a decisão deve ser adequadamente motivada sobre os requisitos que autorizam a concessão (ou denegação, ou revogação, ou modificação) da liminar”. [15: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. São Paulo: Saraiva, 2016. ] 
Por sua vez, Bueno (2016, p. 271) destaca a reprovabilidade das expressões “diante dos pressupostos, concedo a tutela provisória” ou “ausente os pressupostos, nego-a”. Segundo o autor, há tão somente a obrigatoriedade permanente de haver resposta suficiente ao requerimento do interessado, de modo que a presença ou a ausência dos pressupostos fique evidenciada na decisão judicial.
2.4 DURAÇÃO 
Segundo Marinoni, Arenhart e Mitidiero (2015, p. 302)[footnoteRef:16], “provisória é aquela decisão que tendencialmente não dura para sempre e potencialmente será substituída por outra com objeto tendencialmente coincidente no todo ou em parte”. [16: MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de processo civil comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.] 
A partir dessa definição, quiseram os autores contemplar a possibilidade de estabilização da tutela satisfativa de urgência, prevista nos artigos 303 e 304 do CPC/2015. Por ora, cabe o apontamentofeito por Bueno[footnoteRef:17] (2016, p. 272), o qual afirma que a possibilidade de estabilização da tutela não é capaz de infirmar sua característica precípua de provisoriedade. Ao invés disso, defende o autor que essa novidade trazida pelo NCPC confirma-a, pois, caso a tutela fosse definitiva, “não haveria necessidade de nenhuma regra de direito positivo prescrevendo [...] sua estabilidade”. [17: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. São Paulo: Saraiva, 2016.] 
Justamente por seu caráter provisório, as tutelas provisórias poderão ser revogadas e/ou modificadas a qualquer tempo, conforme preceitua o art. 296 do CPC/2015. Nesse sentido, afirma Donizetti[footnoteRef:18] (2016, p. 334): [18: DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. São Paulo: Atlas, 2016.] 
Basta para a revogação da medida que se verifique a não existência do direito substancial afirmado pelo requerente ou o desaparecimento da situação de perigo acautelada. A modificação ocorrerá, por exemplo, quando, também mediante requerimento da parte interessada, entender o juiz que uma medida menos drástica é suficiente para acautelar o direito postulado. [...] A revogação dependerá de prévio requerimento da parte contrária, não podendo, portanto, ser concedida de ofício.
	Assim, podemos perceber que ao deferir a tutela provisória, o juiz concede uma medida satisfativa ou cautelar, sempre de caráter provisório. Como regra, essa medida terá seus efeitos mantidos durante o prazo de suspensão do processo (art. 296, parágrafo único, do NCPC), bem como conservada sua eficácia na pendência do processo, com exceção aos casos de revogação e modificação anunciados anteriormente. 
2.5 DEVER - PODER GERAL DE ASSEGURAMENTO (CAUTELA) E DE SATISFAÇÃO (ANTECIPAÇÃO). 
O novo Código de Processo Civil unificou as categorias das tutelas de urgência, unificou os requisitos, dizendo que para concessão de uma tutela de urgência basta demonstração de probabilidade do direito, diante da verossimilhança das alegações e do perigo de demora ou de risco ao resultado útil do processo. Mas como não poderia deixar de ser, ele trata a tutela de urgência como podendo ser de natureza antecipada ou de natureza cautelar, e de fato tutela antecipada é bastante diferente de tutela cautelar. 
A tutela antecipada é uma tutela em que você pode pedir quando você precisa concretizar o direito material, ela antecipa o próprio direito material é portanto uma tutela satisfativa ela entrega o direito ao seu cliente liminarmente ou após justificação prévia, enfim, no começo do processo mediante uma decisão com cognição sumária, ou antes de exaurir a produção de provas no processo. 
 Já a tutela cautelar não entrega nenhum direito para a parte, pelo contrário ela apenas viabiliza, ela assegura, ela acautela ela garante que o direito será efetivado no futuro, portanto, tutela cautelar como próprio nome diz é uma tutela de garantia é uma tutela de natureza processual que garanta a eficácia de um direito no futuro. 
A satisfação é o elemento central para distinguir a tutela antecipada da tutela de simples segurança (cautelar) que constitui uma forma de proteção que ainda não satisfaz, mas apenas assegura a futura satisfação do direito afirmado pelo requerente.
O Código de Processo Civil ele tratou de quatro tutelas cautelares típicas expressamente previstas no âmbito do art. 301 do CPC, o arresto, o sequestro, o arrolamento de bens e o protesto contra alienação dos bens[footnoteRef:19]. Mas nada impede que o advogado possa pedir qualquer outro tipo de natureza cautelar, porque o juiz ele tem consigo ainda o poder geral de cautela, podendo deferir a qualquer instante qualquer tipo de medida cautelar atípica, essa é a diferença entre as tutelas antecipada e cautelar. [19: BRASIL,Código de Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União.] 
2.6 TUTELA PROVISÓRIA REQUERIDA EM CARÁTER INCIDENTAL
Podemos apresentar pedido de tutela provisória incidental tanto na petição inicial ou seja junta com o meu pedido de tutela definitiva ou posteriormente, ela é cabível tanto na tutela provisória cautelar quando na tutela provisória antecipada, também é cabível na tutela da evidência, ela pode ser requerida no curso do processo ou após o início petição inicial. 
Então quando ela é requerida por meio incidental é porque já existe um processo, já existe uma demanda, diferente da antecedente que será na petição inicial que pode ser tanto antecipada quanto a cautelar. 
Sempre que ela é incidental, já existe o processo, o pedido, então o processo que já existe sobre o pedido principal, logo já pagos às custas, então tudo aquilo que vem ao longo dele são isentos de custos, porque já foi feito o pagamento na primeira oportunidade. 
Então logo, na incidental há dispensa de pagamento de custas processuais, porque já foram pagos com o pedido principal.
2.7 RECORRIBILIDADE DAS INTERLOCUTÓRIAS RELATIVAS A TUTELA PROVISÓRIA. 
Nós podemos recorrer a todas as decisões interlocutórias, o que de fato muda é que de acordo com o sistema vigente, nós não iremos recorrer de todas as decisões interlocutórias por meio de recurso de agravo de instrumento. 
O sistema passado regulamenta dois agravos em que a gente poderia então manejar para o questionamento de uma decisão interlocutória proferida em juízo, o agravo retido e o agravo de instrumento, então nós tínhamos que a regra era a interposição do agravo retido de modo excepcional, a parte portanto poderia se valer do agravo instrumento.
O fato era que nós iríamos agravar de todas as decisões interlocutórias ou na modalidade retida ou na modalidade por instrumento, isso é alterado pelo legislador no novo CPC, porque primeiro ele revogou agravo retido. 
Nós iremos recorrer via agravo de instrumento de algumas interlocutórias, daquelas pontuadas pela lei, nós temos o art. 1015 do CPC, que estabelece as nossas interlocutórias que nós iremos poder recorrer via agravo de instrumento. 
Enfim, de todo modo o legislador acabou regulamentando as hipóteses em que nós vamos poder agravar por instrumento das interlocutórias, então ele seleciona quais são as decisões interlocutórias.
Nosso sistema atual estabelece o seguinte, quando você tem uma interlocutória previsto no rol do art. 1015 do CPC, previstas pela legislação como impugnável via agravo instrumento você vai se valer desse recurso para impugnar aquela decisão sob pena de preclusão, a lei está estabelecendo esse recurso específico para este questionamento portanto se você desejar questioná la você vai interpor agravo de instrumento[footnoteRef:20]. Se o advogado se depara com uma interlocutória fora das hipóteses regulamentadas pela lei, quando não se tem condições nenhuma de agravar por instrumento dela, deverá ele aguardar o trâmite da relação terminar em primeiro grau de jurisdição, aguardar a sentença, e se ainda estiver sentindo a necessidade, se aquela decisão prolatada pelo juiz, se aquela sentença por exemplo ainda o prejudique ou ainda venha prejudicar, deverá ele apelar desta sentença que foi proferida e em apelação ou nas razões de apelação ou em contrarrazões de apelação abrir ali uma preliminar questionando aquela decisão interlocutória. [20: (SILVA, Ovídio A. Baptista da. Decisões interlocutórias e sentenças liminares. AJURIS: Revista da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.18, n.51, mar. 1991, pp. 140-145)] 
Então nosso sistema prevê nesses casos que não há preclusão com relação a essa interlocutória não recorrível via agravo de instrumento há preclusão no tocante aos interlocutores recorríveis via agravo, aí a parte precisa agravar por instrumento sob pena de preclusão, mas isso não acontece com relação às demais interlocutórias não agraváveis via agravo de instrumento. 
Como nos diz o Código de Processo Civil[footnoteRef:21]: [21: BRASIL,Código de Processo Civil.Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União.] 
 Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII - (VETADO)
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Muito embora o legislador tenha criado ali estabelecido as hipóteses de cabimento do nosso agravo de instrumento é importante a gente lembrar que todas as interlocutórias por disposição de lei inclusive, todas as nossas interlocutórias prolatadas em processo de execução, em cumprimento de sentença, em liquidação de sentença, em processo de inventário, são recorríveis via agravo de instrumento, essa disposição importante que o legislador nas hipóteses do art. 1015 do CPC, dá uma limitada com relação a essa recorribilidade via agravo de instrumento no tocante às nossas interlocutórias e abre um pouquinho ali o uso desse recurso quando as interlocutores são proferidas em execução comprimento de sentença liquidação e processo de inventário nos termos da lei dessa definição importante no parágrafo único do art. 1015 do novo CPC.
2.8 RESTRIÇÕES À TUTELA PROVISÓRIA.
A restrição da tutela provisória, feita pelo art. 1059, do CPC[footnoteRef:22], agride o acesso à justiça garantido pela Constituição Federal, mesmo que nos casos em que as regras buscam menos que restringir, apenas limitar sua concessão, há inconstitucionalidade. A inconstitucionalidade do ”pedidos de suspensão da tutela provisória” está no seu desenvolvimento formalmente inconstitucional e também no fato de que não cabe à lei federal estabelecer competência para os tribunais de justiça dos regionais federais nem para o STF ou para o STJ. [22: BRASIL,Código de Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União.] 
Cassio Scarpinella Bueno argumenta ainda que a medida, por dizer respeito a apenas parte do processo, “viola o princípio da isonomia ao criar um sucedâneo recursal destinado a imunização dos efeitos das decisões jurisdicionais”[footnoteRef:23]. Para ele, não há como querer alcançar as hipóteses em que a tutela provisória é concedida com fundamento na evidência, dada especificações das remissões legislativas feitas pelo art. 1059 do CPC/2015 considerando os casos vedados ou limitados pela Lei 8437/de 1992 e Lei 12.000 016/2009 necessário de urgência. [23: BUENO , Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. Volume Único. Saraiva: São Paulo, 2015. p. 240-24 5] 
3 TUTELA DE URGÊNCIA
3.1 PRESSUPOSTOS
A primeira tutela trazida pelo novo Código é a tutela de urgência, que tem como espécies a tutela cautelar e a tutela antecipada. Esta tutela está voltada a afastar o periculum in mora, evitando, um prejuízo grave ou até mesmo irreparável à parte no que diz respeito a usufruir de um direito que em princípio, é seu.
O caput do artigo 300 do novo Código[footnoteRef:24] traz os requisitos para a concessão da tutela de urgência (cautelar ou antecipada), quais sejam a evidência da probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. O primeiro pressuposto fumus boni iuris, dá à parte o dever de comprovar a plausibilidade do direito por ela invocado. Segundo entende Wambier (2015, p. 300) o que diferencia para a concessão da medida, é o segundo pressuposto trazido no caput do artigo, o periculum in mora. Sendo assim: [24: Artigo 300 do NCPC: " A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou resultado útil do processo. § 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la . § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente, ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.] 
“O que queremos dizer, com "regra de gangorra", é que quanto maior o periculum demonstrado, menos fumus se exige para a concessão da tutela pretendida, pois a menos que se anteveja completa inconsistência do direito alegado, o que importa para a sua concessão é a própria urgência, ou seja, a necessidade considerada em confronto com o perigo da demora na prestação jurisdicional.” (WAMBIER, 2015, p. 498).
Se o periculum in mora estiver comprovado, a tutela deve ser concedida, mesmo que o fumus não esteja tão desenvolvido, pois não é isso que o instituto exige. O importante na tutela de urgência é evitar o dano irreparável ou de difícil reparação, quanto maior o risco demonstrado, mais facilmente deverá ser concedida a tutela e menor poderá ser o fumus exigido. Não é permitido a concessão da tutela se apenas o periculum in mora restar demonstrado. Ambos os requisitos devem estar presentes.
Um requisito indiretamente evidenciado é o perigo de irreversibilidade da medida. Do qual diz que a tutela não deve ser concedida caso exista o perigo de irreversibilidade de fato, se a irreversibilidade for de direito (puder se resolver em perdas e danos), a medida poderá ser concedida.
3.2 CAUÇÃO
Para deferir medida judicial de urgência, o juiz da causa, dentro de seu poder discricionário[footnoteRef:25], pode solicitar ex officio, que a parte requerente preste caução. Isto, servirá justamente para garantir eventual indenização ao requerido, caso futuramente venha vencer a demanda (art. 811 do CPC). [25: STJ, 4ª Turma: Não ofende o art. 804 do estatuto processual decisão que concede liminarmente a medida cautelar sem ordenar a prestação de caução pelo requerente, por tratar-se de faculdade do órgão julgador.(REsp 601.177/ES, Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, Quarta Turma, julgado em 08/08/2006, DJ 11/09/2006 p. 286).] 
O fato de o requerente ter prestado caução não representa direito ao deferimento da medida de urgência postulada. A caução é apenas mera garantia à parte requerida e, não dispensa o juiz de, para deferir o pleito de urgência da parte requerente, evidenciar e justificar a presença dos requisitos autorizadores para concessão da ordem, que, em sede cautelar, são o fumus boni juris e o periculum in mora.
 	A caução contracautelar representa uma litisregulação da lide, não é, no entanto, requisito para deferimento de medida de urgência, razão pela qual entendemos que o juiz deve analisar cada situação específica para ver se é o caso exigi-la ou não, bem como quais serão as eventuais conseqüências e os valores atingidos. 
No art. 804 do Código, fica claro que caução pode, e não deve, ser exigida pelo juiz, por que existem situações em que se ela for exigida para se poder deferir uma ordem, esta ficará prejudicada. 
Para julgamento da dispensa da caução, o juiz deve analisar se a medida deferida nesses termos não irá causar mais mal ao réu do que visa evitar ao autor. A aplicação de tal orientação vale para as medidas de urgência em geral, cabendo inclusive para os casos de antecipação de tutela em que a decisão proferida se afigure irreversível, conforme, já consignou o STJ:
“Precedentes. 1. O perigo de irreversibilidade do provimento adiantado,óbice legal à concessão da antecipação da tutela, nos termos do artigo 273, § 2º, do CPC, deve ser interpretado cum grano salis, sob pena de se inviabilizar o instituto. 2. Irreversibilidade é um conceito relativo, que deve ser apreciado ad hoc e de forma contextual, levando em conta, dentre outros fatores, o valor atribuído pelo ordenamento constitucional e legal aos bens jurídicos em confronto e também o caráter irreversível, já não do que o juiz dá, mas do que se deixa de dar, ou seja, a irreversibilidade da ofensa que se pretende evitar ou mesmo da ausência de intervenção judicial de amparo. 3. Agravo Regimental não provido.(AgRg no Ag 736.826/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin Segunda Turma, julgado em 12/12/2006, DJ 28/11/2007 p. 208).[footnoteRef:26]” [26: STJ, 2ª Turma: Processual civil. Agravo regimental. Antecipação de tutela. Inteligência do art. 273, § 2º, do CPC. ] 
Desta forma, a caução é a garantia a ser avaliada pelo juiz em cada caso. A sua mera prestação não garante o deferimento da medida de urgência, assim como a sua ausência, por si só, não conduz a impossibilidade categórica do deferimento e efetivação da ordem judicial proferida em sede de cognição sumária.
3.3 AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO
No CPC/2015, temos que “a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia” (art. 300, § 2º, CPC/2015). Há a possibilidade de convocação de uma audiência para o requerente se justificar oralmente sobre os requisitos da medida provisória, quando não forem identificados a partir da leitura da petição inicial. A justificação prévia, mantém a sua natureza instrutória, tendo o requerente da tutela de urgência (autor).
A justificação prévia serve para o autor, que requereu a antecipação dos efeitos do provimento final, mas que não conseguiu demonstrar a presença de todos os requisitos necessários à concessão da medida provisória. Tem por objetivo convencer o magistrado sobre o deferimento provisório da tutela. 
Ao receber a petição inicial, os magistrados têm determinado a intimação do requerido para, em 5 dias, apresentar em juízo resposta escrita ao pedido de tutela de urgência formulado.Essas decisões têm interpretado que o silêncio do requerido em apresentar a justificação prévia por escrito implicaria numa modalidade especial de revelia, que serviria, de per si, como fundamento para a concessão da medida.
 
3.4 A QUESTÃO DA IRREVERSIBILIDADE
A irreversibilidade da tutela de urgência está prevista no artigo 300, § 3º do NCPC e menciona que: “A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão[footnoteRef:27]”. Desse parágrafo dá-se de entender que essa questão foi criada também como garantia para o réu, prezando seu direito de defesa (contraditório e ampla defesa), onde não adiantaria antecipar e efetivar para uma das partes e acabar tornando irreversível é impossível para a outra. José Roberto dos Santos Bedaque, ressalta que: [27: BRASIL,Código de Processo Civil. Lei nº 13.105,, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União] 
“A reversibilidade dos efeitos gerados pela tutela antecipada está vinculada à necessidade de salvaguardar o núcleo essencial do direito fundamental à segurança jurídica do réu[footnoteRef:28]”. [28: BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias e de urgência (tentativa de sistematização). 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 373] 
Interessante salientar que conforme menciona o artigo, a irreversibilidade citada é referente aos efeitos/consequências da decisão e não exatamente da decisão, uma vez que a mesma pode ser revogada, modificada ou cessada. Nesse sentido é cabível citar parte da doutrina de Teresa Arruda Alvim Wambier:
“Primeiramente, é de se indagar qual o significado de irreversibilidade colocada pelo legislador. Trata-se, obviamente, de uma irreversibilidade fática, e não jurídica. Explica-se: a decisão, sob aspecto jurídico, é sempre reversível, bastando para tanto que seja revogada, cessada ou modificada. Não é essa a irreversibilidade que se cogita na norma, mas sim a eventual irreversibilidade das consequências da efetivação da tutela de urgência; essa, sim, deve ser motivo de preocupação ao se pensar na concessão, ou não, da medida pleiteada[footnoteRef:29]”. [29: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. Página 501] 
Apesar de ter como regra a irreversibilidade e na grande maioria dos casos ser aplicada e seguida conforme o artigo, algumas doutrinas defendem que em casos excepcionais deve-se ser dado a tutela de urgência, mesmo havendo esse perigo de irreversibilidade, Teresa Arruda Alvim Wambier também decorre sobre o tema:
“A doutrina e a jurisprudência tem abrandado a aplicação da norma. Há situações em que, mesmo irreversível, a medida há de ser deferida. Imagine- se, por exemplo, um requerimento de autorização para uma transfusão de sangue emergencial a um menor, para salvar-lhe a vida, porque um dos pais, por questões religiosas, opõe-se, ou, ainda, um pedido para liberação de mercadorias perecíveis, retidas na alfândega para exame sanitário que, por greve dos servidores, não é realizada. Nesses e em outras tantas situações, mesmo diante da irreversibilidade, há de ser concedida a tutela de urgência.” (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. Página 501[footnoteRef:30])”. [30: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. Página 501] 
Entretanto, conforme descrito acima e previsto na própria norma (artigo 300, § 3º do NCPC), protegendo e levando em conta o direito de defesa do réu deverá ser seguido este “princípio da irreversibilidade dos efeitos da decisão, Didier Junior; Braga; Oliveira, 2015, mediante isso afirmam e justificam sobre esse assunto:
“Conceder uma tutela provisória satisfativa irreversível seria conceder a própria tutela definitiva - uma contradição em termos. Equivaleria a antecipar a própria vitória definitiva do autor, sem assegurar ao réu o devido processo legal e o contraditório, cujo exercício, "ante a irreversibilidade da situação de fato, tornar-se-ia absolutamente, inútil, como inútil seria, nestes casos, o prosseguimento do próprio processo" (DIDIER JUNIOR; BRAGA; OLIVEIRA, 2015, p. 600)[footnoteRef:31]”. [31: DIDIER JUNIOR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 10. ed. Salvador: Juspodivm, 2015. 674 p.] 
Complementado o assunto decorrido acima e para exemplificar melhor o tema na prática literal, onde foi negada a tutela de urgência devido perigo de irreversibilidade, traz- se a seguinte jurisprudência:
“agravo de instrumento. ação declaratória de rescisão contratual com restituição de valores, lucros cessantes, danos morais e tutela de urgência. interlocutório que indeferiu a tutela de urgência pleiteada, consistente na imediata restituição, em parcela única, da quantia dita incontroversa. recurso dos autores. alegação de que se encontram presentes os requisitos para a concessão da tutela antecipada. atraso na entrega do empreendimento imobiliário. quantia devida a título de ressarcimento confessa pela ré. perigo do dano de dilapidação do patrimônio da empresa. insubsistência. deferimento da liminar que ensejaria perigo de irreversibilidade (art. 300, § 3º, cpc). medida que acarretaria na imediata devolução da integralidade da quantia disputada aos autores. risco de que os autores se desfizessem dos valores no curso da demanda. quantia a ser restituída que permanece controversa. inexistência do periculum in mora. não demonstrado o perigo de dilapidação do patrimônio da empresa agravada ou mesmo dos seus sócios. interlocutóriomantido. recurso desprovido.[footnoteRef:32] [32: TJSC, agravo de instrumento n. 5024299-15.2020.8.24.0000, do tribunal de justiça de santa catarina, rel. marcus tulio sartorato, terceira câmara de direito civil, j. 13-10-2020)] 
3.5 EFETIVAÇÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA NA NATUREZA CAUTELAR
O artigo 301 do NCPC prevê que: “A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito”[footnoteRef:33]. O artigo evidencia que a tutela cautelar é destinada a garantir a efetividade da tutela satisfativa do direito material e inclusive exemplifica com hipóteses de tutela cautelar, deixando evidente que estas hipóteses devem ser sempre idôneas para assegurar o direito. [33: BRASIL,Código de Processo Civil. Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015. Diário Oficial da União] 
Sendo preenchidos os pressupostos da probabilidade do direito e havendo o perigo de dano (art. 300, NCPC), o magistrado pode requerer a efetivação dessa modalidade utilizando das medidas/hipóteses que se tem no rol exemplificativo do art. 301, ou também conforme exposto no artigo, de qualquer outra medida idônea, visando garantir e assegurar o direito.
Conforme comentado, sobre ser acatado medidas gerais idôneas para efetivação da tutela, o artigo 297 do NCPC vem reforçar a ideia do artigo 301 (mencionada acima) e salienta que: “O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber”[footnoteRef:34]. Medina (2015, p. 462), define essas medidas gerais da seguinte forma: [34: BRASIL,Código de Processo Civil. Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015. Diário Oficial da União] 
“Em um sentido mais restrito, esse “poder geral”, de cautela de antecipação de efeitos da tutela, consiste na possibilidade de o juiz de conceder medidas (de natureza cautelar ou antecipada) em casos não previstos pelo legislador [...] seriam as medidas cautelares inominadas (ou atípicas)”[footnoteRef:35]. [35: MEDINA, José Miguel Garcia. Direito processual civil moderno. 2ª. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.] 
Conforme descrito então, a tutela provisória de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada à luz do art. 301 do NCPC, ressaltando que o artigo não determina nenhum requisito específico para essa efetivação, mas sim trás este rol exemplificativo de medidas e também essa ampla possibilidade de medidas idôneas no geral.
3.6 RESPONSABILIDADE PELA PRESTAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA
O artigo 302 do NCPC[footnoteRef:36], traz as hipóteses em que a parte tem responsabilidade pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência acarretar à outra parte, independentemente da reparação por dano processual. Isto se trata de responsabilidade independente de culpa, decorrente apenas dos eventos que estão nos quatro incisos do art. 302, devendo a indenização ser liquidada, sempre que possível, nos autos em que a tutela houver sido executada (art. 302, parágrafo único, CPC), Medina (2015, p. 485) sobre isso também afirma que a cobrança desse prejuízo não será feita em autos apartados, mas nos próprios autos da demanda[footnoteRef:37]. [36: BRASIL,Código de Processo Civil. Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015. Diário Oficial da União] [37: MEDINA, José Miguel Garcia. Direito processual civil moderno. 2ª. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.] 
Ressaltando que o ressarcimento por esse dano provocado em decorrência da efetivação da tutela de urgência, mesmo não dependendo de culpa, requer a comprovação do dano. Como se trata de hipótese especificamente determinada na lei, a responsabilidade objetiva está limitada aos danos que foram causados à outra parte devido a efetivação da tutela, visto isso, acaba excluindo uma hipótese de danos causados a terceiros. Estes danos ficarão submetidos ao regime geral da responsabilidade civil e não poderão incluir-se na previsão do artigo 302 do NCPC.
Sobre o tema, Scarpinella afirma sobre o parágrafo único do art. 302 do CPC/2015: “Uma vez apurado o valor dos prejuízos, o procedimento a ser observado é o de cumprimento de sentença, definitivo ou provisório, consoante o respectivo título executivo tenha, ou não, transitado em julgado.” (2016, p. 257)[footnoteRef:38]. [38: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil: inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. São Paulo: Saraiva, 2016.] 
4. TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
A tutela antecipada antecedente, demonstrada a partir de uma grandiosa urgência, possui um caráter independente (autônomo). Não havendo outra solução, necessariamente, formula-se o peticionamento antes dos pedidos finais, visto que a inércia pode acarretar grandes problemas para a parte solicitante. Ademais, não resta dúvidas que o pedido deverá ser relativo a um acontecimento imediato.
Para Theodoro Júnior:
“A tutela de urgência é satisfativa quando, para evitar ou fazer cessar o perigo de dano, confere, provisoriamente, ao autor a garantia imediata das vantagens de direito material para as quais se busca a tutela definitiva. Seu objeto, portanto, se confunde, no todo ou em parte, com o objeto do pedido principal. São efeitos da futura acolhida esperada desse pedido que a tutela satisfativa de urgência pode deferir provisoriamente à parte. ”[footnoteRef:39] [39: THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I. 56 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense: 2015. 841p.
] 
 
Evidentemente, que a tutela busca satisfazer um caso específico imediato, onde ocorre um grande abalo jurídico, não suportando percorrer o período processual. Desse modo, pode ser observado que NCPC/2015 garantiu esse direito, com amparo nos artigos 303 e 304.
4.1 PETIÇÃO INICIAL 
 	
Vislumbrando a grande necessidade da causa de pedir, projeta-se a petição inicial com base no artigo 303 NCPC/2015. O requerente solicita no corpo da petição inicial o pedido da tutela, onde há uma restrição, tomando-o fundamento para a sustentação do pedido final. Nesse caso, deve obter uma fundamentação breve, onde a busca constante seja alvo de um grande perigo ao dano e a distribuição da matéria da lide.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. [footnoteRef:40] [40: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
Nesta breve narração inicial, não há necessidade de pormenorizar os fundamentos, muito menos se atentar com as dimensões de documentações para a comprovação da lide. É extremamente necessário se atentar para obter a medida, visto que esses elementos são essenciais para a permissão de direito pleiteado, ou seja, enfatizar o perigo.
Há de observar alguns elementos fundamentais da petição, que consequentemente culminará com o pedido posterior. Manifestando assim o real interesse do artigo 303, para não haver entendimento inverso.
 
4.2 SE CONCEDIDA A TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
Deferida a tutela solicitada, o juiz, através do despacho, manda o requerente que adite a petição inicial com a sustentação pormenorizada, contendo comprovações, documentos necessários, disponibilizando o prazo que houver necessidade para o recolhimento de todos os documentos.
Art. 303. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementaçãode sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;[footnoteRef:41] [41: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
 	
A observação de todos os elementos e pedidos são fundamentais, visto que a parte que o juiz toma ciência do direito pleiteado, e qualquer das divergências ou sustentações sem qualquer familiaridade com a causa de pedir, pode resultar em entendimento contrário ao julgador.
Após o aditamento, havendo cumprido com todos os requisitos, o juiz, mandará citar para dar ciência dos autos, e o intima para a audiência, vide artigo 334.
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 [footnoteRef:42]; [42: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
Sendo citado, pode ser que haja a autocomposição, não havendo, o prazo será contando para que o réu ofereça a contestação, vide artigo 335, II, III. Essa contestação será interposta por agravo de instrumento, uma vez que se trata de tutela provisória, assim como registrado no artigo 1015, I, NCPC.
Ademais, caso concedida a tutela antecipada antecedente, o autor não poderá em hipótese alguma alterar a causa de pedir no aditamento, haja vista que o fundamento utilizado para a concessão da tutela é exatamente o constante na petição “simplificada”.
 	
4.3 SE NÃO CONCEDIDA A TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
O pedido da tutela deve ser solicitado pela parte que se sentir extremamente prejudicada, sendo de extrema urgência. Em primeiro momento, pode, o juiz, não reconhecer a necessidade da concessão da tutela, onde indefere o pedido.
Art. 303. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.[footnoteRef:43] 	 [43: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
Abrindo o prazo para a realização da emenda, haverá uma nova avaliação nas documentações e argumentações. Caso entenda que há elementos oferece a concessão, caso não, extingue sem a resolução do mérito, disposto no artigo 485NCPC.
4.4 SE NÃO HOUVER ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Anteriormente, após a concessão da tutela, o autor deverá efetuar o aditamento na inicial, visto que o descumprimento acarretará prejuízo à causa de pedir final. Não efetuando o aditamento, o processo será extinto sem resolução de mérito, haja vista que o fundamento final não tenha sido realizado, prejudicando o bom andamento do rito processual, perdendo a eficácia.
Art. 303. § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. [footnoteRef:44] [44: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
4.5 ESTABILIZAÇÃO E DINÂMICA
 	Consequentemente, diversas mudanças ocorreram com a vinda do atual CPC, dentre elas a estabilização. A estabilização é uma das grandes inovações, não havendo um parâmetro concreto. Entretanto, ocorre a estabilização a partir de uma decisão jurisdicional, com base no artigo 303. Não havendo pronunciamento da parte requerida, ou seja, não interposto contestação e, também, não havendo aditamento na petição inicial, torna-se estável, sendo extinto com base no artigo 304, § 1.
Art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.[footnoteRef:45] [45: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
 	Ainda, havendo a estabilização da presente tutela, não há como solicitar através de um novo processo, por meio de outra decisão, sendo somente aceita no vértice do artigo 487.
5 TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
5.1 DISPOSIÇÕES GERAIS
O procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente está disposto nos Arts. 305 a 310 do Novo Código de Processo Civil. A tutela cautelar serve para assegurar os direitos e tem o objetivo de evitar eventuais danos e garantir um justo resultado no processo. Nas palavras de Didier “a tutela provisória cautelar antecedente é aquela requerida dentro do mesmo processo em que se pretende posteriormente, formular o pedido de tutela definitiva, cautelar e satisfativa” (2015, p. 613). 
Segundo Didier, 
A tutela cautelar é meio de preservação de outro direito, o direito acautelado, objeto da tutela satisfativa. A tutela cautelar é, necessariamente, uma tutela que se refere a outro direito, distinto do direito à própria cautela. Há o direito à cautela e o direito que se acautela. O direito à cautela é o direito à tutela cautelar; o direito que se 26 acautela, ou direito acautelado, é o direito sobre que recai a tutela cautelar (2015, p. 563).[footnoteRef:46] [46: DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 10. Ed., Salvador: Jus Podivm, 2015. v.2. ] 
As providências tomadas antes da análise do pedido principal ocorrem devido a um pedido de urgência de uma das partes do processo, pedido este que é devidamente fundamentado e analisado pelo juiz. 
Todas essas providências têm caráter antecedente e são divididas em duas categorias: conservativas e satisfativas. As providências conservativas são sempre apêndices do pedido principal, já as satisfativas são sempre independentes e vêm antes do pedido principal. 
Humberto Theodoro Júnior explica: 
“ (a)No caso das conservativas (como, v.g., arresto, sequestro, busca e apreensão, etc.), a parte terá sempre de formular o pedido principal em trinta dias após a efetivação da medida deferida em caráter antecedente ou preparatório (NCPC, art. 308, caput), sob pena de cassar sua eficácia (art. 309, I). A medida de urgência, nessas condições, não tem vida própria capaz de sustentá-la sem a superveniência do tempestivo pedido principal (ou de mérito). (b) Quanto às medidas de urgência satisfativas, o regime pode, eventualmente, ser o de autonomia, visto que se permite estabilizar sua eficácia (art. 304), não ficando, assim, na dependência de formulação do pedido principal no prazo do art. 308. O que, na espécie, se prevê é a possibilidade de recurso contra a respectiva decretação (art. 304, caput) e de demanda posterior para rever, reformar ou invalidar a tutela satisfativa estabilizada (art. 304, §2o). Seus efeitos, no entanto, se conservarão, enquanto não ocorrer a revisão, reforma ou invalidação por ação própria (art. 304, §3o). Na sistemática instituída pelo Código, portanto, para que a estabilização da tutela satisfativa ocorra, basta que o demandado não interponha recurso contra a decisão que a concedeu (art.304, caput).[footnoteRef:47]” [47: THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I. 56 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense: 2015. 841p.] 
5.2 CITAÇÃO DO RÉU E SUAS ATITUDES 
Diante do recebimento da petição inicial, o juiz deverá analisar se a mesma cumpre os requisitos legais, inclusive os existentes no art. 319 do Novo Código de Processo Civil de 2015, diante da inexistência de irregularidades, o magistrado deferirá ou não a tutela em caráter antecedente. 
Uma vez deferida a petição inicial, o juiz deverá: a) julgaro requerimento liminar de tutela cautelar, se assim formulado, ou mediante justificação prévia, se necessária; b) ordenar o cumprimento da medida (se deferida); bem como c) determinar a citação do réu para, no prazo de cinco dias, caso queira, contestar o pedido e especificar provas que pretende produzir (art. 306, CPC (DIDIER, 2015, p. 614). [footnoteRef:48] [48: DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 10. Ed., Salvador: Jus Podivm, 2015. v.2.] 
A contestação é a ocasião em que o réu tem a oportunidade de defesa. Diante da apresentação de provas e do réu apresentar sua versão, o juiz tomará decisão do que for consentâneo. O prazo para contestação ocorre conforme o art. 231 do CPC.
Caso o réu não faça o pedido de contestação, de acordo com Bueno (2016, p. 265), a não apresentação da contestação, de acordo com o art. 307, gera a presunção de que os fatos alegados pelo autor poderão ser presumidos como verdadeiros e o magistrado deverá decidir nos cinco dias seguintes. 
Se no caso for constatada alguma irregularidade, o juiz irá determinar uma emenda inicial e posteriormente seguir os trâmites mencionados acima.
5.3 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO INICIAL 
Quanto a apresentação do pedido cautelar, Humberto Theodoro Júnior explica:
Há três momentos para a dedução do pedido de tutela cautelar ou conservativa: (a) antes de formulada a pretensão principal, caso em que a lei fala em tutela antecedente (NCPC, art. 305); (b) juntamente com a pretensão principal, em petição inicial única (tutela cumulativa) (art. 308, §1o); (c) 30 durante o curso do processo instaurado para tutela definitiva, quando se fala de tutela conservativa de caráter incidental (art. 294, parágrafo único). A formulação do pedido principal, também pode acontecer em momentos diferentes, i.e., (i) a ação principal pode ser proposta antes da medida cautelar, (ii) juntamente com ela, ou (iii) após a efetivação da tutela chamada antecedente.[footnoteRef:49] [49: THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I. 56 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense: 2015. 848p.] 
Após isso, as partes do processo serão intimadas para uma audiência de conciliação ou mediação, tendo em vista como objetivo principal a autocomposição. Quando ocorre a audiência e não gera autocomposição a partir da audiência, o réu terá quinze dias para contestar o pedido principal. 
Se a audiência não acontecer, será determinado o mesmo procedimento, porém o prazo se dará diante das hipóteses do art. 335 do CPC. 
Humberto Theodoro Júnior esclarece:
Ao deduzir o pedido principal, se for necessário, a causa de pedir poderá ser aditada, tendo em vista que na petição inicial cautelar a lide foi apenas sumariamente descrita e fundamentada (art. 308, §2º). Apresentado o pedido principal, as partes deverão ser intimadas, pessoalmente ou por seus advogados, para audiência de conciliação ou de mediação (art. 334), sem necessidade de nova citação do réu (art. 308, §3º).48[footnoteRef:50] [50: THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum - vol. I. 56 ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense: 2015. 848p.] 
 
Bueno (2016, p. 265) descreve que depois de efetivada a tutela cautelar o autor deverá formular o pedido principal no prazo de trinta dias, nos mesmos autos, inclusive sem pagamento de novas custas processuais, de acordo com o caput do arts. 308 e 295 do CPC. 
Medina (2015, p. 488) afirma que o prazo para apresentação do pedido principal conta-se da data da efetivação da tutela cautelar, a partir do cumprimento da medida e não da data do seu deferimento. O prazo passa a contar da mera efetivação independentemente da ciência do autor.
5.4 DURAÇÃO
Consta no art. 309 do Código de Processo Civil, os motivos que fazem cessar a eficácia da tutela, quando esta for concedida em caráter antecedente:
Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal (falta de interesse processual); II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias (ausência de periculum – o comportamento do autor é contraditório); III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito(falta de fumus para concessão ou manutenção da tutela cautelar – contudo, caso haja indeferimento/rejeição do pedido principal, retira-se a eficácia da decisão que concedeu a tutela cautelar, mas esta decisão não é revista, anulada ou revogada ). Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento (nova causa de pedir – reconhece que a decisão que julga o pedido cautelar faz coisa julgada). (DIDIER, 2015, p. 616).[footnoteRef:51] [51: DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. 10. Ed., Salvador: Jus Podivm, 2015. v.2.] 
Quando efetivada a tutela cautelar em caráter antecedente, deve o autor, no prazo de trinta dias, apresentar o pedido principal, ficando sob a pena de cessação de sua eficácia e possível extinção do processo sem resolução de mérito, se o pedido não for proposto no prazo que consta no art. 309, inciso I. Ainda, após cessada a eficácia da tutela, o pedido não pode ser renovado. Um novo pedido só pode ser feito diante de novos fundamentos. 
5.5 INDEFERIMENTO DA TUTELA CAUTELAR E DO PEDIDO PRINCIPAL
No caso da tutela ser deferida, o prazo peremptório e improrrogável é de trinta dias, conforme está disposto no art. 308, caput, do CPC: 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.[footnoteRef:52] [52: BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 . Acesso em: 18 novembro. 2020.>] 
O pedido principal não há de ser prejudicado em casos em que a tutela seja indeferida. Porém nesses casos deve ser apresentada ação nova, a qual não será submetida a um prazo preclusivo.
Para Cássio Scarpinella Bueno (2017, p. 281), a única hipótese em que existe a interferência de um no outro (tutela cautelar e pedido principal) é admitida, reside no reconhecimento da decadência ou da prescrição, isto porque, nesses casos, o reconhecimento é considerado resolução de mérito, conforme art. 487, II, isso torna apto a impossibilitar a apreciação do mesmo direito.
6. TUTELA DE EVIDÊNCIA
6.1 TUTELA DE EVIDÊNCIA COM A VINDA DO CPC 2015
	Primeiramente precisa-se compreender a origem da tutela de evidência e como ela se encontra hoje com a vinda do Novo Código de Processo Civil de 2015, sendo assim era prevista no Código Civil de 1.973 em seu artigo 273: 
“O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)”
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)[footnoteRef:53] [53: BRASIL, Decreto-Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Diário Oficial da União.] 
Desta forma nota-se que, alegado a tutela de evidência precisa comprovar o abuso de direito, ou o manifesto propósito protelatório do réu, sendo este último destacado pelo autor Roberto Infanti, 2010
“Abrange atos e omissões fora do processo, mas com ele relacionados, tais como a ocultação de prova, simulação de doença ou não atendimento de diligência. É evidenciado pela intençãoclara do demandado de procrastinar o andamento do processo e a outorga do provimento final. Como se percebe, esses requisitos só poderão ser verificados no curso da relação processual. De tal forma, incabível é o pedido de antecipação dos efeitos da tutela na petição inicial, com base nessa conduta inadequada; só pode ser feito, portanto, incidentalmente, ou seja, no curso do processo”[footnoteRef:54] [54: INFANTI, Roberto. O Instituto da Tutela Antecipada no Direito Processual Civil Brasileiros, Sâo Paulo-SP. Disponível em <http://robertoinfanti.com.br/?p=90> Acesso em 03 de nov 2020.] 
	Bom, é importante distinguir o abuso do direito sendo este, a prática de atos para retardar o processo, sendo um exemplo o arrolamento de testemunhas de vários Estados dessa maneira atrasando o processo. 
	
6.2 NCPC 2015 E SUAS ALTERAÇÕES QUANTO A TUTELA DE EVIDÊNCIA 
	O Código de Processo Civil de 2015, trouxe mudanças a tutela de evidência, aumentando as hipóteses em seu artigo 311, sendo este:
 Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos u em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.[footnoteRef:55] [55: BRASIL,Código de Processo Civil. Decreto-Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União.] 
	Desse modo, o inciso II do respectivo artigo seria do modo em, ajuizar uma ação com base em uma súmula vinculante, espécie seria o Artigo 206 da Carta Magna, em seu inciso IV,
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;[footnoteRef:56] [56: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. (1988). Brasília, DF.] 
O inciso IV faz menção a gratuidade do ensino público, logo a cobrança da taxa de matrícula em universidade pública fere essa previsão legal. Já inciso III sendo auto explicativo, onde o pedido seria fundado pelo proprietário do bem em que está em depósito, logo não estando em sua posse, nesse caso decretada a ordem de entrega do objeto, sob cominação de multa. Por fim, o inciso IV seria onde o autor instruísse o processo com provas suficientes para assim o réu não ser capaz de apresentar provas ao contrários dos fatos já produzidos. 
Trago o parágrafo único do Artigo 311 do NCPC:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.[footnoteRef:57] [57: BRASIL,Código de Processo Civil. Decreto-Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Diário Oficial da União.] 
Este, em seus incisos II e III expõe que o juiz poderá decidir liminarmente, ou seja, o juiz decidiu que deverá conceder o pedido antes de julgar a causa, fazendo uma limitação. Logo, os requisitos dependem somente do autor, diferentemente dos incisos III e IV do mesmo dispositivo legal, onde é necessária a manifestação do réu. 
6.3 TUTELA DE EVIDÊNCIA X TUTELA DE URGÊNCIA
	Segundo o autor Luiz Guilherme Marione (2017, p. 193)
" A tutela da evidência não pode ser confundida com a tutela cautelar ou com a tutela antecipatória que se funda em perigo. O art. 311 diz expressamente que a tutela da evidência independe “da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo”
	Diferentemente da tutela de urgência, a tutela de evidência não é necessária a demonstração de perigo, uma vez provado o direito. Na tutela de urgência a decisão precisa ser de imediato, uma vez que o direito está próximo a perecer, existem dois modos de tutela de urgência inscritas no artigo 300 do NCPC, assim dividida em cautelar e antecipada ambas devem ser concedidas de imediato, no entanto a diferença está em seu conteúdo, quando é pedido algo que é pretendido o mesmo resultado também ao final do processo chama-se de tutela de urgência antecipada, já a tutela de urgência cautelar seria algo diverso em que é recebido no primeiro ato, logo, recebe-se algo diferentemente do que se almeja na sentença. 
	Há de se falar da semelhança entre a tutela de evidência e urgência, sendo a celeridade, assim como manista Luz Guilherme Marione (2017, p. 200) 
“A tutela da evidência é ligada à ideia de abreviação do tempo necessário à realização do direito material. A técnica abre oportunidade à antecipação da tutela jurisdicional do direito material, ignorando a exigência de que a execução somente seria possível após a cognição plena e exauriente”. 
Já os autores Fredie Didier Jr, Paula Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira, apresentam o seguinte referente a tutela de urgência 
“[...] O deferimento da tutela provisória somente se justifica quando não for possível aguardar pelo término do processo para entregar a tutela jurisdicional, porque a demora do processo pode causar ä parte um dano irreversível ou de difícil reversibilidade.”
	Ainda mais, Fredie Didier Jr, Paula Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira, trazem a tutela de evidência como a que se dispensa a demonstração de perigo. Dessa maneira teria-se diferença e semelhança entre uma tutela e outra, logo com um objetivo celeridade do processo.
Dessa maneira, para conceder a tutela de evidência é imprescindível a demonstração do direito, sendo notório a sua necessidade, e aperfeiçoada com provas, considerando a previsão legal no NCPC de 2015 em seu art. 311. 
 7. TUTELA PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
No que diz respeito a aplicação do instituto da Tutela de Urgência em face da Fazenda Pública, devemos, primeiramente fazer uma contextualização da expressão “Fazenda Pública”. Esta expressão é utilizada genericamente para abranger as pessoas jurídicas de Direito Público inteiro, quais sejam: União, Estados-membros, Distrito Federal, Municípios, e, as autarquias e fundações públicas.
 Sendo assim, para corroborar com o exposto acima, Hely Lopes Meirelles (2000, p.95) diz:
“A Administração Pública, quando ingressa em juízo por qualquer de suas entidades estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), bem como suas autarquias e fundações públicas, recebe a designação tradicional de Fazenda Pública.”[footnoteRef:58] [58: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro . 25ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000.] 
Referente ao tema, o autor Leonardo José Carneiro da Cunha contribui com o assunto:
"A expressão Fazenda Pública identifica-se tradicionalmente como a área da Administração Pública que trata da gestão das finanças, bem como da fixação e implementação de políticas econômicas. Em outras palavras, Fazenda Pública é expressão que se relaciona com as finanças estatais, estando imbricada com o termo Erário, representando o aspecto financeiro do ente público. Não é por acaso a utilização, com frequência, da terminologia Ministério da Fazenda ou Secretaria da Fazenda para designar, respectivamente, o órgão despersonalizado da União ou do Estado responsável pela política econômica desenvolvida pelo Governo".[footnoteRef:59] [59: CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.] 
 O termo tutela de urgência, diz respeito à garantia do direito reivindicado que está sendo discutido a fim de assegurá-lo de forma provisória, diminuindo os efeitos causados pela demora da demanda e, consequentemente, antecipando os efeitos da tutela jurisdicional pretendidos antes do julgamentofinal da lide.
Cunha (2017) expõe que quando o poder público é parte em uma relação processual há inúmeras prerrogativas que este detém, pois, como sabemos, um dos princípios regentes da administração pública é o princípio da Supremacia do Interesse Público, sendo imprescindível as prerrogativas para que dessa forma seja evitado condenações e prejuízos excessivos para a Fazenda.[footnoteRef:60] [60: CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.] 
Dessa forma, há muitas diferenças em uma relação processual que tenha como um dos polos a Fazenda Pública. Em uma lide em que há o poder público e o particular em conflito, o público tem vantagens sobre aquele, como por exemplo, os prazos das manifestações, que conforme o Art.183 do CPC estes serão em dobro com início a intimação pessoal.
Em resumo, a tutela de urgência e a tutela de evidência são cabíveis contra o Poder Público, porém, devemos observar as exceções legais previstas e o entendimento jurisprudencial.
No que tange a Tutela de Urgência em face da fazenda pública, existem vedações à concessão de tutelas provisórias em face do Poder Público, e, o novo Código de Processo Civil afirma isso em seu artigo 1.059, com a seguinte redação: 
Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009
	Importante trazer os artigos citados no disposto acima para análise:
“Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.”
§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal.
§ 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública.
§ 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação.
§ 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 5o Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou previdenciários. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
Art. 2º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas horas .
Art. 3° O recurso voluntário ou ex officio, interposto contra sentença em processo cautelar, proferida contra pessoa jurídica de direito público ou seus agentes, que importe em outorga ou adição de vencimentos ou de reclassificação funcional, terá efeito suspensivo.
Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.
§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado.
§ 2o O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em setenta e duas horas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 3o Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte a sua interposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 4o Se do julgamento do agravo de que trata o § 3o resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão que se pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presidente do Tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
 § 5o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 4o, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 6o A interposição do agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder Público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 7o O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 8o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o Presidente do Tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)
§ 9o A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal.“ [footnoteRef:61] [61: BRASIL, Decreto-Lei nº 8.437, de 30 de julho de 1992. Diário Oficial da União.] 
Quanto ao art. 7º, § 2º, da Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009), sua redação é a seguinte:
§ 2º. Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.[footnoteRef:62] [62: BRASIL, Decreto-Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009. Diário Oficial da União.] 
Entretanto, os doutrinadores não possuem uma posição semelhante no que tange a constitucionalidade do assunto, alguns afirmam a inconstitucionalidade porque implica ofensa à inafastabilidade da tutela, enquanto outros doutrinadores defendem a constitucionalidade, visto que não há a presença do periculum in mora, sendo assim, não haveria a necessidade de Tutela Provisória. O assunto possui margem para diversas linhas interpretativa, neste sentido, o renomado Jurista J. J. Calmon de Passos expõe a sua opinião, 
"Sempre sustentei que a garantia constitucional disciplinada no inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito) diz respeito, apenas, à tutela definitiva, aquela que se institui com a decisão transitada em julgado, sendo a execução provisória e a antecipação da tutela problemas de política processual, que o legislador pode conceder ou negar, sem que com isso incida em inconstitucionalidade. Vetar liminares neste ou naquele processo jamais pode importar inconstitucionalidade, pois configura interferência no patrimônio ou na liberdade dos indivíduos, com preterição, mesmo que em parte, das garantias do devido processo legal, de base também constitucional".[footnoteRef:63] [63: PASSOS, J.J. Calmon. Da Antecipação da Tutela, Reforma do Código de Processo Civil, 3ª edição, São Paulo: Saraiva, 1996, p. 188-189.] 
Este defende que na situação, não há no que se falar em inconstitucionalidade, e que a execução provisória e a antecipação da tutela “são problemas de política processual”.
Para Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero, as restrições legais são inconstitucionais, decorrem estes sobre o assunto
“Existem

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