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Enfermagem e os Cuidados com o Corpo Pós-Morte PROFESSORA ENFERMEIRA: POLYANNA GOUVÊA O cuidado de enfermagem pós morte, é a última etapa do ciclo vital, e nela a enfermagem também é responsável por prestar assistência. Contemplado na citação do Código de ética dos profissionais de enfermagem (Resolução COFEN N° 311/2007), em sua seção I, das relações com a pessoa, família e coletividade; das responsabilidades e deveres dos profissionais de enfermagem, afirma: “ Art. 19 – Respeitar o pudor, a privacidade e intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.” O decreto 94.406/87, que regulamenta a Lei n° 7.498/86, e dispõe sobre a regulação do exercício da Enfermagem em nosso país, determina: “Art. 11 – O auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio atribuídas a equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: VIII – Participar dos procedimentos pós-morte.”... Cuidados com o corpo Deixar o corpo limpo; Preservar a aparência natural do corpo; Evitar a saída de gazes, odores fétidos, sangue e secreções; Preparar o corpo para o funeral; Facilitar a identificação do corpo; Dispor o corpo em posição adequada antes da rigidez cadavérica. (POTTER,2013) SINAIS DE MORTE IMINENTE Redução da freqüência respiratória e da profundidade da respiração; Diminuição ou ausência de pressão arterial; Pulso fraco ou irregular; Diaforese( secreção de suor); Palidez; Cianose; SNC: varia entre a agitação psicomotora e o estado de inconsciência, diminuição ou abolição dos reflexos, midríase gradativa; alterações da musculatura esquelética: relaxamento muscular, queda da mandíbula, incapacidade da deglutição, provocando acúmulo de secreção na região orofaríngea, relaxamento esfincteriano. Diminuição do controle neuromuscular; MORTE Hoje no Brasil o assunto está pacificado, pois a Lei nº 9.434/97 estabeleceu em seu artigo 3º que, considera-se morto o indivíduo quando ocorrer a: "... morte encefálica, constatada e registrada por três médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina." A Rigidez Cadavérica ou Rigor Mortis é um fenômeno que ocorre entre 2 e 4 horas após a morte, impedindo qualquer movimento passivo nas articulações do indivíduo que faleceu. Instala nas primeiras horas após a morte e tende a se intensificar. (Laminas ppt Prof. Luciano A. Mello) Algor Mortis (frio da morte) Rigor Mortis (Rigidez cadavérica) Livor Mortis (manchas cadavérica) Alterações Oculares Putrefação Após a morte, existe uma série de alterações seqüenciais: Cuidados Com o Corpo Pós-Morte Após a cessação das funções vitais, o corpo começará a modificar-se. Ele começara a ficar: Mosqueado ou azulado, com aspecto sebáceo e frio; O sangue ficará escuro, represado nas áreas dependentes do corpo (como as costas e o sacro); Urina e fezes poderão ser liberadas. A assistência ao corpo de um paciente após a morte deve ser prestada com dignidade e respeito, independentemente do procedimento a ser seguido. Cada instituição segue alguns procedimentos específicos para atender o indivíduo depois da morte. Cuidados com corpo pós-morte são os cuidados após a constatação médica de óbito. Após essa constatação, a enfermagem deve colocar o corpo do falecido em posição horizontal e começar os procedimentos para preparar o corpo antes que ocorra a rigidez cadavérica. Caso tenha sido autorizada a doação de órgãos, deve-se fazer imediatamente a comunicação de morte à equipe responsável pela captação e transporte. Diante do óbito ocorrido e após ser registrado no prontuário do paciente, seguem: Orientações aos familiares; Verificar com a família sobre roupas e documentos; Orientar familiares ou acompanhantes sobre o procedimento; Preparar materiais que serão utilizados e cuidados a serem realizados com o corpo após a morte; Após realizar os cuidados no corpo, cobrir o paciente com lençol até o queixo e perguntar se algum familiar deseja ver antes de transferir para o necrotério; Depois que os familiares saírem do quarto, prender com atadura de crepe o queixo, tornozelo e punhos; transferir o paciente para a maca; transportar o corpo para o necrotério. Técnica de Preparo do Corpo Cercar o leito com biombo; Colocar luvas; Retirar todos os travesseiros, deixando o cadáver em decúbito dorsal horizontal com posição anatômica; Fechar os olhos do paciente; Colocar próteses dentárias (caso existam); Sustentar a mandíbula com ataduras para manter a boca fechada; Despir o morto (Caso a roupa seja do paciente, guardar pertences para entregar a família); Retirar sondas, drenos, cateteres e trocar os curativos, fixando-os bem; Lavar o corpo mantendo-o coberto com o lençol; (FERNANDO,2010) Tamponar os orifícios naturais do corpo; Tamponar orelha e orofaringe (Boca e faringe). Na orelha, introduzir o algodão o mais profundamente possível; Para a região orofaríngea tracionar a língua para frente. Com a pinça introduzir o algodão de modo a bloquear a orofaringe; Tamponar o ânus e a vagina (Caso seja o sexo feminino), introduzindo algodão, e externamente colocar o absorvente ou algodão para coletar urina ou fezes; Colocar uma das etiquetas no peito do falecido fixando com esparadrapo ou outra fita adesiva; Vestir a roupa a ser usada para o sepultamento; (POTTER, 2013) Colocar outra etiqueta do lado de fora do lençol ou saco mortuário na altura do tórax; Enfaixar pés e mão usando ataduras;(após visita de familiares e acompanhantes); Transportar o corpo para o necrotério ou mortuário (de acordo com a rotina do hospital); Proceder a limpeza terminal da unidade; Encaminhar os pertences do morto (de acordo com a rotina do hospital); Retirar luvas; Lavar as mãos. (POTTER,2013) Não realizar tamponamento no corpo que será encaminhado ao IML; Após a retirada do corpo, a unidade passará por uma limpeza terminal; Anotar no prontuário o horário do óbito, nome do médico que constatou o óbito, pessoas notificadas, os cuidados realizados com o corpo, horário de transferência para o necrotério; notificar o pessoal da higiene para realizar limpeza terminal do ambiente hospitalar (RODRIGUES; et al, 2008). O cuidado da enfermagem abrange também dar conforto e apoio aos familiares e amigos do cliente e proporcionar-lhes privacidade. (https://pt.depositphotos.com/143771313/stock-photo-nurse-consoling-senior-woman.html) O corpo humano merece o mesmo respeito e dignidade de uma pessoa viva. (http://esmeraldino.com/goias-um-paciente-terminal) TIPOS DE MORTES Todas as pessoas tem que ter documento comprovando sua morte, pois biologicamente considerando a morte é o último de todos os agentes traumáticos. Morte Natural: Patológica – SVO (menos de 24 horas no hospital) médicos farão uma autópsia e analisar qual doença levou o indivíduo a morte, dando um atestado clinico de óbito com autópsia. Teratológica – quando nasce uma criança com um defeito congênito incompatível com a vida prolongada. Ex.: anencefalia, coração gerado fora do tórax, coração grande gerado em um tórax muito pequeno. Defeitos teratológicos que impedem a vida prolongada. Quem atesta neste caso, normalmente deixam essa criança recém nascida no hospital para que os médicos da anatomia patológica estudem a criança para ver o que aconteceu, e posteriormente darão um atestado com relatório e analise explicando o que a criança teve, se foi problema genético ou congênito, da gestação. Então eles darão um atestado clinico com autopsia. Normalmente o que resta do corpo é incinerado. Morte Violenta: nesses casos o cadáver tem interesse policial e jurídico, o corpo vai para o IML e quem atesta a morte será o médico legista. Ele nãodá um simples atestado clinico de óbito, e sim uma laudo explicando a morte que decorreu de traumas. Morte violenta é aquela que decorre de violência, dos agentes traumáticos e lesivos. Traumas – as mortes violentas são por traumas, dá pra saber qual o tipo de violência, tipo de trauma que ocorreu para morte. Suicídio, homicídio e acidente – não é morte violenta. Isso é causa jurídica. Morte Súbita: ninguém sabia que estava prestes a morrer. Ex.: José Wilker. Ela tem fatores: Fatores preexistentes – nem todos sabem, ex.: diabetes. Nesse caso, fatores preexistentes sabidos família, uma vez que vem a óbito o médico é chamado e da atestado clinico de óbito sem autopsia. Acaba caindo na morte natural patológica. Se não possuía médico e não tem ninguém que de atestado é feito boletim de ocorrência todas as vezes que há necessidade de enviar corpo para o SVO, chama o SVO que busca o corpo e lá faz o exame com atestado clinico de óbito com autopsia. Fatores ocasionais – morte súbita por fatores ocasionais que poderiam ser por ex.: um susto, uma emoção violenta, mesmo não sofrendo de nenhum problema cardíaco pode vir a óbito. Choque térmico, esforço muito grande. Quando se trata desse morte encaixa-se na morte violenta, o corpo deve ser levado ao IML para autopsia do médico legista por meio de laudo. Morte Aparente: síncopes hemorrágicas, asfixias dos afogados, dos enforcados dos sufocados etc. desde os primórdios é um assunto que sempre existiu que é o medo de ser enterrado com vida. Catalepsia, coma alcoólico e epilepsia acabam levando o indivíduo a uma baixa energia vital extrema porém, por mínimo que fique o indivíduo está vivo. Hoje a catalepsia é passiva de diagnostico. Não são esses os casos da morte aparente. Ela existe e tem outra conotação. Os casos de asfixias mecânicas sufocação, enforcamento, estrangulamento), o caso da sincope cardíaca, todos esses geram perfeitas mortes aparentes. Faxineira estava limpando necrotério e viu o lençol mexendo e a pessoa estava viva com atestado de óbito, ficou em morte aparente por algumas horas. Deve ter saído da sufocação sozinho e voltado a vida. Uma pessoa tem um mal súbito na rua, com o choque ele voltou, até a hora que ele voltou estava em morte aparente. O diagnóstico de morte aparente é RETROSPECTIVO, porém nunca presumido. Só pode dizer que teve morte aparente se foi salvo, ressuscitado e está vivo. Pode haver sequela, as vezes eles desistem de ressuscitar.
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