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44 Unidade II Unidade II 3 TOMADA DE DECISÃO E INTELIGÊNCIA ARTIFICAL 3.1 Sistemas de suporte a decisão 3.1.1 Decisões: conceitos e tipos Sobre a tomada de decisão, Costa Neto (2007, p. 1) afirma que: Decidir é uma ação à qual pessoas e entidades estão permanentemente submetidas. As decisões podem variar das mais simples, como “que camisa usarei hoje”, às mais complexas, como a de uma grande organização que deve optar se compra ou não os ativos de uma outra empresa, com todas as vantagens e dificuldades que isso pode representar. A este respeito, dois pontos devem ser comentados desde já. O primeiro diz respeito à tendência que muitos executivos têm de confiar cegamente na sua capacidade de decidir com base na experiência ou na intuição, sem levar em conta informações e metodologias que lhes permitam ter muito mais clareza e eficácia naquilo sobre o que decidem. É evidente que, em muitos desses casos, o resultado pode ser adverso, para desagradável surpresa dessas sumidades. O segundo ponto a deixar claro é que nem sempre a melhor decisão conduz ao melhor resultado. Isto decorre de que, muitas vezes, há informações e realidades que não estão disponíveis ao decisor no momento em que faz a sua opção. Ou seja, em geral influi no resultado de uma decisão o famoso “fator sorte”, que pode agir positiva ou negativamente, e que, em última análise, embute os efeitos de diversos fatores desconhecidos, devido às causas ditas aleatórias, impedindo uma tomada de decisão perfeita e isenta de erros. Não se deve, portanto, avaliar a qualidade de uma decisão e do método em que foi baseada apenas em consequência dos seus resultados. Uma coisa, entretanto, se pode afirmar: é muito mais provável que se colham melhores resultados com decisões tomadas com o amparo de técnicas adequadas, em condições favoráveis, do que através daquelas feitas sem esses devidos cuidados. Cada nível hierárquico dentro de uma corporação demanda um tipo de decisão diferente, tendo como base os diversos tipos de informação resultante dos sistemas de informação. A figura a seguir mostra os níveis hierárquicos de uma corporação. 45 INFRAESTRUTURA DE TI Nível estratégico Nível tático ou gerencial Nível operacional Figura 15 – Níveis hierárquicos na tomada de decisão Para cada nível hierárquico há um tipo de decisão diferente. Para o nível estratégico (mais alto de gerência), temos as decisões não estruturadas. Para o nível tático, temos as decisões semiestruturadas. Para o nível operacional (mais baixo de gerência), temos as decisões estruturadas. As decisões não estruturadas em geral são inusitadas, importantes e não rotineiras. A classificação não estruturada quer dizer que os problemas enfrentados ao tomar essa decisão são aqueles em que pouco se conhece sobre suas causas e relações. Por isso ela é mais comum aos níveis mais altos de gerência, uma área normalmente estratégica. Observação O nível estratégico sempre nos remete ao futuro e a questões de longo prazo. As decisões estruturadas são normalmente repetitivas e rotineiras. Elas sempre envolvem procedimentos predefinidos e bem comuns aos níveis mais baixos de gerência. Essas decisões relacionam‑se à resolução de problemas estruturados, ou seja, aqueles em que se conhecem causas e efeitos. Já as decisões semiestruturadas têm características das estruturadas e das não estruturadas, sendo associadas aos níveis táticos. As decisões precisam também ser baseadas em fatos e dados, em vez de palpites ou opiniões subjetivas sem qualquer embasamento técnico. No processo de tomada de decisão é importante transformar os dados em informações, bem como transformar as informações em conhecimento. É justamente daí que nasce a necessidade dos sistemas que suportam as decisões para tomar as melhores decisões, resolver problemas e ajudar as corporações a atingir os seus objetivos. O desempenho desses sistemas depende da qualidade das decisões e da complexidade dos problemas. 46 Unidade II Os sistemas de apoio à decisão são ferramentas vitais para a evolução do processo de tomada de decisão dentro dessa nova realidade empresarial, pois as atividades empresariais e as necessidades dos clientes estão em constante mutação, o que torna as decisões um fator de suma importância. Os sistemas de suporte a decisão podem se dividir em dois tipos, descritos a seguir. • Sistema de Informação Gerencial (SIG): um conjunto integrado de pessoas, procedimentos, bancos de dados e dispositivos que fornece aos gerentes e aos tomadores de decisão informações que ajudam a alcançar os objetivos organizacionais. É projetado para problemas estruturados. • Sistema de Apoio à Decisão (SAD): é semelhante ao SIG, mas é projetado para decisões não estruturadas. 3.1.2 Processo de tomada de decisão A tomada de decisão não é algo fácil, trata‑se de um processo efetuado de modo racional, em que devem ser utilizadas técnicas por meio das quais se pode atingir os objetivos organizacionais. Alguns fatores devem ser considerados para que as decisões sejam tomadas com alto grau de qualidade. Por isso, Costa Neto (2007) estabelece que as decisões precisam ser tomadas de forma racional, como fruto de um cuidadoso processo de reflexão, baseadas na experiência, visando ao futuro, fundamentando‑se em indicadores e sem deixar de ser criativas e inovadoras. A presteza na tomada de decisão mostra‑se fundamental no dia a dia de um empreendedor devido a toda incerteza associada aos cenários com os quais ele se depara. Por isso o processo de tomada de decisão e resolução de problemas deve acontecer em cinco fases. • Primeira fase (inteligência): consiste em descobrir, identificar e entender os problemas (organizacionais, tecnológicos e humanos) que estão ocorrendo na organização. • Segunda fase (projeto): envolve a identificação e investigação das várias soluções possíveis para o problema. • Terceira fase (escolha): consiste em escolher uma das alternativas de solução. • Quarta fase (implementação): envolve fazer a alternativa escolhida funcionar. • Quinta fase (monitoração): envolve o monitoramento da solução escolhida. A figura a seguir apresenta a ideia desse processo. 47 INFRAESTRUTURA DE TI Inteligência Projeto Escolha Implantação Monitoração Solução do problema Tomada de decisão Figura 16 – Processos de tomada de decisão Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre o processo de tomada de decisão, estude os dois primeiros capítulos do livro indicado a seguir. COSTA NETO, O. P. L. de (coord.). Qualidade e competência nas decisões. São Paulo: Blucher, 2007. 3.1.3 Sistemas de Informação Gerencial (SIG) Sobre os Sistemas de Informação Gerencial (SIG), destaca‑se o seguinte: O propósito principal do Sistema de Informação Gerencial é auxiliar uma organização a alcançar seus objetivos, fornecendo aos gestores uma percepção detalhada das operações regulares da organização para que possam controlar, organizar e planejar de forma eficaz (STAIR; REYNOLDS, 2011, p. 443). Os SIGs representam um grande apoio à gestão empresarial, fazendo parte do processo de tomada de decisão tática. É comum alguns autores se referirem aos SIGs pelo seu acrônimo em inglês MIS (Management Information System), de forma a ser possível utilizar de forma indiscriminada SIG ou MIS para expressar o mesmo tipo de sistema. 48 Unidade II A figura a seguir mostra o papel dos SIGs, além do seu fluxo de informações de uma organização. Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios solicitados Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios agendados Inserções e listas de erros Fornecedores e outros interessados Funcionários Sistemas de apoio às informações executivas Sistemas de informações especializadas Extranet corporativa Intranet corporativa Banco de dados de aplicativos Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos corporativos Banco de dados com transações válidas Cadeiade fornecimento e transações empresariais Sistemas de informação Sistemas ERP e TPSs Sistemas de apoio à decisão Figura 17 – Sistema de Informação Gerencial As informações utilizadas e geradas pelo SIG para a tomada de decisão da organização são estruturadas com base nas informações recebidas da operação e alinhadas à estratégia empresarial. Os dados e as transações do nível operacional são processados e se transformam em informações gerenciais e/ou táticas que serão utilizadas principalmente pela alta direção. Esses sistemas utilizam dados sintetizados ou de forma agrupada das funções empresariais da organização e dos setores ou departamentos da organização, estando em sinergia com as demais unidades de negócio caso a organização tenha filiais ou departamentos separados que trabalhem de forma individualizada. É comum afirmar que os SIGs auxiliam a média gerencial justamente por estar no nível tático, que está entre o estratégico e o operacional, trazendo, assim, o suporte para tomada de decisão estruturada (sendo a decisão estruturada para problemas estruturados). 49 INFRAESTRUTURA DE TI Esse suporte ocorre a partir de relatórios gerados que mostram o desempenho da empresa, nas mais diversas áreas ou setores, a fim de se controlar e monitorar melhor a performance da operação do negócio como um todo, atuando de maneira proativa. Os SIGs se interligam aos sistemas que trabalham no nível de operação (um sistema de processamento de transações, por exemplo) ou podem estar diretamente ligados ao ERP. As saídas dos sistemas que se situam na camada de operação são entradas utilizadas pelos SIGs, que podem possuir um banco de dados próprio. Para a entrada, os SIGs também se utilizam de fontes externas de informações, incluindo clientes, fornecedores, concorrentes e acionistas, além de outros dados que não são entregues pelos STPs e pelo ERP. Como saída, os SIGs fornecem um conjunto de relatórios para os gestores. Observação É possível que o leitor se pergunte: se o gerente precisa de uma informação, por que não a colher diretamente no sistema de processo de transações ou no ERP? O problema é que os relatórios fornecidos por esses sistemas apresentam vastas informações, algumas necessárias e outras desnecessárias, retardando, assim, a tomada de decisão. Entre os principais benefícios dos SIGs, é possível citar: • relatórios que proporcionam à organização analisar melhor as suas forças e fraquezas a partir da análise dos seus recursos, identificando aspectos que podem ajudar a empresa a melhorar seus processos de negócios e operações. • disponibilidade dos dados do cliente e feedback, auxiliando a empresa a alinhar seus processos de negócio de acordo com as necessidades dos clientes. • eficácia e eficiência na gestão de dados, contribuindo com o trabalho de diversas áreas da estrutura organizacional. • velocidade na tomada de decisões táticas, contribuindo para a boa definição das ações operacionais e suportando as estratégias de negócios. Os relatórios produzidos pelos SIGs podem ser classificados em: • programados: produzidos numa periodicidade diária, semanal ou mensal; • indicadores-chaves: resumem as tarefas fundamentais do dia anterior e estão disponíveis no início de cada dia de trabalho; • sob demanda: criados para o fornecimento de informações requisitadas; 50 Unidade II • de exceção: automaticamente gerados ao ocorrer uma situação incomum ou se requerer uma ação de gestão; • detalhados: gerados para detalhar situações particulares. 3.1.4 Características e aspectos funcionais de um SIG Entre as principais características de um SIG, vale citar a emissão de relatórios em formatos fixos, padronizados tanto em forma digital quanto em papel. Outra função interessante do SIG é o uso de dados internos (alojados nos sistemas computacionais) e externos (oriundos de fora do negócio). Devido à própria característica dos ambientes organizacionais, os SIGs podem ser divididos segundo aspectos funcionais: por exemplo, nas áreas financeiras, de produção, comercial e de recursos humanos. Os relatórios desses SIGs são adaptados às funções individuais da organização. A figura a seguir apresenta os SIGs a partir de seus aspectos funcionais. Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Extranet Internet Banco de dados externos Banco de dados com transações válidas Sistemas ERP e TPSs Cadeia de suprimentos e transações empresariais Cadeia de suprimentos e transações empresariais Cadeia de suprimentos e transações empresariais MIS financeiro MIS financeiro MIS comercial MIS de recursos humanos Outros MISs O MIS de uma organização Figura 18 – SIGs 51 INFRAESTRUTURA DE TI Não por acaso, mas alinhado à maturidade percebida na gestão das finanças das organizações, o SIG financeiro é um dos mais importantes, pois fornece informações financeiras para as partes interessadas de forma geral na empresa. Os relatórios gerados por esse SIG podem auxiliar em pedidos de compras, pedidos de vendas, decisões simples relativas a investimentos e ofertas de ações, entre outras situações. Segundo Stair e Reynolds (2011), o SIG financeiro executa tarefas como: • integração de informações financeiras e operacionais das mais variadas origens; • fornecimento de acesso facilitado a informações financeiras para os mais diversos usuários especializados ou não na área financeira, reduzindo o tempo de análise de dados; • monitoramento e controle de informações relativas a fundos numa linha do tempo; • disponibilidade imediata de dados financeiros, permitindo análises multidimensionais. A figura a seguir apresenta a ideia de um SIG financeiro. Demonstrativos financeiros Utilização e gestão de fundos Estatísticas financeiras para controle GSS financeiro Sistemas especializados de informações financeiras Internet ou extranet Banco de dados de aplicação financeira Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos corporativo adicional Banco de dados com transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais Cadeia de fornecimento e transações empresariais Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS financeiro Sistemas ERP e TPSs DSS financeiros Clientes e fornecedores Sistemas de custo e lucro/perda Auditoria Utilização e gestão de fundos Contas a receber Contas a pagar Ativo Gestão do faturamento Livro‑razão Figura 19 – SIG financeiro 52 Unidade II Os principais relatórios fornecidos pelo SIG financeiro são: demonstrativos financeiros, utilização e gestão de fundos e estatísticas financeiras para controle. Os principais subsistemas desse SIG são: custo e lucro/preço, auditoria, utilização e gestão de fundos. Outro tipo de SIG é o que se dedica à fabricação de produtos, conhecido como SIG de fabricação. Esses são dedicados ao monitoramento e ao controle de fluxo de materiais, produtos e serviços por toda a organização. A figura a seguir apresenta a ideia de um SIG de fabricação. Relatórios do controle de qualidade Controle de processo Relatórios JIT Relatórios MRP Programação de produção Produção de CAD ESS da fabricação Sistemas de informações especializadas para fabricação Intranet ou extranet Banco de dados de aplicativos da fabricação Banco de dados operacional Banco de dadosexternos Banco de dados internos Transações de negócios e TPSs de transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS fabricação Sistemas ERP e TPSs DSS de fabricação Clientes e fornecedores Projeto e engenharia Programação de produção Controle de estoque MRP (Sistema de planejamento de pedidos de materal) e MRP II Just‑in‑time Controle de processo Controle de qualidade Recepção e inspeção de estoque Pessoal Produção Processamento do pedido Figura 20 – SIG de fabricação Os principais subsistemas do SIG de fabricação são: projeto e engenharia, cronograma mestre da produção, controle de estoque, requisição de material, controle de processo, controle de qualidade e testes. Os principais relatórios fornecidos por esse SIG são: relatórios de controle de qualidade, controle de processo, just‑in‑time, MRP, programação de produção e produção de CAD. 53 INFRAESTRUTURA DE TI Com grande importância nos dias de hoje, o SIG de marketing, também conhecido como SIG comercial, é aquele que apoia tarefas relativas a administração no desenvolvimento do produto e decisões de preços, além de medir a eficácia da publicidade realizada pela organização. A figura a seguir mostra um SIG comercial. Vendas por cliente Vendas por vendedor Vendas por produto Relatório de preços Total de camadas de serviço Satisfação do cliente GSS comercial Sistemas especializados de informações comerciais Banco de dados de aplicativos comerciais Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos Bases de dados de transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS comercial Sistemas ERP e TPSs DSS comercial Pesquisa comercial Desenvolvimento do produto Promoção e publicidade do produto Preços de produtos Sistemas de processamento de pedidos Figura 21 – SIG comercial Os subsistemas do SIG comercial são: pesquisa comercial, desenvolvimento do produto, promoção e publicidade do produto e preços de produtos. Os relatórios gerados por esse SIG são: vendas por cliente, vendas por vendedor, vendas por produto, preços, satisfação do cliente e total de camadas de serviço. Complementando os SIG por aspectos funcionais, tem‑se o SIG de recursos humanos, também conhecido como SIG de pessoal, que está relacionado a tarefas da área de RH e de departamento pessoal. A figura a seguir apresenta a visão geral de um SIG de recursos humanos. 54 Unidade II Relatório de benefícios Pesquisas salariais Relatório de programas Treinamento para marcação de testes Perfis de solicitação de trabalho Relatórios de necessidades e planejamento GSS recursos humanos Sistemas especializados de informações para recursos humanos Banco de dados para os recursos humanos Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos Bases de dados de transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS recursos humanos Sistemas ERP e TPSs DSS recursos humanos Necessidades e avaliações de planejamento Recrutamento Desenvolvimento de treinamentos e habilidades Programação e designação Benefícios do funcionário Recolocação Folha de pagamento Sistemas de processamento de pedidos Pessoal Figura 22 – SIG de recursos humanos 3.1.5 Sistema de Apoio à Decisão (SAD) Embora seja um pouco parecido com os SIGs, os Sistemas de Apoio à Decisão (SADs) suportam decisões estratégicas de negócio, contribuindo para a solução de problemas não estruturados e não rotineiros, ou seja, aqueles em relação aos quais não se conhece bem os relacionamentos e as consequências. As entradas utilizadas nesses sistemas são provenientes de SIGs e de STPs, além de dados e informações oriundas do ambiente externo da organização, combinando, assim, fatores endógenos e exógenos ao negócio. Os SADs atuam na resolução de problemas únicos e que sofrem alterações rápidas. Esses problemas não têm uma solução preconcebida, sendo justamente esse o motivo de sua utilização. 55 INFRAESTRUTURA DE TI A figura a seguir apresenta o exemplo de um SAD de estimativa de transportes de uma subsidiária de grande empresa global. Banco de dados de modelos analíticos Consultas online Arquivo sobre o navio (por exemplo, capacidade de carga e velocidade) Arquivo de restrições de atracamento Arquivo de custos de consumo de combustível Arquivo de histórico de custo de fretamento do navio Arquivo de aduana Figura 23 – SAD de estimativa de transportes A empresa que utiliza o SAD descrito na figura anterior opera com transporte de cargas a granel de carvão, petróleo, minérios e produtos acabados para a empresa‑mãe. Esse exemplo está descrito em Laudon e Laudon (2013, p. 45), que mostra o SAD responsável pelos detalhes financeiros e técnicos do transporte, incluindo uma relação de custo por navio/período de fretamento e taxas de frete para cada tipo de carga. A operação desse SAD utiliza um computador potente interligado ao banco de dados de modelos analíticos que colhem informações sobre navios, restrições de atracamento, custos de consumo de combustível, histórico de custo de fretamento do navio e de aduana. De forma geral, para cumprir o seu papel, os SADs precisam de regras de negócio e funções bem definidas no processo de tomada de decisão, além de necessitarem de contextos adequados para as decisões específicas. O SAD opera com uma base de conhecimento, também conhecida como base de modelos, que contém informações, subprogramas administrativos e sistemas geradores de relatórios. 56 Unidade II 3.2 Inteligência artificial Inicialmente, destacamos o seguinte: Desde que o termo inteligência artificial foi definido nos anos de 1950, especialistas discordam sobre a diferença entre a inteligência natural e a artificial. Os computadores podem ser programados para ter bom senso? Diferenças profundas separam a inteligência natural da artificial, mas elas declinaram em número. Uma das forças motoras da pesquisa em inteligência artificial é a tentativa de entender como as pessoas realmente raciocinam e pensam. Criar máquinas que possam raciocinar é possível somente quando entendermos realmente nossos processos de raciocínio (STAIR; REYNOLDS, 2011, p. 419). Todos os sistemas e soluções em tecnologias de informação capazes de simular ou duplicar as funções do cérebro humano, além de comportamentos e padrões humanos, são conhecidos como sistemas de inteligência artificial. A ideia dessas soluções é apresentar plataformas tecnológicas que demonstrem características inteligentes. As principais características do comportamento inteligente que os sistemas de inteligência artificial tentam reproduzir com muitas dificuldades são: • aprender com a experiência e fazer a aplicação de conhecimentos adquirido da experiência; • lidar com problemas e resolver situações complexas; • resolver problemas, mesmo que faltem informações; • determinar o que é importante; • reagir rápida e corretamente diante de novas situações; • entender imagens; • interpretar e manipular símbolos; • ser criativo e imaginativo. O quadro a seguir apresenta uma comparação entre a inteligência natural (humana) e a inteligência artificial (sistemas computacionais). 57 INFRAESTRUTURA DE TI Quadro 1 – Relação entre a inteligência natural e a inteligência artificial Capacidade Inteligência natural Inteligência artificial Baixa Alta Baixa Alta Usar sensores x x Ser criativo e imaginativo x x Aprender com a experiência x x Adaptar‑se a novas situações x x Arcar com o custo de adquirir informação x x Adquirir um grande volume de informações externas x x Usar uma variedade de fontes de informações x x Fazer cálculos complexos e rápidos x x Transferir informações x x Fazer cálculos rapidamente e com precisão x x Fonte: Stair e Reynolds (2011, p. 420). 3.2.1 Especialidades da inteligênciaartificial A inteligência artificial envolve diversas especialidades, sendo por isso uma área bastante multidisciplinar. Os principais ramos da inteligência artificial são: robótica, sistemas de visão, processamento da linguagem natural, reconhecimento de voz, sistemas de aprendizagem, sistemas de lógica difusa, algoritmos genéticos, redes neurais e o machine learning. A robótica é o ramo que trata do desenvolvimento de dispositivos mecânicos ou computacionais que desempenham tarefas humanas, ramo em que é exigido alto grau de precisão, com atividades rotineiras e perigosas para as pessoas que a desempenham. Os sistemas de visão são compostos por hardware e software que permitem a captura, o armazenamento e a manipulação de imagens por parte de um sistema computacional. Os sistemas de processamento de linguagem natural e reconhecimento de voz são aqueles que permitem que um computador compreenda e reaja a declarações e comandos feitos em uma linguagem própria dos humanos. Normalmente, o processamento de linguagem natural corrige erros de soletração, converte abreviações e comandos. Os sistemas de aprendizagem são aqueles que combinam hardware e software, permitindo ao computador mudar seu modo de funcionamento ou reagir a situações com base na realimentação que recebe. Os sistemas de lógica difusa são tecnologias baseadas em regras próprias para trabalho com imprecisões, descrevendo um processo de modo linguístico e depois representando por meio de regras. 58 Unidade II Os algoritmos genéticos são sistemas que encontram soluções ideais de um problema específico baseando‑se em métodos inspirados na biologia evolucionária, nas mutações e nos cruzamentos. As redes neurais são sistemas computacionais que simulam o funcionamento de um cérebro humano. Esses tipos de sistemas utilizam um alto poder de processamento paralelo numa arquitetura própria parecida com a estrutura cerebral das pessoas. As redes neurais são utilizadas para resolver problemas complexos, com o uso de grande quantidade de dados, por meio do aprendizado de padrões e modelos. Por fim, o machine learning corresponde a um conjunto de algoritmos que processam enormes quantidades de dados de forma a permitir que um determinado sistema tome decisões de forma autônoma. 4 INFRAESTRUTURA DE REDES DE COMPUTADORES 4.1 Componentes da infraestrutura de redes 4.1.1 Telecomunicações Sem qualquer dúvida, as redes de computadores e as telecomunicações revolucionaram nas últimas duas décadas o uso da tecnologia da informação nas corporações. Desde o surgimento da internet, os processos de negócios não são mais os mesmos. As redes criaram uma nova comunidade global, aproximando tantas pessoas até então tão distantes, possibilitando amizades e relacionamentos com pessoas do outro lado do mundo, sem qualquer atraso. Isso é possível graças os recursos que funcionam suportados pelas redes. Hoje a veiculação de notícias ocorre numa velocidade impressionante, nunca antes vista. Estando no Brasil é possível acompanhar, online, fatos que se sucedem no Japão e vice‑versa. São tantas notícias e informações novas o tempo todo que às vezes torna‑se trabalhoso lidar com tantos dados que chegam até nós. Suportadas pelas redes de computadores, as redes sociais têm causado uma verdadeira revolução no modo como as pessoas se relacionam, criando ambientes e comunidades colaborativas em que não apenas o fluxo de informação é importante, mas também voz e imagem. As telecomunicações também impactaram intensamente o modo como se presta serviços. Um bom exemplo a ser citado é o modo como os bancos comerciais operam: não há mais tanta necessidade de ter a prestação de serviço bancário presencial (a não ser para se fazer saques em dinheiro), porque, por meio da internet, é possível fazer quase tudo (como pagamentos de boletos, transferências de fundos, aplicações em ações ou qualquer outro investimento). Pode‑se definir telecomunicação como a transmissão efetuada entre duas entidades distantes por meio de sinais de comunicação, processo que permite às organizações realizar seus processos e tarefas por meio de redes efetivas de comunicação. 59 INFRAESTRUTURA DE TI 4.1.2 Redes de computadores Uma rede de computadores significa um conjunto de componentes capaz de favorecer a troca de informações e o compartilhamento de recursos, interligados por um sistema de comunicação. As redes de computadores baseiam‑se nos princípios de uma rede de informações que, por meio de hardware e software, torna‑a mais dinâmica para atender as suas necessidades de comunicação. Os componentes de uma rede de computadores são: protocolos, meios de comunicação, mensagens e dispositivos. Os protocolos representam as regras que regem o processo de comunicação entre os dispositivos. Eles normalmente são criados em um contexto descrito por um modelo ou padrão, não operando de forma isolada, mas totalmente interligados entre si, formando uma pilha de protocolos. Isso porque os computadores não somente utilizam um protocolo para se comunicar, mas vários. Em redes de computadores, os principais modelos que agrupam protocolos são os modelos OSI (acrônimo do inglês Open System Interconnection) e TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). Desenvolvido entre o final da década de 1970 e o ano de 1984, a fim de interconectar sistemas abertos e segmentar a problemática das redes de computador em camadas, o modelo OSI foi criado pela ISO (International Organization for Standardization), uma das maiores organizações internacionais de padronização, atuando em diversas áreas de desenvolvimento tecnológico. O modelo TCP/IP, também conhecido como Modelo DoD (Departamento de Defesa Norte‑Americano), foi criado para atender a necessidade de criação da rede de computadores da ARPA (Agência de Pesquisas e Projetos Avançados do Departamento de Defesa). Trata‑se de um modelo aberto e relativamente simples concebido como projeto em 1970, que traduz toda a problemática das redes em camadas, da mesma forma que o modelo OSI. Outro modelo de protocolos, pouco conhecido e obsoleto, é o modelo SNA (Systems Network Architecture). Desenvolvido pela IBM em 1974, define o conjunto de protocolos de comunicação que utilizam os mainframes fabricados pela IBM. Ele agrupa os seus protocolos em sete camadas: controle físico, controle lógico do enlace, controle do caminho, controle de transmissão, controle de fluxo de dados, serviços de apresentação e serviços de transação. Os meios de comunicação são os meios de transporte que permitem a transmissão de dados. Também são conhecidos como canais de comunicação. Eles dividem‑se em: • meios confinados (ou guiados): quando o sinal está confinado em um cabo; • meios não confinados (ou não guiados): quando o sinal se propaga pelo ar, por meio de ondas eletromagnéticas. A mensagem é aquilo que se deseja transmitir entre a origem e o destino. A formação, a codificação e a formatação da mensagem obedecem a regras, conhecidas como protocolos. 60 Unidade II Os dispositivos são os elementos responsáveis pela transmissão, pela recepção e pelo encaminhamento de dados. Eles estão divididos em: • dispositivos finais: formam a interface entre os usuários e a rede de comunicação subjacente; • dispositivos intermediários: conectam os hosts individuais à rede e podem conectar várias redes individuais para formar uma rede interconectada. 4.1.3 Meios físicos Os meios físicos têm um papel fundamental nas redes de computadores: eles interligam origem e destino. A escolha/utilização de um determinado meio vai depender da velocidade desejada, do custo, da capacidade e desempenho oferecidos. Um dos mais conhecidos meios físicos é o cabo de pares trançados, que consiste num conjunto de fios agrupados em pares metálicos com uma capa plástica e com um trançamento entre eles (a fim de evitar a interferência eletromagnética de um par no outro). Trata‑se do meio físico mais utilizado nas redes de computadorese em telecomunicações, tendo aplicações na telefonia, nas redes locais e também nas redes de longa distância. Outro meio físico é o cabo de fibra óptica, que consiste num cabo contendo uma fibra de vidro transparente e bem fina que transporta a informação por meio de um sinal de luz na fibra. Menos utilizado quando comparado a outros meios físicos, o cabo coaxial é composto de um condutor interno com blindagem metálica, sendo empregado em transmissões digitais e sinais de televisão. O quadro a seguir mostra as diferenças entre os três cabos que são considerados meios guiados. Quadro 2 – Diferenças entre meios físicos Meio físico Descrição Vantagens Desvantagens Cabo de pares Trançado Metálico Pares trançados de fios de cobre blindados ou não Utilizado para serviços telefônicos e redes locais Limitações na velocidade de transmissão e na distância Cabo coaxial Fio condutor interno cercado de isolamento Transmissão com menos interferência que o cado de pares metálicos trançados Custo maior que o cabo de pares metálicos trançados Cabo de fibra óptica Fio extremamente finos de vidro revestido de uma capa plástica Diâmetro bem menor que as outras soluções, além de maior velocidade Elevado custo, tanto para aquisição como para instalação Adaptado de: Stair e Reynolds (2011, p. 211). Os meios físicos não confinados são todos aqueles que operam por meio de um sinal de rádio enviado pelo ar. Entre os sistemas de transmissão que operam em longa distância através do ar, estão 61 INFRAESTRUTURA DE TI os sistemas de comunicação via satélite, a telefonia móvel celular, os sistemas de radiovisibilidade e radiodifusão de broadcast. As redes locais que utilizam comunicação através do ar por meio de sinal de rádio são chamadas de WLAN ou wif‑fi. Nessas redes trabalha‑se com um concentrador dotado de uma antena que recebe o nome de acess point (ponto de acesso), com todos os computadores, notebooks e smartphones que possuem um adaptador de rede sem fio se conectando a ele. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre os fundamentos das redes de computadores, leia os capítulos iniciais da obra indicada a seguir. TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. J. Redes de computadores. Rio de Janeiro: Pearson Prentice Hall, 2011. 4.1.4 Classificação das redes de computadores Quanto à abrangência, as redes de computadores podem, de forma geral, ser classificadas em: • LAN (Local Area Network): rede relativamente pequena de computadores de limitada abrangência; • MAN (Metropolitan Area Network): rede de alta velocidade composta de LANs numa mesma região metropolitana; • WAN (Wide Area Network): rede que conecta LANs situadas em diferentes áreas metropolitanas. Em uma LAN, dispositivos finais de interconexão de LANs estão em uma área limitada, como uma casa, uma escola, um edifício de escritórios ou um campus. Uma LAN é geralmente administrada por uma única organização ou uma única pessoa. O controle administrativo que rege as políticas de segurança e o controle de acesso é executado no nível de rede. As LANs fornecem largura de banda de alta velocidade aos dispositivos finais internos e aos dispositivos intermediários. As MANs conectam LANs dentro de uma região metropolitana, alcançando extensões inferiores às permitidas pelas WANs. As principais características das MANs são: interconexão de locais espalhados em uma cidade, conexões dotadas de velocidades intermediárias entre LAN e WAN e conectividade de outros serviços, como o de TV, por exemplo. As WANS interconectam as LANs em grandes áreas geográficas, como entre cidades, estados, províncias, países ou continentes. As WANs são geralmente administradas por vários prestadores de serviço e geralmente fornecem links de velocidade mais lenta entre as LANs. 62 Unidade II Redes WAN são gerenciadas por ISPs (Internet Service Provider), classificados em três níveis. No nível 1 estão os ISPs responsáveis pelas conexões nacionais e internacionais, dando forma à internet. No nível 2 estão os ISPs de serviços regionais que conectam‑se ao nível 1; nesse nível são vendidos serviços de rede WAN. Por fim, no nível 3 estão os provedores locais, normalmente para usuários domésticos. O protocolo utilizado dentro do ISP não é o mesmo protocolo disponibilizado no loop local dos clientes finais. A rede interna do ISP utiliza padrões de comunicação mais eficientes, como o ATM (Asynchronous Transfer Mode). Os quadros dos protocolos de enlace WAN são muito semelhantes, representando sinais que indicam inicialização, endereços, controles, dados, checagem de bits e finalização do quadro. Embora tenham semelhanças, os algoritmos desses protocolos trazem funcionalidades diferentes em seus campos. Os principais dispositivos de WAN são: modem, CSU/DSU, servidor de acesso, switch WAN, roteador e roteador de backbone. Existem outras classificações quanto à abrangência. São elas: • PAN (Personal Area Network): redes de curta distância (alguns poucos metros), caso da tecnologia bluetooth; • CAN (Campus Area Network): redes que interligam um campus (um área de dimensões inferiores a uma MAN e maiores que uma LAN); • VLAN (Virtual Local Area Network): rede local virtual que surge da segmentação de uma LAN em redes menores; • WLAN (Wireless Local Area Network): rede local sem fio. 4.1.5 Topologias de rede A topologia de uma rede descreve sua estrutura e o modo como são feitas as conexões entre os dispositivos. A topologia de rede se divide em: • topologia física: descrição da configuração dos meios físicos que interconectam os dispositivos em uma rede; • topologia lógica: define o modo como os dispositivos se comunicam e os dados se propagam na rede. As topologias físicas têm o papel de identificar a disposição física dos componentes de rede. Nelas encontramos os dispositivos, os meios físicos e a forma como ocorrem as interligações. A figura a seguir apresenta o exemplo de um diagrama de topologia física. 63 INFRAESTRUTURA DE TI Hub de sala de aula Hub de sala de aula Hub de sala de administrador Escritório de administração Switch Ethernet Servidor de arquivos Servidor web Servidor de e‑mail Roteador Hub de sala de aula Sala de aula 3 Sala de aula 2 Sala de aula 1 Internet Figura 24 – Diagrama de topologia física As topologias físicas podem ser classificadas em: topologia física em estrela, topologia física em barramento e topologia física em anel. Na topologia física em estrela, todos os componentes estão interligados a um equipamento concentrador, que é o núcleo central de uma rede. Nas redes locais modernas é muito comum o uso dessa topologia, em que o equipamento concentrador é normalmente um hub ou um switch. Na topologia física em barramento, cada um dos componentes está interligado a um barramento físico: por exemplo, um cabo coaxial, muito utilizado como barramento de redes locais. Na topologia física em anel, há um meio físico interligando os componentes um por um, formando um anel físico. A grande fragilidade dessa rede está no ponto de falha que cada componente representa. A topologia lógica de rede tem o objetivo de identificar como se dá o processo de comunicação de dados, com informações como endereços de rede, portas, interfaces e dispositivos. A figura a seguir apresenta o diagrama de uma topologia lógica de rede. 64 Unidade II Ethernet 192.168.2.0 Ethernet 192.168.1.0 Figura 25 – Diagrama de topologia lógica As topologias lógicas podem ser classificadas em: topologia lógica em barramento e topologia lógica em anel. Na topologia lógica em barramento, utiliza‑se o método de contenção, um processo de acesso ao canal de comunicação com acesso múltiplo e verificação de portadora. A maior parte das redes locais opera com essa topologia e esse método, porque trabalham com a tecnologia Ethernet. Nas redes Ethernet a topologia física utilizada pode ser estrela ou barramento, mas a topologia lógica é um barramento. Ou seja, todos enxergam, literalmente,uma estrela ou um barramento, mas os dados trafegam como em um barramento lógico. Na topologia lógica em anel, utiliza‑se o método de acesso controlado, de forma que os dispositivos podem utilizar o canal de comunicação de modo controlado e revezado. Nesse método, usa‑se o processo de passagem do token, que é passado entre os dispositivos de forma que aqueles detentores momentâneos do token possam utilizar o meio físico. Bons exemplos são as redes Token Ring, FDDI e o Token Bus. 4.2 Infraestrutura de cabeamento estruturado 4.2.1 Cabeamento estruturado Na segunda metade da década de 1980, impulsionado pelo desenvolvimento das redes de computadores, começou‑se a estabelecer um padrão para infraestrutura de cabeamento. Isso se deu a partir de todo um trabalho de instituições padronizadoras norte‑americanas e também foi algo incentivado pela International Standard Organization (ISO). Um dos padrões mais conhecidos em cabeamento foi desenvolvido exatamente pela ISO, conhecido como norma 14.565, que logo foi traduzida para o português e padronizada pela NBR, chamando‑se NBR‑14565:2013. 65 INFRAESTRUTURA DE TI Também é importante destacar o ano de 1991 como um marco para o cabeamento estruturado, quando foi lançado um documento inicial com as normas de cabeamento geral para clientes, chamado de TIA/EIA‑568. Esse documento foi atualizado a partir de mudanças sofridas pela indústria de telecomunicações, revisado em 1995 e lançado como norma TIA/EIA‑568‑A. Houve mais duas atualizações, a primeira em 2000, quando a norma recebeu o nome de TIA/EIA‑568‑B, a outra revisão ocorreu em 2006, com um relançamento da norma sob o nome de TIA/EIA‑568‑C. O cabeamento estruturado, que antes era conhecido como cabeamento de rede local de computadores ou cabeamento predial, compõe‑se de um conjunto de recursos e tecnologias que envolvem cabos e hardwares de conexão para voz e para dados, definido por normas, em vista do atendimento das necessidades dos usuários de telecomunicações e TI. A ideia de estruturar o sistema de cabeamento, totalmente baseado em normas, é criar um padrão não específico de uma indústria, favorecendo a interoperabilidade no processo de comunicação da informação. Observação O projeto de cabeamento estruturado deve propiciar tomadas de telecomunicações (também conhecidos como pontos de rede) disponíveis para qualquer tipo de aplicação (voz, dados ou imagens). As principais vantagens ao se adotar um sistema de cabeamento estruturado são: • aumento da confiabilidade no cabeamento de redes a partir da garantia do desempenho projetado; • perceptível redução nos custos com a implementação do cabeamento (incluindo a mão de obra); • escalabilidade e flexibilidade para execução de diferentes aplicações; • imediato atendimento das necessidades apresentadas pelos usuários; • possibilidade de integrar diferentes aplicações em uma única solução de cabeamento; • padrão de cabeamento interoperável, independentemente do fornecedor utilizado; • maior vida útil para o sistema de cabeamento. 4.2.2 Subsistemas do cabeamento estruturado A infraestrutura do cabeamento estruturado é compreendida como um sistema dividido em dois subsistemas: subsistema de cabeamento horizontal e subsistema de cabeamento de backbone. A figura a seguir mostra esses subsistemas. 66 Unidade II CD BD FD CP TO TE Subsistema de cabeamento de backbone de campus Subsistema de cabeamento de backbone de edifício Subsistema de cabeamento horizontal Subsistema de cabeamento genérico Cordão de área de trabalho Figura 26 – Subsistemas do cabeamento estruturado Conforme descrito na figura anterior, existem alguns elementos funcionais no sistema de cabeamento estruturado. São eles: distribuidor de campus (CD), distribuidor de edifício (BD), distribuidor de piso (FD), ponto de consolidação (CP), tomada de telecomunicações (TO), backbone de campus, backbone de edifício. Além desses elementos e dos subsistemas, as normas especificam os espaços (locais) de telecomunicações relacionados ao cabeamento estruturado. São eles: área de trabalho (WA), sala de telecomunicações (TR), sala de equipamentos (ER) e infraestrutura de entrada (EF). Observação Para cada elemento funcional e espaço relacionado ao cabeamento estruturado, há uma sigla entre parênteses representando seu nome. Nas próximas seções, veremos com mais detalhes cada um deles. 4.2.3 Subsistemas do cabeamento horizontal Para entender bem o subsistema de cabeamento horizontal é necessário antes conhecer alguns elementos relacionados a ele. O primeiro elemento é a tomada de telecomunicações, conhecida pelo seu nome em inglês Telecommunication Outllet (TO). A TO é também conhecida como ponto de rede e, segundo a ABNT (2013), é o hardware de conexão no qual o cabo horizontal é terminado na área de trabalho. O segundo elemento importante é distribuidor de piso, também conhecido como Floor Distributor (FD), que, segundo a ABNT (2013), corresponde ao hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento horizontal. Compreendidos esses dois elementos, é possível definir o subsistema de cabeamento horizontal como aquele que interliga um distribuidor de piso até a tomada de telecomunicações. A figura a seguir apresenta a ideia do cabeamento horizontal. Distribuidor de piso (FD) Patch panel Cabo horizontal Tomada de telecomunicações (TO) Figura 27 – Subsistema de cabeamento horizontal 67 INFRAESTRUTURA DE TI O termo horizontal advém do fato de os lançamentos dos cabos ocorrerem de forma horizontal entre as áreas de trabalho e as salas de telecomunicações. A área de trabalho é o espaço onde o usuário que acessa serviços de telecomunicações está situado. A sala de telecomunicações é o espaço onde está situado o distribuidor de piso, podendo também abrigar alguns equipamentos de redes. Esses cabos podem ser lançados em tubulações embutidas em pisos, em eletrocalhas ou em bandejas suspensas. As normas ISO/IEC 18010:2002 e ANSI/TIA‑569‑C apresentam as técnicas e métodos aplicados no encaminhamento de cabeamento horizontal, contendo especificações e recomendações importantes que garantem os padrões aceitáveis de mercado. A norma NBR 14.565 apresenta (ABNT, 2013) os seguintes componentes do subsistema de cabeamento horizontal: • cabos horizontais; • jumpers e patch cords no distribuidor de piso; • terminações mecânicas dos cabos horizontais nas tomadas de telecomunicações; • terminações mecânicas dos cabos horizontais nos distribuidores de piso, incluindo o hardware de conexão (por exemplo, as interconexões ou conexões cruzadas); • ponto de consolidação; • tomadas de telecomunicações. A figura a seguir apresenta um subsistema de cabeamento horizontal contendo grande parte desses componentes. Área de trabalho (WA) Cabeamento horizontal (90 m, máximo) Distribuidor de piso Sala de telecomunicações (TR) A + B + D = 10 m (máximo) A + B + C + D = 100 m (máximo) Patch cord B A C D Cordão de equipamento Cordão de usuário TO Figura 28 – Componentes do cabeamento horizontal 68 Unidade II A topologia física verificada na figura anterior é estrela, possuindo assim um lance (segmento) de cabo reservado interligando cada porta do distribuidor de piso a sua respectiva tomada de telecomunicações na área de trabalho. Duas outras importantes informações contidas na figura anterior referem‑se ao comprimento dos cabos. Para o segmento de cabos horizontais especifica‑se um comprimento máximo de 90 metros para o lance de cabos horizontais. O somatório do comprimento dos cordões de equipamento, patch cords do distribuidor de piso e patch cords da área de trabalho não podem ser superiores a 10 metros. Assim o comprimento total de cabos e cordões de manobra não superará 100 metros (limite máximo para que não haja atenuação significativa em cabos de pares metálicos). Observação Os patch cords (ou cordões de manobra) são os cabos que interligam os computadores e as tomadas de telecomunicações.Eles também podem interligar concentradores de cabos e dispositivos de rede. A figura a seguir apresenta uma distribuição real de cabos, incluindo o distribuidor de piso (patch panels) e um switch (concentrador de rede). Patch panels Switches Ethernet Figura 29 – Distribuidor de piso e o switch Além dos cabos de pares trançados metálicos blindados ou não blindados, as principais normas de cabeamento estruturado também permitem o uso de alguns tipos de cabos ópticos. Não obstante, convém afirmar que, devido à relação custo/benefício, não é comum o uso de cabos de fibra óptica em segmentos de cabos horizontais. Os cabos de fibra óptica utilizados são: • cabo óptico multimodo de 50/125 micrômetros (OM‑3 e OM‑4); • cabo óptico multimodo de 62,5/125 micrômetros (OM‑1 e OM‑2). 69 INFRAESTRUTURA DE TI Existem duas formas básicas, autorizadas pelas normas, para a interconexão dos equipamentos ativos de rede, tais como switches e hubs, aos cabos horizontais: interconexão ou cruzada. No método de interconexão, os equipamentos ativos de rede são diretamente ligados ao distribuidor (patch panel) por meio de cordões de manobra (patch cords), dispensando o espalhamento utilizado no método anteriormente explicado. Devido a sua relação de custo/benefício, esse método é amplamente utilizado. A figura a seguir apresenta o método de interconexão. Patch panels Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Patch cords de interconexão Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal TO TO TO TO Equipamentos ativos Figura 30 – Método de interconexão No método de conexão cruzada, constrói‑se um espelhamento entre saídas do switch e do patch panel. A grande vantagem desse método é a separação entre distribuidores e equipamentos ativos de rede, favorecendo a segurança para equipamentos de rede, que, livres de qualquer ligação diretamente do cabeamento, podem ficar isolados em seus racks, impedindo assim o acesso de terceiros não autorizados. A figura a seguir apresenta o método de conexão cruzada. Patch cords Conexão cruzada Cordões de equipamentos Área de trabalho (WA) Cabeamento horizontal TO TO Equipamentos ativos Figura 31 – Método de conexão cruzada 70 Unidade II 4.2.4 Subsistemas do cabeamento de backbone O subsistema de cabeamento vertical também é conhecido como subsistema de cabeamento de backbone ou subsistema de cabeamento tronco. Tem como sua principal função interconectar as salas de telecomunicações, sala de equipamentos e infraestrutura de entrada de um prédio. A figura a seguir apresenta a ideia do subsistema de cabeamento de backbone. TR TR TR TR ER EF Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal TO TO TO TO Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) TO TO TO TO Subsistema de backbone TR: Sala de telecomunicações ER: Sala de equipamentos EF: Infraestrutura de entrada Figura 32 – Cabeamento de backbone O backbone é um dos mais importantes componentes do sistema de cabeamento estruturado. A própria palavra backbone já carrega consigo uma grande importância, porque significa “espinha dorsal”. A figura a seguir apresenta o susbsistema de cabeamento de backbone dividido em subsistema de cabeamento de backbone de edifício e subsistema de cabeamento de backbone de campus. 71 INFRAESTRUTURA DE TI FD1 BD 1 CD BD 2 FD2 FD2 FD3FD1 TO CP CP CP Campus Edifício 1 Edifício 2 Subsistema de cabeamento de backbone de campus Subsistema de cabeamento de backbone de edifício Subsistema de cabeamento horizontal TO TOTO TO TO TO TO TO Figura 33 – Divisões do cabeamento de backbone É perceptível que a implementação de um backbone se dá sempre em uma topologia física em estrela com esses dois níveis hierárquicos apresentados na figura anterior (campus e edifício). Observe também que a topologia favorece um arranjo hierárquico, encontrando‑se no topo o distribuidor de campus (CD), logo depois o distribuidor de edifício (BD), terminando com o distribuidor de piso (FD). Observação O distribuidor de edifício está situado na sala de equipamentos principal do edifício e em cada andar (piso) do edifício está um distribuidor de piso. É aconselhável que os distribuidores de piso e edifício tenham entre eles redundância, a fim de que o sistema de cabeamento estruturado seja tolerante a falhas. Da mesma forma, com o objetivo de alcançar maior tolerância a falhas, os distribuidores de edifício também podem estar interligados. Outra consideração importante é a interligação dos distribuidores de campus e os distribuidores de piso sem a passagem por um distribuidor de edifício, que pode ocorrer quando o distribuidor de campus e o distribuidor de piso estiverem no mesmo prédio. No entanto, vale ressaltar, essa consideração não vale quando o distribuidor de piso e o distribuidor de edifício estiverem em prédios diferentes. As normas de cabeamento estruturado também permitem a interligação de um distribuidor de edifício a uma tomada de telecomunicações em uma área de trabalho apenas quando houver um cabeamento óptico centralizado, conforme visto anteriormente. 72 Unidade II As normas de cabeamento estruturado reconhecem os seguintes cabos para o subsistema de cabeamento de backbone: • cabo UTP de quatro pares, 100 ohm; • cabo F/UTP de quatro pares, 100 ohm; • cabo multipares sem blindagem (utilizados apenas para voz); • cabo óptico multimodo 62,5/125 micrômetros, 50/125 micrômetros e multimodo otimizado para transmissão em laser (OM‑3 e OM‑4); • cabo óptico monomodo. A fim de interligar pavimentos diferentes, implementa‑se o cabeamento de backbone de edifício, ou seja, interligando a sala de equipamentos (ER) à sala de telecomunicações (TR) em cada pavimento. A figura a seguir apresenta o backbone de edifício. TR TR TR TR ER Backbone de edifício (dentro do edifício) TR: Sala de telecomunicações ER: Sala de equipamentos Figura 34 – Backbone de edifício 73 INFRAESTRUTURA DE TI O subsistema de cabeamento de backbone de edifício, segundo a norma NBR 14.565 (ABNT, 2013), é composto de: • cabos de backbone de edifício; • jumpers e patch cords no distribuidor de edifício; • hardware de conexão utilizado para a terminação dos cabos. A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013) também define as distâncias máximas que podem ser estabelecidas entre o distribuidor de campus e o distribuidor de piso. A tabela a seguir apresenta essa distribuição. Tabela 1 – Distâncias máximas dos cabos Tipo de cabo Distância (m) Aplicação Fibras monomodo OS‑1 2.000 10 GbE Fibras monomodo OS‑2 10.000 10 GbE Fibras multimodo OM‑1 2.000 Fast Ethernet Fibras multimodo OM‑2 800 Gigabit Ethernet Fibras multimodo OM‑3 1.000 Gigabit Ethernet Fibras multimodo OM‑4 550 10 GbE Cabos balanceados Classe A 2.000 Voz, PABX (até 100 kHz) Cabos balanceados Classe B 200 RDSI (até 1 MHz) Cabos balanceados Classe C, D, E e F 100 Alta velocidade (até 600 MHz) Fonte: Marin (2013, p. 55). Observação As distâncias apresentadas na tabela anterior não se baseiam na capacidade do meio físico, mas, sim, nas necessidades de aplicação. Quando mais de um edifício integra um campus, é necessária a implementação do subsistema de cabeamento de backbone de campus, responsável pela interconexão de prédios. Para esse tipo de cabeamento, é aconselhável o uso de cabos de fibra óptica no tráfego de dados e cabos de pares trançados multipares para tráfego de voz. A figura a seguir apresenta a ideia do backbone de campus. 74 Unidade II FD FD FD FD FD FD FD BD Backbone de campus (entre edifícios) Edifício 2 Edifício 1 CD: Distribuidor de campus BD: Distribuidor de edifício FD: Distribuidor de piso Figura 35 – Backbone de campus De maneira similar ao subsistema de cabeamento horizontal, no subsistema de cabeamento de backbone de campus é possível utilizar dois tipos de métodos de conexão: cruzada ou interconexão. Exemplo de aplicaçãoA fim de testar um pouco seus conhecimentos, visite uma empresa e verifique se o sistema de cabeamento é estruturado. 4.2.5 Espaços em um sistema de cabeamento estruturado Os principais espaços em sistemas de cabeamento estruturado são as áreas de trabalho e os espaços de telecomunicações. Os espaços de telecomunicações encontrados nas organizações são: sala de telecomunicações, sala de equipamentos e infraestrutura de entrada. 75 INFRAESTRUTURA DE TI Os espaços de telecomunicações são definidos como aqueles destinados a abrigar os distribuidores do sistema de cabeamento estruturado, bem como equipamentos ativos de redes. Os espaços de telecomunicações devem ser dedicados aos sistemas de telecomunicações e não podem ser compartilhados com outros sistemas do edifício. Algumas normas técnicas que se aplicam a encaminhamentos e espaços para sistemas de cabeamento estruturado em edifícios comerciais utilizam uma nomenclatura comum a todos os espaços de telecomunicações e outros utilizam termos específicos para cada espaço (sala de telecomunicações, sala de equipamentos etc.) (MARIN, 2013, p. 61). A figura a seguir apresenta os espaços em sistemas de cabeamento estruturado. Entrada de antena Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura do edifício para cabos Sala de telecomunicações Sala de equipamentos Sala de telecomunicações Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura para rede do campus Infraestrutura de entrada Entrada principal Entrada alternativa Tomada de telecomunicações (TO) Área de trabalho (WA) Pavimento do edifício Figura 36 – Espaços em um sistema de cabeamento estruturado 76 Unidade II A área de trabalho é muito conhecida pelo seu acrônimo em inglês WA, que significa Work Area. Ela corresponde aos espaços onde o usuário está situado no edifício comercial e onde está disponível a conectividade necessária para que as suas aplicações funcionem. Sob o aspecto técnico, é considerada um espaço do sistema de cabeamento estruturado, porque é lá que o usuário consegue utilizar o seu computador em rede ou fazer uma chamada de voz pelo seu telefone. A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013, p. 4) define a área de trabalho “como espaço do edifício no qual seus ocupantes interagem com os serviços disponibilizados pelo cabeamento estruturado.” O cabeamento que chega até a área de trabalho é normalmente oriundo do distribuidor de piso, situado na sala de telecomunicações. Conforme já mencionado, esse cabeamento é conhecido por horizontal, sendo terminado em uma tomada de telecomunicações (TO). Lembrete O cabeamento estruturado é composto por dois subsistemas: subsistema de cabeamento horizontal e subsistema de cabeamento de backbone. A figura a seguir apresenta uma área de trabalho típica. WA TO Área de trabalho Cabos U/UTP, F/UTP categoria 5e ou superior Cabeamento horizontal Figura 37 – Área de trabalho Uma tomada de telecomunicações normalmente obedece ao padrão RJ‑45. A figura a seguir apresenta a imagem de um conector fêmea RJ‑45. 77 INFRAESTRUTURA DE TI Figura 38 – Conector RJ‑45 fêmea Como todo e qualquer espaço ou subsistema do cabeamento estruturado, a área de trabalho obedece a uma série de especificações estabelecidas pela norma NBR 14.565 (ABNT, 2013). A primeira especificação, que parece até um pouco controversa em comparação com o cabeamento não estruturado, é a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho. Essas tomadas obrigatoriamente são terminadas em conectores RJ‑45, onde é conectado o cabo de par trançado categoria 5e ou superior, podendo ser ou não blindadas. Observação Caso o subsistema de cabeamento horizontal seja provido por cabos ópticos multimodo de 50/125 micrômetros ou 62,5/125 micrômetros, é recomendável que apenas uma das tomadas seja terminada em conectores ópticos. Dessa forma, conserva‑se uma das tomadas provida por cabo de par trançado. Outra importante determinação diz respeito aos espelhos das tomadas de telecomunicações. Eles devem ser no padrão 4 x 2” ou 4 x 4”, montados em caixas de piso, caixas de superfície ou fixados no próprio mobiliário de escritório. Uma área de trabalho deve ter pelo menos um tamanho de 5 metros quadrados, podendo chegar a 10 metros quadrados. Não obstante, nada impede que, a partir do conhecimento do projeto físico e do layout da edificação, as áreas de trabalho sejam menores que 5 metros quadrados, atendendo, é claro, às necessidades do usuário. O cabeamento horizontal deve ser encaminhado na área de trabalho pelo piso e/ou pelo teto, utilizando também caminhos adequados na própria mobília presente na área de trabalho. Ao utilizar‑se o mobiliário como caminho de passagem do cabo, é necessário ter em mente a possibilidade de alterações no cabeamento estruturado, quando ocorrerem mudanças de layout ou mobília no escritório. Uma regra de ouro na instalação de tomadas de telecomunicações em uma área de trabalho indica que tal instalação deve se dar em locais de fácil acesso, sem se descuidar da segurança e considerando a sua devida conservação. Um bom exemplo seria a instalação de tomadas de telecomunicações em pisos frios, que estão sujeitas a problemas com eventuais lavagens do piso e poeira frequente, fatores que podem danificar os contatos metálicos dos conectores RJ‑45 fêmea. 78 Unidade II Quando instaladas em quaisquer outros lugares sujeitos a ação de agentes químicos de limpeza, poeira etc., recomenda‑se que essas tomadas disponham de protetores. 4.2.6 Sala de telecomunicações A sala de telecomunicações também é conhecida pelo seu acrônimo em inglês TR (Telecommunications Room). Trata‑se de um espaço de telecomunicações dentro do edifício comercial destinado à interligação do subsistema de cabeamento horizontal ao subsistema de cabeamento vertical por meio do distribuidor de piso. A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013) especifica que a sala de telecomunicações é o espaço que abriga o distribuidor de piso e que pode também abrir o distribuidor de edifício e equipamentos de redes destinados ao atendimento dos usuários do pavimento em que se situa a sala de telecomunicações. Nas salas de telecomunicações é importante que haja toda uma facilidade quanto a espaço, alimentação elétrica e controles do ambiente, entre outros fatores destinados à instalação de componentes passivos. As principais normas de cabeamento estruturado recomendam a implantação de uma sala de telecomunicações por andar de um edifício comercial, a fim de atender todas áreas de trabalho daquele pavimento. A figura a seguir situa a sala de telecomunicações no sistema de cabeamento estruturado. Cabeamento de backbone Cabeamento horizontal TR: Sala de telecomunicações TR TR TR TR ER TO TO TO TO Figura 39 – Sala de telecomunicações 79 INFRAESTRUTURA DE TI Observação Quando não é possível a implementação de uma sala de telecomunicações em um pavimento, as áreas de trabalho podem ser interligadas à sala de telecomunicações de um pavimento adjacente. Além norma NBR 14.565, as normas ANSI/TIA‑569‑C, ISO/IEC 14.763‑2, ISO/IEC 18.010 fazem uma série recomendações sobre as dimensões da sala de telecomunicações, baseando‑se no número de tomadas de telecomunicações atendidas pelo distribuidor de piso da sala. A tabela a seguir apresenta esse dimensionamento recomendado pela norma ANSI/TIA‑569‑C. Tabela 2 – Dimensionamento da sala de telecomunicações Tomadas de telecomunicações (TO) Área aproximada da sala de telecomunicações (m²) Dimensões da sala (m) Até 200 15 3 x 5 Entre 201 e 800 36 6 x 6 Entre 801 e 1.600 72 6 x 12 Entre 1.601 e 2.400 108 9 x 12 Fonte: Marin (2013, p. 55). As normas ISO/IEC 14.763‑2 e ISO/IEC 18.010 recomendam que a menor sala de telecomunicações não tenha uma área inferior a 9,6 metros quadrados (com dimensões de 3 metros x 3,2 metros) para até quinhentas tomadas de telecomunicações.A figura a seguir apresenta uma sala de telecomunicações com essas dimensões (MARIN, 2013). 1,6 m 3,0 m 3, 2 m Figura 40 – Dimensões de uma sala de telecomunicações para até quinhentas tomadas de telecomunicações 80 Unidade II Essas mesmas normas (ISO/IEC 14.763‑2 e ISO/IEC 18.010) também recomendam que até mil tomadas de telecomunicações sejam atendidas por uma sala de telecomunicações de área 14,72 metros quadrados (com dimensões 3,2 metros x 4,6 metros). A figura a seguir apresenta a sala de telecomunicações com essas dimensões. 1,6 m1,6 m 4,6 m 3, 2 m Figura 41 – Dimensões de uma sala de telecomunicações para até mil tomadas de telecomunicações A partir de mil tomadas de telecomunicações, o adicionamento de quinhentas tomadas de telecomunicações aumenta uma de suas dimensões em 1,6 metro. É comum também considerar a área do pavimento para a tomada de decisão sobre as dimensões da sala de telecomunicações. Não obstante, essa não pode ser a base para a definição das dimensões da sala de telecomunicações. A figura a seguir apresenta um exemplo de uma sala de telecomunicações. Eletroduto Luminárias Luminárias Esteira de cabos Barramento de terra Eletroduto Prancha de madeira Prancha de madeira Shaft Quadro elétrico Tomada elétrica Eletroduto Duto de ar Duto de ar Figura 42 – Exemplo de uma sala de telecomunicações 81 INFRAESTRUTURA DE TI As normas ainda recomendam, para a sala de telecomunicações, que: • caso haja equipamentos instalados, seja provido um sistema de climatização 24 horas/dia, 365 dias por ano, com temperaturas variando entre 18 ºC e 24 ºC e uma umidade entre 30% e 55%; • a iluminação deve possuir pelo menos 540 lux, de forma que não haja problemas na manutenção do cabeamento; • o aterramento deve ser ligado ao sistema de aterramento do prédio; • a porta de acesso da sala deve ter, no mínimo, 910 mm x 2.000 mm; • deve haver um ambiente controlado, fechado e com acesso limitado para pessoas autorizadas; • deve estar situada em uma área do pavimento cujo acesso não dependa do acesso a outros espaços; • deve haver uma distribuição aérea do cabeamento, evitando uso de teto falso. Em edifícios e pavimentos onde não seja exequível a construção de uma sala com as dimensões outrora especificadas, pode‑se utilizar um espaço menor. A norma ANSI/TIA‑569‑C recomenda que a menor sala de telecomunicações tenha dimensões mínimas de 1,3 metro x 1,3 metro. Se nem esse espaço estiver disponível, é possível instalar um armário de telecomunicações no shaft do edifício (MARIN, 2013). 4.2.7 Sala de equipamentos A norma NBR 14565 (ABNT, 2013) define que a sala de equipamentos é o espaço de telecomunicações destinado a abrigar os equipamentos de uso comum em toda a rede, a terminação de cabos e os distribuidores do sistema de cabeamento estruturado. A sala de equipamentos também é conhecida pelo seu acrônimo em inglês ER (Equipment Room), atendendo um edifício inteiro ou todo um campus. Assim, a sala de equipamentos, como o local mais importante do sistema de cabeamento estruturado, pode conter um distribuidor de campus e/ou distribuidor de edifício, concentrando o cabeamento horizontal e o cabeamento de backbone. Na sala de equipamentos podem ser instalados equipamentos ativos de redes, (switches, roteadores, hubs e servidores), de telefonia (central telefônica e outros equipamentos de gerenciamento de sistemas de voz), de telecomunicações (modens, rádios, multiplexadores etc.) e demais equipamentos de informática. Justamente pelo fato de a sala de equipamentos conter dispositivos tão cruciais para o funcionamento das redes, há a necessidade de um controle de temperatura do ambiente (18 ºC a 24 ºC) a fim de não prejudicar a operação dos equipamentos. O controle de acesso e questões de segurança relacionadas à 82 Unidade II sala de equipamentos também precisam ser observadas. A iluminação precisa ser uniforme, na faixa de 500 lux medidos a 1 metro do chão. As funções da sala de telecomunicações podem ser absorvidas pela sala de equipamentos quando as duas forem projetadas no mesmo pavimento. Assim, em um mesmo andar não há necessidade das duas. Lembrete A sala de telecomunicações tem a finalidade atender apenas um pavimento (no máximo, pavimento adjacente). A figura a seguir apresenta a sala de equipamentos e os elementos de cabeamentos interligados a ela. TR (FD) TR (FD) TR (FD) TR (FD) ER CD/BD Backbone de campus Backbone de edifício TR: Sala de telecomunicações ER: Sala de equipamentos CD: Distribuidor de campus BD: Distribuidor de edifício FD: Distribuidor de piso Figura 43 – Sala de equipamentos e os elementos a ela interligados Em um edifício é de grande importância determinar a localização da sala de equipamentos no prédio, de forma a otimizar a interligação entre ela e os outros elementos do cabeamento estruturado. Convém dizer que as normas não mencionam qual é o local de implementação da sala de equipamentos. 83 INFRAESTRUTURA DE TI As principais normas que mencionam especificações para a sala de equipamentos são: ANSI/TIA‑569‑C e ISO/IEC 14.763‑2. Sobre o dimensionamento essas normas seguem caminhos distintos. A ANSI/TIA‑569‑C aponta que a sala de equipamentos deve dispor de um espaço mínimo de: 10 metros quadrados, caso abrigue um distribuidor de edifício, e 12 metros quadrados, caso abrigue um distribuidor de campus. Caso a área provida pelo distribuidor de campus seja 50 mil metros quadrados, para cada 10 mil metros quadrados, aumenta‑se o tamanho da sala de equipamentos em 1 metro quadrado (MARIN, 2013) A ISO/IEC 14.763‑2 trata o tamanho da sala de equipamentos da mesma forma que trata a sala de telecomunicações (MARIN, 2013). Lembrete Até mil tomadas de telecomunicações podem ser atendidas por uma sala de telecomunicações de área 14,72 metros quadrados (com dimensões 3,2 metros x 4,6 metros). A partir de mil tomadas, o adicionamento de quinhentas tomadas de telecomunicações aumenta uma de suas dimensões em 1,6 metro. 4.2.8 Infraestrutura de entrada A infraestrutura de entrada é conhecida pelo seu acrônimo EF (Entrance Facility). A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013) define que a infraestrutura de entrada é o local de entrada de todos os serviços de telecomunicações do edifício, incluindo a interface de rede externa. A infraestrutura de entrada é interligação do sistema de cabeamento estruturado com o mundo externo. Observação Esse espaço de cabeamento estruturado é chamado popularmente de facilidades ou de facilidade de entrada. É normalmente na infraestrutura de entrada que se encontra o demarc (também conhecido como ponto de demarcação), que separa o cabeamento externo do cabeamento interno, ou seja, quando se encerra a responsabilidade do provedor de serviços e se inicia a responsabilidade da rede interna. A figura a seguir situa a infraestrutura de entrada no sistema de cabeamento estruturado. 84 Unidade II TR TR TR TR ER EF Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal TO TO TO TO Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) TO TO TO TO Infraestrutura de entrada Figura 44 – Infraestrutura de entrada e suas interligações Na infraestrutura de entrada encontra‑se o DG (Distribuidor Geral), o DID (Distribuidor Intermediário Digital) e o DGO (Distribuidor Geral Óptico). No DG encontram‑se terminados os cabos de pares de telefonia oriundos da operadora de telefonia pública. No DID encontram‑se as conexões que utilizam cabos coaxiais em links E1 e T1. No DGO encontram‑se as fibras ópticas entregues pela operadora no demarc. A figura a seguir representa um DG. 85 INFRAESTRUTURA DE TI Figura 45 – Exemplo de um DG A localização da infraestrutura de entrada é um aspecto de grande importância. A ideia é implementar esse espaço em local seco, livre de inundações e o mais próximo possível da entrada de energia elétrica do edifício,de forma a garantir uma agilidade na interligação do aterramento. A norma ANSI/TIA‑569‑C especifica as dimensões da infraestrutura de entrada de modo similar à sala de equipamentos que abriga um distribuidor de campus, de forma que o espaço mínimo é restrito a 12 m² para uma área de edifício de 50.000 m². Para cada 10.000 m², acrescenta‑se 1 m² ao tamanho do espaço da infraestrutura de entrada (MARIN, 2013). A norma ISO/IEC 14.763‑2 dá uma tratativa diferenciada no que tange às dimensões da infraestrutura. Essa norma informa recomenda, para efeitos de dimensionamento, que a infraestrutura de entrada seja como uma sala de telecomunicações de baixa densidade. 4.2.9 Requisitos importantes nos espaços de telecomunicações A partir de um apanhado geral das normas para espaços de telecomunicações, destacam‑se alguns pontos primordiais de forma resumida para o perfeito funcionamento do sistema de cabeamento estruturado. São eles: • segurança: as normas reforçam a importância da segurança física das instalações de forma que o controle de acesso seja restrito ao pessoal autorizado, havendo também um plano de segurança do edifício; 86 Unidade II • localização: é preciso valorizar os locais onde os espaços serão implementados, atentando para a possibilidade de expansão e a facilidade de acesso (inclusive para permitir a locomoção com grandes e pesados equipamentos); • altura: as normas especificam que a altura entre o piso acabado e o teto do espaço seja de, pelo menos, 2,4 metros, além do vão entre as lajes de pavimentos sejam de pelo menos 3 metros; • piso/parede/teto: claros e antiestéticos, devem ser tratados de forma a acumular o mínimo possível de poeira; cabe também mencionar a importância de não haver infiltrações; • climatização: os espaços de telecomunicações precisam ter um controle de temperatura e umidade, de forma a não prejudicar a operação dos dispositivos ativos de rede. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre cabeamento estruturado, leia os capítulos inicias da obra indicada a seguir. MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. Resumo Aprofundamos o estudo sobre sistemas de informação, mencionando os sistemas de suporte a decisão, sejam elas decisões estruturadas, sejam elas não estruturadas. Também foram abordados os sistemas de inteligência artificial e as especialidades encontradas. Viu‑se o início das infraestruturas de redes de computadores, com ênfase no cabeamento estruturado. Foram apresentados os subsistemas de cabeamento estruturado horizontal e vertical, bem como suas características. Por fim, foram apresentados os espaços de telecomunicações e de cabeamento estruturado, contemplando as áreas de trabalho, as salas de telecomunicações, as salas de equipamentos e a infraestrutura de entrada, que contém o ponto de demarcação que limita a responsabilidade da operadora de telecomunicações e a organização propriamente dita. 87 INFRAESTRUTURA DE TI Exercícios Questão 1. (IBFC 2019) Quanto aos meios de transmissão de uma rede de computadores, relacione as colunas a seguir. Quadro 3 Coluna 1 Coluna 2 I. Rede por cabo II. Rede sem fios A. Rádio B. Fibra óptica C. Coaxial D. Par trançado Assinale a alternativa que apresenta a relação correta. A) I‑A; I‑B; I‑C; I‑D B) I‑A; I‑C; II‑B; II‑D C) I‑A; II‑B; II‑C; II‑D D) I‑B; I‑C; I‑D; II‑A E) I‑A; II‑C; II‑C; II‑D Resposta correta: alternativa D. Análise da questão As redes por cabo são feitas por meios físicos. Isso significa que a rede por cabo (I) pode se relacionar com fibra ótica (B), cabo coaxial (C) e par trançado (D). Nas redes sem fio, como o nome indica, não existe meio físico de conexão: isso significa que a a rede sem fio (II) se relaciona com a transmissão por rádio (A). Questão 2. (IF Sertão‑PE 2016) Levando em consideração os conceitos acerca de cabeamento estruturado, marque o item cuja afirmação está incorreta. A) A sala de equipamentos é o local mais importante da rede no que diz respeito aos equipamentos ativos. Pode concentrar todos os cabos do backbone e os cabeamentos horizontais do mesmo piso e da sala de entrada do edifício (EE). 88 Unidade II B) Pela NBR 14565:2013, há a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho. C) Cross‑cable ou cabo cruzado é uma estrutura de rede local que tem como função interconectar áreas verticais distintas utilizando um patch painel. D) A sala de telecomunicações é a área que pode ser substituída por armário de telecomunicações e é responsável pelas distribuições do cabeamento através dos andares. E) Patch cord é um segmento de cabo que pode ser de par trançado ou fibra óptica. É utilizado para conexão entre tomada de telecomunicações e computador ou entre patch painel. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: a sala de equipamentos é o espaço de telecomunicações destinado a abrigar os equipamentos de uso comum em toda a rede, terminação de cabos e os distribuidores do sistema de cabeamento estruturado. Ela é o local mais importante do sistema de cabeamento estruturado, pode conter um distribuidor de campus e/ou distribuidor de edifício, concentrando o cabeamento horizontal e o cabeamento de backbone. B) Alternativa correta. Justificativa: a primeira especificação que aparece na NBR 14565:2013 é a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho. Essas tomadas, obrigatoriamente, são terminadas em conectores RJ‑45, onde são conectados cabos de par trançado categoria 5e ou superior. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o cabo crossover ou cruzado é um cabo simples como o par trançado, com geralmente o padrão de categoria 5. Ele é um cabo que geralmente possui uma cobertura de plástico azul ou preta. D) Alternativa correta. Justificativa: em edifícios e pavimentos onde não seja exequível a construção de uma sala de comunicações, pode‑se utilizar um espaço menor. Uma das alternativas é a instalação de um armário de telecomunicações no shaft do edifício. E) Alternativa correta. Justificativa: o patch cord é um pedaço de cabo, que pode ser de par trançado ou fibra óptica, usado na conexão entre a tomada de telecomunicações e o computador.
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