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Universidade do Vale do Rio dos Sinos Atividade acadêmica: Biofísica Prof ª Patrícia Sant’Anna Bioeletricidade Biofísica é o estudo dos fenômenos físicos aplicados aos organismos vivos. Bioeletricidade: Há 2 tipos de cargas elétricas na natureza, positivas (prótons) e negativas (elétrons), sendo que carhas iguais se repelem, enquanto que as opostas se atraem. Os átomos de elementos com excesso ou deficiência de elétrons são íons: os carregados positivamente são os cátions, e aqueles carregados negativamente são os âmions. Neste sentido, é possível que se forme um campo elétrico, pois cada carga cria em volta de si um campo elétrico, onde a força elétrica das partículas carregadas (nesse caso os íons) é transportada para outras partículas carregadas. Figura 1: Linhas do campo elétrico em volta de partículas carregadas de maneira oposta (A) e 2 cargas = (B). A configuração das linhas do campo refletem a atração ou repulsão. Alguns conceitos são importantes de serem abordados quanto queremos estudar sobre a bioeletricidade, sendo alguns deles: Voltagem (V): força eletromotriz (fem) ou diferença de potencial (ddp) entre 2 pólos. Volt= total de trabalho necessário para mover 1C A força exercida entre as 2 cargas é expressa em Coulombs (C); Nos recursos eletroterapêuticos, vocês verão que a intensidade das correntes são expressas em miliamperes (mA). Esta medida se faz pelo raciocínio: 1 C/s = 1 Ampere; 1mC/s = 1 mA; Corrente elétrica (A): movimento de partículas carregadas através de um condutor em resposta a um campo elétrico. As cargas para os fenômenos elétricos na membrana celular são íons, tais como, Na+,K+, Ca++ e Cl-.No nosso corpo, podemos exemplificar assim: Partículas carregadas: íons; Condutor: Tecidos; Condutância : facilidade relativa ao movimento de partículas carregadas; Capacitância: capacidade de armazenar uma carga. A membrana pode ser considerada um capacitor, como observado na Figura 2, retirada do livro “biofísica essencial”. Figura 2: A membrana como um capacitor Impedância (ohm): oposição relativa ao movimento de partículas carregadas. (íons em tecidos biológicos) Condutores: substâncias nas quais as partículas carregadas se movem facilmente quando colocadas em um campo elétrico; Os tecidos biológicos são condutores porque os íons estão livres para moverem-se quando expostos às forças eletromotrizes. Bons condutores seriam o tecido muscular e nervoso. Isolantes: substâncias que tendem a não permitir movimento livre de partículas carregadas, como por exemplo pele e tecido adiposo. Potencial de repouso celular: diferença de potencial negativa e constante entre o seu interior e o seu exterior. Estado estável, mas não equilibrado. A célua como ser considerada como uma “pilha”, como exposto na Figura 3, retirada do livro “biofísica essencial”. Figura 3: A pilha celular Potencial de ação: alteração rápida do potencial trasmembrana. Figura 4: potencial de ação Potencial de ação: alteração rápida do potencial transmembrana As células conseguem responder a estímulos pois são capazes de: Gerar força eletromotriz; Manter, aumentam ou diminuem a diferença de potencial conforme a necessidade; Usar resistências variadas em série e em paralelo; Armazenar carga. Membrana celular Define os limites da célula, mantendo as diferenças de composição entre os meios intra e extracelular. Funções: promover, de forma seletiva, trocas entre os meios intra e extra celular; manter moléculas como proteínas e pequenos solutos no interior da célula. A membrana serve como uma barreira de permeabilidade, permite que a célula mantenha a composição citoplasmática diferente da composição do fluido extracelular. Sua composição tem sido estudada a partir das propriedades físicas. O Atual Modelo é o de Mosaico fluido (Singer e Nicolson, 1972); Este modelo constituído de uma bicamada lipídica, onde há proteínas inseridas intrínsicamente, as quais permite comunicação do citoplasma com o meio extracelular, e extrínsicamente, que são de superfície. Modelo atual da membrana: Passagem seletiva de íons pelas proteínas intrínsecas (atravessam toda a espessura da membrana), que são chamadas de canais. Liberdade de movimento das proteínas na bicamada lipídica. Distribuição aleatória de componentes moleculares na membrana. Composição da membrana celular: Há 3 tipos de lipídios na membrana: - Esteróides - colesterol - Fosfolipídios – Esfingomielina, Fosfatidilcolina, Fosfatidiletanoamina, Fosfatidilserina ,Lecitin - Glicolipídios Figura 5: Membrana celular As moléculas lipídicas são anfipáticas, possuem : hidrofílica ou polar (solúvel em meio aquoso) e hidrofóbica ou apolar (insolúvel em água, porém solúvel em lipídios e solventes orgânicos), composta pelas duas cadeias de ácidos graxos. A membrana plasmática não é uma estrutura estática, os lipídios movem-se proporcionando uma fluidez à membrana. Os movimentos possíveis estão descritos na Figura 6.: Figura 6: Movimentos da membrana - Flip-Flop - movimento de passagem de um lipídio de uma monocamada para outra. Ocorre raramente. Deve-se a baixa afinidade da cabeça polar com as caudas de ácido graxo, dificultando a passagem da cabeça polar (hidrofílica) dentro da região apolar (hidrofóbica) da bicamada lipídica. - Difusão lateral – os lipídios movem-se lateralmente ao longo da extensão da camada. - Rotação - movem-se ao longo do seu próprio eixo, em movimento rotacional. - Flexão – Movimento das caudas hidrofóbicas dos lipídios. A fluidez da membrana plasmática é controlada por fatores físicos e químicos: Temperatura : quanto mais alta ou baixa, mais ou menos fluida será a membrana, respectivamente. O número de duplas ligações nas caudas hidrofóbicas dos lipídios : quanto maior o número de insaturações, mais fluida a membrana. Concentração de colesterol : quanto mais colesterol, menos fluida. O colesterol, por ser menor e mais rígido, interage com os lipídios adjacentes, diminuindo a capacidade de movimentação. Tamanho da cauda do lipídio: quanto mais curta a cauda do fosfolipídio mais intensa será a flexão da cauda e, portanto, maior a fluidez da membrana. Lei do tudo ou nada: Se uma célula despolariza e o seu limiar de estimulação é alcançado, o potencial de ação é inevitável. Se este limiar não for atingido, ou seja, se o influxo de Na+ não for suficientemente forte para despolarizar a célula, então não ocorrerá o potencial de ação. Por isto o processo de produção deste potencial é conhecido como um fenômeno do tipo “tudo ou nada” e se aplica a qualquer célula excitável. REFERÊNCIA ALBERTS, Bruce. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. COOPER, G. M. A célula: uma abordagem molecular. 2. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2001. KITCHEN, S. Eletroterapia - prática baseada em evidências. 11°. SP. Manole. 2003 MOURÃO JÚNIOR, C A; ABRAMOV, D M. Biofísica essencial. 1ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
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