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Evasão Escolar

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Dezembro de 2002, UFRGS, Porto Alegre - RS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG
SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EaD
CAUSAS DA EVAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CIDADE DE PONTA GROSSA
Cristiane de Melo (UEPG) cristianemmattos83@gmail.com
Prof. Fábio Gomes da Silva, Coordenador prf.fabio.uepg@hotmail.com
Resumo: 
Ao se tratar de educação, toda população é ciente dos déficits que existem entre o querer ensinar/aprender e os percausos no caminho, sendo que muitos desses acabam por ser demasiados e afastam os discentes ao prosseguimento de seus estudos na idade correta, acarretando assim, a evasão escolar. Diante disso e dos casos crescentes surgiu a modalidade de ensino conhecida como Educação de Jovens e Adultos – EJA. Sendo assim, o objetivo da presente pesquisa é analisar os motivos relatados por docentes e educandos para que ocorra de forma tão acentuada a desistência nessa etapa educacional, para tanto, foi pesquisado o CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS- CEEBJA- o qual possui a EJA de Ensino Fundamental e Médio e, a forma de embasemento teórica foi feita por meio de questionários objetivos disponíveis em plataforma digital assim como, por revisão da literatura de autores do tema em destaque. 
Palavras-chave: Evação Escolar; EJA. Educação Remota; Motivos da Evação; Perfil dos Estudantes.
1. INTRODUÇÃO
 
	Ao se tratar do ensino de jovens e adultos, sabe-se que a EJA, sigla dada para a Educação de Jovens e Adultos em âmbito nacional, é uma realidade garantida e assegurada legalmente aos cidadãos que não conseguiram por algum motivo concluírem seus estudos em idade, considerada, certa. 
Sendo assim, a EJA está disposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN Nº 9.394/1996, constituída e caracterizada como educação básica, nas suas etapas de Ensino Fundamental e Médio, destinando-se à quem se afastou dos estudos e desejam retornar aos mesmos.
Sabe-se que há muitos comentários maldosos em relação a EJA, ouve-se dizer em falta de vontade, de interesse, ou ignorância por parte dos pais, em não permitir e/ou possibilitar que os filhos estudassem, e assim por diante.
 Porém, essa cultura precisa ser revista e que haja mudanças holisticas da forma como os sujeitos analisam quem não conseguiu concluir sua escolaridade na idade certa, fato este que após a Educação de Jovens e Adultos ser estabelecida pela LDBEN, ganhou um pouco mais de visibilidade para esse tipo de educação, e, desde quando passou a ser incorporada como modalidade e passou a ser trabalhada pelo Estado, houve maior crescente de debates e esclarecimentos sobre a temática.
Segundo Oliveira & Junior (2017) muitos são os motivos de não permitir que um filho estude, ou até abandone os estudos na idade correta, dessa forma é necessário considerar que a evasão escolar é uma situação problema, que traz consigo muitas situações. 
Fatores salietados e ratificados pela Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos (2016) a qual, dispõe que a realidade dos educandos dessa modalidade de ensino são de idosos que não puderam concluir os estudos em outras ocasiões; jovens ou adultos que buscam a EJA para ingressar ou se manter no mercado de trabalho; adolescentes oriundos de uma educação convencional defeituosa, as quais, por insucessos repetidos proporciaram a evação escolar outrora.
Além dos motivos citados, Oliveira & Junior (2017) relatam que percebe-se a ascenção de vagas preenchidas por mulheres, que devido as ramificações familiares de sistemas patriarcais, o que ocasionou com que estas não tivessem acesso a escolarização quando gozavam de juventude, trazendo-as assim, a frequentar a modalidade de ensino para jovens e adultos, fato que acomete também, as pessoas que apresentam necessidades especiais que não eram assistidas anteriormente, tal qual, residentes dos campos e áreas rurais que não tinham acessibilidade as escolas ofertadas em suas épocas escolares as quais, estão retomando as mesmas com o passar do tempo.
Em relação a educação, segundo Ceratti (2008), convém esclarecer que o termo evasão escolar será entendido como resultado do fracasso escolar do estudante e da própria instituição escolar, assim também, como seus efeitos na produtividade da escola. 
Na modalidade da EJA, Bezerra (2017) salienta que o professor precisa ter diferentes métodos, que venham de encontro com a carência de seus alunos, a forma correta de propor o trabalho terá como resultado um aluno mais encorajado a continuar sua batalha que muitas vezes não é fácil e quase sempre vem acompanhada por muitos percalços pela frente.
Com o intuito de melhorar esse quadro dentre muitas mudanças que vem ocorrendo, a EJA se apresenta com a promessa de alfabetizar ou possibilitar continuidade de estudos, para os brasileiros que não tiveram oportunidade na idade escolar certa, sem fazer com que a escola perca sua identidade e seu objetivo educacional, superando tanto o fracasso, a repetência, e a própria evasão escolar. Esses motivos precisam ser resolvidos para que o jovem e o adulto possam voltar para a escola, sentindo-se valorizado, e não desprezado ou envergonhado. 
(Bezerra, 2017)
As causas da evasão, de acordo com Ajala (2011) estão ligadas a dificuldade de conciliar o estudo com a vida profissional, as condições de acesso e segurança precárias, horários incompatíveis e com as responsabilidades que são obrigados a assumir. 
O que se vê é que cada vez mais a evasão escolar vem adquirindo espaço nas discussões e reflexões realizadas pelo Estado, pela sociedade civil, e pelas organizações e movimentos relacionados à educação no âmbito da pesquisa científica e das políticas públicas, para que isso não se perca, é necessário que se lute por uma educação de qualidade, contendo as especificidades dos educandos na EJA (QUEIROZ, 2002).
Diante disto, essa pesquisa tem como foco principal a evasão na Educação de Jovens e Adultos, por meio de uma pesquisa simples e de baixo custo, realizada com questionários respondidos pelos alunos que frequentam o "CEEBJA Prof. Paschoal Salles Rosa" em Ponta Grossa, será possível traçar um perfil dos alunos que frequentam a EJA, as principais causas do abandono escolar, qual sua visão em relação a essa modalidade de ensino.
Em um primeiro momento será abordado as características principais da educação de jovens e adultos, apresentando suas particularidades em relação ao ensino regular e, dando enfoque aos motivos relatados, estudados e observados para que haja a evasão escolar. Assim, diante desse quadro, levantar a propostar de reflexão do porque dados ressaltam os indices altos de desistência durante esse ensino.
1.1.PROBLEMATIZAÇÃO
	Sabendo-se que muitos brasileiros não tiveram a oportunidade de estudo em idade certa, por vários motivos e fatores, as quais por meio das políticas públicas criou-se leis que os ajudassem a dar início ou continuidade em seus estudos pela modalidade de ensino de jovens e adultos – EJA, esse estudo questiona-se: Quais os fatores que influenciam os indíces de evação escolar dos discentes do ensino de jovens e adultos da cidade de Ponta Grossa/PR com foco do ano de 2020.
1. 1.2. JUSTIFICATIVA
Considerando que a evasão escolar não se trata de um problema isolado, e nem regional, mas sim de uma conjuntura nacional e juntamente com ela, pode-se citar todo sistema educacional brasileiro, somando-se a isso encontramos outras questões não menos importantes envolvidas, como o analfabetismo e a desvalorização do profissional da educação.
Com tudo, também pode-se citar a questão social, com destaque a linha da pobreza que tem um forte peso sobre a eficácia e permanência do aluno na escola. Aliado a isso, a evasão ocorre intensificando cada vez mais o problema educacional, e por consequência o social. Preocupados com esse cenário, profissionais da educação unem-se em seus esforços para amenizar toda essa questão, e buscar uma forma de fazer da escola um local de permanênciados alunos, com o intuito de que ocorra a aprendizagem.
Diante dessa realidade, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no período de 2007 a 2016, houve uma redução significativa no número de alunos que abandonaram a escola, em 2007 eram 13,2% já em 2016 esse número caiu para 6,6%, mas ainda está longe de ser o ideal para que se alcance a erradicação total do analfabetismo no Brasil. Em meio a tantas desistências, muitos desses alunos ainda retornam para escola, tendo como agravante a condição de defasagem da idade em relação a série frequentada, o que pode causar constrangimento e até uma nova evasão.
Com o intuito de analisar a questão do fracasso escolar no Brasil, FREITAG (1980:61) faz uma comparação das décadas de 1960 e 1970, onde: "Dos 1000 alunos iniciais de 1960, somente 56 conseguiram alcançar o primeiro ano universitário em 1973. Isso significa taxas de evasão 44% no ano primário, 22% no segundo, 17% no terceiro. A elas se associam taxas de reprovação que entre 1967 e 1971 oscilavam em torno de 63,5%”. Segundo esse mesmo autor, usou-se o parâmetro da década de sessenta, por haver uma nova perspectiva de ensino para jovens e adultos no Brasil.
Sendo assim, sabe-se que todo o sistema educacional vem buscado melhorias, mas de forma especifica, a EJA precisa ter uma atenção especial, pois tenta recuperar a autoestima de pessoas que não tiveram oportunidade de estudar no período da infância. Diante dessa constatação é que tem a pretensão de buscar através de questionário toda essa questão de evasão da EJA, que permeia por situações complexas que estão relacionadas não somente diante de dificuldades ou de falta de interesse, onde abandonam a escola, mas também, comprometidas com outros agravantes que, apesar de participar e desenvolver com facilidade as atividades escolares, também evade, ainda que por motivos diversos. Como poderá ser constatado na coleta de dados.
	Dessa forma, evidencia-se a relevância da presente pesquisa, assim como, justifica-se os motivos pelos quais foram escolhidos esse tema pela pesquisadora e, sua significância para pesquisas posteriores voltadas 
à mesma temática.
1. 1.3. OBJETIVOS
1.3.1. Objetivo Geral
	O principal objetivo da pesquisa, será analisar os fatores que influenciaram no índice de evasão escolar na Educação Jovens e Adultos (EJA) em especial, na instituição escolar Professor Paschoal Rosas, localizada em Ponta Grossa, no Paraná.
1.3.2. Objetivos Específicos
Investigar as causas de evasão escolar e o perfil dos alunos que frequentam essa modalidade de ensino – Educação de Jovens e Adultos;
Realizar um questionário destinado aos alunos da educação de jovens e adultos; 
Identificar as possíveis causas do abandono da escola.
Coletar dados que auxiliem a pesquisa à traçar o perfil dos alunos que frequentam a EJA.
 Desenvolver soluções que contribuíram para o processo educativo e redução da evasão escolar. 
Contribuir de maneira sucinta para futuras pesquisas relacionadas ao tema em debate ao longo da pesquisa.
2. 1.4. APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A pesquisa foi organizada para que fosse feito algo simples, objetivo e com custo baixos, sendo assim, a pesquisadora em apoio com os professores da escola CEEBJA Prof. Paschoal Salles Rosa, em Ponta Grossa, no Paraná, desenvolveram um questionário com perguntas fechadas e abertas, as quais foram respondidas pelos discentes da mesma, com o intuito de identificar e relatar as principais causas de evasão enfrentadas pelos alunos da EJA.
A instituição de ensino citada, a qual foi realizada a pesquisa, atua no ramo de atividades escolares, tendo como objetivo levar um bom aprendizado aos seus alunos. A CEEBJA Professor Paschoal Salles Rosa, encontra-se no endereço: Praça Barão de Guaraúna,, 179, no bairro Central da cidade de Ponta Grossa, no estado de Paraná, sob o CEP 84.010-670 e telefone para contato, disponíveis em suas plataformas virtuais, sendo este (42) 3225-1610, caso haja a necessidades de maiores esclarecimentos ou informações sobre a mesma.
3. 1.5. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho será dividido em três ramificações, os quais, em um primeiro momento será explanado a introdução do tema proposto, assim como a sequência ao qual foi elaborado. Diante disto, em um segundo momento, será feita uma analise da modalidade de ensino EJA, como essa é estruturada, suas pecularidades e os perfis dos seus alunos. 
Em um momento final, entrará em foco o objetivo principal da presente pesquisa, que será o de analisar e levantar dados que demonstre os motivos que ocorre a evasão escolar na EJA. Findando assim, com as considerações finais, trazidas pela pesquisadora dos dados observados e as intervenções possíveis para que haja mudanças significativas na queda de desistência dos educandos da Educação de Jovens e Adultos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação de Jovens e Adultos – EJA está prevista como parte integrante da Educação Básica, sendo, portanto, dever de o Estado proporcionar a educação aos que não foram escolarizados na idade considerada como correta. Determinada nas Diretrizes Curriculares propostas e na Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A 14 idade mínima para frequentar a EJA é 15 anos para o Ensino Fundamental e 18 anos para o Ensino Médio. No Art. 22 da LDB nº 9.394/96 dispõe que: 
Está prevista a Educação de Jovens e Adultos – EJA, classificada como parte integrante da Educação Básica, sendo, portanto, dever de o Estado disponibilizar vagas nessa modalidade de ensino aos que não foram escolarizados na idade considerada como correta. Antes, porém, é necessário analisar, mesmo que de forma breve, a história da Educação de Jovens e Adultos (LDB nº 9.394/96).
 Assim sendo, os indivíduos que frequentam essa modalidade de ensino quase sempre têm diferentes culturas, idades, crenças, raças e gêneros, além disso comumente encontram-se neste modelo de educação os alunos considerados de terceira idade. Nesta fase da vida a volta aos estudos é de extrema importância, pois além de proporcionar conhecimento, para muitos representa o aumento da autoestima, da integração social e da satisfação pessoal. 
Também previsto na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5º, é assegurado a todos estudar tanto em escola particular quanto oficial, sem discriminação de qualquer espécie; portanto o direito do idoso à educação faz jus diante das legislações, bem como disposto no seu estatuto que diz: Art. 21 da Lei nº 10.741 de 01 de outubro de 2003 o “Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados”.
 Paulo Freire em uma interpretação crítica do mundo, propõe que a alfabetização de adultos deve surgir com base onde o educando está inserido numa realidade em que vive, e que possa participar de sua transformação. Segundo Freire (1996) em suas palavras afirma que:
Ensinar exige respeito aos “saberes dos educandos” de forma que educadores e escolas devam não somente respeitar os saberes trazidos pelas classes populares, os quais foram construídos socialmente na prática comunitária, mas também buscar o estabelecimento das razões de ser destes saberes com os conteúdos pela escola trabalhados (FREIRE, 1996, p.33)
 Esse modelo de ensino mostra que a educação é um instrumento que permite mudança na vida de todas as pessoas, independentemente de classe social ou idade, estudar pode não resolver todas as injustiça sociais, nem acabar com os problemas da sociedade, mas é o meio pelo qual a pessoa pode reescrever sua própria história é comum ainda, a concepção de que a partir de certa idade já é tarde para se estudar, no entanto, há inúmeras histórias de vida que têm mostrado justamente o contrário: a garantia da educação de qualidade para jovens e adultos tem permitido mudanças nos sujeitos envolvidos, abrindo novas possibilidades pessoais e profissionais.
Não devemos nos esquecer das diversas histórias de vida que não são mostradas nos jornais, mas que mudaram paramelhor graças a EJA, apesar de ainda haver muito preconceito em relação a educação de jovens e adultos, é inegável o benefício que essa modalidade de ensino tem prestado às pessoas que não puderam estudar na idade apropriada. (FREIRE,1966)
Os alunos frequentadores da escola noturna, segundo Ajala (2011) são em grande quantidade formada por trabalhadores, que encontram dificuldade para ajustar horário do trabalho e estudos, a maioria destes iniciou o trabalho cedo, e foi obrigado a abandonar os estudos, outros tinham que cuidar de irmãos menores para que seus pais trabalhassem, alguns se casaram muito jovens e se viam com afazeres de casa, filhos e marido para cuidar, enfim são muitos os motivos que levam os jovens e adultos a ficarem de fora do método de escolarização em idade regular e que acabam por levar o estudante a infrequência ou abandono de seus estudos.
 Arroyo (2006) nos diz, e serve como reflexão sobre essa situação:
 […] os jovens e adultos continuam vistos na ótica das carências escolares: não tiveram acesso, na infância e na adolescência, ao ensino fundamental, ou dele foram excluídas ou dele se evadiram; logo propiciemos uma segunda oportunidade. (ARROYO, 2006, p.23). 
Essa nova concepção de alfabetização, vem acompanhada por um processo de construção do conhecimento, que se dá por meio de diálogos de interação entre professor e aluno levando em conta suas experiências, opiniões e sua história de vida, a fim de que as informações fornecidas por ele, e o conteúdo preparado para as aulas a metodologia e materiais utilizados sejam compatíveis e adequados à realidade dos educandos, os estudos desses alunos foram marcados pelo insucesso ou fracasso escolar, o que fez deles estudantes inseguros, de baixa autoestima. (ARROYO,2006)
Nesse contexto, seja qual for qual for a decepção, por minúscula que pareça, leva-o novamente a desistir dos estudos. Ambos, professor e aluno devem caminhar juntos, interagindo durante o processo de alfabetização. É importante que o adulto alfabetizando compreenda o que está sendo ensinado e que saiba aplicar em sua vida o conteúdo aprendido em aula. 
Criar novos métodos de aprendizagem, com conteúdo a ser ensinado com a preocupação de que os alunos estejam compreendendo o sentido para o sistema da escrita, a partir de temas e palavras ligadas às suas experiências de vida.Às vezes a falta de interesse do aluno, traduzida na evasão escolar é uma maneira de mascarar sua incapacidade para se esforçar. Mas em outras ocasiões não é assim. 
O aluno faria um esforço se percebesse que os conteúdos da aprendizagem são medianamente atrativos, úteis, conectados, com sua vida diária, atraentes o suficiente para que o esforço valha a pena. Quando, pelo contrário, descobre que aprender supõe apenas memorizar certos conteúdos distantes para recuperá-los depois em uma prova, sua atitude defensiva diante da aprendizagem vai se consolidando. Pouco a pouco, seu atraso vai se ampliando e chega um momento em que a distância com o ritmo médio da turma se torna intransponível. O aluno com dificuldades específicas de aprendizagem não apresenta, de início, problemas de motivação, se bem que progressivamente pode se sentir incapaz de realizar as tarefas propostas e abandona qualquer tentativa de superá-las, já que as atividades propostas estão cheias de respostas para perguntas que ele não sabe quais, CERATTI, M. R. N. (2008). 
A alfabetização de jovens e adultos é uma necessidade, à medida que a sociedade se desenvolve novas possibilidades de crescimento profissional surgem e exigem maior qualificação e constante atualização de habilidades e conhecimentos, juntamente com elas, surge a necessidade da escolarização e isso é muito bom, pois a educação dos adultos favorece a educação de crianças e adolescentes pois quanto mais os pais estudam mais conscientes ficam da importância da educação e mais contribuirão para que seus filhos frequentem e permaneçam na escola essa mudança de comportamento é a responsável pelo crescimento social, pois à medida que as pessoas vão ficando mais escolarizadas, o nível de vida melhora, as pessoas ficam mais críticas e exigentes.(CERATTI,2008)
 Com isso, vão melhorando as condições de alimentação, higiene, saúde, segurança e satisfação pessoal, assim, mesmo que tardia, a educação possibilita e contribui para o desenvolvimento da sociedade.
2.1.1 A EVASÃO NA EJA
A preocupação com o fenômeno da evasão escolar - primeiro objetivo de discussão deste estudo - perpassa, como afirmamos anteriormente, todos os níveis de ação e de participação no processo educacional - governamental, institucional. Comprova-se que muitos dos desafios da educação brasileira podem ser superados por meio da conversa e de troca de experiências com outros professores, coordenadores, gestores, pais e alunos, bem como a comunidade ao entorno da escola.
Cabe ressaltar, como já supracitado que a evasão é um problema antigo no Brasil. Segundo Dantas (2010), todos os anos milhares de crianças e adolescentes passam por essa experiência danosa ao seu futuro e ao do país. Vale lembrar que essa evasão acontece em todos os níveis de ensino, incluindo ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, o que não exclui desses índices a modalidade de ensino EJA.
A questão evasão escolar na educação de jovens e adultos – EJA, levanta algumas contradições entre autores, pois cada um vê a evasão de ângulos diferentes, de modo diverso e por amplos motivos como afirma Amaral e Costa (2005).
Segundo esses autores, várias são as causas da evasão na EJA, tais como as sociais, políticas, culturais e pedagógicas. Os mesmos enfatizam que entre as pedagógicas, pode-se destacar a falta de uma proposta pedagógica em que as disciplinas sejam integradas, já que no mundo elas não estão separadas e, o adulto, por carregar um conjunto de saberes que adquiriu na prática social, precisa se situar nos conteúdos propostos para cada disciplina. 
Geralmente quando o adulto volta para a escola sente-se um pouco retraído, vê-se como uma pessoa já velha, que não teve oportunidades e desse modo, cabe ao professor estimulá-lo a fim de que ele possa participar de todas as atividades propostas e que possa se sentir bem com o seu grupo de estudos
 (AMARAL; COSTA, 2005).
É essencial reforçar a importância de integrar os alunos na vida escolar e aproveitar e fazer bom uso da experiência deles em sala de aula. Deve-se destacar que essas são algumas das chaves para abrir as portas da escola àqueles que demoraram tanto para chegar até ela, pois tiveram: pais analfabetos ou machistas; necessidade de trabalhar; inexistência de escolas próximas; paternidade e maternidade precoces e ainda, a falta de dinheiro, de transporte, de comida e oportunidade. 
Essas podem ser algumas das causas sociais para a evasão escolar que acompanham os alunos da EJA e impedem que essas pessoas concluam a educação básica, essencial para que essa pessoa tenha voz ativa na sociedade e um convívio social de qualidade.(AJALA,2011)
2. METODOLOGIA UTILIZADA NA PESQUISA 
O trabalho tem a pretensão de identificar as possíveis causas da evasão, procura com isso contribuir para o processo educativo no sentido de que através desses dados os profissionais da educação poderão realizar estratégias, com aulas diversificadas, valorizando o conhecimento prévio do aluno, e talvez assim contribuir para a redução da evasão escolar nessa modalidade de ensino. 
Tratar as causas da evasão escolar e da repetência, tem sido um dos maiores desafios que o nosso país tem enfrentado; por ter suas origens ligadas à fatores econômicos, culturais, políticos e sociais, que somados a falta de professores engajados na luta pela causa do ensino de qualidade, acabam agravando cada vez mais esse problema. 
Para uma melhor analise desta situação, foi elaborado uma pesquisa destinado a educação na EJA que teve como objetivo comparar a realidade vivenciada pelos alunos e qual perfil dos estudantes dessa modalidade. De acordo com Vergara (2007), os tipos de pesquisa podem ser definidos por dois critériosbásicos: quanto aos fins e quanto aos meios. 
. O desenvolvimento desse trabalho ocorreu mediante pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo. De acordo com Gil (2007) a pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. O autor ainda complementa que essa pesquisa envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática e em geral, assume a forma de levantamento.
A Coleta de dados foi efetuada por meio da aplicação de questionários previamente elaborados pela pesquisadora. O questionário foi composto de 10 questões objetivas (Apêndice).
A análise dos dados ocorrerram mediante a utilização de regra de três simples, para obtenção dos percentuais de resposta e posterior elaboração de Gráficos para melhor visualização dos resultados alcançados.
1. 3.1. CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA
A pesquisa caracteriza-se como sendo de abordagem teórico-metodológica que deverá orientar o percurso investigativo da pesquisa, com base condutora, a evasão escolar em EJA.
A Coleta de dados foi efetuada por meio da aplicação de questionários previamente elaborados pela pesquisadora. O questionário foi composto de 15 questões objetivas (Apêndice). 
A análise dos dados ocorrerram mediante a utilização de regra de três simples, para obtenção dos percentuais de resposta e posterior elaboração de Gráficos para melhor visualização dos resultados alcançados.
3.1.1. Quanto à Natureza
 	O desenvolvimento da pesquisa visa permitir, uma exposição mais detalhada dos próximos passos, quando da formulação e desenvolvimento do estudo em questão, para apresentar ao leitor uma melhor compreensão e entendimento do mesmo. Segundo Strauss & Corbin (1998), o método de pesquisa é um conjunto de procedimentos e técnicas utilizados para se coletar e analisar os dados. 
 A amostra é grande, a coleta de dados estruturada e a análise segue o rigor estatístico (MALHOTRA et al, 2005). Nesta modalidade de pesquisa o objetivo é medir informações sobre um assunto que já é conhecido, os dados coletados apresentam uma natureza mais estatística, permitindo que seus resultados sejam expostos em forma de gráficos, tabelas, etc. 
Conforme Santos Filho (1995), estudiosos como Gage e Shulman defendem que as várias abordagens de pesquisa são igualmente legítimas e não estão em conflito necessário. . 
Para esta pesquisa o método que melhor se integra é o da pesquisa quali-quanti, na medida em que retrata o perfil dos discentes do CEEBJA Professor Paschoal Salles Rosas, pois através da interação com o grupo, dos dados coletados e do estudo já realizados sobre o tema, se pretende entender, os motivos, causas e consequências a quem opta por esta modalidade de ensino.
3.1.2. Quanto aos Objetivos
	
 	Segundo Lakatos(2018) Pesquisa Descritiva: A pesquisa descritiva tem por objetivo descrever as características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência. Esse tipo de pesquisa estabelece relação entre as variáveis no objeto de estudo analisado. Variáveis relacionadas à classificação, medida e/ou quantidade que podem se alterar mediante o processo realizado. 
Quando comparada à pesquisa exploratória, a única diferença que podemos detectar é que o assunto já é conhecido e a contribuição é tão somente proporcionar uma nova visão sobre esta realidade já existente.
 Para este estudo foi feito uso da pesquisa descritiva, pois nos permite um diagnóstico da situação inicial a partir de informações coletadas por meio da pesquisa de campo, por meio de conversas informais nos corredores da escola, e na segunda fase a aplicação de questionários destinados aos alunos do CEEBJA (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos).
3.1.3. Quanto à Abordagem
	Para essa pesquisa foi realizada a pesquisa quali-quantitativa.
3.1.4. Quanto aos Procedimentos
Diante da grande quantidade de ramificações de formas de pesquisa, cabe ressaltar as utilizadas para o desenvolvimento do presente trabalho, sendo estas:
Pesquisa Bibliográfica: É desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, consiste na análise das fontes e no levantamento de informações, reconhecimento das ideias que dão conteúdo semântico ao documento. E a técnica utilizada para fornecer ao pesquisador treinamento cientifico, bagagem teórica e conhecimento, que habilitam a produção de trabalhos originais e pertinentes.(LAKATOS,2018)
 Pesquisa Participante: Que segundo Lakatos (2018) é o estudo baseado no envolvimento da comunidade sobre uma análise própria de sua realidade, pesquisadores e participantes da pesquisa precisam interagir, a participação social proporciona os benefícios necessários para que haja uma boa investigação e solução dos problemas encontrados. 
Pesquisa Estudo de Caso: O estudo de caso é o método que visa compreender fenômenos sociais complexos, eventos, decisões, períodos, políticas, instituições ou outros sistemas onde pesquisadores coletam dados sobre os participantes usando observações diretas, entrevistas, testes e coleções de amostras pessoas, é usado para olhar indivíduos em pequenos grupos. (LAKATOS,2018) 
Apesar de utilizar todas as pesquisas acima citadas para esse desenvolvimento, acredito que a pesquisa de campo é o procedimento mais apropriado visto que a exploração do tema pode se tornar muito amplo a delimitação e a definição do objetivo da pesquisa também foram explicitadas a fim de captar a realidade, esclarecer dúvidas e fazer novas descobertas a respeito dessa temática, com essa finalidade, a observação do ambiente também colaborou para coletar um maior número de elementos.
2. 3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA
A pesquisa foi realizada no "CEEBJA Prof. Paschoal Salles Rosa" em Ponta Grossa e foi feita em duas etapas, na primeira fase uma pesquisa de campo através da observação e conversas informais com colaboradores da secretária, pedagogas e professores, na segunda fase foi aplicado um questionário online que ficou disponível para os respondentes do dia 18/05/2020 até 25/05/2020 e foi destinado aos alunos da CEEBJA, composto por 15 questões mistas, ou seja, aberta e fechada, as questões são amplas buscando compor as causas da evasão escolar e quais consequências desta na vida dos educandos, e serviram de base para compor o perfil dos estudantes. 
3.3. INSTRUMENTO (S) DE PESQUISA
A pesquisa foi realizada por meio de questionários, com perguntas abertas e fechadas, voltados aos alunos, para que assim seja realizada uma analise de dados.
 
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Em uma breve análise das conversas informais realizadas com os atendentes da secretária, pedagogas e alguns professores é unanime a opinião de todos, que os frequentadores do CEEBJA, é composta por alunos na sua maioria de classe média e baixa, que tiveram seus estudos interrompidos em idade regular.
 Em sua grande maioria por problemas familiares, o motivo no atraso dos estudos entre os mais velhos principalmente os acima dos trinta anos, entre os homens na grande maioria por necessidade de trabalhar desde muito cedo e não conseguindo conciliar estudo e trabalho, já entre as mulheres as dificuldades geralmente se deram por proibição dos pais em continuar os estudos ou porque se casaram e constituíram família muito novas. 
Sobre os mais jovens todos descrevem os estudantes como pessoas sem muitas perspectivas ou ambições para o futuro, muitos são direcionados para o ensino EJA para cumprimento de mandatos judiciais, a pedido do INSS (Instituto Nacional Do Seguro Social) para manter benefícios sociais, outros se matriculam para conseguir alguns benefícios como transporte e até alguma vaga de emprego, mas logo acabam abandonando novamente os estudos.
 Poderemos confirmar estas informações em alguns relatos, feitos pelos próprios estudantes que foram registrados em um livro dedicado aos quarenta anos do CEEBJA Paschoal Salles Rosas. A análise dos dados se fundamenta dentro das respostasde 20 pessoas e foi aplicada a pesquisa via plataforma digital. Sendo assim, os gráficos feitos em relação a pesquisa irão ajudar a ilustrar a situação encontrada.
Gráfico 1
Fonte: Autora, 2020.
Os resultados demonstrados no Gráfico 1, evidência que 40% dos alunos estão cursando Ensino Médio e 60% ainda estão cursando o Ensino Fundamental. Com isso se explica a defasagem entre idade / série. Ao observar os sujeitos da pesquisa, constatamos que a maioria viveu uma trajetória escolar atribulada, embora tenha maior escolarização em relação aos pais. Eles viveram uma trajetória coberta de dificuldades e incertezas, com muitas idas e vindas na escola.
Nessa reflexão sobre esse sujeito nos indicou que eles são sujeitos sócio-históricoculturais com diferentes experiências de vida que se afastaram da escola devido a fatores de ordem econômica, política, geográfica e/ou cultural, e que muitas vezes ingressam de forma prematura no mundo do trabalho, o que os induz a evasão e a repetência escolar. 
Diante dessa realidade, percebe-se a importância da implementação da modalidade de ensino de Educação de Jovens e Adultos, pois é parte das necessidades reais populacionais do país, assim como salienta a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9.394/96 ao dispor e prever em seu Art.37 que “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. 
A EJA foi validamente instituída como um direito da população antes excluída da escola. Cabe as unidades municipais e estaduais de ensino ofertar a Educação de Jovens e Adultos de forma apropriada às condições destes em cada unidade da área escolar. (STRELHOW, 2010 apud AJALA, 2011)
Para SOARES (2002, p.13 apud AJALA, 2011, p.20-21)
[...] A EJA já não tem mais a função de suprir, de compensar a escolaridade perdida como esta mencionada na legislação [...] São três as funções estabelecidas pela EJA: a função reparadora, que 20 se refere ao ingresso no circuito dos direitos civis, pela restauração de um direito negado; a função equalizadora, que propõe garantir uma redistribuição e alocação em vista de mais igualdade de modo a proporcionar maiores oportunidades, de acesso e permanência na escola, aos que até então foram mais desfavorecidos, por último, a função, por excelência da EJA, permanente descrita no documento como a função qualificadora. É a função que corresponde ás necessidades de atualização e de aprendizagem continuas própria da era em que nos encontramos. Diz respeito ao processo permanente de “Educação ao longo da vida” [...]
 
É importante, portanto, que todas as equipes escolares da EJA coloquem em prática esta valorização tendo uma relação de compromisso com o ensino, aprendizagem e orientações para estes educandos, constituindo princípios para um desempenho coerente com sua realidade. (AJALA, 2011)
Gráfico 2
Fonte: Autora, 2020.
	Perguntados a quanto tempo estavam sem estudar, 45 disseram estar longe da escola de 1 a 3 anos, 35% estavam fora do ambiente escolar a mais de 10 anos, e 15% de 4 a 6 anos sem estudar, em conversa com esses jovens muitos disseram que preferem o trabalho aos estudos. O que demonstra estar havendo um confronto pessoal deste individuo entre os estudos e a dimensão da vida que o trabalho pode realizar.
	Ao iniciar os estudos espera-se que esses educandos venham concluí-los, mas durante o curso, depara-se com diversos motivos que causam a desistência e a evasão. 
Sabe-se que, se houver empenho e união dos poderes públicos, privados e da sociedade, esse quadro de desistências e evasão mudará. Vale salientar que, segundo Ajala (2011) algumas escolas já desenvolveram iniciativas na perspectiva de reverter esse quadro, com êxitos. Porém, ainda se percebe a necessidade de ir além dos avanços já propostos em várias escolas públicas do Brasil. Fatores que concorrem para a evasão escolar:
O êxito ou o fracasso escolar é causado concomitantemente pelas variáveis extra-escolares decorrentes do contexto político, socioeconômico (o ambiente externo à escola) e pelas variáveis intra-escolares decorrentes das práticas docentes e administrativas desenvolvidas no ambiente interno da escola (MELLO, 1993, p. 34 apud AJALA, 2011, p. 21). 
A evasão escolar é um fenômeno complexo causado por fatores intra e extra e escolar, a evasão é um dos fatores que indicam que algo não está bem, com a família ou com a escola. Nesse sentido, Patto (1990 apud Ajala, 2011) afirma que dentre os fatores que concorrem para o fracasasso escolar está o alto nível de insatisfação demonstrado.
Gráfico 3
Fonte: Autora, 2020.
	Perguntados sobre se esta seria sua primeira matricula no EJA o gráfico apresenta-se com 40% afirmando ser esta sua primeira procura por ensino nesta modalidade, e 60% indicando de forma negativa não ser esta sua primeira procura pela instituição, o que nos leva a repensarmos e buscarmos novos caminhos e formas para atender este público que muitas vezes ainda sonha com a conclusão de seus estudos.
	É característica dessa modalidade de ensino a “diversidade do perfil dos educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização em que se encontra, à situação socioeconômica e cultural, às ocupações e à motivação pela qual procuram a escola” ( BERNARDIM, 2006, p. 99 apud OLIVEIRA & JUNIOR, 2017, p.18). 
	Uma das principais características do aluno EJA é sua baixa auto-estima, reforçada pelas situações de fracasso escolar, ou seja, a sua eventual passagem pela escola muitas vezes marcada pela exclusão e/ou pelo insucesso escolar. Já que seu desempenho pedagógico anterior foi comprometido, esse aluno volta à sala de aula revelando uma auto-imagem fragilizada, expressando sentimentos de insegurança e de desvalorização pessoal frente aos novos desafios que se impõem (BRASIL, 2016, p. 19 apud OLIVEIRA & JUNIOR,2017, p.19). 
Essas situações fazem com que as pessoas mais pobres enfrentem mais dificuldades no acesso à escola e também em permanecer nela, constituindo e ampliando cada vez mais o número de homens e mulheres que adentram a modalidade EJA em todo o país, sendo que algumas procurarm pela modalidade mais de uma vez, como demontra o gráfico, até que consigam consiliar sua vida pessoal, profissional e escolar e chegar a conclusão do mesmo. (HAGGE, 2001 apud OLIVEIRA & JUNIOR).
Gráfico 4
Fonte: Autora, 2020.
O Gráfico 4 diz respeito ao gênero dos alunos pesquisados, sendo que ficou assim distribuído. Dentre os respondentes, 75% são alunos do sexo feminino, e 25% do sexo masculino. 
Diante desse índice foi possível observar que as mulheres são a maioria, encontram-se mais preocupadas com os estudos, que os homens, ou devido a problemas pessoais acabaram deixando os estudos de lado e somente agora após conseguir certa segurança e estabilidade social deram sequência ao sonho de conclusão dos estudos. 
Em relação aos homes a falta deste grupo, se aponta em grande parte pela incompatibilidade de horários entre o estudo e o trabalho que também tem um peso considerável.
Para Arroyo (2001 p.10) citado por Ajala (2011): 
Ao se analisar a Educação de Jovens e Adultos em um sentido amplo, tomando-se como referência a pluralidade dos sujeitos que dela fazem parte, constata-se que, longe de estar servindo à democratização das oportunidades educacionais, ela se conforma no lugar dos que podem menos e também obtêm menos.
Outro problema identificado durante pesquisa, por meio da fala das mulheres e que tem se constituído constante é com relação ao cônjuge, nos tem causado grandes transtornos por causa do ciúme, bem mais acentuado no sexo masculino, insinuando que a companheira retorna à escola, não com intuito de estudar, e sim para fins amorosos. 
Muitos são os artifícios que eles utilizam para dificultar a permanência da companheira na escola. Observou-se casos em que o marido deu-se ao trabalho de fazer presença na escola, e quando não há possibilidade de isso acontecer, o marido impõe condições e induzir a desistência com a mulher.
Modeloscomo esses são visto ao longo dos anos e discutidos em várias obras literarias durante toda a historia da sociedade, pois, devido ao patriarcado, em muitos lares ainda operante, relatos como esses serão o que não faltará.
Gráfico 5
Fonte: Autora, 2020.
	Conforme observado no Gráfico 5, 45% dos respondentes possuem idade entre 15 e 25 anos, confirmando os dados acima, e 40% possuem idade entre 26 a 36 anos. Acima dos 48 anos, percebe-se o declínio considerável, o qual 5% apenas dos alunos se declaram nessa idade. 
Percebemos aqui que não existem políticas públicas voltadas para a educação de uma maioria da população que são os idosos, existem escolas para as crianças, para os jovens e adultos (EJA), porém não há escolas destinadas somente aos idosos, os professores da EJA têm que adaptar a metodologia de ensino especificamente para o idoso
Muitos jovens e adultos acabam por abandonar os estudos por diversos motivos, entre os quais, dificuldade de aprendizagem, esgotamento físico, falta de motivação para aprender (FORTUNATO, 2010 apud AJALA, 2011, p.22).
Ainda segundo a referida autora, alguns não tiveram a oportunidade de frequentar uma escola. Há casos também em que o indivíduo, já tendo contato com a escola em uma fase de sua vida, sente vergonha em retornar aos bancos escolares ou não consegue conciliar o horário para realizar o ingresso na modalidade de ensino regular, optando pela inclusão na EJA. ( AJALA, 2011)
Gráfico 7
Fonte: Autora, 2020.
	Dentre os fatores externos relacionados à questão do fracasso escolar são apontados o trabalho, as desigualdades sociais, e a família. Nesse âmbito, chegasse a realidade de pessoas que possuem filhos e, as dificuldades enfrentadas por eles para conciliar a vida familiar, com pessoas de confiança que fique com a/as crianças e os estudos.
	Na análise da pesquisa, constatou-se que, 50% dos respondentes não têm filhos, fato esses que podem ser considerados pelo número alto de alunos matrículados na EJA para Ensino Fundamental, assim como que possuem idade entre 15 a 25 anos de idade.
	40% dos participantes, optaram pela opção que possuem 1 a 2 filhos e, 10% que têm 4 ou mais filhos. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de políticas públicas que apoiem que pais consigam dar continuidade aos seus estudos, para que com isso, possam a longo prazo, propocionar melhores condições de vida à seus herdeiros, assim como, ajuda qualitativa ao processo de escolarização das suas crianças, pois, saberão a importância dos estudos para a vida em sociedade.
Gráfico 8
Fonte: Autora, 2020.
A evasão escolar é caracterizada pelo abandono da escola, ou seja, quando o aluno deixa de freqüentar a mesma durante o período letivo. Duarte citado por Ajala (2011) caracteriza a evasão como uma expulsão escolar, porque a saída do aluno da escola não é um ato voluntário, mas uma imposição sofrida pelo estudante, em razão de condições adversas e hostis do meio. 
Diante disto, ao se analisar o gráfico, percebe-se que que ficou em 50% para alunos da EJA que trabalham e 50% declarando que não possuem emprego formal. Sendo assim:
Ao se analisar a Educação de Jovens e Adultos em um sentido amplo, tomando-se como referência a pluralidade dos sujeitos que dela fazem parte, constata-se que, longe de estar servindo à democratização das oportunidades educacionais, ela se conforma no lugar dos que podem menos e também obtêm menos. ( ARROYO, 2010 apud AJALA, 2011, p.25)
	Segundo dados do INEP (2006-2008), 15.193 jovens deixaram o ensino médio da rede pública no período diurno e 41.879 no período noturno, estas informações remetem a considerar novamente o fator trabalho como interferente direto na evasão escolar, uma vez que o público noturno dos colégios de ensino médio corresponde prioritariamente a jovens trabalhadores (BRASIL, 2018). 
Segundo Vogel e Mello (1991) citado por AJALA (2011 p. 14):
 Para a criança e o adolescente das classes populares, determinados privilégios desfrutados no seio familiar são perdidos à medida que esses sujeitos crescem e passam a ter condições de fazer certas tarefas. Esse fato vem ratificar a cultura do trabalhador, segundo a qual, para os filhos das classes populares, trabalhar, mesmo em idade precoce, é uma forma de ocupar o tempo e aprender um ofício. Nesse sentido, o trabalho é entendido não só como uma necessidade, mas também como uma virtude. 
Há vários estudos que relatam que um dos principais fatores que levam ao abandono escolar refere-se à necessidade de trabalho fora de casa. ), as crianças pertencentes às classes populares, ou seja, famílias de baixa renda necessitam deixar certos privilégios da infância de lado devido à necessidade de realizarem certas tarefas, principalmente as remuneradas. Nesta classe, em grande parte das famílias o trabalho é entendido como uma necessidade e também uma virtude.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O intuito desta pesquisa realizada na modalidade da EJA do Centro de Educação para Jovens e Adultos (Ceebja), Professor Paschoal Batista Rosas, em Ponta Grossa – Pr, no período noturno. Foi identificar as possíveis causas da evasão escolar dos alunos do EJA, e que os dados aqui reportados sirvam de alguma forma, para analisar as questões da evasão escolar nessa modalidade de ensino, e assim desenvolver estratégias que valorizem o conhecimento prévio do educando, tornar o aprendizado um pouco menos cansativo, criar formas de estimular e despertar no estudante maior interesse pelos estudos, tendo em vista que esse é um problema que se arrasta há muito tempo e que as mudanças devem ocorrer de forma lenta, mas contínua para resultar em soluções eficazes. 
Perante os resultados apresentados nos gráficos acima, pode-se observar que não há uma única causa responsável pela evasão escolar, elas são diversas e vão desde a situação socioeconômica, cultural, falta de incentivo familiar, ambiente e motivação escolar e até mesmo qualidade no ensino oferecido. 
Ao analisar as respostas do questionário somados a pesquisa de campo realizada através das conversas informais com os alunos, observou-se que, contudo, a escola busque se aprimorar, alguns alunos ainda não estão se sentindo bem dentro dessa modalidade. 
Além de todos os problemas citados pelos alunos, foi observado que os estudantes estão pouco motivados a frequentar a EJA, muitos se sentem envergonhados pelo descrédito que ainda se tem nesta modalidade dessa forma se faz necessário buscar alternativas pedagógicas, metodológicas e motivacionais como atividades diferenciadas, valorizando a experiência de vida de cada um como forma de encantar os alunos, investir mais em programas que valorize e mostre a importância deste meio de ensino para a sociedade e fazer com que a escola se transforme em um local agradável, e não seja visto apenas como algo necessário para a ascensão social e profissional. 
Contudo o desenvolvimento e melhor aprofundamento desta pesquisa esbarrou em alguns percalços, em relação à pesquisa de campo muito pouco pode se explorar do ambiente, visto que a instituição encontrou no pesquisador uma espécie de “mão de obra barata” para realizar funções que são deixadas de lado pelos colaboradores, como organização de documentação por turmas e ordem alfabética, uma vez que a escola passou por algumas reformas e esse material precisou ser todo relocado.
Como ponto positivo, é importante destacar, para que seja dado continuidade e porque não melhorado, o que foi descrito pelos alunos como ‘melhor hora da noite’, a questão do lanche carinhosamente servido pelos colaboradores da cantina, o ato de servir um simples café ou chá com biscoitos, antes mesmo do início da aula é um pequeno grande gesto de motivação aos estudantes, uma vez que muitos veem direto de seus trabalhos para escola, e tendo muitas vezes como última refeição o almoço, destaque positivo também aos profissionais responsáveis pela limpeza do colégio, pois mesmo que muitos ainda não se sintam tão à vontade no ambiente escolar, o fato de encontrarem salas de aula, corredores, pátios e banheiros sempre bemcuidados e limpos, também é sim um grande gesto de respeito e motivação a quem frequenta a escola. 
Fato que dificultou para um maior contato e diálogo com os estudantes, a indisponibilidade e falta de interesse dos colaboradores, para conversar sobre o assunto, teve grande influência negativa para um melhor alongamento da mesma, o afastamento dos alunos das aulas presenciais devido a Covid 19, também foi um fator de peso para que tão poucos alunos respondessem o questionário, pois está precisou ser enviada via plataforma virtual e a grande maioria dos estudantes não deu retorno. 	Sendo que na segunda aplicação dos questionários, houve um aumento de respostas porém, de não tanta relevância como se era esperado. 
Diante disso, e além das intervenções supra citadas, sugere-se que, o diretor da escola bem como a equipe gestora, tente de forma eficaz buscar parcerias com empresas, ONG’s; instituições de cursos profissionalizantes ou técnicos, entre outros os quais realizem oficinas, palestras, cursos rápidos, preferencialmente, que encaminhem ao mercado de trabalho posteriormente, fazendo com que os alunos da EJA vislumbrem por meio dessa modalidade de ensino novas oportunidades.
Outro fator de extrema valia para os alunos assistidos pela EJA, seria a flexibilização dos horários dos mesmos as aulas dessa modalidade, devido a tudo já apresentado ao longo da presente pesquisa. Fator que os auxiliariam em vias gerais a darem continuidade aos estudos, evitando assim os índices de evasão alarmantes devido a esse empecilho, relatado pelos próprios alunos.
Em resumo, sugere-se a parceria entre escola, aluno, famílias, cidadãos, empresas, prefeitura, enfim, a comunidade e sociedade em geral para que esses alunos que outrora já evadiram da escolarização em idade correta possam dar prosseguimento aos seus estudos com aproveitamento considerável e significativo de suas potencialidades.
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Material Disponível na plataforma AVA (ambiente virtual de aprendizado)
8		Estudos qualitativos com o apoio de grupos focados
UEPG
Praça Santos Andrade, s/nº. – Centro – Ponta Grossa – PR

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