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Prévia do material em texto

VOLEIBOL
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Voleibol – Prof. Ms. Fabiano Maranhão e Prof. Ms. Robson Amaral da Silva
Cod. 628
Olá, pessoal, meu nome é Fabiano Maranhão. Sou licenciado 
em Educação Física pela Universidade Federal de São Carlos 
(CEF/UFSCar - 2006), e mestre em Educação pela mesma 
instituição (UFSCar - 2009). Atualmente, sou pesquisador da 
Linha de Pesquisa Estudos Socioculturais do Lazer do Núcleo de 
Estudos de Fenomenologia em Educação Física (NEFEF), e 
membro colaborador do Ministério da Educação e da UNESCO 
na produção de material didático sobre educação das relações 
etnicorraciais, cuja especialidade é Jogos e Brincadeiras 
Africanas e Afro-brasileiras.
Sou praticante de voleibol desde minha adolescência, 
representando minha cidade de origem em campeonatos regionais, atuando em 
campeonatos universitários como atleta. Atualmente, sou instrutor de atividades físicas 
do SESC de Araraquara-SP, onde trabalho também com a modalidade voleibol iniciação 
para crianças e adolescentes, clube do voleibol masculino, clube do voleibol feminino e 
com a modalidade voleibol adaptado para idosos.
Desejo a todos(as) bons estudos!
E-mail: negofa_9@yahoo.com.br
Olá a todos(as), satisfação! Meu nome é Robson Amaral da 
Silva. Sou licenciado em Educação Física pela Universidade 
Federal de São Carlos (CEF/UFSCar – 2006), especialista em 
Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – 
2008) e mestre em Educação pela UFSCar (PPGE/UFSCar – 
2010). Atualmente, sou professor de Educação Física da 
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE/SP), do 
Centro Universitário Claretiano de Batatais (CEUCLAR) nos 
cursos de Bacharelado e Licenciatura. Também sou pesquisador 
da Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana 
e membro do Núcleo de Estudos de Fenomenologia em 
Educação Física (NEFEF/UFSCar), pesquisador da linha Práticas Sociais e Processos 
Educativos.
E-mail: juninhoamaral@bol.com.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
VOLEIBOL
Caderno de Referência de Conteúdo
Fabiano Maranhão
Robson Amaral da Silva
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 796.325 M26v
 Maranhão, Fabiano
 Voleibol / Fabiano Maranhão, Robson Amaral da Silva – Batatais, SP :
 Claretiano, 2013.
 200 p.
 ISBN: 978-85-67425-38-2
 1. Voleibol: perspectivas na Educação Física escolar. 2. Diálogos entre esporte e 
 Educação Física Escolar. 3. Perspectivas do ensino do Voleibol na escola. 4. 
 Aspectos históricos e sociais do Voleibol. 5. Aspectos técnicos e táticos do Voleibol. 
 6. Voleibol em diferentes grupos e contextos. I. Silva, Robson Amaral da. II. Voleibol. 
 
 
 
CDD 796.325
 
 
 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ............................................................................. 9
UnidAdE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO VOLEIBOL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 29
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 29
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 30
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 30
5 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ACERCA DO VOLEIBOL ........................ 31
6 VOLEIBOL NO BRASIL ......................................................................................... 36
7 EVOLUÇÃO DO VOLEIBOL ................................................................................... 38
8 VOLEIBOL EM DIFERENTES GRUPOS E CONTEXTOS ........................................... 42
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 66
10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 67
11 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 68
12 REFERÊnCiAS ..................................................................................................... 69
UnidAdE 2 – ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DIÁLOGOS
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 71
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 71
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 72
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 72
5 AS ORIGENS DO ESPORTE MODERNO ................................................................ 74
6 ESPORTE: CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO ............................. 78
7 AS RELAÇÕES ENTRE ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ........................... 82
8 ESPORTE E EdUCAÇÃO FÍSiCA (ESCOLAR): EM BUSCA dE 
REFERÊnCiAS nA HiSTÓRiA ................................................................................ 88
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 98
10 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 99
11 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 100
12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ..........................................................................100
UnidAdE 3 – TRAnSFORMAÇÃO dO PROCESSO dE EnSinO-APREndiZA-
GEM DO ESPORTE: O CASO DO VOLEIBOL 
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 103
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 103
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 104
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 104
5 O ESPORTE NOS DOCUMENTOS OFICIAIS DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA BRASILEIRA ............................................................................................ 105
6 CONSTRUINDO A PROPOSTA .............................................................................. 121
7 EM BUSCA DE ELEMENTOS NA EDUCAÇÃO ....................................................... 126
8 A QUESTÃO DA TÉCNICA .................................................................................... 130
9 A PROPOSTA GANHA FORMA ............................................................................. 134
10 A PROPOSTA EM MOVIMENTO .......................................................................... 140
11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 145
12 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 147
13 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................... 150
14 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 151
15 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 152
UnidAdE 4 – VOLEIBOL
1 OBJETIVOS ......................................................................................................... 155
2 CONTEÚDOS ...................................................................................................... 155
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................... 156
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 156
5 O UNIVERSO DO VOLEIBOL ................................................................................ 158
6 FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL ........................................................................... 164
7 RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO E DE 
APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL NA ESCOLA ....................................................... 173
8 ASPECTOS TÉCNICOS E TÁTICOS LIGADOS AO DESENVOLVIMENTO DA 
MODALIDADE VOLEIBOL .................................................................................... 176
9 SUGESTÕES DE ATIVIDADES ............................................................................... 180
10 ARBITRAGEM ..................................................................................................... 187
11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 194
12 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 195
13 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................. 196
14 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 198
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Voleibol: perspectivas na Educação Física escolar. Diálogos entre esporte e Edu-
cação Física escolar. Perspectivas do ensino do Voleibol na escola. Aspectos 
históricos e sociais do Voleibol. Aspectos técnicos e táticos do Voleibol. Voleibol 
em diferentes grupos e contextos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Prezados educandos! Neste Caderno de Referência de Con-
teúdo, você encontrará as unidades básicas que o ajudarão a com-
preender, de maneira crítica, reflexiva e propositiva, os aspectos 
educacionais, sociais e históricos relacionados ao Voleibol no con-
texto escolar.
Este estudo fornecerá subsídios para a sua atuação como 
educador inserido no contexto escolar e preocupado com uma 
formação crítico-reflexiva dos educandos com os quais estará em 
contato. Dessa forma, vamos, juntos, compreender o voleibol e 
dialogar sobre ele como um dos conteúdos relacionados aos es-
© Voleibol8
portes, com o objetivo de conhecer suas estruturas e possibilida-
des de construção de propostas pedagógicas significativas que são 
fundamentais para o desenvolvimento dessa manifestação da cul-
tura corporal.
A Educação a Distância exigirá de você uma nova postura no 
que tange aos estudos realizados, uma vez que você é o protago-
nista do processo educativo. Entretanto, você não estará sozinho, 
pois contará com o suporte necessário para construção do seu 
conhecimento. Esse será um desafio que enfrentaremos juntos, 
e, com sua dedicação, o crescimento profissional e pessoal certa-
mente será conquistado.
Sendo assim, não se esqueça de assumir o compromisso de 
participar e interagir efetivamente com o seu tutor e colegas de 
turma nas tarefas solicitadas a fim de que todos saiam beneficiados 
ao longo do processo. Além disso, realize o estudo dos materiais 
indicados tanto nas referências básicas quanto nas complementa-
res, o que o levará à construção de novos e sólidos conhecimentos.
O conteúdo deste material está estruturado da seguinte forma:
A Unidade 1 trata do processo histórico de surgimento da 
modalidade Voleibol – origem, evolução, chegada ao Brasil – e suas 
diferentes possibilidades de se jogar, levando em consideração os 
diversos grupos e contextos nos quais este esporte se manifesta.
Na Unidade 2, conheceremos as origens do fenômeno es-
portivo moderno em nossa sociedade, atentando para a questão 
conceitual, características e classificação. Em seguida, mediante 
um diálogo pautado na literatura especializada da área, analisare-
mos criticamente as relações estabelecidas entre a Educação Física 
escolar e o esporte, lançando mão de referências na história para 
que possamos compreender, em nosso país, as origens desses la-
ços no ambiente escolar.
Já na Unidade 3, realizaremos a extração de excertos de do-
cumentos oficiais da educação básica brasileira que se referem 
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
ao esporte para que você tenha dimensão da proposta educativa 
presente nestes documentos que citam o esporte. Dando prosse-
guimento à unidade, elaboraremos uma proposta pautada em au-
tores da área que perspectivam uma transformação no processo 
educativo do Voleibol na escola, no sentido de superar o exclusivo 
ensino da técnica nas aulas de Educação Física escolar.
E, finalmente, na Unidade 4, teremos um contato maior com 
a modalidade em si, passando pela relação teoria e prática no pro-
cesso de ensino e aprendizagem, fundamentos do voleibol e as-
pectos técnicos e táticos da modalidade estudada.
Este Caderno de Referência de Conteúdo se refere à aborda-
gem de parte dos conteúdos possíveis para o estudo do Voleibol. 
Portanto, para que você tenha uma melhor aprendizagem e fique 
ainda mais atualizado, é necessário que consulte as bibliografias, 
os textos e os sites indicados para pesquisa e, sempre que houver 
dúvidas, tire-as com o seu tutor.
Enfim, fique sempre atento, participe e interaja, para que 
você possa acompanhar mais facilmente o desenvolvimento dos 
conteúdos e atividades, assim como, obter êxito em sua formação.
Desejamos um bom estudo a todos!
Após essa introdução aos conceitos principais, apresentare-
mos, a seguir, no tópico Orientações para estudo, algumas orienta-
ções de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendizagem 
que poderão facilitar o seu estudo. 
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
AbordagemGeral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entan-
© Voleibol10
to, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico 
necessário a partir do qual você poderá construir um referencial 
teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro 
exercício de sua profissão, você a exerça com competência cogniti-
va, ética e responsabilidade social. 
Neste início de diálogo, você tomará contato com os princi-
pais assuntos que serão abordados, ainda que de forma breve e 
geral, ao longo do desenvolvimento do estudo de Voleibol. Isso, a 
nosso ver, faz-se necessário para que todos os envolvidos – estu-
dantes, professores, tutores – possam ter a dimensão do trabalho 
e das reflexões que desenvolveremos durante os estudos.
Inicialmente, gostaríamos de realizar algumas considerações 
acerca do voleibol na dinâmica da sociedade contemporânea, des-
de a sua origem histórica até o seu processo de "espetaculariza-
ção", fenômeno característico dos dias atuais. Inúmeras vezes, os 
aspectos históricos e sociais relativos à gênese do Voleibol não são 
abordados pelos professores de Educação Física na escola. Diante 
disso, o desenvolvimento deste conteúdo se faz de uma maneira 
parcial e atrelada somente aos aspectos técnicos e táticos. Mas 
trataremos dessa polêmica em nossa área mais adiante. Vamos ao 
contexto que deu origem a esse conhecido esporte!
Como você terá oportunidade de saber, se ainda não o sabe, 
o Voleibol teve origem nos Estados Unidos em 1895, na cidade 
de Holyoke, Estado de Massachusetts, com o nome de Minonette 
(ou Minonette, de acordo com alguns estudiosos). Seu idealizador 
foi o então diretor e professor do Departamento de Educação Fí-
sica da Associação Cristã de Moços (ACM) local, William George 
Morgan. O surgimento desta modalidade esportiva ocorreu devido 
à necessidade de motivação dos associados, de faixa etária com-
preendida entre 40 e 50 anos, dessa instituição, conhecidos como 
"homens de negócios", com base em uma prática corporal que fos-
se "mais suave", ou seja, menos lesiva, e que não ocorressem tan-
tos contatos físicos como era o caso do basquetebol, modalidade 
dominante da época.
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Diante disso, Willian Morgan criou um jogo de menor valên-
cia física para os associados mais antigos da ACM. Em sua estru-
tura original, o jogo era disputado em nove pontos e uma quadra 
era dividida por uma rede semelhante à do tênis, com uma altura 
aproximada de 1,90 metro, sobre a qual rebatia-se uma câmara 
de bola de basquetebol. A primeira bola de basquetebol utilizada 
era considerada muito pesada e, somente a câmara, com o tempo, 
tornou-se muito leve. Morgan solicitou à firma A. G. Spalding & 
Brothers a produção de uma bola específica para o esporte emer-
gente, que só foi aprovada após várias experiências em busca de 
um equipamento satisfatório.
Além disso, o Voleibol em seus primórdios possuía número 
de jogadores ilimitado em quadra, e a única regra exigida neste 
sentido era que cada equipe deveria possuir o mesmo número de 
jogadores. O número de toques na bola também sofreu modifica-
ções, pois no início da modalidade o jogador tinha a possibilidade 
de tocar duas vezes consecutivas na bola, e o número de toques 
era ilimitado. Os jogadores faziam um rodízio de forma a garan-
tir passagem de todos pela zona do saque, no qual o fundamento 
deveria ser efetuado, com um dos pés sobre a linha de fundo da 
quadra, sempre que uma equipe cometesse uma falta. Ao longo 
dos tempos, as regras foram sendo modificadas com o intuito de 
promover uma maior dinâmica ao jogo e torná-lo mais agradável 
de ser praticado e/ou visto.
No Brasil, há indícios de que a modalidade foi praticada pela 
primeira vez no ano de 1915, no Colégio Marista de Recife, Pernam-
buco, porém outras fontes nos indicam que o Voleibol foi introduzi-
do no Brasil em torno de 1916/1917 na Associação Cristã de Moços 
de São Paulo. Chegando a território nacional, após mais de 20 anos 
da sua criação, o Voleibol não foi um esporte que teve grande di-
fusão imediata. Registros evidenciam o Fluminense F.C. como uma 
das poucas instituições esportivas que buscaram ofertar aos seus as-
sociados oportunidades de vivenciarem a modalidade em torneios 
para os clubes filiados a então Liga Metropolitana de Desportos Ter-
© Voleibol12
restres. No Rio de Janeiro, em 1924, ocorreram os primeiros tor-
neios oficiais de voleibol por iniciativa e criação do Departamento 
de Voleibol da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos.
Diante dessa dinâmica, o Voleibol foi sendo difundido em 
nosso país, até se tornar uma das modalidades mais apreciadas 
pelos brasileiros. Com isso, é de se esperar que o mesmo tivesse 
sua prática realizada em diversos grupos e contextos, tais como: 
voleibol adaptado para deficientes físicos, voleibol adaptado para 
idosos, vôlei de praia e minivoleibol. Assim, a vivência do Volei-
bol extrapola os limites dos ginásios e das equipes de treinamento 
para servir de referência a diferentes grupos sociais.
É diante desse referencial que os estudantes da educação 
básica vão formando a sua concepção acerca do Voleibol e do es-
porte de uma maneira mais geral. Este processo de construção de 
visões sobre o Voleibol (entenda-se também esporte) conta com 
a influência da mídia, dos colegas, de professores, treinadores, fa-
miliares e outros fatores sociais com os quais o estudante está em 
contato. Dessa forma, os estudantes carregam consigo conceitos, 
valores e atitudes derivados da vivência do esporte (voleibol) nos 
diferentes contextos pelos quais ele transita.
Cabe aqui um pequeno esclarecimento para que não ocorra 
confusão conceitual quando mencionamos lado a lado as expres-
sões voleibol e esporte. Referenciamos dessa forma por entender-
mos que o Voleibol por ser um esporte, e isso nos parece óbvio, 
segue as mesmas lógicas da dinâmica desta prática social. Sendo 
assim, o Voleibol não apresenta uma dinâmica independente da 
prática social esporte, muito pelo contrário, está submetido à lógi-
ca deste em nossa sociedade.
É por possuirmos esse entendimento que apresentamos como 
um dos pontos abordados no material didático elaborado uma dis-
cussão sobre o esporte em algumas dimensões que julgamos serem 
passíveis de reflexão.. Sendo assim, privilegiamos o estudo das ori-
gens do esporte moderno em nossa sociedade, o conhecimento da 
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
prática social esporte, tendo como referência aspectos relativos a 
conceitos, características e classificação, o estabelecimento de inter-
faces entre Educação Física escolar e esporte, e como essa interação 
foi construída ao longo dos tempos em nosso país.
Não dá para negar que o esporte ocupa lugar central, de 
destaque, nas aulas de Educação Física nos dias de hoje. Como 
elemento da cultura corporal dos seres humanos, nenhum proble-
ma em ser desenvolvido no âmbito escolar, muito pelo contrário, 
devemos abordá-lo em nossas aulas por fazer parte do patrimônio 
histórico, cultural e social construído por homens e mulheres. Até 
aqui nada de diferente, porém, o que podemos observar no que se 
refere ao esporte inserido no contexto escolar, é o seu tratamento 
de forma tecnicista e excludente, baseada somente em fundamen-
tos técnicos, táticos e na explicitação de regras, tudo de acordo 
com o que vemos na televisão. Desde já advertimos que essa não é 
uma tônica presente em todos os espaços em que o Voleibol é de-
senvolvido. Existem experiências que rompem essa lógica. Então, 
vamos esclarecer um pouco mais essa questão!
O conteúdo Voleibol, por exemplo, quando abordado nesta 
perspectiva, técnica e limitada, em muitos casos, é assim desen-
volvido. Inicialmente o professor realiza uma explanação sobre os 
fundamentos do voleibol,posição de expectativa, toque, manche-
te, saque por baixo e por cima, bloqueio e defesa, e, para o desen-
volvimento dessas ações, apresenta um padrão de movimento a 
ser seguido pelos alunos. Peguemos o fundamento "toque" para 
que possamos aprofundar o exemplo. O professor diz a seus alu-
nos: "o toque é iniciado com as pernas ligeiramente afastadas, um 
pé à frente, quadril encaixado; cabeça ligeiramente inclinada para 
trás, braços semiflexionados; dedos separados formando quase 
que um 'triângulo' entre os dedos polegares e indicadores. Quan-
do tocarem a bola com os dedos, vocês devem empurrá-la e ao 
mesmo tempo realizar a extensão das pernas, finalizando, assim, 
o movimento". Juntamente com essa descrição, que mais parece o 
trecho de um manual técnico de Voleibol, o professor já possui em 
© Voleibol14
sua cabeça uma série de erros mais comuns que ocorrem durante 
a execução desse movimento, dentro desses padrões estabeleci-
dos. O sucesso ou o fracasso de um aluno estará ligado a sua capa-
cidade, ou melhor, a sua habilidade de reproduzir esse movimento 
esperado pelo professor.
Caso existam inúmeros erros de execução, existem os exercí-
cios educativos que visam corrigir tais falhas e desenvolver, ainda 
mais, o caráter técnico do toque, exemplo por nós privilegiado. 
Dando prosseguimento ao seu trabalho, o professor realiza o que 
chamamos de "sequência pedagógica" que seria um ordenamento 
lógico para que ele possa desenvolver os fundamentos de maneira 
a contemplar todos, de modo que o aluno possa praticá-los du-
rante as aulas. Exercícios que, segundo essa perspectiva, vão do 
simples para o complexo, sempre! Posteriormente, são apresenta-
dos os posicionamentos, o rodízio, e, por fim, as regras. Agora sim, 
os estudantes estão aptos para iniciar o jogo e colocar em prática 
tudo que aprenderam durante as aulas. Agora, podemos afirmar 
que eles conhecem o Voleibol.
Esse é um exemplo que reflete, em muitos casos, como o Vo-
leibol é desenvolvido nas escolas. Os alunos inaptos ficam desmo-
tivados e não participam das aulas, e o "selecionamento natural" 
de muito tempo em nossa área, mais uma vez, é reproduzido. Tal 
quadro se torna preocupante se partirmos do pressuposto de que 
todos os alunos têm o direito de se apropriarem desse conteúdo 
da cultura corporal, desse patrimônio da humanidade, indepen-
dente do seu nível de habilidade para esta ou aquela modalidade.
As bases para a reprodução viciosa desse quadro nas aulas 
de Educação Física escolar se encontram no período em que a nos-
sa área primava pelo desenvolvimento da aptidão física, e ainda o 
fazemos, quando passamos a valorizar, de forma exacerbada, o es-
porte no seio de nossa sociedade; tempos que remontam à década 
de 1970, quando astuciosamente os militares elegeram o esporte 
como uma ferramenta interessante para reprodução do ideal de 
sociedade pregada por eles. A possibilidade de virarmos uma po-
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
tência nos esportes era vista com "bons olhos", e a Educação Física 
escolar tinha um papel de destaque ao se configurar em base que 
forjaria os futuros atletas. Os objetivos desse componente curri-
cular que, até então, não era visto com este caráter, mas como 
uma "atividade que por seus meios, processos e técnicas desperta, 
desenvolve e aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e 
sociais do educando [...]", segundo a Lei de Diretrizes e Bases de 
1971, estavam submetidos aos do esporte de alto rendimento.
Além desse objetivo, este período foi marcado por ações 
opressivas e violentas contra aqueles que se opunham ao regime e 
deveriam ser mascaradas estas formas de atrocidades. O esporte 
foi um conteúdo prático e ideológico que contribuiu de maneira 
salutar para o intento militar. Utilizemos o exemplo da conquista 
brasileira da Copa do Mundo de Futebol no ano de 1970 no Méxi-
co, período em que o nosso país estava "mergulhado" no regime 
militar. Ocasião perfeita para que uma propaganda positiva fosse 
realizada e mostrasse para o mundo que o Brasil era um país que 
dava certo, e que tudo que falavam a respeito do regime era coisa 
de subversivo comunista. 
Não obstante a esse cenário sociopolítico, os cursos de for-
mação de professores de Educação Física preparavam docentes 
que trabalhariam nas escolas seguindo essa vertente tecnicista. Os 
currículos das instituições eram "recheados" de disciplinas de ca-
ráter técnico e que enquadravam na área das Ciências Naturais (Fi-
siologia, Biologia, Treinamento Desportivo, só para citar algumas). 
Com isso, a atuação do professor formado nessa perspectiva mais 
se parecia a de um técnico esportivo do que um mediador que 
proporciona a autonomia e criticidade de seus alunos.
Tal quadro permaneceu sem questionamentos mais radicais 
(no sentido de ir à raiz) durante alguns anos quando no contexto 
das décadas de 1980 e 1990 a Educação Física passa a construir 
alternativas de intervenções pedagógicas. O período é marcado 
por uma extrema fertilidade da produção de conhecimento aca-
© Voleibol16
dêmico, com os intelectuais da área tomando como referência em 
seus estudos aportes das Ciências Humanas e Sociais, passando a 
questionar os pressupostos das Ciências da Natureza, que, até en-
tão, legitimavam nosso campo. Notadamente merecem destaque 
a proposta crítico-superadora do Coletivo de Autores (1992), e a 
crítico-emancipatória apresentada por Kunz (2004). 
Essas alternativas não se coadunavam com os pressupostos 
de uma Educação (Física) tecnicista, como vinha sendo desenvol-
vida até então, e passavam a incorporar em seu discurso e em sua 
prática, elementos que auxiliavam no processo de elucidação em 
torno das especificidades pedagógicas da Educação Física na es-
cola. Além disso, as reflexões passam a incorporar elementos po-
líticos, históricos, sociais, econômicos e culturais como pautas da 
prática docente diante da cultura corporal.
Ao abarcar questões acerca dos condicionantes macroestru-
turais, reconhece-se a Educação Física (Escolar) como participante 
ativa no processo de transformação social. Diante das contribui-
ções advindas dos autores/áreas mencionados, passamos a obser-
var a contradição, o embate, o antagonismo, no qual, até então, 
predominava o consenso, o ajustamento, a funcionalidade.
Com base nessa conjuntura, temos a possibilidade de trans-
formação do processo de ensino e aprendizagem dos esportes. Tal 
processo educativo passa a ser entendido e inserido em uma rela-
ção dialética entre esporte e sociedade. As proposições de ensino 
dos esportes fundamentadas na perspectiva crítica da Educação 
Física apontam para o fato de que pensar dialeticamente o esporte 
inserido na sociedade, e em particular na escola, é atentar para o 
entendimento de que a mesma sociedade que o gerou, e exerce 
influências sobre o seu desenvolvimento, também pode ser por 
ele questionada, na vivência de seus valores.
Contrapõe-se à visão do esporte como instrumento de do-
minação, de manutenção da ordem, aquela que o entende como 
um fenômeno gerado historicamente e do qual emergem valores 
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
questionadores da sociedade como um todo, e sobre o qual são 
exercidas influências da estrutura social vigente. Assim, a admis-
são da importância do esporte no contexto escolar significa con-
siderá-lo como um tempo privilegiado para a vivência de valores 
que contribuam para mudanças estruturais em nossa sociedade. 
Mudanças necessárias para a implantação de uma nova ordem so-
cial mais justa, digna e solidária para todos. Este projeto societário 
também está presente na legislação da educação básica brasileira, 
a qual apresentamos a você como forma de dimensionar nossa 
tarefa perante a mudança na perspectiva do processo de ensino e 
aprendizagem dos esportes no contexto escolar. Cientes estamos 
de que isso não garante nada, porém somos levados a reconhecer 
os avanços em termos legislativos,da visão de área e do processo 
educativo dos conteúdos relacionados ao componente curricular 
Educação Física.
Ao propor reflexões nas aulas de Educação Física escolar, 
não estaremos abandonando o "movimentar-se" humano, pelo 
contrário, estaremos enfatizando que "o fazer" e o "refletir" so-
bre este "fazer" implicam-se mutuamente, superando a visão frag-
mentada que entende essas duas esferas como polos opostos sem 
comunicação. Neste sentido, temos o estabelecimento da técnica 
nas aulas de Educação Física escolar em outros patamares, e não a 
sua retirada das aulas, como pregam alguns professores. A técnica, 
como construção humana, é vinculada a novos objetivos educacio-
nais, com base na ressignificação do próprio esporte e abordada 
sob uma nova perspectiva.
Diante desse posicionamento é que apresentamos os fun-
damentos, as atribuições de cada "função" no jogo de voleibol, as 
regras, a partir de uma nova "óptica", retirando o foco de execução 
realizada com base em um padrão preestabelecido e normatizado, 
para uma compreensão que acena para o contexto em que ele é 
realizado, como: "golpear a bola e lançá-la para a outra quadra" 
(saque), "recepcionar a bola e servi-la da melhor maneira para seu 
© Voleibol18
parceiro de equipe" (passe), "preparar a bola para que seu parcei-
ro possa atacar" (levantamento), "golpear a bola para o campo do 
adversário, com o objetivo de colocá-la no chão" (ataque), "inter-
ceptar o ataque" (bloqueio) e "evitar que a bola toque o chão" 
(defesa). As regras são apresentadas para que sejam reorganiza-
das, adaptadas às condições do contexto e do coletivo com o qual 
estamos em contato, a fim de atender às ansiedades e necessida-
des ao longo do processo de escolarização.
O Voleibol, como elemento da cultura corporal dos seres 
humanos, é tratado de maneira que haja a explicitação de seu 
sentido e significado, dos valores que ele inculca (os da sociedade 
capitalista) e as normas que o regulamenta dentro do nosso con-
texto histórico e social e, todos esses elementos são passíveis de 
mudança qualitativa. Tal entendimento não desconsidera a neces-
sidade de domínio dos elementos técnicos e táticos, todavia não 
os colocamos como conteúdos exclusivos e únicos dos processo 
de ensino e aprendizagem do Voleibol. 
Neste ponto, devemos fazer uma breve reflexão sobre o 
processo avaliativo na Educação Física escolar. De acordo com a 
perspectiva tecnicista, o "saber fazer", e bem, acaba sendo o parâ-
metro que o professor considera para avaliar seus alunos. Durante 
nossos estudos, buscamos, pautados no entendimento expresso 
pelo Coletivo de Autores (1992), romper a lógica seletiva e exclu-
dente que vem pautando as avaliações em Educação Física. Sele-
cionar e classificar alunos com base em seu desempenho físico-es-
portivo não será a tônica do processo avaliativo que propomos O 
que pretendemos é deixar evidente que a avaliação não se reduz 
a partes, no início, meio e fim de um planejamento, ou a perío-
dos predeterminados. Não se reduz a medir, comparar, classificar 
e selecionar alunos. Muito menos se reduz à análise de condutas 
esportivo-motoras, a gestos técnicos ou táticas.
19
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Desse modo, comungamos da ideia de que a avaliação deve 
ser processual, pautada por princípios que levem em conta o per-
curso do aluno dentro do processo de aprendizagem, a fim de que 
sejam respeitados os limites e as possibilidades de cada um. Tudo 
isso dentro de um processo dialógico e democrático, no qual pro-
fessores e alunos se sintam participantes e responsáveis pelos re-
sultados da ação educativa.
"Erro e acerto" são tratados como elementos contraditórios 
inseridos na dinâmica de um jogo de voleibol; seria enfadonho 
acompanhar uma partida desta modalidade se a bola nunca to-
casse o chão. "Erro" deixa de ser um aspecto ligado ao fracasso, ao 
insucesso para se tornar um ato educativo, enquanto o "acerto" 
se desvincula da conotação exclusiva de sucesso, vitória, domínio 
sobre o adversário. As ações realizadas durante um jogo de volei-
bol são compreendidas sob múltiplos aspectos que a determinam, 
e não a partir da visão reduzida de que são ações individuais que 
contribuirão para a vitória do coletivo.
Desejamos estimular e despertar sua vontade de aprender e 
de buscar novos conhecimentos, para que isso possa conduzi-lo a 
uma prática profissional comprometida com a valorização das pos-
sibilidades educacionais das práticas corporais em uma perspecti-
va crítico-reflexiva. Buscamos superar um entendimento limitado e 
muito recorrente no ensino das modalidades esportivas no contexto 
escolar que atribuem ao termo "tática", por exemplo, um significa-
do exclusivamente reduzido aos sistemas de jogo ou a algumas joga-
das ensaiadas pelo técnico/professor. Com isso, tem sido desconsi-
derada a dimensão da busca de estratégias, da inteligência tática, da 
construção de alternativas, da criação, privilegiando-se um modelo 
estático e pouco variável de posicionamento na quadra de jogo. Da 
forma como estamos defendendo, a inteligência nos esportes não 
consiste em apenas possuir respostas prontas, delimitadas, ensaia-
das, mas em apresentar condições criativas para construir respostas 
eficazes para a "problemática" surgida.
© Voleibol20
A proposta que defendemos neste material didático sugere 
o ensino do Voleibol em uma vertente que procura atingir todos 
e quaisquer alunos, de todas as idades, de todas as condições fí-
sicas, com variados interesses. Assim, ao longo das unidades que 
compõem este Caderno de Referência de Conteúdo, procuramos 
insistir na ideia de que o processo de ensino e aprendizagem do 
Voleibol no contexto escolar não deve se restringir apenas à re-
petição de certos gestos esportivos, (entendam-se fundamen-
tos - saque, manchete, toque, bloqueio e defesa) tidos como os 
mais eficientes, pois isso desconsidera que o voleibol se constitui 
e se expressa por um conjunto de significados que transcende a 
dimensão mecânica do gesto. Propomos, enfim, o ensino da cul-
tura esportiva de forma mais democrática e singular, tendo como 
princípios balizadores da proposta o respeito às especificidades 
culturais e as constantes ressignificações que o esporte adquire 
em nossa sociedade ao longo dos tempos. Portanto, o processo 
educativo do Voleibol na escola precisa refutar o modelo mera-
mente instrumental de técnica e recuperar a dimensão simbólica 
inerente às práticas tradicionais humanas.
Em suma, Voleibol tem a intencão de romper com a ideia 
de um processo de ensino e aprendizagem desta prática social 
que se pauta em modelos rígidos e conservadores. Visa ampliar 
o horizonte de possibilidades no trato pedagógico deste conteú-
do nas aulas de Educação Física escolar, levando em consideração 
"os saberes" advindos da experiência de vida dos educandos, com 
os quais eles adentram o contexto escolar. Pretendemos fornecer 
subsídios para que professores e alunos possam discutir, de forma 
crítica, as influências da mídia na formação da visão acerca do es-
porte em geral, e do Voleibol em particular.
Tratar o processo de ensino e aprendizagem do Voleibol sob 
tais termos é construir valores que se contrapõem aos do esporte 
de rendimento, e da sociedade capitalista como um todo. É (re)
conhecer a influência de grandes nomes da atualidade do Voleibol 
21
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
brasileiro, como Bernardinho, André Nascimento, Bruninho Re-
zende, Rodrigão, Giba, Emanuel, Benjamin, Paula Pequeno, Mari, 
Nathália, Sheila, Sassá, Dani Lins, Ágatha, Chell, Ana Paula, dentre 
outros, mas atentar para uma visão não mitificada destes homens 
e mulheres praticantes do Voleibol. É estar "antenado" para o pro-
cesso histórico de desenvolvimento dessa modalidade esportiva, 
processo contraditório, de tensões, disputas e interesses de uma 
prática ligada, inicialmente, aos "homens de negócios" e que, pos-
teriormente,foi ampliada aos demais estratos sociais.
Significa ensinar e aprender o Voleibol em uma perspectiva 
qualitativamente distinta da que vem sendo desenvolvida no inte-
rior das escolas. Esse é o nosso compromisso com você: propor-
cionar um estudo que possa levá-lo a uma práxis compromissada 
efetivamente com o processo de mudança!
Desejamos bons estudos e reflexões a todos!
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de 
Conteúdo Voleibol. Veja, a seguir, a definição dos principais con-
ceitos: 
1) Contradição: considerado um dos princípios da dialéti-
ca, a contradição indica que em uma mesma realidade 
estruturada coexistem elementos opostos tendendo à 
unidade e à oposição (GADOTTI, 2006), ou seja, um ele-
mento não pode existir sem o outro. Como exemplo po-
demos pensar a competição e a cooperação no âmbito 
da Educação Física Escolar.
2) Cultura corporal (de movimento): será aqui entendida 
como "aquela parcela da cultura geral que abrange as 
formas culturais que se vêm historicamente construin-
do, nos planos material e simbólico, mediante o exercí-
cio da motricidade humana - jogo, esporte, ginásticas e 
© Voleibol22
práticas de aptidão física, atividades rítmicas/expressi-
vas e dança, lutas/artes marciais". (BETTI, 2001, p. 156).
3) Dialética: a palavra "dialética" está presente em diver-
sos períodos da história dos seres humanos. Expressa-
va, na Antiguidade Grega, um modo específico de argu-
mentar, e que consistia em descobrir as contradições 
no raciocínio do adversário, negando, assim, a validade 
de seu discurso. Mas diante da perspectiva deste ma-
terial didático, utilizaremos o entendimento da dialética 
enquanto uma lógica que busca apreender a realidade 
como essencialmente contraditória e em permanente 
transformação.
4) Esporte: atividade corporal de movimento com caráter 
competitivo surgido no âmbito da cultura européia por 
volta do século 18 e que se expandiu para todos os can-
tos do planeta. Durante o seu desenvolvimento assumiu 
características básicas como competição, rendimento 
físico-técnico, record, racionalização e cientifização do 
treinamento (BRACHT, 1989).
5) Libertação: processo essencialmente humano que visa 
romper com visa romper com o estado de coisas que 
está a sua volta, capaz de fazer do indivíduo que é opri-
mido um ser consciente de sua realidade, e do seu po-
tencial transformador.
6) Prática social: é o saber acumulado pelo ser humano 
através de sua história. Neste sentido, a prática social é, 
ação, e por outro, conceito desta prática que se reali-
zou no contexto dos fenômenos materiais e que foram 
elaborados pela consciência que tem a capacidade de 
refletir sobre esta realidade material (TRIVIÑOS, 2006).
7) Se-Movimentar: O movimento humano, nesta perspec-
tiva do se-movimentar, é entendido como uma conduta 
dos seres humanos numa referencia sempre pessoal-
-situacional, e que apresenta nesta compreensão uma 
forte influência da filosofia fenomenológica. Para isto 
três dimensões são imprescindíveis: o ator (o sujeito das 
ações do movimento); a uma concreta situação na qual 
as ações do movimento estão vinculadas; e, um signifi-
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
cado que orienta as ações do movimento e é responsá-
vel pela apreensão de sua estruturação (KUNZ, 2000). 
8) Técnica esportiva: forma de expressão humana através 
da qual os indivíduos utilizam seus corpos para se ma-
nifestarem no contexto esportivo. Esteve (está) muito 
atrelada à parâmetros do rendimento atlético-esportivo, 
à eficiência biomecânica, fisiológica, o que leva à des-
consideração de aspectos materiais e simbólicos que 
permeiam tais formas de expressão.
Esquema dos Conceitos-Chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-Chave do Caderno de Referência de Conteú-
do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de 
conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício 
é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican-
do as informações a partir de suas próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-Chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen-
to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos 
significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-Chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
© Voleibol24
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
 Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações in-
ternas e externas, o Esquema dos Conceitos-Chave tem por ob-
jetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o 
seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, 
estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou de co-
nhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo 
(adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/eduto-
ols/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 
11 mar. 2010). 
Como você poderá observar, esse Esquema dará a você, 
como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos 
mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar 
entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir 
o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, a prática 
social esportiva, elemento da cultura corporal, estabelece relações 
dialéticas com a sociedade, ou seja, a influência e por ela é in-
fluenciada. Sociedade esta, que é marcada por aspectos contradi-
tórios, mas que seja através do esporte ou outra prática social abre 
a possibilidade de libertação dos seres humanos. Sem o domínio 
25
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
conceitual desse processo explicitado pelo Esquema, pode-se ter 
uma visão deturpada sobre o tratamento da temática do esporte 
(Voleibol) do proposto pelos autores deste CRC. 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Voleibol. 
O Esquema dos Conceitos-Chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você,aluno EAD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
© Voleibol26
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas 
como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles 
que exigem uma resposta determinada, inalterada. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las prática pedagógica do professor de Educação Física 
Escolar pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. 
Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto 
tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será 
dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você 
testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a 
sua prática profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas às questões autoa-
valiativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).
As questões dissertativas obtêm por resposta uma interpretação 
pessoal sobre o tema tratado. Por isso, não há nada relacionado a 
elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o 
seu tutor ou com seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Leia os livros da bibliografia indicada para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
27
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
Claretiano - Centro Universitário
1
EA
D
Introdução ao Estudo do 
Voleibol
1. OBJETIVOS
• Contextualizar o estudo do Voleibol com a Educação Físi-
ca escolar.
• Conhecer e apresentar breve histórico acerca do Voleibol, 
sua origem e evolução histórica.
• Compreender as possibilidades do Voleibol para diferen-
tes grupos e em diferentes contextos.
2. CONTEÚDOS
• Breve contextualização histórica acerca da modalidade 
Voleibol.
• Evolução da modalidade Voleibol.
• Voleibol para diferentes grupos.
• Voleibol adaptado para deficientes físicos.
© Voleibol30
• Voleibol adaptado para idosos.
• Voleibol de areia.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos explici-
tados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Con-
ceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste 
CRC. Isso poderá facilitar suão processo de ensino e de 
aprendizagem e seu desempenho.
2) Lembre-se de que o Voleibol apresenta relações dia-
léticas com a sociedade, e de que o entendimento do 
processo histórico de seu surgimento nos traz elemen-
tos para pensar esta modalidade no âmbito escolar na 
contemporaneidade. Pesquise em livros ou na internet, 
utilize as referências indicadas para estudo, pois você é 
protagonista do processo educativo.
3) Pesquise em livros ou na internet, como o Voleibol vem 
sendo desenvolvido em diversos contexto, isso ampliará 
a sua visão acerca deste elemento da cultura corporal.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para o início da abordagem do Voleibol é indispensável uma 
breve introdução ao estudo da modalidade Voleibol apresentando 
sua origem e evolução. 
Nesta unidade você terá a oportunidade de (re)conhecer o 
contexto histórico em que a modalidade foi criada e a influência da 
sociedade na maneira de se jogar o Voleibol.
Está preparado? Então, vamos lá!
31
Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
5. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ACERCA 
DO VOLEIBOL
De acordo com Matthlesen (1994), o voleibol corresponde 
a uma manifestação cultural, que vem ganhando cada vez mais 
espaço no cenário esportivo brasileiro. No entanto, sua origem e 
divulgação pelo mundo, ou seja, sua trajetória histórica, e poste-
rior difusão são, porém, omitidas e/ou ignoradas por muitos pro-
fissionais.
Ao analisarmos sua história e nos aprofundarmos nela, vere-
mos o quão rica é essa modalidade e suas múltiplas possibilidades 
de aplicação em aulas de Educação Física escolar.
Para tanto, caberá ao professor, a reflexão sobre a evolução 
da modalidade dentro e fora da escola, pois há uma influência re-
cíproca em suas manifestações. 
Alguns questionamentos nos ajudam ao pensar no Voleibol 
como uma manifestação da cultura corporal. São eles:
1) O que priorizar em uma aula de Educação Física cujo 
conteúdo é o voleibol?
2) Desenvolver os fundamentos técnicos?
3) Ensinar o jogo? 
4) Buscar o significado do voleibol como manifestação cul-
tural?
5) Deixar a bola para que seus alunos joguem entre si?
6) Diálogos entre a modalidade Voleibol e a sociedade?
Se trabalharmos com apenas alguns desses tópicos, estare-
mos, como professores de Educação Física, garantindo aos nossos 
alunos a compreensão e o conhecimento total da modalidade es-
portiva? Estaremos discutindo e refletindo sobre a importância do 
esporte na sociedade?
Em busca de respostas a esses questionamentos, e para elu-
cidar a perspectiva deste material didático formativo, compreende-
mos a modalidade Voleibol como um fenômeno histórico-social. 
© Voleibol32
Conforme Castellani Filho, citado por Matthlesen (1994), de-
vemos compreender a modalidade juntamente com o movimento 
social, como um fenômeno da cultura. Em outras palavras, deve-
mos compreender e vivenciar o movimento corporal humano, cul-
turalmente construído, por meio das relações sociais.
Nesse sentido, apresentaremos, agora, uma breve contextu-
alização histórica da modalidade Voleibol, passando pela origem e 
evolução da modalidade.
O nascimento do jogo
Antes de datar o nascimento do jogo Voleibol e dizer o nome 
do "pai" desse esporte, vamos mostrar como e em que condi-
ções essa modalidade foi criada. Para tanto, iniciaremos nossa 
retrospectiva histórica na Inglaterra, no final do século 18. Antes 
da denominada Revolução Industrial, o modo de produção era a 
manufatura, mas, com o advento das máquinas, os trabalhadores 
passaram a não deter mais o processo de trabalho em sua comple-
tude, somente observavam e controlavam a produção. Dessa ma-
neira, a produção aumentava na mesma velocidade que o tempo 
necessário para produzir uma mercadoria, reduzindo o valor tanto 
da mercadoria como da força de trabalho (MATTHLESEN, 1994).
De acordo com Matthlesen (1994), 
Nesta época, as condições de vida, eram, portanto, as piores pos-
síveis, pois, as jornadas de trabalho muito longas tornavam qua-
se inexistente o tempo livre dos trabalhadores; os baixos salários 
contribuíam, entre outras coisas, para a má qualidade de vida: má 
alimentação, habitação e vestuário. Por outro lado, a situação dos 
"homens de negócio" era bem diferente, pois, a estes era dado 
tanto o tempo como as condições necessárias para desfrutá-lo. É 
dessa forma que as atividades físicas desenvolvidas na Inglaterra, 
nesta época, estiveram ligadas, conforme lembra Ghiraldelli (1990), 
"a necessidades da burguesiade construir espaços de convivência 
próprios, de modo a diferenciar seu comportamento social daque-
les ligados à vida operária". Com isso a burguesia formava seus 
próprios espaços nos quais desfrutavam de seu tempo livre, acom-
panhados de seus familiares e outros de sua mesma classe social 
(p. 195).
33
Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
É nessa condição que podemos considerar a Young Men 
Christian Association (YMCA), ou seja, a Associação Cristã de Mo-
ços (ACM), ilustrada na Figura 1, como um dos espaços geradores 
de modalidades esportivas, pois ela se tornava um espaço frequen-
tado pelos indivíduos dos estratos mais altos da sociedade.
O Voleibol surge, então, no fim do século 19 em Massachus-
setts, nos Estados Unidos, criado por Willian Morgan, no ano de 
1895, diretor e professor de Educação Física da ACM (VIEIRA; FREI-
TAS; 2007).
William G. Morgan (1870–1942), era professor de Educação 
Física e, ao procurar criar uma nova atividade que fosse interes-
sante, não impactante e fatigante como o basquete, e que pudesse 
ser praticada no inverno, inventou uma nova modalidade, a que 
chamou de "minonette", que deu origem ao Voleibol dos nossos 
dias.
De acordo com Matthlesen (1994), Willian Morgan desen-
volvia atividades físicas para "homens de negócios" com idades 
entre 40 e 50 anos que, diariamente, se encontravam durante seu 
tempo livre.
Figura 1 Associação Cristã de Moços (ACM) - 1895
© Voleibol34
Um ano após (1896) a sua criação por Willian Morgan, a re-
vista novaiorquina Physical Education apresenta um artigo com um 
breve resumo sobre o jogo Voleibol e suas regras. No ano seguin-
te (1897), essas regras foram incluídas oficialmente no primeiro 
handbook oficial da Liga Atlética da Associação Cristã de Moços da 
América do Norte (VIEIRA; FREITAS, 2007).
Veja o Quadro 1 comparativo com as dimensões das quadras 
de voleibol utilizadas no início de sua prática, e aquelas utilizadas 
para a sua prática nos dias de hoje, como mostra a Figura 2.
Figura 2 Dimensões da quadra de Voleibol atual.
35
Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
Quadro 1 Dimensões da quadra de Voleibol
Dimensões da quadra de Voleibol
A primeira quadra de Voleibol tinha as seguintes medidas: 15,24m de comprimento 
por 7,62m de largura. A rede tinha a largura de 0,61m. O comprimento era de 8,235m, 
sendo a altura de 1,98m (do chão ao bordo superior). 
A quadra atual, mede 18,00 m de comprimento por 9,00m de largura. A rede tem 1,00 
m de largura, e o comprimento é de 9,5 a 10,0 m, sendo sua altura (para categorias 
adultas) de 2,43 m para o masculino e, 2,24 m para o feminino (no caso de competições 
juvenis, infantojuvenis e mirins, as alturas são diferentes).
Observando o quadro anterior e a Figura 2, podemos per-
ceber mudanças significativas nas medidas da quadra de Voleibol 
constatadas entre sua origem e os dias atuais. Além das dimen-
sões da quadra, o voleibol em seus primórdios possuía o número 
de jogadores ilimitado em quadra, e a única regra exigida neste 
sentido era que cada equipe deveria possuir o mesmo número de 
jogadores. O número de toques na bola também sofreu modifica-
ções, pois no início da modalidade o jogador tinha a possibilidade 
de tocar duas vezes consecutivas na bola, e o número de toques 
era ilimitado. A Figura 3 mostra como era a quadra e o número 
de atletas da Associação Cristã de Moços (ACM). Hoje em dia, as 
regras oficiais da modalidade limita o número de jogares em seis 
de cada lado.
Não podemos negar ou omitir as regras oficiais, mas pode-
mos ajustá-las, no sentido de favorecer o desenvolvimento de nos-
so trabalho pedagógico. 
© Voleibol36
Figura 3 Jogo de Voleibol na ACM
Vale lembrar, também, que muitos esportes, dentre eles o 
Voleibol, possuíam uma base "democrática" entre os indivíduos 
pertencentes a uma mesma classe social. No entanto, a modali-
dade começou a ser popularizada após um período de lutas e 
reivindicações pela redução da jornada de trabalho da classe tra-
balhadora. As atividades físicas foram, portanto, utilizadas após a 
jornada de trabalho, contribuindo para a ocupação do tempo livre 
dos trabalhadores, o que impedia a organização deles. Notamos, 
então, que a conquista do tempo livre foi determinante na divulga-
ção das atividades físicas consideradas atualmente como esporte, 
dentre os quais, o Voleibol (MATTHLESEN, 1994).
Realizada essa breve introdução à história do Voleibol em 
um contexto mais geral, passaremos agora a conhecer os cenários 
e atores que fizeram parte da difusão do desse esporte em nosso 
país.
6. VOLEIBOL NO BRASIL
Existem diferentes versões sobre a introdução do Voleibol no 
Brasil. Landulfo (s.d.), citado por Matthlesen (1994), afirma que a 
primeira partida de Voleibol ocorreu em 1915, no Colégio Marista 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
de Recife, Pernambuco, relacionada, portanto, com as atividades 
militares naquele período, sendo que um ano mais tarde foi trazi-
do para a ACM de São Paulo. Para outros, como Daiuto (1963), ci-
tado por Matthlesen (1994), seu início e divulgação se deu a partir 
da ACM de São Paulo, por volta de 1916-1917.
Versões à parte, o primeiro clube a surgir oficialmente no 
cenário do Voleibol foi o Fluminense, que, em 1923, organizou no 
Rio de Janeiro um torneio aberto para os membros da Liga Me-
tropolitana de Desportos Terrestres. Quase trinta anos depois, em 
1951, o ginásio do clube carioca sediou o primeiro Campeonato 
Sul-Americano de Voleibol. O Brasil, que já contava com várias 
equipes nessa época, ficou com o título nas categorias masculina e 
feminina (VIEIRA; FREITAS; 2007).
Em 1954, um grande passo para o desenvolvimento desse 
esporte no Brasil foi a fundação da Conferência Brasileira de Vo-
leibol. 
Mesmo com a conquista do Campeonato Sul-Americano 
em 1951, foi a partir da segunda metade dos anos de 1960 até a 
primeira metade dos anos de 1970, que os esportes em geral re-
ceberam, em plena ditadura militar, um grande apoio dos órgãos 
governamentais, por intermédio do movimento Esportes Para To-
dos (EPT), que se desenvolveu na sociedade brasileira ao longo dos 
anos 1970.
Já em 1982, o Brasil conquista uma inédita medalha de prata 
no campeonato mundial masculino, realizado em Buenos Aires, o 
ouro ficou com os soviéticos. Em 1984, conquista mais uma prata, 
perdendo o ouro para os americanos. Com esses resultados e a 
grande adesão do público, essa modalidade passou a ser o segun-
do esporte na preferência dos brasileiros, perdendo apenas para o 
tão praticado futebol.
 
© Voleibol38
7. EVOLUÇÃO DO VOLEIBOL
Com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os 
soldados americanos começaram a difundir o Voleibol junto aos 
soldados de outros países. 
Fundamentado nessa "globalização", o esporte começou a 
primar pela performance, pois, com o aparecimento das represen-
tações nacionais, seria inevitável o surgimento das disputas entre 
as mesmas.
Em 1947 surge a FIVB (Federação Internacional de Voleibol 
– traduzido para o português), com sede em Paris e, tendo como 
presidente, o francês Paul Libaud. Já em 1949, acontece o primeiro 
campeonato na hoje extinta Tchecoslováquia. Nesse mesmo ano, 
as regras europeia e americana são unificadas. 
Em 1957, o Voleibol é reconhecido como desporto olímpico, 
tendo a primeira disputa por medalhas em 1964 nos Jogos Olím-
picos de Tóquio. 
Nos anos que se seguem foram ocorrendo pequenas mu-
danças nas regras visando proporcionar um maior dinamismo ao 
jogo e, com isso, a modalidade foi se transformando e perdendo os 
propósitos para os quais fora inicialmente criada, ou seja, ser uma 
atividade de lazer.
O Voleibol, desde sua criação, vem sofrendo adaptações e 
ajustes de modo que a modalidade ficasse mais interessante para 
o grupo praticante. No entanto, com as conquistas da chamada 
"Geração de Prata" nos anos 1980, o Voleibol começa a ser visto 
como umótimo meio de comercialização de produtos esportivos. 
Tal fenômeno acaba influenciando a compreensão e aplicação da 
modalidade. Nesse sentido, a FIVB vê-se com a obrigação de alte-
rar algumas regras para a melhoria do Voleibol como espetáculo, 
já que a alta performance alcançada pelas equipes vinha tornando 
enfadonhas as competições (VIEIRA; FREITAS; 2007).
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
A seguir, algumas alterações ocorridas na prática da modali-
dade, apresentadas por Santos Neto (2004):
1) 1937: múltiplos contatos com a bola são permitidos par-
ticularmente em defesas provenientes de ataques "vio-
lentos".
2) 1942: a bola poderá ser tocada com qualquer parte do 
corpo acima do joelho.
3) 1947: somente aos jogadores da primeira linha (posi-
ções 2, 3 e 4) serão permitidas as trocas de posição para 
o bloqueio e o ataque. 
4) 1948: após a Guerra, as regras foram reescritas de modo 
que fossem mais facilmente interpretadas. Essa mudan-
ça se deu principalmente nos seguintes itens: 
• uma melhor definição foi dada à ideia de bloqueio; 
• o serviço foi limitado a uma área de três metros na 
linha de fundo, sendo necessário que cada jogador 
mantivesse sua posição durante o serviço; 
• não haveria mais pontos por erros de serviço; 
• contatos simultâneos de dois jogadores serão consi-
derados apenas um; 
• o tempo em decorrência de uma lesão poderá durar 
até cinco minutos; 
• o intervalo entre os sets passa a ser de três minutos; 
• o tempo pedido pelo técnico passa a ter a duração de 
um minuto.
5) 1953: durante o Congresso da FIVB, foram definidas as 
ações do árbitro e a terminologia a ser adotada. 
6) 1957: foi permitida a entrada de um segundo árbitro.
7) 1959: no congresso realizado em Budapeste, foi deci-
dida a proibição da "cortina" feita durante o serviço e 
limitou-se a invasão na quadra adversária com o pé que 
ultrapassava totalmente a linha central. 
8) 1964: a invasão por cima da rede durante o bloqueio é 
proibida, enquanto que aos bloqueadores é permitido 
© Voleibol40
o segundo toque após o toque feito durante a ação de 
bloqueio.
9) 1968: o uso das antenas para delimitação do espaço 
aéreo da quadra foi recomendado, ajudando, assim, a 
delimitar o espaço aéreo de cruzamento da bola para a 
quadra adversária.
10) 1974: no congresso realizado na Cidade do México, ficou 
decidido que duas alterações seriam introduzidas em 
1976: a mudança do local de fixação das antenas (pas-
sando de 9,4m para 9m) e três toques após o bloqueio 
seriam permitidos.
11) 1982: a pressão da bola é alterada de 0,40 para 0,46 Kg/
cm2.
12) 1984: fica proibido após as Olimpíadas de Los Angeles o 
bloqueio do serviço. Os árbitros são orientados a serem 
mais permissivos com a defesa.
13) 1988: foi aprovada a mudança do quinto set para o rally-
point system, no qual cada saque equivale a um ponto. A 
pontuação de cada set fica limitada a um máximo de 17 
pontos com a diferença de um ponto entre as equipes.
14) 1992: quando o set estiver empatado em 16-16, o jogo 
irá continuar até uma equipe obter dois pontos de van-
tagem.
15) 1994: foram aprovadas novas regras que seriam introdu-
zidas em primeiro de janeiro de 1995: 
• a bola poderá ser tocada com qualquer parte do cor-
po (inclusive os pés); 
• a zona de serviço se estenderá por toda a linha de 
fundo; 
• eliminação dos "dois toques" na primeira bola vinda 
da quadra adversária; 
• é permitido o toque acidental com a rede quando o jo-
gador em questão não estiver participando da jogada.
16) 1996: uma bola que tenha ido para a zona livre adver-
sária por fora da delimitação do espaço aéreo poderá 
ser recuperada. A mão poderá tocar a quadra adversária 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
desde que não ultrapasse completamente a linha cen-
tral. As sanções disciplinares passam a valer por todo 
o jogo. A linha de ataque terá um prolongamento de 
1,75m com linhas tracejadas de 15 cm com espaçamen-
to de 20 cm. Diminuição da pressão da bola (0,30 - 0,325 
Kg/cm2).
17) 1998: começa a ser testada a adoção do rally-point sys-
tem com 25 pontos nos quatro primeiros sets e 15 pon-
tos no tie-break durante os próximos dois anos. Outras 
mudanças foram adotadas imediatamente: a mudança 
da cor da bola, a introdução do líbero e uma maior li-
berdade por parte dos técnicos para darem instruções 
(entre a linha de ataque e o fundo da quadra).
Mudanças mais recentes nas regras do Voleibol
A seguir, passamos a apresentar as mudanças mais recentes 
ocorridas nas regras do Voleibol:
1) Desde o dia primeiro de janeiro de 2009, estão em vi-
gor as novas Regras Oficiais do Voleibol, aprovadas pelo 
31º Congresso da FIVB 2008, em Dubai. São alterações 
importantes, mas quase todas obrigatórias para as com-
petições mundiais e oficiais FIVB, portanto não obrigató-
rias para as competições nacionais e regionais.
• para as competições mundiais e oficiais FIVB adultas, 
uma equipe pode ter, no máximo, quatorze jogadores 
(com, no máximo, doze jogadores regulares);
• um líbero, designado pelo técnico antes do começo 
da partida, será o líbero atuante. Se houver um se-
gundo líbero, ele atuará como líbero reserva;
• é permitido tocar a quadra adversária com qualquer 
parte do corpo acima dos pés, desde que isso não 
interfira no jogo do adversário. Antes de prosseguir 
para outras modificações, cabe aqui uma observação: 
antes não era permitido tocar o campo adversário 
com nenhuma parte do corpo, exceto os pés, e quan-
do em contato também com a linha central.
© Voleibol42
Neste momento você deve estar pensando: quanta mudan-
ça! Diante da perspectiva histórica aqui apresentada, podemos 
perceber que o Voleibol praticado hoje mudou muito com relação 
àquele originado em 1895. Percebemos, também, que a concen-
tração dessas mudanças decorreu próximo a dois momentos histó-
ricos no mundo e no Brasil – Segunda Guerra Mundial (década de 
1940) e fim do Regime Militar (início da década de 1980).
Essas mudanças não influenciaram somente o Voleibol "ofi-
cial", o vôlei espetáculo, esse período histórico foi também um 
marco para adaptações e ajustes para atender a diferentes grupos 
e contextos.
8. VOLEIBOL EM DIFERENTES GRUPOS E CONTEX-
TOS
O esporte, desde a Idade Antiga, é tratado como um ele-
mento fundamental na educação dos seres humanos. O Voleibol, 
por sua vez, é um esporte que vem sendo cada dia mais praticado 
nos diferentes contextos de nossa sociedade. Mediante a prática 
desse esporte, é possível interagir, socializar e favorecer o desen-
volvimento do espírito comunitário. São inúmeros os benefícios 
que a prática do Voleibol pode proporcionar e, por esse motivo, 
considera-se tão importante a sua inserção nos diversos contextos 
existentes. 
O Voleibol é um esporte que pode ser praticado por crian-
ças, jovens, adultos ou idosos; no entanto, para aprender essa mo-
dalidade, é indicada a orientação de um profissional de Educação 
Física, que auxiliará o grupo, alertando-o sobre as necessidades 
de cada um. Dentro desses grupos citados, incluem-se as pesso-
as com deficiência, que também podem praticar o esporte, desde 
que seja adequadamente adaptado, caso contrário, os resultados 
podem não ser benéficos.
O objetivo principal da adaptação nos esportes é procurar 
atender às pessoas que possuem necessidades especiais de uma 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
forma não convencional, pessoas que, muitas vezes, são excluídas 
de sua prática. Com as adaptações, as pessoas passam a se inserir 
nos diferentes grupos e, consequentemente, usufruir dos benefí-
cios proporcionados pelo esporte. 
A estigmatização e o tabu acerca das pessoas com limita-
ções físicas, aliada a um mau preparo das instituições de forma-
ção (quadro que vem sendo alterado atualmente), contribui para a 
marginalização desse grupo e de outros. 
A sociedade vem tentando combater a exclusão em diversos 
setorese isso acontece também no esporte, seja ele de caráter 
competitivo ou lúdico. Há grande possibilidade de que esse com-
bate venha a se efetivar com um maior crescimento da modalida-
de e de uma maior atenção dos órgãos ligados à área.
Inserir o esporte adaptado significa seguir um princípio im-
portante da inclusão: a democracia. A inclusão dá oportunidade às 
pessoas, com deficiência ou não, de vivenciarem as mesmas expe-
riências que as demais. Essas vivências poderão trazer subsídios 
que em outros momentos repercutirão de forma positiva na vida 
de cada um.
Veremos, agora, o contexto do Voleibol adaptado para defi-
cientes físicos.
Voleibol adaptado para deficientes físicos
Figura 4 Jogo de Voleibol sentado
© Voleibol44
No início do século 20, surgiu o esporte adaptado para defi-
cientes. As atividades esportivas eram voltadas para pessoas com 
deficiências auditivas. Em 1920, pessoas com deficiência visual 
puderam iniciar atividades como natação e atletismo. O esporte 
adaptado para deficientes físicos só teve início após a Segunda 
Guerra Mundial, para reabilitação e inserção social dos soldados 
que voltavam mutilados para suas casas.
A modalidade surgiu com base na combinação entre o Volei-
bol convencional e o sitzbal, esporte alemão que não tem rede e é 
praticado por pessoas com dificuldades de locomoção e que, por 
isso, jogam sentadas, como podemos observar na Figura 4.
O Voleibol adaptado foi apresentado em 1956 pelo Comitê 
Alemão de Esporte como um novo jogo chamado "vôlei sentado". 
Fundamentado nessa apresentação o Voleibol sentado tornou-se 
o esporte mais praticado por pessoas com deficiência física na Ho-
landa. Em 1980 o esporte foi incluído no programa de competições 
dos Jogos Paraolímpicos, com participação de sete seleções.
Até as Paraolimpíadas de Sidney, no ano 2000, o Voleibol 
paraolímpico era dividido nas categorias "sentado" e "em pé". A 
partir de Atenas, em 2004, o esporte passou a existir apenas na 
categoria "sentado".
Podem disputar a modalidade atletas amputados, paralisa-
dos cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com ou-
tros tipos de deficiências locomotoras. 
As diferenças entre o vôlei convencional e o vôlei paraolím-
pico são menores do que se imagina. Segundo o Comitê Paraolím-
pico Brasileiro, a quadra é menor do que a convencional (mede 
6m de largura por 10m de comprimento, contra 18m por 9m), e a 
altura da rede também é menor, com cerca de 1,15m do solo no 
masculino, e 1,05m para o feminino, pois os jogadores competem 
sentados. Outra diferença consiste no fato de o saque poder ser 
bloqueado durante a trajetória da bola.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
É permitido o contato das pernas de jogadores de um time 
com as dos jogadores do outro time. Porém, não se podem obs-
truir as condições de jogo do concorrente. Um atacante pode 
"queimar" a linha de ataque caso sua bacia não a toque até o atle-
ta bater na bola. Somente se pode perder o contato com o chão 
para salvar bolas difíceis e, mesmo assim, por pouco tempo.
Cada jogo é decidido em uma melhor de cinco sets. Vence 
cada set o time que marcar 25 pontos. Na rede há duas antenas e 
a arbitragem também é dividida entre juiz principal, segundo juiz e 
dois árbitros de linha. Assim como no vôlei convencional, os times 
são formados por 12 jogadores e entre eles há um capitão e um 
líbero, que pode entrar e sair do jogo sem a permissão dos árbitros 
e possui exclusiva função defensiva. Para cada jogada, as equipes 
podem dar, no máximo, três toques na bola.
Regras do voleibol sentado
1) O tamanho da quadra de jogo mede 10m x 6m.
2) As linhas de ataque são desenhadas a 2m de distância 
do eixo da linha central.
3) A rede tem 6,50 a 7,00m de comprimento e 0,80m de 
largura.
4) A altura da rede é de 1,15m para homens e 1,05m para 
mulheres. As antenas estendem-se 100cm acima do bor-
do superior da rede.
5) O equipamento dos jogadores no voleibol Paraolímpico 
pode incluir calças compridas. Não é permitido sentar 
sobre material espesso. Não é necessário ter número 
nos calções ou calças.
6) Uma equipe consiste de no máximo 12 jogadores in-
cluindo, no máximo, dois jogadores classificados como 
"inabilidade mínima", um técnico, um assistente técni-
co, um preparador físico, e um médico. Os seis jogadores 
em quadra podem incluir no máximo um jogador com 
"inabilidade mínima".
© Voleibol46
7) As posições dos jogadores em quadra são determinadas 
e controladas pelas posições dos seus glúteos. Isso signi-
fica que a mão e/ou perna dos jogadores podem esten-
der-se na zona de ataque (jogador da linha de fundo no 
golpe de ataque), na quadra (sacador durante o golpe 
do saque), ou na zona livre do lado de fora da quadra 
(qualquer jogador durante o golpe de saque).
8) No momento do sacador golpear a bola, ele deve estar 
na zona de saque e seus glúteos não devem tocar a qua-
dra (linha final inclusive).
9) Tocar a quadra adversária com os pés/pernas é permiti-
do em qualquer momento durante o jogo, desde que o 
jogador não interfira na jogada do oponente. O jogador 
deverá retornar com os pés/pernas diretamente para 
sua própria quadra. Contatar a quadra adversária com 
qualquer outra parte do corpo é proibido.
10) Aos jogadores da linha de ataque é permitido completar 
um golpe de ataque do saque ao adversário, quando a 
bola estiver na zona de ataque e completamente acima 
do topo da rede.
11) Um jogador de defesa pode realizar qualquer tipo de 
golpe de ataque de qualquer altura, desde que no mo-
mento do golpe os glúteos do jogador não toquem ou 
cruzem a linha de ataque.
12) Jogadores da linha de frente podem bloquear o saque 
adversário.
13) O jogador deve ter contato com a quadra com a parte do 
corpo entre o ombro e os glúteos em todos os momen-
tos quando tocar a bola. É proibido erguer-se, pôr-se de 
pé ou dar passadas - uma pequena perda de contato 
com a quadra é permitida para jogar a bola, excluindo-
-se o saque, o bloqueio e golpe de ataque, quando a bola 
estiver completamente mais alta que o topo da rede.
14) O primeiro árbitro realiza suas funções de pé no solo no 
poste em uma das extremidades da rede. 
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© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol
Importância do vôlei adaptado
É evidente que todos nós devemos ter as mesmas oportu-
nidades de aprendizado e desenvolvimento em relação as nossas 
capacidades para que possamos alcançar independência social e 
econômica, assim como a integração na vida comunitária. 
A adaptação é fundamental na vida das pessoas com defici-
ência, levando em consideração o histórico de sua deficiência e as 
tomando, também, como elementos essenciais a sua autonomia e 
independência. 
No aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança 
e a autoestima, tornando as pessoas mais otimistas e seguras para 
alcançarem seus objetivos. O esporte é muito importante para o 
sentimento de que tudo é possível dentro das suas limitações e 
adaptações para execução daquilo que deseja fazer ou praticar.
Uma pessoa com deficiência ou qualquer tipo de necessi-
dade especial deve ser tratada como qualquer outra pessoa, di-
ferenciando apenas o aspecto motor e suas limitações. A inclusão 
das pessoas com deficiências é uma forma de a sociedade aceitar 
que elas estão com o "padrão de corpo" diferente do que é ex-
posto diariamente como "normal". Essa inclusão deve ser feita em 
conjunto com as outras pessoas não deficientes, para que todos 
possam entender essa necessidade de inserção e, assim, não cau-
sarem efeitos psicológicos negativos às pessoas com deficiência 
física (para que não se sintam superiores). 
O esporte adaptado faz essa inclusão das pessoas com ne-
cessidades especiais, como forma de participação ativa, fazendo 
com que conceitos sejam sempre modificados afim de que ve-
nham atender a todas as necessidades. Na escola é possível essa 
adaptação, que deve ser valorizada, pois neste ambiente a par-
ticipação é

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