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Conversa com um professor - PCC FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO - FACULDADE ESTÁCIO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Conversa com um professor
Glasgow Douglas Espigariol Barcelos 202003539988
08 de junho de 2020
OBJETIVOS
O objetivo deste relatório é propor um diálogo com um professor para identificar sua percepção e expor sua experiência acerca da profissão professor.
INTRODUÇÃO TEÓRICA
Pensando em uma entrevista, logo veio à mente a dialética de Platão, que é a arte de pensar, questionar e hierarquizar ideias. O termo dialética foi utilizado por Platão na referência a qualquer método que possa ser recomendado como veículo da filosofia. Para Platão, a dialética é um instrumento que permite o alcance a verdade através de um diálogo. A dialética platônica tem como ponto de partida o senso comum, a opinião, submetidos a um exame crítico. A Filosofia deve, por meio do diálogo, conduzir seu interlocutor a descobrir ele próprio a verdade.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A produção deste relatório foi por meio do diálogo. Começamos uma conversa informal para criar um ambiente propício a uma troca de ideias sincera e espontânea. Foram utilizadas todas as orientações presentes na atividade proposta.
RESULTADO
Entrevistei minha cunhada, a Professora de Artes da Rede Pública de Ensino de Guarapari, que dá aulas a alunos de 8 a 80 anos. Aline da Silva Melo, formada em Artes Plásticas pela Ufes. Conversamos sendo guiados pelas perguntas propostas pela atividade prática, e também, como é dar aula, como é o mercado de trabalho e as perspectivas para o futuro. 
· Pergunta: O que é ensinar?
Resposta: Ensinar é passar conhecimento adquirido em nossa vivência também com a realidade da comunidade em que estamos inseridos, adequando o conteúdo do plano de ensino de acordo com a necessidade dos alunos. Devemos ser acessíveis e simples ao mesmo tempo, mas sem perder a profundidade, seriedade e responsabilidade do tema. Precisamos de habilidade para nos aproximar dos alunos para conhecermos seus pontos de vista, gostos e ideias e assim ganhar a confiança deles, para que possam e queiram estar dispostos a se interessarem e aprender.
· Pergunta: Como você escolhe seus procedimentos de ensino?
Resposta: Seguimos o plano de ensino e adequamos isso de acordo com a realidade de cada turma. Existem turmas com alunos que conseguimos desenvolver conteúdos de certas formas e outras turmas não. Pesquiso, apresento textos, ferramentas novas, e muitas aulas práticas. Por exemplo, para uma turma de sexto ano indico um texto de história da arte, abordamos as teorias das cores, impressionismo, abordamos técnicas, como pontilhismo, podemos ensinar técnicas de luz e sombra, pintura livre, dessa maneira conseguimos fazer melhor proveito das habilidades de turmas nessa idade. Buscamos desafiar as crianças dentro das potencialidades dos alunos, queremos motivá-los com aulas com dificuldade compatível com a idade e não os desmotivar apresentando atividades complexas de mais.
· Pergunta: Você se baseia em algum teórico? Qual? Como?
Resposta: Como em filosofia da arte, tentamos trazer sempre para dentro de sala de aula os teóricos, seguimos os autores do plano de ensino e seguimos suas ideias e fundamentos, mas sempre livre ao ponto de vista de responder as dúvidas dos alunos, mesmo que fuja do tema. Exploro diversas abordagens e técnicas. Por exemplo Walter Benjamin e a discussão sobre fotografia ou pinturas e percepção ocular do mundo.
· Pergunta: Como acontecem as relações interpessoais em sua sala da aula? Como você trabalha os conflitos?
Resposta: A relação entre professor e aluno, seguimos as atividades de acordo com o plano de ensino. Passamos o objetivo aos alunos e explicamos o conteúdo, para que eles possam desenvolver a técnica e pensamento crítico. Queremos que eles tenham a base pratica e teórica, então sempre conversamos, trocamos ideias e opiniões. Sempre há aula prática, como produção de desenhos e pinturas, colagem, esculturas, sempre acompanhando os alunos para termos feedback de como se sentem e darmos orientações. 
Por exemplo o pontilhismo, existe um fluxo e uma maneira de afazer. Quando passamos alguma atividade e por algum motivo eles não conseguem desenvolver, os motivamos para que eles possam conseguir do jeito deles. O maior desafio é fazer com que eles queiram participar. Para isso é preciso muito diálogo, para que juntos possamos construir algo. Temos alunos com diferentes níveis, e sempre buscamos fazer com eles troquem ideias e dicas para de certa forma nivelar o conhecimento e todos sentirem que fazem parte, mas não podemos compará-los, visto que arte sempre possui um valor abstrato, sendo a expressão artística única, difícil de descrever, simbólica, cada um tem sua vivência e desenvolvimento.
Cada um tem sua forma de fazer arte, logo sempre haverá diferenças. Mas não há certo ou errado. Impossível ser algo homogêneo. Vamos aprendendo conhecendo os alunos. Temos que além de trabalhar o plano de ensino, temos que respeitar a maneira que o aluno produz, seja relacionado a capricho, interesse, técnica, esforço. Não podemos criticar, nem obrigar, temos que conduzir eles para afinarem sua arte de acordo com a proposta e linha de raciocínio. Sempre buscando trazer o aluno para que o aluno queira fazer, queira participar queira se entregar ao impulso, não podemos ser críticos para não inibir a criatividade do aluno, ele precisa sentir liberdade para fazer. Por exemplo, alunos se ajudam de acordo com a afinidade, mas certa vez, ensinei uma técnica com biscuit e eles se interessam muito, isso gera uma troca muito boa de informação. Os alunos se ajudam, há troca de materiais, ideias e se ajudam na produção. União!
· Pergunta: O que você acha mais legal em dar aula?
Resposta: A melhor parte de dar aula são os alunos (risos), e quando conseguimos planejar uma aula e ela realmente dá certo! Uma aula em que os alunos se interessam e gostam, produzam, trocam ideias, se ajudam, a aula rende. Quando pensam além da nota, quando querem aprender e tem interesse, quando querem apresentar um trabalho legal e bem feito.
· Pergunta: Conte um pouco sobre a experiência com adultos (EJA).
Resposta: É um desafio. Dar aula a pessoas que não tiveram oportunidade de estudar por diversos motivos, seja porque não quiseram ou porque tiveram que trabalhar. As turmas são mistas de jovens e idosos, o interesse e atenção é relativo. Por exemplo, temos que ensinar algo que alunos mais velhos estão interessados, mas tem mais dificuldades ou bloqueios em aprender do que um aluno mais jovem, que normalmente estão mais desinteressados. Nas turmas de EJA os alunos já são chefes de família, trabalham, possuem uma rotina, já chegam cansados, mas, mesmo assim alguns querem, porém sentem dificuldade devido a estes motivos, e aí não conseguem produzir. Com base na minha experiência, prefiro dar aula a crianças.
· Pergunta: Como você vê o mercado de trabalho para professores hoje em dia?
As coisas mudaram, eu, por exemplo, fiz concurso e fui aprovada, mas hoje em dia os editais estão cada vez mais raros e o que mais vemos são cargos DT (designação temporária). Há uma boa vantagem em haver um rodízio maior de professores, porém, nesta modalidade você não consegue uma cadeira em escolas, logo a estabilidade é menor. Caso um concursado queira sua vaga, ele tem preferência e da noite para o dia você pode ser desligado.
· Pergunta: Para finalizar, deixo este espaço para você dizer o que quiser!
O aprendizado em sala de aula ocorre quando os alunos se identificam e interessam pelo conteúdo. Você que será um futuro professor, lembre-se sempre disso.
CONCLUSÃO
Para ser professor, devemos amar as pessoas, amar ensinar e acima de tudo ser dedicado. São muitos os desafios. É uma responsabilidade enorme a de ensinar, ser formador de opinião. Professores serão lembrados para sempre na vida de quem passar. Sempre lembramos com carinho de nossos professores, que dedicam a vida a ensinar. Eu sempre fui grato pelas aulas de artes que tive na escola, estudei na mesma escola e até hoje
lembro das vivências e técnicas ensinadas pela professora Rita do Sesi de Cobilândia. Conhecendo este curso, estou me apaixonando ainda mais e quero poder ensinar as pessoas. E já até sei o que é a primeira coisa que irei ensinar: é que no mundo não existe arte, e sim artistas! Se pararmos para pensar, tudo é arte: pensar, escrever, desenhar, ler, cozinhar, andar, dirigir, logo, se tudo é arte, nada é arte e todos somos artistas, e conseguir fazer e ensinar que as pessoas externem verdadeiramente seus sentimentos é algo recompensador, pois teremos uma nova visão única no mundo!
REFERÊNCIAS
Para a produção do formato deste relatório textual, foram utilizados o próprio modelo para relatório de atividade estruturada e a versão 2019 do Manual Para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos da Universidade Estácio de Sá.
Equipe Estácio, MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS. Portal Estácio, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: https://portal.estacio.br/media/4679087/2019_est%C3%A1cio_normas-para-trabalhos-acad%C3%AAmicos-doc-15-de-julho-de-2019.pdf. Acesso em: 08 jun. 2020.

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