Prévia do material em texto
UFERSA | ARQUITETURA E URBANISMO| CAMPUS PAU DOS FERROS FRANCISCA LARISSE EVANGELISTA JULIÃO ESTÉTICA E HISTÓRIA DAS ARTES I ATIVIDADE ASSÍCRONA Por que as Inscrições Rupestres São Consideradas Obras de Arte A arte rupestre é a arte feita nas paredes das cavernas pelos homens pré-históricos. A Pré-história corresponde ao período entre o aparecimento do homem e a invenção da escrita. No período Paleolítico, os homens ainda não tinham desenvolvido a agricultura e eram nômades. Abrigavam-se em cavernas e viviam da caça, da pesca e da colheita de frutas e raízes. As pinturas rupestres são uma forma de linguagem anterior à escrita. Mesmo sem conseguir decifrar seu código, elas são fontes de informações para os cientistas sobre a Pré-História. Informam sobre o modo de vida daqueles seres humanos e seu ambiente natural e representam acima de tudo o estado original da humanidade, que faz com que essas inscrições fiquem sobrecarregadas de todos os tipos de emoções. Os animais são temas frequentes nos desenhos rupestres. Bisões, javalis, cavalos (fig. 1); espalham-se pelo teto e pelas paredes das cavernas. Muitas vezes, os homens aproveitavam as saliências das rochas para dar a sensação de volume ao corpo do animal desenhado. Também desenhavam motivos geométricos e pintura de negativo das mãos. Técnicas de sombreamento das imagens, de raspagem das paredes antes de pintá- las e o esfumaçamento das cores evidenciam a complexidade técnica desenvolvida pelos seres humanos do Paleolítico para expressar artisticamente as experiências de sua vida. Acredita-se que os materiais mais usados como aglutinante para as pinturas rupestres foram sangue, argila, excrementos humanos, carvão, minerais, ossos queimados, látex de plantas, gordura e clara de ovos de animais. A cor era obtida misturando-se o pó de rochas, com destaque para o óxido de ferro, que tem a coloração vermelho-alaranjada. Estudos etnológicos recentes sobre comunidades primitivas atuais sugerem que ditas pinturas possam ser representações de divindades ou espíritos protetores de animais e homens, que asseguravam a existência daqueles e o êxito da atividade de caça destes. Essas leituras e interpretações das pinturas rupestres são meras suposições. Jamais poderemos saber exatamente que mensagens guardavam, pois seus significados se perderam com o desaparecimento dos povos que as criaram. (Figura 1) Principais Grafismos Encontrados na Serra da Capivara/PI O Parque Nacional da Serra da Capivara é um museu a céu aberto, um verdadeiro santuário cultural de épocas pré-históricas e a preservação de seus sítios arqueológicos e de todo bioma da caatinga é compromisso e orgulho de todo brasileiro. Em 1991, o parque foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco e, em 1993, reconhecido como patrimônio nacional. Em 2012, estavam cadastrados 1.028 sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Mas esse número aumenta anualmente com novas descobertas feitas pelos pesquisadores da FUMDHAM. As datações variam muito. No sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada, por exemplo, as pinturas datam de 29.860 anos, no mínimo. Em outros lugares elas tem entre 18 mil e 6 mil anos. No fundo dos vales e no alto das chapadas, existem abrigos rochosos que serviram de refúgio ou de acampamento temporário para esses povos. Nas paredes desses abrigos, eles pintaram uma enorme quantidade e variedade de figuras que hoje é considerado o maior conjunto de pinturas pré-históricas do mundo. As pinturas não são homogêneas nem padronizadas. As temáticas variam como também o estilo, a composição das figuras e as técnicas de registro. Os especialistas classificam as pinturas em Tradição Nordeste, Tradição Agreste, Tradição Geométrica e outros. Os seres humanos são pintados isolados ou em grupo, usando ornamentos, armas e outros objetos. Podemos reconhecer algumas cenas: duas capivaras, mãe e filho (fig. 2); que inclusive, é justamente o símbolo do parque, a caça do tatu, uma onça cravada de flechas, a preparação de uma armadilha, danças coletivas, uma dança em roda que mais parece um malabarismo, um ritual de adoração diante de uma árvore, a execução de prisioneiros, cenas de sexo, um parto e até mesmo um suposto beijo. Reconhecemos alguns animais como capivaras isoladas ou em bando, um grupo de veados, emas que ainda existiam pela serra e até uma macaquinha levando seu filhote. Outras figuras parecem incompletas ou são traços e sinais não reconhecíveis datados de períodos muito recuados, há 29 mil anos. (Figura 2) ggGholGxgYITEiJSkrLi4uFx8zODMtNygtLi sBCgoKDg0OGxAQGy0lHyUtLS0tLS0tLS0t LS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS 0tLS0tLS0tLS0tLf/AABEIALEBHAMBIgACE QEDEQH/xAAaAAACAwEBAAAAAAAAAA AAAAACAwABBAUG/8QANxAAAQMDAg QEBQQCAQUBAQAAAQACEQMhMUFRB BJhcQWBkfAiobHB0RMy4fFCUhQVIzNign JD/8QAGQEBAQEBAQEAAAAAAAAAAAA AAQIAAwQF/8QAJBEBAQEAAgICAgEFAA AAAAAAAAERAiESMQNBUWFxEyKBkaH/ 2gAMAwEAAhEDEQA/AMD2Mbe0xN+nX Referencias: https://pt.calameo.com/read/ https://www.todamateria.com.br/arte-rupestre/ https://youtu.be/EkDozgiw-rw https://ensinarhistoriajoelza.com.br/pre-historia-do-brasil-parte-2/