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Os Pressupostos de Admissibilidade Recursal no DPC Brasileiro

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JATAI – FACULDADE CESUT
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
MÓDULO: 8º PERIODO DO CURSO DE DIREITO
DOCENTE: THIAGO SETTI
DISCENTE: CÉSAR AUGUSTO GALLERA CAVALCANTI
OS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL NO DPC BRASILEIRO
JATAÍ – GOIÁS
OUTUBRO/2020
1. 
2. Os pressupostos de admissibilidade recursal no DPC brasileiro.
Precedendo a apreciação do conteúdo recursal, se faz necessário, de modo breve analisar anteriormente, diversos recursos que constituem o denominado juízo de admissibilidade, quando admissível o recurso dentro do cumprimento dos requisitos, diz-se que ele é conhecido, logo se for inadmissível ele é não conhecido. A esse respeito Gonçalves (2020, p. 1367) reflete que:
Da mesma forma como, antes de examinar o mérito, o juiz deve verificar se estão preenchidos os pressupostos processuais e as condições da ação, antes de examinar a pretensão recursal, deve-se analisar os requisitos de admissibilidade do recurso. O exame é feito pelo órgão ad quem e, exclusivamente no RE e no REsp, também pelo órgão a quo. Os requisitos de admissibilidade constituem matéria de ordem pública e, por isso, devem ser examinados de ofício. Constituem os pressupostos indispensáveis para que o recurso possa ser conhecido. O não preenchimento leva a que a pretensão recursal nem sequer seja examinada.
Os princípios dos recursos são procedimentos essenciais de aplicação ao composto recursal em sua forma integral e que são acatados pela ordenação jurídica nas opções ideológica e política. De maneira indireta ou direta, acontecem essencialmente dentro dos princípios fundamentais do processo e/ou dos princípios constitucionais. A análise/estudo dos princípios recursais acrescentam ao preceito dos recursos e propiciam o entendimento do sistema recursal em sua totalidade. 
1.1 Requisitos/pressupostos para a admissibilidade dos recursos.
Existem diversos parâmetros para se categorizar os requisitos/pressupostos de admissibilidade recursal. Estes são categorizados de duas maneiras: em intrínsecos ou subjetivos (característico a existência do direito de recorrer / legitimidade para recorrer) e em extrínsecos ou objetivos (referente ao exercício do direito de recorrer / o preparo a regularidade formalizada do direito de recorrer), mas esses requisitos/pressupostos são os gerais, alguns recursos exigiram outros que serão avaliados com os recursos em espécie. Ou seja, se esses requisitos/pressupostos forem preenchidos o recurso será conhecido/aceito/admitido pelo juízo de admissibilidade, tornando-se apto para a analise do mérito, podendo ser dotado, parcialmente dotado ou não dotado.
1.2 Requisitos/pressupostos de admissibilidade intrínsecos.
Tem haver em sua grande maioria as condições da ação. O recurso não possui natureza de ação, entretanto os requisitos/pressupostos intrínsecos são determinantes para que o mesmo (requisitos) possa ser examinado pelo mérito.
· Cabimento: os recursos são essencialmente aqueles criados e regidos por lei. A lista legal é denominada de numerus clausus. Então recurso cabível é aquele assegurado no ordenamento jurídico, nos termos da lei, que é adequado contra uma decisão e que se aproxima da perspectiva jurídica do pedido, que faz parte do vislumbre em agir. No CPC em seu art. 994 está listado os seguintes recursos: apelação, agravo interno, agravo de instrumento, recurso ordinário, recurso extraordinário, embargo de declaração, recurso especial e embargos de divergência.
· Legitimidade do recurso: Para interpor um recurso é preciso ter legitimidade. Os legitimados são: As partes (autor e réu) e intervenientes (aqueles que foram admitidos por força de interferência de terceiros); O ministério público (este pode participar do processo como fiscalizador da ordem jurídica); O recurso de terceiro prejudicado (aquele que possui interesse jurídico de que a sentença favoreça uma das partes); O advogado não tem possibilidade de recorrer em nome próprio, entretanto ele possui a tarefa de mandatário da parte, só há uma parte da sentença que abarca de forma direta o advogado que é a condenação de honorários advocatícios; E por fim o juiz não tem legitimidade recursal, pois ninguém pode recorrer da própria decisão.
· Interesse recursal: esse é o ultimo dos requisitos/pressupostos intrínsecos. Ele se equipara ao interesse de agir. Para que esse interesse surja é necessário que por meio de recurso, obter uma situação de melhor favorecimento do que a adquirida na decisão ou sentença.
Sobre os elementos citados acima que abrangem os requisitos/pressupostos de admissibilidade intrínsecos Gonçalves (2020, p. 1368 a 1374) faz a seguintes abordagens:
*Cabimento: [...] Recurso cabível é aquele previsto no ordenamento jurídico e, nos termos da lei, adequado contra a decisão. [...]*Legitimidade recursal: Para interpor recurso é preciso ter legitimidade. São legitimados: As partes – o autor e o réu – são os legitimados por excelência. Além deles, podem interpor recurso aqueles que tenham sido admitidos por força de intervenção de terceiros. Alguns deles tornam-se partes, como o denunciado, o chamado ao processo e o assistente litisconsorcial, tratado como litisconsorte ulterior; [...]O Ministério Público: O primeiro caso recai no item anterior; mas o Promotor pode recorrer ainda quando atue como fiscal da ordem jurídica. [...]O recurso de terceiro prejudicado: Em suma, aquele mesmo que pode ingressar no processo como assistente simples: os requisitos para ingressar nessa condição são os mesmos que para recorrer como terceiro prejudicado. [...]Pode o advogado recorrer em nome próprio? O advogado não postula, em juízo, direito próprio, mas age na condição de mandatário da parte. Portanto, não tem legitimidade para recorrer em nome próprio, mas tão somente no da parte. Mas há uma parte da sentença que diz respeito diretamente a ele, que versa sobre direito dele, e não da parte. É a condenação em honorários advocatícios, que, de acordo com o art. 23 da Lei n. 8.906/94, constituem direito autônomo do advogado, que pode promover-lhes a execução em nome próprio. Nessa circunstância, é preciso admitir que o advogado terá legitimidade para recorrer, quando o objeto do recurso forem os seus honorários. [...]Não tem legitimidade recursal: Não tem legitimidade recursal o próprio juiz, já que a ninguém é dado recorrer da própria decisão. A remessa necessária, como condição de eficácia da sua sentença, não tem natureza recursal. Também não têm os funcionários da justiça. Há controvérsia sobre a possibilidade de haver recurso do perito, especificamente no que concerne ao valor dos seus honorários fixados judicialmente. [...]*Interesse recursal: O interesse está condicionado à sucumbência do interessado. Só tem interesse em recorrer quem tiver sofrido sucumbência, que existirá quando não se tiver obtido o melhor resultado possível no processo. É preciso, no entanto, ressalvar os embargos de declaração, cuja apreciação está condicionada à existência de outro tipo de interesse: não o de modificar para melhorar a decisão judicial, mas o de aclarar, sanar alguma contradição, integrá-la ou corrigir erro material.
1.3 Requisitos/pressupostos de admissibilidade extrínsecos.
Esses requisitos/pressupostos são aqueles que se relacionam a elemento externos que não estão ligados com a decisão.
· Tempestividade: todo recurso deve ser interposto respeitando o prazo estabelecido em lei. Torna-se inadmissível o recurso que for manifestado fora do prazo.
· O preparo: aquele que recorrer deverá pagar todas as custas geradas com o processamento recursal, isso faz parte do preparo. A favorecida é a Fazenda Publica e por isso os valores serão recolhidos pela instituição mencionada através de guia própria. 
· Regularidade formal: os recursos devem ser apresentados por escrito, exceto a lei pode autorizar arguição em casos extraordinários. Além disso, todo recurso deve apresentar suas razões no ato da interposição. É nessa fase que se distingue os recursos cíveis
dos criminais. Não são admitidos recursos que não acompanham os motivos (necessário). A esse respeito Goncalves (2020, p. 1379) diz que: “Ao apresentar o recurso, a parte deve formular a sua pretensão recursal, aduzindo se pretende a reforma ou a anulação da decisão, ou de parte dela, indicando os fundamentos para tanto”.
· Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: são hipóteses negativas de admissibilidade. Os elementos extintos são a renúncia e consentimento, o elemento impeditivo é renúncia do recurso.
A respeito dos requisitos/pressupostos extrínsecos Gonçalves (2020, p.1374 a 1380) faz uma importante corroboração, dizendo que: 
Requisitos extrínsecos: São aqueles que não dizem respeito à decisão recorrida [...]. *Tempestividade: Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em lei. Será intempestivo, e, portanto, inadmissível, o recurso que for apresentado fora do prazo, devendo ser observado quanto à contagem e à possibilidade de prorrogação o disposto no CPC, arts. 219 e 224. Quanto ao início da contagem do prazo devem
ainda observar-se as regras do art. 1.003 do CPC, que estabelecem como dies a quo a data da intimação dos advogados ou sociedade de advogados, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública ou do Ministério Público. [...]*O preparo: Aquele que recorre deve pagar as despesas com o processamento do recurso, que constituem o preparo. A beneficiária é a Fazenda Pública, por isso os valores devem ser recolhidos em guia própria e pagos na instituição financeira incumbida do recolhimento. Além do preparo, também haverá o recolhimento do porte de remessa e retorno, quando o recurso tiver de ser examinado por órgão diferente daquele que proferiu a decisão, salvo quando se tratar de processo eletrônico. Cabe à legislação pertinente estabelecer quais são os recursos que exigem o recolhimento do preparo. Ficam ressalvados os embargos de declaração, que não o exigirão, porque julgados pelo mesmo juízo ou órgão que prolatou a decisão, visando apenas integrá-la ou aclará-la. É possível que leis estaduais isentem de preparo outros recursos. Assim, durante longo tempo, a revogada lei estadual de custas de São Paulo isentava de preparo o agravo de instrumento. Não havendo isenção, prevista na legislação pertinente, o recurso deverá vir acompanhado do comprovante de recolhimento. [...]*Regularidade formal: Os recursos são, em regra, apresentados por escrito. No entanto, a lei autoriza interposição oral, em casos excepcionais. É o caso dos embargos de declaração no Juizado Especial (art. 49 da Lei n. 9.099/95). Conquanto a interposição seja oral, há necessidade de que o recurso seja reduzido a termo, para que o órgão julgador possa conhecer-lhe o teor. Todo recurso deve vir acompanhado das respectivas razões, já no ato de interposição. Distinguem-se, nesse passo, os recursos cíveis dos criminais, em que há um prazo de interposição e outro de apresentação das razões. Não será admitido o recurso que venha desacompanhado de razões, que devem ser apresentadas, em sua totalidade, no ato de interposição. Não se admite que as razões sofram acréscimos, sejam modificadas ou aditadas, posteriormente. [...]*Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer: Renúncia e aquiescência São sempre prévias à interposição, ao contrário da desistência, que pressupõe recurso já apresentado. A renúncia é manifestação unilateral de vontade, pela qual o titular do direito de recorrer declara a sua intenção de não o fazer. A aquiescência é a manifestação, expressa ou tácita, de concordância do titular do direito de recorrer, com a decisão judicial. Impede que haja recurso, por força de preclusão lógica. 
3. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza. 11ª edição, São Paulo: Saraiva educação, 2020.

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