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CIAS - Agropensa - Demandas atuais e futuras da cadeia produtiva de suínos

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DEMANDAS ATUAIS E FUTURAS DA CADEIA PRODUTIVA DE SUÍNOS 
 
Nádia Solange Schmidt – Embrapa Suínos e Aves 
 
Questão em foco 
 
A suinocultura brasileira está posicionada entre as cadeias produtivas mais avançadas do 
mundo. O uso de alta tecnologia nas áreas de genética, nutrição, instalações e manejo, permitiu a 
produção de carne com elevados padrões de qualidade. Além disso, o status sanitário do plantel 
fez com que o Brasil se consolidasse como quarto maior produtor de carne suína do mundo, com 
3,6 milhões de toneladas produzidas em 2015 (ABPA, 2016). O faturamento da cadeia em 2015 foi 
de U$ 44.8 milhões e o PIB da cadeia chegou a U$ 18,7 milhões. Em 2016, as exportações do setor 
totalizaram 732,9 mil toneladas, cerca de 32% a mais do que em 2015, gerando uma receita de 
US$ 1,483 bilhão (ABPA, 2017). 
Apesar da excelente posição ocupada pelo país no ranking mundial, competir no mercado 
internacional é um desafio constante que requer posicionamento estratégico e atenção aos sinais 
mudanças, sejam elas econômicas, políticas ou sociais. Em um mundo fortemente globalizado 
todos os países buscam vantagens mercadológicas, econômicas e sociais. Assim, as regras mudam 
facilmente e uma situação confortável no presente pode se transformar em uma situação de risco 
no curto prazo. 
Para a sustentabilidade da suinocultura brasileira diante da realidade da produção nacional, 
é preciso priorizar questões que envolvem a biossegurança, a sanidade, o bem-estar animal, o uso 
racional de antimicrobianos e o investimento em mão de obra. Outro aspecto prioritário é 
desenvolver medidas de segurança sanitária, reforçando a estrutura de diagnósticos e planos de 
contingência técnico e financeira. Existe ainda, a necessidade de maiores investimentos em 
ambiência, principalmente nas fases de gestação e maternidade, considerando a eminente 
normatização do bem-estar animal no país, pois essa é uma cobrança cada vez mais crescente do 
consumidor. 
A demanda por alimentos seguros, também tem se mostrado uma tendência do consumidor 
que vem crescendo. Assim como do bem-estar animal, essa demanda, principalmente do mercado 
externo afeta os sistemas de produção, uma vez que exige a redução ou retirada de antibióticos 
como promotores de crescimento. A escassez de mão de obra especializada na atividade suinícola, 
já bastante presente, deverá aumentar ainda mais, tonando necessário criar novas estratégias 
para manter a competitividade e sustentabilidade da atividade. Dentre elas podemos citar a 
automação, controle da ambiência, políticas de compensação e treinamento humano. 
Nesse cenário, está claro que em função da concorrência acirrada e as constantes exigências 
do mercado internacional há necessidade de um esforço contínuo em PD&I para manter a 
competitividade da cadeia. Diversas soluções já foram desenvolvidas e disponibilizadas para tentar 
amenizar ou sanar esses problemas. No entanto, mesmo com esse desenvolvimento tecnológico, 
ainda existem grandes desafios a serem superados. Assim, é vital que haja um esforço conjunto 
entre os diversos elos da cadeia e as instituições de pesquisa na identificação das demandas atuais 
e futuras, para antecipar-se aos problemas e buscar soluções no menor espaço de tempo possível, 
considerando a dinamicidade e desafios constantes, características inerentes a essa cadeia. 
 
 
 
 
 
 
 
Macrotema da Embrapa: 
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I. Resumo 
 
A suinocultura brasileira está consolidada como uma das atividades socioeconômicas mais 
importantes para o país. Além de gerar milhares de empregos, contribui de forma bastante 
positiva para o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro. A carne suína brasileira é 
exportada para mais de 70 países e internamente, é uma das proteínas mais consumidas. É uma 
cadeia que movimenta mais de 100 bilhões de reais por ano. Apesar de sua inegável importância 
para o país, velhos e novos desafios lhe são impostos constantemente. São desafios de ordem 
mercadológica – como aumentar consumo interno per capita; de ordem sanitária – manter o 
plantel livre de doenças, de manejo – focado no bem-estar animal e de ordem ambiental – buscar 
o desenvolvimento sustentável da cadeia. A cobrança por um desenvolvimento sustentável, que 
inclui a segurança alimentar e o bem-estar animal vem crescendo a passos largos e a solução para 
esse problema é um dos maiores desafios, considerando a necessidade de aumentar a produção e 
ao mesmo tempo, reduzir o alto potencial poluente da atividade. A suinocultura possui papel 
relevante como fornecedor da indústria de alimentos nacional. Atualmente, essa atividade está 
passando por um processo de adaptação às exigências do novo mercado consumidor, com foco 
em segurança alimentar, melhoria na qualidade da carne, rastreabilidade da produção, restrição 
ao uso de antimicrobianos, proteção ambiental e bem-estar animal, ou seja, a busca por um 
processo de desenvolvimento sustentável. Essa busca abre um leque de oportunidades e desafios 
em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação voltados para a busca de soluções que possibilitem 
tornar a produção de suínos sustentável. 
 
II. Palavras-chaves: Cadeia produtiva de suínos; Tendências; Desafios; Pesquisa, Desenvolvimento 
e Inovação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. Estado da arte 
 
A suinocultura brasileira possui diferentes características, de acordo com a escala de 
produção, o nível tecnológico e o arranjo produtivo entre o produtor e a empresa de 
processamento (SEBRAE, 2016a). O modelo produtivo diferencia-se de acordo com a região do 
país. No Sul, predomina o sistema de integração ou cooperativo, com pequenos produtores 
especializados em determinada fase da produção, já a região sudeste se caracteriza por 
produtores independentes com produção de ciclo completo. Outra região que vem se destacando 
na produção de suínos é a região centro-oeste, devido a grande produção de grãos (milho e soja) e 
ao clima da região. Nessa região a produção também é caracterizada por produtores 
independentes, que possuem estruturas de grande porte e proprietários com atuação empresarial 
(ENGELAGE ET AL., 2015). 
A produção tecnificada está distribuída em cerca de 3,1 mil granjas de produção e quase 15 
mil granjas de engorda. A maior parte da produção (93,7%) está distribuída em cinco Estados: 
Santa Catarina (24,4%), Rio Grande do Sul (19,8%), Minas Gerais (15,9%), Paraná (15,4%) e Mato 
Grosso (8,2% do total). O Brasil é o quarto maior produtor de carne suína (ABPA, 2016). Essa 
expressiva produção e competitividade foi conquistada ao longo do tempo devido ao uso dealta 
tecnologia, que resultou no aumento do desempenho e eficiência e ao rigoroso status sanitário do 
rebanho, que confere alto grau de confiabilidade no cenário tanto nacional quanto internacional. 
Segundo Miele e Waqui (2007), internamente se percebe baixo crescimento do mercado 
consumidor e problemas estruturais, observa-se a consolidação de grandes agroindústrias com 
presença internacional, o fortalecimento de um setor pecuário tecnificado e competitivo, o 
desenvolvimento econômico das regiões produtoras e a geração de emprego e renda entre os 
trabalhadores urbanos e os próprios suinocultores. Esse desempenho é resultado das estratégias 
empresariais e dos avanços tecnológicos e organizacionais incorporados ao longo das duas últimas 
décadas (MIELE, WAQUI, 2007). 
A cadeia produtiva de suínos no Brasil caracteriza-se pela produção intensiva em unidades 
de confinamento. Esse modelo, além de consumir recursos naturais, gera muitos resíduos, que 
necessitam de adequado tratamento, percebe-se também, mudanças estruturais com aumento de 
escala, especialização e tecnificação, tendências relacionadas à crescente integração com a 
estrutura industrial de abate e processamento. (SILVAE ET AL., 2016; GOMES ET. AL, 2014, MIELE, 
WAQUI, 2007). Entre as principais empresas e cooperativas agroindustriais de abate e 
processamento, predomina o foco na marca e nos produtos processados para o mercado interno, 
enquanto para as exportações a atenção volta-se para o custo e o respeito às questões de 
segurança alimentar (sobretudo sanitárias e de resíduos nos alimentos) (MIELE, WAQUI, 2007). 
Conforme evidenciado no quadro 1, as transformações organizacionais e tecnológicas 
iniciadas em 1960, com a introdução de sistema de confinamento, resultaram em importantes 
transformações produtivas na criação de suínos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1: Transformações organizacionais e tecnológicas na suinocultura brasileira 
Década Transformações 
1960 Início do confinamento de suínos 
Primeiras importações de suíno tipo carne 
Início do Pig Book Brasileiro (livro de registro genealógico) 
1970 Verticalização da produção (integração) 
Uso de concentrados protéicos e rações balanceadas. 
Farelo como principal fonte protéica 
1980 Inseminação artificial 
Criação de suínos por sitio, por fases produtivas 
1990 Preocupação com segurança alimentar 
Redução da gordura da carcaça via melhoramento/desenvolvimento genético 
Formulação de dietas por nutrientes digestíveis (e.g. proteina ideal) 
Visão de inter-relacionamento do meio ambiente com a produção 
Implantação de sistemas de biosseguridade sanitária nas granjas 
2000 Uso de biotecnologia para melhoramento/desenvolvimento genético 
Início da preocupação do bem-estar animal relacionado à produção 
Rastreabilidade das proteínas de origem animal, conceito "do campo ao prato" 
Preocupação com produção agroecológica. 
2010 Aplicação generalizada da transgenia em insumos de produção, melhoramento-
desenvolvimento genético e medicamentos 
Fonte: Vieira (2014). 
 
 
Silva et al (2016), afirmam que o avanço das tecnologias voltadas para produção animal 
busca obtenção de resultados econômicos. O uso de novas tecnologias proporcionou um 
expressivo aumento da competitividade nos últimos anos. Esse fato pode ser comprovado a partir 
de indicadores econômicos e sociais como participações de mercado, exportações, geração de 
empregos diretos e indiretos. Nessa atividade como em qualquer outra, um dos objetivos a serem 
atingidos, corresponde ao aumento da produtividade e redução dos custos de produção (COLONI, 
2014). 
De acordo com Fávero e Figueiredo (2009), uma das formas de aumentar a produtividade e 
reduzir custos é o investimento em melhoramento genético. Os programas de tipificação de 
carcaças, aliada a estabilização econômica do Brasil e a intensificação do processo de globalização 
da economia, revolucionou o mercado brasileiro de material genético de suínos, com uma 
definição clara da pirâmide de produção, constituída pelos rebanhos- núcleo, multiplicadores e 
comerciais. 
Fávero e Figueiredo (2009) ressaltam que os genes de maior importância para a suinocultura 
são: o Gene halotano (conhecido como gene do estresse, está associado com carne pálida, flácida 
e exudativa); o Gene da carne ácida (associado ao baixo conteúdo de proteína na carne e a um pH 
último reduzido, causando perdas de até 5% no processamento de presunto cozido); Gene IMFA 
(associado a gordura intramuscular). Também existem outros genes e marcadores genéticos já 
identificados e patenteados, com efeitos favoráveis sobre o tamanho da leitegada, a qualidade 
final da carcaça e da carne, assim como para resistência a Escherichia coli, os quais são de 
conhecimento científico, porém não de domínio público (FÀVERO, FIGUEIREDO, 2009). 
A qualidade da carne está associada a genética, nutrição, sanidade e ao bem-estar animal, 
tema que vem ganhando importância em todos os elos da cadeia e que deverá influenciar 
fortemente o sistema produtivo nas próximas décadas. Essa questão vem aumentando o interesse 
dos produtores, como forma de ampliar o mercado de exportação. A exigência em relação a essa 
 
questão traz a necessidade de estabelecer critérios que avaliem o bem-estar dos suínos em seus 
sistemas de criação (CASTRO, 2017). 
Nesse contexto, Dalla Costa e Dalla Costa (2015), afirmam que cresceu a preocupação junto 
ao mercado consumidor sobre as condições de produção dos animais A consciência e importância 
do bem-estar animal diferem entre países, assim como a legislação, regras e recomendações. 
Mesmo que os produtores não sejam monitorados pelo governo ou consumidores, eles devem 
adotar medidas que proporcionem bem-estar aos animais, uma vez que não é somente o animal 
perde com quando boas condições de bem-estar animal não são garantidas, mas também a 
rentabilidade de todos os elos da cadeia, que pode ser afetada com perdas diretas (lesões, 
fraturas, redução no ganho de peso e rendimento de carcaça, mortes e etc.) e indiretas 
(problemas de qualidade de carne, processamento e etc..). 
Nesse aspecto, Segundo Dalla costa et al., A qualidade da carne suína engloba diferentes 
enfoques por parte das indústrias e dos consumidores. As indústrias utilizam como parâmetros a 
porcentagem de carne magra, rendimento de cortes, necessidade mínima de acabamento, 
aparência atrativa e alta estabilidade durante a estocagem a frio. Já os consumidores, além do 
aspecto nutricional, percebem como relevantes os aspectos sensoriais, os quais são responsáveis 
opção de aquisição do produto. 
Um dos grandes gargalos na suinocultura brasileira é a questão da mão de obra 
especializada. Segundo a revista Suinocultura Industrial (2016) a mão de obra representa entre 
10% a 15% do custo de produção, principalmente em granjas com sistema de produção de leitões. 
A mão de obra no Brasil sempre foi vista como sendo de baixo custo. Entretanto, esse cenário tem 
mudado na última década, devido a uma série de fatores como a escassez de trabalhadores 
dispostos a exercer atividades na suinocultura. Atualmente, o Brasil já apresenta um custo de 
mão-de-obra mais alto do que os Estados Unidos (SUINOCULTURA INDUSTRIAL, 2016). A escassez 
e o alto custo está fazendo com que os produtores invistam em equipamentos e instalações 
automatizadas visando otimizar a mão-de-obra. 
 A ocorrência de determinadas doenças na produção animal também é um fator que afeta a 
suinocultura. De acordo com Zanella et. al., (2016), algumas enfermidades, como a peste suína 
clássica e a febre aftosa, impactam duramente o mercado exportador; doenças endêmicas ou 
enzoóticas deterioram os índices produtivos e aumentam o custo de produção, com perda da 
competitividade; e doenças transmitidas por alimentos podem causar danos à saúde humana e 
prejudicar as relações comerciais. Para um controle sanitário mais efetivo é necessário evoluir nas 
técnicas de diagnóstico, na vigilância epidemiológica das enfermidades,na logística de 
movimentação de leitões, na correção de fatores de risco que favorecem o surgimento de doenças 
da produção e nas medidas de biosseguridade dos rebanhos. Zanella et. al. (2016) destacam ainda, 
que apesar da saúde do rebanho suíno nacional ser muito boa e que as medidas de controle 
utilizadas garantirem elevada produtividade, é necessário priorizar um sistema de diagnóstico 
rápido e eficiente, bem como o apoio à defesa sanitária. 
A sustentabilidade da produção passou a ser amplamente discutida pela sociedade nas 
últimas décadas. Segundo Gomes et al (2014), a sustentabilidade está ligada, além do aspecto 
ambiental, aos aspectos econômico e social, envolvendo preocupações com a racionalização do 
uso da energia, o desenvolvimento de técnicas substitutivas de bens não renováveis ou o 
adequado manejo de resíduos. 
A produção de suínos é uma atividade que gera um dos maiores volumes de dejetos por 
unidade de área ocupada, o que têm constituído um desafio para criadores, técnicos e 
pesquisadores (ALMEIDA, 2008). Dentre esses desafios, destaca-se o manejo e a utilização dos 
dejetos, os quais se enquadram no rol de grandes potenciais poluidores. Os suinocultores, cientes 
da degradação ambiental causada pelo lançamento de águas residuais nos recursos hídricos e 
diante da ação fiscalizadora, buscam soluções específicas para tratar, dispor ou aproveitar os 
 
resíduos. Além disso, a observação das normas ambientais pela suinocultura tem consequências 
nos mercados nacional e internacional, podendo influenciar positiva ou negativamente barreiras 
comerciais (SOUZA ET AL, 2009; HERNANDES; SCHMIDT, 2010). 
A produção sustentável na suinocultura tem sido uma preocupação constante, não apenas 
dos produtores, mas também dos órgãos governamentais. Segundo do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento - MAPA (BRASIL, 2016), há necessidade de se discutir soluções 
tecnológicas para o tratamento de dejetos da suinocultura, gestão racional da água e da ração 
(produzida com matérias-primas oriundas de uma agricultura baseada em recursos naturais). 
De acordo com Kunz et.al., (2014), a escolha da tecnologia para o tratamento de dejetos, 
deve ser feita sob a ótica sistêmica, para que se adapte e escolha a tecnologia em função da 
necessidade específica. Todas as tecnologias apresentam vantagens e desvantagens que devem 
ser de conhecimento do usuário para facilitar a tomada de decisão sobre a melhor escolha. Os 
autores afirmam ainda que, o resíduo da produção é inerente ao processo e deve ser gerenciado 
de forma conjunta, e não fragmentada, para racionalizar tempo e custo na adoção de estratégias 
que repercutirão na qualidade e volume do resíduo gerado. 
Os problemas ambientais associados aos dejetos emergem a partir da concentração de 
animais por área. A lógica inicial é a avaliação da disponibilidade de solo e sua capacidade de 
receber os efluentes, racionalizando-se os custos de produção. As estratégias de manejo ou 
tratamento devem estar de acordo com a necessidade de se adequar a legislação e a preservação 
do meio ambiente. O maior desafio atual, na opinião de Kunz et al., (2014), é compatibilizar os 
custos das tecnologias disponíveis com a capacidade de assimilação destes pela cadeia produtiva. 
Assim, a escolha dependerá da capacidade de investimento e limitações de cada tecnologia, pois 
não uma tecnologia que seja adaptável a todas as situações. Os autores ressaltam ainda a 
necessidade de mão de obra capacitada para operacionalizar o sistema e as tecnologias. 
Devido ao elevado potencial poluente, diversas tecnologias já foram desenvolvidas e 
disponibilizadas, e novas tecnologias estão sendo criadas, no intuito de minimizar os efeitos 
nocivos da atividade ao meio ambiente. Algumas dessas tecnologias estão descritas, 
resumidamente, no quadro 2. 
 
Quadro 2: Tecnologias de produção mais limpa e aproveitamento econômico dos resíduos da produção de suínos. 
TECNOLOGIA OBJETIVO 
ÁGUA 
Bebedouros Diminuir o desperdício de água na dessedentação dos animais 
Cisternas Captação da água da chuva para limpeza e dessentação 
 Hidrômetro Quantificar com precisão o consumo de água na granja 
Bombas de alta pressão Diminuir o uso de água na limpeza das instalações 
Sistema de captação de água da 
lagoa de dejetos 
Utilizar água residual dos biodigestores para limpeza das canaletas de 
dejetos 
RAÇÃO 
Proteína Ideal Reduzir excreção de nitrogênio no ambiente e termoregulação da 
temperatura do animal 
Enzimas Melhorar o desempenho animal e reduzir dejetos 
Minerais orgânicos Promotores de crescimento 
Ractopamina Melhorar a conversão alimentar e diminuir gordura na carcaça. 
Imunocastração Melhorar a conversão alimentar e ganho de peso 
Sistema de alimentação por fase Aumentar a eficiência do sistema alimentação, reduzindo desperdícios. 
Sistema de alimentação de 
precisão 
Reduzir a excreção de nitrogênio e fósforo e o custo da alimentação. 
Sistema de alimentação 
eletrônica para fêmeas gestantes 
em grupo 
Fornecer a quantidade precisa de ração para cada matriz, evitando o 
desperdício 
 
Restrição Alimentar Possibilitar menor excreção diária de fósforo e nitrogênio e aumentar a 
eficiência alimentar 
DEJETOS 
Compostagem de dejetos Utilizar os dejetos como fertilizantes orgânicos 
Cama Sobreposta Reduzir as emissões de amônia e odores, bem-estar animal e reduzir o 
impacto ambiental e os custos com instalações e manejo de dejetos 
Separação dos Dejetos (Fases) Separar a fração líquida e sólidas dos dejetos para transformar em um 
composto orgânico 
Decantação Remover o material sólido dos dejetos dos dejetos líquidos para remoção 
de metais pesados, fósforo orgânico e nitrogênio orgânico 
Peneiras Separar o dejeto com economia de mão-de-obra, produzindo um 
substrato semiúmidos e reduzir os custos de tratamento da fase líquida 
Biodigestão dos Dejetos Suínos Geração e utilização de biogás em unidades de produção de suínos 
Uso do Biofertilizante Reestabelecer do teor de húmus no solo, melhorar suas propriedades 
químicas, físicas e biológicas 
Aproveitamento de Carcaças - 
compostagem 
Reduzir risco de permanência e proliferação de patógenos e do impacto 
do acúmulo de material ambientalmente significativo 
Extração de Nutrientes* Remover o fósforo existente nos dejetos 
Sistrates (Sistema de Tratamento 
de Efluentes da Suinocultura) ** 
Reduzir emissão de GEE, reuso da água ou lançamento em rios, produzir 
biogás para geração de energia elétrica e calor, e a recuperação de 
fósforo para uso como fertilizante 
Fertilizantes Organominerais 
Balanceados** 
Produzir fertilizantes organominerais balanceados para uso em culturas 
como soja, milho e café 
Transformação de Dejetos em 
Adubo em 24 horas* 
Transformar os dejetos em adubo orgânico em 24 horas por meio da 
evaporação com a inclusão de enzimas 
 Microalgas** Utilizar microalgas para tratamento dos dejetos suínos e no aumento da 
geração de biogás 
Extrato de Yucca (aditivo) * Reduzir o odor das fezes 
Reatores de Mistura Contínua** Utilizar os dejetos para fabricação de biogás 
* Tecnologia em desenvolvimento 
** Tecnologia em desenvolvimento pela Embrapa 
Fonte: Adaptado de: BRASIL (2016) 
 
 
De acordo com BRASIL (2016), a grande concentração de suínos em pequenas áreas se 
constitui em um grande desafio para a sociedade, pois há necessidade de assegurar a demanda de 
produção de proteína animal sem agredir o meio ambiente. Por isso, cada país ou região deve 
identificar os problemas decorrentes da atividade e optar pelas soluções mais adequadas a serem 
implantadas. A produção sustentável de suínos exige mudanças nos sistemas tradicionais de 
produção animal, como a substituição dos combustíveis fósseis por energia térmica, elétrica e 
mecânica advinda do biogás, o uso racional da água e da ração, o tratamento dos dejetos para 
mitigar emissão de gases de efeito estufa e o uso adequado agronômico dos biofertilizantes 
oriundos da produção de suínos(BRASIL, 2016). 
 
 
IV. Contexto no mercado de inovações (negócios) 
 
A produção de suínos é definida por Santana et al (2008), como sendo a parte que envolve a 
criação dos suínos (granjas), a transferência, as atividades de corte, de armazenamento e 
transporte e, finalmente, de consumo e as atividades de venda de carne in natura e de embutidos. 
Mota (2013) ressalta que a cadeia produtiva de suínos envolve a indústria de ração; a produção de 
milho e de soja; a indústria de saúde animal; os agentes encarregados do material genético; 
 
fabricantes de equipamentos; consultoria e assistência técnica e os demais serviços decorrentes 
desses agentes. 
A importância socioeconômica da cadeia produtiva de suínos para o país é indiscutível. 
Segundo dados do SEBRAE/ABCS (2016a), a suinocultura brasileira gera 126 mil empregos diretos 
e mais de 900 mil indiretos. O plantel de reprodutores é da ordem de 1.720.255 matrizes. Em 
2015, foram abatidos 39.263.964 suínos, o que fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) da 
suinocultura chegasse a R$ 62,576 bilhões. De acordo com o sistema de produção, a suinocultura 
independente representa 38% da atividade, cooperativas 23% e integração 39% (SEBRAE/ABCS, 
2016a). 
Do montante movimentado anualmente pela suinocultura, a maior parte se dá no 
processamento da proteína e na comercialização. Estudo do SEBRAE/ABCS (2016a), estimou um 
faturamento do segmento “depois da granja” em torno de R$ 117,7 bilhões em 2015, quase 80% 
do total e uma arrecadação de impostos, incluindo todos os elos da cadeia na ordem de R$ 19,2 
bilhões (quadro 3). 
 
Quadro 3 – Estimativa da movimentação financeira da cadeia produtiva de suínos brasileira em 
2015 
DIMENSÃO PRODUTIVA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA 
 R$ (em Bilhões) US$ (em Bilhões) Participação (%) 
AGENTES FACILITADORES 1,831 0,548 1,22 
DEPOIS DAS GRANJAS 117,762 35,276 78,58 
NAS GRANJAS 16,118 4,828 10,76 
ANTES DAS GRANJAS 14,155 4,240 9,44 
TOTAL 149,868 44,893 100% 
Fonte: SEBRAE/ABCS, 2016a. 
 
As exportações do setor (considerando os produtos in natura e processados) totalizaram 
732,9 mil toneladas em 2016. Com o forte desempenho dos embarques, a receita acumulada nos 
doze meses de 2016 alcançou US$ 1,483 bilhão, saldo 16% maior em relação ao obtido no ano 
anterior, de US$ 1,279 bilhão. 
Em relação ao consumo, houve um forte aumento nas últimas décadas. A maior parte teve 
origem nos países em desenvolvimento, onde o consumo aumento em mais de 80% entre os anos 
de 1995 e 2015. De Acordo com o relatório do Sebrae/Abcs (2016a), sob uma perspectiva global, 
há um potencial crescimento futuro no consumo, principalmente no continente asiático, 
alavancado pelo poder aquisitivo da população. Prevê-se um consumo de carne suína de 35,5 
kg/per capita até 2024. 
O relatório aponta ainda que os países e regiões vencedoras na oferta de carne suína para a 
crescente demanda serão aqueles que tiverem e manejarem os recursos necessários para 
produzir, tanto naturais (solo, água, clima) como inerentes a atividade humana (mão de obra, 
especialização), a preços competitivos. Tecnologia, pesquisa e desenvolvimento que solucionem 
problemas de produtividades, contínuo aprimoramento e capacidade de coordenação da cadeia 
produtiva reduzindo custos de transação e promovendo ações conjuntas para desenvolvimento 
setorial, também são importantes para competividade da cadeia (SEBRAE/ABCS, 2016a).Estes são 
os recursos que precisam ser trabalhados para maior competitividade do agronegócio e da 
suinocultura, via Governo e cadeias produtivas integradas, para aumentar a capacidade de 
geração de renda no Brasil. 
Em termos de desafios para o setor, a Confederação Nacional da Agricultura- CNA (2016), 
ressalta que os novos marcos legais dos contratos de integração (Lei nr, 13.288/16), sistema de 
manejo com foco no bem-estar animal e produção sustentável de suínos terão maior 
protagonismo no setor. Os reflexos dessa lei serão sentidos pelos produtores (principalmente 
 
integrados), a partir da necessidade de adequação as novas regras e pelos atores institucionais 
que devem formular fóruns e instrumentos para viabiliza-la. 
A CNA (2016) chama atenção para o bem-estar animal, uma vez que cresce o número de 
grandes empresas alimentícias - como MacDonalds e Burguer King – que vem anunciando apenas 
a aquisição de suínos criados em sistema de produção e baias coletivas. Nessa mesma linha a 
União Européia, grande formadora de tendências mundiais, vem negociando a inclusão do bem-
estar em seus acordos comerciais. Este tema se torna cada dia mais abrangente, aumentando a 
pressão para que o setor adote as medidas. A produção com baixa emissão de carbono também 
será amplamente exigida nos próximos anos. Maior clareza sobre tecnologias que auxiliam esse 
sistema de produção auxiliarão os produtores sobre a escolha das melhores tecnologias. 
 
 
V. Oportunidades e desafios para o avanço científico, tecnológico e de inovação 
 
 A suinocultura, como um dos pilares centrais para a sustentabilidade da produção rural 
brasileira, vem apresentando avanços significativos na sua gestão. Com o desenvolvimento 
tecnológico e o aumento da conscientização do consumidor final, a antiga imagem ligada ao 
setor há muito ficou para trás, dando lugar a um mercado dinâmico que trata cada detalhe da 
cadeia produtiva com responsabilidade e cuidado (SEBRAE, 2016). 
Segundo Zanella (2016), a sustentabilidade da cadeia produtiva de suínos deve 
considerar as características intrínsecas da cadeia: por um lado, a organização da cadeia, 
granjas altamente tecnificadas, pequenos produtores familiares e o sistema de integração 
coordenado pelas agroindústrias. Por outro lado, com a grande inserção brasileira no mercado 
internacional, a geração de tecnologias e conhecimentos é uma condição necessária para a 
manutenção e melhoria da eficiência produtiva, do status sanitário e da segurança dos 
produtos em termos de contaminantes químicos e microbiológicos. 
Demandas e tendências que se apresentam para a cadeia, tornam-se as principais 
oportunidade e desafios em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na cadeia produtiva de 
suínos. Essas demandas estão voltadas, principalmente, para as áreas de bem-estar animal, 
automação, nutrição e meio ambiente. O quadro 4 apresenta as principais 
demandas/tendências e as oportunidades e desafios em PD&I voltadas para a cadeia 
produtiva de suínos. 
 
Quadro 4: Demandas/tendências e oportunidades e desafios em PD&I direcionadas à cadeia 
produtiva de suínos. 
 
Área Demandas/Tendências Oportunidades e Desafios em PD&I 
Sa
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Alimentos seguros - Melhorias na biosseguridade no processo de produção. 
Redução/retirada de 
antibióticos na produção 
- Processos para a redução/eliminação do uso preventivo de 
antimicrobianos como promotores de crescimento 
- Alternativas para os antimicrobianos 
 
Manutenção do status 
sanitário do rebanho 
- Uso de vacinas polivalentes e de uso massal 
- Kits de diagnóstico rápido polivalentes para doenças de rebanho 
- Ferramentas moleculares para melhor definição de estratégias de 
controle de enfermidades 
M
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Nichos específicos de 
mercado 
- Desenvolver produtos diferenciados (orgânicos) 
- Identificar tendências de diversificação no mercado consumidor (carnes 
gourmet, marmorizadas, cortes) 
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- Uso de enzimas para melhorar digestibilidade. 
- Uso de moduladores intestinais (probióticos e prebióticos) 
 
 
 
Aumento da produção 
- Nutrigenômica para expressar o potencial de ação das substâncias 
biologicamente ativas nos alimentos e seus efeitos sobre a saúde dos 
animais 
- Uso de alimentação líquida 
- Estratégias para redução do déficit e melhoria da eficiência de uso de 
matérias primas 
Redução de doenças - Manipulação do microbioma intestinal 
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Bem-estar animal 
- Novos métodos não invasivos para colheita de materiais para diagnóstico 
-Novos sistemas de atordoamento de suínos 
- Sistemas de eutanásia nas granjas 
- Melhorias nos sistemas de alojamento de matrizes, com automação dos 
sistemas de produção em todas as fases da produção 
- Técnicas de produção de suínos sem dor (castração, desgaste dos dentes, 
corte da cauda) 
- Sistemas de bem-estar animal e dos manejadores 
 
 
Automação 
- Sistemas de distribuição de ração 
- Sensoriamento remoto 
- Monitoramento da produção 
- Uso da informática, sensoriamento remoto e da tecnologia da informação 
para a automação de equipamentos, práticas e processos gestão ambiental 
 
 
Manejo 
- Dimensionamento dos sistemas de produção 
- Qualificar e treinar a mão de obra nas granjas 
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Melhoramento genético 
- Melhoria genética para redução da gordura, melhoria da eficiência 
alimentar, do desempenho e da qualidade da carcaça 
- Identificar genes relacionados a resistência de doenças 
- Novas ferramentas de genômica (chips) 
- Uso da genômica na seleção de animais com marcadores genéticos de 
resistência a doenças 
Produtos diferenciados - Produção de suínos sem odor 
- Seleção genômica para os genes envolvidos na qualidade da carne, 
características reprodutivas 
R
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Reprodução 
- Técnicas de Inseminação Artificial de Tempo Fixo (IATF) 
- Técnicas de mensuração seminal 
- Nutrição de reprodutores para e melhorar qualidade do sêmen 
- Técnicas para melhor aproveitamento de animais com alto potencial de 
reprodução 
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 A
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Gestão ambiental 
- Tecnologias para uso e gestão da água 
- Tecnologias para mitigar emissão de gases de efeito estufa e amônia 
- Técnicas de tratamento de efluentes e no uso agrícola de biofertilizantes 
- Tecnologias para tratamento e reciclagem dos resíduos (dejetos, camas, 
carcaças, resíduos de frigorífico) 
- Técnicas de integração com outros sistemas de produção para 
aproveitamento dos resíduos da produção 
- Tecnologias para destinação de animais mortos 
- Integração de metodologias de gestão territorial (SIG, modelagem, PSA) 
P
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Leis e normativas 
- Implantar ou dar continuidade aos programas oficiais para erradicação e 
monitoria das doenças economicamente relevantes ou zoonóticas. 
Fonte: Adaptado de: Embrapa Suínos e Aves – Central de Inteligência de Suínos e Aves (2017); Zanella, (2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI. Potenciais implicações para os eixos de impacto (VI PDE) 
 
Eixo de Impacto do VI PDE Potenciais Implicações 
Avanços na busca da 
sustentabilidade 
 
Desenvolver novas tecnologias que promovam a redução de perdas e 
aumentam a produtividade com o mínimo possível de impacto 
ambiental. 
 
Inserção estratégica e 
competitiva na bioeconomia 
 
Manter a competitividade, adaptando-se às exigências do 
consumidor e às legislações vigentes, com objetivo de fidelizar 
clientes e conquistar novos mercados. Promover estratégias e ações 
para a produção com menor custo, levando em conta bem-estar, 
ambiência, nutrição, novas tecnologias, genética, manutenção e 
aprimoramento do status sanitário dos plantéis, melhoria da 
qualidade do produto final e segurança alimentar, gestão da 
informação para tomada de decisões estratégicas em tempo real. 
 
Contribuições a políticas 
públicas 
 
Desenvolver ações que permitam detectar, avaliar e mitigar riscos 
ambientais e biológicos para contestar barreiras técnicas e subsidiar 
a formulação de políticas públicas. 
 
Inserção produtiva e redução 
da pobreza 
 
Desenvolver estratégias que permitam a melhoria do sistema 
produtivo de pequenos produtores para que possam atender os 
princípios de biosseguridade previstos na legislação, com qualidade, 
sem oferecer riscos à cadeia produtiva, com sustentabilidade, 
podendo atender a demandas diferenciadas e nichos específicos de 
mercado, aumentando o valor agregado de seus produtos. 
 
Posicionamento na fronteira do 
conhecimento 
 
Desenvolver, aprimorar e incorporar metodologias baseadas em 
tecnologias de manipulação gênica e transgenia, imunologia, biologia 
celular e molecular, biologia sintética, microbiologia, epidemiologia, 
metagenômica, bioinformática, farmacocinética, farmacodinâmica e 
informática e gestão da informação para desenvolvimento de 
insumos biotecnológicos de nova geração, novas terapias e tomada 
de decisão frente a oportunidades e riscos futuros. 
 
VII. Referências 
 
ALMEIDA, G. V. B. P. Biodigestão anaeróbica na suinocultura. 2008. 54f. Monografia (Trabalho 
de Conclusão de Curso - Medicina Veterinária) - Centro Universitário das Faculdades 
Metropolitanas Unidas – UniFMU, 2008. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL – ABPA. Exportações de carne suína crescem 
em 2016. http://abpa-br.com.br/noticia/artigos/todas/exportacoes-de-carne-suina-crescem-
32-em-2016-1936. 
 
________________ Relatório Anual 2016. Disponível em: 
br.com.br/storage/files/versao_final_para_envio_digital_1925a_final_abpa_relatorio_anual_2
016_portugues_web1.pdf. > Acesso em 10.mai. 2017. 
 
http://abpa-br.com.br/noticia/artigos/todas/exportacoes-de-carne-suina-crescem-32-em-2016-1936
http://abpa-br.com.br/noticia/artigos/todas/exportacoes-de-carne-suina-crescem-32-em-2016-1936
 
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Suinocultura de baixa emissão de 
carbono: tecnologias de produção mais limpa e aproveitamento econômico dos resíduos da 
produção de suínos. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de 
Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo. Brasília: MAPA, 2016. 
 
CNA. Balanço 2016 Perspectivas 2017. Brasília: CNA, 2016. Disponível em:< 
http://data.novo.gessulli.com.br/file/2016/12/08/H104033-F00000-M637.pdf>. Acesso em 
22.mai.2017. 
 
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COLONI, R. Aspectos da Suinocultura Brasileira e a produção cárnea. Portal Dia de Campo, Rio de 
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<http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=25446&secao= 
Artigos%20Especiais> Acesso em: 20/11/2014. 
 
DALLA COSTA, F.; DALLA COSTA, O.A. O Bem-estar de suínos como estratégia para agregação de 
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Sociedade Nordestina de produção Animal, 2015, p.165-182. 
 
DALLA COSTA ET.AL., Qualidade da carne de suínos abatidos em frigoríficos brasileiros. 
Comunicado Técnico 525. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2015. 
 
EMBRAPA SUÍNOS E AVES. Central de Inteligência de Suínos Aves. Tendências em Suinocultura. 
2017. Disponível em: < https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias>. Acesso em 15.mai.2017. 
 
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http://aveworld.com.br/relatorio/691b321cba7beefd86f376311b5df93a.pdf

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