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UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS RECICLADOS DE POLÍMEROS EM REVESTIMENTO ASFÁLTICOS Aluno Rafaela Lima do Prado Prof. Me. – Talita Montagna Centro Universitário Dante Curso – Engenharia Civil Data 26/010/2020 RESUMO O presente trabalho tende a contribuir para um melhor aproveitamento do uso de resíduo do polímero, com o intuito da utilização em pavimentação. Baseado na realização de uma abrangente revisão da literatura local e no exterior foi visto que alguns resíduos de plástico podem ser uma substituição parcial ou total de ligante em misturas betuminosas, isso sem influenciar significativamente as propriedades do asfalto. O fato de que o polímero melhora as estradas por conta da redução de rachaduras e buracos devido às propriedades flexíveis do plástico, uma vez que o asfalto-reciclado atinge o fim de sua vida útil, elas podem ser recicladas, mantendo os plásticos fora de nosso ambiente para sempre. A metodologia proposta demonstra os formulários e métodos adequados para a criação do material proposto. Baseado neste contexto, o concreto betuminoso usinado a quente com substituição de polietileno de alta densidade, será abordado sua produção, resistência, durabilidade e testes do material em laboratório. Em um comparativo da aplicação do asfalto convencional de petróleo (CAP), a aplicação do asfalto-reciclado, mostrou-se financeiramente mais viável à longo prazo. Palavras-chave: Pavimento; CBUQ; Granulometria; Ligante; Agregado. 1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa está fundamentada na área da engenharia de rodovias e pavimentações, mas especificamente aplicada no estudo do uso de plásticos reciclados para a produção do asfalto nas estradas. É de grande responsabilidade do Engenheiro Civil a assinatura de uma responsabilidade técnica – ART. Sabendo dessa importância, a autora afirma que seus dimensionamentos de materiais e teste de resistência sejam os mais precisos possíveis, pois do contrário, mesmo que os dimensionamentos sejam utilizados de forma correta, a aplicação em campo estará comprometida, podendo ocasionar complicações futuras. Os materiais utilizados na pavimentação asfáltica vêm sofrendo modificações ao longo dos tempos, temos como exemplo o famoso asfalto 2 borracha, essa melhoria vem visando adequação as atuais necessidades, tais como: maior durabilidade, resistência, qualidade e redução de custos. O que realmente foi previsto pela autora uma maneira de utilizar resíduos de plástico que, de outra forma, seriam destinados a aterros sanitários. Reaproveitando os resíduos de polímeros que são utilizados pelas pessoas no dia a dia, o estudo tende a trazer uma forma de ajudar a reduzir a epidemia de resíduos de plástico em que vivemos. No contexto geral, pode-se verificar que em vários pavimentos asfálticos, após um curto período de tempo, os defeitos começam a aparecer na superfície de rolamento, causando desconforto, reduzindo a segurança e aumentando os custos para os usuários. Os defeitos mais comuns que ocorrem nas estradas são as trincas por fadiga e o acúmulo de deformação permanente nas trilhas de rodas. Uma das causas da ocorrência de deformação permanente nas trilhas de roda é a baixa resistência ao cisalhamento das misturas asfálticas, que depende da parte térmica do ligante asfáltico e ensaios dos agregados minerais previamente propostos por norma. Sendo assim, foram realizados todos os testes dos agregados conforme a norma NBR 7217/87 - Agregados e norma (DNER-ME 083/98) - Ensaio de Granulometria. Ao acrescentar parte do betume na mistura, o asfalto-reciclado reduz o uso de combustíveis fósseis, levando a uma redução de carbono e ajudando a promover uma economia circular. Devido a tal problema, viu-se a possibilidade de melhorar os revestimentos asfálticos com a adição de polímero ao ligante. Noventa por cento do plástico que usamos acaba em aterros sanitários ou nos oceanos do mundo. Tendo em vista esse problema, foi produzido um asfalto à base de PEAD (polietileno de alta densidade), com a justificativa de utilizar o mesmo em pavimentações que requer uma vida útil até três vezes maior que os tradicionais, com custo mais baixo de implementação, uma vez que o tempo de construção pode ser reduzido em até dois terços. Com tudo o presente artigo tende a apresentar dois problemas, a epidemia de resíduos de plástico e aprimorar o asfalto usado para realização da pavimentação nas rodovias. Estudos feitos no Reino Unido mostram a melhoria de oito a doze vezes mais na resistência do asfalto reciclado, além disso, o aumento da resistência ao envelhecimento e oxidação. O estudo dos ligantes asfálticos apresenta necessidade de desenvolvimento e viabilização na utilização de novos produtos capazes de tornar o pavimento mais econômico. Assim sendo, compreendendo que o plástico pode contribuir na diminuição de custos para as empresas de engenharia, o projeto tem como objetivo desenvolver um 3 extensor de ligantes para reduzir o volume de betume necessário em uma mistura de asfalto, ao mesmo tempo aprimorando e mantendo o desempenho do asfalto. O material ligante será feito à base de resíduos plásticos PEAD (polietileno de alta densidade) encontrados nos produtos de limpezas e frascos de shampoo por exemplo. As estradas de plástico parecem exatamente com o asfalto comum, mas por conter plástico, elas são mais flexíveis. Isso significa que podem lidar melhor com contração e expansão causadas por mudanças de clima, reduzindo rachaduras e buracos. Tendo o como diretriz o objetivo geral avaliar a resistência e benefícios da incorporação de reciclados poliméricos na pavimentação asfáltica. Constituem-se objetivos específicos do trabalho: 1.1 Obter polímeros para incorporação do pavimento. 1.2 Montar corpo de prova para realização do teste de estabilidade. 1.3 Avaliar custo benefício do pavimento. 1.4 Avaliar o desempenho dos respectivos métodos aplicados. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA A vida útil de um pavimento é representada por um período no qual atinge um grau inaceitável de deterioração, seja referente ao aspecto estrutural como o aspecto funcional. O dimensionamento do pavimento é calculado tanto para cidades com baixo fluxo, como cidades com alto fluxo de veículos. Segundo a norma DNIT 137/2010, todo projeto deve apresentar um CBR maior ou igual a 2%. De acordo com a NBR ABNT 7207 de 1982, a definição de pavimento dá-se por uma estrutura construída após a terraplanagem e destinada economicamente e simultaneamente em seu conjunto a: • Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego. • Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança. • Resistir aos esforços horizontais que nele atuam tornando mais durável a superfície de rolamento. Balbo (2007) destaca que, a construção do pavimento asfáltico é composta pelas camadas de regularização do subleito (nivelamento), reforço do subleito, sub- base, base e revestimento. Assim como demostra na Figura 1. 4 Figura 1 – Camadas do pavimento flexível Fonte: Elaborada pela autora (2020) A seguir é apresentada a descrição de cada camada: • Reforço do subleito: É uma camada de espessura constante transversalmente e variável longitudinalmente, de acordo com o dimensionamento do pavimento. É parte integrante deste e que, por circunstâncias técnico econômicas, será executada sobre o subleito regularizado. Serve para melhorar as qualidades do subleito e regularizar a espessura da sub-base. • Sub-base: Camada complementar à base. Deve ser usada quando não for aconselhável executar a base diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforço, por circunstâncias técnico- econômicas. Pode ser usada para regularizar a espessura da base. • Base: Camada destinada a resistir e distribuir ao subleito, os esforços oriundos do tráfego e sobre aqual se construirá o revestimento. • Revestimento: É camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do rolamento dos veículos e destinada, econômica e simultaneamente, a melhorar as condições do rolamento quanto à comodidade, segurança e, também, a resistir aos esforços horizontais que atuam no revestimento, tornando mais durável a superfície de rolamento. Deve ser resistente ao desgaste. O asfalto utilizado em pavimentação é um ligante betuminoso que provém da destilação do petróleo e que tem a propriedade de ser um adesivo termoviscoplástico, impermeável à água e pouco reativo. A baixa reatividade química a muitos agregados não 5 evita que esse material possa sofrer, no entanto, um processo de envelhecimento por oxidação lenta pelo contato com ar e a água (BERNUCCI et al, 2010, p.26). No Brasil utiliza-se a denominação CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo), cracteriza-se por ser um “líquido muito viscoso, semissólido à temperatura ambiente, que apresenta comportamento termoplástico, torna-se líquido se aquecido e retorna ao estado original após esfriamento” (DIAS, 2005, p.29). As normas brasileiras ABNT NBR especificadas pela Agência Nacional do Petróleo-ANP, definem quatro tipos de cimentos asfálticos de petróleo-CAP, classificando- os por penetração como: 5 CAP 30/45; CAP 50/70; CAP 85/100 E CAP 150/200, que constituem-se em produtos básicos para produção de outros materiais asfálticos de acordo com sua aplicação na pavimentação. 2.2 ASFALTOS MODIFICADOS POR POLÍMEROS Os polímeros são os materiais utilizados em modificação do asfalto, classificada em dois grupos grandes: polímeros termoplásticos e polímeros termo- rígidos. Os termoplásticos são usados para modificar o asfalto porque retêm grande maioria de suas propriedades físicas e químicas quando submetidas em processos a altas temperaturas, portanto, existe a possibilidade de sua reutilização, (polietileno, polipropileno e PVC). Pelo contrário, os termo-rígidos perdem uma porcentagem de suas propriedades físicas quando submetidas a altas temperaturas, o que impede sua reutilização, (resina epóxi, poliéster, poliuretano). Além disso, os polímeros com possibilidade de reutilização (termoplásticos) podem ser agrupados em duas categorias principais: elastômeros e plastômeros, na Figura 2 estão as classificações dos polímeros: Figura 2 – Classificação geral de polímeros na modificação de asfalto 6 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Quanto ao polímero que será incorporado ao CNUQ (concreto betuminoso usinado a quente), o mesmo está destacado na Figura 2, PEAD (polietileno de alta densidade). Os asfaltos que melhor se compatibilizam com polímeros são aqueles que apresentam certa aromaticidade. A quantidade de polímero que deve ser adicionada ao ligante é variável e depende das propriedades finais desejadas. É necessário também verificar a adequada dispersão do polímero no CAP, de forma que a matriz polimérica fique fixada na estrutura do asfalto, ocluída nas malhas do mesmo. Em 1999, o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), atual DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), realizou uma pesquisa sobre o uso de polímeros como modificador de CAP, que resultou na publicação da Coletânea de Normas de Asfaltos Modificados por Polímeros (DNER, 1999). As especificações propostas para asfaltos modificados por polímeros estão listadas na Tabela 2-5, conforme Norma DNIT 129/2011 – EM. 3 METERIAIS E MÉTODOS O asfalto convencional é produzido por asfaltenos, resinas e hidrocarbonetos pesados, eles são feitos de compostos aromáticos de cor preta e marrom, contendo elementos químicos como o nitrogênio, enxofre, carbono e oxigênio. Está estrutura físico- química é obtida através de uma análise por cromatografia em coluna líquida, é um processo de separação e identificação de componentes de uma mistura. Para que o 7 PEAD se torne um polietileno de alta densidade tem como característica uma resina de alto peso molecular, consagrada internacionalmente por suas excepcionais qualidades mecânica e de processabilidade, as quais se mantêm inalteradas por muitos anos e se aliam a alta resistência do PEAD. Os grupos desse polímero foram relatados como tendo uma temperatura de fusão em torno de 150°C sem poder passar de 180°C para serem utilizados na composição do ligante asfáltico. Além disso, essas e outras características tornam um polímero com propriedades elásticas, necessário para evitar rachaduras a baixas temperaturas. Segundo a norma DNIT-TER 005/03, afundamento é a deformação permanente caracterizada por depressão da superfície do pavimento, acompanhada, ou não de solevamento. Com o objetivo de comparar as propriedades do ligante CAP com e sem resíduos plásticos, antes de tudo é preciso realizar ensaios de caracterização dos agregados, ou seja, verificar se eles estão dentro da norma exigida. Os ensaios de densidade, gráfico da composição granulométrica, análise granulométrica, massa específica do agregado graúdo e miúdo foram calculados conforme a norma do DNIT 031/2006-ES. 3.1 VALORES DO REVESTIMETO O fato de pavimentos serem desenvolvidos com asfalto ecológico é realmente duradouro, menos realização de manutenção são necessárias. Um quilômetro de pavimento com asfalto ecológico está em torno de R$ 103,50 mil enquanto que um pavimento convencional custaria R$ 90 mil. Porém o uso de asfalto ecológico requer a redução de espessura do pavimento, fator este que pode igualar o custo, além de reduzir recursos naturais como materiais pétreos e ainda construir-se um pavimento de melhor qualidade. Segundo Anselmo (2006), os resultados dos custos finais foram realizados a partir dos custos dos pavimentos, sendo assim, a diferença de um pavimento para o outro são os revestimentos, sendo um de asfalto ecológico e o outro de asfalto convencional. Dessa forma cada revestimento tem um custo variado. • Asfalto Convencional revestimento com 5 cm à R$1.116.970,54 / Km. • Asfalto Ecológico revestimento com 5 cm à R$1.128.224,86 / Km. • Asfalto Ecológico revestimento com 4 cm à R$1.080.963,77 / Km Os cálculos foram realizados com base em informações obtidas junto à Petrobras 8 e ao DER-SP (Departamento de Estradas de Rodagem). Nos cálculos, o asfalto ecológico, com 5cm de espessura, é mais caro que o asfalto convencional, com 5cm de espessura, porém as propriedades mecânicas do asfalto ecológico, com 4cm, se torna as mesmas do asfalto convencional, com 5 cm, além de levar em consideração o tempo de duração do asfalto ecológico e sua manutenção, que minimizam mais ainda esses custos. 3.2 MÉTODOS DE EXECUÇÃO DO CBUQ MODIFICADO COM POLÍMERO 3.2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS A execução do asfalto reciclável a base de polímeros, envolve basicamente, as seguintes operações descritas a seguir no fluxograma simplificado da Figura 3. Figura 3 - Fluxograma para realização da pesquisa 9 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Todos os agregados foram examinados no laboratório e feito os testes obedecendo a metodologia indicada pelo DNIT, devendo satisfazer e atender as propriedades físicas e suas especificações em vigor. Além disso a graduação do mesmo influencia na carga aplicada ao pavimento, que por fim devem atender as exigências da norma. Foi utilizado brita ¾, brita 0, pedrisco e pó de pedra como apresentado na Figura 4, todos provenientes de uma jazida com característica de basalto localizada na cidade de Blumenau Santa Catarina e o ligante que foi obtido pela reciclagem da autora. 10 Figura 4 – Agregados utilizados na mistura Fonte: Elaborada pela autora (2020) Os principais equipamentos utilizados no ensaio são: balança, estufa, jogo de peneiras e agitador de peneiras. A empresa Contesty Engenharia realizou os ensaios deanálise granulométrica dos agregados e densidade da pedreira Vale do Selke nº1800 Bairro Itoupavazinha na cidade de Blumenau SC. Sendo assim foi acompanhado pela autora a execução do mesmo para chegar nos devidos resultados abaixo e seu respectivo gráfico de composição granulométrica. Os valores apontados na Tabela 1 e no Gráfico 1 representam os dados obtidos. Tabela 1 – Análise granulométrica dos agregados Abertura das peneiras Brita 3/4 Brita 0 Pedrisco Pó %retido %passant. %retido %passant. %retido %passant. %retido %passant. 2" - 50,80mm - - - - - - - - 1" - 37,50mm - 100,00 - - - 100,00 - 100,00 3/4" - 25,00mm - 100,00 - 100,00 - 100,00 - 100,00 1/2" - 19,00mm 75,40 24,60 2,60 97,40 - 100,00 - 100,00 3/8" - 9,50mm 98,30 1,70 21,80 78,20 - 100,00 - 100,00 #4 - 4,80mm 99,70 0,30 86,30 13,70 65,60 34,40 0,60 99,40 #10 - 2,00mm 99,70 0,30 99,80 0,20 99,70 0,30 21,60 78,40 #40 - 0,42mm 99,80 0,20 99,80 0,20 99,80 0,20 66,90 33,10 #80 - 0,18mm 99,80 0,20 99,90 0,10 99,80 0,20 80,80 19,20 #200 - 0,07mm 99,90 0,10 100,00 0,00 99,90 0,10 91,60 8,40 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Para realizar o ensaio proposto foi preciso obter a massa específica e densidade dos agregados. Baseado na norma DNER-ME 81-64, foi calculado os agregados graúdos 11 conforme a Equação 1, Equação 2, Equação 3, Equação 4 e Equação 5. (1) 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑜 𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 𝑒𝑛𝑥𝑢𝑡𝑎 𝑃ℎ = 𝑃(𝑐 + ℎ) − 𝑃𝑐 Onde P(c+h) é o peso do cesto mais amostra saturada e superfície enxuta e Pc é peso do cesto ao ar, ambos calculados em gramas(g). (2) 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑚𝑒𝑟𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑖 = 𝑃(𝑐 + ℎ)𝑖 − 𝑃(𝑐)𝑖 Onde P(c+h)i é o peso do cesto mais amostra saturada imersos e P(c)i é o peso do cesto imerso n'agua , ambos calculados em gramas(g). (3) Absorção Ab = 100 × ( 𝑃ℎ−𝑃𝑠 𝑃𝑠 ) Onde Ph é o peso ao ar da amostra saturada e superfície enxuta e Ps peso ao ar da amostra seca em estufa, a absorção é calculada em porcentagem. (4) Densidade real Dr = 1000 × 𝑀𝑎 × ( 𝑃𝑠−𝑃𝑖 𝑃𝑠 ) Onde Ma é a massa específica da água, Ps peso ao ar da amostra seca em estufa e Pi peso imerso da amostra saturada, a densidade real é calculada em Kg/m³. (5) Densidade aparente Da = 1000 × 𝑀𝑎 × ( 𝑃ℎ−𝑃𝑖 𝑃𝑠 ) Onde Ma é a massa específica da água determinada pela norma DNER-ME 92/64, Ph é o peso ao ar da amostra saturada e superfície enxuta, Ps peso ao ar da amostra seca em estufa e Pi peso imerso da amostra saturada. Por fim a densidade aparente é calculada em Kg/m³. Chegando em uma média de agregados graúdos podemos observar na Tabela 2 seus resultados previamente descritos. 12 Tabela 2 – Densidade agregado graúdo Agregado graúdo - DNER-ME 81-64 Massa específica aparente (material graúdo) Registro Nomenclatura Unidade Amostra Nº 1 2 Peso do cesto ao ar Pc g - - Peso do cesto imerso n'agua P(c)i g - - Peso do cesto + amostra saturada e superfície enxuta P(c+h) g - - Peso ao ar da amostra saturada e superfície enxuta Ph g 1215,90 1217,70 Peso do cesto + amostra saturada, imersos P(c+h)i g 788,70 790,00 Peso ao ar da amostra seca em estufa Ps g 1212,10 1213,90 Temperatura da água de imersão T ºC - - Massa específica da água (a temperatura T) Ma kg/m3 - - Peso, imerso, da Am. saturada Pi g 788,70 790,00 Absorção Ab % 0,31 0,31 Densidade Real Dr Kg/m3 2862,78 2863,65 Densidade Aparente Da Kg/m3 2837,31 2838,20 Densidade real média Dr Kg/m3 2.863,21 Densidade aparente média Da Kg/m3 2.837,76 Densidade real adotada Dadt Kg/m4 2863,21 Absorção média Abm % 0,31 Fonte: Elaborada pela autora (2020) A densidade real do agregado miúdo foi calculada conforme método de relação da massa específica de determinado volume da amostra em 25Cº, conforme estabelecido pela norma DNER-ME 84-64 apresenta-se os resultados na Equação 6, Equação 7, Equação 8 e Equação 9. (6) 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑓𝑎 𝑃𝑠 = 𝑃(𝑝𝑐 + 𝑠) − 𝑃𝑝 Onde P(pc+s) é o peso do picnômetro mais amostra seca em estufa e Pp é o peso do picnômetro vazio seco e limpo, ambos calculados em gramas(g). (7) 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 𝑉𝑎 = 𝑃(𝑝𝑐 + 𝑠 + 𝑎) − 𝑃(𝑝𝑐 + 𝑠) Onde P(pc+s+a) é o peso do picnômetro mais amostra mais água e P(pc+s) é o peso do picnômetro mais amostra seca em estufa, ambos calculados em gramas(g). (8) Volume do picnômetro Vp = 𝑃(𝑝𝑐 + 𝑎) − 𝑃𝑝 13 Onde P(pc+a) é o peso do picnômetro mais água Pp é o peso do picnômetro vazio seco e limpo, volume do picnômetro é calculado em cm³. (9) Densidade real Dr = 1000 × ( 𝑃𝑠 𝑉𝑝−𝑉𝑎 ) Onde Ps é o peso da amostra seca em estufa, Vp é representado pelo volume do picnômetro e Va volume da água, a densidade real é calculada em Kg/m³. Chegando em uma média de agregados miúdos, podemos observar na Tabela 3 seus resultados previamente descritos. Tabela 3 – Densidade agregado miúdo Agregado miúdo - DNER-ME 84-64 Densidade do material passante na peneira Nº 8 retido na Nº 200 Registro Nomenclatura Unidade Amostra Nº 3 4 Peso do picnômetro vazio, seco e limpo Ppc g 142,70 163,60 Peso do picnômetro + amostra seca em estufa P(pc+s) g 489,50 550,80 Peso da Amostra seca em estufa Ps g 346,80 387,20 Peso do picnômetro + amostra + água P(pc+s+a) g 867,80 909,10 Volume da água Va g 378,30 358,30 Peso do picnômetro + água P(pc+a) g 636,00 650,60 Volume do picnômetro Vp cm3 493,30 487,00 Densidade real Dr Kg/m3 3.015,65 3.008,55 Densidade real média Drm Kg/m3 3.012,10 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Por fim foi realizado o cálculo da densidade especifica real do agregado finamente pulverizado, ou seja, aqueles que apresentam a textura em pó e estão retidos nas peneiras com menores aberturas, foi calculada de acordo com norma DNER-ME 85-64, conforme equação 10 e equação 11. (10) Volume do líquido deslocado Va = 𝐿𝑓 − 𝐿𝑖 Onde Lf é representada pela leitura final e Li leitura inicial do frasco Le Chatelier, volume do líquido descolado é calculado em cm³. (11) 14 Densidade real Dr = 1000 × ( 𝑃𝑠 𝑉𝑎 ) Onde Ps é o peso do material e Va volume líquido deslocado, a densidade real é calculada em Kg/m³. Chegando em uma média de agregados miúdos, podemos observar na Tabela 4 seus resultados previamente descritos. Tabela 4 – Densidade agregado finamente pulverizado Agregado finamente pulverizado - DNER-ME 85-64 Densidade do material passante na peneira Nº 200 retido na Nº 0 Registro Nomenclatura Unidade Amostra Nº 5,00 6,00 Peso do material Ps g 52,30 51,98 Leitura inicial Li - 0,60 0,80 Leitura final Lf - 18,87 18,82 Volume do líquido deslocado Va cm3 18,27 18,02 Densidade real Dr Kg/m3 2862,62 2884,57 Densidade real média Drm Kg/m3 2.873,59 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Para execução dos corpos de prova é necessário que o projetista faça um estudo da mistura granulométrica, os valores referentes ao mesmo serão utilizados para dimensionar a quantidade de agregados e sua granulometria para cada corpo de prova, onde será feito o ensaio Marshall. Os dados granulométricos foram obtidos com ensaios no laboratório através do peneiramento, a fim de obter a curva granulométrica ideal para realização dos corpos de prova conforma demostrado na Tabela 5. Tabela 5 – Composição da mistura granulométrica Material: CBUQ com adição de polímero Faixa especificada: Faixa 'C' DNIT 031/2006-ES Abertura das peneiras Brita 3/4 Brita 0 Pedrisco Pó Mistura encontrada Mistura específica 20% 15% 10% 55% %passant. %retido %passant. %retido %passant. %retido%passant. %retido 2" - 50,80mm - - - - - - - - - 100,00 100,00 1" - 37,50mm 100 20 100 15 100,00 10 100,00 55,00 100,00 100,00 100,00 3/4" - 25,00mm 100 20 100 15 100,00 10 100,00 55,00 100,00 100,00 100,00 1/2" - 19,00mm 20,3 4,10 98,80 14,80 100,00 10 100,00 55,00 83,90 80,00 100,00 3/8" - 9,50mm 1,6 0,3 81,00 12,20 99,90 10 100,00 55,00 77,50 70,00 90,00 15 #4 - 4,80mm 0,1 0 16,30 2,40 34,20 3,40 99,50 54,70 60,60 44,00 72,00 #10 - 2,00mm 0,1 0 0,5 0,1 0,5 0,10 76,10 41,80 42,00 22,00 50,00 #40 - 0,42mm 0 0 0,4 0,1 0,4 0 29,90 16,40 16,50 8,00 26,00 #80 - 0,18mm 0 0 0,3 0,1 0,4 0 16,80 9,20 9,30 4,00 16,00 #200 - 0,07mm -0,1 0 0,1 0 0,2 0 6,90 3,80 3,80 2,00 10,00 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Os valores da mistura encontrada foram calculados conforme Equação 12: (12) 𝑀𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = %𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎3/4 + %𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 0 + %𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑑𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 + %𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑝ó Na Tabela 5 e no Gráfico 1 representam os resultados encontrados, podemos observar que o mesmo se enquadrou na faixa “C” do DNIT031/2006-ES. Gráfico 1 – Gráfico composição granulométrica Fonte: Elaborada pela autora (2020) Conforme no gráfico a mistura do projeto ficou dentro da faixa específica determinada por norma. Partindo desse estudo é possível realizar a composição da mistura. Os agregados foram inseridos na estufa por um período de 24 horas com o intuito de atingir a umidade ótima. Vale informar que a temperatura da estufa ficou dentro do proposto por norma 110°C, inferior a 183º. Conforme representado na Figura 6 o processo de peneiramento para atingir a mistura ótima ou ideal para os corpos-de-prova. Mistura encontrada Mistura específica 1"3/4"1/2"3/8"#4#10#40#80#200 3 7 ,5 0 2 5 ,0 0 1 9 ,0 0 9 ,5 0 4 ,8 0 2 ,0 0 0 ,4 2 0 ,1 8 0 ,0 7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 Diâmetro dos grãos em milímetros(mm) Numero das peneiras 16 Analisando a Figura 5 os agregados estão dentro da temperatura estabelecida por norma: Figura 5 – Temperatura dos agregados Fonte: Elaborada pela autora (2020) Figura 6 – Processo de peneiramento e sedimentação Fonte: Elaborada pela autora (2020) 3.2.2 COMPOSIÇÃO DA MISTURA A faixa granulométrica a ser empregada no projeto deve ser escolhida em função da utilização prevista para a mistura asfáltica. Foi utilizado como camada de rolamento tendo em vista a obtenção de rugosidade que atenda adequadas condições de segurança ao tráfego. Nesse sentido, a partir dos resultados obtidos na Tabela 5 adota-se a faixa C, conforme DNIT 031/2006-ES. A composição da mistura do concreto asfáltico na faixa C é representada na Tabela 6, segundo a porcentagem de massa passante nas peneiras. 17 Tabela 6 – Composição da mistura Abertura das peneiras %passant. Tolerâncias 2" - 50,80mm - - 1" - 37,50mm - ± 7% 3/4" - 25,00mm 100 ± 7% 1/2" - 19,00mm 80 100 ± 7% 3/8" - 9,50mm 70 90 ± 7% #4 - 4,80mm 44 72 ± 5% #10 - 2,00mm 22 50 ± 5% #40 - 0,42mm 8 26 ± 5% #80 - 0,18mm 4 16 ± 3% #200 - 0,07mm 2 10 ± 2% Camada de rolamento 4,5 9,0 Espessura mínima da camada (cm) 3,5cm Fonte: Elaborada pela autora (2020) 3.2.3 CONTROLE DAS CARACTERÍSTICAS DA MISTURA O ensaio realizado foi o Marshall, que seria o método de dosagem para mistura asfáltica. Para chegar na quantidade de agregados que cada corpo de prova recebe, foi realizado o peneiramento dos agregados. Os resultados foram obtidos através projeto faixa “C” do DNIT031/2006-ES como apresentado anteriormente na Tabela 5. Analisando a Figura 7 podemos observar o peneiramento dos agregados passante e retido em cada peneira: Figura 7 – Granulometria ideal 18 Fonte: Elaborada pela autora (2020) Obtemos quatro corpos-de-prova, conforme a norma cada um possui um peso padrão de 1,140g. Partindo disso, através da Equação 13 representa as quantidades de cada agregados para um corpo-de-prova. (13) Mistura ideal Mi = ( % 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎×1.140 100 ) Onde porcentagem retida é a quantidade de agregados que ficou na peneira, sabemos que brita ¾ e brita 0 são agregados graúdos, pedrisco e pó de pedra retido na peneira quarenta são agregados miúdos e os demais agregados finamente pulverizados. As quantidades de cada fração obtida são representadas na Tabela 7. Tabela 7 – Cálculo para confecção do corpo de prova Abertura das peneiras Quantidade de agregados em % Separação peneira % Retida Peso da fração %passant. %retido 3/4" - 25,00mm 100,00 3/4" 1/2" 16,12 183,72 1/2" - 19,00mm 83,90 1/2" 3/8" 6,42 73,13 3/8" - 9,50mm 77,50 3/8" #4 16,85 192,10 #4 - 4,80mm 60,60 #4 #10 18,65 212,62 #10 - 2,00mm 42,00 #10 #40 25,43 289,89 #40 - 0,42mm 16,50 #40 #80 7,21 82,24 19 #80 - 0,18mm 9,30 #80 #200 5,49 62,61 #200 - 0,07mm 3,80 #200 fundo 3,83 43,70 Total 1.140g Fonte: Elaborada pela autora (2020) 3.2.4 PREPARAÇÃO DA MISTURA Em seguida conforme elaborado na Figura 8, foi pesado em recipientes separados nas proporções calculadas. O método de determinação do ensaio Marshall (DNER-ME 043) informa que as quantidades devem estar entre 1.140g a 1.200g. Figura 8 – Mistura ótima Fonte: Elaborada pela autora (2020) Foi acrescentado o cimento asfáltico (CAP) e o polietileno como ligante nas misturas dos ensaios. Conforme a faixa “C” foi adotado 5% para a quantidade de ligante a ser utilizado, que corresponde a um peso de 60g. Partindo disso a mistura foi realizada com quatro corpos de prova, sendo 1° com 30g de CAP e 30g de polietileno graúdo, 2° com 40g de CAP e 20g de polietileno graúdo, 3° com 30g de CAP e 30g de polietileno miúdo e 4° com 40g de CAP e 20g de polietileno miúdo. Na Figura 9 estão presentes os polietilenos graúdo e miúdo que foram utilizados nas misturas: 20 Figura 9 – Polietileno miúdo e graúdo Fonte: Elaborada pela autora (2020) Para fundir o polietileno foi adotado conforme a norma DNER-ES 385/99, que apresenta uma temperatura para o aquecimento do ligante de 150ºC. A temperatura máxima deve ser de 180ºC. Para a compactação tanto com o soquete nos ensaios como na prática a mistura não pode ser inferior a 110ºC. Conforme indicado na Figura 10 representa do processo de fundição do polímero. Figura 10 – Processo de processo de fundição do polietileno Fonte: Elaborada pela autora (2020) Foram realizados quatro corpos de prova para dosagem de mistura betuminosa. Chagamos a uma temperatura de 186°C como mostra na Figura 11. 21 Figura 11 – Homogeneização da mistura CBUQ com adição de polímero Fonte: Elaborada pela autora (2020) 3.2.5 COMPACTAÇÃO DO CORPO DE PROVA Os parâmetros de avaliação dos valores limites resultantes do ensaio Marshall são apresentados na Tabela 8, de acordo com as diretrizes estabelecidas no método do DNER-ME 043/95. Tabela 8 – Valores limites dos resultados Características Camada de rolamento Estabilidade min. 500(Kgf) Fluência 2 4,5 Vazios da mistura ( V.V.%) 3 4 Relação Betume vazios (R.B.V.%) 75 82 Nº de Golpes por fase do corpo de prova (C.P) 75 golpes Fonte: Elaborada pela autora (2020) O molde de compactação e a base do soquete foram limpados e aquecidos na estufa a 130°C. Logo em seguida o mesmo foi colocado no suporte de compactação realizando 75 golpes de cada lado, como demostrado na Figura12. Essa quantidade de golpes foi determinada pela norma DNER-ME 043/95, por questão de ser faixa “C” 22 apresenta um volume maior de tráfego. Figura 12 – Colocação ecompactação da mistura no molde Fonte: Elaborada pela autora (2020) Após a compactação, o corpo-de-prova foi retirado do anel inferior deixando o mesmo em repouso durante 12 horas em temperatura ambiente. A altura dos quatro corpo-de-prova chegou em 6,40cm e o diâmetro de 10cm. Esses valores foram calculados com o paquímetro em quatro posições diametralmente opostas. Foi adotado como altura o valor da média aritmética das quatro leituras. 4 RESULTADOS E DISCUÇÕES Conforme apresentado, teve-se como objetivo avaliar a resistência e benefícios da incorporação de reciclados poliméricos na pavimentação asfáltica. Todas as amostras de ligante deste estudo foram submetidas ao mesmo tratamento térmico para evitar qualquer diferença em suas propriedades causada pela alta temperatura utilizada durante a sua preparação. Após todos os ensaios realizados, demonstrou-se na Tabela 9 uma média de densidade dos agregados. Tabela 9 – Resumo densidade dos agregados Agregados Densidade real Brita 3/4 2.863,2kg/cm³ Brita 0 2.863,2kg/cm³ Pedrisco 3.012,1kg/cm³ Pó de pedra 1,0kg/cm³ 23 Fonte: Elaborada pela autora (2020) 4.1.1 DETERMINAÇÃO DA ESTABILIDADE E DA FLUÊNCIA Figura 13 – Extração dos corpos de prova dos moldes Fonte: Elaborada pela autora (2020) Conforme a Figura 13 depois de extraídos os corpos de prova, foram imersos em banho maria a (60±1) °C por cerca de 30 minutos. Logo em seguida o molde com 53°C foi colocado na prensa segundo a geratriz e o medidor de fluência ajustado na posição do corpo de prova. Através do defletômetro da prensa, observou-se que ela levou em torno de 5cm por minuto até romper o corpo de prova. A leitura será anotada e convertida em N (kgf), pelo gráfico de calibração do anel dinamométrico, como demostrado na Figura 14. Figura 14 – Determinação da estabilidade e fluência Fonte: Elaborada pela autora (2020) 24 Admitiu-se conforme a norma DNER-ME 043/95 uma estabilidade de no mínimo 500kgf para cada corpo-de-prova e fluência que foi obtida, simultaneamente ao da estabilidade tendo que ficar entre 75 a 82. Portanto, sabendo dos valores mínimos que apresentam na Tabela 8 e dos padrões adotados, calculou-se os resultados do primeiro corpo-de-prova. O volume está representado na Equação 14. (14) Volume = 𝑃𝑎 − 𝑃𝑖 = 1186,46 − 666,41 Volume = 520,05 Onde Pa é o resultado do peso ao ar e Pi valor do peso imerso do primeiro corpo- de-prova. A densidade aparente é calculada conforme a Equação 15. (15) Densidade aparente Da= ( 𝑃𝑎 𝑉 ) = ( 1186,46 520,05 ) Densidade aparente Da = 2,2812 Onde Pa é o resultado do peso ao ar e V resultado do volume calculado anteriormente. O próximo passo é calcular a porcentagem de vazios, que são bolsas de ar entre as partículas de agregados na mistura asfáltica compactada, visando avaliar a compactação da mistura. Na Equação 16 o resultado está representado. (16) % de vazios Va= 100 × ( 𝐷𝑡−𝐷𝑎 𝐷𝑡 ) = ( 2,516−2,281 2,516 ) % de vazios Va= 9,32 Onde Dt é a densidade teórica que foi adotado por norma e Da densidade aparente calculada anteriormente. A porcentagem de volume de vazios da mistura asfáltica compactada no corpo- de-prova foi obtida pela Equação 17. (17) V.C.B= ( 𝐷𝑎×𝑀𝑇𝐵 𝐷𝑐𝑎𝑝 ) = ( 2,281×4,82 1,006 ) 25 V.C.B= 10,94 Onde Da densidade aparente calculada anteriormente, MTB seria a média do teor de betume e Dcap densidade do cap, ambos adorados por norma. A porcentagem de volume de vazios do agregado mineral na mistura asfáltica compactada (ou no corpo-de-prova), que é obtida pela Equação 18. (18) V.A.M = 𝑉𝑎 + 𝑉. 𝐶. 𝐵 = 9,32 + 10,94 V.A.M = 20,26 Onde Va é a porcentagem de volume de vazios na mistura asfáltica compactada e V.C.B corresponde a porcentagem de volume de vazios da mistura asfáltica compactada com betume. Próximo passo é calcular a relação betume-vazios da mistura asfáltica compactada, esse valor é muito importante para execução “in loco” do asfalto, isso porque se a mistura vier com muito betume ele tende a não atingir a compactação ideal e se vier com pouco tende a ter rachaduras. O resultado está descrito na Equação 19. (19) R.B.V= 100 × ( 𝑉.𝐶.𝐵 𝑉.𝐴.𝑀 ) = ( 10,94 20,26 ) R.B.V= 53,98 Onde V.C.B corresponde a porcentagem de volume de vazios da mistura asfáltica compactada com betume e V.A.M porcentagem de volume de vazios do agregado mineral. Nesse caso do primeiro corpo de prova não atingimos a relação betume vazio exigida por norma. O próximo passo é calcular a estabilidade e fluência do ensaio. O valor obtido pela fluência foi de 3,60mm resultado correspondente ao deslocamento na vertical apresentado pelo corpo-de-prova. Com o valor de 1,122 que corresponde a leitura deflexão do primeiro ensaio e 1,787 que representa o valor constante da prensa, é calculado a estabilidade na Equação 20, carga máxima em kgf a qual o corpo-de-prova resiste antes da ruptura por compressão. (20) Estabilidade E= 𝐿𝑑 ×Cp = 1,122 × 1,787 26 E= 2.006𝑘𝑔𝑓 Onde Ld representa a leitura deflexão e Cp o valor constante da prensa. Diante desses valores obtidos podemos observar que ele atende a norma DNER-ME 043/95, porém só a estabilidade e a fluência não são necessárias para que o asfalto possa ser aplicado. Após realizado todos os cálculos do primeiro corpo-de-prova, para que o texto não se torne cansativo, demonstrou-se na Tabela 10 os resultados obtidos dos demais ensaios. Tabela 10 – Valores obtidos através do ensaio Marshall Registro C.P 1 50/50 graúdo C.P 2 30/20 graúdo C.P 3 50/50 miúdo C.P 4 30/20 miúdo Valores estabelecidos por norma Peso ao ar 1186,4g 1188,76g 1209,57g 1219,84g - Peso imerso 666,41g 676,32g 691,81g 715,51g - Volume 520,1 512,4 517,18 504,3 - Densidade aparente 2,281 2,32 2,336 2,419 2,4 Densidade teórica 2,516 2,516 2,516 2,516 - % de vazios 9,32% 7,80% 7,15% 3,87% 3 a 5 V.C.B 10,94 11,12 11,20 11,59 - V.A.M 20,26 18,92 18,35 15,46 - R.B.V 53,98 58,78 61,04 74,99 75 a 82 Leitura deflexão 1,122 1,09 1,14 1,075 - Estabilidade 2008kgf 2008kgf 2059kgf 2020kgf 500kgf (mínimo) Fluência 3,6mm 2,85mm 2,64mm 4,25mm 2,0 a 4,5 Fonte: Elaborada pela autora (2020) A análise dos dados revelou que o corpo-de-prova número 4 obteve os melhores resultados. Através dos parâmetros do ensaio Marshall nas amostras com diferente quantidade de ligante, no primeiro corpo-de-prova a estabilidade mostrou uma variação no seu resultado de 2.008kgf em uma diferença de 53,98 de betume-vazio, o volume de vazios correspondeu a um valor de 9,32%. No segundo corpo-de-prova a estabilidade mostrou uma variação no seu parâmetro de 2.008kgf em uma diferença de 58,78 de betume-vazio, o volume de vazios apresentou um valor de 7,8%. No terceiro corpo-de- prova a estabilidade mostrou uma variação no seu parâmetro de 2.059kgf em uma diferença de 61,04 de betume-vazio, o volume de vazios resultou em 7,15%. Por fim, o 27 quarto corpo-de-prova obteve um melhor resultado, estabilidade de 2.020,0kgf se encontra na amostra com 74,99 de betume-vazio e 3,87% de vazios. 28 5 CONCLUSÃO O presente projeto nos traz um revestimento com alta resistência, composto pelo polímero reciclável. Com a realização dos quatro corpos de prova podemos observar que cada um obteve um resultado diferente, quanto mais miúdo o polímero estiver mais preciso serão os resultados finais. De maneira geral, pode-se afirmar que o estudo realizado do asfalto betuminoso usinado a quente com adição de 2% á 3% de polietileno nos traz um revestimento com maior estabilidade e porcentagem de vazios de ar da mistura. O valor do R.B.V correspondea um valor mínimo, ou seja, foi atendido as exigências da norma, porém para uma melhor execução quanto a sua compactação, é interessante utilizar maquinários maiores para um melhor resultado. Com tudo, após os cálculos e normas estudadas, fica clara a importância de se realizar todas as etapas do projeto. Conforme dados dos agregados previamente definidos todos os ensaios de densidade e granulometria foram atendidos, podendo utilizar os materiais previamente definidos. Conclui-se que pelos resultados obtidos do ensaio de estabilidade Marshall, as misturas quentes com emulsões modificadas podem ser utilizadas em projetos de pavimentos novos, estradas de baixo e alto fluxo de veículos. No geral, usando o polietileno na mistura de asfalto reduz a deformação do pavimento, aumentar a resistência e proporcionar melhor adesão entre o asfalto e o agregado. 29 6 REFERÊNCIAS ARAO, Mieka. Avaliação do comportamento mecânico de misturas asfálticas com a inserção de polietileno tereftalato (PET) triturado. Rio de Janeiro, RJ, 2016. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT ME 083/1998. Agregados – Análise Granulométrica. Rio de Janeiro, 1994. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT 031/2006. Pavimentos Flexíveis – Concreto Asfáltico. Rio de Janeiro, 1997. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT ES 137/2010. Pavimentação - Regularização do subleito - Especificação de serviço. Rio de janeiro, 1997. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT EM 129/2011. Cimento Asfáltico de Petróleo Modificado por Polímero Eslastomérico. Rio de Janeiro, 1999. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTES. DNER – ME043/64. Ensaio Marshall para misturas betuminosas. Rio de Janeiro, 1999. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT ES 385/99. Pavimentação - Concreto Asfáltico Com Asfalto Polímero. Rio de Janeiro. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7207 fev/1982. Terminologia e classificação de pavimentação. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ABNT 7217 ago/1987. Agregados - Determinação da composição granulométrica. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12891 jul/1993. Dosagem de misturas betuminosas pelo método Marshall. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ABNT 14950 abr/2003. Materiais betuminosos - Determinação da viscosidade Saybolt Furol. CALDERÃO DO HUCK. Construindo talentos - Samanta e Letícia desenvolveram o Asfalto de Plástico, Novo Hamburgo – RS Samanta e Letícia desenvolveram o asfalto de plástico. TOBY MCCARTNEY. O que são 'estradas de plástico'? 2016. Disponível em: <https://uk.linkedin.com/in/tobymccartneymacrebur>. Acesso em: 20 de jul. 2020. 30 SALOMÃO PINTO; ISAAC EDUARDO PINTO. Pavimentação Asfáltica: Conceitos Fundamentais sobre Materiais e Revestimentos Asfálticos. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. JÉSSICA MIWA. Reino Unido testa asfalto 60% mais resistente que é feito com plástico retirado dos oceanos 2017. Disponível em: < https://thegreenestpost.com/reino- unido-testa-asfalto-2/>. Acesso em: 16 de ago. 2020. JOSÉ TADEU BALBO. Pavimentação asfáltica - Materiais, projeto e restauração. São Paulo – SP, 2007. 558p. JORGE AUGUSTO PEREIRA; LIEDI BARIANI BERNUCCI; JORGE BARBOSA SOARES. Pavimentação asfáltica - Formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro – RJ 2008. 501p. PROFA. JISELA APARECIDA SANTANNA GRECO. Apostila dosagem Marshall - Misturas Betuminosas Densas Dosagem Marshall. Minas Gerais Fev. 2016 https://thegreenestpost.com/reino-unido-testa-asfalto-2/%3e.%20Acesso https://thegreenestpost.com/reino-unido-testa-asfalto-2/%3e.%20Acesso 31 APÊNDICE A – CRONOGRAMA FASE DATA/PERÍODO ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS 01 20/03 a 22/04/2020 Determinação da problemática, hipóteses, objetivos e justificativa. 02 20/03 a 22/04/2020 Revisão da Literatura e de Normas Técnicas. 03 01/06 a 29/06/2020 Exposição dos Materiais e Métodos. 04 01/06 a 29/06/2020 Elaboração do Cronograma e Orçamento para o desenvolvimento da pesquisa. 05 29/06 a 30/06/2020 Entrega Parcial e Qualificação Oral do estudo. 06 10/08 a 03/11/2020 Execução dos ensaios laboratoriais conforme as Normas Técnicas. 07 10/08 a 03/11/2020 Verificação dos parâmetros importantes do estudo. 08 03/11 a 07/11/2020 Comparação de todos os resultados obtidos e exposição da conclusão. 09 07/11 a 09/11/2020 Finalização do estudo. 10 09/11 a 23/11/2020 Entrega Final e Apresentação Oral do estudo. 32 ANEXO I CARTA DE ACEITE DO ORIENTADOR Eu, _______________________________________________________________________, professor (a) do Curso de Graduação ________________________________, venho informar a Coordenação do Curso que realizarei a Orientação do Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, do (a) acadêmico (a):_____________________________________________________________________ __________intitulado_______________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____________________________ Assinatura do Acadêmico (a) _______________________________________ Assinatura do Professor(a) Orientador(a)_____________________________ Blumenau, ______ de __________________ de 20____. 33 ANEXO II AVALIAÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA BANCA EXAMINADORA Acadêmico(a): ________________________________________________________________________ Prof. Orientador:______________________________________________________________________ Membros da Banca: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ASPECTOS AVALIADOS NA FORMA ESCRITA Nota Máxima Nota Atribuída Título: é conciso e reflete com precisão o conteúdo? 0,5 Introdução: foi escrita de forma sequencial, que encaminha logicamente o leitor às problemáticas, às justificativas, às hipóteses e aos objetivos? Apresenta contextualização? 1,0 Objetivos: são claros e exequíveis. 1,0 Revisão de literatura: é focada a trajetória conceitual - histórica do assunto abordado? As citações estão adequadas e bem empregadas? Existe relação do estudo apresentado com outros trabalhos da área? 0,5 Metodologia (Material e Métodos): são suficientes e detalhados? Os materiais e as metodologias adotados são pertinentes à área de pesquisa? 2,0 Resultados e Discussão: todos os resultados e discussões estão apresentados corretamente? A discussão está de forma satisfatória e correlacionada com resultados obtidos em outros trabalhos da mesma natureza? Todas as tabelas, quadros e figuras são referidos no texto sem repetição e, são necessárias e autoexplicativas? 2,5 Considerações finais: as considerações finais são apresentadas corretamente? Ela atende aos objetivos propostos? Ela responde às hipóteses iniciais? 1,0 Referências: seguem as normas de metodologia da Instituição? Todas as referências constam citadas no trabalho e vice-versa? 0,5 Apresentação, forma e estilo: está de acordo com as normas de apresentação pré-estabelecidas? Apresenta linguagem técnica e clara? O raciocínio é lógico e didático? As regras de pontuação acentuação, concordância verbo-nominal são observadas? 1,0 NOTA: ____________ 34 Observações e sugestões: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ASPECTOS AVALIADOS NA FORMA ORAL Nota Máxima Nota Atribuída Domínio do Conteúdo Apresentado 1,0 Clareza e Objetividade na Apresentação e Discussão dos seguintes itens: Introdução (problemática, justificativa, hipóteses, objetivos); Metodologia (material e método); Resultados e Discussão e Considerações Finais. 2,5 Desempenho do Processo de Comunicação Oral (linguagem, expressão corporal e sequência de lógica de apresentação) 1,5 Respeito ao Tempo de Apresentação (20minutos) 1,0 Potencial de Discussão frente aos Questionamentos da Banca. 2,5 Clareza e Objetividade do Material Apresentado 1,0 Uso adequado das Mídias Disponíveis 0,5 NOTA: ______________ Observações e sugestões: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Membros da Banca: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Blumenau, _______ de ________ de 20____. 35 ANEXO III AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO DO TRABALHO E APRESENTAÇÃO EM ENCONTROS CIENTÍFICOS EXTERNOS AUTORIZO a Biblioteca do CENTRO UNIVERSITÁRIO DANTE - UNIDANTE, a publicar o texto integral da obra abaixo citada, em arquivo único, a título de divulgação gerada pela Instituição de Ensino Superior, assim como o direito ao Orientador do Projeto a dar sequência no projeto e apresentá-lo em eventos científicos de quaisquer naturezas. Nome(s) do(s) autor (es): _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Título:__________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Nome do Orientador_______________________________________________ Data ___/___/___ ____________________________________ Assinatura do Autor ________________________________________ Assinatura do Orientador 36 _____________________________________ Assinatura do Coordenador do Curso ANEXO IV DIÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DE ORIENTAÇÕES ACADÊMICO: ORIENTADOR: TÍTULO DO TRABALHO: ANO/SEMESTRE: TRABALHO: ( ) TCC ( ) TCCI ( ) TCC II ( ) TCC III ( ) TG ( ) TFG Calendário Geral Data Local Horário Atividade/Orientações/Sugestões/Ocorrên cias Realizadas Orientad. Acadêmi.
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