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1 Transferência de Calor e Massa I Prof. Juscelino Jr. 2 Condução de calor em regime transiente 3 Condução de calor em regime transiente Muitos problemas de transferência de calor são dependentes do tempo. São problemas não-estacionários ou transientes que surgem quando as condições de contorno de um sistema são mudadas. Por exemplo, se a temperatura superficial de um sistema for alterada, a temperatura em cada ponto desse sistema também começará a mudar. Essas mudanças continuarão até que uma distribuição de temperaturas estacionárias seja alcançada. 4 Condução de calor em regime transiente Em um lingote de metal quente, removido de um forno e exposto a uma corrente de ar frio a energia será transferida por convecção e radiação de uma superfície para a vizinhança. Da mesma forma, haverá uma transferência de calor por condução no interior da peça. Assim haverá uma diminuição da temperatura em cada ponto do lingote com o tempo, até que uma condição de regime estacionário seja alcançada. 5 Condução de calor em regime transiente Processo similar é o resfriamento de alimentos, onde o produto é submetido a uma corrente de ar a baixa temperatura e a temperatura do produto diminui gradativamente, até atingir uma mesma condição de regime estacionário. O comportamento da temperatura depende do tempo e da posição no sólido e ocorre em muitos processos industriais de aquecimento e resfriamento. 6 Condução de calor em regime transiente O problema transiente pode ser resolvido através de duas análises, considerando: A variação de temperatura no interior do sólido é desprezível (variação com a posição) e somente há variação com o tempo: T(t) 7 Condução de calor em regime transiente A variação da temperatura no sólido com a posição e o tempo: T(x,t) Exemplos de aplicação: - Tratamento térmico; - Lingote de metal quente removido de um forno e exposto a uma corrente de ar frio; - Produção de novos materiais com propriedades melhoradas; - Resfriamento e congelamento de alimentos. 8 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Um problema simples e comum de condução transiente envolve um sólido que passa por uma súbita mudança no seu ambiente térmico. 9 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Como exemplo, em um processo de têmpera, o metal a uma temperatura inicial Ti é submetido a um rápido resfriamento através da imersão em um meio líquido a uma temperatura Ti, mais baixa que Ti (Ti > T∞ ). 10 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global A essência do método da capacitância global é a hipótese de que a temperatura do sólido é uniforme no espaço, em qualquer instante durante o processo transiente, ou seja, os gradientes de temperatura no interior do sólido são desprezíveis. Pela Lei de Fourier, um gradiente desprezível implica a existência de uma condutividade térmica (k) infinita, o que é obviamente impossível. 11 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global No entanto, essa solução é aproximada se a resistência interna à transferência de calor por condução dentro do sólido é muito pequena comparada à resistência externa entre a superfície e o meio (convecção). Esta aproximação é mais exata quanto maior for a relação entre a área superficial e o volume, como por exemplo em placas finas e fios. 12 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Ao desprezar os gradiente de temperatura no interior do sólido, o problema não pode mais ser analisado do ponto de vista da equação do calor. Como alternativa, a resposta transiente é determinada através de um balanço global de energia no sólido. Esse balanço deve relacionar a taxa de perda de calor na superfície com a taxa de variação de sua energia interna, isso é: 13 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global (𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟) = (𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐ú𝑚𝑢𝑙𝑜) 𝐸𝑠𝑎𝑖 = 𝐸𝑎𝑐ú𝑚𝑢𝑙𝑜 −ℎ. 𝐴𝑠. 𝑇 𝑡 − 𝑇∞ = 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝. 𝑑𝑇 𝑡 𝑑𝑡 onde 𝐴𝑠 e a área superficial do solido, em m², r sua massa especifica, em kg/m³, V o seu volume, em m³ e 𝑐𝑝 o calor especifico, em J/kg.K. Na mesma eq., T representa a temperatura e t o tempo. 14 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global −𝜃 𝑡 = 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . 𝑑𝜃 𝑡 𝑑𝑡 Adimensionalizando: 𝜃 𝑡 = 𝑇 𝑡 − 𝑇∞ 𝑑𝜃 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑑𝑇 𝑡 𝑑𝑡 −ℎ. 𝐴𝑠. 𝑇 𝑡 − 𝑇∞ = 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝. 𝑑𝑇 𝑡 𝑑𝑡 15 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global −𝜃 𝑡 = 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . 𝑑𝜃 𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 = − 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . 𝑑𝜃 𝑡 𝜃 𝑡 Separando e integrando: 𝑡 = − 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . ln 𝜃 𝑡 16 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Aplicando os limites: 𝑡 = − 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . ln 𝜃 𝑡 𝜃𝑖 = 𝑇𝑖 − 𝑇∞ 𝑡 = − 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . ln 𝜃 𝜃𝑖 17 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Reescrevendo: 𝑡 = − 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 . ln 𝜃 𝜃𝑖 ln 𝜃 𝜃𝑖 = −𝑡. ℎ. 𝐴𝑠 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 18 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Isolando: ln 𝜃 𝜃𝑖 = −𝑡. ℎ. 𝐴𝑠 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 𝜃𝑖 𝜃 𝜃 𝜃𝑖 =𝑒 −𝑡. 1 𝜏 τ = 𝜌. 𝑉. 𝑐𝑝 ℎ. 𝐴𝑠 onde: 19 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Reescrevendo: 𝜃 𝜃𝑖 =𝑒 −𝑡. 1 𝜏 𝑇 𝑡 − 𝑇∞ 𝑇𝑖 − 𝑇∞ =𝑒 −𝑡. 1 𝜏 20 Condução de calor em regime transiente Método da capacitância global Mas... 𝑇 𝑡 − 𝑇∞ 𝑇𝑖 − 𝑇∞ =𝑒 −𝑡. 1 𝜏 Só é válida quando: 𝐵𝑖 = ℎ. 𝐿 𝑘 < 0,1 𝐵𝑖 = ℎ. 𝑟 3. 𝑘 < 0,1𝐵𝑖 = ℎ. 𝑟 2. 𝑘 < 0,1 Cartesiana Cilíndrica Esférica 21 Condução de calor em regime transiente Exercício Bolas de aço com 12 mm de diâmetro são temperadas pelo aquecimento a 1150 K seguido do resfriamento lento até 400 K, em um ambiente com ar a 𝑇∞ = 325 K e h = 20 W/m².K. Supondo que as propriedades do aço sejam k=40W/m.K, ρ = 7800 kg/m³ e cp = 600 J/kg.K: a) Estime o tempo necessário para o processo de resfriamento; (t = 1122 s) b) Desenhe a curva de resfriamento ate uma temperatura próxima mas superior a 𝑇∞; c) Estime a temperatura do solido na metade do tempo total de resfriamento. (T = 573,8 K)
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