Buscar

E-book Novas Regras

Prévia do material em texto

ELEIÇÕES 2020 – ENTENDA AS NOVAS REGRAS
ELEIÇÕES 2020 – ENTENDA AS NOVAS REGRAS
As novas datas ....................................................................................................................	5
A partir de 11 de agosto: (nova data da vedação de transmissão por emissoras de programa apresentado ou comentado por pré-candidato) ...........................................................	5
31 De agosto e 16 de setembro (nova data das convenções partidárias) ..........................	5
26 De setembro (nova data do registro dos candidatos) ............................................................	6
Dia 27 de setembro (data inicial da propaganda eleitoral) .................................................	6
26 De setembro (elaboração do plano de mídia)...............................................................	7
27 De outubro (divulgação do relatório discriminando as transferências do fundo partidário)	7
15 De dezembro (data limite para entrega das prestações de contas de campanha dos candidatos e dos partidos políticos)..............................................................................	7
Da preclusão e contagem dos prazos.................................................................................	7
Exceções a contagens dos prazos ......................................................................................	8
Convenções virtuais	10
Da diplomação	10
Limitação dos os atos de propaganda eleitoral em virtude da pandemia	10
Limite com gastos com publicidade institucional	12
Das eleições excepcionais	12
Competências do Tribunal Superior Eleitoral	13
Kassyo Cavalcante
· AS NOVAS DATAS
· O primeiro turno das eleições será no dia 15 de novembro, exceto no caso de as condições sanitárias em um determinado Município não permitirem a realização das eleições.
· O segundo turno dia 29 de novembro para os Municípios com mais de duzentos mil eleitores.
· A PARTIR DE 11 DE AGOSTO: (NOVA DATA DA VEDAÇÃO DE TRANSMISSÃO POR EMISSORAS DE PROGRAMA APRESENTADO OU COMENTADO POR PRÉ-CANDIDATO)
A partir de 11 de agosto, é vedado, às emissoras transmitir programa apre- sentado ou comentado por pré-candidato, sob pena, no caso de sua escolha na convenção partidária, de imposição da multa no valor de vinte mil a cem mil UFIR, duplicada em caso de reincidência e de cancelamento do registro da candidatura do beneficiário.
· 31 DE AGOSTO E 16 DE SETEMBRO (NOVA DATA DAS CONVEN- ÇÕES PARTIDÁRIAS)
A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 31 de agosto e 16 de setembro do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.
Ao postulante a candidatura a cargo eletivo é permitida a realização, na quinzena anterior à escolha pelo partido, de propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, vedado o uso de rádio, televisão e outdoor.
Há um limite divisório tênue entre prévias partidárias e convenções partidárias.
4
ELEIÇÕES 2020 – ENTENDA AS NOVAS REGRAS
As principais diferenças são:
a) Convenções partidárias
Convenção partidária é uma assembleia do partido político, realizada entre os con- vencionais, isto é, aqueles a quem os respectivos estatutos conferem direito de voto, com objetivo de escolher seus candidatos que vão disputar às eleições e deliberar sobre eventuais coligações.
b) Prévias partidárias
Prévia partidária é uma assembleia do partido político, realizada entre os conven-
cionais cujo escopo é definir quais filiados irão disputar as convenções.
O período de 31 de agosto e 16 de setembro é destinado as convenções par- tidárias, pois não há um prazo fixado para a realização das prévias. Segundo o TSE, os partidos têm autonomia para decidir quando querem fazer essas consultas. Entendo que o mais razoável será as prévias serem realizadas em janeiro do ano das eleições até o início das convenções.
· 26 DE SETEMBRO (NOVA DATA DO REGISTRO DOS CANDIDATOS)
Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 26 de setembro do ano em que se realizarem as eleições.
· DIA 27 DE SETEMBRO (DATA INICIAL DA PROPAGANDA ELEITORAL)
A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 26 de setembro de 2020.
É permitida a propaganda eleitoral na internet, nos termos da Lei 9.504, após o dia 26 de setembro 2020.
5
Kassyo Cavalcante
	
· 26 DE SETEMBRO (ELABORAÇÃO DO PLANO DE MÍDIA)
A partir do dia 26 de setembro de 2020, a Justiça Eleitoral convocará os partidos e a representação das emissoras de televisão para elaborarem plano de mídia, nos termos do art. 51 da lei 9.504/97, para o uso da parcela do horário eleitoral gratuito a que te- nham direito, garantida a todos participação nos horários de maior e menor audiência.
· 27 DE OUTUBRO (DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO DISCRIMINAN- DO AS TRANSFERÊNCIAS DO FUNDO PARTIDÁRIO)
O dia 27 de outubro é a data para que os partidos políticos, as coligações e os can- didatos, obrigatoriamente, divulguem o relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário e do Fundo Especial de financiamento de Campanha, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados, con- forme disposto no art. 28, § 4º, inciso II, da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997;
· 15 DE DEZEMBRO (DATA LIMITE PARA ENTREGA DAS PRESTA- ÇÕES DE CONTAS DE CAMPANHA DOS CANDIDATOS E DOS PARTIDOS POLÍTICOS)
Até o dia 15 de dezembro, deve ser encaminhamento à Justiça Eleitoral do conjunto das prestações de contas de campanha dos candidatos e dos partidos políticos, relativa- mente ao primeiro e, onde houver, ao segundo turno das eleições, conforme disposto no art. 29, incisos III e IV, da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.
· DA PRECLUSÃO E CONTAGEM DOS PRAZOS
Os demais prazos fixados na Lei nº 9.504/1997, e na Lei nº 4.737/1965, terão duas
novas regras:
1- Os prazos exauridos haverá preclusão, ou seja, não podem ser mais aprovei- tados.
2- Os prazos que não tenham transcorrido na data da publicação da Emenda Constitucional e tenham como referência a data do pleito serão computados considerando-se a nova data das eleições de 2020.
6
ELEIÇÕES 2020 – ENTENDA AS NOVAS REGRAS
Assim estão exauridos os prazos:
a) De filiação partidária foi exaurido dia 04 de abril.
b) De domicilio eleitoral foi exaurido dia 04 de abril.
c) Os prazos para desincompatibilização que, na data da publicação da Emenda Constitucional, estiverem:
· a vencer: serão computados considerando-se a nova data de realização das eleições de 2020;
· vencidos: serão considerados preclusos, vedada a sua reabertura;
Portanto:
· Os prazo de 06 e 04 meses de desincompatibilização já foram exauridos.
· O prazo de 03 meses de desincompatibilização, como por exemplo, para os servidores públicos, ainda não foram exauridos e serão computados conside- rando-se a nova data das eleições de 2020, ou seja, será no dia 15 de agosto de 2020.
O prazo de 03 meses estabelecidos nas condutas vedadas, artigo 73 da lei 9.504/73, terá como termo inicial o dia 15 de agosto de 2020.
· EXCEÇÕES A CONTAGENS DOS PRAZOS:
a) A lei eleitoral determinava que “A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão até três dias antes da diplomação”, agora a decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos ser publicada até o dia 12 de fevereiro de 2021;
7
Kassyo Cavalcante
b) Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arre- cadação e gastos de recursos.
A Resolução n. 23.193/2010 tinha elidido todas as controvérsias quando estabele- ceu, para a propositura da ARAGI, o prazo de 15 (quinze) dias da diplomação e até o encerramento do mandato para o qual concorreu o candidatoa quem foram destinadas doação e contribuição irregular de pessoa jurídica.
Após a edição da Resolução supracitada, no julgamento do Respe n. 36.552, o TSE
voltou a debater o tema com a adoção de três teses divergentes:
a) Primeira tese. O prazo para interposição da ARAGI é de 15 dias a partir da diplomação (art. 30-A da Lei n. 9.504/1997). Tese defendida pelo ministro Fe- lix Fischer.
b) Segunda tese. O prazo final para interposição da ARAGI é o fim do mandato do candidato beneficiado com a doação. Tese defendida pelo ministro Ayres Britto e apoiada pelo ministro Arnaldo Versiani.
c) Terceira tese. O prazo para interposição da ARAGI é de 180 dias a partir da diplomação (previsto no art. 32 da Lei n. 9.504/1997). Tese defendida pelo ministro Marcelo Ribeiro.
O art. 30-A, com redação estabelecida pela Lei n. 12.034/2009, elidiu todas as con- trovérsias ao estipular que “Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação (...)”.
Agora a PEC estabeleceu um novo o prazo para a propositura da representação de que trata o art. 30-A da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, será até o dia 1º de março de 2021.
8
	ELEIÇÕES 2020 – ENTENDA AS NOVAS REGRAS
Quanto a prazo inicial para propositura da Aragi, também há grande controvérsia, vide páginas 534 usque 535 do Manual de Prática Eleitoral.
· CONVENÇÕES VIRTUAIS
Os partidos políticos estão autorizados a realizar, por meio virtual, independente- mente de qualquer disposição estatutária, convenções ou reuniões para a escolha de candidatos e a formalização de coligações, bem como para a definição dos critérios de distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, de que trata o art. 16-C da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.
Entendo que as prévias partidárias também podem ser virtuais. Lembrar que a di- vulgação das prévias não pode se revestir de propaganda eleitoral antecipada, razão pela qual se limita à consulta de opinião dentro do partido.
· DA DIPLOMAÇÃO
A diplomação dos candidatos eleitos ocorrerá em todo o País até o dia 18 de de- zembro, salvo nos casos de as condições sanitárias em um determinado Município não permitirem a realização das eleições.
· LIMITAÇÃO DOS OS ATOS DE PROPAGANDA ELEITORAL EM VIRTUDE DA PANDEMIA
Segundo o inciso VI do artigo 1º da PEC 18/20: “os atos de propaganda eleitoral não poderão ser limitados pela legislação municipal ou pela Justiça Eleitoral, salvo se a decisão estiver fundamentada em prévio parecer técnico emitido por autoridade sanitária estadual ou nacional”;
A leitura apressada e atécnica do inciso supracitado, pode levar anômala interpre- tação de que a Justiça Eleitoral não pode mais limitar os atos de propaganda irregular, “salvo se a decisão estiver fundamentada em prévio parecer técnico emitido por autoridade sanitária estadual ou nacional”
Tal interpretação equivocada afronta o princípio eleitoral da razoabilidade lógica
suficiente.
9
Kassyo Cavalcante
O princípio eleitoral da razoabilidade lógica suficiente é uma diretriz de senso co- mum, ou mais exatamente, de bom-senso jurídico aplicado ao direito eleitoral para impulsionar a ideia de que nenhuma interpretação pode levar ao absurdo, assim a inter- pretação da norma deve obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal, como dizia Maximiliano, ‘deve o Direito ser interpretado inteligentemente: não de modo que a ordem legal envolva um absurdo, prescreva inconveni- ências, vá ter conclusões inconsistentes ou impossíveis’. 1
Exemplos:
a) Não é possível na pré-campanha a utilização de meios que são vedados duran- te a campanha, neste sentido, o artigo 36-A da lei 9.504/95 deve ser interpre- tado em consonância com o princípio da razoabilidade lógica suficiente.
Exemplos:
· Durante a campanha é vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, in- clusive eletrônicos, indaga-se: existe razoabilidade lógica suficiente para permitir o uso de outdoor no período de vedação da campanha eleitoral??
· Só após o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral fornecerá o número de registro de CNPJ, a partir deste momento os candi- datos estarão autorizados a promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas necessárias à campanha eleitoral. Indaga-se: existe razoabilidade lógica suficiente para permitir o gasto com adesivos e outro matérias de campanha antes do pedido de registro da candidatura?
Com fulcro no princípio da razoabilidade lógica suficiente, deve-se interpretar que o inciso em comento, direciona-se ao estado excepcional da pandemia, assim a Justiça Eleitoral não pode limitar os atos de propaganda fundamentado em questões sanitárias, “salvo se a decisão estiver fundamentada em prévio parecer técnico emitido por autoridade sanitária estadual ou nacional.”
1	Última frase retirada do Ac de 14.12.2016 no REspe nº 10975, Rel. Min. Luciana Lóssio.
10
ELEIÇÕES 2020 – ENTENDA AS NOVAS REGRAS
· LIMITE COM GASTOS COM PUBLICIDADE INSTITUCIONAL
O artigo 73, inciso VII, da lei 9.504, preconiza que são proibidas aos agentes públi- cos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportu- nidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
“Realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos ór- gãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da ad- ministração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito;
A PEC foi peremptória ao determinar que:
a) Os gastos liquidados com publicidade institucional realizada até 15 de agosto de 2020 não poderão exceder a média dos gastos dos 2 (dois) primeiros quadrimestres dos 3 (três) últimos anos que antecedem ao pleito, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.
b) No segundo semestre de 2020, poderá ser realizada a publicidade institucional de atos e campanhas dos órgãos públicos municipais e de suas respectivas enti- dades da administração indireta destinados ao enfrentamento à pandemia do coronavírus (Covid-19) e à orientação da população quanto a serviços públicos e a outros temas afetados pela pandemia, resguardada a possibilidade de apuração de eventual conduta abusiva nos termos do art. 22 da Lei Comple- mentar nº 64, de 18 de maio de 1990.
· DAS ELEIÇÕES EXCEPCIONAIS
No caso de as condições sanitárias em um determinado Município não permitirem a realização das eleições nas datas previstas O Congresso Nacional, por provocação do TSE, instruída com manifestação da autoridade sanitária nacional, e após parecer da Comissão Mista criada pelo Decreto Legislativo nº 6, de 2020, poderá editar decreto legislativo designando novas datas para a eleição, tendo como data limite o dia 27 de dezembro de 2020, cabendo ao TSE dispor sobre outras medidas necessárias à conclu- são do processo eleitoral.
11
12
· COMPETÊNCIAS DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
O Tribunal Superior Eleitoral fica autorizado a promover ajustes nas normas
referentes:
a) a prazos para fiscalização e acompanhamento dos programas de computa- dor utilizados nas urnas eletrônicas para os processos de votação, apuração e totalização, bem como de todas as fases do processo de votação, apuração das eleições e processamento eletrônico da totalização dos resultados, para adequá-los ao novo calendário eleitoral;
b) a recepção de votos, justificativas, auditoria e fiscalização no dia da eleição, inclusive no tocante ao horário de funcionamento das seções eleitorais e à distribuição dos eleitores no período, de forma a propiciar a melhor segurança sanitária possível a todos os participantes do processo eleitoral.
13

Continue navegando