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6 FOLCLORE BRASILEIRO DANÇAS E FOLGUEDOS

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AT 1
2 3
S
U
M
Á
R
IO
2
3 INTRODUÇÃO
5 UNIDADE 1 - Danças folclóricas brasileiras
6 1.1 Aspectos históricos
8 1.2 Danças folclóricas brasileiras: estilos, formas e características
8 1.3 As danças folclóricas brasileiras e a Educação Física Escolar
11 UNIDADE 2 - Algumas das principais danças folclóricas brasileiras
11 2.1 Boi-Bumbá
11 2.2 Samba de Roda
12 2.3 Frevo
12 2.4 Maracatu
13 2.5 Baião
13 2.6 Quadrilha
14 2.7 Catira
14 2.8 Carimbó
14 2.9 Maculelê
15 2.10 Siriri
15 2.11 Chula
16 2.12 Pau de Fitas
26 UNIDADE 3 - Folguedos
28 UNIDADE 4 - Alguns folguedos do folclore brasileiro
30 UNIDADE 5 - Lazer e turismo ecológico
33 UNIDADE 6 - Sugestão de atividades práticas de lazer e turismo ecológico
36 CONSIDERAÇÕES FINAIS
37 REFERÊNCIAS
2 33
INTRODUÇÃO
As diversas manifestações folclóricas, 
sobretudo aquelas apropriadas e viven-
ciadas através das danças e folguedos, 
como também a importância do lazer re-
lacionado ao turismo ecológico são os as-
suntos abordados ao longo deste estudo, 
configurando conteúdos importantes dos 
currículos da Educação Física. Tais conte-
údos permitem aprendizagens significati-
vas e enriquecedoras, além de contribuí-
rem para a perpetuação das expressões 
culturais e melhoria da qualidade de vida 
de todos os envolvidos.
O folclore brasileiro, de acordo com Al-
ves (2013), apresenta, através de suas 
variadas manifestações culturais, a his-
tória de um povo. Com o intuito de se 
manterem vivas, tais manifestações são 
passadas de geração em geração, perpe-
tuando e simbolizando diversas tradições 
culturais. É verdade, considerando as con-
cepções dessa autora, que estas formas 
de demonstrar a sabedoria de um povo 
compreendem um processo de acultura-
ção das diversas etnias e origens da popu-
lação brasileira que sobreviveu ao longo 
dos tempos.
A partir dos estudos de Bastos (2007), 
pode-se afirmar que o folclore brasileiro 
possui um enorme repertório de estilos 
de manifestações culturais, entretanto, 
as abordagens apresentadas referem-se 
às danças e folguedos, os quais se carac-
terizam por ritmos, músicas, figurinos e 
cenários referentes às questões religio-
sas, fatos históricos, culturais, lendas, 
dentre outros.
Outro ponto destacado ao longo deste 
material pedagógico discorre acerca da 
importância do lazer para a melhoria da 
qualidade de vida. Dentre as diversas op-
ções atuais para a prática do lazer, o Turis-
mo Ecológico configura como alternativa 
que associa atividade física e a possibili-
dade de adoção de hábitos saudáveis, no 
que diz respeito à educação ambiental. 
Sabe-se que a população, de maneira 
em geral, demonstra grande preocupação 
com a saúde e qualidade de vida, e ao mes-
mo tempo, busca maior conscientização 
em relação à preservação dos recursos 
naturais. Nesse sentido, esses elementos 
da natureza, essenciais à manutenção da 
vida, são também recursos que permitem 
atrativos turísticos por meio da prática do 
Turismo Ecológico.
Assim, de acordo com Kraemer (2005), 
é também por meio do Turismo Ecológico 
que se adquire maior conscientização am-
biental a ponto de se preservar os recur-
sos naturais, já que esses são as maiores 
atrações dessa prática de atividade física. 
O lazer nas suas diversas formas e prin-
cipalmente através do Turismo Ecológico 
permite a disseminação e prática da edu-
cação ambiental. Segundo ainda a autora 
supracitada, as atividades desenvolvidas 
a partir dessas práticas se relacionam di-
retamente ao meio ambiente e possibili-
tam uma aproximação positiva e benéfica 
entre o homem e a natureza.
4 54
Considerando que o homem está cada 
vez mais exposto à poluição dos mais di-
versos tipos, principalmente a ambiental, 
nos grandes centros urbanos e com pos-
sibilidades mínimas de contato direto com 
a natureza, o Turismo Ecológico configura 
atualmente, uma possibilidade saudável 
de lazer e de atividade física. 
Santos (2013) destaca que atividades e 
passeios a pé ou ciclísticos sob forma de 
trilhas favorecem o contato direto do ho-
mem com o meio ambiente e contribuem 
para o desenvolvimento da educação am-
biental e para a adoção de hábitos mais 
saudáveis.
Fonte: http://www.efdeportes.com
Fonte: http://www.efdeportes.com
4 5
UNIDADE 1 - Danças folclóricas brasileiras
5
Nos últimos anos muito tem se deba-
tido a respeito dos inúmeros conteúdos 
que compõem os programas de ensino da 
Educação Física Escolar. De acordo com 
o Coletivo de Autores (1992), tal compo-
nente curricular contempla conhecimen-
tos específicos a serem tratados pedago-
gicamente, os quais são sistematizados 
no contexto escolar.
Em meio a esses conteúdos, destaca-se 
a dança a qual é materializada na expres-
são corporal e configura um meio de lin-
guagem e comunicação gestuais. Dentre 
os diversos estilos e ritmos, as danças de 
natureza folclórica possibilitam experiên-
cias motoras diversificadas e ainda contri-
buem para a melhoria dos aspectos cogni-
tivos, sociais, afetivos, dentre outros.
Nesse sentido, ainda de acordo com 
o referencial supracitado, tais práticas 
pedagógicas implementadas através da 
dança nas aulas de Educação Física têm 
despertado o interesse nas mais diver-
sas áreas, legitimando a implementação 
do referido conhecimento no cotidiano 
dos espaços escolares. O contexto pe-
dagógico assim configurado contribui 
grandemente com a qualidade das ações 
desenvolvidas e, em muito favorecem os 
processos ensino/aprendizagem.
Em se tratando de danças folclóricas 
brasileiras e tomando como base os es-
tudos de Vieira (2014), é possível depre-
ender que tais conteúdos pedagógicos 
possuem caráter religioso e cultural, e 
também demonstram em suas combina-
ções de movimentos, elementos simbóli-
cos relacionados à memória étnica e his-
tórica de acordo com o regionalismo do 
qual fazem parte.
Ainda de acordo com o autor supra-
citado, essas atividades rítmicas e que 
compõem o folclore do nosso país são 
perpetuadas pelas gerações, acumulan-
do conhecimentos da sabedoria popular. 
Os valores culturais inerentes às danças 
folclóricas, considerando as concepções 
de Vieira (2014), formam um repertório 
expressado no corpo e pelo corpo e são 
externados através de movimentos per-
petuando a memória cultural e revelando 
aspectos importantes da identidade bra-
sileira.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
6 7
1.1 Aspectos históricos
A partir dos estudos de Cascudo (1993), 
pode-se compreender que Folclore cons-
titui um gênero cultural e popular, o qual é 
constituído por um conjunto de costumes 
e tradições de um povo. Nesse sentido, o 
termo Folclore, de origem inglesa, simbo-
liza, de acordo com esse autor, o conheci-
mento de um povo transmitido de gera-
ção em geração e que é expresso das mais 
diversas formas: crendices, superstições, 
lendas, contos, provérbios, canções, dan-
ças, artesanatos, jogos, manifestações 
religiosas, festas, brincadeiras, dentre 
outras.
O autor supracitado destaca ainda, que 
para tais expressões culturais serem con-
sideradas de natureza folclórica necessi-
tam serem dinâmicas, tradicionais e te-
rem aceitação coletiva.
Prosseguindo no que concerne à ori-
gem das danças folclóricas, Pontes (2002) 
assevera que esses estilos rítmicos se ori-
ginaram de situações comuns ocorridas 
em um determinado lugar e que se tornam 
tradicionais. Uma vez aprendida e incor-
porando a cultura local, são vivenciadas 
para homenagear, comemorar um acon-
tecimento relevante de uma determinada 
região, sendo repassadas de geração em 
geração, perpetuando as aprendizagens e 
as tradições.
O autor acima destacado aponta tam-
bém que as danças folclóricas, na maioria 
das vezes, trazem em suas origens, con-
sideradas influências religiosas. Assim, 
ocorrem muitas vezes manifestações 
musicais em espaços públicos vivências 
musicais e rítmicas de natureza religiosa 
oriundas de alguns templos e que incor-
poraram um caráter popular, envolvendo 
um número de praticantes e demonstran-
do uma maior simbologia nas músicas, ex-pressões, figurinos, entre outros. Essas 
manifestações adquiriram ao longo dos 
tempos combinações próprias de movi-
mentos, as quais juntamente com seus 
trajes, adereços e estilos musicais enri-
quecem a cultura local e disseminam sa-
beres populares.
Fonte: http://dancanaefe.blogspot.com.br/
6 7
Em relação às danças folclóricas bra-
sileiras, Pontes (2002) adverte que as 
mesmas receberam influências dos po-
vos africanos e europeus, além dos sabe-
res incorporados pelas aculturações com 
as comunidades locais. Nesse sentido, 
considerando as grandes dimensões ter-
ritoriais do Brasil, os estilos rítmicos do 
folclore brasileiro são bastante variados, 
distintos e agregam valores culturais, his-
tóricos, religiosos, populares, os quais se 
mantêm vivos ao longo dos tempos.
Conforme destacado anteriormente, 
as danças folclóricas receberam fortes 
influências religiosas, conforme apontam 
Pontes (2002) e Silveira (1999). Frente 
a esse contexto, principalmente a Igre-
ja Católica, contribuiu para que músicas, 
crenças e outros tipos de manifestações 
dessem origem às diversas expressões 
rítmicas vivenciadas através das danças e 
dos folguetos populares, mantendo viva a 
memória de um povo através de saberes 
populares repassados de geração em ge-
ração.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
8 9
1.2 Danças folclóricas brasi-
leiras: estilos, formas e ca-
racterísticas
O Folclore Brasileiro, além de suas inú-
meras outras manifestações, expressa 
através das danças um importante com-
ponente cultural e popular. Barroso (1995) 
salienta que o Brasil por possuir tamanha 
riqueza em suas tradições e saberes, traz 
em suas vivências folclóricas estilos mu-
sicais e ritmos variados, apresentando 
inúmeros tipos de danças que traduzem 
conhecimentos, crendices, tradições e 
história de uma determinada região, de 
uma comunidade específica e, enfim, da 
sua história. Tal contexto, segundo esse 
autor, contribui para a riqueza cultural do 
folclore brasileiro, sobretudo, no que con-
cerne às danças e suas características, 
bem como seus estilos próprios.
Conforme relata Pontes (2002) e já 
apontado anteriormente, as danças do 
folclore brasileiro estão relacionadas 
aos fatos históricos, religiosos, festivos, 
dentre outros. São executadas, na maior 
parte das vezes, através de músicas vi-
brantes compostas por textos simples e 
populares.
As danças folclóricas, ainda fundamen-
tando-se nesse autor, são implementadas 
artisticamente a partir das tradições e 
costumes populares, sendo vivenciadas, 
de maneira geral, em ruas, praças e ou-
tros espaços públicos. São também exe-
cutadas de formas variadas: em duplas, 
em trios, em grupos, acompanhadas de 
instrumentos musicais específicos, can-
torias, sempre com o fito de expressar a 
sabedoria popular de uma determinada 
região, comunidade, povoado, entre ou-
tros. Nesse sentido, a dança folclórica não 
é nada mais do que a expressão cultural 
de um povo.
Sendo assim, Moura (2006) caracteri-
za as danças folclóricas como expressões 
distintivas das diversas regiões brasilei-
ras com o objetivo de homenagear, come-
morar, agradecer, celebrar, entre outros. 
Prosseguindo nas concepções desse 
autor, é possível perceber que essas dan-
ças apresentam influências europeias, 
africanas e indígenas, trazendo em seus 
enredos representações carregadas de 
histórias e peculiaridades, demonstradas 
nas músicas, nos figurinos, cenários, den-
tre outros.
1.3 As danças folclóricas 
brasileiras e a Educação Fí-
sica Escolar
De acordo com Souza et al. (2004), a 
dança nas aulas de Educação Física confi-
gura como uma alternativa capaz de pro-
mover o desenvolvimento orgânico, mo-
tor, social, cognitivo, cultural e afetivo dos 
alunos. Através das atividades desenvol-
vidas nesse contexto, e ainda nas concep-
ções dessas autoras, o sujeito na dança 
e por meio do seu corpo, constrói signifi-
cados, expressa sentimentos, estrutura 
formas, manifesta histórias, pensa, age, 
sente e comunica consigo e com o mundo 
que o cerca.
As autoras acima mencionadas aten-
tam ainda ao fato de que toda atividade 
rítmica, ou seja, toda dança, traz em sua 
evolução valores de diversas naturezas, 
relacionados à história dos sujeitos, dos 
8 9
seus espaços e de suas memórias. Nesse 
sentido, Souza et al. (2004, p. 46) afir-
mam que:
Toda dança comporta valores cultu-
rais, sociais e pessoais produzidos 
historicamente. Ignorar essas ques-
tões faz da dança mera repetição 
mecânica dos gestos, por mais agra-
dáveis e belos que possam parecer. 
Cabe à Educação Física (re)conhecer 
outras possibilidades encontradas 
na dança e em suas mais diversas 
manifestações populares, como o 
forró, o pagode, [...],dentre outras. 
Essas expressões apresentam-se 
como alternativas de legitimação da 
cultura dos alunos, reconhecimento 
deles como sujeitos históricos, imer-
sos num contexto sociocultural. 
Nas aulas de Educação Física, é possí-
vel a vivência de diversas manifestações 
de danças do folclore brasileiro, principal-
mente através de projetos interdiscipli-
nares, os quais permitem aprendizagens 
significativas e contextualizadas. 
De acordo com Cortez (2000), essas ma-
nifestações culturais exprimem a tradição 
e o saber de um povo, aproximam os su-
jeitos e resgatam lembranças e emoções. 
Assim, tomando como base as concepções 
desse autor, é possível depreender que os 
programas pedagógicos da Educação Físi-
ca que contemplam as danças folclóricas 
brasileiras, permitem diferentes possibi-
lidades de expressões corporais e devem 
ser parte integrante das propostas peda-
gógicas, facilitando o acesso dos alunos 
aos seus próprios saberes.
Continuando acerca das questões prá-
ticas das danças folclóricas na Educação 
Física Escolar, Moura (2006) aponta que 
a vivência das danças folclóricas permite 
às crianças maior domínio do seu corpo e 
aprimora as suas movimentações rítmi-
cas. Nessa perspectiva, as aulas assim im-
plementadas favorecem atividades a par-
tir de novas formas e espaços, bem como 
a superação das limitações e a ampliação 
das possibilidades práticas, contribuindo 
para a melhoria dos aspectos motores, 
sociais, afetivos e cognitivos.
Reiterando o já discutido e apresen-
tado nos parágrafos anteriores, Alves 
(2013) afirma que:
A escola, enquanto lugar de forma-
ção, deve abrir seus espaços a uma 
grade curricular que valorize os co-
nhecimentos das manifestações 
populares locais e regionais dos 
diversos grupos sociais, buscando 
aproximar os alunos da infinidade de 
representações culturais que nos re-
metem às origens históricas e étni-
cas do patrimônio cultural brasileiro. 
Dessa forma, estará desempenhan-
do um papel diferenciado e transfor-
mador, em busca da valorização da 
diversidade, unindo os saberes po-
pulares à educação. 
Corroborando as palavras de Alves 
(2013), a escola, através de um currículo 
que contemple conteúdos relacionados ao 
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
10 1110
folclore brasileiro e suas tradições, contri-
buirá para a perpetuação dessas mani-
festações culturais e tornará as aulas de 
Educação Física mais ricas e significativas.
 
10 11
UNIDADE 2 - Algumas das principais danças 
folclóricas brasileiras
11
As danças folclóricas brasileiras permi-
tem inúmeras possibilidades de combina-
ções rítmicas, utilizando diferentes partes 
do corpo, sobretudo, mãos e pés. Assim, 
capacidades coordenativas, orientações 
de espaço e de tempo, ritmo, dentre ou-
tras, são as qualidades mais trabalhadas 
nestes conteúdos (ALVES, 2014).
Frente a esse contexto, é perceptível 
que tais atividades, quando bem traba-
lhadas, configuram excelentes alternati-
vas de aprendizagens significativas, além 
de oferecer aos sujeitos análises e leitu-
ras de suas aptidões, limites, como tam-
bém de conhecimentos e fortalecimento 
de suas tradições. (ALVES, 2014).
O Brasil é uma nação geograficamente 
diversificada e isso faz com que sua cul-
tura seja igualmente vasta com inúmeras 
características. A seguir,serão descritas 
algumas das principais danças do folclo-
re brasileiro, considerando os estudos 
de Barroso (1995); Moura (2006); Alves 
(2014); Vieira (2014); dentre outros.
2.1- Boi-Bumbá
O Bumba Meu Boi, também conhecida 
como Boi-Bumbá, considerado como um 
folguedo para alguns autores e como dan-
ça para outros, é uma dança folclórica tí-
pica da região Norte e Nordeste do Brasil. 
Apresenta influência das diversas cultu-
ras, como: espanhola, portuguesa, africa-
na e indígena. Além dos aspectos rítmicos, 
a evolução dessa dança, traz também uma 
representação teatral, através do enredo 
acerca da vida e da morte do boi. É uma 
dança com origem no século XVIII e mes-
cla os estilos de comédia, drama, sátira e 
tragédia, ao enfatizar a fragilidade do ser 
humano e potência de um boi.
As apresentações dessa dança folclórica 
brasileira possuem basicamente a mesma 
essência de enredo, a qual traz a história 
da mulher de um vaqueiro, que deseja de-
vido à gravidez, comer a língua de um boi. 
Na tentativa de satisfazer o desejo de sua 
esposa, o vaqueiro rouba um boi estimado 
de um fazendeiro, e aí se trava uma dis-
puta com a participação de mais alguns 
personagens, pela posse do boi. Simulta-
neamente a essa disputa, os elementos 
rítmicos são executados, sempre ao redor 
do cobiçado boi.
2.2- Samba de Roda
Com origem no estado Bahia, essa dança 
oriunda do século XIX, apresenta fortes 
influências africanas. É executada em 
uma mistura com a capoeira e através do 
culto aos orixás. É especificamente tra-
dicional na região do Recôncavo Baiano, 
porém várias regiões do Brasil mantêm a Fonte: www.efdesportes.com
12 13
tradição de execução dessa dança, atra-
vés de eventos populares e festivos que, 
além da música e da dança, misturam os 
elementos da Capoeira com característi-
cas poéticas.
A principal figura estética desse estilo é 
a roda formada na maior parte das vezes 
com mulheres, sendo que alternadamen-
te cada uma delas ocupa momentanea-
mente a parte central do círculo. Movi-
mentos dos pés, pernas e dos quadris são 
os mais executados aliados às canções tí-
picas e ao passo repicado, também conhe-
cido como miudinho. Utilizam-se alguns 
instrumentos de percussão e um tipo de 
viola pequena originária de Portugal para 
acompanhar as canções e a execução dos 
passos, no círculo e no interior do mesmo.
2.3 Frevo
O significado da palavra Frevo se rela-
ciona a ferver, e nesse sentido correspon-
de ao ritmo desvairado dessa dança típica 
do Folclore da região Nordeste do Brasil, 
mais precisamente do carnaval pernam-
bucano. É uma dança que surgiu no século 
XIX e os participantes executam os pas-
sos, giros e saltos, coordenando com os 
movimentos dos braços. Na maior parte 
das vezes, as mãos estão sempre segu-
rando um pequenino guarda-chuva de co-
res fortes e vibrantes, como aquelas utili-
zadas nos figurinos (BARROSO, 1995).
2.4 Maracatu
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
Fonte: Barroso (1995).
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
12 13
De acordo com Moura (2006), o Mara-
catu, denominação de origem africana, 
significa batuque. Constitui uma dança de 
tradição do estado de Pernambuco, sendo 
uma dança associada a aspectos religio-
sos, combinando elementos de origem in-
dígena, afro-brasileira e europeia.
 O Maracatu é um ritmo de cortejo exe-
cutado junto aos reis congos e estão li-
gados também às irmandades negras do 
Rosário. Na execução dos passos coreo-
gráficos desse ritmo, utiliza-se o som do: 
tarol, zabumba e ganzás. Os participantes 
interpretam personagens históricos como 
reis, embaixadores e rainhas.
2.5 Baião
Considerando-se o referencial teóri-
co destacado nas referências, pode-se 
depreender que o Baião é também, uma 
dança típica da região Nordeste do Brasil. 
Nesse ritmo são realizados movimentos 
semelhantes ao Forró, sendo as coreo-
grafias executadas aos pares. As temá-
ticas abordadas retratam, na maioria das 
vezes, as dificuldades enfrentadas pelo 
povo nordestino, suas lutas contra a seca, 
a vida no Sertão, o sonho por um cotidiano 
melhor, entre outros.
A movimentação coreográfica, de acor-
do com Moura (2006), baseia-se na impro-
visação dos passos e elementos rítmicos. 
São combinações de movimentos reali-
zadas basicamente ao som da sanfona, 
do triângulo e da zabumba, utilizando-se 
também a rabeca, o pandeiro e o agogô.
2.6 Quadrilha
Segundo Silveira (1999), a Quadrilha 
constitui uma dança tradicional das Fes-
tas Juninas em todo o Brasil. Normalmente 
realizadas em pares e com a utilização de 
figurinos específicos, traz na sua origem a 
influência da Corte Portuguesa.
Apesar de retratar características ma-
tutas e do homem do campo, a quadrilha 
surgiu na Inglaterra por volta do século 
XII e se disseminou na França, no século 
XVIII, sendo executada nessa época ape-
nas pela elite europeia. A herança france-
sa pode ser observada inclusive na deno-
minação das formações, como “Balancê, 
Anavan, Tur”, sendo todas de origem do 
francês.
Fonte: www.efdesportes.com
Fonte: www.efdesportes.com
14 15
2.7 Catira
 
A Catira ou Cateretê é uma dança fol-
clórica, presente em vários estados brasi-
leiros. Há controvérsias em relação à sua 
origem, entretanto, acredita-se que a Ca-
tira contém influência indígena, africana, 
espanhola e portuguesa. Ela apresenta 
muitos elementos ligados à cultura caipira 
caracterizada pelo figurino dos dançari-
nos acompanhados ao som das violas.
2.8 Carimbó
A partir das concepções de Barroso 
(1995), observa-se que o Carimbó consti-
tui uma manifestação da cultura da região 
Norte do Brasil, sobretudo, do estado do 
Pará, mesclando dança e música. Prosse-
guindo nas fundamentações desse autor, 
o Carimbó tradicional, conhecido através 
do termo Carimbó Raiz, utiliza três gran-
des tambores de madeira revestidos na 
superfície com couro animal, os quais in-
fluenciaram a denominação dessa dança, 
já que tais tambores também têm o nome 
de Carimbó.
De acordo com Cascudo (1993), a dan-
ça do Carimbó é realizada em círculo feito 
com homens e mulheres, sendo que, al-
ternadamente, uma das damas vai ao cen-
tro e realiza diversos passos de pernas, 
quadris e braços, além de giros, sempre 
associados aos movimentos com as gran-
des saias que compõem os figurinos. 
2.9 Maculelê
 
Esse ritmo do Folclore brasileiro confi-
gura uma dança realizada com um jogo de 
bastões e também tem origem africana e 
indígena. Tem como característica mar-
cante, as batidas dos bastões durante a 
execução dos passos coreográficos. Os 
contatos dos bastões são feitos pelos os 
participantes, às vezes através de batidas 
entre seus próprios acessórios, outras ve-
zes realizando as marcações nos bastões 
dos demais participantes.
Normalmente, segundo autores como 
Alves (2013), Barroso (1995), dentre ou-
tros, o contato e as batidas entre os bas-
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
Fonte: www.efdesportes.com
Fonte: www.efdesportes.com
14 15
tões são feitos de maneira cruzadas, ou 
não, e ao final das frases musicais. Essas 
batidas complementam a execução rítmi-
ca das coreografias e compõem a execu-
ção harmoniosa das mesmas. Os principais 
elementos corporais realizados nesse rit-
mo folclórico são os movimentos de per-
nas, saltos, agachamentos, giros, entre 
outros, sendo realizados associados aos 
elementos da Capoeira.
2.10 Siriri
Constitui uma dança tradicional da re-
gião Centro Oeste, mais especificamen-
te do estado do Mato Grosso. Cascudo 
(1993) destaca que esse ritmo folclórico 
traduz uma mistura de influências indíge-
nas, negras, portuguesas e espanholas.
Realizada aos pares e com formações 
circulares e também em fileiras, é uma 
dança acompanhada com batidas de mãos 
espalmadas ao som de músicas específi-
cas. Os participantes executam movimen-
tos com os pés, pernas, giros, pequenos 
deslocamentos laterais, entre outros, 
sempre acompanhados com as batidas 
das rítmicas das palmas das mãos.
2.11 Chula
Chula é uma dança tradicional do folclo-
re do estadodo Rio Grande do Sul. Apesar 
da semelhança com algumas danças de 
origem portuguesa, esse ritmo do folclore 
brasileiro remete às danças africanas e se 
caracteriza pela destreza e agilidade no 
movimento de sapateio dos seus execu-
tores. Tais sapateios são executados sob 
forma de desafios entre os participantes 
a partir de uma vara colocada no solo.
Os movimentos rítmicos da Chula são 
realizados sobre esse objeto colocado no 
solo, sendo que os indivíduos executam 
diversos passos sobre o mesmo, em várias 
direções sem, contudo, ser permitido to-
cá-lo. Na maioria das vezes, os movimen-
tos desafiadores são iniciados em uma 
das extremidades da vara e realizados 
próximo da mesma, até que ao chegarem 
ao final, os executores retomem o ponto 
de partida, enquanto outros executem o 
desafio seguinte.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
16 17
2.12 Pau de Fitas
Para Cascudo (1993), esse ritmo, tam-
bém conhecido como Dança das Fitas, 
possui origem portuguesa e espanhola. É 
conhecida com diferentes denominações 
em algumas regiões do Brasil, porém, o 
desenvolvimento das combinações de 
movimentos com as fitas ao redor do mas-
tro é basicamente a mesma.
Essa dança, segundo ainda o autor su-
pracitado, não tem personagens especí-
ficos e os componentes se representam 
dançando. Podem participar moças, rapa-
zes, ambos simultaneamente, crianças. A 
única determinação é que os participan-
tes têm que estar formados em pares.
Na maioria das vezes, o mastro com as 
fitas é fixado em algum tripé, entretanto, 
a dança também acontece com algum dos 
participantes ao centro do círculo segu-
rando-o firmemente, estando na extremi-
dade do mesmo, as fitas presas e de várias 
cores. Dispostos em círculo e aos pares, 
cada participante segura a ponta de uma 
fita passa por de baixo do braço do seu 
vizinho da frente e depois levanta o seu 
braço para a pessoa que vem atrás do seu 
vizinho. Daí por diante, cada um vai uma 
vez por cima outra vez por baixo até que 
a trança envolva o mastro de cima abaixo. 
É importante acrescentar que para ini-
ciar a trança, as moças passam primeiro 
por cima (levantam o braço para o rapaz 
passar por baixo dela) e depois passam 
pelo braço que foi levantado pelo rapaz e 
vice-versa. Todas as moças vão pela direi-
ta e todos os rapazes vão pela esquerda. 
Para desentrançar é só fazer tudo ao con-
trário tendo o cuidado de parar na frente 
do seu par quando o mestre apitar para 
parar de entrançar (quando o mastro está 
todo entrançado com as fitas) e começar 
ao contrário quando o mestre apitar, a de-
sentrançar. Tudo é feito seguindo rigoro-
samente o ritmo e o compasso da música. 
A coreografia consiste basicamente em 
tranças e destrançar a fita, pelos partici-
pantes, no mastro.
Considerando as referências identifi-
cadas no endereço eletrônico www.uni-
camp.br/folclore, o Brasil por ser um país 
extenso e com muita diversidade cultural, 
as danças do folclore brasileiro constadas 
no mesmo, foram elencadas por região e 
estados, conforme apresentado a seguir:
Região Norte
 Camaleão (AM) – é dança de pa-
res soltos que desenvolvem coreografia 
constituída por sete diferentes passos, 
chamados jornadas. Organizados em duas 
fileiras, homens e mulheres executam 
passos laterais de deslize, vênias entre os 
pares, palmas na mão do parceiro, troca 
de lugares, sapateados rítmicos, reque-
brados, palmeados das mulheres e dos 
homens entre si, terminando com o passo 
inicial. O conjunto musical é formado por 
viola, cavaquinho, rabeca e violão. Nessa 
dança, usam-se indumentárias especí-
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
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ficas inspiradas “no tempo do império”: 
os homens trajam fraque de abas, cole-
te, culotes, meias brancas longas, sapato 
preto afivelado, gravata pomposa; as mu-
lheres trajam saias longas rodadas, blusas 
soltas, meias brancas, sapatos afivelados. 
 Carimbó (PA) – dança de roda forma-
da por homens e mulheres, com solista no 
centro que baila com requebros, trejeitos, 
passos miúdos arrastados e ligeiros. O 
apogeu da apresentação é quando a dan-
çarina, usando amplas saias, consegue 
cobrir algum dançador, volteando ampla-
mente a veste. Este gesto provoca hilari-
dade entre todos. Caso jogue a saia e não 
cubra o parceiro, é imediatamente substi-
tuída. O nome da dança deriva de um dos 
instrumentos acompanhantes, um tam-
bor de origem africana.
 Ciranda (AM) – é uma rapsódia com-
posta de várias partes, acompanhada da 
música “Ciranda, Cirandinha”. Dança-se 
em círculo, moças e rapazes vestidos à 
moda antiga. No final é exibido o episódio 
do carão (pernalta jaburu) que é morto 
pelo caçador. O carão e o caçador apare-
cem fantasiados. 
 Dança do Maçarico (AM) – apre-
senta música saltitante com coro alegre 
e animado. Os dançarinos, organizados 
aos pares, desenvolvem uma coreografia 
constituída por cinco diferentes movi-
mentos: “Charola”, “Roca-roca”, “Repini-
-co”, “Maçaricado” e “Geléia de Mocotó”. 
Os pares, ora enlaçados ora soltos, dão 
passos corridos para frente e para trás, 
de deslizes laterais, volteios rápidos, ro-
dopios ligeiros, culminando com uma um-
bigada. A música é executada em sanfona 
ou acordeão, viola, violão, rabeca, tambo-
res pequenos pifanos. 
 Dança do Sol – inicialmente se cha-
mou Quaraci Poracê, dançada entre os ín-
dios do Município de Carvoeiro, em 1931, e 
divulgada posteriormente com o nome de 
“Tipiti” ou “Dança do Pau de Fita”. Possui 
os seguintes passos: Caracol; Tipiti de um; 
Tipiti de dois, Tipiti de três; Tipiti de qua-
tro; Trança; Rede; Chochê (desafio). 
 Desfeiteira (AM, PA) – dança de pares 
enlaçados que circulam livremente pelo 
salão. A única obrigatoriedade é passar, 
cada par por sua vez, diante do conjunto 
musical que executa partituras alegres 
e vivas de: valsas, polcas, sambas rurais, 
chulas amazonenses, mazurcas, xotes, 
entre outros. Repentinamente, os músi-
cos cessam de tocar e os pares também 
estacam, onde estiverem. Aquele que 
coincidir estar na frente da banda passará 
por uma prova: o músico-chefe escolhe a 
dama ou o cavalheiro para declamar ver-
sos. Quem não conseguir é vaiado por to-
dos e, por esta desfeita, paga uma pren-
da, ficando assim desfeiteado. 
 Gambá (toda a região) – dança de 
terreiro, o Gambá é constituído de brin-
cantes, um “marcador”, um grupo de qua-
tro cantores, uma mulher solista e seu 
parceiro. Os demais formam uma roda ou 
duas fileiras que envolvem o par solista 
e batem palmas no ritmo executado no 
“Gambá”, isto é, um tambor feito de tronco 
de árvore com cerca de um metro de com-
primento. A dança se inicia com uma mu-
lher que acena um lenço grande colorido, 
requebra e mexe o corpo voluptuosamen-
te de modo a provocar o entusiasmo dos 
demais. Depois de alguns momentos ati-
ra-o aos pés de algum dançador do grupo. 
Este recolhe o lenço e sai em perseguição 
da dama, que simula fugir das investidas 
18 19
do cavalheiro. O cavalheiro então simula 
desinteresse e a dama passa a provocá-
-lo com movimentos lascivos, sempre com 
auxílio do lenço. A dança termina com a 
aceitação do cavalheiro que, com a dama, 
improvisa movimentos sensuais.
 Serafina (AM) – é executada por 
homens e mulheres que se organizam em 
duas fileiras, por sexo. Nesta posição de-
senvolvem movimentos chamados “Ba-
tição”, que têm denominações próprias: 
“Puçá”, “Mala”, “Lance alto”; organizam-
-se depois em círculo e executam outros 
movimentos: “Arrodeio alto”, “Arrodeio 
baixo”, “Cacuri” e “Tapagem”, retornam às 
fileiras e dançam ainda o “Arrastão” e a 
“Repartição”. Quando nas fileiras, os dois 
primeiros pares formam grupos de qua-
tro dançadores e desempenham as bati-
ções entre si. Os participantes carregam 
alguns implementos que referenciam o 
aspecto simbólico desta dança: remo de 
tamanho natural, arpões, lenços grandes 
atados à volta do pescoço, fitas coloridas 
presas à cintura, chapéus de palha. Os re-
mos e arpões são colocados no chão e não 
têm nenhuma utilidade prática;as fitas 
e os lenços são usados no “Lance alto” e 
no “Lance baixo” quando a dupla de pares 
cruza as fitas, e no “Arrodeio alto” e “Ar-
rodeio baixo”, figurações marcadas pelo 
cruzamento dos lenços de cada dupla de 
pares. A música é caracteristicamente ru-
ral: cavaquinho, reco-reco, violão, tambor 
gambá, caracaxás e maroca. Este último é 
um tambor pequeno, recoberto com cou-
ro de cobra sobre o qual se colocam duas 
linhas paralelas cheias de contas que vi-
bram juntamente com o couro.
Região Nordeste
 Cavalo Piancó (PI) – originária do 
município de Amarante, cavalheiros e da-
mas, formando pares, compõem um círcu-
lo e dançam imitando o trote de um cavalo 
manco. O 2 andamento musical varia entre 
apressado e moderado e a coreografia às 
marcações determinadas pela letra: trote 
apressado, trote requebrado, batidas de 
pés, galope saltitante, entre outros. A le-
tra pode ainda ser improvisada, o que in-
flui na coreografia dos dançadores. 
 Ciranda (PB, PE) – dança desen-
volvida por homens, mulheres e crianças. 
Os dançarinos formam uma grande roda 
e dão passos para dentro e para fora do 
círculo, provocando ainda um desloca-
mento do mesmo no sentido anti-horário. 
A música é executada por um grupo de-
nominado “terno”, colocado no centro da 
roda, tocando instrumentos de percussão 
– bumbo, tarol, caixa, ganzá – e de sopro 
– pistons e trombone. As canções, tira-
das pelo mestre-cirandeiro e respondidas 
pelo coro dos demais, têm temáticas que 
refletem a experiência de vida. 
• Coco (toda a região) – difundido por 
todo o Nordeste, o Coco é dança de roda 
ou de fileiras mistas, de conjunto, de par 
ou de solo individual. Há uma linha me-
lódica cantada em solo pelo “tirador” ou 
“conquista”, com refrão respondido pe-
los dançadores. Um vigoroso sapateado 
denominado “tropel” ou “tropé” produz 
um ritmo que se ajusta àquele executado 
nos instrumentos musicais. O Coco apre-
senta variadas modalidades, conforme 
o texto poético, a coreografia, o local e o 
instrumento de música. Os “Coco solto”, 
“Quadras”, “Embolada”, “Coco de entrega”, 
“Coco de dez pés” são referidos pela mé-
18 19
trica literária; os “Coco de ganzá”, “Coco de 
zambê”, pela música; os “Coco de praias”, 
“Coco de usina”, “Coco de sertão”, pelos 
locais; os “Coco de roda”, “Coco de pare-
lhas ligadas”, “Coco solto”, “Coco de fila”, 
“De parelhas trocadas”, “De tropel repar-
tido”, “Cavalo manco”, “Travessão”, “Sete 
e meio”, “Coco de visitas”, pela coreogra-
fia. A umbigada é presente em muitas va-
riantes. No Rio Grande do Norte, o Coco é 
chamado “Zambelô”, “Coco de zambê” e 
“Bamdelô”. Possui um instrumental mais 
complexo, constituído por atabaques, pe-
quenos tambores, ganzá e afoxé ou mara-
cá.
 Dança de S. Gonçalo (Al, BA, MA, 
PI, SE) – dança religiosa, organizada em 
pagamento de promessa devida a São 
Gonçalo. O promesseiro é quem organiza 
a função, administrando todo o processo 
necessário à realização deste ritual. Em 
Sergipe, essa dança é executada somente 
por homens. A única mulher presente não 
tem papel ativo. Este grupo é constituí-
do por: “Patrão”, “Mariposa”, “Tocadores”, 
“Dançadores”. Patrão e dançadores usam 
trajes especiais. O primeiro veste-se de 
marinheiro, por influência do mito; os de-
mais usam indumentária que revela influ-
ência árabe: anáguas e longas saias flori-
das, blusa de renda branca cavada, xale 
colorido em diagonal no peito, turbante 
envolvido em fitas multicores, colares e 
pulseiras. A coreografia consta de uma 
série fixa de evoluções que se repete a 
cada jornada.
 Dança do Lelê (MA) – também co-
nhecido pelos nomes de Péla ou Péla-por-
co, o Lelê é dançado em pares dispostos 
em filas lideradas pelos “cabeceiras” ou 
“mandantes”, “de cima” e “de baixo”. Esta 
dança compreende quatro partes distin-
tas: “Chorado”, “Dança Grande”, “Talave-
ra” e “Cajueiro”. Os instrumentos musicais 
são a rabeca, o pifano, castanholas arte-
sanais, violão, cavaquinho e pandeiro. Os 
cantos, improvisados, são inspirados em 
acontecimentos do cotidiano. O Lelê é 
dança de salão sem dia nem mês 3 especí-
ficos, embora possa ser organizada como 
dança votiva ou fazer parte da Festa do 
Divino e de outros santos populares. 
 Espontão (RN, PB) – o nome deriva 
da meia-lança usada pelos sargentos de 
infantaria no século XVIII. É realizada por 
grupo de homens negros, cada um deles 
trazendo uma pequena lança com a qual 
desenvolvem uma coreografia que simula 
guerra. O chefe, denominado “Capitão da 
lança”, é o que leva a lança grande percor-
rem as ruas ao som de tambores marciais; 
nas casas que visitam dançam agitando 
a lança e os espontões, realizando sal-
tos de ataque, recuos de defesa, acenos 
guerreiros, numa improvisação que revela 
grande destreza nos movimentos. Não há 
cânticos, mas acompanhamento rítmico 
produzido nos tambores marciais. 
 Frevo (PE) – embora esteja pratica-
mente em todo Nordeste, é em Pernam-
buco que o Frevo adquire expressão mais 
significativa. Dança individual que não 
distingue sexo, faixa etária, nível socioe-
conômico, o frevo frequenta ruas e salões 
no carnaval pernambucano, arrastando 
multidões num delírio contagiante. As 
composições musicais são a alma da co-
reografia variada, complexa, acrobática. 
Dependendo da estruturação musical, os 
frevos podem ser canção, de bloco ou de 
rua. A coreografia recebe denominações 
específicas: “Chã-debarriguinha”, “Saca-
20 21
-rolha”, “Parafuso”, “Tesoura”, “Dobradi-
ça”, “Pontilhado”, “Pernada”, “Carossel”, 
“Coice-de-burro”, “Abanando o fogareiro”, 
“Caindo nas molas”, entre outros.
 Maculelê (BA) – bailado guerreiro 
desenvolvido por homens, dançadores e 
cantadores, todos comandados por um 
mestre, denominado “macota”. Os parti-
cipantes usam um bastão de madeira com 
cerca de 60 centímetros de comprimento. 
Os bastões são batidos uns nos outros, 
em ritmo firme e compassado. Essas pan-
cadas presidem toda a dança, funcionan-
do como marcadoras do pulso musical. A 
banda que anima o grupo é composta por 
atabaques, pandeiros, às vezes violas de 
doze cordas. As cantigas são puxadas pelo 
“macota” e respondidas pelo coro. 
 Pagode de Amarante (PI) – de ori-
gem africana, o Pagode de Amarante é 
desenvolvido com os dançadores forman-
do duas fileiras de pares que se cruzam 
sem obedecer a marcações coreográficas 
estabelecidas. Cada par improvisa movi-
mentos com rodopios, sapateado e ginga. 
A música é executada por dois cantado-
res e ritmada no “gafanhoto”: consta de 
um pedaço de pau oco medindo cerca de 
quinze centímetros de comprimento, ba-
tido com um pedaço de madeira, tocado 
por todos os homens que dançam. 
 Tambor de Crioula (MA, PI) – dança 
das mais recorrentes no Maranhão, é ca-
racterizada pela presença da umbigada, 
que recebe o nome de “punga”. Desen-
volvida com os dançadores em formação 
circular, a coreografia é executada de 
forma individual e consta de sapateios e 
requebros voluptuosos, com todo o cor-
po, terminando com a “punga”, batida no 
abdômen de outro participante da roda. 
Os cantos são repetitivos, à semelhança 
de estribilho. O ritmo é executado em três 
tambores feitos de tronco, escavados a 
fogo. O tambor grande é chamado Soca-
dor; o médio, Crivador ou Meão; o peque-
no, Pererenga ou Pirerê. 
 Torém (CE) – dança de terreiro com 
participantes de ambos os sexos que se 
colocam em formação circular, com o dan-
çador solista ao centro. Tocando o Aguaim 
– espécie de maracá – o solista executa 
movimentos de recuo e avanço, reque-
bros, sapateios, saltos, além daqueles 
imitativos de serpente e lagarto, revela-
dores de destreza e plasticidade. Os de-
mais participantes marcam o compasso 
musical com batidas de pés enquanto vão 
girando a roda no sentido anti-horário. A 
música, à capela, é cantada pelo solista e 
repetida pelo coro de dançadores. O “mo-
cororó” – suco de caju fermentado – é dis-
tribuído fartamente durante todo o tem-
po da dança. 
Região Sudeste
 Batuque (SP, MG, ES) – dança de ter-
reiro com dançadores de ambos os sexos,organizados em duas fileiras - uma de ho-
mens e outra de mulheres. A coreografia 
apresenta passos com nomes específicos: 
“visagens” ou “micagens”, “peão parado” 
ou “corrupio”, “garranchê”, “vênia”, “leva-
-e-traz” ou “cã-cã”. São executados com 
os pares soltos que, saindo das fileiras, 
circulam livremente pelo terreiro. O ele-
mento essencial em toda a coreografia é a 
umbigada, chamada “batida”: os dançado-
res dão passos laterais arrastados, depois 
levantam os braços e, batendo palmas 
acima da cabeça, inclinam o tronco para 
20 21
trás e dão vigorosa batida com os ventres. 
Os instrumentos musicais são todos de 
percussão: Tambu, Quinjengue, Matraca e 
Guaiá ou chocalho. 
 Cana-verde (toda a região) – tam-
bém chamada Caninha-verde, esta dança 
apresenta variantes no que se refere à 
cantoria, à coreografia, à poética e à mú-
sica. No Rio de Janeiro, é uma das “miude-
zas” da Ciranda e uma dança com bastões. 
Algumas recebem nomes variados; como 
Cana-verde de passagem (MG e SP), Ca-
na-verde simples (SP). A disposição dos 
dançadores varia entre círculo sem solis-
ta, fileiras opostas, rodas concêntricas; os 
movimentos podem ser deslize dos pés, 
sapateios leves ou pesados, balanceios, 
gingados, troca de pares. O movimento 
tido como característico é a “meia volta”, 
desenvolvida num círculo que se arma e se 
desfaz com os dançadores deslizando, ora 
para dentro ora para fora, ora em desen-
contro, ora em retorno à posição inicial. 
 Catira ou Cateretê (MG, SP) – é 
executada exclusivamente por homens, 
organizados em duas fileiras opostas. Na 
extremidade de uma delas fica o violeiro 
que tem à sua frente o seu “segunda”, isto 
é, outro violeiro ou cantador que o acom-
panha na cantoria. O início é dado pelo 
violeiro que toca o “rasqueado”, para os 
dançadores fazerem a “escova”- batepé, 
bate-mão, pulos. Prossegue com os can-
tadores iniciando uma moda de viola. Os 
músicos inter-rompem a cantoria e repe-
tem o rasqueado. Os dançadores reprodu-
zem o bate-pé, o bate-mão e os pulos. Vão 
alternando a moda e as batidas de pé e 
mão. Acabada a moda, os catireiros fazem 
uma roda e giram batendo os pés alterna-
dos com as mãos: é a figuração da “serra 
acima”; fazem meia-volta e repetem o sa-
pateiro e as palmas para o “serra abaixo”, 
terminando com os dança-dores nos seus 
lugares iniciais. O Catira encerra com Re-
cortado: as fileiras trocam de lugar, fazem 
meio-volta e retornam ao ponto inicial. 
Neste momento, todos cantam o “levan-
te”, que varia de grupo para grupo. No en-
cerramento do Recortado, os catireiros 
repetem as batidas de pés, mãos e pulos. 
 Caxambu (MG, RJ) – dança de ter-
reiro executada por homens e mulheres 
postos em roda sem preocupação de for-
mar pares. No centro, fica o solista “pu-
xando” os cantos e improvisando movi-
mentos constituídos de saltos, volteios, 
passos miúdos, balanceios. Os instru-
mentos acompanhantes são dois tambo-
res, feitos de tronco de árvore, cavalos a 
fogo e recobertos com couro de boi. São 
denominados Tambu ou Caxambu e Can-
dongueiro. Às vezes aparece uma grande 
cuíca, feita de tonel de vinho ou cachaça. 
É chamada Angoma-puíta. As músicas, 
denominadas “pontos”, são tiradas pelo 
dançador-solista e respondidas pelo coro 
dos participantes. O canto inicia com pedi-
dos de licença aos velhos caxambuzeiros 
desaparecidos e depois se mesclam de 
simbolismo e enigmas intrincados. Atual-
mente, observa-se um sincretismo com a 
Umbanda, perceptível na indumentária e 
nos adereços usados pelos participantes. 
 Ciranda (RJ) – no Rio de Janeiro, o 
termo ciranda pode significar tanto uma 
dança específica quanto uma série de dan-
ças de salão, que obedecem a um esque-
ma: Abertura, Miudezas e Encerramento. 
Enquanto dança, faz parte das miudezas 
da Ciranda, baile. A Ciranda-baile, também 
denominada Chiba, tem na Chiba-cateretê 
22 23
a que faz a abertura da série; as Miudezas 
são um conjunto de variadas danças com 
nomes e coreografias diversos; Cana-ver-
de de mão, Cana-verde valsada, Caran-
guejo, Arara, Flor-do-mar, Canoa, Limão, 
Chapéu, Choradinha, Mariquita, Ciranda, 
Namorador, Zombador. O Encerramento é 
feito com a Tonta, também chamada Bar-
ra-do-dia. As músicas são na forma solo-
-coro, tiradas pelo mestre em quadras tra-
dicionais e circunstanciais, respondidas 
pelas vozes dos dançadores. O acompa-
nhamento musical é feito por viola, violão, 
cavaquinho e adufes. Na Chiba-cateretê, 
o conjunto musical é composto ainda do 
Mancado: um caixote percutido com ta-
mancos de madeira. 
 Dança de S. Gonçalo (MG, SP) – para 
sua execução, os dançadores se organi-
zam em duas fileiras, uma de homens e 
outra de mulheres, organizados diante de 
um altar do santo. Cada fileira é encabe-
çada por dois violeiros – mestre e contra-
mestre – que dirigem todo o rito. A dança é 
dividida em partes chamadas “volta”, cujo 
número varia entre 5, 7, 9 e 21. As “voltas” 
são desenvolvidas com os violeiros can-
tando, a duas vozes, loas a São Gonçalo, 
enquanto os dançadores, sapateando na 
fileira em ritmo sincopado, dirigem-se 
em dupla até o altar, beijam o santo, fa-
zem genuflexão e saem sem dar as costas 
para o altar, ocupando os últimos lugares 
de suas fileiras. Cada volta pode demorar 
de 40 minutos a 2 ou 3 horas, dependen-
do do número de dançadores. Na última 
“volta” – em São Paulo chamada “Cajuru” 
– forma-se uma roda onde o promesseiro 
dança carregando imagem do santo, reti-
rada do altar. Em Minas Gerais, no Vale do 
São Francisco, a dança é desenvolvida por 
dez ou doze pares de moças, todas ves-
tidas de branco. Cada uma delas leva um 
grande arco de arame recoberto de papel 
de seda branco franjado, com quais fazem 
figurações coreográficas. 
 Dança do Tamanduá (ES) – organi-
zada em roda de homens e mulheres, um 
solista ao centro vai executando movi-
mentos determinados pela letra da canto-
ria: pondo a mão na cabeça ou na cintura, 
batendo com o pé no chão, pulando para lá 
e para cá, mexendo com as cadeiras, entre 
outros. As músicas são na forma solo-co-
ro, o que permite improvisação nas ordens 
musicais cantadas pelo puxador. 
 Fandango (SP) – neste Estado há 
duas modalidades de Fandango: o do in-
terior e o do litoral. O primeiro revela in-
fluências do tropeiro paulista. Dançam 
somente homens, em número par. Ves-
tem-se com roupas comuns, chapéus, len-
ço ao pescoço, botas com chilenas de duas 
rosetas, sem os dentes. Estas chilenas, 
batidas no chão, funcionam como instru-
mento de percussão no acompanhamento 
das “marcas”, como Quebra-chifre. Pega 
na bota, Vira Corpo, Pula sela, Mandadi-
nho, dentre outras. A música é a moda de 
viola comum. O palmeado e o castanho-
lar de dedos estão presentes no início e 
entre as “marcas”. O Fandango do litoral 
compreende uma série de danças de pa-
res mistos, tais como: Dão-dão, Dão-dão-
zinho, Graciana, Tiraninha, Rica senhora, 
Pica-pau, Morro-seco, Chimarrita, Queru-
mana, Enfiado, Manjericão, entre outras. 
Cada “marca” apresenta coreografia pró-
pria, assim como são também particulares 
a linha melódica e o texto poético. 
 Jongo (MG, SP) – dança de negros 
organizada em roda mista, alternando-se 
homens e mulheres. No centro um solis-
22 23
ta, um jongueiro, que canta sua canção, 
o “ponto”. Os demais respondem em coro, 
fazendo movimentos laterais e batendo 
palmas, nos lugares. O solista improvisa 
passos movimentando todo o corpo. O 
instrumental é composto por dois tambo-
res – um grande, o Tambu, e um menor, o 
Candongueiro; uma Puita – cuica, artesa-
nal; um chocalho – o Guaiá, feito de folha-
-de-flandres. As melodias são construídas 
com o uso de poucos sons. A dificulda-
de reside no texto literário dos “pontos”, 
pois são todos enigmáticos, metafóricos. 
Quando o solista quer desafiar alguém, 
canta o “ponto da demanda”; este deve-
rá decifrá-lo, cantando a resposta: diz-se 
então que “desatou o ponto”. Se não for 
decifrado, diz-se que “ficou amarrado”. 
Neste caso, o jongueiro “amarrado” pode 
passar por várias situações humilhantese 
vexatórias, como cair no chão e não con-
seguir se levantar, não conseguir andar, 
entre outras.
 Mineiro-pau (MG, RJ) – dança exe-
cutada por homens, adultos e crianças, 
cada um levando um ou dois bastões de 
madeira. Desenvolvida em círculo ou em 
fileiras que se defrontam, os dançarinos, 
voltados de frente para o seu par, reali-
zam uma coreografia totalmente marcada 
pelas batidas dos bastões no chão. Sem-
pre em compasso quaternário, o tempo 
forte musical é marcado com batida dos 
bastões no chão. A variedade na forma de 
bater os restantes três tempos é que dá 
nomes específicos às partes: “Batida de 
três”, “Batida de quatro”, “Batida cruzada”, 
“Batida no alto”, “Batida embaixo”, entre 
outras. Muitos grupos têm como parte in-
tegrante o Boi Pintadinho (RJ) ou o Boi-lé 
(MG), com seus principais personagens: a 
Mulinha, o Jaguará, o Boi, os Cabeções. 
 Quadrilha (todos os Estados) – 
própria dos festejos juninos, a Quadrilha 
nasceu como dança aristocrática, oriun-
da dos salões franceses, depois difundi-
da por toda a Europa. No Brasil foi intro-
duzida como dança de salão que, por sua 
vez, apropriada e adaptada pelo gosto po-
pular. Para sua ocorrência, é importante 
a presença de um mestre “marcante” ou 
“marcador”, pois é quem determina as fi-
gurações diversas que os dançadores de-
senvolvem. Observa-se a constância das 
seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, 
“Chez des dames”, “Chez des Chevaliê”, 
“Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da 
roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Pas-
seio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espi-
nhos”, entre outros. No Rio de Janeiro, em 
contexto urbano, apresenta transforma-
ções: surgem novas figurações, o francês 
aportuguesado inexiste, o uso de grava-
ções substitui a música ao vivo, além do 
aspecto de competição, que sustenta os 
festivais de quadrilha, promovidos por ór-
gãos de turismo. 
Região Centro-Oeste
 Caninha-verde (toda a região) – 
consta de uma roda de homens e mulhe-
res que cantam e dançam permutando de 
lugares e formando pares. Os textos can-
tados são tradicionais e circunstanciais, 
acompanhados por viola, violão e pandei-
ro. 
 Catira (GO) – semelhante à existen-
te no sudeste, esta dança é executada 
por homens que sapateiam, rodopiam e 
palmeam um ritmo sincopado, intercalan-
do com moda de viola, executada por dois 
violeiros. 
24 25
 Siriri (MT) – dança de pares soltos 
que se organizam em duas fileiras, uma de 
homens e outra de mulheres. No meio de-
las ficam os músicos. O início é dado com 
os homens cantando o “baixão”, acom-
panhados das palmas dos demais partici-
pantes. A seguir, um cantador “joga” uma 
quadra que é repetida por todos. Neste 
momento, um cavalheiro sai de sua fileira 
e se dirige à dama que lhe fica à frente, fa-
zendo-lhe reverência e voltando ao lugar 
inicial. A dama o acompanha até o meio do 
caminho, quando então se dirige a outro 
cavalheiro, retorna também ao seu lugar 
inicial. Este cavalheiro repetirá a movi-
mentação do primeiro, e a dança assim 
prossegue até que todos os participan-
tes tenham feito este solo. Os passos não 
têm marcação rígida, isto é, são individua-
lizados. O acompanhamento musical pode 
ser apenas rítmico, executado em tambor 
e reco-reco; às vezes também apresenta 
instrumentos melódicos, como a sanfona 
e a viola de cocho. 
 Tambor (GO) – executada com um 
solista no centro de um círculo formado 
pelos dançadores. O ritmo é marcado por 
tambores e o canto é coletivo. A coreogra-
fia, desenvolvida pelo solista, distingue 
partes que recebem denominações espe-
cíficas: “Jiquitaia”, “Serrador”, “Negro-ve-
lho”. A troca de solistas no centro da roda 
se processa através da umbigada. 
 Vilão (GO) – dança de conjunto cujos 
participantes se subdividem pela função: 
Batedores, Balizadores, Músicos, Regen-
te e Chefe do grupo. Organizados em se-
micírculo, os Batedores, trazendo longos 
bastões de madeira, dão batidas nos bas-
tões do parceiro, ao ritmo da marcação do 
apito do Regente e da execução musical 
da banda. Há uma série de movimentos 
que compreendem giros de corpo, volteios 
dos bastões, troca de lugares, encerrando 
com uma sequência de sete outros gestos 
rapidíssimos, chamados “Cerradinhos”, 
que constam de batidas realizadas com os 
batedores agachados.
Região Sul
 Balainha (PR, SC) – conhecida tam-
bém com o nome de Arcos Floridos ou 
Jardineira, a balainha é desenvolvida com 
os pares de dançantes, cada um deles, 
sustentando um arco florido. No início, os 
pares em fileiras fazem movimento ondu-
lante passando, ora por cima (8) ora por 
baixo dos arcos dos demais pares; formam 
depois grupos de quatro pares que, em 
círculo, cruzam seus arcos no alto, arman-
do assim as “Balainhas”. Ao final, desman-
cham as “balainhas” e retornam à posição 
inicial, com movimentos sincronizados e 
sequenciais.
 Fandango (PR, RS) – o termo Fan-
dango designa uma série de danças po-
pulares – chamadas “marcas”. No Paraná, 
os dançadores, executam as variadas co-
reografias: Anu, Andorinha, Chimarrita, 
Tonta, Cana-verde, Caranguejo, Vilão de 
Lenço, Xarazinho, Xará Grande, Sabiá, Ma-
rinheiro, entre outras. O acompanhamen-
to musical é feito com duas violas, uma 
rabeca e um pandeiro rústico, chamado 
adufo. As coreografias das “marcas” pa-
ranaenses constam de rodas abertas ou 
fechadas, uma grande roda ou pequenas 
rodas fileiras opostas, pares soltos e uni-
dos. Os passos podem ser valsados, arras-
tados, volteados, entre outros, entreme-
ados de palmas e castanholar de dedos. O 
24 25
sapateado vigoroso é feito somente pelos 
homens, enquanto as mulheres arrastam 
os pés e dão volteios soltos. No Rio Gran-
de do Sul, o Fandango apresenta um con-
junto de vinte e uma danças, com nomes 
próprios: Rancheiro, Pericom, Maçarico, 
Pezinho, Balaio, Tirana-do-lenço, Quero-
-mana, Tatu, entre outros. O acompanha-
mento musical é feito pelo acordeão, cha-
mado “gaita”, e pelo violão. A coreografia 
recebe nomes também distintos - “Passo 
de juntar”, “Passo de marcha”, “Passo de 
recurso”, “Passo de valsa”, “Passo de ran-
cheira”, “Sapateio”, entre outros.
 Pau-de-Fitas (toda a região) – para 
seu desenvolvimento, prepara-se um 
mastro com cerca de três metros de com-
primento, encimado por um conjunto de 
largas fitas multicores, de maior tamanho. 
Os dançadores, em número par, seguram 
na extremidade de cada fita e, ao som das 
músicas, giram em torno do mastro, reve-
zando os pares de modo a compor tran-
çados no próprio mastro, com variados 
desenhos. No Rio Grande do Sul, as tran-
ças recebem os nomes: “Trama”, “Trança”, 
“Rede de Pescador”. Em Santa Catarina há 
o “Tramadinho”, “Trenzinho”, “Zigue-Za-
gue”, “Zigue-Zague a dois”, “Feiticeira” e 
“Rede de Pescador”. 
 Vilão (SC) – desenvolvida por um 
grupo com 31 componentes, denomina-
dos batedores, balizadores, músicos e 
Mestre, a dança consta de batidas de lon-
gos bastões, com variados movimentos 
e ritmos. O encerramento é feito com o 
“serradinho”: são sete movimentos rapi-
díssimos, executados com os balizadores 
agachados. (www.unicamp.br/folclore)
Evidente que os conteúdos descritos 
acima são referências, entretanto, podem 
e devem ser adaptados para atenderem 
os diversos interesses e objetivos edu-
cacionais. Os mesmos orientam e funda-
mentam as aprendizagens e ampliam o 
universo cultural de todos os envolvidos 
no processo.
26 27
UNIDADE 3 - Folguedos
26
Considerando as fundamentações de 
Neves (2013), os folguedos são manifes-
tações culturais realizadas em momentos 
festivos com objetivos de dançar, cantar, 
festejar, interagir, dentre outros. Tais ex-
pressões de natureza histórica, religiosa 
e também cultural trazem um grande con-
teúdo que expressa a tradição e a identi-
dade de um povo.
Essa autora destaca também a grande 
interação permitida através desse traço 
cultural do folclore brasileiro, através das 
interpretações ritualísticas e teatrais que 
as caracterizam fortemente e manifes-
tam enorme sabedoria popular.
Neves (2013) afirma que:
Alguns folguedosapresentam um 
“momento dramático”, dialogado, 
com enredo mais ou menos definido, 
como o Bumba-meu-Boi; outros têm 
uma dramaticidade mais “esgarça-
da”, que surge por uma temática en-
volvendo o ritmo e a dança. Todos, no 
entanto, apresentam forte teatra-
lidade, que se dá na exposição dos 
brincantes, no jogo que empreen-
dem entre si, e em sua relação com a 
assistência. Nos folguedos, a intera-
ção entre os que se apresentam e os 
que assistem é intensa: todos parti-
cipam, todos brincam. Os folguedos 
acontecem em geral nas ruas, nas 
praças, em ocasiões de festa, sendo 
que alguns invadem as casas, num 
trânsito entre os espaços doméstico 
e público. 
Nessa mesma perspectiva, Cascudo 
(2000, p. 241) destaca também as seguin-
tes características dos Folguedos:
Manifestação folclórica que reúne 
as seguintes características: 1) Letra 
(quadras, sextilhas, oitavas ou outro 
tipo de verso); 2) Música (melodia e 
instrumentos musicais que susten-
tam o ritmo); 3) Coreografia (movi-
mentação dos participantes em fila, 
fila dupla, roda, roda concêntrica ou 
outras formações); 4) Temática (en-
redo da representação teatral). 
Assim, os Folguedos traduzem grande 
carga de cultura, tradição e saberes popu-
lares e são executados mediante rituais 
característicos perpetuados entre as ge-
rações.
Os folguedos, na sua grande maioria, 
possuem origem portuguesa espanhola, 
africana, dentre outras, porém incorpo-
raram importantes influências brasileiras 
originando os folguedos próprios do fol-
clore nacional.
Neves (2013) assevera ainda que os fol-
guedos têm grande capacidade de envol-
vimento permitindo que todos participem 
dos espetáculos, em um clima de acolhi-
mento e interação. Tais componentes do 
folclore brasileiro retratam exatamente 
o jeito de ser, de pensar, de acreditar, de 
se colocar em um determinado espaço, do 
nosso povo. Configura uma memória viva, 
dinâmica e que acompanha as vivências 
dos sujeitos, suas tradições, seus sabe-
res, suas culturas.
26 2727
Fonte: www.efdesportes.com
28 29
UNIDADE 4 - Alguns folguedos do folclore 
brasileiro
28
Conforme já destacado anteriormente, 
no Brasil, as principais características dos 
folguedos são os acompanhamentos das 
músicas, as interpretações teatrais e, cla-
ro, as combinações de movimentos. Além 
dessas, os figurinos também, enriquecem 
as apresentações com as grandes vesti-
mentas coloridas, acessórios, adereços, 
dentre outros. Mesmo ocorrendo em pra-
ticamente todas as regiões brasileiras, a 
região Nordeste é que mantém o maior 
número de apresentações anuais dos 
mais variados Folguedos.
A partir dos estudos de Abreu (1996); 
Andrade (1982); Lima (1978), dentre ou-
tros, os principais Folguedos do folclore 
brasileiro são:
- Afoxé – dança-cortejo, típica da Bahia, 
e ligada aos rituais do candomblé;
- Bumba-meu-boi – típico folguedo 
da região Nordeste do Brasil. Possui uma 
miscigenação de elementos culturais afri-
canos, portugueses e indígenas. Ocorre 
entre o mês de novembro até seis de ja-
neiro. Sua coreografia consiste em danças 
de rua, onde um homem veste-se de boi e 
comanda as coreografias;
- Caboclo – danças que representam a 
cultura indígena. Folguedo muito comum 
em Pernambuco e Paraíba;
- Cavalhada – típica das regiões Su-
deste e Centro-oeste do Brasil. Os cava-
leiros representam, em suas coreogra-
fias, as batalhas medievais entre cristãos 
e muçulmanos;
- Congada – espécie de dança-cortejo, 
que ocorre em diversas regiões do Brasil. 
Representam a coroação dos antigos reis 
do Congo (África);
- Folia-de-reis – dramatização de rua 
em que é representada a viagem bíblica 
dos três reis magos. Ocorre entre o Natal 
e o dia seis de janeiro (Dia de Reis);
- Maracatu – dança-cortejo típica de 
Pernambuco, a qual ocorre no período do 
Carnaval. A dança ocorre ao som de za-
bumbas, conguês e taróis;
- Marujada – encenação nordestina 
que representa a vitória dos cristãos so-
bre os muçulmanos na Idade Média e tam-
bém as conquistas marítimas europeias 
dos séculos XV e XVI. Os personagens 
vestem-se com trajes de marinheiros, 
cristãos ou muçulmanos. Pandeiros, vio-
lões e outros instrumentos acompanham 
a encenação.
- Pastoril – encenação cujo tema prin-
cipal é o aviso que o anjo Gabriel dá sobre 
o nascimento de Jesus Cristo. Típico da re-
gião Nordeste, os participantes dançam 
e cantam nas ruas. Meninas, enfeitadas 
com fitas e tocando pandeiro, dividem-se 
em dois cordões (azul e vermelho) e são 
acompanhadas por um grupo musical;
- Reisado – comum no Nordeste, este 
folguedo baseia-se na encenação do Na-
tal. Os participantes, cantando e dançan-
do, desfilam pelas ruas da cidade pedindo 
donativos. Os participantes usam roupa 
coloridas, fitas e chapéus. Em algumas re-
giões, integrantes usam figurinos repre-
sentando reis, palhaços e estrela.
28 2929
Desenvolver a temática dos Folguedos 
no contexto das aulas de Educação Física, 
de acordo com o referencial já destaca-
do, consiste em evidenciar um patrimônio 
imaterial rico e de enorme significado cul-
tural. É ainda, uma estratégia metodológi-
ca que permite conhecer a herança étni-
ca que sustenta a base histórica do povo 
brasileiro.
Nessa perspectiva, os alunos quando 
têm contato com as danças e folguedos 
do folclore brasileiro aprofundam nos co-
nhecimentos relacionados a suas origens 
e compreendem aspectos históricos que 
influenciaram os saberes adquiridos ao 
longo dos tempos. As atividades imple-
mentadas através dessa temática favore-
ce a apropriação dessa manifestação por 
todos que na atualidade, vivenciam tais 
atividades culturais advindas dos povos 
que nos antecederam e contribuíram com 
a nossa formação.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
30 31
UNIDADE 5 - Lazer e turismo ecológico
30
Ao se refletir acerca da conceituação 
de lazer, é possível depreender, de acor-
do com Souza (2010), que ainda inexiste 
um consenso em relação a sua definição. 
Atualmente, as reflexões e discussões 
sobre essa temática é crescente entre 
os estudiosos, frente aos inúmeros con-
ceitos que vêm sendo apontados ao lazer 
enquanto objeto de estudo nas recentes 
pesquisas científicas.
Ao contrário do que muitos autores 
apontam, destaca a autora supracitada, o 
lazer não deve ser analisado apenas como 
a ausência das obrigações e do trabalho. 
Nesse sentido, Gomes (2010) endossa 
essa concepção ao afirmar que o lazer 
demonstra uma relação muito direta com 
outros aspectos da vida humana relacio-
nados à família, às atividades profissio-
nais, à educação, entre outros.
Assim, Gomes (2004, p. 125), em rela-
ção ao lazer o analisa como:
Uma dimensão da cultura construída 
por meio da vivência lúdica das ma-
nifestações culturais em um tempo/
espaço conquistado pelo sujeito ou 
grupo social, estabelecendo rela-
ções dialéticas com as necessidades, 
os deveres e as obrigações, especial-
mente com o trabalho produtivo. 
Não obstante, ao considerar a análi-
se dessa autora, Souza (2010) atenta ao 
fato de que, na sociedade atual, as ques-
tões econômicas vêm comprometendo a 
apropriação das alternativas de lazer, difi-
cultando a quantidade e também a quali-
dade do lazer disponibilizado. Essa autora 
prossegue atentando ao fato de que o la-
zer, enquanto direito social, não deve ser 
um privilégio de poucos e sim, constituir 
um prática capaz de incluir a participação 
de todos. O lazer, assim configurado, tor-
na-se uma atividade imprescindível ao ser 
humano, e evidentemente ao seu bem-
-estar.
Marcellino (1990) relata acerca das 
possibilidades de se educar, adotar novos 
hábitos, mudar comportamentos e dis-
seminar conhecimentos através do lazer, 
já que a característica lúdica inerente ao 
mesmo está diretamente associada aos 
interesses do ser humano.
Nesse sentido, esse autor complemen-
ta destacando que o lazer favorece o de-
senvolvimento do senso crítico e permi-
te profundas reflexões de mundo, o que 
contribui para repensar posturas, estilos 
de vida e ampliar a consciência ambiental, 
com vistas aum futuro melhor.
Atualmente, os planejamentos peda-
gógicos da Educação Física Escolar con-
templam a Educação Ambiental, tema 
transversal que deve ser trabalhado por 
todas as áreas e níveis da Educação Bá-
sica. Nessa perspectiva, ações pedagógi-
cas que consideram o uso adequado dos 
recursos naturais, através de atividades 
física ligadas à natureza, podem e devem 
fazer parte desses programas, permitindo 
um aprendizado mais consistente em re-
lação ao lazer.
O Turismo Ecológico ou Ecoturismo, de 
acordo com Barros (1994), pode assim ser 
definido:
30 3131
Segmento da atividade turística que 
utiliza de forma sustentável o patri-
mônio natural e cultural, incentiva 
sua conservação e busca a formação 
de uma consciência ambientalista 
através da interpretação do meio 
ambiente, promovendo o bem-estar 
das populações envolvidas. 
Assim, o lazer associado ao turismo 
ecológico, por meio principalmente das 
aulas de Educação Física, constitui exce-
lente alternativa para se efetivar a Educa-
ção Ambiental, envolvendo diretamente 
toda a comunidade escolar e local. As ati-
vidades assim propostas e desenvolvidas, 
uma vez que favorecem e definem a cons-
ciência ecológica, ampliam as motivações 
para as práticas e dão mais sentido ao pro-
cesso ensino/aprendizagem relacionados 
ao lazer, através do turismo ecológico.
Prosseguindo nessa linha de raciocínio, 
é preciso considerar que os seres huma-
nos, enquanto agentes transformadores 
da realidade em que vivem, refletem os 
ambientes dos quais fazem parte, e quan-
do consciente dessa responsabilidade, se 
compromete com a mesma, a ponto de in-
tervir e transformá-la.
 
 
Fonte: Santos (2013).
32 3332
Santos (2013) sugere alguns exem-
plos de atividades de lazer integradas ao 
turismo ecológico, como as seguintes: 
atividades equestres e de pesca; espor-
tes de aventura; caminhadas em trilhas; 
atividades pedagógicas e recreativas em 
ambientes externos e rurais; excursões 
diversas, dentre outras.
Nessa mesma linha de raciocínio, Fer-
reira e Coutinho (2002) destacam a im-
portância de se manter a conservação dos 
ambientes naturais destinados ao Turis-
mo Ecológico, afim de que sejam cada vez 
mais atrativos e ao mesmo tempo, este-
jam com as suas belezas naturais manti-
das sem nenhum tipo de degradação. Tal 
conscientização, atentam esses autores, 
passam por uma preparação adequada 
e prévia de todos os envolvidos e requer 
a conscientização do papel de cada um 
frente a esse contexto.
A partir desse cenário educativo, Fer-
reira e Coutinho (2002, p. 20) asseveram:
Esse tipo de turista aprecia a bele-
za e prefere visitar locais bem con-
servados e com alta qualidade am-
biental. Por isso, o empreendimento 
ecoturístico deve promover a con-
servação de áreas naturais, assim 
como a recuperação de locais degra-
dados. Portanto, é preciso atenção 
com a qualidade das águas, do solo 
e com a proteção dos animais e plan-
tas silvestres. Toda utilização dos re-
cursos naturais e culturais deve ter 
uma preocupação com a qualidade e 
com a manutenção de seus aspectos 
originais ao longo do tempo. 
Essas atividades, segundo esses au-
tores, possibilitam aos visitantes a aqui-
sição de conhecimentos científicos, a vi-
vência de experiências recreativas, além 
de oportunizar aprendizagens que extra-
polam os espaços formais da escola, o que 
para os alunos, são motivadoras e signifi-
cativas. Além disso, esse contexto educa-
tivo amplia informações acerca da fauna e 
da flora e permite inúmeros conhecimen-
tos históricos, geográficos, biológicos, 
dentre outros.
O Turismo Ecológico ou Ecoturismo as-
sociado às atividades de lazer como parte 
integrante dos currículos escolares sig-
nifica uma nova ferramenta de aprendi-
zagem, um caminho diferenciado para se 
obter conhecimentos. Posto isso, torna-
-se possível através dessas estratégias, 
conforme evidenciado acima, propiciar 
aos sujeitos experiências educativas in-
terdisciplinares, regadas com motivação, 
ludicidade e cidadania.
 
32 33
UNIDADE 6 - Sugestão de atividades práti-
cas de lazer e turismo ecológico
33
Em relação às atividades de Turismo 
Ecológico ou Ecoturismo, associadas ao 
Lazer a serem realizadas, Ferreira e Cou-
tinho (2002) chamam a atenção aos cui-
dados a serem tomados. Considerando as 
concepções desses autores, medidas de 
segurança devem ter prioridade para que 
todos possam desfrutar das ações pro-
postas sem riscos.
Nesse sentido, destacam os autores 
supracitados, estar sempre acompanha-
do de um profissional bem treinado e que 
conheça os locais a serem visitados; ve-
rificar a acessibilidade e a infraestrutura 
básica do local para receber visitantes; 
assegurar para que todos respeitem as 
normas ambientais básicas regulamenta-
das pelos espaços, dentre outras.
Assim, Ferreira e Coutinho (2002) evi-
denciam que a prática do Lazer e Turismo 
Ecológico requer técnicas para não gerar 
impactos ambientais negativos e serem 
sempre praticadas numa perspectiva sus-
tentável. Nesse sentido, tais autores afir-
mam:
As técnicas empregadas não devem 
agredir o meio ambiente, assim como to-
das as atividades devem ser constante-
mente avaliadas devido aos impactos ne-
gativos. O estudo e o emprego de técnicas 
adequadas podem diminuir interferências 
negativas sobre o ambiente e a comuni-
dade. É preciso estabelecer o nível de im-
pacto que cada local de visitação suporta, 
visando minimizar os prejuízos ao ambien-
te natural e cultural da região (FERREIRA 
E COUTINHO, 2002, p. 20).
Esses cuidados, asseveram os autores 
destacados acima, são essenciais para 
implementar a prática do Ecoturismo, dis-
seminar a Educação Ambiental, e ter sem-
pre ciência de que tais atividades devem 
ser praticadas com fins de saúde, de lazer, 
mas, sobretudo, de sustentabilidade.
A seguir, Ferreira e Coutinho (2002) 
sugerem algumas atividades práticas nos 
mais diferentes espaços e formatos e que 
contemplam o lazer, o turismo ecológico e 
a educação ambiental:
Atividades compatíveis com ecoturis-
mo 
Atividades aéreas:
 balonismo, vôo livre, pára-quedismo 
e paraglyder (lê-se paragláider) - são vôos 
planados que utilizam equipamentos in-
dividuais de sustentação aerodinâmica. O 
prolongamento do vôo é obtido com a uti-
lização de correntes de ar ascendentes. 
Atividades aquáticas:
 bóia cross ou acquaraid (lê-se 
aquarraid) - descida de rios com corre-
deiras em bóias infláveis individuais;
 canoagem - realizada em rios ou 
oceano em barcos de pequeno porte, ge-
ralmente com capacidade para um a três 
passageiros, esporte destinado à obser-
vação de recursos naturais associada a 
atividades de recreação e lazer; 
 canionismo ou cannyoning (lê-se 
quênionin) - descida e/ou exploração de 
rios de montanha, com a utilização de téc-
nicas verticais associada a cachoeiras; 
34 35
 espeleomergulho - mergulho em ca-
vernas;
 mergulho autônomo ou scuba di-
ving (lê-se iscuba dáivin) - mergulho no 
mar, rios, lagos ou cavernas com a utiliza-
ção de equipamento autônomo de respi-
ração;
 mergulho livre ou snorkeling (lê-se 
isnórquelin) - mergulho no mar, rio, lago 
e caverna com a utilização de máscara e 
nadadeiras, sem equipamento autônomo 
de respiração; 
 pesca esportiva - atividade em que 
há soltura dos peixes, conhecida também 
como “pesque e solte”; 
 rafting (lê-se réftim) - descidas de 
corredeiras ou passeios/expedições em 
rios ou lagos com a utilização de botes in-
fláveis movidos a remo e com capacidade 
para seis a oito pessoas;
surfe ou surfing - descida de ondas 
em pranchas. Esporte já bastante difundi-
do, originário da Polinésia;
 Vela ou sailing (lê-se seilim) - pra-
ticada em mar aberto e nas águas abriga-
das de baías e lagos. Existem muitas mo-
dalidades, de pranchas a vela (windsurf 
– lê-se uindisârf) a veleiros oceânicos de 
grandes dimensões;
Atividades terrestres:
 acampamentos ou camping - reali-
zados em áreas naturais públicas ou par-
ticulares com equipamentos especializa-
dos;
 caminhada com pernoite ou 
trekking(lê-se tréquin) - caminhadas de 
dois ou mais dias em que os participantes 
precisam carregar parte dos equipamen-
tos em mochilas, pernoitando em acampa-
mentos ou utilizando meios de hospeda-
gem, como pousadas e casas de famílias;
 caminhadas de um dia ou hikking 
(lê-se ráiquin) - caminhadas curtas, rea-
lizadas sem o transporte de muito peso, 
com retorno ao ponto de partida antes do 
anoitecer;
 cavalgada ou equitação - passeios 
a cavalo por ambientes naturais, em ge-
ral seguindo antigas trilhas de tropeiros. 
Pode ter a duração de vários dias;
 ciclismo ou biking (lê-se báiquin) - 
exploração de trilhas em bicicletas espe-
ciais; 
 escalada em rocha ou rock clim-
bing (lê-se róc claimbin) - subida em 
paredes verticais de rocha com o uso de 
uma série de movimentos complexos e or-
denados de pés e mãos. O uso de cordas e 
outros equipamentos serve para garantir 
a segurança do escalador;
 montanhismo - arte de subir monta-
nhas. Engloba desde a caminhada ao topo 
de uma colina até a escalada de paredes 
verticais de rocha, neve e gelo. O objetivo 
é atingir o cume, envolvendo planejamen-
to e logística;
 observação de espécies da fauna 
e da flora - em trilhas, passeios de barco 
ou com a utilização de mirantes. Um seg-
mento de mercado muito importante para 
o ecoturismo é dos observadores de aves, 
conhecidos internacionalmente como bird 
watching (lê- se bârd uótin);
 observação astronômica - obser-
vação das estrelas, dos astros, de fenô-
34 35
menos naturais como eclipses, chuvas de 
meteoros, conjunções de estrelas. Ideais 
para localidades com pouca influência de 
luzes e ruídos decorrentes de atividades 
humanas;
 visita a cavernas ou caving (lê-se 
quêivin) - atividade recreativa derivada 
da ciência de explorar cavidades subter-
râneas, denominada espeleologia;
 visitas às comunidades anfitriãs 
- participação ou acompanhamento de 
atividades cotidianas da comunidade an-
fitriã; 
 visitas a sítios arqueológicos - mui-
tos estão inseridos em ambientes natu-
rais e a visitação pode estar associada à 
prática de atividades recreativas. (FER-
REIRA e COUTINHO, 2002, p. 31-33).
Fonte: www.ecoviagem.uol.com.br/
36 37
Ao longo deste estudo, foram abor-
dadas várias discussões dos autores re-
ferenciados acerca de algumas manifes-
tações folclóricas, sobretudo aquelas 
apropriadas e vivenciadas através das 
danças e folguedos, como também a im-
portância do lazer relacionado ao turismo 
ecológico.
A temática abordada contempla os as-
suntos que compõem conteúdos impor-
tantíssimos dos currículos da Educação 
Física. Tais conteúdos permitem aprendi-
zagens significativas e enriquecedoras, 
além de contribuírem para a perpetuação 
das expressões culturais e melhoria da 
qualidade de vida de todos os envolvidos.
Restou claro que o folclore brasileiro 
possui um enorme repertório de estilos 
de manifestações culturais, entretanto, 
as abordagens discutidas evidenciaram 
as danças e os folguedos, os quais se ca-
racterizam por ritmos, músicas, figurinos 
e cenários referentes às questões reli-
giosas, fatos históricos, culturais, len-
das, dentre outros. Nesse sentido, essas 
formas de demonstrar a sabedoria de um 
povo compreendem um processo de acul-
turação das diversas etnias e origens da 
população brasileira que sobreviveu ao 
longo dos tempos.
Além dessas questões culturais relacio-
nadas aos saberes populares, o presente 
estudo discorreu também acerca da im-
portância do lazer para a melhoria da qua-
lidade de vida. Dentre as diversas opções 
atuais para a prática do lazer, o Turismo 
Ecológico configura como alternativa que 
associa atividade física e a possibilidade 
de adoção de hábitos saudáveis, no que 
diz respeito à educação ambiental. 
Considerando que atualmente as pes-
soas demonstram grande preocupação 
com a saúde e qualidade de vida, e ao mes-
mo tempo, buscam maior conscientização 
em relação à preservação dos recursos 
naturais, tal alternativa pedagógica con-
figura excelente estratégia educativa. 
Nesse sentido, esses elementos da na-
tureza, essenciais à manutenção da vida, 
são também recursos que permitem atra-
tivos turísticos por meio da prática do Tu-
rismo Ecológico. 
Posto isso, é possível depreender que 
tanto os conteúdos relacionados ao Fol-
clore Brasileiro, como àqueles que dizem 
respeito ao lazer e ao turismo ecológico 
configuram temas oportunos a ser im-
plementados nos programas de ensino 
da Educação Física Escolar. As danças e 
folguedos por se tratar de assuntos que 
mantêm viva a história e as tradições po-
pulares e o lazer associado ao turismo 
ecológico por configurar excelentes fer-
ramentas para disseminar a educação am-
biental e a sustentabilidade. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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36 37
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Sites consultados:
www.dancanaefe.blogspot.com.br
www.ecoviagem.uol.com.br
www.infoescola.com
www.portaldoprof.mec.gov.br
www.unesco.org
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	INTRODUÇÃO
	UNIDADE 1 - Danças folclóricas brasileiras
	1.1 Aspectos históricos
	1.2 Danças folclóricas brasileiras: estilos, formas e características
	1.3 As danças folclóricas brasileiras e a Educação Física Escolar
	UNIDADE 2 - Algumas das principais danças folclóricas brasileiras
	2.1- Boi-Bumbá
	O Bumba Meu Boi, também conhecida como Boi-Bumbá, considerado como um folguedo para alguns autores e como dança para outros, é uma dança folclórica típica da região Norte e Nordeste do Brasil. Apresenta influência das diversas culturas, como: espanhola, p
	2.2- Samba de Roda
	2.3 Frevo
	2.4 Maracatu

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