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Priscila Behrens 2020.2 Epidemiologia Analítica – Estudos de Intervenção DEFINIÇÃO: A epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição da saúde e da doença na população humana e seus determinantes (causas, fatores que influenciam que nem sempre são causa x efeito). • Epidemiologia Descritiva: “distribuição da saúde e da doença na população humana” • Epidemiologia Analítica: “e seus determinantes”. CONCEITOS: Variável independente (V.I.) determina o comportamento de uma variável dependente (V.D.). Ex.: • Associação direta, positiva – V.I. (↑) V.D. (↑): V.I.: Tabagismo – V.D.: Câncer de pulmão V.I.: Alcoolismo – V.D.: Cirrose hepática • Associação inversa, negativa – V.I. (↑) V.D. (↓): V.I.: Vacinação – V.D.: Câncer de colo de útero V.I.: Atividade física – V.D.: Obesidade V.I.: Saneamento básico – V.D.: Cólera ENSAIOS CLÍNICOS/ CLINICAL TRIAL: É um estudo em que o pesquisador intervê, criando subgrupos para exposição dos voluntários a diferentes variáveis para análise da eficácia do hábito/medicamento/equipamento etc. Sabe-se o nome de cada um, você acompanha individualmente. Está relacionado à Panaceia por ter a ver com ação corretiva, clínica. ENSAIOS DE CAMPO: Ensaios de campo, em contraste com os ensaios clínicos, envolvem pessoas que estão livres de doença, mas sob risco de desenvolvê-la. Os dados são coletados “no campo”, usualmente entre pessoas da população geral não institucionalizadas. Uma vez que os participantes estão livres da doença e o propósito é prevenir a ocorrência de doenças mesmo entre aquelas de baixa frequência, os ensaios de campo envolvem muitas pessoas, o que os torna caro e logisticamente complicados. Priscila Behrens 2020.2 ENSAIOS COMUNITÁRIOS: Ao invés de analisar a pessoa de forma individual, você obtém informações em bloco, da comunidade. Esse delineamento é particularmente apropriado para doenças que tenham suas origens nas condições sociais e que possam ser facilmente influenciadas por intervenções dirigidas ao comportamento do grupo ou do indivíduo. As doenças cardiovasculares são um bom exemplo de uma condição apropriada para ensaios comunitários, muitas das quais estão, agora, sob investigação. Está relacionado à Hiygeia por ter a ver com higiene e prevenção. Ex.1: O fumaceiro é uma intervenção coletiva com base nas informações obtidas do índice de infestação predial (medição da quantidade de larvas do aedes aegypti em determinado local). Ex.2: Disponibilidade de equipamentos em uma universidade, no nível macro. Ex.3: Coeficiente de mortalidade é comunitário/coletivo, não individual. *Deve-se considerar o estudo randômico como o padrão ouro, mais fidedigno. Priscila Behrens 2020.2 TESTES CLÍNICOS: Fonte: SBPPC - Elaborado a partir das informações dispostas pelo Ministério da Saúde na RDC 251 de 1997 Fases pré-clínicas: • 1ª fase: Análises in vitro, na placa, na bancada; • 2ª fase: Análises in vivo, no organismo biológico (pode ser que uma substância mate a bactéria na placa, mas quando injetado em um modelo animal pode não surtir o mesmo efeito). > Conforme vai dando certo, vai utilizando mamíferos de maior porte. Fases clínicas: • Fase I: O produto é avaliado num pequeno grupo de voluntários, geralmente sadios. O objetivo é estabelecer segurança, tolerabilidade e farmacocinética do produto (biodisponibilidade, melhor via de administração, meia vida) e, quando possível, determinar seu perfil farmacodinâmico, Efeitos colaterais X Dose administrada. **Todos os voluntários recebem a droga. “Pouca gente e muita droga.” – 20-80 participantes. • Fase II: É a fase da prova do conceito, vão ser testados os benefícios clínicos X os efeitos indesejáveis. São realizados em pacientes portadores de determinadas doenças, com o objetivo de estabelecer tanto a segurança a curto prazo quanto a dose-resposta (conforme análise que já ocorreu na fase I) e a eficácia do produto. Uma quantidade maior de pacientes participa desta fase, mas esse número ainda é considerado pequeno. Somente se os resultados Priscila Behrens 2020.2 forem promissores é que o produto seguirá para estudo clínico na fase III. **Todos os voluntários recebem a droga. “Mais gente e menos droga.” – 100-300 participantes. • Fase III: O novo produto ou tratamento é comparado com os padrões já existentes ou com o placebo caso ainda não tenha um tratamento/medicamento já existente. O número de pacientes pesquisados é alto e o objetivo principal é determinar a relação risco/benefício a curto e longo prazo e o valor terapêutico do produto. Exploram-se nesta fase o tipo e o perfil das reações adversas mais frequentes. É muito comum que esses estudos sejam randomizados, ou seja, os pacientes são divididos aleatoriamente, por sorteio, para os grupos controle (produto/tratamento padrão) ou grupo experimental (produto/tratamento em teste) e são realizadas análises finais.**Nem todos os voluntários recebem a droga 1.000-3.000 participantes > Princípio do Contrafato. • Fase IV: É uma fase pós-clínica. Nesta fase, o medicamento já foi aprovado para ser comercializado. A vantagem dos estudos da fase IV é que eles permitem acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo, incluindo o acompanhamento de novas reações adversas. Apenas 15 a 33% das pesquisas/medicamentos chegam ao mercado e gasta-se cerca de 5 anos de estudo até chegar nessa fase. E com a possibilidade de ser interditado após análises da ANVISA. Depois de realizadas todas as etapas, as autoridades regulatórias - no caso do Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) - avaliam os resultados e, se eles forem satisfatórios, registram o medicamento. Com o registro, o produto pode ser prescrito por médicos, dentistas e demais profissionais devidamente qualificados. Princípio do Contrafato: Não pode concluir algo sem comparação, necessita ter um grupo usando a intervenção e outro grupo não usando a intervenção. Pela filosofia, necessitaria de uma máquina do tempo para expor uma única pessoa aos dois casos. Na prática, utiliza-se de populações parecidas. Lembrando que para testar medidas profiláticas deve-se excluir pessoas que não sejam elegíveis, como exemplo da vacina da COVID19 (imunidade artificial) só quem pode participar do estudo são pessoas que ainda não possuem a imunidade natural (que não tiveram COVID). Para testar tratamento, só é elegível quem possui a doença, como exemplo o tratamento da doença de Parkinson. Priscila Behrens 2020.2 RANDOMIZAÇÃO: Priscila Behrens 2020.2 Cuidados que devem ser analisados para realizar a randomização: os grupos de intervenção e de controle têm que ser parecidos, então as variáveis de escolha devem ser bem definidas para que a randomização não acabe prejudicando/sabotando o estudo. Pareamento: Os dois lados devem ter a mesma quantidade em idade, grau da doença, raça, sexo, IMC, profissão, nível socioeconômico. Ex.: vai colocando XX/XX, XY/XY etc. nos dois grupos. ** A randomização é superior ao pareamento, pois o pareamento só acontece com o que é visível/mensurável, mas tem fatores que não conseguimos medir (ex: questões genéticas) e que só serão descobertos conforme a evolução dos testes clínicos. Priscila Behrens 2020.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS: Tabela de contingência (2x2): Ex: Incidência da cura em quem usou a droga (100 voluntários) = 0,4 Incidência da cura em quem NÃO usou a droga (50 voluntários) = 0,2 Comparação entre quem usou e quem não usou (0,4/0,2) = 2. Resultado: Associação positiva entre a droga e a chance de cura pois a chance foi o dobro para quem utilizou a droga. REFERÊNCIAS: https://www.sbppc.org.br/fases-de-uma-pesquisa-clinica; https://www.jclinepi.com/article/S0895-4356(19)30173-8/abstract;https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4338974/mod_resource/content/1/BONITA%20et%20al% 20-%20cap%203.pdf. https://www.sbppc.org.br/fases-de-uma-pesquisa-clinica https://www.jclinepi.com/article/S0895-4356(19)30173-8/abstract https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4338974/mod_resource/content/1/BONITA%20et%20al%20-%20cap%203.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4338974/mod_resource/content/1/BONITA%20et%20al%20-%20cap%203.pdf
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