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Renascimento: Arte e Estética

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Arte e Estética
Aula 8 –Renascimento
Prof. Ms. Elizeu N. Silva
Renascimento
O que efetivamente marca o Renascimento não é propriamente 
a descoberta do homem e da natureza, mas a transformação da 
obra de arte em estudo da natureza.
Aprofundando o naturalismo gótico, o Renascimento avançará 
por um processo de “secularização” da arte, em que imagens e 
esculturas perdem o acentuado caráter simbólico e passam a 
ser valorizadas pelo que são em si mesmas.
Renascimento
A ideia de ruptura comumente associada ao Renascimento foi 
gestada historiadores de matriz liberalistas do século XIX, como 
forma de oposição entre Idade Média e Idade Moderna.
A Renascença de fato foi anticlerical, antiescolástica e 
antiascética. Resumindo, deixou de reconhecer a autoridade 
absoluta da igreja. No entanto, não era cética. As ideias sobre 
redenção, pecado original, transcendência continuam a ter 
validade, embora em plano secundário, pois o interesse maior 
volta-se para o ser e a natureza.
Renascimento
A Renascença nem era tão 
hostil à autoridade da igreja 
quanto afirmam iluministas e 
liberais. Embora muitas vezes 
desprezasse a autoridade dos 
clérigos, poupava a igreja 
enquanto instituição. Não se 
tratava de ruptura com a 
autoridade, pois acabou por 
substituir a autoridade da igreja 
pela da Antiguidade clássica. Mona Lisa. Leonard Da Vinci, 1503
Renascimento
Homem Vitruviano. Leonard Da Vinci, 
1490
Renascimento > 
Quattrocento
Alessandro di Mariano 
Filipepi, mais conhecido 
como Sandro Botticelli. 
1445–1510
O Nascimento de Vênus. Sandro Botticelli.,1483. Encomendada 
por Lorenzo de Médici
Fases do Renascimento > Trecento
Ocorre basicamente na Itália, em Florença, cidade que no 
século XIV se firma como importante pólo político, econômico e 
cultural da Europa. Caracteriza-se por uma burguesia 
crescente composta por comerciantes e artesãos organizados 
em guildas. Na cidade já existem importantes casas bancárias.
Entre as famílias burguesas, destacam-se os Medici, 
constituída de médicos que se tornaram banqueiros e líderes 
políticos que assumiram condição de nobreza. Embora 
acusados de corruptos e autoritários, iniciaram o mecenato 
privado das artes.
Fases do Renascimento > Quattrocento
Ocorre no século XV durante um frenesi de desenvolvimentista 
e de construções em Florença. O arquiteto Filippo Brunelleschi
constrói as igrejas de São Lourenço e do Santo Espírito.
Basílica de São 
Lourenço. Florença. 
1419-1460
Fases do Renascimento > 
Quattrocento
Florença se mantém como importante 
centro político e cultural da Itália e da 
Europa, impulsionada por grande 
prosperidade econômica. A arte e a 
arquitetura são uma forma da oligarquia 
burguesa revelar poder e cultura elevada, 
tendo Lorenzo de Médici como principal 
mecenas.
A morte de Lorenzo, em 1492, marca o 
fim do domínio de Florença sobre a arte 
renascentista.
Fases do Renascimento > Alta Renascença
Período compreendido desde o fim do Quattrocento (por volta 
de 1480, até 1520) que antecede a maturidade do Cinquecento.
Não apenas a arte se consolida como expressão autônoma, 
como tem reforçado o seu caráter humanista. Os artistas 
ganham reconhecimento comparável ao dos eruditos e 
cientistas, abandonando a condição de artesãos como até então 
eram vistos. Aprofunda-se ainda mais a busca pela fidelidade à 
natureza.
Fases do Renascimento > Alta Renascença
É considerado o apogeu da 
Renascença, no qual a arte 
alcançou a perfeição e o 
equilíbrio há tanto tempo 
buscado. Emerge o 
classicismo como ideal 
estético, com o 
reconhecimento da 
Antiguidade Clássica, com a 
sua pureza formal, equilíbrio e 
rigor, como padrão de 
excelência. Davi. Michelangelo. 1504
Fases do Renascimento > Alta Renascença
Rafaello de Sanzio (1483–
1520): é considerado, ao lado 
de Michelangelo e Da Vinci, 
um dos grandes mestres do 
Renascimento.
Obteve amplo reconhecimento 
como pesquisador da 
antiguidade clássica. 
Pequena Madonna Cowper -
1505. Raffaello
Fases do Renascimento > Alta Renascença
Escola de Atenas - 1509. Raffaello
Fases do Renascimento > Cinquecento
No século XVI o movimento renascentista italiano se espalha 
por outras partes da Europa, despertando o interesse de 
artistas e mecenas de outras localidades.
A transferência de Rafael e Michelangelo para Roma cria uma 
escola artística na cidade, que acaba por superar Florença 
como centro das artes. Em Roma, o papado é o principal 
financiador da produção artística e arquitetônica.
O Cinquecento é a maturidade do Renascimento. Nesse 
período (1506) é iniciada a construção da Basílica de São 
Pedro, concluída em 1626.
Fases do Renascimento > Cinquecento
Fora da Itália, a arte renascentista é recebida com entusiasmo 
na Espanha, na França e na Alemanha, além de outras 
regiões.
A Reforma Protestante iniciada por Lutero em 1517 na 
Alemanha condena fortemente o uso de imagens sagradas nas 
igrejas, atacando um importante tema da pintura renascentista. 
Muitas obras de arte foram destruídas pela fúria iconoclasta 
protestante. Em resposta, os artistas adotaram personagens 
profanos e cenas da natureza como temas das pinturas.
Fases do Renascimento > Cinquecento
A resposta da igreja se dá por meio de encomendas cada vez 
maiores e mais frequentes de arte sacra, e determinando 
detalhadamente como as imagens deveriam ser pintadas –
afetando seriamente a autonomia do artista. É o começo do fim 
do Renascimento. Seguiu-se ainda um período de Maneirismo
antes que uma nova arte (Barroco) fosse alçada à condição de 
principal expressão artística do período.
Renascimento
• O forte crescimento da burguesia mercantil e industrial da 
Europa a partir do século XIII permite-lhe assumir as 
decisões sobre os novos interesses da sociedade.
• Os novos dirigentes da sociedade tinham interesse apenas 
mediano nas questões religiosas. Já não tinha interesse, por 
exemplo, em consumir recursos financiando a construção de 
grandes catedrais.
Renascimento
• Na Itália, por razões diversas, a economia havia se 
organizado mais rapidamente que no restante da Europa. O 
sistema bancário organizado e a mediação das relações 
entre a Europa e o Oriente permitem-lhe alcançar uma 
modernidade econômica até então desconhecida.
• Nas artes, as condições para o 
Renascimento estavam sendo 
gestadas desde o século XII 
com Giotto de Bondone, entre 
outros.
Renascimento
• O humanismo emotivo do século XIII é substituído pelo 
humanismo racional no século XV.
• Nas universidades, leem-se clássicos gregos e latinos, 
discutem-se postulados teológicos, duvidam-se dos dogmas. 
A imprensa (1445) permite a divulgação da cultura escrita e a 
bússola permite ampliar os horizontes conhecidos e 
conquistar terras longínquas.
• Pela primeira vez o homem se sente como centro do 
universo.
• No gótico, a arquitetura possui o homem. No Renascimento, 
será o homem que dominará o edifício, criado por artistas de 
inspiração humanista.
Renascimento
Basílica de São Pedro, construída entre 1506 e 1626
Renascimento
• O humanismo é a palavra-chave para compreender o 
Renascimento. É uma arte do e para o homem ocidental 
culto, que lê em latim e grego, capaz de discutir sobre Platão 
e Aristóteles, conhecedor da Geografia e da Cosmologia, 
poeta e amante das artes.
• Nas endinheiradas cortes renascentistas, o artistas são 
recebidos com veneração. As produções artísticas, fosse de 
um palácio, de uma escultura, ou de uma pintura, eram 
precedidas de discussões filosóficas sobre o conceito de 
beleza. Só então passava-se à discussão sobre a beleza dos 
objetos específicos.
Renascimento
• A filosofia torna-se amiga da arte. Muitas vezes, os próprios 
artistas são filósofos. De qualquer forma, a influência 
recíproca entre conhecimento e arte é benéfica para ambas 
as áreas. Trata-se de um dos aspectos que mais 
caracterizam o Renascimento.• O artista consulta o humanista sobre mitos antigos, ou sobre 
o ideário clássico; o humanista tem a oportunidade, 
finalmente, de ver com os próprios olhos as obras artísticas 
que validam suas teses.
Renascimento
Davi, de Donatello. 1430. Museu Nacional do 
Bargello, Florença
Davi, de Michelangelo. 1504. Academia de 
Belas Artes de Florença
Renascimento
• Donato di Niccoló di Betto Bardi, conhecido como Donatello 
(1386–1466) é o maior escultor italiano do século XV. 
Coerente com o ideário do homem como razão de ser do 
universo, dirige suas pesquisas estéticas para a 
representação do homem cheio de vida. Faz parte do 
chamado «Quattrocento».
Condottiero Gattamelata, 
de Donatello. 1453. Pádua
Bibliografia
FERNÁNDEZ, A.; BARNECHEA, E.; HARO, J. Historia del arte.
Barcelona, Ed. Vicens-Vives, 1998
GOMBRICH, E H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999
HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo, 
Martins Fontes, 2000
VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Ed. 70, 2007

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