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RENASCIMENTO arte

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RENASCIMENTO
A construção do conceito de arte
Surgimento da noção de indivíduo
Imitar como invenção nova
Separação entre arte e artesanato
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1.Artes Mecânicas e Artes Liberais
. Antiguidade - Vitrúvio, contemporâneo de Augusto, autor do único tratado de arquitetura transmitido pela antiguidade.
. Idade Média - Santo Agostinho e Santo Ambrósio, São Boaventura e São Tomás de Aquino – especulações sobre a natureza do belo na linhagem do platonismo e do neoplatonismo. Os filósofos medievais pensavam que a beleza das imagens é um efeito da beleza invisível que reside em Deus. Gesto artístico caráter sagrado, missão espiritual.
. Nascimento da história da arte sob sua primeira forma: a biografia do artista
. Cennino Cennini (1370) – proclama a modernidade de Giotto, saímos do intemporal e do anonimato; a arte como uma afirmação individual.
.Renascimento - Artistas e humanistas em Florença passam a reivindicar a “liberalitá” em favor dos artistas, invocando o fato que para estes a operação mental (il disegno) precede a operação manual que lhe está sujeita.
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o escriba esdras reescrevendo os registros sagrados
codex amiatinus
página do livro de kells
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evangelho do abade wedricus_
são joão evangelista.
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- livro de modelos; o artista medieval começava como aprendiz de um mestre; aprendia a representar um apóstolo e depois a Santa Virgem; aprendia a copiar e reagrupar cenas dos velhos livros e a ajustá-los a diferentes contextos; um artista medieval não entenderia porque haveria de inventar novos métodos de construir uma igreja ou desenhar se os antigos ainda serviam, a ideia de originalidade era completamente despropositada. Não havia retratos tal como hoje entendemos, uma vez que não se desenhava a partir da realidade. A ideia de ficar sentado diante de uma pessoa ou objeto e fazer uma cópia era inteiramente estranha. 
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tapeçaria de bayeux. 
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Giotto
 Renúncia dos bens
Basílica de São Francisco, Assis, 1296 
de um lado, os parentes furiosos, do outro, o santo, bispo e os padres; as estrutura arquitetônicas que estão acima dos dois grupos reforçam o contraste de sentimentos, porque a esquerda estão as casas da rica burguesia e à direita edifícios que se relacionam a igreja
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. a cubagem sintética do espaço vazio é obtida simplesmente opondo à leve curvatura do horizonte a vertical inclinada do tronco e isolando no azul do céu as massas compactas da folhagem das árvores.
Pregação aos pássaros Afresco da Basílica de São Francisco, Assis, 1296
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lamento de Nossa senhora, das mulheres piedosas, de São João sobre Cristo morto.
 o declive rochoso acentua verticalidade do segundo grupo; 
existe ar , espaço entre as cenas
 criou a ilusão que a história sagrada estava acontecendo diante dos nossos olhos; 
 noção de autoria. 
Lamento sobre o Cristo morto, 1306. afresco, 200 x 185 Mural Capella dell'Arena dos Scrovegni, Pádua. 
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Renascimento
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 termo Renascimento se refere ao retorno ideal às formas da Antiguidade clássica enquanto fonte da beleza e do saber; leitura de gregos e latinos em busca de linguagem que fosse universal; ao studia humanitatis deu-se o nome de humanismo; Petrarca (1304-74), Boccaccio (1313-75) 
 retorno ao passado nada tinha de nostálgico; sentimento de superioridade, de potência em relação ao passado. 
Séculos XIV e XVI
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Arte bizantina
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Filippo Brunelleschi Santa Maria Del Fiore, 1420-36,
Diâm. cúpula, 51,70m.
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 Ghiberti, porta do Paraíso, 1425-52, bronze dourado, cada requadro, 79 x 79 batistério, Florença
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Ghiberti. Batista diante de Herodes, 1427, detalhe da pia batismal, bronze dourado, 60 x 60 cm, Batistério, Siena 
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Masaccio.
 A Trindade, 1426-28, afresco, 667 x 317 cm, Santa Maria Novella, Florença
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- redução da perspectiva fundada na definição do plano pictórico como intersecção da pirâmide criada pelos raios visuais, tendo por coroamento o olho do observardor e por base o objeto a representar, definindo assim o plano pictórico, quanto os métodos de projeção, todos concorrem para o sistema de olhar central moderno.
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PERSPECTIVA
“Segundo o comentário do pintor Albrecht Dürer, a expressão perspectiva significa ‘ver através’. Essa impressão imediata de olhar-se para uma parede pintada e parecer que se vê para além dela, como se ali tivesse sido aberta uma janela para um outro espaço, o espaço pictório, era o principal efeito buscado pelos novos artistas.” (p. 32)
“Como efeito da utilização dessa perspectiva central, ou perspectiva linear, todo o espaço pictórico fica subordinado a uma única diretriz visual, representada pelo ponto de fuga, ou seja, quanto maior a distância com que os objetos e elementos são percebidos pelo olhar do pintor, tanto menores eles aparecem no quadro.” (p. 34)
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 18ª ed. São Paulo: Atual, 1994.
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“Leon Battista Alberti, literato e arquiteto: a ele se devem três tratados sobre a pintura, a arquitetura e a escultura. Neles, especialmente nos dois primeiros, o autor não se limita mais a dar preceitos de técnica para a boa execução, mas enuncia os princípios e descreve os processos do projeto da obra de arte. Isto é compreensível, uma vez que o artista medieval era responsável apenas pela execução, porque os conteúdos e até os temas de imagem eram-lhe fornecidos; agora o artista deve encontrá-los e defini-los, isto é, não opera mais segundo diretrizes ideológicas impostas por uma autoridade superior ou por uma tradição consagrada, mas determina de modo autônomo a orientação ideológica e cultural do próprio trabalho.” (p. 129) 
ARGAN, Giulio C. História da arte italiana: de Giotto a Leonardo. Vol. 2. São Paulo: Cosac&Naify, 2003.
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Paolo Uccello (1397/1475)
 Batalha de São Romano
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Paolo Uccello (1397/1475)
 Batalha de São Romano, 1450, National Gallery 
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Piero della Francesca
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Piero della Francesca - Nossa Senhora e santos com Frederico da Montefeltro, 1472-74, 
Têmpera sobre madeira, 251 x 172cm Pinacoteca de Brera, Milão.
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Leon Battista Alberti 
 Homem do Quattrocento se inebriava com essa noção de progresso, instalado na história e com a missão de difundir a evolução da civilização interrompida durante séculos.
. os artistas iam sair de sua posição de artesãos e as artes figurativas serão encaradas da mesma forma que as artes liberais, isto é, como ciências. A perspectiva dava ao pintor o sentimento de que sua arte possuía uma sólida base científica; o mesmo sucedia com o escultor que se apoiava num estudo, retomado do antigo, do conhecimento das proporções do corpo humano. A dignidade da pintura fora reconhecida desde o século XIV e no XV a escultura vem reunir-se a ela. Quanto a arquitetura, recebeu seus títulos de nobreza desde que começou a inspirar-se na Antiguidade.
- tratados teóricos sobre a técnica e a estética.
Leon Battista Alberti (1404-1472) maior teórico humanista da época – escritos sobre questões artísticas e matemáticas; um dos maiores arquitetos de seu tempo faz arquitetura em Mântua e Florença, passou muitos anos em Roma onde se entregava a medições precisas dos monumentos a fim de levantar uma planta completa da cidade antiga. Da Estatuária, Da Pintura (1450) e Da Arquitetura (1485).
- a ideia de conjunto que domina todos os tratados do século XV é que o artista deve imitar a natureza, mas com vistas à realização da beleza, obtida pela escolha, nas aparências, daquilo que parece mais belo segundo a Ideia, noção que corresponde às tradições platônicas.
. a noção de perspectiva, a arte de representar o mundo em profundidade, é bem simbólica do olhar dirigido para frente, para o futuro, substituindo essa visão da Idade Média em que o mundo se desdobrava perante o artista como o teatro dos mistérios, onde tudo se apresentava no mesmo plano
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Piero della Francesca
Retrato
de Sigismondo Malatesta, 1450
Têmpera s/ madeira, 44 x 34cm. Louvre
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Imitar como invenção nova
Imitação - ponto de intersecção de diferentes elementos do projeto renascentista; conceito comporta vários significados que não excluem a ideia de originalidade; Vasari definia a arte nova como “imitar com invenção nova’
Imitação era fundamento de um sistema moral e estético que tinha como referência os valores da Antiguidade; louvava o exemplo e ocupava o centro das preocupações de todas disciplinas
Artes visuais – conceito de imitação se referia ao retorno às formas da natureza; em oposição à imobilidade das figuras da arte bizantina, os humanistas queriam representar os afetos- atitudes e expressões – novo naturalismo era a essência da inovação renascentista
Doutrina estética renascentista – Imitação da natureza, do real, do modelo, da Antiguidade. Imitar natureza e antiguidade não era antitéticos, pois a Antiguidade era uma segunda natureza por se tratar de forma artística que compreendera os segredos da natureza
 valor do exemplo, a ser seguido, igualado e superado - estímulo à liberdade e conquista 
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Obras produzidas não deviam ser iguais, mas parecer com os modelos tal como os filhos aos pais. 
Intertextualidade como identificação de precursores
1ª metade do xv – imitação perfeita ilusão do visível; anatomia e perspectiva disciplinas essenciais
Renascimento valoriza a mimese enquanto verdade artística
Depois dos primeiros tempos pragmáticos da prática pictórica, a avaliação externa da beleza dará lugar a justificativas filosóficas
Aristóteles- interpretação da imitação como mimese da natureza
Tratados de Alberti – eleger aspectos mais belos da natureza
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 A ideia de conjunto que domina todos os tratados de Alberti, Da Estatuária, Da Pintura e Da Arquitetura do século XV é que o artista deve imitar a natureza, mas com vistas à realização da beleza, obtida pela escolha, nas aparências, daquilo que parece mais belo segundo a Ideia, noção que corresponde às tradições platônicas. 
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Na Idade Média não havia representação do corpo individual – retratos. É só no Renascimento, quando o homem descobre a consciência de seu existir social, que um processo de figuração plástica é concebido a partir da idéia de semelhança: o eu do sujeito torna-se “o espelho do mundo”. 
 No espaço simbólico do Renascimento percebe-se o despertar do real como aparência, pois os corpos decodificados que ele contém fazem aparecer o fantasma da identidade. 
Agora não se pode pensar uma coisa fundamental além da aparência, como se esta fosse apenas imitação da coisa; deve-se considerar o sistema de projeções que leva a aparência à sua essência: o mundo da aparência apresenta certa similitude com aquele das ideias. O artista não é apenas quem representa a coisa, mas também aquele que a representa revelando seu sistema de projeções.
 A natureza é aparência, mundo da visibilidade, mas aparece através de um sistema articulado de coordenadas. 
A partir do Renascimento não existe apenas uma vinculação entre aparência e essência; sem a representação não é mais possível perceber a vinculação entre ideia e ideado. 
Não é de estranhar que a pintura se ponha como ciência: trata-se de construir modelos do real para revelar aquilo que sustenta essa aparência. 
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Artes Mecânicas vs. Artes Liberais
Se na Idade Média há o caráter sagrado das obras, transcendendo a natureza, a partir do Renascimento, com o avento do indivíduo, a obra de arte passa ser a personificação do ser humano.
Epistemologia das ciências e das artes na Antigüidade/Idade Média:
 Artes mecânicas: todas as ações operativas que requerem o uso da mãos (maldição da escravidão)
 Artes liberais: artes do intelecto. Dividem-se em: “trinium” (gramática, dialética e retórica) e “quadrivium” (geometria, aritmética, astronomia e música).
 Disegno: “projeto” – externo (apreendido pelo exercício e pela prática) e interno (desígnio, intencionalidade, mental) – dessin e dessein
“A idéia de um deleite reservado, de um gozo aristocrático, integra a concepção de humanismo. Humanismo não significa ‘que se dirige a toda a humanidade’, mas ‘que modela o homem perfeito’.” (Louis Hautecoeur)
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ARTES LIBERAIS vs.
ARTES MECÂNICAS
“Em geral, porém, o principal objetivo dos artistas em sua reivindicação para serem vistos como liberais era dissociar-se dos artesãos, e, em suas discussões a respeito do assunto, eles se encarregavam de ressaltar todos os elementos intelectuais em sua arte. Nos escritos teóricos do final do século XV, tornou-se um lugar-comum afirmar que a pintura depende de um conhecimento de matemática e dos diferentes ramos do conhecimento.” (p. 71)
BLUNT, Anthony. Teoria artística na Itália, 1450-1600. São Paulo: Cosac&Naify, 2001.
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- visão monocular com olho imóvel- “como o pintor deve supor um só ponto para ver a pintura, tanto em altura quanto em largura ou em viés bem como de longe, a fim de que não possa se enganar ao observá-la, visto que toda modificação de lugar implica uma visão diferente, ele fez no painel-suporte dessa pintura um buraco no ponto exato em que se fixava 
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Os artistas e humanistas em Florença passam a reivindicar a “liberalitá” em favor dos artistas, invocando o fato que para estes a operação mental precede a operação manual que lhe está sujeita. Até então as belas artes tinham o estatuto do trabalho manual pela ausência de uma base teórica. Quando a arte foi admitida entre as disciplinas intelectuais, sua natureza foi redefinida e consequentemente mudou o status social do artista. A perspectiva dava ao pintor o sentimento de que sua arte possuía uma sólida base científica, o mesmo sucedia com o escultor que se apoiava num estudo, retomado do antigo, do conhecimento das proporções do corpo humano 
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- artista medieval execução de conteúdos X agora deve encontrar e definir temas, não segue imposição da tradição, mas determina autonomamente orientação do trabalho 
- a cultura humanística insere no trabalho do artista a finalidade da arte como valor; a arte é um processo de conhecimento cujo fim não é tanto o conhecimento da coisa quanto o conhecimento do intelecto humano, da faculdade de conhecer; o valor está naquilo que o intelecto constrói sobre o fenômeno 
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O paradigma de Leonardo
Ilusão tridimensional devia ser obtida por meio da subordinação da luz e da cor a sombra, por ser esse elemento capaz de unir a figura à natureza
O contorno devia ser sutil e invisível, sfumato, confundindo figura e fundo
A atividade manual do desenho em estrita subordinação à visão, como órgão do conhecimento, era instrumento de investigação dos fenômenos da natureza
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Leonardo
A Virgem das rochas, 1483-86
Óleo s/ madeira, 199 x 122 cm. Louvre
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Leonardo
A última Ceia, 1495-97, têmpera sobre reboco, 460 x 880cm, refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie, Milão.
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Van Eyck – Cardeal Niccolo Albergati, 1435, óleo s/ madeira 34 x 27 Kunsthistoriche Museum, Viena
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Van Eyck- Casal Arnolfini, 1434, National Gallery, Londres 
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FLORENÇA/PLATONISMO
“O palco mais prodigioso da efervescência renascentista foi sem dúvida a riquíssima cidade de Florença. Ali se definiu desde cedo uma das mais significativas correntes do pensamento humanista: o platonismo, cheio de consequências para toda a história das ideias e da arte do período. (…) O aspecto mais característico e notável do platonismo florentino consistia no seu espiritualismo difuso, condensado na filosofia da beleza. Todo o belo é uma manifestação do divino. Assim sendo, a exaltação, o cultivo e a criação do belo consistem no mais elevado exercício de virtude e no gesto mais profundo de adoração a Deus.” (p. 20)
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 18ª ed. São Paulo: Atual, 1994.
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BOTTICELLI. Nascimento de Vênus, 1485 
- não quer exaltar beleza feminina;
 entre os significados implícitos há
também a correspondência entre o mito do nascimento de Vênus da água do mar e a idéia do nascimento da alma pela água do batismo;
 o belo que o autor quer exaltar é um belo espiritual e não físico; a nudez de Vênus significa simplicidade pureza; a natureza é expressa nos seus elementos (ar, água, terra; o mar encrespado pela brisa soprado por Éolo e Boréas é uma superfície verde-azulada sobre a qual as ondas são esquematizadas por sinais totalmente iguais: a concha também é simbólica.
 No grande vazio do horizonte marinho desenvolve-se três episódios rítmicos diferentes: os Ventos, Vênus que surge da concha, a criada que acode com o manto florido. 
Três vezes o ritmo nasce, ascende e se apaga; nenhuma outra lei governa senão a inspiração profunda, o demônio platônico, o furor gerado da aspiração a algo que não se tem ou pela nostalgia de algo que se perdeu 
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Ticiano – Vênus de Urbino
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Rafael
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Rafael
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 O Pai Fundador - Vasari (1511), em Florença aprendeu desenho e pintura com Miguel Ângelo; 1559 constrói palácio Uffizzi
- a obra de Vasari é prova da posição eminente do artista na sociedade, já não são artes mecânicas
 Os artistas vão se separar das corporações e reagrupar-se em academias, o que afirmará sua qualidade de intelectuais. As academias vão prosperar no século XVI, cuja finalidade será manter o nível das artes e assegurar o ensino.
- Florença se constituirá a primeira academia artística estruturada como uma instituição oficial – Accademia Del Disegno
 . A concepção de história para Vasari não deve em absoluto ser verdadeira, mas verossímil. - Suas fontes são seus predecessores em manuscritos, faz inquirições por toda Itália, consulta arquivos; coleção de desenhos o que lhe permitia rememorar cada pintor; nem sempre respeitava a integridade das peças que adquiria, agrupava vários desenhos com elementos decorativos, recortava elementos; esse modo de acrescentar ao desenho um enquadramento decorativo deve ter chocado os colecionadores subsequentes que tendo mais reverência pela integridade da obra, retiravam os elementos (origem do passe-partout)
- 1550 publicação –’Vite’ - - As vidas dos mais excelentes arquitetos, pintores e escultores italianos de Cimabue ao nosso tempo, descritas em língua toscana por Giorgio Vasari, pintor arentino, com uma introdução útil e indispensável para as diferentes artes. 2a edição a Giustiniana (1568) com acréscimo de artistas vivos inclusive o próprio e Introdução às três artes do desenho, arquitetura, escultura e pintura, prática das artes na Itália, não dá muita atenção a outras artes consagrando uma cisão entre Artes Maiores e Menores.
- não criou uma nova ciência, mas novo gênero literário; - Vasari buscava restituir a personalidade dos artistas através da retórica; sequência de biografias, mas com uma linha que lhe parecia ser o destino da arte. 
Lança dogma do desabrochar das artes em Roma.
 Desenvolve então três idades a da infância de 1250 ao longo do Trecento, a maturidade com o Quattrocento, que a princípio imita, servindo-se do exemplo antigo, o que é mais belo na natureza, esse estudo dará um estilo uma secura e um desenho cortante (maniera secca). No Cinquecento esse estilo dará lugar a uma espécie de facilidade soberana com uma variedade de expressões que compreende tanto a terrabilitá e o furore de Miguel Ângelo e a leveza e doçura de Correggio. Essa terceira tem um conceito de graça em Vasari que à diferença da beleza, qualidade racional e dependente das regras, teria um caráter irracional e inefável. Miguel Ângelo seria o modelo insuperável a partir de então Vasari prevê um declínio. Sob o vocábulo maniera oferece uma variedade de matizes
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“no final do Renascimento, já eram notadas alterações no tratamento plástico dos diversos tipos de temas, variações estas que se prendiam diretamente à maneira pessoal pela qual alguns artistas trabalhavam. Essas modificações artísticas ficaram conhecidas como ‘manerismo’ e, para grande maioria dos historiadores, estabeleceram efetivamente a transição entre o Renascimento e o Barroco.” (p. 11)
MELLO, Suzy de. Barroco. São Paulo: Brasiliense, 1983.
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ARGAN, Giulio C. Arte e persuasão: ensaios sobre o barroco. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
“Se no passado o objetivo do artista era fazer que o receptor visse e sentisse aquilo que ele mesmo tinha visto ou sentido (a composição em perspectiva determinava um ponto de vista obrigatório, colocava o espectador no mesmo lugar onde o artista se colocara), reproduzindo no receptor a condição do artista, agora o receptor é de fato um outro, e o artista já não se esforça em ver ou sentir, mas apenas em fazer ver e sentir por meio de uma técnica que, na condição de artista, lhe é própria.” (p. 35)
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“os artistas e arquitetos barrocos, que se consideravam seguidores do Renascimento em muitos aspectos, acabaram por romper basicamente com as principais regras clássicas. Enquanto que o Renascimento propunha a moderação, o equilíbrio e a lógica, o Barroco apelava para os contrastes dramáticos, o movimento contínuo e a fantasia. Sua teatralidade era o oposto da sobriedade anterior e, com objetivos tão contrários, também os meios para atingi-los foram completamente diferentes.” (p. 14)
MELLO, Suzy de. Barroco. São Paulo: Brasiliense, 1983.
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(...) ‘
“a arte do Renascimento se dirigia à razão e procurava, acima de tudo, convencer; o Barroco, por outro lado, visava os sentidos e a imaginação e procurava cativar.” (p. 14)
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Se no Renascimento o homem se descobria através da representação, no século XVII a representação torna-se manifestação dela mesma: desliga-se do estatuto da aparência, estabelece códigos e inicia um processo de autonomia
Na modernidade, a representação distingue-se em dois momentos; no primeiro o sujeito posiciona-se como ponto de referência - é o momento em que os postulados representacionais da renascença definem a verossimilhança do eu e abordam a questão do sujeito no mundo. A presença efetiva do que é representado só é crível em função do grau de verossimilhança não mais baseada na mímese clássica, mas intuitiva. Aqui o sujeito moderno é definido por sua própria representação: o corpo enquanto forma torna-se a morada do “eu” como um espelho de reconhecimento.
 O maneirismo põe fim ao caráter experimental dessa representação, ao sistema de unidade perspectivista enquanto portadora de unidade simbólica do sujeito, fazendo da metódica e científica descoberta do mundo uma interpretação na qual o sujeito se perde. 
A representação, no final do século XVI e no XVII, legitima-se buscando o sentido em si mesma. Assim, quanto mais os meios empregados na representação se tornavam evidentes mais perdiam a relação com sua função referencial. 
Se o sujeito renascentista é definido por sua própria representação, que seria um corpo-forma através do qual seu “eu” se constituía, agora o “eu” do sujeito não espelha mais o mundo. Esse novo sujeito retira-se de todo espelho, de toda reflexão para se confinar num lugar que ele possa imaginar, um lugar que é aquele interior e subjetivo. 
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Dissertação
Renascimento : A construção do conceito de arte mediante: 
1.surgimento da noção de indivíduo, autoria; 
2. Imitar como invenção nova; 
3. Separação entre arte e artesanato; 
4. noção de projeto operação mental (disegno) precede a operação manual que lhe está sujeita.
5. Perspectiva e tratados de Alberti

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